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investigação quantitativa são: ser descritiva através de imagens e ... analisar os dados de forma ... e técnicas adotadas na pesquisa, garantia de sig...

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Projeto Qualidade de Vida

O USO DA PESQUISA QUALITATIVA PARA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA

A vida tem a dimensão qualitativa e quantitativa, assim a qualidade vida não pode ser medida somente por um instrumento quantitativo, mas também deve ser avaliada qualitativamente. Neste caso a pesquisa qualitativa permite a compreensão e o significado dos fenômenos, crenças, comportamentos e interrelações, que contextualizam o seu estudo no âmbito cultural, social e temporal, aproximando-se de uma visão subjetiva e individual; não isolando o objetivo de estudo do seu ambiente; como ocorre na complexidade das realidades humanas. O enfoque qualitativo proporciona compreensão, enquanto o quantitativo a dimensão. A pesquisa qualitativa é um processo de descobrimento sem buscar provas como a qualitativa; tem perfil interpretativo sem necessidade de generalização de resultados. Os métodos qualitativos exigem uma competência técnica diferente, que inclui comunicação, interação, sensibilidade e criatividade do Pesquisador (Patrício e Col., 1999). A literatura descreve como características relevante da investigação quantitativa são: ser descritiva através de imagens e palavras e não de números, analisar os dados de forma indutiva, sua fonte de dados é o ambiente e o significado tem importância vital. Tanto a abordagem quantitativa como a qualitativa têm seu rigor científico, sendo que, uma enfatiza o fato, o dado, e a outra estuda o fenômeno, as relações sociais entre os sujeitos, seu modo de vida e sua cultura. A abordagem quantitativa preocupa-se com a generalização de seus resultados; enquanto na qualitativa essa preocupação não é tão freqüente. Uma pesquisa de base social, requer um acompanhamento maior da realidade, não pode se restringir apenas a dados quantitativos. (TUTARO,2003; DEBUS,1997; FERVOLINO e PERCIONE, 2001). Debus (1997) define como funções da pesquisa qualitativa: ser instrumento gerador de idéias, auxiliar a avaliação do estudo quantitativo, bem como sua elaboração. Eduardo Barbosa (1998) descreve como técnicas de coleta de dados qualitativos: entrevista, questionário, observação direta, registros institucionais e grupos focais. A técnica de grupos focais é utilizada para completar informações, conhecer atitudes, opiniões, percepções e comportamento. Enfatiza a compreensão dos problemas do ponto de vista dos grupos populacionais, e o conhecimento das aspirações da comunidade, expressos por ela própria. Obtém

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esses dados através de reuniões em grupo com pessoas que apresentam o objetivo de estudo. Foi primeiramente proposto por Fisk e Kendall, cientistas sociais que investigaram o potencial de persuasão da propaganda durante a Segunda guerra mundial. Essa técnica logo foi incorporada as pesquisas de mercado e psicológicas. Ganhando a área da educação em saúde na década de 90. Westphal e colaboradores (1996), demonstram a eficiência da técnica de grupos focais na área de educação em saúde, por possibilitarem com baixo custo, em curto espaço de tempo, a identificação e análise aprofundadas de questões a partir do ponto de vista de uma população. Tem por inconveniência a utilização de amostra intencional e pequena, que exige em certos casos complementação de estudos quantitativos.

Metodologia do Grupo Focal O grupo focal tem por essência a interação entre participantes e pesquisador, colhendo dados a partir de uma discussão focada em tópicos específicos e diretivos, daí a denominação de grupo focal. A coleta de dados do grupo focal baseia-se na tendência humana de formar opiniões e atitudes na interação com outros indivíduos. Diferindo dos questionários fechados ou entrevistas individuais , onde a pessoa é convocada a emitir opiniões sobre assuntos sobre as quais talvez nunca tenha pensado. Já na discussão em grupo se beneficia ouvindo a opinião dos outros, a fim de formar a sua ou mesmo mudá-la. Cabe ao pesquisador propiciar que diferentes pontos de vista se formem. (FERVOLINO e PELICIONI, 2001). Na medida em que diferentes olhares e diferentes ângulos de visões a cerca de um fenômeno vão sendo colocados pelos sujeitos, desperta nos mesmos a elaboração de certas percepções que se mantinham em latência. A passagem desta condição à expressão ocorre no processo interativo que se estabelece no grupo. Cada participante fala a partir de sua verticalidade, suas vivências. Porém esta história individual constrói-se no seio de inter-relações fazendo os sujeitos porta-vozes da horizontabilidade em que se inscrevem. (DALL’AGNOL e colaboradores, 1999). Autores como WESTPHAL (1996), DEBUS (1997), e DALL’AGNOL (1999), delinearam com detalhamento a metodologia da técnica de grupos focais na pesquisa qualitativa, quanto sua composição, coordenação, organização local e documentação. A composição do grupo focal se faz com 8 a 10 participantes, ou mini grupos com 5 a 7 participantes não familiares, selecionados por certas características comuns ao tópico selecionado sem que pertençam a um mesmo 2

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círculo de amizade e trabalho, para garantir a livre expressão de idéias. A seleção deve ser homóloga e não restritiva, após determinação do grupo social que se pretende estudar. É recomendável que a seleção seja feita dentro de uma mesma classe social, evitando a inibição das pessoas de classe inferiores; e dentro da mesma classe temporal com histórias de vida semelhantes, com nível de experiência semelhante. Dependendo da questão a ser estudada participantes de idade e estado civil diferentes não deveriam ser incluídos no mesmo grupo, assim como usuários e não usuários de determinados produtos, evitando defesas racionais ou retirada das minorias. por fim, deve-se atender as diferenças culturais que possam comprometer atitudes e comportamentos . O recrutamento pode ser aleatório por telefone, através de anúncio, breve questionário, em escolas ou serviços de saúde, ou indicação de pessoas-alvo na comunidade em questão. Esse recrutamento deve prever um acréscimo de 20% no número de participantes, a fim de prevenir ausências. O tipo de grupo focal determina o objetivo do grupo Debus (1997), os classifica em : § Grupo de exploração - tem finalidade de gerar idéias, através de um alto nível de reflexão entre os participantes. Pode auxiliar a delinear um estudo quantitativo. § Grupos clínicos - Visam defender as motivações psicológicas e sociológicas. Nas atitudes e comportamento. Amplia estudos prévios. § Grupos fenomenológicos - Descrever atividades e comportamentos, bem como tomada de decisões na vida real, geram respostas concretas e específicas a respeito de um produto ou questão. A coordenação do grupo é feita através do coordenador/facilitador e seus assistentes, um relator e outro observador. A tarefa deles é avaliar a dinâmica grupal, intercambiando impressões e os fatos mais relevantes de cada reunião. O moderado deve ter intervenção firme e discreta, não expressar acordo ou desacordo com os pontos de vista dos participantes. Deve antes de tudo, ser um facilitador do debate. A condução do grupo obedece a um roteiro de 3 a 5 tópicos planejados com antecedência. Expostos não como questões, mas como estímulos para introduzir o assunto. Cabe ao moderador solicitar esclarecimentos de pontos específicos, conduzir o grupo ao próximo tópico, buscar a participação de todos, estimulando os tímidos neutralizar os dominadores, e finalizar a discussão. (IERVOLINO e PELICIONI, 2001). Para Debus (1997), a coordenação deve assimilar a arte de perguntar, escutar e entender. Perguntar utilizando perguntas de forma neutra, aberta, indireta e clara. Escutar a linguagem verbal e não verbal, valorizando os simbolismos, expressões, silêncios e variações de voz. Enfim, compreender o outro, através da empatia, e ter uma postura que não intimide o grupo. O

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moderador deve dosar seu controle, dando liberdade de expressão aos participantes, sem permitir que se instalem caos e as interrupções. Já ao observador cabe controlar o tempo, cuidar da gravação e fazer um breve registro da participação de cada componente do grupo, para isso deve estar habilitado em fazer análise e síntese. O observador fica inserido no grupo, porém distante do coordenador para que não se tenha uma imagem de subgrupo entre eles. O ambiente de trabalho do grupo focal deve ser neutro, confortável, sem variações climáticas, silenciosas, sem interrupções e de fácil acesso. Os assentos devem estar dispostos de modo que possibilite o contato visual dos participantes, em círculo e ao redor de uma mesa. O tempo destinado às sessões varia de 90 a 120 minutos, considerando-se um período de aquecimento para uma boa interação e um espaço de encerramento. Excedendo-se este período ocorre fadiga dos participantes intelectualizações excessivas a cerca das questões discutidas. As discussões do grupo focal necessitam de registro para análise futura. Tais registros se fazem a partir da ficha de identificação dos participantes, síntese do assistente observador, gravação de áudio e/ou vídeo das sessões com posterior transcrição, garantindo um conteúdo fidedigno. § § § § § § § § §

O desenvolvimento da sessão grupal prevê: Composição do grupo antecede a sessão deve ser feito através de convite por escrito com definição dos objetivos da pesquisa e uso dos seus resultados. Abertura com apresentação da equipe de coordenação, boas vindas e definição dos objetos. Apresentação dos participantes entre si e entrega de crachás e formulários de identificação individual e consentimento livre e esclarecido. Estabelecimento do "setting" ou contrato grupal - estabelecendo-se regras de convivência, assiduidade, atrasos, desistência, sigilo compartilhado. Estabelecimento das regras do debate enfatizando que não se busca consenso e que divergências podem ocorrer livremente. Consentimento do grupo para gravação e filmagem, bem como garantir o sigilo do material produzido. Dinâmica grupal, focando 3 a 5 tópicos, num guia de temas discutidos um a um, através de perguntas indiretas ao grupo. Evitando-se perguntas de cunho quantitativo. Síntese da sessão resumindo os resultados do grupo, com auxílio do observador. Encerramento com acertos, agradecimentos e se necessário agendamento da próxima sessão.

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Dall'Agnol (1999), sugere que seja feito um consentimento livre e informado, que atenda às normas de pesquisa com nome do pesquisador responsável e da instituição a qual está atrelado. Além de explicação sucinta do método, e técnicas adotadas na pesquisa, garantia de sigilo e anonimato no tratamento das informações obtidas, devolução dos resultados do estudo, isenção de vínculo hierárquico e de coerção no vínculo empregatício do participante, autorização de gravação em áudio e vídeo. Garantia de liberdade de desistência sem justificativa. O consentimento livre e informado é um respaldo legal para o pesquisador e para o pesquisado.

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