A inclusão do autista na classe regular de ensino Cleaci Ferreira Martins Dias (FAETEC) Márcia Castro de Matos (FAETEC) Margareth Paulo da Silva (FAETEC) Selma Aparecida Cardoso (FAETEC)
Leis Referentes à Educação Especial A Educação Inclusiva atenta para a diversidade inerente à espécie humana, busca perceber e atender às necessidades educativas especiais de todos os alunos, em salas de aula comuns em um sistema regular de ensino, de forma a promover a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal de todos. Prática pedagógica coletiva, dinâmica e flexível requer mudanças significativas na estrutura e funcionamento das escolas, na formação humana dos professores e nas relações família-escola. A educação inclusiva aponta para uma sociedade inclusiva. O ensino inclusivo não deve ser confundido com educação especial a qual se apresenta numa grande variedade de formas incluindo escolas especiais, unidades pequenas e a integração das crianças com apoio especializado. Entende-se por educação especial para efeito desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida na rede regular de ensino para educar os portadores de necessidades especiais LDB, artigo 58. A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação LDB (9394/96) em seu artigo V afirma que a educação de pessoas portadoras de necessidades educacionais especiais deve ser oferecida na rede regular de ensino contribuindo desta forma para uma melhor integração dessa pessoa na sociedade. A política de inclusão na virada do século teve como ponto de discurso a análise das Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica e foi realizada por meio de duas fontes. A Resolução CNE/CEB nº 2/ 2001 e Parecer CNE/CEB nº 17/ 2001. O Decreto nº 6094/ 2007 estabelece dentre as diretrizes do Compromisso Todos pela Educação, a garantia do acesso e permanência no ensino regular e o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos, fortalecendo a inclusão educacional nas escolas públicas. Em 2009 o CNE/CEB homologou a Resolução nº 4, de 02 de Outubro de 2009, instituiu Diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educação Básica modalidade Educação Especial. 1
Para apreender nestes discursos políticos e suas proporções o vocabulário das Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica, quanto às proposições políticas, percebe-se que se caracterizam por flexibilidade das modalidades de atendimento. A importância do Educador De uma perspectiva humanista existe uma valorização do potencial humano, assumindo-o como ponto de partida para a compreensão do processo de aprendizagem. Percebe-se, assim, a importância do papel do educador, o mérito da paz com que viva a certeza de que faz parte de sua tarefa docente não apenas ensinar os conteúdos, mas também, ensinar a pensar certo. Numa abordagem cognitiva considera-se que o homem não pode ser considerado um ser passivo. Ele organiza suas experiências e procura lhes dar significado. O processo de aprendizagem e adaptação Enfatiza a importância dos processos mentais do processo de aprendizagem, na forma com que se tem percepção, seleciona, organiza e atribui significados aos objetos e acontecimentos. É um processo dinâmico, centrado nos processos cognitivos, em que temos: Indivíduo > informação- codificação- recodificação- processamento> aprendizagem O processo de adaptação, conforme Piaget cumpre-se graças a um duplo movimento complementar de assimilação e acomodação. Através do primeiro o sujeito transforma a realidade para integrá-la as suas possibilidades de ação e através do segundo, transforma e coordenam seus próprios esquemas ativos, para adequá-los as exigências da realidade. A psicopedagogia volta seu olhar para o modo como o sujeito aprende, portanto aprofunda o estudo do processo de adaptação formulado por Piaget. Pain (1989) Marcia elas não citaram esta referencia e eu não tenho! descreve as modalidades de aprendizagem sintomática tomando por base o postulado piagetiano. Descreve como a assimilação e as acomodações atuam no modo como o sujeito aprende e como isso pode ser sintomatizado, tendo assim características de um excesso ou escassez de um desses movimentos afetando o resultado final.
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Descrevendo o Autismo O autismo é uma desordem neurológica do desenvolvimento caracterizado por dificuldades em várias áreas: comunicação, interação social, funcionamento cognitivo, processamento sensorial e comportamental. Por ser um distúrbio de comportamento não existe um exame físico para este diagnóstico. A criança é diagnosticada pelo seu comportamento. O aluno autista deve ser tratado pelos pais o máximo possível como uma criança normal, dando limites claros, muito amor e atenção. A família deve interagir com ela através de brincadeiras. O autismo é um distúrbio principalmente na comunicação. Por este motivo, é necessário um tratamento adequado para a evolução das crianças que precisam ser estimuladas em uma escola especial ou, até mesmo, em uma escola que exista um programa de inclusão. Quanto à família o principal é aceitar as dificuldades apresentadas no quadro de autismo e procurar ser o mais claro possível na comunicação. O diagnóstico do autismo ainda é muito difícil, pois ele é feito por meio de observação e análise do comportamento da criança sem qualquer exame clínico que comprove. O autismo está incluído no TGD (Transtorno Geral do Desenvolvimento). Nesta categoria estão enquadradas várias síndromes. A tendência hoje é oferecer intervenção ao autista na escola regular e fazer um tratamento paralelo. Infelizmente, nem todos tem desenvolvimento para isto. É sempre bom fazer uma avaliação periódica com um psiquiatra. A escola só deve ser trocada quando notamos que não há o desenvolvimento do aluno e mesmo assim, recomenda-se um serviço colaborativo onde diversos profissionais e professores deverão analisar e indicar uma intervenção mais adequada ao aluno com autismo. O autismo aparece antes de três anos de idade e permanece na idade adulta. Através de programas adequados de intervenção psicoeducativa suas manifestações podem ser em muitos casos, notavelmente atenuadas. De cada mil crianças, aproximadamente, uma é autista ou apresenta um distúrbio semelhante, como a síndrome de Asperger. A ajuda para pessoas com autismo pode vir até de um maior conhecimento da população
quanto
às
suas
causas
características
e
estratégias
de
intervenção
psicoeducacionais. 3
A maioria das crianças autistas mostra um retardo grave e persistente na aquisição da teoria da mente. Até mesmo nos adultos com autismo encontrou-se esse déficit. A falta de atividades de indicação protodeclarativa1, isto é, servem para fazer comentários a respeito do mundo circundante a outras pessoas, e de atenção compartilhada no segundo ano de idade é um dos indicadores mais informativos de um possível decurso autista, esses comportamentos foram descritos como importantes precursores da teoria da mente. A ausência do jogo de faz de conta é um dos sintomas diagnosticáveis do autismo e já existem muitos experimentos sobre as dificuldades das crianças autistas para superar os testes de falsas crenças. Não há cura para o autismo, mas existem diversas técnicas e atividades educativas que podem ajudar a criança em seu caminho para um suficiente autocontrole, uma maior independência e em geral, uma vida melhor. Para complementar o trabalho inserimos um glossário com termos autisticos.
Glossário de Termos Autísticos
AAF - Autismo de Alto Funcionamento ABA - Aplied Behavioral Annalisys - análise do comportamento aplicada. ADHD - Attention Deficit Hyperactivity Disorders AHA - Autism Handcap Society - Uma das melhores e mais fortes associações existentes, formada por pais tem uma ótima pagina em http://www.aha.org API - Autismo precoce infantil . AS - Sindrome de Asperger . ASA - American Society for Autism ( Associação Americana de Autismo ) . Afasia - Incapacidade de COMUNICAR-se devida a lesão no córtice . CID-10 - Classificação Internacional de Doenças . DA - Défict de atenção . 1
Atos comunicativos com o propósito de comentar sobre um evento ou objeto presente no ambiente. A inabilidade em metarepresentar observada em alguns portadores de autismo justifica em parte a falta de motivação em apreender formas sociais de comunicação. Assim sendo, esses indivíduos emitem atos comunicativos protodeclarativos com pouca ou nenhuma freqüência( SARRIA E GOMES,1996; E TAGER- FLUSBERG,1997).
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DDA - Desordem de Déficit de Atenção . DE - Desarmonia evolutiva (DE)é uma terminologia francesa que hoje está adequada ao conceito de S. Asperger. DGD - Distúrbio Global do Desenvolvimento. DIS - Distúrbio da Integração Sensorial DIS - o cerebelo faz a integração das informações que chegam, e "filtra" o que não interessa; o cerebelo dos autistas é mal regulado e isso causa excesso de estímulos. Um contato, um toque, pode ser doloroso, como Temple Grandin descreve no seu "Uma Menina Estranha". Um som pode ser doloroso como o toque no nervo exposto de um dente (de novo, a Grandin); encostar em um metal frio pode ser horrível (Stephen Shore, em "Beyond the Wall"). Isso tudo é "Distúrbio da Integração Sensorial". DSM-IV - Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders ( Manual Diagnóstico e Estatístico dos Distúrbios mentais . Desarmonia Evolutiva - Desarmonia evolutiva (DE) é uma terminologia francesa que se adequa hoje ao conceito de S. Asperger. Ecolalia - Tendência a repetir automaticamente sons ou palavras ouvidas. Estereótipo - Reprodução fiel , fixo , inalterável . Em autismo é o nome que se dá a movimentos insistentemente repetitivos , dos quais muitos autistas parecem precisar . FGFC - Free gluten free casein. Flapping – abanar com as mãos. HFA - Autismo de Alta Funcionalidade. Hiperacusia - Acuidade auditiva exacerbada ; hiperestesia acústica , devida a irritação do nervo ótico . Hiperlexia - A definição básica para Hiperlexia seria "Desordem de linguagem com preciosa habilidade para leitura". A Associação Canadense de Hiperlexia e a Associação Americana de Hiperlexia apresentam variações descritas abaixo: 1) "Síndrome que interfere na linguagem e interação social, acompanhada de preciosa habilidade para ler". 2) "Desordem Profunda do Desenvolvimento com sintomas de comportamento autista , mas com uma forte habilidade visual para decodificar e preciosa habilidade para ler". IS - Integração Sensorial. LIBRAS - LInguagem BRAsileira de Sinais , utilizada por surdos. MMR - Measles, Mumps and Rubella (sarampo, caxumba e rubéola) diz-se da vacina tríplice viral. 5
PC - Paralisia cerebral PDD - Pervasive Developmental Disorder) Prosopagnosia - Pacientes com prosopagnosia só percebem quem está na sua frente ao ouvirem sua fala ou se fizerem associações quanto ao tipo de vestir, andar, etc. Em alguns casos , a dificuldade de percepção de faces está mais relacionada a aspectos visuais: as faces ficam distorcidas , borradas ou totalmente apagadas ; em outros , apesar de reconhecerem os detalhes das faces (ou seja , saberem se uma face é igual ou diferente de um a outra) , não sabem se conhecem a pessoa ou não ; em outras palavras , perdem a capacidade de perceber a familiaridade das faces. Q.E. - Quociente Emocional . Q.I. - Quociente Intelectual . Rocking - balançar-se para a frente e para trás. SA - Síndrome de Asperger . SD - Síndrome de Down, antigamente chamada de mongolismo. SGSC - Sem glúten e sem caseína; tradução livre de T.I.D. - Transtorno Invasivo do Desenvolvimento TB - Transtorno Bipolar, a antiga psicose maníaco-depressiva. TDA - Transtorno do Déficit de Atenção. TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é o nome que se dá a uma condição em que a pessoa, quando comparada a outra, da mesma idade e sexo, mostra uma sensível redução de habilidades para manter a atenção, controlar suas ações ou dizer algo sem pensar, regular as atividades físicas de acordo com a situação, ser motivada a ouvir os outros e compreender e acatar o que lhe foi dito. O TDAH é causado por uma pequena disfunção cerebral que torna a pessoa incapaz de pensar claramente, de ter um humor estável, de manter as fantasias e impulsos sob controle, de estar satisfatoriamente motivada na vida e de regular essa energia na proporção correta, dentro da situação em que se encontra. TEACCH - Treatment and Education for Autistic and Communication handicapped CHildren (Tratamento e educação para crianças autistas e com deficiência de comunicação) TGD - Transtorno Global do Desenvolvimento, ou Transtorno Abrangente do Desenvolvimento. TOC - Transtorno Obsessivo-Compulsivo. Tantrum - Birra, acesso de fúria. 6
Estereotipias - movimentos repetitivos, como balançar-se e rodar utilizando objetos ou o próprio corpo comumente as mãos. Termo técnico - Enfermagem
Referências Bibliográficas TEZZARI, M.L. (2010). Sala de recursos: Espaço de apoio a permanência de alunos psicóticos no ensino comum? Disponível em:< http://peadinclusao.pbworks.com >. Acesso em: 6/11/2010. SERRANO, A. Decifra-me: Só há um caminho para ensinar a criança autista: compreender o mundo pela singular perspectiva dela. Conheça o segredo. Guia Escolar Especial, São Paulo, nº2, p.16 -18, 2010. URBANSKI, L. Inclusão escolar e a necessidade. Disponível em: http://www.universoautista.com.br/autismo/modules/articles/article.php?id=34. Acesso em: 03 de Novembro de 2010. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura) SURIAN, L. Autismo –informações essenciais para familiares,educadores e profissionais da saúde – São Paulo: Paulinas,2010 –(Coleção psicologia & Sociedade) Sites pesquisados www.lateca-uerj.net/publicacoesdocs/efeitos http://www.autismo-br.com.br/home/dic-page.cgi
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