Faculdade Unisaber IBES - Instituto Brasileiro de Educação e Saúde
Curso de Graduação de Pedagogia
Bases Sociológicas da Educação
Brasília – DF 2013
1. CONCEITO DE SOCIOLOGIA A sociologia é uma área de interesse muito recente, mas foi a primeira ciência social a se institucionalizar. Antes, portanto, da ciência política e da antropologia. Em que pese o termo Sociologie tenha sido criado por Auguste Comte (em 1838), que esperava unificar todos os estudos relativos ao homem inclusive a história, a psicologia e a economia, Montesquieu também pode ser encarado como um dos fundadores da sociologia talvez como o último pensador clássico ou o primeiro pensador moderno. Em Comte, seu esquema sociológico era tipicamente positivista, (corrente que teve grande força no século XIX), e ele acreditava que toda a vida humana tinha atravessado as mesmas fases históricas distintas e que, se a pessoa pudesse compreender este progresso, poderia prescrever os "remédios" para os problemas de ordem social. As transformações econômicas, políticas e culturais ocorridas no século XVIII, como as Revoluções Industrial e Francesa, colocaram em destaque mudanças significativas da vida em sociedade com relação a suas formas passadas, baseadas principalmente nas tradições. A sociologia surge no século XIX como forma de entender essas mudanças e explicá-las. No entanto, é necessário frisar, de forma muito clara, que a sociologia é datada historicamente e que o seu surgimento está vinculado à consolidação do capitalismo moderno. Esta disciplina marca uma mudança na maneira de se pensar a realidade social, desvinculando-se das preocupações especulativas e metafísicas e diferenciando-se progressivamente enquanto forma racional e sistemática de compreensão da mesma. Assim é que a Revolução Industrial significou, para o pensamento social, algo mais do que a introdução da máquina a vapor. Ela representou a racionalização da produção da materialidade da vida social. O triunfo da indústria capitalista foi pouco a pouco concentrando as máquinas, as terras e as ferramentas sob o controle de um grupo social, convertendo grandes massas camponesas em trabalhadores industriais. Neste momento, se consolida a sociedade capitalista, que divide de modo central a sociedade entre burgueses (donos dos meios de produção) e proletários (possuidores apenas de sua força de trabalho). Há paralelamente um aumento do funcionalismo do Estado que representa um aumento da burocratização de suas funções e que está ligado majoritariamente aos estratos médios da população. O desaparecimento dos proprietários rurais, dos artesãos independentes, a imposição de prolongadas horas de trabalho, etc., tiveram um efeito traumático sobre milhões de seres humanos ao modificar radicalmente suas formas tradicionais de vida. Não demorou para que as manifestações de revolta dos trabalhadores se iniciassem. Máquinas foram destruídas, atos de sabotagem e exploração de algumas oficinas, roubos e crimes, evoluindo para a criação de associações livres, formação de sindicatos e movimentos revolucionários. Este fato é importante para o surgimento da sociologia, pois colocava a sociedade num plano de análise relevante, como objeto que deveria ser investigado tanto por seus novos problemas intrínsecos, como por seu novo protagonismo político já que junto a estas transformações de ordem econômica pôde-se perceber o papel ativo da sociedade e seus diversos componentes na produção e reprodução da vida social, o que se distingue da percepção de que este papel seja privilégio de um Estado que se sobrepõe ao seu povo. O surgimento da sociologia prende-se em parte aos desenvolvimentos oriundos da Revolução Industrial, pelas novas condições de existência por ela criada. Mas uma outra circunstância concorreria também para a sua formação. Trata-se das modificações que vinham ocorrendo nas formas de pensamento, originadas pelo Iluminismo. As transformações econômicas, que se achavam em curso no ocidente europeu desde o século XVI, não poderiam deixar de provocar modificações na forma de conhecer a natureza e a cultura. 2. CONCEITOS BÁSICOS DO QUE É SOCIOLOGIA 2.1. Fato Social São fatos exteriores e anteriores a existência do indivíduo e continuariam existindo mesmo que este não existisse ou deixasse de existir. São fatos que exercem coação ao indivíduo, ou seja, ao deixar de praticálos o indivíduo sofreria pressão por parte da sociedade até que se enquadrasse nos padrões vigentes.
2.2. Interação Social Uma ação coletiva entre dois ou mais indivíduos com objetivos em comum, que os faça conviver ou trabalhar juntos. 2.3. Grupo Social Conjuntos de indivíduos que interagem uns com os outros durante certo período de tempo. Dividem-se em: • Grupos primários - família, amigos, amigos de infância, de escola, ou seja, pessoas com quem o indivíduo interaja mais pessoalmente. • Grupos Secundários - Colegas em geral, vizinhos, professores, patrões, motoristas, secretárias, ou seja, pessoas que o indivíduo trata de maneira impessoal por não ter pouco ou nenhum contato íntimo, restrito. 2.4. Estratificação Social Processo que coloca as pessoas de uma sociedade em camadas (estratos) sociais diferentes, segundo suas condições econômicas, sob a forma de uma pirâmide: no alto, os mais ricos (minoria); na base, os mais pobres (maioria). 2.5. Classe Social Cada um dos estratos (camadas) da pirâmide, que constituem a sociedade. Cada classe tem seus valores, crenças, ideais que as distinguem de outras classes. 2.6. Comunidade e Sociedade • Comunidade– Grupo local, bastante integrado, com predominância de grupos primários: pessoais, informais, sentimentais, tradicionais, que envolvem o indivíduo como um todo. A cultura de uma comunidade é geralmente tradicional e homogênea, passada de pai para filho e resistente a influências externas. • Sociedade – Conjunto de grupos de indivíduos e instituições cujos relacionamentos são impessoais, formais, utilitários, especializados e geralmente baseados em contratos escritos. 2.7. Status Social e Papel Social • Status Social -Posição que o individuo ocupa num grupo social ou na sociedade (filha, aluna, funcionária) • Papel Social –Conjunto de funções que cada indivíduo desempenha em conseqüência do status que ocupa o PAPEL SOCIAL é o papel dinâmico do status. Se não desempenhado satisfatoriamente acarretará pressões, coerções. 3. CORRENTES SOCIOLÓGICAS A sociologia não é uma ciência de apenas uma orientação teórico-metodológica dominante. Ela traz diferentes estudos e diferentes caminhos para a explicação da realidade social. Assim, pode-se claramente observar que a sociologia tem ao menos três linhas mestras explicativas, fundadas pelos seus autores clássicos, das quais podem se citar, não necessariamente em ordem de importância: (1) a positivista-funcionalista, tendo como fundador Auguste Comte e seu principal expoente clássico em Émile Durkheim, de fundamentação analítica; (2) a sociologia compreensiva iniciada por Max Weber, de matriz teórico-metodológica hermenêuticocompreensiva; e (3) a linha de explicação sociológica dialética, iniciada por Karl Marx, que mesmo não sendo um sociólogo e sequer se pretendendo a tal, deu início a uma profícua linha de explicação sociológica. Estas três matrizes explicativas, originadas pelos seus três principais autores clássicos, originaram quase todos os posteriores desenvolvimentos da sociologia, levando à sua consolidação como disciplina acadêmica já no início do século XX. É interessante notar que a sociologia não se desenvolve apenas no contexto europeu. Ainda que seja relativamente mais tardio seu aparecimento nos Estados Unidos, ele se dá, em grande medida, por motivações diferentes que as da velha Europa (mas certamente influenciada pelos europeus, especialmente pela sociologia britânica e positivista de Herbert Spencer). Nos Estados Unidos, a Sociologia
esteve de certo modo "engajada" na resolução dos "problemas sociais", algo bem diverso da perspectiva acadêmica europeia, especialmente a teuto-francesa. Entre os principais nomes do estágio inicial da sociologia norte-americana, podem ser citados: William I. Thomas, Robert E. Park, Martin Bulmer e Roscoe C. Hinkle. A sociologia, assim, vai debruçar-se sobre todos os aspectos da vida social. Desde o funcionamento de estruturas macrossociológicas como o Estado, a classe social ou longos processos históricos de transformação social, até o comportamento dos indivíduos num nível microssociológico, sem jamais esquecer-se que o ser humano só pode existir na sociedade e que esta, inevitavelmente, lhe será uma "jaula" que o transcenderá e lhe determinará a identidade. Para compreender o surgimento da sociologia como ciência do século XIX, é importante perceber que, nesse contexto histórico social, as ciências teóricas e experimentais desenvolvidas nos séculos XVII, XVIII e XIX inspiraram os pensadores a analisar as questões sociais, econômicas, políticas, educacionais, psicológicas, com enfoque científico. O sociólogo dentro da organização intervem diretamente sobre os resultados da empresa, contribuindo com os lucros e resultados da organização. Quando a organização é observada e estudada, podem se verificar as falhas e assim alterar seu sistema de funcionamento e gerar lucro. 3.1.A sociologia como ciência da sociedade Ainda que a sociologia tenha emergido em grande parte da convicção de Comte de que ela eventualmente suprimiria todas as outras áreas do conhecimento científico, hoje ela é mais uma entre as ciências. Atualmente, ela estuda organizações humanas, instituições sociais e suas interações sociais, aplicando mormente o método comparativo. Esta disciplina tem se concentrado particularmente em organizações complexas de sociedades industriais assim como nas redes transnacionais e globalizadas que unificam ou associam fenômenos para além das fronteiras nacionais. Ao contrário das explicações filosóficas das relações sociais, as explicações da sociologia não partem simplesmente da especulação de gabinete, baseada, quando muito, na observação causal de alguns fatos. Muitos dos teóricos que almejavam conferir à sociologia o estatuto de ciência buscaram nas ciências naturais as bases de sua metodologia já mais avançada e as discussões epistemológicas já mais desenvolvidas. Dessa forma, foram empregados métodos estatísticos, a observação empírica e um ceticismo metodológico a fim de extirpar os elementos "incontroláveis" e "dóxicos" recorrentes numa ciência ainda muito nova e dada a grandes elucubrações. Uma das primeiras e grandes preocupações para com a sociologia foi eliminar juízos de valor feitos em seu nome. Diferentemente da ética, que visa discernir entre bem e mal, a ciência se presta à explicação e à compreensão dos fenômenos, sejam estes naturais ou sociais. Como ciência, a sociologia tem de obedecer aos mesmos princípios gerais válidos para todos os ramos de conhecimento científico, apesar das peculiaridades não só dos fenômenos sociais quando comparados com os fenômenos de natureza, mas também, consequentemente, da abordagem científica da sociedade. Tais peculiaridades, no entanto, foram e continuam sendo o foco de muitas discussões, ora tentando aproximar as ciências, ora as afastando e, até mesmo, negando às humanas tal estatuto com base na inviabilidade de qualquer controle dos dados tipicamente humanos, considerados sob esse ponto de vista imprevisíveis e impassíveis de uma análise objetiva. 3.2.Comparação com outras ciências sociais No começo do século XX, sociólogos e antropólogos que conduziam estudos sobre sociedades nãoindustrializadas ofereceram contribuições à antropologia. Deve ser notado, entretanto, que mesmo a antropologia faz pesquisa em sociedades industrializadas; a diferença entre sociologia e antropologia tem mais a ver com os problemas teóricos colocados e os métodos de pesquisa do que com os objetos de estudo. Quanto à psicologia social, além de se interessar mais pelos comportamentos do que pelas estruturas sociais, ela se preocupa também com as motivações exteriores que levam o indivíduo a agir de uma forma ou de outra. Já o enfoque da sociologia é na ação dos grupos, na ação geral. Já a economia diferencia-se da sociologia por estudar apenas um aspecto das relações sociais, aquele que se refere à produção e troca de mercadorias. Nesse aspecto, como mostrado por Karl Marx e outros, a pesquisa em economia é frequentemente influenciada por teorias sociológicas. Marx pode ser melhor
caracterizado como sociólogo por ter compreendido o capital como uma relação social entre detentores dos meios de produção e aqueles que vendem sua força de trabalho, portanto indo além de uma explicação de cunho econômico. Por fim, a filosofia social intenta criar uma teoria ou "teorias" da sociedade, objetivando explicar as variâncias no comportamento social em suas ordens moral, estética e histórica. Esforços nesse sentido são visíveis nas obras de modernos teóricos sociais, reunindo um arcabouço de conhecimento que entrelaça a filosofia hegeliana, kantiana, a teoria social de Marx e, ao mesmo tempo, Max Weber, utilizando-se dos valores morais e políticos do Iluminismo liberal mesclados com os ideais socialistas. À primeira vista, talvez, seja complexo apreender tal abordagem. Entretanto, as obras de Max Horkheimer, Theodor Adorno, Jürgen Habermas, entre outros, representam uma das mais profícuas vertentes da filosofia social, representada por aquilo que ficou conhecido como Teoria Crítica ou, como mais popularmente se diz, Escola de Frankfurt. Na década de 1950, na Inglaterra, uma vertente culturalizada do marxismo emerge criando a vertente conhecida como Estudos Culturais. Sociólogos como Raymond Williams, E. P. Thompson e Richard Hoggart buscam criar conhecimento a partir da experiência das classes populares, o que impulsionaria estudos sobre as classes subalternas ao invés das tradicionais pesquisas sobre os processos econômicos e políticos hegemônicos. Com a ascensão de Stuart Hall à direção do Centro de Estudos da Cultura Contemporânea de Birgmingham ganham forca as discussões sobre a experiência da colonização e de como as culturas europeias, particularmente a britânica, haviam sido construídas a partir da invenção de um Outro, o mundo colonizado nãoOcidental. Desdobramentos nesta perspectiva gerariam clássicos como "Orientalismo" do pesquisador palestinoamericano Edward W. Said e uma nova linha de pesquisas hoje conhecida como Estudos Pós-Coloniais. A partir da década de 1960, também ganham importância às críticas feministas à teoria social canônica, as quais progressivamente ganham reconhecimento. Desde a década de 1980, o feminismo tem sido incorporado em muitas teorias e pesquisas sociológicas, ainda que as principais reflexões nesta área pertençam a pesquisadoras com origem na filosofia como Judith Butler. No presente, questões de gênero e sexualidade têm se tornado cada vez mais presentes e não apenas como uma área de pesquisa, antes como uma necessária parte de qualquer investigação sociológica. Em especial, cabe sublinhar a crescente importância da teoria queer, uma vertente contemporânea do feminismo que conta, além da já citada Butler, com autoras. 3.3. Sociologia da Ordem e Sociologia da Crítica da Ordem A sociologia, em vista do tipo de conhecimento que produz, pode servir a diferentes tipos de interesses. A produção sociológica pode estar voltada para engendrar uma forma de conhecimento comprometida com emancipação humana. Ela pode ser um tipo de conhecimento orientado no sentido de promover um melhor entendimento dos homens acerca de si mesmos, para alcançarem maiores patamares de liberdades políticas e de bem-estar social. Por outro lado, a sociologia pode ser orientada como uma "ciência da ordem", isto é, seus resultados podem ser utilizados com vistas à melhoria dos mecanismos de dominação por parte do Estado ou de grupos minoritários, sejam eles empresas privadas ou centrais de inteligência, sendo orientada de acordo com o nível de relação sociedade-Estado vigente. As formas como a sociologia pode ser uma "ciência da ordem" são diversas. Ela pode partir desde a perspectiva do sociólogo individual, submetendo a produção do conhecimento não ao progresso da ciência por si mas da sociedade, assim como aos seus interesses materiais imediatos. Há, porém, o meio indireto, no qual o Estado, como principal ente financiador de pesquisas nas áreas da sociologia escolhe financiar aquelas pesquisas que lhe renderam algum tipo de resultado ou orientação estratégicas claras: pode ser tanto como melhor controlar o fluxo de pessoas dentro de um território, como na orientação de políticas públicas. Nesse sentido, o uso do conhecimento sociológico é potencialmente arriscado, podendo estabelecer mecanismos de dominação e informação salutares ou mesmo servir a finalidades antidemocráticas, autoritárias e arbitrárias. 3.4. A evolução da sociologia como disciplina A sociologia no mundo foi-se mostrando presente em várias datas importantes desde as grandes revoluções, desde lá cada vez mais foi de fundamental participação para a sociedade mundial e também brasileira.
Desde o início, a sociologia vem-se preocupando com a sociedade no seu interior, isto diz respeito, por exemplo, aos conflitos entre as classes sociais. Na América Latina, por exemplo, a sociologia sofreu influencias americanas e europeias, na medida em que as suas preocupações passam a ser o subdesenvolvimento, ela vai sofrer influências das teorias marxistas. No Brasil, nas décadas de 1920 e 1930, a sociologia estava num estudo sobre a formação da sociedade brasileira e analisando temas como abolição da escravatura, êxodos, e estudos sobre índios e negros. Nas décadas seguintes, de 1940 e 1950, a sociologia voltou-se para as classes trabalhistas, tais como salários e jornadas de trabalho, e também comunidades rurais. Na década de 1960, a sociologia se preocupou com o processo de industrialização do país, nas questões de reforma agrária e movimentos sociais na cidade e no campo e, a partir de 1964, o trabalho dos sociólogos se voltou para os problemas sociopolíticos e econômicos originados pela tensão de se viver em um país cuja forma de poder é o regime militar. Na década de 1980, a sociologia finalmente volta a ser disciplina no ensino médio, e também ocorreu a profissionalização da sociologia. Além da preocupação com a economia política e mudanças sociais apropriadas com a instalação da nova república, volta-se também em relação ao estudo da mulher, do trabalhador rural e outros assuntos. 4. CONCEITO DE EDUCAÇÃO No sentido mais amplo, educação é um processo de atuação de uma comunidade sobre o desenvolvimento do indivíduo a fim de que ele possa atuar em uma sociedade pronta para a busca da aceitação dos objetivos coletivos. Para tal educação, devemos considerar o homem no plano físico e intelectual consciente das possibilidades e limitações, capaz de compreender e refletir sobre a realidade do mundo que o cerca, devendo considerar seu papel de transformação social como uma sociedade que supere nos dias atuais a economia e a política, buscando solidariedade entre as pessoas, respeitando as diferenças individuais de cada um. Segundo o dicionário Aurélio, educação é o “processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social”. Paulo Freire nos diz que “a educação tem caráter permanente. Não há seres educados e não educados, estamos todos nos educando. Existem graus de educação, mas estes não são absolutos”. Afirmação tão coerente nos faz refletir sobre o processo educativo contínuo, como base de uma constante busca pela melhoria da qualidade da formação docente e discente. A ação educativa implica um conceito de homem e de mundo concomitantes, é preciso não apenas estar no mundo e sim estar aberto ao mundo. Captar e compreender as finalidades deste a fim de transformá-lo, responder não só aos estímulos e sim aos desafios que este nos propõe. Não posso querer transmitir conhecimento, pois este já existe, posso orientar tal indivíduo a buscar esse conhecimento existente, estimular a descobrir suas afinidades em determinadas áreas. A educação não tem uma fórmula pronta a seguir, a fórmula é criada, desvendada a cada passo em que estimulamos os nossos educandos, estes por sua vez têm seus conhecimentos prévios que devemos levar em consideração para acrescentar nessa “fórmula” do educar, inserir a história da comunidade no currículo da escola para que estas se incluam na educação trazendo assim motivação necessária ao processo de ensinoaprendizagem. “Educação é um processo contínuo que orienta e conduz o indivíduo a novas descobertas a fim de tomar suas próprias decisões, dentro de suas capacidades”. Educação é o desenvolvimento integral do indivíduo: Corpomente espírito, saúde, emoções, pensamentos, conhecimento, expressão, etc. Tudo em benefício da própria pessoa, e a serviço de seu protagonismo e autonomia. Mas também sua integração harmônica e construtiva com toda a sociedade. 4.1.Educação Engloba os processos de ensinar e aprender, de ajuste e adaptação. É um fenômeno observado em qualquer sociedade e nos grupos constitutivos destas, responsável pela sua manutenção e perpetuação a partir da transposição, às gerações que se seguem, dos modos culturais de ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajustamento de um membro no seu grupo ou sociedade. Enquanto processo de sociabilização, a educação
é exercida nos diversos espaços de convívio social, seja para a adequação do indivíduo à sociedade, do indivíduo ao grupo ou dos grupos à sociedade. Nesse sentido, educação coincide com os conceitos de socialização e endoculturação, mas não se resume a estes. A prática educativa formal observada em instituições específicas se dá de forma intencional e com objetivos determinados, como no caso das escolas. No caso específico da educação formal exercida na escola, pode ser definida como Educação Escolar. No caso específico da educação exercida para a utilização dos recursos técnicos e tecnológicos e dos instrumentos e ferramentas de uma determinada comuniade, dá-se o nome de Educação Tecnológica. 4.2. Educação e a Família Educação e família é um agente de socialização que tem como objetivo principal a transformação do homem biológico em um ser social.Esse processo nasce quando o bebê nasce à família vai desenvolver um papel importante. Socialização é tomar uma pessoa capaz de viver em sociedade.Família é uma idéia, é um modo de ordenar a vida social. Os homens se organizam de várias formas e uma delas é chamada de organização familiar. As transformações da família vêm acontecendo há muito tempo. A idéia que se tem de família não é o mesmo dos anos passados. O objetivo inicial a família era para suprir a necessidade básica do grupo. Exemplo; econômica, e em outra parte garantir uma velhice tranqüila.Família não é concreta. È uma idéia, comportamento e relações entre as pessoas. Essa família vem se transformando mostrando um perfil diferencial, principalmente no Brasil. Hoje existe uma forma de família nova, exemplo; o quanto cresce o numero de famílias chefiadas por mulheres. Esse fato traz conseqüências em vários aspectos no âmbito familiar.A família pode começar a ter novas funções, que antes era apenas de transmitir regras, etc. Ela vai acompanhando a sociedade e se conciliando ao longo do tempo. Antes tinha uma mistura da população entre o local de trabalho e moradia. A partir da Revolução Industrial muda, a família vai querer seu canto, separar ambiente de trabalho e casa, ou seja, o público separa do privado. Isso muda a noção de família Sendo assim a família passa a ser um lugar de privacidade e efetividade. Dando a idéia de “lar”.O conceito de família seria um grupo de pessoas ligadas por laços de casamento e/ ou efetivos, por consangüinidade ou adoção, constituindo um único lar... Onde seus membros interagem uns com os outros, através de seus papéis de pai, mãe, marido, esposa, filho e filha, e relacionam-se com os demais grupos da sociedade. Com esse avanço da privacidade vai aparecer nova forma de organização que vai chamar família nuclear que vai se contrapuser com a família extensa. Família nuclear- pai, mãe e filhos.Família extensa- crescida de agregados, agregando outros níveis de parentesco. O modelo ocidental é a família nuclear. A família de agregados tende a desaparecer, pois não tem como todas as pessoas se instalarem juntos, principalmente por questão de espaço. Sempre a uma figura central no núcleo familiar que pode ser a mãe (matriliniar) e o pai (patriliniar). O núcleo patriliniar, é o mais comum no caso brasileiro. E foi se consagrando como modelo. (diz Gilberto Freyre. A sociedade brasileira passa por muitas transformações e de certa forma refletem e espelham no que acontecem no mundo inteiro. Com as mudanças ocorridas vão se refletir também na educação, a família vai dividir com a escola o processo de socialização. No começo do século XX começa a divisão do papel com a escola, vai passar a determinar de que maneira a educação vai ser vista. Onde dessa forma cria a crise de identidade de família. Dentro da idéia de Gilberto Freyre ao longo do tempo, com as mudanças essa família se torna mais aberta para distorções, e é difícil encontrar uma família onde aceita o que o outro fala ou pensa. 4.3. Concepções de Infância e Juventude O século XXI trouxe a continuidade da discussão sobre a família, a criança, a adolescência e a juventude, e por extensão da educação e do papel da escola no processo de socialização e controle social.
As famílias antigamente viviam em ora grandes espaços, ora em casas pequenas cheia de gente, não encontravam sentimentos de amor conjugal, amor filial ou a valorização dos laços efetivos entre seus membros. Isso refletia na maneira de ver a criança, que praticamente não existia, não era vista. Quando se tem uma nova configuração de espaço das casas, com áreas como sala de jantar e o quarto, se criam condições necessárias para o sentimento de aconchego e domesticidade que antes não existiam.A partir daí, o modelo predominante nas sociedades ocidentais até hoje é o progresso da domesticidade e o surgimento da família conjugal.Infância é uma concepção ou representação que os adultos fazem sobre os primeiros anos de vida do homem. Arries em seu trabalho trata da descoberta da infância na Renascença e do surgimento de sentimento da infância. Ele concluiu que o sentimento de infância só foi expressivo no final do século XVII. A infância era vista como um período muito curto, durando apenas enquanto a criança era frágil. A criança aprendia as coisas na prática, vendo os adultos fazer. No final do século XVII houve uma mudança, inicio da escolarização, quando a escola substitui o aprendizado como meio de educação. Surgem os colégios, onde as crianças são mandadas, sendo separadas das famílias. A família começou a se organizar e viver em torno da criança e suas necessidades, (traços de família ocidental do sec. XIX e XX. Para Arries a juventude é a idade do século XVII, a infância sendo XIX e a adolescência XX. A criança deixa de ser brinquedo sexual dos adultos, percebendo a inocência da criança, e preservando-as. Passa assim a ter cuidado com a higiene e a saúde das crianças. Compreender o desenvolvimento físico e psicológico da criança passa a ser quase que uma exigência para a escola e o professor.O traço marcante da infância é a “falta”, onde tudo deve ser ensinado. Os processos de socialização alem da família será a escola.Com um sistema de ensino rigoroso os colégios assumem uma estrutura que se aproxima com a atual, ou seja, a duração da infância equivale à duração da escolaridade, que chega ao fim do século XVIII.Os colégios passam a ser a moderna expressão de como se deve tratar uma criança; Ao seu lado se tem os chamados manuais de boas maneiras, ou de civilidade. Rousseal contribuiu para a discussão de concepção de infância e o surgimento de colégio. Ele defende a pureza infantil e o sentimento com um verdadeiro instrumento do conhecimento e o mundo inteiro é que deve ser buscado e não o mundo da razão, sempre com o objetivo de transformar a criança em um adulto bom. Para ele a criança aprende por meio do exemplo, por palavras e por práticas observadas por adultos, daí a necessidade dos pais se preocuparem com as normas de civilidade e boas maneiras dos filhos, que são preparados pra viver em sociedade e ser civilizados. No século XIX surge à proteção a infância, da criança e do adolescente, surge instituições para cuidar disso e a educação aparece como um fator estruturante na sociedade.A infância deve ser entendida como um tempo social, construído historicamente de acordo com suas condições materiais e culturais que caracterizam determinado tempo e espaço. 4.4. AEscola como Instituição Social ESCOLA = AGENTE DE SOCIALIZAÇÃO, dentro desta socialização a escola foi modificada e analisada. Como se modificou? Não houve alternativa, a não ser modificar a forma como a escola trabalha e estabelece seus vínculos e relações com os seus clientes diretos e indiretos para que a instituição não apenas sobreviva, mas também para que ela se revigore e demonstre estar preparada para os desafios do novo milênio que começou há pouco. A reformulação/reestruturação das escolas pede, portanto, a atualização de suas práticas, projetos pedagógicos, estruturas de funcionamento, materiais e equipamentos, planejamentos, currículos e, diga-se de passagem, até mesmo da postura assumida pelos profissionais que atuam nas escolas. Num primeiro momento, por exemplo, é de essencial importância compreender os novos tempos e como as pessoas com as quais lidamos se modificaram em função do contexto atual. Globalização, novas tecnologias, integração de mercados, políticas públicas, questão ambiental, regionalismos, educação permanente, acirrada competição nos mercados internacionais e outras temáticas não podem passar despercebidas pela escola. Discutir as idéias e produzir um roteiro é etapas importantes do processo de criação.
Globalização, novas tecnologias, integração de mercados, políticas públicas, questão ambiental, regionalismos, educação permanente, acirrada competição nos mercados internacionais e outras temáticas não podem passar despercebidas pela escola. Sabemos da intensa, acelerada, vívida e, por vezes, dolorosa metamorfose pela qual passa o mundo. Assistimos televisão, nos plugamos na rede mundial de computadores, lemos jornais e revistas. Estamos atualizados quanto à informação, mas que uso faz de tudo aquilo que ficamos sabendo? Por exemplo, uma das constatações de pesquisadores dos mais diversos países, inclusive do Brasil, refere-se ao fato de que as novas gerações de habitantes do planeta são eminentemente visuais. ESCOLA = Objeto de socialização junto com a família vai ensinar os valores culturais, institucionais que são passados de geração para geração, a partir do século XVII inicia-se o processo de aprendizagem forma (Escola), Ex. Escola adota métodos, escolhe currículo, cria um regimento, normas, regras e um sistema de avaliação. 4.5. Processo De Individualismo O individualismo reflete o estilo de vida urbano. Esse processo vai ter início com o crescimento da cultura urbana, as pessoas deixaram suas casas para irem para a cidade grande. O individualismo nas culturas se torna cada vez mais importante para entender o funcionamento do mundo contemporâneo; por este motivo cada vez mais antropólogos contemporâneos têm tomado essa perspectiva como estudo das sociedades, já que é uma das formas de retratar mais adequadamente a complexidade das relações atuais. Pois, como diz Velho, a sociedade moderno-contemporânea é cheia de heterogeneidade e variedade de experiências e costumes. Perspectiva de “Individualismo e Cultura”. Falando de um crescente individualismo na sociedade contemporânea, cabe, aqui, fazer uma ressalva e distinguir os significados dos termos individualismo e individualidade no contexto geral, para que não haja confusões. Segundo o dicionário Aurélio, o termo individualidade serve para caracterizar o que constitui o indivíduo; o caráter especial ou particularidade que distingue uma pessoa ou coisa; e pode significar, no sentido figurado, personalidade. O individualismo, por sua vez, se trata da existência individual, do sentimento ou conduta egocêntrica. Cabe aqui também completar a seqüência de termos que estão inseridos neste contexto, começando por aquele que é raiz e dá origem aos outros termos, trata-se da noção de indivíduo. Indivíduo significa indiviso; o exemplar de uma espécie qualquer, orgânica ou inorgânica, que constitui uma unidade distinta; a pessoa humana considerada em suas características particulares, criatura; pessoa qualquer; sujeito, cidadão. O termo individual é relativo a indivíduo; peculiar a, ou executado por uma só pessoa. Individualizar é o caráter de tornar - se individual. 4.6. A Escola e o Controle Social Controle social é um conjunto heterogêneo de recursos materiais e simbólicos disponíveis em uma sociedade para assegurar que o individuo se comportem de maneira previsível e de acordo com regras e preceitos vigentes. Esse controle social é importante na educação pra ver como a escola enquanto instituição funciona. A sociedade precisa de normas e regras para convivências com os indivíduos, onde essas regras vão ser construídas da partir do momento que determinados valores passam a ser importantes para a organização daquela sociedade ou grupo social. Para que isso funcione foi criado um mecanismo de controle. O controle social é uma relação de “poder”, pois nem todos podem exercer esse controle. Entra o controle social no momento em que cada individuo deve desempenhar seu papel para o funcionamento perfeito da sociedade. Existem instituições encarregadas pra exercer esses controles. Padrão de comportamento surge a partir do momento em que os valores vão ser obrigatórios, e que são aceitos pela sociedade ou não. O comportamento seria um conjunto de atitudes e reações que tem o individuo em face e em relação ao seu meio social. Os indivíduos pode não aceitar certos padrões impostos, que é o que se chama de comportamento desviante. Esses padrões sociais de comportamento são construídos socialmente.
Através do controle social é que a sociedade vai ter seus vários agentes de socialização, e a escola é um deles que vai gerar mecanismo a adotar aquele comportamento com modelo aceito. Um dos mecanismos mais utilizados pela sociedade são a persuasão e a coerção e uma das maneiras mais utilizadas para exercer essa persuasão e coerção são os meios de comunicação de massa. O controle social pode ser negativo, positivo, formal, informal, interno e externo. Alguns teóricos trabalharam mais a questão da transformação social, sendo eles: Karl Marx, Pierre Bourdieu, Michael Foucault, Segundo Freud. 4.7. A Escola e o Desvio Social Desvio social ou comportamento desviante define-se aquele cujo comportamento não correspondeu ao esperado pelo grupo social. 4.7.1.Fatores Facilitadores do Desvio Social Falha no processo de socialização Sanções fracas Não compreensão das normas sociais Execução injusta ou corrupta da lei Devemos observar que o fato de existir um conjunto de punições e sanções não é suficiente para garantir que não haja desvios de comportamento na sociedade. Seria interessante se os códigos de postura instituíssem recompensas para os casos de conformidade, o que deveria ser vir de motivação para os indivíduos, mas não seria suficiente, uma vez que se observa que a maioria das pessoas que apresentam desvio de comportamento, tem como objetivo romper com a ordem preestabelecida. Esse rompimento pode estar relacionado com o desejo de mudança ou até mesmo a transformação da sociedade em que vive. Nem todos os comportamentos que desafiam a ordem estabelecida, podem ser definidos como desvio social. Para se caracterizar desvio, é preciso que o indivíduo apresente um comportamento que infrinja alguma norma ou regra aceita pelo seu grupo social. As teorias sociológicas do desvio podem ser agrupadas em três correntes: Regulação Social – Considera a oposição entre os desejos e as pulsões individuais e as regras impostas pela sociedade; Contradição Social – De acordo com essa teoria, a motivação para o desvio é um produto social, não aceita a idéia de que essa motivação estaria inscrita na natureza humana; Cultural – Onde pode haver conflito entre o que o indivíduo interioriza como sendo as normas do seu grupo e as normas legais dominantes da sociedade. 4.7.2. Comportamento Desviante: A idéia de comportamento desviante deve ser analisada a partir dos valores da própria sociedade que estabeleceu o padrão a ser seguido. O que é considerado desvio social para um grupo, pode não ser para o outro. E só é considerado desvio quando for não majoritariamente aceito pela sociedade. Em todas as sociedades são criados grupos de regras a ser seguidas, e são criados mecanismos de controle para garantir que assim aconteça, e sanções para o caso de rompimento. Quem não aceita a imposição das normas e adota um comportamento de transgressão, passa a ser marginalizado pela sociedade. Mas devese lembrar que pode tratar-se de um indivíduo que está tentando mudar, transformar a sociedade em que vive. E em alguns casos, basta apenas orientá-lo para que deixe de apresentar o comportamento indesejado. É preciso tomar cuidado para não olhar para todo e qualquer comportamento desviante, como algo ruim ou negativo, pode perfeitamente ser o prenúncio de alguma coisa nova, e que se mostrará melhor para o grupo. 4.8.Mudança Social Transformação social, mudanças, o dinamismo do social - significa que só o homem tem a possibilidade de mudar o meio que vive necessidades, ambientes, etc.
4.8.1.Características das Mudanças Sociais Mudanças sociais temporários Mudanças sociais permanentes Mudanças sociais coletivas Mudanças sociais alteram a estrutura social, as mudanças sociais mudam história do grupo ou de toda a humanidade, as mudanças sociais reforçam o papel de sujeito da historia do homem, nos somos os agentes da nossa historia, as mudanças sociais são localizadas e mapeadas no tempo,significa conduzir de adequar rupturas mudanças. 4.8.2. Causas Das Mudanças Sociais Originam De Fatores Tanto Externos Tantos Internos. Fator externo ligado transformar num todo ou num grupo. Fator interno ligado a anseios a não aceitação, se rebelam e transforma Fator determinante vai ver quatro deles. Fatores determinantes geográficos, impostas pela natureza onde o grupo vivia condições geográficas, local onde vivia que gera mudanças. Fatores determinantes biológicos historiam da humanidade como acontece acompanha através da historia. Fatores determinantes sociais, grandes revoluções, guerras. Fatores determinantes culturais, movimentos culturais geram o tipo de sociedade outra forma de organização social. Perceber qual a fonte dessas mudanças, da onde vem o extremo inicial para acontecer o impacto na vida social, tentar perceber igual a direções vão essas mudanças num todo, se ela pode ser controlada, freada ou acelerada se necessário através da mudança social e de sua ação sobre a educação, tem pessoas mais capacitadas para criticas social e para a promoção de outras mudanças.Conflitos ter um aspecto de transformar uma mudança benéfica. Fatores determinantes promotor de mudanças sociais podem ser conflitos, garantir à estabilidade a sociedade.Significa momento de ordem pode ser fraquejada ou questionada mais não necessariamente mudada, pode ser uma troca de idéias, a mudança é benéfica quase sem aspecto de não corresponder os interesses, gerar conflitos.Sociedade moderna aberto a mudanças, qualquer o temor perde o ponto de equilíbrio gera o conflito para já trazer harmonia ou resgatar a estabilidade. Como fica a educação nesse processo asserção pedagógica e a mudança social a educação deve ser analisadas dentro de um contesto, se mudar o contesto então se mexe na educação.A formação dos alunos críticos mais desenvolvidos prepara para a vida social, agentes promotor da mudança social. Educação e escola difundem novos valores, novas aliados padrões de comportamentos, altera funções. O homem é o sujeito da mudança da sua própria historia tem o potencial de transformar a educação, objetivo transformar o cidadão critico e consciente, forma de fazer isso a busca do autoconhecimento, colaborar com os problemas na sala de aula o desenvolvimento deles, formação, cultura, não só consumismo, construir a cidadania, mudanças sociais voltada para o bem da coletividade como um todo, a mudança social significa evolução social, avanços ou adaptações como devemos reagir com as mudanças. 4.9. Estratificação Social Quando se fala em estratificação social se está falando da diferenciação de formas hierárquicas de indivíduos e grupos em posições (status), estamentos ou classes. A estratificação social pode ser feita através de: a) Castas compostas de um número muito grande de grupos hereditários. Os papéis das pessoas na sociedade são determinados por sua ascendência (posição que os pais ocupavam na sociedade). Esse é um modelo de estratificação que não apresenta nenhuma possibilidade de mudança de posição social, por isso é chamado de fechado, pois a pessoa que pertence a uma casta só se pode casar com um membro da mesma casta. Ex. na Índia a estrutura de castas tem natureza religiosa.
b) Estamentos: constituem uma forma de estratificação social com camadas sociais mais fechadas do que as das classes sociais e mais abertas do que as das castas, motivo pelo qual é chamada semi-aberta, ela na verdade é estática não muda, se você fazia parte da burguesia morreria burguês. Os Estamentos são reconhecidos por lei e geralmente ligados ao conceito de honra, ou seja, o prestigio é o que determina a posição da pessoa na sociedade. Ex.: a sociedade medieval. c) Classes: constituem uma forma de estratificação social onde a diferenciação entre os indivíduos é feito de acordo com o poder aquisitivo. Não há desigualdade de Direito, pois a lei prevê que todos são iguais, independente de sua condição de nascimento, mas há desigualdade de fato, como é facilmente perceptível por todos. Ex.: as sociedades Capitalistas.Resumindo uns mandam e outros obedecem. 4.9.1.Formas de estratificação social A estratificação social indica a existência de diferenças, de desigualdades entre pessoas de uma determinada sociedade. Ela indica a existência de grupos de pessoas que ocupam posições diferentes. São três os principais tipo de estratificação social: Estratificação econômica: baseada na posse de bens materiais, fazendo com que haja pessoas ricas, pobres e em situação intermediária; Estratificação política: baseada na situação de mando na sociedade (grupos que têm e grupos que não têm poder); Estratificação profissional: baseada nos diferentes graus de importância atribuídos a cada profissional pela sociedade. Por exemplo, em nossa sociedade valorizamos muito mais a profissão de médico do que a profissão de pedreiro. Os sistemas sociais mais conhecidos quando se fala em estratificação são a escravidão, as castas e os Estados, que se constitui na divisão da população por meio da lei, e a estratificação baseada nas diferenças de classes sociais 4.10. Legislação brasileira No Brasil, a educação é regulamentada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério. 4.10.1.
PDE – Plano de desenvolvimento da Educação
A principal meta do PDE é uma educação básica de qualidade, para isso deve-se investir na educação profissional e na educação superior. Para isso se tornar realidade deve acontecer o envolvimento de todos: pais, alunos, professores e gestores, em busca da permanência do aluno na escola. Com o PDE o Ministério da Educação pretende mostrar tudo o que se passa dentro e fora da escola e realizar uma grande prestação de contas. As iniciativas do MEC devem chegar a sala de aula para beneficiar a criança para atingir a qualidade que se deseja para a educação brasileira. O PDE foi editado no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal e este por premissas a visão sistêmica da educação, a sustentação da qualidade do ensino e a prioridade a educação básica. 4.11. Níveis de ensino A Escola da Ponte é uma fundação de ensino exemplar em Portugal que, ao longo de sua história, desenvolveu, importou e inspirou métodos de ensino tidos como inovadores. AUniversidade de Coimbra é um exemplo da educação formal de nível superior em Portugal. É a mais antiga do país. 4.11.1No Brasil De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação a educação no Brasil se divide em: Educação Infantil (antigo pré-escolar)
Ensino Fundamental (antigo primeiro grau) Ensino Médio (antigo segundo grau) Ensino Superior Educação de Jovens e adultos (antigo supletivo) Ensino Técnico 4.11.2. Ensino público É a forma de ensino em que o estado é a instituição patrocinadora da escola ou universidade de referência. No Brasil, o ensino público para escolas de ensino fundamental é famoso por geralmente ter uma qualidade inferior que o ensino privado, com raras exceções como o Colégio Militar ou o tradicional Colégio Pedro II do Rio de Janeiro de ensino federal está constantemente entre as melhores escolas do país. Porém, para ensino médio, o ensino público consegue obter escolas de qualidade, como por exemplo os Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFET), as ETECs e os Colégios de Aplicação das universidades públicas. O ensino público para o ensino superior costuma ter melhores professores e vestibulares mais concorridos que no ensino particular, porém é comum possuir menos equipamentos. 4.11.3. Ensino fundamental É uma das etapas da educação básica no Brasil. Tem duração de nove anos, sendo a matrícula obrigatória para todas as crianças com idade entre seis e 14 anos. A obrigatoriedade da matrícula nessa faixa etária implica na responsabilidade conjunta: dos dos pais ou responsáveis, pela matrícula dos filhos; do Estado pela garantia de vagas nas escolas públicas; da sociedade, por fazer valer a própria obrigatoriedade. Regulamentado por meio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em 1996, sua origem remonta ao Ensino de Primeiro Grau, que promoveu a fusão dos antigos curso primário (com quatro a cinco anos de duração), e do curso ginasial, com quatro anos de duração, este último considerado, até 1971, ensino secundário. A duração obrigatória do Ensino Fundamental foi ampliada de oito para nove anos pelo Projeto de Lei nº 3.675/04, passando a abranger a Classe de Alfabetização (fase anterior à 1ª série, com matrícula obrigatória aos seis anos) que, até então, não fazia parte do ciclo obrigatório (a alfabetização na rede pública e em parte da rede particular era realizada normalmente na 1ª série). Lei posterior (11.114/05) ainda deu prazo até 2010 para estados e municípios se adaptarem.Passando agora a se configurar dessa maneira: Alfabetização = 1º ano 1ª série = 2° ano 2ª série = 3° ano 3ª série = 4° ano 4ª série = 5° ano 5ª série = 6° ano 6ª série = 7° ano 7ª série = 8° ano 8ª série = 9° ano 4.12.Organização O ensino fundamental possui uma organização convencional que acaba caracterizando-o em dois ciclos. O primeiro que corresponde aos primeiros cinco anos (chamados anos iniciais do ensino fundamental) é desenvolvido, usualmente, em classes com um único professor regente. O segundo ciclo corresponde aos anos finais, nos quais o trabalho pedagógico é desenvolvido por uma equipe de professores especialistas em diferentes disciplinas. Essa forma de organização do ensino fundamental remonta à antiga divisão do ensino primário em relação ao primeiro ciclo do ensino secundário (ginasial). Nos primeiros anos, as crianças e adolescentes são estimulados através de atividades lúdicas, jogos, leituras, imagens e sons, principalmente no primeiro nível. Através dos vários processos pedagógicos, busca-se conduzir a criança ao conhecimento do mundo pessoal, familiar e social.
Nos anos finais, os adolescentes aprofundam os conhecimentos adquiridos no ciclo anterior e iniciam os estudos das matéria que serão a base para a continuidade no ensino médio. Ensino doméstico ou domiciliar é "aquele que é leccionado, no domicílio do aluno, por um familiar ou por pessoa que com ele habite"[1], em oposição ao ensino numa instituição tal como uma escola pública, privada ou cooperativa, e ao ensino individual, em que o aluno é ensinado individualmente por um professor diplomado, fora de uma instituição de ensino (mesma fonte). 4.13.História Antes da criação da escolaridade obrigatória e subsequente criação de instituições públicas de ensino, a maioria da educação em todo o mundo decorria no seio da família ou comunidade[carece de fontes?], e apenas uma pequena proporção da população se deslocava a escolas ou empregava tutores. Por exemplo, no ano de 1900, já após a Reforma de João Franco e Jaime Moniz (Decretos de 22/12/1894 e 14/8/1895), o "ensino liceal" português contava ainda 247 dos 4606 alunos (5%) em ensino doméstico . 4.14.Métodos O ensino doméstico é sempre a partir de casa e os tutores ou professores são pessoas da própria família ou comunidade, regra geral os pais. Este ensino pode ou não ser apoiado por uma escola, que pode providenciar explicações para os pais-tutores, ou um ambiente social para que a criança possa passar algumas horas da semana com outras crianças da mesma idade que frequentam a escola. O currículo pode ser dirigido, sendo bastante semelhante ao existente nas escolas, ou os pais-tutores podem seguir um currículo livre, ou mesmo a ausência de currículo, permitindo à criança que aprenda de forma auto-didáctica. Esta última forma de ensino doméstico teve como principal proponente o educadoramericanoJohn Holt (1923–1985), que cunhou o termounschooling ("des-escolar") em 1977 na sua revista Growing Without Schooling. 4.15.Motivações As motivações para educar uma criança em casa podem incluir os seguintesfactores religiosos ou ideológicos; liberdade de currículo, ou até a ausência do mesmo; possibilidade de experimentar modelos educativos alternativos; ensino adaptado às necessidades da criança, por exemplo um ensino mais exigente do que é dado nas escolas; flexibilidade de horários; mobilidade geográfica dos pais. 5. SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO A sociologia da educação é uma disciplina que estuda os processos sociais do ensino e da aprendizagem. Tanto os processos institucionais e organizacionais nos quais a sociedade se baseia para prover educação a seus integrantes, como as relações sociais que marcam o desenvolvimento dos indivíduos neste processo são analisados por esta disciplina. A Sociologia da Educação é a vertente da Sociologia que estuda a realidade socioeducacional e os processos educacionais de socialização. Tem como fundadores Émille Durkheim, Karl Marx e Max Weber. Durkheim é o primeiro a ter uma Sociologia da Educação sistematizada em obras como Educação e Sociologia, A Evolução Pedagógica na França e Educação Moral. A Sociologia da Educação oportuniza aos seus pesquisadores e estudiosos compreender que a educação se dá no contexto de uma sociedade que, por sua vez, é também resultante da educação. Também oportuniza compreender e caracterizar a inter-relação ser humano/sociedade/educação à luz de diferentes teorias sociológicas.
A Associação Internacional de Sociologia possui o Comite de Pesquisas em Sociologia de Educação desde 1971. No Brasil, um dos pioneiros na Sociologia da Educação foi Fernando Azevedo, signatário do Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova em 1932, responsável pela Reforma do Ensino no então Distrito Federal (1927). Foi ainda um dos intelectuais responsáveis pela fundação da Universidade de São Paulo - USP em 1934. O estudo de sociedades culturalmente diferentes oferece ferramentas importantes nesta análise. O conhecimento de como diferentes culturas se reproduzem e educam seus indivíduos permite uma aproximação dos processos mais estruturais que compõem a educação de uma forma mais ampla. A sociologia da educação é a extensão da sociologia que estuda a realidade socioeducacional. Oportuniza aos pesquisadores compreender que a educação se dá no contexto da sociedade, e não apenas na sala de aula, caracterizando a relação que há entre ser humano, sociedade e educação através de diferentes teorias sociológicas. Segundo Durkheim, a sociologia da educação serviria para os futuros professores para uma nova moral laica e racionalista, sem influência religiosa. A sociologia da educação começou a se consolidar por Marx e Engels, como o pensamento sobre as sociedades de seu tempo, criando uma relação de educação e produção. As concepções deles têm como início a revolução industrial, criando a educação politécnica, que combina a instituição escolar com o trabalho produtivo, acreditando que dessa relação nasceria um dos mais poderosos meios de transformação social. Em suma, a sociologia foi criada pela necessidade do sistema capitalista, fazendo a junção do conhecimento ao trabalho para assim ter uma obtenção maior de lucro no trabalho e na produção.A importância da Sociologia para os futuros docentes está,especialmente, em fornecer-lhes instrumentos para a análise da sociedade, ajudá-los a pensar o lugar da educação na ordem social e a compreender as vinculações da educação com outras instituições (família, comunidade, igrejas, dentre outras). Isso significa tornar mais claros os horizontes de sua prática profissional e sua relação com a sociedade histórica e contemporânea. 5.1. Os Primeiros Grandes Sociólogos: A Educação Como Tema e Objeto de Estudo Entende-se educação como um caminho para propiciar o pleno desenvolvimento da personalidade, das aptidões e das potencialidades, tendo como fim último o exercício pleno da cidadania. De acordo com TEDESCO(2004, p. 34), educação [...] é mais do que apenas a transmissão de conhecimentos e a aquisição de competências valorizadas no mercado. Envolve valores, forja o caráter, oferece orientações, cria um horizonte de sentidos compartilhados, em suma, introduz as pessoas numa ordem moral. Por isso mesmo, também deve dar conta das transformações que experimenta o contexto cultural imediato em que se desenvolvem as tarefas formativas, ou seja, o contexto de sentidos e significados que permite que os sistemas educacionais funcionem como meio de transmissão e integração culturais. De acordo com LAKATOS (1979, p. 23), a sociologia da educação “examina o campo, a estrutura e o funcionamento da escola como instituição social e analisa os processos sociológicos envolvidos na instituição educacional”. 5.1.1. Auguste Comte Foi Auguste Comte (1798-1857) quem deu o primeiro passo e a quem é atribuído o uso, pela primeira vez, da palavra sociologia. É de Comte também a preocupação de dotar a sociologia de um método, preferencialmente alguma coisa bem parecida com os métodos usados pelas ciências naturais, para que não restassem dúvidas sobre o fato de ser ela uma ciência – a física social, como ele a definia inicialmente. Acreditava ser necessário que fossem elaboradas leis do desenvolvimento social, isto é, leis que deveriam ser seguidas para que a vida em sociedade fosse possível. Essa maneira de ver a sociedade (como alguma coisa passível de ser controlada apenas por normas, regras e leis) e a sociologia (como a ciência que se encarregaria de fornecer os instrumentos para isso), se dá no contexto do Positivismo. Comte priorizou a noção de consenso, que se apoiaria em idéias e crenças comuns, se não a todos, ao menos à maioria da sociedade, e na supremacia do todo sobre as partes. 5.1.2. Èmile Durkheim
Durkheim analisou as estruturas e instituições sociais, bem como as relações entre o indivíduo e a sociedade, analisando as novas relações de poder que se configuravam na Europa da sua época. Via a educação como um processo contínuo e como um caminho em direção à ordem e à estabilidade, conforme determinados valores éticos fossem passados. Dizia também que a sociedade é mais do que a soma de seus membros e que, portanto, deveriam ser analisadas suas interações e o sistema que daí se originaria. Enfatiza em sua obra que o comportamento dos grupos sociais não pode ser reduzido ao comportamento dos indivíduos que fazem parte desse grupo. Parte da noção de fato social, isto é, a maneira de pensar, agir e sentir de um grupo social, entendendo a sociedade como um conjunto de fatos sociais que só poderiam ser estudados se fossem tratados como coisas. Caracterizou o fato social como sendo comum a todos os membros da sociedade ou à sua maioria (princípio da generalidade); externo ao indivíduo, isto é, que existe independentemente da sua vontade (princípio da exterioridade); coercitivo, uma vez que acaba por pressionar os indivíduos para que sigam o comportamento esperado, estabelecido como sendo o padrão (princípio da coercividade). Daí a possibilidade concreta que Durkheim percebeu de se poder tratar o fato social como “coisa”. Distingue dois tipos de sociedades, pautadas no que chamou de solidariedade mecânica e solidariedade orgânica, dependendo da intensidade dos laços que unem os indivíduos. Para ele, as sociedades antigas apresentavam a divisão do trabalho fundamentada na solidariedade mecânica. Nesta, cada indivíduo conseguia realizar um conjunto de atividades onde havia um pequeno número de habitantes e certa semelhança de funções permitindo a um indivíduo ou a outro executar tais ou quais tarefas devido à aproximação entre elas. (VIEIRA, 1996, p. 53). A sociologia da educação para Durkheim seria um esforçono sentido de refletir sobre os processos da ação educativa no intento de conhecê-los, explicá-los e exprimir a sua natureza, o que deve ser acompanhado pela observação histórica do seu processo evolutivo e, tendo por base o conhecimento científico da sociedade e da educação, é possível encontrar caminhos para a tomada de decisões ou as reformas sociais. (TURA, 2002, p. 39). 5.1.3. Karl Marx Karl Marx (1818-1883) vê a sociedade como um todo composto de várias partes, como a economia, a política e as idéias (a cultura). Mas, para ele, a economia seria a base de toda a organização social e as explicações para os fenômenos sociais viriam do aprofundamento da análise econômica. Marx pensou de forma crítica sobre o Estado, que de alguma forma legitimaria a apropriação por uma minoria dos meios de produção, com o objetivo de explorar a força de trabalho do proletariado, classe que para Marx seria a classe revolucionária. Mas, para tanto, a classe operária deveria conhecer a si mesma em termos teóricos, ao mesmo tempo em que implementaria uma prática social que seria reflexo dessas escolhas conscientes. Parte da premissa de que é em torno da produção que a sociedade se organiza, sendo o homem o sujeito de sua própria história, a partir do trabalho e das atividades criativas que desenvolve. É pelo trabalho, segundo Marx, que o homem se constrói e é em torno da produção que toda a sociedade se organiza as condições de trabalho são determinantes. Entretanto, para que a transformação se realize, a partir da atuação do proletariado, é preciso que a prática seja orientada pela teoria. Daí a importância da sociologia para Marx. De acordo com Costa (2005, p. 125), Para Marx, a sociedade é constituída de relações de conflito e é de sua dinâmica que surge a mudança social. Fenômenos como:luta, contradição, revolução e exploração são constituintes dos diversos momentos históricos e não disfunções sociais. A noção de classe social é fundamental na análise que Marx faz dos problemas oriundos, a seu ver, da nova ordem instaurada pelo capitalismo, pautada, segundo ele, na exploração da força de trabalho (classe dominantea burguesia,sobre classe dominada o proletariado). Para ele, a mudança social estaria relacionada com a luta de classes e os estudos sociológicos deveriam ter como objetivo a transformação social, que só aconteceria a partir da destruição do capitalismo e sua substituição pelo socialismo. O materialismo-dialético propõe exatamente que sempre se procure perceber que de um embate, de um conflito, sempre surge alguma coisa nova e diferente daquelas que o originaram. A maneira como as forças produtivas e as relações de trabalho está organizada é o que mostraria como a sociedade se estrutura, uma vez que as forças produtivas compõem o que ele chamou de condições materiais de existência, constituindo-se nas mais importantes formas de relações humanas.
Diante de tudo isso, não é difícil imaginar como Marx via o processo educativo. Não acreditava na idéia de que a educação poderia ser a atividade que seria capaz de promover por si mesma a transformação que a sociedade necessitaria, segundo seu ponto de vista, a atividade do educador era par te do sistema e, portanto, não podia encaminhar a superação efetiva do modo de produção entendido como um todo. O educador não deveria nunca ser visto como um sujeito capaz de se sobrepor à sua sociedade e capaz de encaminhar a revolução e a criação de um novo sistema. A atividade do educador tem seus limites, porém, é atividade humana, é práxis. É intervenção subjetiva na dinâmica pela qual a sociedade existe se transformando. Contribui, portanto, em certa medida, para fazê-lo-se da história. (KONDER, 2002, p. 19-20) Max Weber (1864-1920) irá analisar a sociedade de seu tempo, quando o capitalismo se consolida como modo de produção, e travará um diálogo profundo com a obra de Marx, de quem discordará em muitos pontos. Partia do princípio de que, para entender a sociedade, era preciso entender a ação do homem, tentando compreender, explicar e interpretar o social em análises não valorativas, sempre considerando seu caráter dinâmico. Afasta-se de Marx ao explicar a sociedade a partir das relações estabelecidas pelos homens no capitalismo, e não apenas a partir da economia. Para ele, há vários grupos sociais em sociedades diferentes, com culturas diferentes e que devem ser consideradas, inclusive na ação educativa. Não nega a luta de classes, mas não enxerga aí todas as causas e/ou possibilidades de mudanças sociais. Sua sociologia compreensiva tem como premissa básica que para entender a sociedade capitalista em seus sistemas sociais e intelectuais, seria necessário compreender a ação do homem em interação. Pautado no recurso metodológico do tipo ideal, preocupava-se com o estudo da ação social e da interação, vista por ele como o processo básico de constituição do ser social, da cultura e da própria sociedade, sempre partindo de uma base teórico-metodológica consistente. É o pioneiro nos estudos empíricos na sociologia. Base da interação social, a comunicação é um aspecto fundamental do pensamento weberiano e exigiria a compreensão das partes envolvidas. Na medida em que há uma aceitação das semelhanças e diferenças entre os indivíduos, e certa padronização na forma de pensar e de agir a partir de valores e padrões que foram interiorizados, tem-se o equilíbrio social, objetivo maior a ser alcançado na vida social. Assim, o importante para Weber é entender como e por meio de que tipo de relações sociais se mantém o modelo de sociedade e de que maneira os processos de dominação estruturariam a vida social. Considera que os valores cultivados pelo indivíduo dizem respeito ao seu lugar ideal na sociedade, à sua posição, e não apenas ao fato de ser ou não possuidor dos meios de produção. Mas, talvez, a maior contribuição de Weber esteja no fato de que ele, por meio de suas análises da escola, trouxe para a sociologia da educação novos temas para serem discutidos, muitos deles ainda bastante atuais, especialmente aqueles ligados com a questão da dominação e reprodução social. E mesmo não produzindo uma teoria sociológica da educação, em muito contribui para a percepção do papel e da função da educação, os sistemas escolares e a ordem burocrática e das diferentes formas de acesso à educação; enfim o processo educativo, sua estrutura, funcionamento e ideologia. 5.2. As Teorias Sociológicas e a Educação Para Gramsci, por exemplo, a cultura seria o espaço no qual se travaria a luta de classes e, portanto, seria por meio de uma revolução cultural que se poderia mudar a estrutura da sociedade. Destaca, então, o papel fundamental que a escola e os intelectuais exerceriam nesse processo, estratégias para que o sucesso pudesse ser alcançado. Essa escola, que chamou de única (e unitária do ponto de vista do conhecimento) seria freqüentada tanto por operários quanto por intelectuais, todos recebendo uma formação profissional e a cultura clássica. Esse processo resultaria na formação do intelectual orgânico, comprometido com sua classe social e com um saber (erudito e técnico-profissional). Acreditava que somente dessa maneira não se teria mais a separação entre trabalho intelectual e trabalho material, possibilitando que esse intelectual fosse promotor da mobilização política que levaria à revolução cultural que, por sua vez, transformaria a sociedade. Já Althusser identificava-se bastante com o marxismo, sendo, portanto, crítico do capitalismo e engajado com as questões do seu tempo e do seu país, especialmente o maio de 19684. Concorda, mas vai além de Marx ao discutir o conflito e fazer uma conexão entre a educação e o que chamou de aparelhos ideológicos de Estado, certos dispositivos que quando acionados tendem a manter as classes dominantes no poder. As instituições escolares seriam um desses aparelhos e funcionariam como aparelhos de reprodução e alienação, meios através dos quais o Estado exerceria o controle da sociedade, sem utilizar a violência e/ou a
repressão, gerando e mantendo a reprodução social e submetendo o indivíduo à ideologia dessa classe dominante. A escola seria, então, o aparelho ideológico mais expressivo, até em função do tempo em que permanece “exposto” à sua influência. Quando esse processo não atinge seu objetivo, isto é, controlar os indivíduos, “modelando-os” para a vida em sociedade, entraria em ação. Um dos aparelhos repressivos do Estado é a polícia, feita, entre outras coisas, para conter qualquer manifestação de descontentamento e/ou resistência ao sistema.
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