1o. ano – 1o. volume
Sônia Horn
livro do professor
Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)
S237 Santos,(Mônica Francisca de /CRB9-807/Curitiba, Lima. Catani Valéria M. de Souza PR, Brasil) Ensino fundamental / Francisca Valéria de Lima Santos; C237 Santos, Francisca Valéria de Lima. ilustrações Circus Projetos Criativos ... [et al.]. – Curitiba: Ensino fundamental : 1o. ano, volume 1 / Francisca Valéria de Lima ; Posigraf, ilustrações Adilson Farias. — Curitiba : Positivo, 2008. 2008. 1 : il. :v.il. (Regime 9 anos). SistemaJardim Positivo 3 de(Regime Ensino – 1o.8ano Nível anos) Revisado conforme Acordo Ortográfico. Nível 1º. ano (Regime 9 anos) ISBN 978-85-385-3731-1 (Coleção aluno) ISBN 978-85-385-3732-8 (Coleção professor) 1. Ensino fundamental – Currículos. Circus Projetos Criativos Ensino ...1.[et al.].fundamental IV. Série. – Currículos. I. Farias, Adilson. II. Título. CDU372.36 372.36 CDU © Editora Positivo Ltda., 2008
Este livro foi atualizado segundo as definições do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, presentes na 5ª. edição do VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa), publicado em 2009; porém, há possibilidades de alteração, visto que tais modificações vêm sendo implantadas, podendo gerar dúvidas e novas orientações.
Diretor-Superintendente Ruben Formighieri Diretor-geral Emerson Walter dos Santos Diretor editorial Joseph Razouk Junior Gerente editorial Maria Elenice Costa Dantas Gerente de Arte e Iconografia Cláudio Espósito Godoy Autoria Francisca Valéria de Lima Santos Obra adaptada por Catarina de Souza Moro e Simone Stival Edição Luciana Bunick Assistência Editorial Luciane Rolim de Moura Vilain Pesquisa Iconográfica Avani Lucindo Edição de Arte Daniel Cabral Coordenação de Arte Fabíola Castellar Ilustração Adilson Farias, Águeda Horn, Circus Projetos Criativos, Davi Viegas, Sônia Horn Projeto Gráfico Expressão Digital, Fabíola Castellar Editoração Marcia Maria Alves Produção Editora Positivo Ltda. Rua Major Heitor Guimarães, 174 – 80440-120 – Curitiba – PR Tel.: (0xx41) 3312-3500 – Fax: (0xx41) 3312-3599 Impressão e acabamento Gráfica Posigraf S.A. Rua Senador Accioly Filho, 500 – 81310-000 – Curitiba – PR Fax: (0xx41) 3212-5452 – E-mail:
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1º. volume
@CIE190 – Os cinco sentidos • 1º. Ano – Regime 9 anos
• Nível III – Regime 8 anos
Para consultar o material indicado, acesse o Portal e digite o código no campo específico, conforme o exemplo abaixo: CÓDIGOS DO MATERIAL DIDÁTICO @CIE190
ok
Se preferir, utilize o endereço http://www.saibamais.com.br e digite o código no local indicado.
umário
ocumento introdutório ........................................................
rogramação anual de conteúdos . .........................
Unidade 1 arte de ver e ler ...........................................
Unidade 2 arte de ser e viver ......................................
eferências .........................................
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oCumento introDutóRio ORIENTAÇÕES TEÓRICO-METODOLÓGICAS DO MATERIAL DIDÁTICO POSITIVO PARA O 1º. ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS A Lei no. 11.274/2006, que regulamenta o Ensino Fundamental de 9 anos, tem o objetivo de assegurar a todas as crianças um tempo maior de convívio escolar, maiores oportunidades de aprender e, com isso, uma aprendizagem com mais qualidade. O Ensino Fundamental passou a se organizar da seguinte forma: Ensino Fundamental
anos iniciais — 6 a 10 anos (1o. ao 5o. ano) anos finais — 11 a 14 anos (6o. ao 9o. ano)
A razão da ampliação da escola para nove anos, explicitada nos documentos do MEC, é bem clara, buscando normatizar algo que já havia em alguns municípios: a incorporação da criança de 6 anos no Ensino Fundamental. Nesse processo de transição, o Sistema Positivo de Ensino (SPE) fez a opção de manter a organização do material didático para as crianças de seis anos de acordo com o posicionamento do MEC, segundo o qual: “As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil fornecem elementos importantes para a revisão da Proposta Pedagógica do Ensino Fundamental que incorporará as crianças de seis anos, até então pertencentes ao segmento da Educação Infantil”1. Consta, ainda, no mesmo documento, que: Nessa idade, em contato com diferentes formas de representação e sendo desafiada a delas fazer uso, a criança vai descobrindo e, progressivamente, aprendendo a usar as múltiplas linguagens: gestual, corporal, plástica, oral, escrita, musical e, sobretudo, aquela que lhe é mais peculiar e específica, a linguagem do faz de conta, ou seja, do brincar. Sua relação com o outro, consigo mesma e com diferentes objetos da natureza e da cultura que a circundam é mediada por essas formas de expressão e comunicação.2 Para o Material Didático Positivo (MDP), o importante é que o processo de ensino esteja voltado ao favorecimento de conquistas que são fundamentais para as crianças de seis anos de idade, envolvendo as competências cognitivas, motoras, afetivas, sociais, éticas e estéticas. Dessa forma, em consonância com as discussões propostas pelos documentos divulgados pelo MEC, no MDP para as crianças de seis anos, mantém-se a organização didática com base nos âmbitos e eixos indicados no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCN), considerando-se, sobretudo, o papel fundamental que a educação escolar tem em relação às sistematizações do aprendizado da linguagem escrita e dos conhecimentos matemáticos para essas crianças.
1 BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Departamento de Políticas de Educação Infantil e Ensino Fundamental. Coordenação Geral do Ensino Fundamental. Ensino Fundamental de nove anos: orientações gerais. Brasília: MEC/SEF, 2004. p. 15. 2
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Ibid., p. 20.
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CONCEPÇÃO DE ENSINO A CRIANÇA E A APREENSÃO DO MUNDO – CONSTRUINDO CONHECIMENTOS As crianças de seis anos de idade, que ingressam no Ensino Fundamental de 9 anos, encontram-se em pleno desenvolvimento mental, físico e motor. As funções cognitivas, como pensamento verbal, memória e percepção, estão em fase de estruturação e dependem da articulação com os demais aspectos do desenvolvimento integral da infância. Compreender essas questões que envolvem o desenvolvimento da criança é essencial para não corrermos o risco de querer tratar a criança separando a cabeça do corpo. Segundo a pedagoga Deyse de Campos3, para a criança aprender é necessário dar vida aos conteúdos e programas curriculares, associando-os à atividade criadora e às experiências motoras e sociais. O pensamento da criança é peculiar em sua estrutura, composição e modo de funcionamento. A criança pensa, sente e se expressa com o corpo, com as mãos, por meio das sensações e das linguagens fisionômica, gestual, postural, cinética. Tais linguagens corporais antecedem a linguagem falada e o movimento é o recurso disponível para expressar emoções, sentimentos, pensamentos e para explorar o meio, a realidade. A criança, ao contrário da maioria dos adultos, não separa diversão de aprendizado, estudo de brincadeira; sua relação com o mundo não lhe permite tais oposições. Derdyk ressalta: “A criança, ser global, mescla suas manifestações expressivas: canta ao desenhar, pinta o corpo ao representar, dança enquanto canta, desenha enquanto ouve histórias, representa enquanto fala.”4 Devido a isso, sua aprendizagem será tanto melhor quanto mais diversidade de experiências ela puder vivenciar nos seus contextos de desenvolvimento – família e escola. Tais experiências devem conceber o conhecimento como uma totalidade, não limitando os conteúdos ao conhecimento lógico-matemático ou às atividades de letramento/ alfabetização. É importante ficar claro que a aprendizagem da criança de seis anos envolve conquistas além das intelectivas, sendo imprescindível concebê-las em suas multiplicidades. Enfim, o MDP para as crianças dessa idade acredita ser necessário considerar, entre muitos aspectos, o desenvolvimento de alguns fatores, como sensibilidade, autonomia, autoestima, raciocínio, socialização, domínio motor, diferentes formas de representação simbólica, etc. “Afinal de contas, tempo de aprender e tempo de viver não estão separados, e em todo momento é tempo de crescer.”5
A CRIANÇA TORNA-SE UM SER SÓCIO-HISTÓRICO-CULTURAL POR MEIO DA INTERAÇÃO A capacidade e o interesse das crianças de aprender, descobrir e ampliar seus conhecimentos são incontestáveis, multidimensionais e construídos a partir das trocas estabelecidas com o meio, das interações com outras pessoas, adultos e crianças. Tudo em seu cotidiano é fonte de curiosidade e exploração. Agem ativamente em seu entorno, selecionando informações, analisando-as, relacionando-as e dando-lhes diferentes sentidos. Dessa forma, entendem e transformam a realidade, aprendem a respeito de si, das pessoas e do mundo, dele se apropriam e o transformam. Assim, crescem e constituem suas identidades pessoais.
3 CAMPOS, Deyse de. A criança de seis anos de idade. Atividades & experiências, Curitiba: Positivo, n. 1, mar. 2007. 4
DERDYK, E. Formas de pensar o desenho. São Paulo: Scipione, 1989.
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CAMPOS, Deyse de. A criança de seis anos de idade. Atividades & experiências, Curitiba: Positivo, n. 1, mar. 2007. p. 53.
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De acordo com o MDP para o 1o. ano do Ensino Fundamental de 9 anos, essas realizações e suas consequências são perpassadas pela mediação exercida pelo professor. É fundamental, nesse processo de mediação6, perguntar-se o que significa favorecer as conquistas infantis. Incentivar a exploração do ambiente à sua volta, ampliando oportunidades; oferecer apoio em tal tarefa; comemorar as conquistas, mesmo que pareçam pequenas; tentar entender o modo como veem e percebem os acontecimentos são formas de favorecer as aprendizagens das crianças. Ao contrário, propor algo que esteja muito além ou aquém das suas capacidades; realizar a atividade pela criança; não propor a ela desafios; olhá-la com base na referência adulta; ter expectativas negativas com relação aos seus limites e possibilidades; não ter disponibilidade para com ela interagir são maneiras de dificultar sua aprendizagem e seu crescimento. Ao elaborar o MDP, todos os envolvidos no processo estão atentos a essas questões.
A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE E DO ESPAÇO DA SALA DE AULA PARA AS INTERAÇÕES E AÇÕES EDUCATIVAS O espaço, assim como o ambiente que nele se constitui, reflete o que se pensa, o que se quer e o que se pode fazer nele. Em uma casa, a organização do espaço indica o modo de vida de quem a habita, suas preferências, interesses e hábitos. Da mesma forma, em uma escola essa organização revela a concepção educacional e a postura pedagógica dos professores que nele trabalham. O professor italiano Enrico Battini, da área de Arquitetura, citado por Forneiro7 escolheu um estilo, até mesmo poético, para explicitar o que entende sobre a relação entre a criança e o espaço: “Para a criança, o espaço é o que sente, o que vê, o que faz nele. Portanto, o espaço é sombra e escuridão; é grande, enorme, ou, pelo contrário, pequeno; é poder correr ou ter de ficar quieto, é esse lugar onde ela pode ir para olhar, ler, pensar”. No 1o. ano do Ensino Fundamental de 9 anos, a sala de aula e a escola devem se constituir em um ambiente singular e revelador da identidade daquele grupo – professor e crianças – que o ocupa. Por isso, o MDP traz indicativos para que cada professor possa ter subsídios necessários para a organização desse espaço singular. Em relação ao ambiente e ao espaço, devemos nos perguntar: nossas salas de aula são estimulantes? Favorecem a interação das crianças entre si e, ainda, com o professor, por dispor de modo flexível as carteiras e cadeiras? Ou, ao contrário, impõem às crianças, o tempo todo, que só visualizem a nuca e as costas dos colegas, nas carteiras enfileiradas umas atrás das outras? As paredes da sala são entendidas como espaços para receber as produções das crianças? Ou seja, estão a serviço da expressão e das aprendizagens infantis? Ou apenas o professor tem acesso a elas para escolher o que e quando colocar e tirar delas? As paredes testemunham a transformação, evolução e renovação dos aprendizados das crianças e dos encaminhamentos pedagógicos adotados? A organização e reorganização do espaço da sala de aula visa a proporcionar um ambiente que, além de propício às muitas aprendizagens sociais, motoras e cognitivas, também se mostre agradável para crianças, professores e pais, possibilitando relações prazerosas e o desejo de permanecerem nesse espaço.
6 O conceito de mediação vem da concepção vygotskyana de natureza humana, na qual a cultura e o grupo social são considerados elementos constitutivos de cada indivíduo. Ver: VYGOTSKY, Liev Semiónovitch. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984. 7 FORNEIRO, L. I. A organização dos espaços na Educação Infantil. In: ZABALZA, M. A. Qualidade em Educação Infantil. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. p. 231.
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É necessário criar um ambiente seguro e, simultaneamente, estimulante, que permita à criança aventurar-se nele, descobrindo-o e, ao mesmo tempo, descobrir-se e descobrir o outro. Essa possibilidade é crucial para que a criança vá se constituindo agente de seu processo de aprendizagem e desenvolvimento e, gradativamente, vá se tornando capaz de satisfazer suas necessidades sem precisar de assistência constante do adulto. Ao organizar áreas diferentes e variar o tamanho delas na sala ou no pátio, o professor está favorecendo que as atividades sejam realizadas ora em grupos pequenos, ora em duplas, individualmente ou pela turma inteira. Reforçando que as interações criança/criança são tão importantes quanto as adulto/criança e que a organização dos ambientes pode favorecer ou dificultar essas interações. Assim, o importante é o princípio da flexibilidade para dispor móveis e acessórios nos espaços utilizados. Também no 1o. ano do Ensino Fundamental de 9 anos, o espaço cumpre sua função à medida que puder ser local de brincadeiras e das várias expressões da criança. Para ser significativo e envolvente, é importante que disponha de uma atmosfera lúdica, cultural e estética em suas diferentes dimensões, comportando diferentes materiais, brinquedos, livros, revistas, gibis, jogos, acessórios e objetos diversos. Faz-se necessário que esses materiais estejam acessíveis às crianças na sala de aula, a fim de que sejam utilizados por elas de modo independente e autônomo. Da mesma forma, é preciso ocorrer o contato com espaços da comunidade e com a natureza, pois os espaços externos, em áreas abertas ou cobertas, podem ser tão ou mais propícios para as descobertas e experiências infantis.
BRINCAR: UM MODO ESPECIAL DE DIALOGAR COM OS CONHECIMENTOS O brincar é uma ação privilegiada no desenvolvimento humano, principalmente na infância. É importante lembrar que os adultos também podem e, muitas vezes, devem brincar. Em livro totalmente dedicado ao brincar, Janet Moyles8 enfatiza que professores, principalmente os envolvidos na educação/cuidado de crianças pequenas, têm de entender o que significa brincar. Precisam estar convencidos de que o brincar tem méritos não de atividade secundária, para ser realizada pelas crianças depois de terminarem seu “trabalho”, mas de atividade principal, fazendo referência a Leontiev9. É necessário que todo professor seja capaz de argumentar e justificar a importância do brincar seja na Educação Infantil ou nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Para isso, ele deve ter para si próprio um conceito, uma ideia consistente sobre o brincar, com rigor acadêmico. As situações didáticas presentes no MDP têm, pois, o brincar como pressuposto norteador para os encaminhamentos metodológicos propostos. A brincadeira nos espaços escolares, aos olhos desavisados de quem está observando de fora, pode ser percebida como atividade antipedagógica, dando a impressão de desorganização, dispersão e bagunça por parte das crianças e falta de planejamento e de manejo por parte do professor. É possível haver o risco desse tipo de julgamento em uma visão tradicional e, mais que isso, em uma visão equivocada do ensino.
MOYLES, Janet R. Só brincar?: o papel do brincar na Educação Infantil. Porto Alegre: Artmed, 2002. Ver: LEONTIEV, Alexei N. Uma contribuição à teoria do desenvolvimento da psique infantil. In: VYGOTSKY, Liev Semiónovitch.; LURIA, Alexander R.; LEONTIEV, Alexei N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone/Edusp, 1988. p. 59-84. Ver também: LEONTIEV, Alexei N. Os princípios psicológicos da brincadeira pré-escolar. In: VYGOTSKY, Liev Semiónovitch.; LURIA, Alexander R.; LEONTIEV, Alexei N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone/Edusp, 1988. p. 119-142. 8 9
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Por que, afinal, deve-se dar oportunidade para a criança de seis anos brincar, mesmo ela já tendo ingressado no 1o. ano do Ensino Fundamental? A brincadeira é, por excelência, um meio para elaboração e reelaboração do conhecimento pela criança; é um processo essencial para aprender acerca de seu entorno10. Brincar é uma forma de ação cognitiva (ação do pensamento), na qual, por meio das ações, dos sentimentos e das trocas comunicativas, a criança abstrai, interpreta e entende a realidade. A brincadeira também oportuniza à criança comprovar, reter e precisar de modo efetivo os conhecimentos que ela adquiriu. É por isso que o MDP para o 1o. ano do Ensino Fundamental tem o brincar como um pressuposto de ação pedagógica. A pedagoga russa Aleksandra Liublinskaia11 afirma que, ao brincar de faz de conta, a criança: • reflete a realidade e a transforma ativamente, inventando, atribuindo significados diferentes daqueles que os objetos possuem de fato, modificando o espaço físico e construindo ambientes para servir aos seus propósitos; • combina realidade e fantasia, introduzindo na brincadeira aquilo que ela quer que seja verdade, utilizando objetos inanimados como se fossem animados, desempenhando papéis de personagens ou animais, nesse caso assumindo suas características com o próprio corpo; • adquire e desenvolve conhecimentos e habilidades; • lida com contradições intrínsecas à própria brincadeira e as resolve, considerando as necessidades e possibilidades de acordo com as regras que estão implícitas a esta; • mesmo quando brinca sozinha, age e interage, física e verbalmente; • desenvolve o pensamento, a imaginação e a criatividade por meio da análise, confronto e síntese, no que concerne às situações envolvidas no estabelecimento e negociação das regras e na coordenação das experiências anteriores; • enriquece sua capacidade simbólica. A diversidade de formas ou tipos de brincadeiras presentes no repertório infantil, além do faz de conta, é bastante grande. Entre essas, podem-se elencar os jogos musicais e rítmicos, corporais e de exercício, de construção, etc. Todos os tipos de brincadeira articulam conhecimentos e propiciam aprendizagens nos diferentes eixos de trabalho. Por isso, tais possibilidades são exploradas nas situações didáticas propostas no MDP para o 1o. ano do Ensino Fundamental. Ao professor cabe assumir seu papel essencial de mediador também em relação ao brincar, pois sua ação, direta ou indireta, influencia a qualidade, a quantidade e o tipo de brincadeira realizada pelas crianças. Valorizar o brincar, envolver-se e/ou organizar situações para as crianças brincarem são ações vitais na atuação docente do 1o. ano do Ensino Fundamental.
ORGANIZAÇÃO DIDÁTICA Como veio sendo discutido anteriormente, compreendemos que a apropriação de conhecimentos pela criança é possível desde o início de seu desenvolvimento, acontecendo nas e Existem inúmeros trabalhos importantes nacionais e internacionais sobre brinquedo, jogo, brincadeira e Educação Infantil. Podemos citar alguns autores como: Brougère (1995); Elkonin (1998); Huizinga (2001); Kramer (1993); Kishimoto (1994); Rocha (2000); Vygotsky, Luria e Leontiev (1994); Vygotsky (1984). 11 LIUBLINSKAIA, Aleksandra. Desenvolvimento psíquico da criança. Lisboa: Estampa, 1973. 10
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pelas interações sociais nas quais ela se insere. O MDP reconhece a capacidade de elaboração, acerca de si e do conhecimento de mundo, das crianças de seis anos e dispõe, no livro do aluno, atividades e conhecimentos que visam a contribuir para sua inserção social e educacional mais ampla. Optamos por uma organização do MDP para o 1o. ano do Ensino Fundamental por Unidades de Trabalho, entendendo que elas possibilitam um trabalho integrado entre as diferentes áreas de conhecimento e articulado pelas intervenções pedagógicas do professor. A organização didática das Unidades de Trabalho será detalhada na sequência deste documento, quando tratarmos da estrutura didáticoeditorial do MDP. Antes disso, destacaremos o papel dos protagonistas da ação educativa que é desenvolvida a partir deste material.
O PAPEL DO PROFESSOR E DO ALUNO Para o MDP, o papel do professor é fundamental, pois o bom andamento das atividades de ensino depende diretamente da ação docente, de como se faz a mediação conhecimento/criança. É esse profissional que também deve se tornar um aprendiz, quem organiza a dimensão interativa, contextualizando o saber ao aprender. O papel do professor na dinamização do Livro Integrado é essencial para a organização do espaço e do tempo das aprendizagens da criança. Nesse sentido, em conjunto com as orientações do MDP, o professor, em uma fase pré-ativa, organizará as condições de aprendizagem para que, em uma fase de ação educativa, possa colocar os alunos em situação de aprendizagem, gerindo a dinâmica das interações sociais e das condutas de aprendizagem. É grande, ainda, a importância da ação do professor em uma fase pós-ativa, que é quando documenta os resultados da aprendizagem, ajusta as formas de ação e verifica a qualidade da ação desenvolvida. Dessa forma, acreditamos na importância das ações planejadas dos professores, construindo projetos educativos de qualidade, que se comprometem com práticas educativas que dialogam, no que diz respeito aos cuidados e à aprendizagem infantis, com as demandas familiares e das crianças e respondem a essas demandas. Os alunos do 1o. ano do Ensino Fundamental são, antes de tudo, crianças. Com isso, queremos dizer que eles precisam estar envolvidos nas ações educativas, considerando-se sua totalidade e especificidade de desenvolvimento. Assim, as práticas educativas devem permitir a construção de uma imagem positiva de si, por parte das crianças, descobrindo e conhecendo seu próprio corpo, suas possibilidades e limitações; o estabelecimento de vínculos afetivos, que fortalecem a autoestima e ampliam as possibilidades de comunicação e interação social. As crianças são estimuladas a observar e explorar o ambiente e a utilizar as diferentes linguagens (corporal, plástica, oral, escrita e musical) com diferentes intenções e em diferentes situações de comunicação. Com o trabalho educativo do professor, os alunos são colocados em situações nas quais aprendem a expressar ideias, sentimentos, necessidades e desejos, avançando no processo de construção de significados. Por meio do brincar, conhecem e exploram manifestações culturais, expressam emoções e pensamentos, demonstrando respeito e aprendendo a valorizar o que é diverso. Reconhecer as crianças como parceiros integrantes do processo e aventura de conhecer é o ponto de partida do trabalho proposto por este material.
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CONHECIMENTOS PRIVILEGIADOS Considerando as especificidades da criança de seis anos e nosso interesse em uma educação crítica e criativa, e tendo como base o RCN, escolhemos trabalhar com os âmbitos e eixos explicitados no referido documento. Entendemos que tal organização sustenta a necessidade de integração entre as diferentes áreas de conhecimento, sendo sua articulação a principal tarefa das intervenções pedagógicas. Para a criança pequena, quanto menos compartimentado o conhecimento, tanto melhor, pois essa divisão muito pormenorizada não faz sentido para ela. Lembramos, ainda, que o aprendizado nessa fase de escolaridade das crianças não pode se limitar ao conhecimento científico, devendo incluir assuntos relativos ao conhecimento pessoal e social, artístico e cultural. De acordo com a discussão trazida pelo documento divulgado pelo MEC, em 2006, no qual se reafirma que “as crianças de seis anos [...] precisam de uma proposta curricular que atenda a suas características, potencialidades e necessidades específicas”12, optamos pela organização indicada pelo RCN, com os dois âmbitos de experiência com diferentes eixos. O âmbito Formação Pessoal e Social inclui o eixo de trabalho referente à constituição da Identidade e Autonomia pela criança. O âmbito Conhecimento de Mundo inclui as diferentes áreas e/ou linguagens articuladas em seis eixos de trabalho, que são: Movimento, Música, Artes, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade, Matemática. Segundo explicitado no próprio RCN: “Estes eixos foram escolhidos por se constituírem em uma parcela significativa da produção cultural humana que amplia e enriquece as condições de inserção das crianças na sociedade”13. Lembramos ao professor que, na abertura de cada Unidade de Trabalho, estão elencados, em forma de itens, os conhecimentos privilegiados referentes a cada uma, detalhando as proposições do MDP para a construção do saber no 1o. ano do Ensino Fundamental.
OBJETIVOS De forma geral, o MDP busca, na realização do trabalho no 1o. ano do Ensino Fundamental de 9 anos, dar oportunidades para que a criança possa: • ampliar sua capacidade de autoconhecimento e, consequentemente, de se comunicar e interagir socialmente, estabelecendo vínculos afetivos positivos com outras crianças e adultos; • apropriar-se dos conhecimentos e bens culturais constituídos historicamente, utilizando as diferentes linguagens (corporal, oral, escrita, plástica, musical, matemática) e construindo significados que lhe permitam elaborar e reelaborar essas aprendizagens.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Departamento de Políticas de Educação Infantil e Ensino Fundamental. Coordenação Geral do Ensino Fundamental. Ensino Fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade. Brasília: MEC/SEF, 2006. p. 10. 13 BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. v. 1, p. 46. 12
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AVALIAÇÃO De acordo com Perrenoud14: “Bem antes de regular as aprendizagens, a avaliação regula o trabalho, as atividades, as relações de autoridade e a cooperação em aula e, de certa forma, as relações entre a família e a escola ou entre profissionais da educação”15. Para esse autor, a concepção expressa anteriormente é a ideia de avaliação formativa, já preconizada na década de 60. Apesar de esta não ser nenhuma novidade, continua sendo difícil torná-la uma “regra” nas práticas cotidianas de avaliação. A avaliação que deve ser buscada para o trabalho com o 1o. ano do Ensino Fundamental precisa ser entendida como um processo de acompanhamento, reflexão e registro das transformações que acontecem com a criança, do que é realizado pelos educadores/professores e dos êxitos e dificuldades vivenciados no cotidiano da instituição. Ao se configurar como uma atitude crítica e reflexiva sobre o trabalho que está sendo executado, em confronto com as conquistas das crianças, a avaliação assim entendida pode ser a garantia do trabalho pedagógico consequente e com qualidade. A realização contínua da avaliação deve estar aliada ao compromisso de modificar direções e estratégias, podendo inclusive contribuir na busca de alternativas para superar os problemas encontrados. No que diz respeito à criança, é importante lembrar que, segundo disposto em lei, a avaliação não é de caráter promocional. Deverá ser realizada por meio da observação, da reflexão e do diálogo, tendo como objeto as diferentes manifestações da criança, representando, dessa forma, o acompanhamento de seu cotidiano na escola. O registro sistemático e atualizado dos acontecimentos do grupo e de cada criança, assim, faz-se necessário. Uma das formas indicadas para organizar esse registro e que possibilita a participação da própria criança e da família é a sistematização de materiais produzidos pela criança no decorrer de um determinado período e que revela diferentes aspectos da sua aprendizagem (o portfólio). Nessa concepção, a avaliação está voltada para o processo. Conceber a avaliação desse modo exige um olhar atento do professor/educador, não devendo incidir apenas na criança, mas sobre as interações entre as crianças, entre estas e os adultos e no espaço pedagógico concreto.
ESTRUTURA DIDÁTICO-EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO POSITIVO O MDP de Educação Infantil e o do 1o. ano do Ensino Fundamental foram elaborados a fim de oferecer subsídios para reflexões, informações e sugestões que auxiliem os professores em sua atuação pedagógica, possibilitando, assim, ricas experiências de aprendizagem tanto às crianças de três a cinco anos como para as crianças de seis anos, que, agora, de acordo com a nova legislação, passam a fazer parte do Ensino Fundamental.
Perrenoud é professor na Universidade de Genebra. Seus estudos, centrados nas atividades cotidianas de professores e alunos, no âmbito do Serviço da Investigação Sociológica, têm tido uma grande influência na área da avaliação. 15 PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – entre duas lógicas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999. p. 11. 14
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Durante esses anos, eles vêm cumprindo o seu papel de ser um excelente material didático e, portanto, de ser um recurso de trabalho que disponibiliza instrumentos de ensino-aprendizagem para o espaço escolar. Os materiais didáticos para essas crianças reconhecem a sua função pedagógica de favorecer o desenvolvimento infantil e a ampliação e a aquisição de novos conhecimentos referentes ao meio físico e social. Por isso, cada página destes materiais foi influenciada por estudos que trazem contribuições relevantes, permitindo-nos enfocar o desenvolvimento infantil sob as perspectivas linguísticas, socioafetivas e cognitivas. Em todos os níveis, tivemos a preocupação de trazer orientações sobre o que e como as crianças aprendem com o MDP, fornecendo subsídios valiosos para que cada escola conveniada ao SPE possa planejar e desenvolver o currículo, reconhecendo a heterogeneidade das crianças, pois possuem hábitos, costumes e valores presentes no seu contexto imediato e que interferem nas percepções e formas de inserção no mundo social. As informações que seguem propõem-se a orientar a escola para uma melhor utilização do MDP, considerando a sua estrutura didático-editorial.
INDICAÇÃO DE FAIXA ETÁRIA Para a organização do Livro Integrado por faixa etária, tomamos por referência um trabalho que considera a realidade e os conhecimentos infantis como ponto de partida para ampliá-los, por meio de situações de ensino que têm um significado concreto para a vida das crianças e que, concomitantemente, permitem a aquisição de novos conhecimentos. Por isso, a organização do MDP por faixa etária expressa nossa confiança nas possibilidades de as crianças se desenvolverem de maneira distinta, considerando questões relativas ao desenvolvimento infantil e às necessidades de valorização das diferentes possibilidades de manifestação relativas à faixa etária. Isso, no entanto, não exclui nossa ideia básica de que toda criança precisa interagir com os outros e brincar, sendo fundamentais para as aprendizagens escolares. Assim, nossa indicação é: Grupo 3 – crianças de três anos Grupo 4 – crianças de quatro anos Grupo 5 – crianças de cinco anos 1o. ano (Ensino Fundamental – Regime 9 anos) – crianças de seis anos
ESTRUTURA FÍSICA O MDP está organizado, no Grupo 3, com dois volumes sequenciais e um volume único, e nos Grupos 4 e 5 e no 1o. ano, em quatro volumes sequenciais anuais. Acreditamos que dessa forma possamos promover a continuidade e a graduação nas experiências das crianças, ao mesmo tempo que permitimos uma aprendizagem unitária. Essa estrutura considerou as características de organização administrativa e pedagógica da maior parte das escolas brasileiras e, por isso, a programação em volumes oportuniza que cada escola conveniada particularize as propostas e ajuste-as às situações específicas da comunidade e das crianças a que os programas devam servir. Cada volume, ou seja, cada Livro Integrado favorece o desenvolvimento integral das crianças por meio do desenvolvimento equilibrado de atividades criadoras, de elaboração conceitual e de ludicidade.
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Por isso, o tamanho, a disposição e a gramatura dos materiais foram intencionalmente projetados para que as crianças pudessem realizar as atividades respeitando-se as suas possibilidades de domínio psicomotor na exploração espacial. Sinteticamente, o Livro Integrado do aluno apresenta as seguintes características gráficas: • Grupo 3: Disposição horizontal com o tamanho das folhas em 28 x 41 cm • Grupos 4 e 5: Disposição horizontal com o tamanho das folhas em 24 x 33 cm • 1o. ano: Disposição vertical com o tamanho das folhas em 21 x 31,5 cm Em todos os níveis, a gramatura do papel no livro do aluno é de 90 gramas e do material de apoio é de 150 gramas. Os Grupos 3, 4 e 5 só utilizam uma face das folhas, possibilitando que o professor possa destacá-las para o trabalho em sala de aula ou em casa. Dessa forma, evita-se que as crianças pequenas carreguem excesso de peso. Isso também permite que as atividades sejam enviadas para a família, incentivando o acompanhamento dos pais. Já o 1o. ano, por sua possibilidade de exploração e entendimento das crianças, utiliza o material didático de forma convencional, familiarizando o aluno com a utilização de livros didáticos.
CARACTERÍSTICAS DAS ILUSTRAÇÕES O projeto do MDP para crianças de três a seis anos teve grande preocupação com as características das crianças nessa faixa etária, especialmente com aquelas ligadas à percepção visual. Assim, os livros de literatura infantil, com o seu encantamento e riqueza visual, foram grandes inspiradores para a criação das ilustrações. Concebeu-se um projeto gráfico visualmente limpo, sem excessos que pudessem prejudicar a leitura do aluno. Por isso, foram exploradas as cores puras e alegres que ambientam páginas com predominância de fundos brancos. Também foram produzidas ilustrações com diferentes técnicas para proporcionar um ambiente criativo e oferecer diversidade visual, não cansando os pequenos leitores e despertando o interesse a cada nova página. É nesse cenário de diversificação que as fotografias foram exploradas, permitindo uma dinâmica entre o real e o imaginário.
TÉCNICAS DE ILUSTRAÇÃO EXPLORADAS Aquarela e lápis de cor São técnicas que transmitem leveza e graciosidade às ilustrações, em concordância com as temáticas infantis, fazendo contraponto com as demais. Essas técnicas criam um equilíbrio visual e estabelecem um ritmo agradável ao leitor que explora o material.
Bordado Desenvolvidas com grande elaboração, através de preenchimentos oferecidos por diferentes pontos, espessuras e matizes das linhas, as ilustrações em bordado criam o encantamento que as técnicas manuais oferecem. Destacam a originalidade e a criatividade nas soluções de representação de cenários, objetos, pessoas e animais. O colorido alegre e o atrativo que o uso de um suporte não convencional na produção de ilustrações oferece criam um ambiente prazeroso e instigante para as descobertas da criança.
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Colagem Técnica de ilustração que caracteriza o projeto gráfico da coleção, a colagem é um dos elementos que conferem ludicidade e criatividade ao material. O uso de técnicas manufaturadas estimula a criança a pensar sobre a produção das ilustrações, oferecendo-lhe referencial rico em soluções plásticas, como as texturas de papéis utilizados, o diálogo com o objeto representado e a característica física que a técnica oferece – recortes de papel, objetos reciclados –, criando formas de representação inusitadas e divertidas.
Guache Técnica de fácil aplicação e que está próxima do universo infantil, uma vez que as crianças a utilizam muito em seus trabalhos. As cores são mais saturadas que na técnica da aquarela e do lápis de cor, deixando o desenho mais vivo e marcante.
Ilustrações digitais O computador oferece recursos cada vez mais sofisticados para a criação e edição de imagens. É, por isso, mais uma ferramenta criativa para a elaboração de ilustrações com características próprias, muitas vezes utilizada pelo caráter didático que pode conferir às imagens. Esse caráter didático se dá pela simplificação de formas, pela utilização de formas geométricas, cores sólidas, ou mesmo pelo estilo contemporâneo das linguagens visuais que desenvolve, dialogando com o universo do game, dos desenhos animados e da internet, mantendo o livro didático atualizado de acordo com a produção cultural do mundo.
Massa de modelar Material bem conhecido das crianças, a massa de modelar, por ser um material plástico, permite a representação tridimensional da ilustração, dando a sensação de volume em um plano bidimensional. Esse efeito é um dos fatores que causam o encantamento dessa técnica, somado à sua cor e à criatividade dos artistas. 3D Técnica que envolve o conhecimento de propriedades ópticas, possibilitando a criação de “ilusões”, ao mesmo tempo divertidas e intrigantes. São ilustrações que, vistas com óculos especiais (com lentes coloridas), dão a sensação de que as imagens são tridimensionais, como se pudessem ser pegas com as mãos. Para a faixa etária a que se destinam, não pretendem ensinar os princípios físicos que encerram, mas permitir o assombro da descoberta, em um momento em que o aprendizado torna-se brincadeira.
ESPAÇO DE PRODUÇÃO DAS CRIANÇAS A disposição desses espaços foi projetada para encorajar as crianças na realização de trabalhos compatíveis com as suas possibilidades. Por isso, houve um equilíbrio entre as ilustrações e os espaços próprios para a criação e expressão das crianças. Cada espaço de registro considerou a possibilidade de intervenção no ritmo das construções cognitivas das crianças. Foi concebido considerando as necessidades e possibilidades da criança no que diz respeito à evolução dos registros gráficos empreendidos por ela. Os espaços de registros encaminham a criança, progressivamente, para uma compreensão cada vez maior a respeito do que realiza quando interage com os objetos de conhecimentos
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presentes no material didático. Ou seja, os espaços de registro foram especialmente considerados no projeto didático-editorial para que pudessem intervir no dinamismo intelectual. Para isso, tomamos como referência constante a psicologia do desenvolvimento.
CARACTERÍSTICAS DA LINGUAGEM Indicam o cuidado do Livro Integrado diante dos esquemas simbólicos das crianças. É importante lembrar que esses esquemas marcam o início da representação, sendo considerados os intermediários entre o simples exercício motor e os símbolos lúdicos das brincadeiras simbólicas. A principal característica da linguagem, em conjunto com as ações propostas, é ajudar a criança a transformar, simbolicamente, um objeto em outro. Por isso, o Grupo 3, o Grupo 4 e o Grupo 5 apresentam construções mais diretas, possibilitando trabalhos com os esquemas verbais ligados às ações realizadas sobre o meio. Já o 1o. ano traz os progressos alcançados pela inteligência prática que conduzem as crianças à representação. Isto é, elas já trabalham muito melhor com a evocação de significados ausentes, podendo explorar com maior abrangência os signos e os símbolos. Sendo assim, a linguagem caracteriza-se muito mais pelo diálogo, explorando a capacidade de a criança aprender a explicitar o fazer e a expor o próprio ponto de vista em relação a outras perspectivas. Respeitando-se algumas especificidades, o MDP assume a posição de favorecer o desenvolvimento da linguagem, conversando espontaneamente com as crianças a respeito das atividades práticas planejadas. É exatamente este o princípio de construção dos enunciados: dialogar com as crianças e proporcionar a elas a oportunidade de expor suas ideias.
UNIDADES DE TRABALHO As Unidades de Trabalho são uma forma de organização didática que o SPE priorizou para o trabalho com o saber escolar, visando a fornecer condições para um bom planejamento, destacando-se: • a organização dos saberes em função das crianças, isto é, atendendo a necessidades, possibilidades e interesses das crianças; • a continuidade das experiências, possibilitando a integração de eixos de conhecimento, sem interrupções, avanços não graduais ou retrocessos; • a graduação dos conhecimentos privilegiados (selecionados com base nos eixos do RCN). Cada experiência organizada no material didático baseia-se na anterior, ampliando-as e preparando as crianças para viver novas situações; • a objetividade e a possibilidade de realização. As Unidades de Trabalho organizadas levam em consideração os principais interesses e necessidades das crianças de três a seis anos, orientando-se por indicativos apresentados no RCN; • a flexibilidade, isto é, são adaptáveis às múltiplas realidades do trabalho e das necessidades educativas das regiões em que o SPE tem escolas conveniadas; • a definição clara dos conhecimentos privilegiados, considerando-se a diversidade de eixos e da relação entre eles.
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UNIDADES DE TRABALHO presentes no MDP Grupo 3 Primeiro volume
Segundo volume
UT 1 – Bem-vindo ao mundo! UT 2 – Espelho, espelho meu... UT 3 – Brincando com lenga-lengas
UT 4 – O mundo secreto das tocas e ninhos UT 5 – Luz, sombra e ação! UT 6 – Cara de um, focinho de outro
Grupo 4 Primeiro volume
Segundo volume
UT 1 – Crianças de outros lugares UT 2 – No jardim de Monet UT 3 – Insetos em ação
UT 4 – Haicais e muito mais UT 5 – Árvore é vida! UT 6 – Baú: muitos tesouros para guardar
Terceiro volume
Quarto volume
UT 7 – Era uma vez... muitas histórias UT 8 – Uma aventura no Rio Amazonas UT 9 – Conquistas espaciais
UT 10 – O misterioso mundo das cavernas UT 11 – Fazendo a feira
Grupo 5 Primeiro volume
Segundo volume
UT 1 – Todo dia, toda hora UT 2 – Crianças brasileiras
UT 3 – Na época dos castelos UT 4 – Mundo marinho UT 5 – A Família Urso e Cachinhos de Ouro
Terceiro volume
Quarto volume
UT 6 – Uma turma da pesada! UT 7 – Ciranda de poemas UT 8 – Um mundo de figuras
UT 9 – Todo mundo tem histórias para contar UT 10 – Frio... muito frio!
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Primeiro volume
Segundo volume
UT 1 – A arte de ver e ler UT 2 – A arte de ser e viver
UT 3 – Os aromas e sabores da vida UT 4 – Pintando o sete
Terceiro volume
Quarto volume
UT 5 – Brincar sempre foi divertido UT 6 – Terra, impossível sem água!
UT 7 – Mundo animal UT 8 – Nos caminhos da evolução
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ORGANIZAÇÃO DIDÁTICA DAS UNIDADES DE TRABALHO A organização didática baseou-se em princípios que podem orientar a ação do professor diante da criança. De modo sintético, podemos destacar: • O conhecimento das crianças evolui gradativamente no sentido de uma compreensão cada vez mais ampla da realidade. Para a organização didática, essa compreensão é fundamental, pois solicita que se considerem os esquemas já consolidados. Ao considerarmos tais esquemas, crescem as chances de as atividades surtirem efeito positivo, porque se ampliam as possibilidades de compreensão e de introdução de novos desequilíbrios superáveis. • Privilegiar o que a criança, por si só, puder descobrir. Essa colocação caracteriza a atividade construtiva e a criança ativa. Ou seja, prioriza-se o entendimento e não a mecanização de determinados comportamentos. A organização didática tem o objetivo de disponibilizar instrumentos para a criança construir a assimilação, dirigindo o raciocínio e abrindo perspectivas para a obtenção de outros resultados. • Respeitar as respostas construídas pelas crianças, encaminhando questionamentos para que, gradualmente, elas possam “tomar consciência” das contradições. As respostas das crianças constituem-se em manifestações de uma busca em direção a uma forma superior de conhecimento e, uma vez superadas, convertem-se em conquistas reais. Isso porque a substituição de uma resposta por outra mais elaborada impede regressões (esquecimentos) e prepara o caminho para novas conquistas. • Garantir o interesse pelas atividades oferecidas em sala de aula. Esse princípio é compreendido como o aspecto afetivo das estruturas cognitivas. Assim, entendemos que, para que haja compatibilidade entre o nível de desenvolvimento e as situações externas (interesse pela atividade), seja necessário assegurar o interesse da criança pelos procedimentos relativos ao conjunto de atividades, aos materiais e às formas de questionamento. Nesse princípio, o fazer é um dos critérios essenciais a fim de orientar as condutas do professor diante das crianças.
Indicativos para o planejamento das Unidades de Trabalho Para o planejamento de cada nível, o MDP tomou por base o indicativo de 200 dias letivos. No entanto, o professor, ao elaborar o seu plano de ensino, precisa considerar que não existe uma distribuição rígida de número de Unidades de Trabalho e que a extensão de cada uma delas pode variar conforme o assunto e os aspectos conceituais que estejam sendo trabalhados. É importante considerar que os conteúdos sistematizados didaticamente no Livro Integrado do aluno estão atrelados à dinamização das propostas de ensino também sugeridas nas orientações metodológicas e que, ao sistematizar sua proposta de ensino, o professor deve ter autonomia de acrescentar e explorar outros conteúdos condizentes com a necessidade da sua demanda escolar. Também é preciso que o professor observe o calendário das atividades que normalmente desenvolve na escola, incluindo os eventos e a distribuição das atividades de rotina.
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Portanto, para a distribuição das atividades, é fundamental conhecer a realidade do seu ambiente escolar, analisar cada volume com antecedência, lendo as orientações metodológicas, observando a especificidade de cada atividade e considerando a disponibilidade do material, do espaço físico e do tempo necessário à sua execução.
Ícones A fim de orientar as condutas da ação docente, de apresentar aos alunos um breve perfil do trabalho a ser realizado e para que o seu uso propicie ainda mais envolvimento e participação, criamos ícones. A intenção desses indicativos está explicitada a seguir: Para cantar – Trabalho com a linguagem musical
Atividades de brincadeiras e jogos
Atividades que necessitam do material de apoio
Atividades de pesquisa e experiência Fique de olho – Leitura de texto não verbal (fotos, obras de arte, desenhos, etc.)
Atividades de registro de ideias (pinturas, recorte e colagem, escrita, desenhos, etc.)
Curiosidades do tipo “você sabia?”
Conversar e trocar ideias – Trabalho com a linguagem oral
E agora? – Resolução de uma situação-problema
É hora de contar – Trabalho com a linguagem matemática
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Ler é uma boa ideia – Trabalho com a linguagem escrita (apresentação de textos, como poemas, adivinhas, receitas, parlendas, trava-línguas, histórias, histórias em quadrinhos, fábulas, etc.)
Eu e meus colegas – Trabalho em grupo
Para navegar – Acesso à internet
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OS MATERIAIS DE APOIO Os materiais de apoio são recursos didáticos criados para serem utilizados na dinamização do MDP com vistas a promover o desenvolvimento do conhecimento por meio da ação construtiva. Ou seja, exercem um papel decisivo na dinâmica intelectual das crianças enquanto um meio e não um fim. Para que isso ocorra, a seleção dos materiais foi feita tomando-se como critério a designação de conceitos que a criança deverá construir progressivamente, agindo sobre os objetos e retirando dessas experiências informações diversas. Entendemos que o prazer decorrente do trabalho com esses materiais de apoio esteja ligado à: • ampliação de conhecimento, à medida que as crianças aprendem a responder o quê, o como e o porquê de cada situação, bem como as relações entre elas; • ausência de rotina, em vista de as inserções e descobertas das crianças serem uma constante; • valorização de um trabalho que auxilia a criança em seus progressos, respeitando-as em suas ações e fornecendo a construção de sua autoestima. Os materiais de apoio para esta coleção são: • Os encartados no Livro Integrado (acompanha todos os livros do aluno) • CD com músicas do material (um CD para o Grupo 3, um CD para os Grupos 4 e 5 e um CD para o 1o. ano) • As orientações metodológicas do livro do professor • Inglês – livro do aluno e livro do professor (quatro volumes para o 1o. ano, acompanhados de um CD anual) • Artes – livro do professor (três volumes, sendo um para o Grupo 4, um para o Grupo 5 e outro para o 1o. ano) • Educação Física – livro do professor (1o. ao 5o. anos)
ENCARTADOS NO LIVRO INTEGRADO Esse material de apoio encontra-se ao final de cada livro do aluno. Foi desenvolvido em papel mais resistente, justamente para que as crianças possam manipulá-lo com espontaneidade. Todas as orientações didáticas e indicativos operacionais estão disponibilizados nas orientações metodológicas do livro do professor.
CD O CD também é um material de apoio que acompanha o MDP e é enviado ao professor. Contém canções folclóricas, ritmos diversos, diferentes gêneros musicais e histórias do universo infantil presentes no material didático. Foi elaborado para enriquecer as experiências musicais das crianças e oferecer condições para que elas brinquem com a música, para que possam ouvir e compreender diversos gêneros musicais, podendo vivenciar seu efeito profundo e seu valor como meio expressivo. O MDP acredita que a experiência com a linguagem musical pode ser divertida e construtiva para todos.
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A ESTRUTURA DAS ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS (OMs) As OMs são indicativos de planejamento e ação disponibilizados no livro do professor para que cada um possa organizar a sua dinâmica de trabalho com o material didático. Apresentam informações procedimentais que ajudam na realização segura das atividades propostas no livro do aluno. Também disponibilizam subsídios teóricos para que o professor possa ter uma compreensão mais elaborada da sua ação, à medida que oferecem orientação sobre o que e como as crianças podem aprender. As OMs permitem que o professor tenha acesso: • ao entendimento que o material didático apresenta a respeito das necessidades, das capacidades e dos interesses dos alunos; • à unidade construída para o trabalho durante o ano, compreendendo a necessidade de continuidades; • aos fundamentos das experiências previstas e como se deu a graduação; • aos indicativos que permitem ao professor organizar-se, com a devida antecedência, quanto ao conteúdo a ensinar e quanto aos procedimentos e técnicas a empregar; • às informações necessárias para que possa selecionar, adquirir ou confeccionar o material necessário; • às informações que permitem organizar melhor o tempo, com maior rendimento. Tendo em vista esses pressupostos, as OMs apresentam os seguintes indicativos: • Apresentação da Unidade de Trabalho, explicitando o que está sendo trabalhado na unidade, por quê e para quê. • Conhecimentos privilegiados nas construções didáticas. • Orientações didáticas que trazem encaminhamentos para a realização das atividades. Também disponibilizam alguns subsídios teóricos para que o professor possa compreender o porquê dos encaminhamentos escolhidos. • Sugestões para alunos e professores. Esse é um espaço para indicar leituras, CDs, filmes, obras de arte, cantigas, brincadeiras, outras atividades, etc. • Links do Portal Positivo. • Referências para que os professores possam ter acesso ao material de consulta utilizado na concepção e elaboração das Unidades de Trabalho. Esses indicativos possibilitam, também, o aprofundamento das reflexões teórico-práticas que perpassam a ação educativa de qualquer profissional da educação. O MDP disponibiliza as orientações metodológicas no livro do professor com as páginas do livro do aluno minimizadas. Isso favorece o acesso às informações, bem como facilita o manuseio e a dinâmica entre o fazer e o pensar.
ORGANIZAÇÃO CURRICULAR Nosso compromisso na produção de materiais didáticos é oferecer e garantir à criança um material de qualidade, atualizado, adequado à realidade do mundo contemporâneo e comprometido com os processos de ensino e aprendizagem. Nosso desafio é romper com preconceitos e estereótipos, acolhendo e privilegiando a diversidade e a pluralidade. Para tanto, faz-se
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necessária a constante qualificação teórica e prática em educação escolar, especificamente voltada a essa etapa de ensino. É preciso estar atento às transformações do mundo, às novas descobertas, às novas tecnologias e aos diversos meios culturais que abrigam as crianças dessa faixa etária, propondo um trabalho em que os saberes não assumam um caráter meramente informativo, mas permitam, efetivamente, a construção do conhecimento de mundo e a formação pessoal e social. É essencial refletir, na organização curricular, acerca do que realmente se constitui um meio de desenvolvimento, ou seja, quais serão, como serão, ou, ainda, como deveriam ser as práticas cotidianas que promovem o desenvolvimento da criança. O desenvolvimento acontece no conjunto das atividades vivenciadas, tais como: negociação e construção coletiva de regras e normas que regulam as situações didáticas e as ações cotidianas; interação com crianças da mesma ou de outra faixa etária; interação com adultos; manipulação de objetos ou materiais disponíveis; ação da criança sob a intervenção de um adulto; experiências com situações novas, conflituosas e desafiadoras; etc. É importante considerar, nesse conjunto, algumas condições necessárias para que haja o desenvolvimento, por exemplo, a qualidade de atividades que devem ser estimuladoras e significativas, que sejam interativas no intuito de se construírem novos significados, que as atividades ainda possam ser produtivas, para que a criança, por meio delas, relacione-se com o mundo e o compreenda. Além das atividades e das ações, os diálogos e as conversas devem provocar o pensamento, levando a criança à reflexão, ao estímulo e ao desafio. O MDP de Educação Infantil e do 1o. ano do Ensino Fundamental de 9 anos do SPE é destinado às crianças de três a seis anos. O Positivo, na busca da construção de uma proposta pedagógica, faz a opção por uma organização curricular, para essa faixa etária, que tenha como base a mediação entre a relação da realidade sociocultural das crianças (meio social em que estão inseridas, valores sociais e concepção social) e a realidade social mais ampla, trazendo novos conceitos, valores e o conhecimento de mundo. Segundo as concepções adotadas no MDP, é preciso respeitar as necessidades e os conflitos do meio próximo da criança, buscando reflexões sobre os problemas do cotidiano, usando de práticas educativas que incentivem a pesquisa, a troca, o diálogo e a representação das expressões pessoais. O MDP tem como finalidade oferecer novas oportunidades de desenvolvimento por meio de atividades, ações educativas amplas, não obedecendo a modelos pedagógicos construídos por programas de formação profissional ou com base em experiências vividas. Acredita-se que toda ação educativa deve ser criticamente avaliada, para não resultar em práticas espontaneístas, centradas apenas na realização de tarefas e atividades, sem a busca de um objetivo que vise ao desenvolvimento das capacidades das crianças no que diz respeito aos aspectos cognitivos, afetivos, motores, sociais e linguísticos.
A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO E A SUA ARTICULAÇÃO COM OS EIXOS IDENTIDADE E AUTONOMIA Boa parte do trabalho pedagógico do 1o. ano do Ensino Fundamental deve ser organizado levando-se em conta que a criança tem necessidade de desenvolver a identidade e autonomia pessoais. De um ser, inicialmente dependente e sem conhecimento de si, a criança se constitui, durante o período da Educação Infantil, em um ser capaz
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de se cuidar, se relacionar e se comunicar por meio de diferentes sistemas simbólicos. Assim, com a finalidade de assegurar a continuidade entre essas duas etapas da Educação Básica, o professor do 1o. ano também precisa estar atento às necessidades das crianças nos aspectos relacionados ao seu desenvolvimento socioafetivo. A identidade da criança é construída, de forma gradativa, por meio das interações sociais que ela vai desenvolvendo. “A maneira como cada um vê a si próprio depende também do modo como é visto pelos outros. O modo como os traços particulares de cada criança são recebidos pelo professor e pelo grupo em que se insere tem um grande impacto na formação de sua personalidade e de sua autoestima, já que sua identidade está em construção”16. De acordo com essa perspectiva, o professor, utilizando o MDP, deve sempre propor atividades em que as crianças: • possam experimentar e utilizar recursos para expressarem seus desejos, sentimentos e ideias; • familiarizem-se com a imagem do próprio corpo, conhecendo suas sensações e limites; • brinquem e se relacionem com outras crianças, professores e funcionários da escola, expressando suas necessidades e interesses; • ampliem sua autoestima e valorizem ações de cooperação e solidariedade; • tenham oportunidade de escolha (de parceiros, objetos, espaços) e de participação em pequenas tarefas cotidianas; • adquiram hábitos de autocuidado e de elaboração e respeito a regras básicas de convívio social; • resolvam situações-problema comuns do cotidiano, solicitando ou não o auxílio do adulto; • valorizem o diálogo como forma de lidar com os conflitos. É importante lembrar que o espaço e o ambiente das salas de aula e da escola estão diretamente articulados com este eixo – Identidade e autonomia. Portanto, dedicar-se a pensar, organizar e reorganizar sua sala e de seus alunos é fundamental. É necessário perceber que, em função da acessibilidade dos alunos aos objetos e materiais, podemos estar favorecendo ou impedindo o desenvolvimento da competência e autonomia da criança; sua sensação de segurança e confiança; suas necessidades de convívio social ou de privacidade.
MOVIMENTO O movimento é uma importante dimensão do desenvolvimento e da cultura humanos e, em especial, do desenvolvimento infantil. As crianças, desde que nascem, movimentam-se, apropriando-se do controle e da interação do seu próprio corpo com o mundo. Ao movimentarem-se, elas expressam sentimentos, emoções e pensamentos, por meio de gestos, de expressões, de seu tônus e de diferentes posturas corporais. Portanto, quanto mais rico e desafiador for esse ambiente, mais ele possibilitará às crianças a ampliação do conhecimento acerca de si mesmas, das outras e do meio em que vivem. Movimento e expressividade corporal são fundamentais inclusive na construção da identidade da criança.
16 BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. v. 2, p. 13.
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Com base nessa perspectiva, cabe ao professor, utilizando o MDP, além de realizar as atividades propostas no material relativas a esse eixo, incluir no cotidiano educativo: jogos, brincadeiras e canções das nossas tradições culturais; desafios motores; modalidades expressivas, como a dança, a dramatização (teatro) e experiências de articulação entre as expressões corporal, sonora, musical e plástica. Tudo isso no sentido de ampliar e enriquecer as possibilidades expressivas gestuais, corporais dos alunos, relacionando-as à oralidade e às formas gráficas de expressão (desenho e escrita). As práticas relativas ao Movimento exploram, além das capacidades físicas das crianças, o pensamento, a criatividade, a resolução de problemas, a criticidade e as relações de tempo e de espaço, pois, assim como devemos lembrar que a cabeça tem um corpo, temos que considerar que o corpo tem uma cabeça. Tem-se como pressuposto a criança por inteiro, sem dicotomizar corpo e pensamento. A criança transforma em símbolo o que experimenta corporalmente, criando, assim, significações para suas aprendizagens. Wallon17 dizia que o pensamento nasce da ação, em íntima relação com a afetividade. Nesse processo de constituição humana, é a ação física da criança em seu contexto que lhe dá condições de organizar sua compreensão sobre esse mesmo contexto. Dessa forma, esse eixo precisa ser dinamizado no 1o. ano do Ensino Fundamental como: forma de expressão e comunicação das crianças e entre elas; manifestação coletiva; produção cultural e apreciação estética. Como subsídio para ampliar as possibilidades de trabalho com esse eixo, o professor pode consultar os materiais desenvolvidos pelo SPE especialmente para enriquecer o trabalho do professor, intitulados: • Educação Física – livro do professor (1o. ao 5o. anos); • Artes – livro do professor (para o 1o. ano). E também outras referências que, de modo mais ou menos direto, discutem questões relativas ao corpo, movimento, identidade e emoção e suas interfaces com o cotidiano escolar: ALMEIDA, Ana Rita S. A emoção na sala de aula. Campinas: Papirus, 2001. NEGRINE, Airton. Aprendizagem & desenvolvimento infantil: psicomotricidade – alternativas pedagógicas. Porto Alegre: Edita, 1998, v. 3. CAMARGO, Denise. As emoções & a escola. Curitiba: Travessa dos Editores, 2004.
MÚSICA A música é uma linguagem que se traduz em formas sonoras capazes de expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos. É na articulação das propriedades formadoras do som – altura, duração, timbre e intensidade – que surge a música. O trabalho com esse eixo deve permitir à criança: perceber como foram tratadas as propriedades do som
WALLON, Henri. Importância do movimento no desenvolvimento psicológico da criança. In: ______. Psicologia e educação da criança. Lisboa: Vega, 1979.
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na composição musical, assim como qual foi a intenção do compositor; aprender a ouvir e compreender o que ouve para produzir e apreciar a arte musical; relacionar gestos e o movimento corporal ao trabalho musical. De acordo com o RCN, o trabalho com a música deve respeitar o nível de percepção e desenvolvimento das crianças em cada fase, bem como as diferenças socioculturais. Com base nesses dados, é importante que o professor insira no cotidiano escolar diversas situações para o desenvolvimento das capacidades de a criança ouvir e perceber diferentes gêneros, estilos e ritmos musicais, cuidando para não limitá-la somente ao contato com o repertório dito infantil ou com o repertório presente no rádio e na televisão. Além disso, o professor deve criar situações que oportunizem à criança brincar, perceber e expressar sensações, sentimentos e pensamentos em relação ao que a música comunica. Para ampliar as possibilidades de trabalho com esse eixo, o professor pode consultar o material “Artes – Livro do Professor”, desenvolvido pelo SPE. O referido material sistematiza ideias sobre a apreciação e a criação musical com os alunos. E, especialmente para o trabalho com a música, foi elaborado um CD que acompanha esta coleção e que apresenta músicas inéditas e do repertório infantil, canções folclóricas, brinquedos cantados, histórias, ritmos diversos, diferentes gêneros musicais presentes em todos os materiais. Também com o intuito de ampliar os recursos do professor, oferecemos uma relação de CDs (discografia abaixo) interessantes para o trabalho com as crianças. Conforme o RCN, aprender música significa integrar experiências que envolvem a vivência, a percepção e a reflexão. Considerando o aspecto da integração do trabalho musical às outras áreas, ressaltamos que, por meio da música, podemos incentivar as crianças a terem contato direto e estreito com as demais linguagens expressivas. A música possibilita, ainda, uma fonte de prazer e alegria. Sendo assim, propomos diversas músicas que poderão ser trabalhadas e apreciadas. Para tanto, o professor poderá ouvir e trabalhar com os CDs relacionados a seguir, a fim de que os alunos conheçam diferentes ritmos e melodias: ARANTES, Guilherme. Maioridade. Zona Franca de Manaus: Globo Polidor, 1997. 1 CD: digital áudio, estéreo. 537972-2. ARRELIA; PARLAPATÕES et al. Circo. Zona Franca de Manaus: Atração Fonográfica, 1998. 1 CD: digital áudio, estéreo. ATR 31047. BARBATUQUES – corpo do som. São Paulo: MCD, 2002. 1 cd: digital áudio. BEDRAN, Bia. O melhor de Bia Bedran. Rio de Janeiro: Angels Records, 2000. 1 cd: digital áudio. ______. Bia canta e conta. Rio de Janeiro: Angels Records, 1997. 1 cd: digital áudio. BEDURÊ, André; THEBAS, Cláudio; RANOYA, Carlos. Amigos do peito. Zona Franca de Manaus: Paralelos Assessoria Fonográfica. 1 CD: digital áudio, estéreo. PLDC 51238. BI, Paulo. A casa do Zé. Rio de Janeiro: Angels Records, 2000. 1 cd: digital áudio. BOZZA, Sandra; GRECA, Rosy. Da charada à canção. São Paulo. 1 CD: digital áudio. BRANDÃO, Toni. Tutu: o menino índio. Zona Franca de Manaus: Velas Produções Artísticas, 1996. 1 CD: digital áudio, estéreo. 11-V178. BUARQUE, Chico. Os saltimbancos. 1977. São Paulo: Polygram, 1997. 1 CD (34 min): digital áudio. 518 222-2.
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CANTOS de vários cantos. Zona Franca de Manaus: Teca Oficina de Música. 1 CD: digital áudio, estéreo. TOM 002. CARVALHO, Sérgio. Girafulô cirandas: cantigas de roda. Manaus: World Music, 2002. 1 CD (41 min): digital áudio. MCD130. CASTELO Rá-Tim-Bum. Zona Franca de Manaus: Velas Produções Artísticas, 1995. 1 CD: digital áudio, estéreo. 11-V127. CHICA & ADÊ. Contar cantando: Lagusta Laguê. Florianópolis: Estúdio de Magic Place, 2001. 1 CD (29 min): digital áudio. 109728. COLLARES, J. Ilha dos sonhos. Zona Franca de Manaus: Instituto Alberione Paulinas, COMEP BR. 1 CD: digital áudio, estéreo. CD 12200-9. DERDYK, Edith; TATIT, Paulo. Rato. São Paulo: Cosac & Naif, 2003. 1 CD: digital, áudio. FERREIRA, Márcio; NASCIMENTO, Milton. Amigo Milton Nascimento. Zona Franca de Manaus: Warner Music do BR, 1995. 1 CD: digital áudio, estéreo. M450998651-2. FRAGA, Fidelys; RODRIGUES, Fátima. Cores, cantos e contos do Brasil: 4 histórias brasileiras. Projeto Conto Encanto. 2001. 1 CD (32 min): digital áudio. FFR001. GRUPO Carrosel. O som dos baixinhos. Zona Franca de Manaus: RGE, 1998. 1 CD: digital áudio, estéreo. 4113-2. GUEDES, Hardy. Pra cantar na escola. Zona Franca de Manaus: HGF. 1 CD: digital áudio, estéreo. LAKSCHEVITZ, Elza; RUFINO, Ines. Villa-Lobos para crianças. Coro Infantil do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Videolar, 1997. 1 CD: digital áudio. ATR 32013. LEANDRO E LEONARDO. Só para crianças. Zona Franca de Manaus: Warner Music Brasil Ltda., 1998. 1 CD: digital, áudio, estéreo. 398423873-2. LOBATO, Monteiro. Sítio do Picapau Amarelo: as caçadas de Pedrinho – a onça – o saci. Zona Franca de Manaus: Instituto Alberione – Brasil, 1998. 1 CD: digital áudio, estéreo. 12257-2. LOBO, Edu. Rá-Tim-Bum. Zona Franca de Manaus: Eldorado. 1 CD: digital áudio, estéreo. 935009. LOBO, Edu; BUARQUE, Chico. O grande circo místico. Zona Franca de Manaus: Velas Produções Artísticas, 1994. 1 CD: digital áudio, estéreo. 11-V005. MAIA, Fátima. Criar e recrear. Zona Franca de Manaus: MATO, 1994. 1 CD: digital áudio, estéreo. MT 10051. MARIA, Solange; NÓBREGA, Antonio Carlos. Brincadeiras de roda, estórias e canções de ninar. Zona Franca de Manaus: Eldorado. 1 CD: digital áudio, estéreo. 935010. MARTINS, Luis; SIMEK, Irena. Nossa gente: nossas cantigas folclóricas. Zona Franca de Manaus: Kemis, 1994. 1 CD: digital áudio, estéreo. SOCDO 28. MORAES, Célia Barros. Amarelinha 1: canção na Pré-Escola. Zona Franca de Manaus: Instituto Alberione Paulinas, COMEP BR. 1 CD: digital áudio, estéreo. 12084-7. MORAES, Vinícius de. Arca de Noé. Zona Franca de Manaus: Polygram, 1993. 1 CD: digital áudio, estéreo. 518221-2.
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______. Arca de Noé 2. Zona Franca de Manaus: Polygram, 1998, 1 CD: digital áudio, estéreo. 536581-2. P. IRALA; Grupo Opa. Musicais infantis interativos. Zona Franca de Manaus: Instituto Alberione Paulinas, COMEP BR, 1995. 1 CD: digital áudio, estéreo. CD 6753-9. PERES, Sandra; TATIT, Paulo. Canções curiosas. Zona Franca de Manaus: Eldorado, 1998. 1 CD: digital áudio, estéreo. DC 0004. ______. Canções de brincar. Zona Franca de Manaus: Velas Produções Artísticas e Comércio Ltda., 1996. 1 CD: digital áudio, estéreo. 11-V212. ______. Cantigas de roda: canções folclóricas do Brasil. Zona Franca de Manaus: Eldorado, 1998. 1 CD: digital áudio, estéreo. PC 0008. ______. Canções do Brasil. São Paulo: Palavra Cantada, 2001. 1 CD: digital, áudio. PIXOTINHOS. Brincando e cantando com os Pixotinhos. Zona Franca de Manaus: ZAN Comunicação e Produção Artística. 1 CD: digital áudio, estéreo. BRCD 028. ROQUE, Chico; WILSON. Trem da alegria. Zona Franca de Manaus: RCA, 1992. 1 CD: digital áudio, estéreo. 935009. RUMO. Quero passear. Zona Franca de Manaus: Velas Produções Artísticas. 1 CD: digital áudio, estéreo. 11V1-88. SAVALLA, Carlos. Estrelinhas. Rio de Janeiro: Savalla Records, 1998. 1 CD: digital, áudio. SAV 001. SOUZA, Márcio. R.; MAURA, Iara. Turma da Mônica. Zona Franca de Manaus: Continental Warner Music Brasil, 1994. 1 CD: digital áudio, estéreo. 997063-2. TADEU, Eugênio; QUEIROZ, Miguel. Murucutu. São Paulo: Palavra Cantada. TOQUINHO; ANDREATO, Elifas. Canção dos direitos da criança. Zona Franca de Manaus: Movieplay do BR, 1993. 1 CD: digital áudio, estéreo. BS 297. TOQUINHO; MUTINHO. A casa de brinquedos. Zona Franca de Manaus: Polygram, 1995. 1 CD: digital áudio, estéreo. M 528042-2. TORRES, Claudia. Caixinha brasileira. Rio de Janeiro: Angels Records. TURMA da Mônica. Brincar com o movimento. Zona Franca de Manaus: Warner Music Brasil Ltda., 1996. 1 CD: digital áudio, estéreo. 0630158553-2. TURMA do Balão Mágico. A turma do Balão Mágico. Zona Franca de Manaus: Sony Columbia. 1 CD: digital áudio, estéreo. 850.317/2-479389. VIANA, Marcus. 50 cantigas de roda. Zona Franca de Manaus: Sonhos e Sons, 1996. 1 CD: digital áudio, estéreo. SSCD 010. ZISKIND, Hélio. Meu pé, meu querido pé. Zona Franca de Manaus: Velas Produções Artísticas Musicais, 1997. 1 CD: digital áudio, estéreo. 11- V 264. Também com a intenção de ampliar as possibilidades de trabalho com esse eixo e visando à formação contínua do professor, fazemos a indicação de alguns livros, a seguir:
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ANNUNZIATO, Vania Ranucci. Jogando com os sons e brincando com a música. São Paulo: Paulinas, 2002. BRITO, Teca Alencar de. Música na Educação Infantil: propostas para a formação integral da criança. São Paulo: Peirópolis, 2003. CUNHA, S.R. Vieira da (Org.). Cor, som e movimento: a expressão plástica, musical e dramática no cotidiano da criança. Porto Alegre: Mediação, 1999. HENTSCHKE, Liane Elisa da Silva et al. Em sintonia com a Música: reflexões e práticas. São Paulo: Moderna, 2006. JEANDOT, Nicole. Explorando o universo da música. São Paulo: Scipione, 1993. JOLY, Ilza Zenker Leme. Educação e educação musical: conhecimentos para compreender a criança e suas relações com a música. In: HENTSCHKE, Liane; DEL BEN, Luciana (Org.). Ensino de Música: propostas para pensar e agir em sala de aula. São Paulo: Moderna, 2003. p.113-126. SWANWICK, Keith. Ensinando Música musicalmente. São Paulo: Moderna, 2003.
ARTES VISUAIS As Artes Visuais são linguagens que estão presentes no cotidiano da vida infantil. Em muitas propostas, a prática de Artes Visuais é entendida como mero passatempo, destituída de significados. No entanto, ao rabiscar, desenhar, pintar, colar, etc., a criança pode se expressar, comunicar e atribuir sentido a sensações, sentimentos, pensamentos e à realidade. As atividades em Artes Visuais indicam às crianças as possibilidades estéticas, de fruição, transformação, criação. Esse eixo deve trabalhar com a alfabetização estética e com a educação dos sentidos, por meio do conhecimento artístico (produto cultural e histórico; diversidade de concepções; artistas e artesãos), da apreciação e da produção artística. A educação dos sentidos se dá pelo contato ativo e crítico com as linguagens artísticas, por meio da exploração de objetos, imagens e outros que levem a criança a produzir e apreciar as Artes Visuais. Não basta apenas mostrar às crianças uma boa obra de arte, supondo que com isso seus sentidos estarão “formados”. O olhar deve ser estimulado e instigado para que a criança perceba, cada vez mais, o significado da produção artística. O contato com a cultura visual não deve se limitar apenas àquilo a que a criança tem acesso no seu meio e, sim, ser ampliado a um todo mais abrangente, pois esse contato é um dos meios de interpretação da realidade. O trabalho com o conhecimento artístico deve propiciar à criança oportunidades para que conheça os aspectos mais significativos da cultura e suas diversas manifestações, adquirindo o domínio dos conteúdos necessários à apreciação e produção artística, bem como o conhecimento da história das Artes, seus elementos, técnicas e gêneros, por meio da exploração sobre esses conteúdos. Alguns questionamentos importantes a serem feitos para propiciar a ampliação do olhar na construção de conhecimentos significativos em Artes podem ser: “O que é isso?”, “Como foi feito?”, “Quem fez isso?”, “Como?”, “Onde?”, “Quando?”, “Você já viu algo parecido com isso?” e “Vamos fazer a mesma pose desta imagem?”. Esses questionamentos aprofundarão o estudo das características da obra em estudo e propiciarão o entendimento mais profundo do seu significado. A apreciação em Artes é o trabalho de observar atentamente imagens, sons, movimentos e representações, indagando, questionando e, assim, aprendendo a ver
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mais do que a simples aparência. A produção significa pintar, cantar, confeccionar fantoches, dançar, enfim, “fazer”. Produzindo trabalhos artísticos e conhecendo a produção de outras culturas, a criança poderá compreender a diversidade de valores que orientam os diferentes modos de pensar e agir. Por meio de trabalhos contínuos de exploração de materiais, técnicas, imagens, etc., as crianças podem ser mais capazes de perceber e entender a arte. Dessa forma, a “decoração” da sala, ambiente no qual a criança passa muito tempo do seu dia, precisa ter um significado real para a turma. Deve ser um local onde as crianças possam se expressar como grupo e mostrar suas produções e conquistas, reforçando, assim, sua autoestima. Nesse sentido, é importante a exposição das produções das crianças não apenas na sala delas, mas em outros espaços da instituição. Cabe ressaltar que essa exposição necessita ser planejada e inserida em um contexto de trabalho. Em algumas situações, a decoração ou exposição de trabalhos poderá ser feita em conjunto pelo professor e pelos alunos, desde que estes participem e acompanhem o trabalho. O professor perceberá que pode trabalhar separada ou integradamente as Artes Visuais com as diferentes linguagens artísticas (a Música, o Teatro e a Dança; estes dois últimos considerados no eixo Movimento). Afinal, todos os eixos se integram, sejam os relativos ao âmbito Conhecimento de Mundo ou ao âmbito Formação Pessoal e Social. Lembrando que, nessa etapa da escolaridade, a criança pode estar fazendo os primeiros contatos com as Artes, deve-se valorizar seu trabalho, ressaltando sempre os seus avanços, tanto durante o desenvolvimento das atividades como nos seus registros finais. Não podem ser estabelecidos critérios de julgamento a respeito da produção da criança. Não existe bonito ou feio. O que existe é a percepção de como cada criança está usando os conteúdos que aprendeu na sua produção e apreciação artística. Com base nessas orientações e a fim de desenvolver outras possibilidades de trabalho com esse eixo, o professor pode consultar o material “Artes – livro do professor”, desenvolvido pelo SPE especialmente para enriquecer o seu trabalho. O referido material propõe um trabalho que sistematiza algumas ideias sobre o saber e fazer estético e artístico com os alunos. Além dessa sugestão, indicamos os livros da listagem a seguir, visando a auxiliar tanto na formação continuada do professor como na ampliação de possibilidades de trabalho com esse eixo: DERDIK, Edith. Formas de pensar o desenho. São Paulo: Scipione, 2004. ______. O desenho da figura humana. São Paulo: Scipione, 1990. FERREIRA, Sueli (Org.). O ensino das Artes: construindo caminhos. Campinas: Papirus, 2001. GREIG, Philippe. A criança e seu desenho: o nascimento da arte e da escrita. Porto Alegre: Artmed, 2004. IAVELBERG, Rosa. O desenho cultivado da criança: prática e formação de educadores. Porto Alegre: Zouk, 2006. MARTINS, Mirian Celeste; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, Maria Terezinha. Didática do ensino de arte: a língua do mundo – poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998. MÈREDIEU, Florence de. O desenho infantil. São Paulo: Cultrix, 1974. MOREIRA, Ana Angélica Albano. O espaço do desenho: a educação do educador. São Paulo: Loyola, 1993. PERONDI, Dario; TRONCA, Dinorah S.; TRONCA, Flávia Z. Processo de alfabetização e desenvolvimento do grafismo infantil. Caxias do Sul: EDUCS, 2001.
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PILLAR, Analice Dutra. Desenho e construção de conhecimento na criança. Porto Alegre: Artmed, 1996. SILVA, Silvia Cintra da. A constituição social do desenho da criança. Campinas: Mercado de Letras, 2002.
NATUREZA E SOCIEDADE Esse eixo trata da interação da criança com o meio natural e social, respeitando diferenças, especificidades, abordagens e enfoques do campo das Ciências Humanas e Naturais. O trabalho com esse eixo deve propiciar experiências que possibilitem uma aproximação ao conhecimento das diversas formas de representação e explicação do mundo social e natural, para que as crianças possam estabelecer, progressivamente, a diferenciação entre as explicações do senso comum e do conhecimento científico. Sendo assim, a proposta do MDP oportuniza às crianças que ampliem suas experiências, favorecendo a construção do conhecimento sobre o mundo social e natural. É necessário que o professor intervenha na intenção de que as crianças formulem perguntas, confrontem ideias, busquem soluções para que, posterior e gradativamente, possam compará-las com aquelas que as Ciências propõem e, ainda, possam explorar e estabelecer relações com o ambiente e as diferentes formas de vida. O material apresenta atividades variadas a respeito dos conhecimentos sociais e naturais, buscando não reproduzir preconceitos e, mais ainda, buscando desconstruir alguns estereótipos culturais. Para desenvolver um bom trabalho nessa área, o professor deve compreender os seguintes aspectos: • As crianças, desde o nascimento, iniciam o processo de reconhecimento, de exame do seu entorno. Inicialmente, elas conseguem informações a partir das suas percepções e sensações; logo em seguida, descobrem relações entre os eventos deste mundo que estão conhecendo e desenvolvem conceitos sobre ele. Mais do que uma característica natural do desenvolvimento humano, essas transformações estão relacionadas à aculturação e inserção social, próprias do ser humano. • O processo de aprendizado sobre Natureza e Sociedade pode ser visto como uma ponte entre a exploração e interpretação pessoal do mundo e a compreensão dos conceitos científicos, possibilitando que adultos e crianças ampliem seus entendimentos e desafiem suas formas de ver o mundo. • Aprender sobre Natureza e Sociedade requer uma investigação ativa por parte das crianças. Isso implica o professor não ocupar muito tempo falando para as crianças, mas, sim, criar oportunidades para que elas façam suas próprias descobertas. É fundamental que um clima de investigação esteja presente na sala de aula. As crianças precisam se sentir à vontade com o desconhecido, o que significa que elas devem ter oportunidade de perguntar sobre o que veem e de aprender como achar as respostas. • É possível e necessário ampliar as capacidades de observação das crianças. Para isso, pode-se fazer uso de alguns instrumentos simples, como lentes de aumento, copo com água, estetoscópio, ímãs, gravadores, recipientes diferentes no tamanho e no material.
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Além de observar e descrever os atributos dos objetos e situações, também é importante observar e descrever as ações dos objetos e as interações que ocorrem nas diferentes condições. • Sua postura, ao explicar algo que tenha sido questionado por uma criança, deve ser honesta, o que implica não se colocar na condição de ter sempre todas as respostas. É muito mais educativo responder: “Não sei, vamos observar” e “Não sei, podemos pesquisar a respeito” do que dar respostas imprecisas ou mágicas. • É necessário registrar e discutir no grupo as hipóteses e “teorias” espontâneas que aparecem nas conversas, jogos e brincadeiras entre as crianças. Elas serão pontos de partida e de retomada dos temas e assuntos em estudo. • São inúmeras as experiências que podem ser aproveitadas e que devem ser criadas com a finalidade de sistematizar a educação em relação a esse eixo. Além de observar e apreciar a natureza, é importante desenvolver atividades que permitam às crianças acompanharem as transformações inerentes a ela e as alterações decorrentes de modificações provocadas pelas suas ações, ou seja, pela ação humana. Passeios, demonstrações, criação de terrários e de pequenas plantações, exercícios culinários, exposições e o registro dessas atividades todas, são estratégias importantes. • Por meio de brincadeiras de faz de conta (jogo de papéis), fazendo uso de diferentes objetos e acessórios, as crianças podem entender as diferentes formas de organização e de relações sociais, verificando como estas eram no passado e como são no presente. O aluno compreenderá as mudanças, semelhanças, diferenças e permanências ao longo do tempo ou na comparação entre diferentes momentos da História, entendendo que os homens interferem no mundo em que vivem. Aqui, também é possível que os alunos percebam as transformações tecnológicas que ocorrem nos transportes, nos meios de comunicação e nos instrumentos cotidianos (eletrodomésticos, ferramentas, utensílios); consequentemente, as transformações que ocorreram e ocorrem no modo de viver das pessoas em tempos e espaços diferentes. • A construção de materiais para jogos de faz de conta (casas, carros, etc.) e para jogos de tabuleiro, utilizando diferentes recursos (sucatas, blocos de madeira ou de plástico, tecidos, papéis, etc.), possibilita compreender o mundo do qual faz parte e as transformações operadas pelo homem. • É importante a utilização de diferentes fontes documentais de épocas distintas (fotografias, filmes, gravuras, esculturas, quadros, peças de vestuário, utensílios domésticos, instrumentos de trabalho, meios de comunicação, relatos orais, documentos oficiais – registros de nascimento, carteiras de vacina, carteiras de identidade, carteiras de trabalho, etc.) na análise de aspectos do presente e do passado, sobre as inúmeras relações existentes na sociedade (familiares, trabalhistas, econômicas, culturais, éticas, de poder, etc.) e como estas interferem na constituição da sua história pessoal, das outras crianças e dos espaços coletivos. • Como os documentos não falam por si próprios, é imprescindível que o professor intervenha com questões problematizadoras, como: “Que objeto é este?”, “Qual sua função?”, “Quem o produziu?”, “Do que é feito?”. Assim, o professor auxilia os alunos a perceberem as mudanças e/ou permanências com relação a um mesmo objeto, articuladas às necessidades humanas e mudanças sociais. • As crianças devem participar da construção de regras de convivência, sendo importante o professor enfatizar o respeito e a compreensão dessas regras.
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• Trabalhar com músicas, histórias, contos, fábulas, poesias, etc. também permite o entendimento das noções de tempo e espaço pelas crianças. • Marcar os eventos da rotina diária e semanal na instituição escolar por meio de símbolos em um quadro e de canções é uma forma de registrar e de estabelecer relações de acontecimentos no tempo, tendo como referência anterioridade, posterioridade, simultaneidade. • Para as crianças, o mais importante é descobrir o que acontece e por que ocorrem determinados fenômenos e acontecimentos (físicos, biológicos, geográficos, culturais, históricos) e não realizar mecanicamente algumas experiências ou memorizar explicações. • Nessa área, é importante observar o que as crianças fazem, como elas explicam os seus raciocínios, que métodos utilizam para chegar a essa ou àquela conclusão. • Alguns temas relativos a esse eixo podem ser objeto de produções a serem propostas para as crianças, nas quais a intenção é que elas possam sistematizar seus conhecimentos e descobertas, utilizando-se do registro individual por escrito, como é o caso da construção de fichários sobre animais, frutas e outros. Na sequência, há a indicação de duas possibilidades de ficha. Se for um fichário sobre os animais, o professor pode confeccionar em conjunto com as crianças um suporte para as fichas, por exemplo, utilizando uma caixa de embalagem, retangular, que deverá ser recortada (conforme exemplo abaixo), encapada com desenhos ou figuras sobre o tema. O professor poderá, ainda, selecionar e/ou produzir pequenos textos com curiosidades a respeito desses animais, para que cada criança cole no verso da ficha que ela produziu, desenhando ou colando a figura do animal e escrevendo os dados solicitados na ficha.
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Do mesmo modo como feito para os eixos anteriormente apresentados, sugerimos aos professores os livros listados a seguir: CAVALCANTI, Zélia (Org.). Trabalhando com História e Ciências na Pré-Escola. Porto Alegre: Artmed,1996. DÍAZ, Alberto Pardo. Educação ambiental como projeto. Porto Alegre: Artmed, 2002. HARLAN, Jean; RIVKIN, Mary. Ciências na Educação Infantil: uma abordagem integrada. Porto Alegre: Artmed, 2004. HUTCHISON, David. Educação ecológica: ideias sobre consciência ambiental. Porto Alegre: Artmed, 2003. KOHL, Maryann F.; POTTER, Jean. A arte de cozinhar: receitas fáceis para crianças pequenas. Porto Alegre: Artmed, 2005. ______. Descobrindo a Ciência pela arte: propostas de experiências. Porto Alegre: Artmed, 2005. KOZEL, Salete; FILIZOLA, Roberto. Didática de Geografia: memórias da Terra. São Paulo: FTD, 1996. NEMI, Ana Lúcia Lana; MARTINS, João Carlos. Didática de História: o tempo vivido. São Paulo: FTD, 1998.
MATEMÁTICA O conhecimento matemático (contagem, relações de quantidade, relações espaciais, propriedades geométricas, medições, etc.) é construído pelas crianças desde suas relações sociais iniciais na cultura da qual participa. A apropriação do conhecimento matemático não se circunscreve à aprendizagem de técnicas e cálculos. Está permeada pela oralidade, que requer o uso da linguagem materna para a efetiva comunicação do raciocínio lógico-matemático empreendido pela criança (falar, ouvir, ler, escrever, representar). Segundo Smole e Diniz18, a língua materna, em nosso caso a língua portuguesa, serve como meio entre o pensamento matemático e suas representações, estabelecendo conexões entre ideia e palavra, entre escrita e compreensão, ou seja, propiciando a apropriação. A educação matemática, nessa fase de escolaridade das crianças, tem como estratégias principais o jogo e a resolução de problemas. Essas estratégias, principalmente o jogo, possibilitam a internalização dos conhecimentos matemáticos. A ideia de que o conhecimento matemático na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental se adquire por meio de atividades lúdicas é verdadeira, desde que haja planejamento do professor, a fim de que os objetivos predeterminados sejam alcançados, por meio das inúmeras situações de jogos de faz de conta (jogos de papéis, com situações de compra e venda, por exemplo) e do uso dos jogos de regras (tabuleiro – trilha, dominó, memória, etc. – ou “de rua” – boliche, amarelinha, caçador, etc.). As problematizações que envolvem números, medidas e aspectos espaciais devem ser elaboradas e apresentadas às crianças de forma significativa. Para tal, é necessário que o SMOLE, Kátia C. S.; DINIZ, Maria I. (Org.). Ler, escrever e resolver problemas: habilidades básicas para aprender Matemática. Porto Alegre: Artmed, 2001.
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professor planeje situações de troca em sala de aula, por meio da formulação de perguntas, da verbalização de procedimentos e/ou do uso de formas de representação condizentes com as possibilidades das crianças. A intencionalidade nas intervenções do professor permitirá à criança fazer descobertas; estabelecer comparações; organizar os elementos ao seu redor e, ao mesmo tempo, organizar seu pensamento; situar-se e localizar-se espacialmente, expondo e justificando suas soluções. Para o trabalho com a resolução de problemas, as situações devem ser planejadas e contextualizadas, para que possibilitem o uso dos conhecimentos prévios da criança, de diferentes estratégias de solução, de diferentes formas de representação (desenhos figurativos; desenhos de marcas, sinalizadores, como, por exemplo, bolinhas, risquinhos; desenhos esquemáticos e gráficos) e comunicação, que justifiquem a busca e a produção de novos conhecimentos. Cabe ao professor incentivar a criança a utilizar a forma mais significativa em determinado contexto e de proporcionar momentos de elaboração e sistematização do conhecimento assimilado. O desenvolvimento do trabalho nessa área requer do professor a compreensão de que: • A criança, no seu dia a dia, está o tempo todo tendo experiências sociais, nas quais estão implícitas ideias matemáticas. • O encaminhamento metodológico escolhido é tão importante quanto os conteúdos a serem trabalhados na educação matemática. As crianças devem, inicialmente, ter experiências com objetos e situações concretas, com materiais manipulativos, que já se constituem em formas de representação do real, mas que devem anteceder as formas de representação gráficas, como o desenho, a escrita em linguagem materna e a escrita em linguagem matemática, que constituem formas mais abstratas de representação. Essa abordagem prática pode evitar que as crianças sintam que a matemática é algo estranho às suas vidas. • É importante que as crianças percebam a presença dos números na nossa sociedade, enquanto símbolos específicos que são diferentes das letras, têm outra função, ou melhor, funções, como as de: localização (endereço); identificação (placas, telefone), ordenação (andar do apartamento); quantificação (total de talheres). • A respeito do número zero, lembrar que a forma adequada de fazer referência a ele é considerá-lo com a função de guardar lugar para outros números. Está errado estabelecer a relação entre o zero e o nada ou a algo nulo. No exemplo do número 10, o zero vale tanto que, se ele não estivesse ali, o número corresponderia a uma unidade apenas e, com o zero, ele vale nove a mais. Em quaisquer das operações matemáticas, dependendo do lugar que o zero ocupe no número, ele terá bastante força, como na subtração ou na multiplicação. • Assim como a escrita, a Matemática é um conhecimento de uso social. Muitos são os textos que se relacionam com a organização da rotina escolar, com a nossa necessidade de acompanhamento da passagem do tempo. Tais textos, estando presentes na sala de aula do 1o. ano do Ensino Fundamental, proporcionam às crianças possibilidades de irem compreendendo suas funções e a utilizá-los em situações significativas. A presença desses textos em sala favorecerá que elas formulem, confrontem e reformulem hipóteses.
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• Noções matemáticas devem ser incorporadas sistematicamente a uma grande variedade de atividades que ocorrem no cotidiano da sala de aula, nas quais as crianças lidem com quantidades, noções de números, medidas e Geometria: na hora do lanche, da chamada, no preparo das atividades, entre outras. • Para as crianças que já participam das discussões orais, é importante que o professor proponha a resolução de problemas no coletivo, pois, ao assumir o papel de escriba das crianças, ele formaliza as respostas validadas pela turma, organizando um texto único, incentivando as crianças a participarem dando suas opiniões e, a partir destas, cada aluno poderá escolher qual representação simbólica utilizará: a escrita, a pictórica, a numérica ou, ainda, a combinação entre elas. • Cada modo de representação escolhido para o registro tem funções próprias. Nas atividades de resolução de problemas, o desenho pode indicar como as crianças interpretaram os dados apresentados na situação-problema e como o solucionaram. Em termos de raciocínio matemático, não há diferenças se a escolha for pelo desenho figurativo ou esquemático, podendo ficar de acordo com a preferência da criança. O registro escrito pode também revelar a solução encontrada e qual foi o processo de resolução escolhido – individual ou coletivamente – pelas crianças. Quando o texto coletivo for assumido pelo professor, é fundamental que ele considere a participação de todos. As principais finalidades de se construir um texto desse modo são: recuperar a sequência, direcionar perguntas e orientar as crianças sobre o que é elaborar um texto. Durante a sua realização, deve-se promover com as crianças uma discussão oral sobre as diferentes soluções e as vantagens e desvantagens de tais soluções no processo de resolução das situações-problema. • Os conceitos matemáticos são construídos gradativamente pela criança, partindo de algumas noções preliminares, como quantidade, forma e tamanho. O professor, levando em conta a compreensão das crianças nessa área, pode informar sobre a possibilidade da substituição das palavras por sinais específicos, propiciando a compreensão no uso da linguagem matemática. É fundamental que, desde as primeiras experiências escolares, as crianças percebam que aprender uma linguagem, especialmente a matemática, não é aprender inúmeras regras sem sentido, mas adquirir um nível de competência comunicativa e de pensamento que possibilite utilizar essa linguagem de forma adequada nas mais diversas situações. • A escrita matemática convencional, por meio da sua linguagem própria (números e sinais), surge a partir dos desenhos, dos registros esquemáticos. O mais importante é a criança compreender, por exemplo, a relação entre quantidades e o conceito de número. Um lembrete importante: é preciso cuidar para utilizar os sinais matemáticos exclusivamente entre números e para expressar relações algébricas, não os utilizando entre letras ou palavras ou, ainda, entre palavras e desenhos, a fim de evitar estranhamento e conclusões equivocadas por parte das crianças. • Antes de a criança se deparar com operações numéricas convencionais – adição, subtração e divisão –, ela lida no cotidiano com as noções de juntar (aumento), tirar (diminuição) e repartir (distribuição) e, para que a apropriação desses conteúdos seja significativa, é importante que se trabalhe com várias atividades concretas e/ou práticas, envolvendo composição, ajuntamento, justaposição, decomposição, separação, comparação, distribuição e repartição.
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• Registros na forma de gráficos, que podem ser propostos a partir de várias situações do cotidiano da sala de aula, são importantes. Para isso, precisamos fazer um levantamento de dados, elaborar tabelas e realizar a representação gráfica em si. Inicialmente, esta pode ser tridimensional, utilizando-se blocos ou peças de madeira para representar cada item, por exemplo. Depois, faz-se a representação bidimensional, em papel, no quadro de giz, no livro do aluno, etc. Várias situações são oportunas para a criação de gráficos: resultados de jogos, pesquisas de preferências, votações, etc. • Noções de medida podem ser trabalhadas com marcadores não convencionais e, em seguida, com os convencionais. Em relação à noção de tempo, o calendário permite aos alunos que percebam gradualmente sua passagem; identifiquem gradualmente os nomes dos dias da semana e dos meses do ano na sua ordem de sucessão; localizem determinadas datas; identifiquem o dia de hoje, ontem e amanhã; observem o número de dias dos meses; registrem datas completas (dia, mês, ano); identifiquem os números. Em seguida expomos algumas ideias de trabalho utilizando alguns elementos que devem fazer parte da dinâmica da sala de aula do 1o. ano do Ensino Fundamental. Calendário Sugestões para o trabalho: Desde o primeiro dia de aula, a sala deve dispor, se possível, de, no mínimo, dois calendários diferentes: calendário anual e calendário de folhas mensais móveis. O calendário de folhas mensais móveis pode ser utilizado para que as crianças estabeleçam relações do dia com o mês e a semana (estamos no início, no meio, no fim…). O calendário anual pode ser utilizado para que a criança observe a passagem do tempo sem interrupções. Com base na apresentação dos calendários, o professor e os alunos poderão marcar: • os dias em que as crianças não frequentam a escola; • os dias dos aniversários dos alunos; • os dias das festas habituais da escola; • os dias dos passeios importantes da turma; • as condições climáticas; etc. Observação: Todos os dias, além de atualizar o calendário, deve-se explorar as diferentes maneiras de se registrar as datas. Os registros devem ser feitos no quadro. Exemplos: 7 de fevereiro de 2011 – segunda-feira 7/2/2011 – segunda-feira
Calendário de folhas mensais móveis Esse calendário deve ser confeccionado com dimensões que permitam a sua visualização de qualquer lugar da sala.
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O calendário deve ser confeccionado em um bloco de 12 folhas (uma para cada mês do ano). Em cada espaço, deve ser registrado o dia e qualquer outra informação escolhida pelo professor e pelos alunos (observar exemplo). O preenchimento do calendário deve ser feito pelo aluno, sob a orientação do professor. Durante o ano todo, escalar crianças diferentes para que atualizem o calendário. No final do ano, o calendário deve estar completo (de 1o. de janeiro a 31 de dezembro).
Calendário anual Esse calendário deve ser confeccionado em tamanho grande, preparando um quadro, comportando 8 colunas e 45 linhas. O uso desse calendário deve ser iniciado no primeiro dia de aula e encerrado no último dia letivo. É imprescindível que o professor comente que há dias anteriores e posteriores ao primeiro e último dia de aula do ano em que estão (fazer relação com o calendário de folhas mensais móveis).
2011 13 20 27 6 13 20 27 3 10
14 21 28 7 14 21 28 4 11
15 22 1 8 15 22 29 5 12
16 23 2 9 16 23 30 6 13
17 24 3 10 17 24 31 7 14
18 25 4 11 18 25 1 8 15
19 26 5 12 19 26 2 9 16
Em relação aos conteúdos e encaminhamentos com a Matemática, indicamos uma bibliografia básica, com a intenção de incrementar as discussões e ampliar o trabalho pedagógico com esse eixo: ALRO, Helle; SKOVSMOSE, Ole. Aprendizagem e diálogo em educação matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2006. BRIZUELA, Bárbara M. Desenvolvimento matemático na criança: explorando notações. Porto Alegre: Artmed, 2006. DORNELES, B. V. Escrita e número. Porto Alegre: Artmed, 1998. GOLBERT, Clarissa. Jogos matemáticos Athurma: quantifica e classifica. Porto Alegre: Mediação, 1998. ______. Novos rumos na aprendizagem matemática: conflito, reflexão e situações-problema. Porto Alegre: Mediação, 2002. KAMII, Constance; HOUSMAN, Leslie B. Crianças pequenas reinventam a Aritmética: implicações da teoria de Piaget. Porto Alegre: Artmed, 2002.
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Ensino Fundamental • 1º. ano • 1º. volume
______. Crianças pequenas continuam reinventando a Aritmética (séries iniciais): implicações da teoria de Piaget. Porto Alegre: Artmed, 2005. MACEDO, Lino de et al. Aprender com jogos e situações-problema. Porto Alegre: Artmed, 2000. MACHADO, Silvia D. et al. Educação matemática: uma introdução. São Paulo: EDUC, 1999. NUNES, Teresinha et al. Educação matemática: números e operações numéricas. São Paulo: Cortez: 2005. PAIS, Luiz Carlos. Ensinar e aprender Matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2006. PONTE, João Pedro da et al. Investigação matemática na sala de aula. Belo Horizonte: Autêntica, 2003. POZO, Juan Ignacio (Org.). A solução de problemas: aprender a resolver, resolver para aprender. Porto Alegre: Artmed, 1998. SMOLE, Kátia C. S. Jogos de Matemática do primeiro ao quinto ano. Porto Alegre: Artmed, 2006. v. 1. (Cadernos do Mathema). SMOLE, Kátia C. S. et al. Era uma vez na Matemática: uma conexão com a literatura infantil. São Paulo: USP (IME – Instituto de Matemática e Estatística),1996. ______. Matemática e literatura infantil. Belo Horizonte: Lê, 1995. SMOLE, Kátia C. S.; DINIZ, Maria I. (Org.). Ler, escrever e resolver problemas: habilidades básicas para aprender Matemática. Porto Alegre: Artmed, 2001. ZUNINO, Delia Lerner de. A Matemática na escola: aqui e agora. Porto Alegre: Artmed, 1995. Jogos A seguir, apresentamos algumas sugestões de jogos matemáticos que poderão ser confeccionados com a ajuda das crianças, para serem utilizados no decorrer do ano. A intenção dessas propostas é valorizar o trabalho com o eixo Matemática.
BATALHA DE NÚMEROS Materiais necessários: • Cartas com algarismos de 1 a 9, com ou sem figuras representando as quantidades correspondentes. Descrição do material: • Confeccionar as cartas, que podem ser do tamanho e formato das cartas do baralho tradicional ou de formato circular, obtidas por meio do contorno de uma tampa plástica. Em cada carta, deve aparecer um algarismo de 1 a 9. Poderá haver, também, desenhos variados de acordo com a quantidade indicada pelo numeral presente em cada carta. Esses desenhos poderão ser criados pelas crianças ou, então, elas poderão recortar ilustrações de revistas, gibis, etc. Quantidade: um conjunto de nove cartas para cada aluno.
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Como jogar: É necessário que os alunos se organizem em duplas e que cada dupla junte seus conjuntos de cartas. Embaralhá-las e reparti-Ias entre as crianças da dupla, de maneira que fiquem com a mesma quantidade. Cada criança organiza sua quantidade de cartas, formando uma pequena pilha, com todas viradas para baixo, ou seja, os jogadores não poderão ver as suas cartas. Para dar início ao jogo, sortear a criança que vai começar. Ela põe a carta, virada para cima, sobre a mesa e lê o número e/ou conta a quantidade de elementos nela contidos. A outra criança deve fazer o mesmo. Quem apresentar a carta com algarismo/quantidade maior vence a rodada e recolhe as duas cartas da mesa, guardando-as para si. Procedem do mesmo modo até acabarem as cartas que tinham na mão. Se acontecer de duas cartas colocadas na mesa apresentarem o mesmo algarismo, cada criança vira novamente uma carta sua, até que as cartas sejam diferentes. Vence o jogo a criança que tiver retirado mais cartas da mesa. Esse jogo favorece o desenvolvimento das habilidades de atenção e concentração, o reconhecimento dos algarismos, o reconhecimento e a comparação de quantidades.
DUAS CARTAS SOMAM DEZ Materiais necessários: • Cartas com algarismos de 1 a 9, com ou sem figuras representando as quantidades correspondentes (as mesmas do jogo anterior). Quantidade: um conjunto de nove cartas para cada aluno. Como jogar: É necessário formar grupos de duas ou quatro crianças. Juntar todos os conjuntos de cartas, embaralhá-las e distribuí-Ias entre as crianças. Sorteia-se quem vai começar o jogo. Cada uma, na sua vez, deve colocar uma carta na mesa até que haja oito cartas na mesa (dispostas, por exemplo, em duas fileiras de quatro cartas). Nesse momento, começa o jogo propriamente. A criança que estiver na vez tenta encontrar, entre as oito cartas, um ou mais pares que somam 10, que podem ser: 9 e 1; 8 e 2; 7 e 3; 6 e 4; 5 e 5. Ela deve retirar da mesa cada par que conseguir formar. Depois, essa mesma criança coloca cartas suas na mesa para preencher os espaços que ficaram vazios e passa a vez para a próxima criança, que também tentará formar pares de cartas que somem 10. Vence a criança que juntar a maior quantidade de pares. Esse jogo favorece o desenvolvimento das habilidades de atenção e concentração, o reconhecimento dos algarismos, o reconhecimento de quantidades e a iniciação à noção de adição.
NOVE COM DEZ CARTAS Materiais necessários: • Cartas com algarismos de 0 a 9, com ou sem figuras representando as quantidades correspondentes (as mesmas do jogo anterior, acrescentando-se a carta com o algarismo 0). Quantidade: um conjunto de dez cartas para cada aluno. Como jogar: Formar grupos de dois a seis alunos, juntando todos os conjuntos de cartas. Embaralhá-las e reparti-las igualmente entre as crianças do grupo. Cada criança organiza suas cartas e tenta somar 9 com duas delas, considerando o número ou a quantidade de elementos. Elas conseguirão formar pares com 1 e 8; 2 e 7; 3 e 6; 4 e 5; 0 e 9.
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Após todas as crianças terem verificado se conseguiram formar pares e quantos foram, elas devem deixá-los na mesa e continuar jogando. A criança sorteada para começar o jogo retira uma carta da mão do colega que esteja ao seu lado (se for do lado direito, todos os seguintes também retirarão do colega da direita ou, se for do lado esquerdo, segue-se esse sentido para todos). Caso ela consiga fazer um par com a carta, deve baixá-lo na mesa. O jogo prossegue até uma das crianças ficar sem nenhuma carta na mão. Vence o jogo a criança que tiver formado o maior número de pares. Variações do jogo: Do mesmo modo, as crianças devem se reunir em grupos de dois a seis. Juntar todos os conjuntos de cartas, embaralhá-las e distribuir quatro cartas para cada aluno. As demais deverão ser postas viradas para baixo, no centro do grupo. Cada um organiza suas cartas e verifica se consegue juntar duas cartas, considerando o número ou a quantidade de elementos, para somar 9. Após todas as crianças terem verificado se conseguiram formar pares e quantos foram, devem baixá-los e continuar jogando. A criança sorteada para começar retira uma carta da pilha e verifica se consegue formar um par, ou seja, duas cartas em que se obtenha a soma 9. Caso consiga, baixa esse par na mesa. As outras crianças, na sua vez, procedem do mesmo modo, até alguém conseguir formar pares com todas as cartas da mão, vencendo o jogo. Variações no resultado a ser obtido ou na quantidade e qualidade das cartas utilizadas: – “NOVE COM OITO CARTAS” - o encaminhamento é o mesmo, porém retirando-se as cartas de número 0 e 9. Assim, os pares somente poderão ser: 8 e 1; 7 e 2; 6 e 3; 4 e 5. – “SETE COM SEIS CARTAS” - o encaminhamento é o mesmo, porém retirando-se as cartas de número 0, 7, 8 e 9. Assim, os pares somente poderão ser: 6 e 1; 5 e 2; 4 e 3. – “SETE COM OITO CARTAS” - o encaminhamento é o mesmo, porém retirando-se as cartas de número 8 e 9. Assim, os pares somente poderão ser: 6 e 1; 5 e 2; 4 e 3; 7 e 0. Esse jogo, incluindo suas variações, favorece o desenvolvimento das habilidades de atenção e concentração, o reconhecimento dos algarismos, o reconhecimento de quantidades e a iniciação à noção de adição.
TRÊS EM LINHA DE QUATRO Materiais necessários: • um tabuleiro com 16 casas, 12 marcadas por números e quatro por pontos, conforme diagrama que consta na página seguinte ou outro semelhante com números resultantes da soma de dois números da tabela; • uma tabela com seis números, um em cada espaço (também conforme modelo a seguir); • 12 tampinhas de garrafa plástica de uma cor e 12 de outra cor (duas cores diferentes, uma para cada criança) ou outro tipo de material que sirva como pino ou marcador; • duas argolas pequenas ou clipes.
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Descrição do material: • Confeccionar o tabuleiro e a tabela em folha de papel, podendo ser impressos via computador ou reproduzidos em cartolina. Tabuleiro:
7
3
9
•
11
•
6
16
•
10
13
12
14
8
•
5
Tabela:
2
5
1
7
4
9
Quantidade: um tabuleiro, uma tabela, duas argolas (ou clipes) para cada dupla e 12 tampinhas de cada cor para cada criança da dupla. Como jogar: Esse jogo tem relação com os jogos em linha, apresentando uma complexidade a mais: a necessidade de se trabalhar com a ideia de adição para que a criança possa marcar um número no tabuleiro. Para jogar, é necessário formar duplas. As crianças escolhem ou sorteiam a cor das tampinhas que vão utilizar e quem vai começar. Assim, cada criança, na sua vez, escolhe dois números na tabela para marcar com as argolas (ou clipes). O resultado da adição da quantidade referente a esses dois números é o algarismo que será marcado no tabuleiro. Por exemplo: se foram escolhidos e marcados, na tabela, os números 7 e 5, a tampinha deverá ser colocada na casa 12 do tabuleiro.
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Ensino Fundamental • 1º. ano • 1º. volume
Assim que uma das crianças, já no começo ou ao longo do jogo, colocar três tampinhas em uma mesma linha (vertical, horizontal ou diagonal), ganha o direito de colocar mais uma tampinha sobre a casa com ponto e fechar a sua linha, vencendo o jogo. Esse jogo favorece o desenvolvimento de estratégias com base na observação das casas marcadas durante a brincadeira. Desenvolve a atenção e a concentração, a antecipação de resultado ou da movimentação do outro, o reconhecimento dos algarismos e a relação com as respectivas quantidades, bem como promove a iniciação à noção de adição.
LINGUAGEM ORAL E ESCRITA É por meio da linguagem que nos constituímos como pessoas no mundo. Durante os primeiros anos de vida, no contexto familiar e na Educação Infantil, a criança foi aprimorando a competência em oralidade para aos poucos ir se inserindo no universo da linguagem escrita. O aprendizado da linguagem oral e escrita é um dos elementos importantes para as crianças ampliarem suas possibilidades de inserção e de participação nas diversas práticas sociais humanas. Portanto, a linguagem, por ser de natureza social, tem um caráter essencialmente dialógico, interacional. A linguagem contribui para a formação do sujeito na sua interação com o outro, na construção de muitos conhecimentos e no desenvolvimento do pensamento. Aprender uma língua é entender, interpretar e representar os significados das palavras de acordo com o meio sociocultural do qual se faz parte. No 1o. ano do Ensino Fundamental, é essencial que continue a promoção de experiências significativas para aprendizagem da língua, ampliando as capacidades de comunicação e expressão associadas às quatro competências linguísticas básicas: escutar, falar, ler e escrever. Pesquisas realizadas nas últimas décadas, baseadas na análise de produção das crianças e nas práticas correntes, têm apontado novas direções no que se refere ao ensino e à aprendizagem da linguagem oral e escrita. Ao considerarem as crianças como cidadãos ativos na construção do conhecimento e não receptores passivos, há uma transformação substancial na forma de compreender como elas aprendem a falar, a ler e a escrever. Oralidade, leitura e escrita O desenvolvimento da linguagem infantil é dependente da interação com o adulto. Desse modo, é importante que, durante as atividades, no cotidiano escolar as crianças interajam umas com as outras e com o professor: conversem, brinquem, joguem, cantem. O conhecimento linguístico vai se construindo desde o nascimento, nas trocas dialógicas e partilhadas com o adulto. É importante dar oportunidade à criança de ampliar suas capacidades de comunicação oral por meio de conversas, discussões, comentários, relatos, escuta e canto de músicas, escuta e reconto de histórias, jogos e brincadeiras; uma vez que da qualidade das experiências orais depende, em grande parte, seu sucesso no processo de aquisição da escrita. Para a aprendizagem da leitura e da escrita, a criança precisa compreender não só de que forma ela é representada graficamente, mas o que ela representa linguisticamente. Isso significa que a alfabetização não é o desenvolvimento de capacidades relacionadas à percepção, à memorização e ao treino de um conjunto de habilidades motoras. Reconhecer letras, fazer a junção delas não são condições suficientes para ler e escrever de modo efetivo.
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Mais do que codificar (escrever) e decodificar (ler) palavras, a criança precisa apropriar-se da linguagem escrita. Nesse processo, as crianças precisam resolver problemas de natureza lógica até chegarem a compreender de que maneira a escrita alfabética, em sua língua materna, representa a linguagem. E, assim, poderão exercer práticas sociais de leitura e de escrita por si mesmas. O trabalho com esse eixo pressupõe um enfoque textual da língua. Ou seja, tem como pressuposto o fato de que significado e coerência só podem ser encontrados em um texto completo, contextualizado. Assim, é imprescindível que as crianças no 1o. ano do Ensino Fundamental sejam confrontadas com textos completos, que circulam em portadores sociais autênticos e em situações reais de uso. É bastante provável que as crianças de seis anos de idade, no momento de ingresso no Ensino Fundamental, já se mostrem capazes de fazer interpretações de textos. Isso é possível porque alguns textos vêm acompanhados de imagens ou de indicadores textuais que auxiliam a criança a realizar a leitura, ainda que não sejam capazes de decodificar completamente, pois conhecem apenas algumas letras ou os símbolos de determinado produto ou marca, como a logomarca de produtos de uso cotidiano. A consideração essencial, aqui, diz respeito ao fato de que as crianças podem ler e aprender a ler, mesmo antes de ler as letras, pois ler é compreender significados presentes em um texto e compreender é um ato mental. “Não podemos compreender, se não lemos de forma ativa: antecipando interpretações, reconhecendo significados, identificando dúvidas, erros e incompreensões no processo de leitura. Conseguir esta atividade mental do aluno que lê é imprescindível.”19 A abordagem na qual se baseiam as proposições relativas ao eixo Linguagem Oral e Escrita considera que o aluno “brinca” de ler e escrever, aprende a ler e a escrever e, por último, passa a se ocupar das questões ortográficas da linguagem escrita. Aprende-se a ler, lendo e aprende-se escrever, escrevendo. Segundo Cagliari, “essa prática permite que o aluno passe da habilidade que tem como falante nativo, de produzir textos orais, para a habilidade de produzir textos escritos”20. É importante que, na sistematização do trabalho com a linguagem escrita, o professor ofereça situações nas quais a criança tenha contato com a leitura de diferentes textos. O trabalho com o texto proporciona a observação e a análise, consciente e gradativa, das características formais da linguagem. Por meio dessa leitura, as crianças elaboram uma série de ideias e hipóteses provisórias, antes de compreenderem o sistema escrito em toda a sua complexidade. Desse modo, elas têm a oportunidade de aprender a produzir textos, mesmo antes de saber grafá-los da maneira convencional, como na situação em que participam de registros em que o professor atua como escriba das ideias da turma ou de cada aluno individualmente. A construção do conhecimento sobre a escrita se dá também pelo jogo do faz de conta. Ao brincar de ler e escrever, a escrita vai ganhando sentido para a criança. Situações de brincar de ler com ela e ela própria brincar de desenhar e escrever são fundamentais para o sucesso com a escrita, pois são nessas situações que essa atividade passa a ganhar sentido. A base do trabalho com a linguagem oral e escrita é o texto, seja ele oral ou escrito. É de suma importância que, desde o início do processo de educação formal, o professor ofereça condições para que a criança conviva com diferentes portadores (livros, jornais, revistas, gibis, folhetos, bulas, etc.) e diferentes tipos e gêneros textuais (contos, poesias, parlendas,
19 CURTO, Luís Maruny et al. Escrever e ler: como as crianças aprendem e como o professor pode ensiná-las a escrever e ler. Porto Alegre: Artmed, 2000. v. 1. p. 47. 20 CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização sem o bá-bé-bi-bó-bu. São Paulo: Scipione, 1998. p. 60.
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letras de música, trava-línguas, adivinhas, quadrinhas, cantigas de roda, lendas, fábulas, receitas, cartas, bilhetes, anúncios, reportagens, notícias, entrevistas, debates, charges, convites, avisos, tirinhas, etc.). Essa interação é que enriquecerá e possibilitará à criança aprender sobre a escrita, pois, no trabalho com esse eixo, devemos privilegiar, além do uso da língua (fala, escuta, leitura e produção de escrita), a reflexão sobre ela (função social, variações linguísticas, qualidade de texto, grafia oficial). É fundamental lembrarmos que na escola, desde o início, as crianças precisam estar rodeadas de materiais escritos e de pessoas que os manuseiam. O conceito de “sala textualizada” proposto por Josette Jolibert21 diz respeito às crianças terem à vista e às mãos todos os textos advindos do cotidiano escolar. Textos significativos dispostos nas paredes ou em outros espaços da sala (cantos, recantos), nas pastas individuais ou em arquivos da turma (cantinho da literatura, biblioteca de sala, etc.) para interagirem com eles ou utilizarem-nos como referência para a escrita de diferentes palavras, a fim de despertar o interesse em ter domínio sobre a cultura escrita. Portanto, a escrita é um ato de descoberta e de recriação, único, que varia de criança para criança. Contudo, para que a escrita, assim como a leitura, seja uma conquista das crianças, há a necessidade da mediação do adulto, do professor. O trabalho com a literatura infantil (contos, poemas) merece lugar de destaque nesse eixo. No entanto, a literatura não pode ser vista apenas como pretexto para a realização de outras atividades. Para Nelly Novaes Coelho, a matéria da literatura é a palavra, o pensamento, as ideias, a imaginação, e isso é o que distingue ou define a especificidade do humano. Como instrumento de formação do ser, a literatura está diretamente ligada a uma das atividades básicas do indivíduo em sociedade: a leitura. Convém, mais uma vez, ressaltar que as obras literárias devem estar presentes, em sala, desde os primeiros dias de aula. Devem ser lidas, discutidas e comentadas com as crianças, com o intuito de provocar emoções e entretenimento. É interessante gerar uma expectativa sobre a obra, desencadeando curiosidade, inquietação, desejo e encorajando as crianças para arriscarem palpites sobre o que acontecerá. Inicialmente, os textos devem ser breves, combinados com imagens. À medida que avançam em níveis de compreensão, devem ser apresentados às crianças textos com dificuldades correspondentes às etapas de domínio. A poesia aproxima a criança de uma linguagem afetiva e rítmica; desperta o lúdico, a fantasia e a imaginação; representa valores sociais, históricos e culturais. O trabalho com a poesia pode ser extremamente rico, quando se evita a memorização mecânica ou a simples interpretação. A criança pode brincar com as palavras, descobrir novas formas de expressão, explorar ritmos, desenvolver a sensibilidade, perceber o mundo por meio das relações do imaginário e do real, relacionar significações, adquirindo, assim, conhecimentos da linguagem oral e escrita e do mundo. O trabalho com a oralidade, com a leitura e com a escrita deve ocorrer de forma integrada e complementar, potencializando os diferentes aspectos que cada uma dessas linguagens solicita das crianças.
JOLIBERT, Josette et al. Além dos muros da escola: a escrita como ponte entre alunos e comunidade. Porto Alegre: Artmed, 2006.
21
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Considerando a perspectiva que discutimos até aqui em relação a esse eixo, o professor estará desenvolvendo ações que são de fundamental importância para as aquisições das crianças nessa área quando: • realizar leitura e narração de histórias para os alunos com muita frequência; • permitir o manuseio de livros de histórias cotidianamente; • propuser o registro de fatos, informações e histórias por meio de desenhos; • propuser situações nas quais a criança produza e/ou identifique desenhos e escrita como formas de representação e possa estabelecer relações entre as duas; • oportunizar tentativas de escrita: dos nomes de familiares, de colegas, de objetos, do professor e do seu próprio nome; de histórias ouvidas ou inventadas; de outras que sejam significativas (mesmo que a criança só utilize desenhos e/ou letras, algarismos); • propuser situações para leitura incidental (rótulos, nomes de produtos comerciais), pseudoleitura de versinhos ou de músicas memorizadas, de jornal, de histórias em quadrinhos e leitura de imagens (fotos, publicidade, pinturas); • realizar visitas às bibliotecas da escola e outras; • convidar autores de livros, quando viável, para uma conversa com os “leitores”, as crianças; • compreender as estratégias usadas pelos aprendizes (como as crianças buscam tentativas de registros) e auxiliá-los na aquisição do conhecimento sobre a escrita; • propuser situações de produção de textos coletivos e registrá-los para que as crianças percebam o arranjo da escrita no espaço, sua linearidade horizontal – da esquerda para a direita, o espaçamento entre as palavras. Nesse momento, os alunos percebem também a relação entre oralidade e escrita, além da necessidade de planejar os textos em função das condições de produção (o que, por que, para quem se escreve); • apresentar muito material impresso, de diferentes gêneros (propagandas, histórias em quadrinhos, fotos, quadros...), além de leituras de gestos, expressões faciais, sons, etc.; • propuser a escrita de textos espontâneos, pois estes indicam o que os alunos já descobriram sobre o sistema de escrita e como utilizam esse conhecimento; • apresentar todas as letras do alfabeto em caixa-alta; • criar jogos com alfabeto (bingo, dominó, memória, etc.) para facilitar a compreensão dos nomes das letras e a associação entre elas e seus respectivos sons; • propuser a análise das palavras em suas partes, pois esse é o núcleo do conhecimento linguístico necessário à leitura e à escrita; • explorar o reconhecimento do número de sílabas das palavras, a identificação da sílaba inicial ou final das palavras (mata/mato, conto/ponto, cola/colo), rimas (limão, João, leão), pares mínimos (meu/teu; caça/casa; pelo/peso). Inúmeras são as possibilidades de trabalho com a linguagem escrita. A seguir, relembramos algumas sugestões e orientações de atividades que enriquecerão a prática educativa, ampliando a oportunidade de proporcionar à criança o acesso ao mundo letrado.
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Ensino Fundamental • 1º. ano • 1º. volume
O nome da criança Trabalhando com o nome, as crianças se apropriarão das letras do alfabeto, as quais servirão como fonte de informação para produzir outras escritas. Ele constitui, muitas vezes, a primeira forma gráfica sobre a qual a criança vai pensar. Os nomes podem variar, tanto das crianças como das pessoas que têm ligação com ela. Tudo isso é fundamental, uma vez que aí se resgata a identidade da criança pelo ambiente emocional. Listagem dos nomes dos alunos: • Retirar uma letra do alfabeto móvel e mostrar aos alunos. • Pedir àqueles cujos nomes se iniciam com tal letra que vão ao quadro de giz escrever os seus nomes. • Numerar os nomes em ordem alfabética, com os alunos, para depois eles escreverem no papel bobina. A letra inicial de cada um dos nomes deverá estar ressaltada. • Pedir-lhes que ilustrem o seu nome, desenhando um objeto ou um animal cujo nome comece com a letra inicial dos nomes deles. Rimas com os nomes O professor pode registrar, em um cartaz, o texto a seguir e pedir aos alunos que o completem oralmente, com nomes de animais que rimam com os de pessoas. Em seguida, o professor deve escrevê-los e, ao terminar, pedir aos alunos que criem um título para o texto. Vou comprar uns animaizinhos para meus bons amiguinhos. O que será que vou dar? Vocês vão adivinhar! Para o João, eu dou um __________ (leão). E para o Ricardinho, um __________ (passarinho). Ao Neneco, um __________ (marreco). Para o Mário, este __________ (canário). Para o Renato, vou dar um __________ (pato). E para o Chiquito, um __________ (periquito). Todos vão ficar contentes com esses presentes! Se preferir, substituir os nomes de pessoas do texto pelos nomes dos alunos e os nomes de animais pelos de objetos, frutas, brinquedos, etc. Nomes incompletos O professor escreve, no quadro, os nomes de alguns alunos faltando letras e pede a cada um deles que identifique o seu nome e complete-o. Exemplo: BRUNA __RUNA B__UNA BR__NA BRU__A BRUN__
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Crachás/Cartões com nomes Ao iniciar a aula, o professor coloca os crachás dos alunos em carteiras trocadas, pedindo-lhes que os entreguem aos seus respectivos donos. Chamada A chamada é um momento que deve se repetir todos os dias e que a cada um poderá ser realizada de modo diferente. Por exemplo: o professor pede a todos os alunos que fiquem em pé; em seguida, sem falar, sorteia um nome e escreve-o no quadro. A criança que tem esse nome deve sentar-se e, assim, sucessivamente. O professor também pode pedir aos alunos que respondam à chamada, usando nomes de objetos, animais, frutas, carros, etc. que comecem com a mesma letra inicial dos nomes deles. Outro exemplo: o professor coloca em uma caixa os crachás com os nomes de todos os alunos da turma, que devem estar dispostos em roda. A caixa deve ser passada para que cada criança tire um crachá qualquer – pode ser que retirem sempre o nome de outra criança e não o seu. Todos deixam os crachás virados para baixo. Então, o professor escolhe um objeto pequeno que possa passar de mão em mão e, ao som de uma música, esse objeto deve começar a circular. O professor para a música e aquela criança que estiver com o objeto na mão desvira o “seu” crachá e tenta ler o nome que estiver escrito nele. Caso não saiba, mostra para a turma para que outra criança faça a leitura. Retoma-se a passagem do objeto, acionando a música novamente. Etiquetação Essa atividade possibilita à criança perceber que tudo tem um nome e que este pode ser representado graficamente. Contudo, é importante que o professor faça essa atividade dentro de um contexto de significação, ou seja, atribuindo a ela as funções de organização e de localização. Assim, podem-se etiquetar as caixas em que são guardados os materiais de uso escolar, como: COLA, LÁPIS DE COR, TESOURAS, REVISTAS, entre outros, de maneira que se torne mais fácil encontrar esses materiais dentro de um armário, por exemplo. Listagem A listagem é uma atividade que, além de ampliar o vocabulário do aluno, também possibilita que ele observe a representação da linguagem oral por meio da escrita, a qual será feita pelo professor no quadro de giz ou em cartaz. A lista de nomes é um tipo de texto bem importante no início do ano letivo para a turma do 1o. ano. Exemplo: Listar os nomes: • que se iniciam com a mesma letra; • dos objetos da sala de aula; • de pais, mães, responsáveis; • de frutas, flores, animais, objetos, etc. Observação: Primeiramente, deve-se destacar a letra inicial e, depois, a final. Alfabeto É importante que, desde o primeiro dia de aula, o aluno estabeleça um contato visual com
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os códigos convencionais da escrita (o alfabeto). Para isso, devem estar fixadas no mural da sala de aula cartelas, contendo todas as letras do alfabeto, nas quatro formas de escrita. Exemplo: A
a
‚
a
O professor deve explorar o trabalho com o alfabeto, no decorrer do ano, variando as atividades e construindo com os alunos o alfabeto concreto, o ilustrativo e o de palavras, da seguinte maneira: Alfabeto concreto O professor pode pedir a cada um dos alunos que traga de sua casa um objeto pequeno, A cujo nome se inicia com uma letra do alfabeto (a combinar). Cada um dos objetos deve ser colo‚ cado dentro de um saco plástico. Esses sacos serão colocados abaixo das cartelas de letras que estarão fixadas no mural. Os sacos deverão ser etiquetados pelos alunos, com as letras indicadas. Alfabeto figurativo Após a construção do alfabeto concreto, sugerir a elaboração do alfabeto figurativo. Para tanto, cada aluno trará uma gravura, cujo nome se inicia com uma letra do alfabeto, para fixá-la acima das cartelas, escrevendo o nome da figura e destacando a primeira letra. Essas figuras poderão ser modificadas, mensalmente, para aprimorar o trabalho de associação e ampliação do vocabulário. Outra sugestão é que cada mês seja explorado um grupo semântico, como nomes de frutas, animais, objetos, etc.
a
a
A
a
‚
a
abacaxi
Alfabeto de palavras Propor aos alunos a elaboração de um dicionário. Para isso, podem-se usar folhas de papel sulfite. Cada folha corresponderá a uma letra do alfabeto. A capa deve ser ilustrada pelos alunos. À medida que as letras forem sendo trabalhadas, os alunos vão dizendo palavras que se iniciam com elas. Com a ajuda do professor, eles irão registrá-las no dicionário, o qual deverá ficar exposto em um painel na sala de aula. Jogos A seguir, apresentamos algumas sugestões e orientações de jogos que poderão ser criados em conjunto com as crianças para serem utilizados por elas em grupo, durante todo o ano letivo e que poderão enriquecer o trabalho com conteúdos de diferentes eixos, sempre articulados à aprendizagem da linguagem escrita.
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ROLETA DAS LETRAS Materiais necessários: • roleta com números, conforme modelo ao lado; • clipe e lápis; • cartões com palavras;
Apoiar o lápis e o clipe aqui.
5 4
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• uma caixa. Descrição do jogo: Confeccionar a roleta com as crianças, conforme sugestão. Em seguida, criar cartões com diversas palavras (que contenham quatro, cinco, seis ou sete letras) para serem inseridas na caixa. Essas palavras poderão ser retiradas dos textos (parlendas, adivinhas, literários, entre outros) já trabalhados com as crianças. Como jogar: Utilizando o lápis, girar o clipe para verificar em qual número ele vai parar. Em seguida, solicitar à criança que encontre, na caixa, uma palavra com a quantidade de letras que corresponde ao número sorteado. Por exemplo, o clipe parou no número 4, logo, deverá procurar uma palavra que contenha quatro letras. Variações: 1. Com as palavras retiradas da caixa, construir um texto maluco ou criar uma adivinha cuja resposta seja a palavra encontrada. 2. Relacionar o número da roleta à quantidade de sílabas de uma determinada palavra. Para tanto, trabalhar com números menores na roleta (1, 2, 3 e 4). 3. Relacionar o número da roleta com a quantidade de palavras de uma frase. Nesse caso, além de trabalhar com números menores na roleta, será preciso substituir as palavras da caixa por frases. As sugestões de variações para esse jogo deverão ser realizadas à medida que as crianças forem compreendendo as regras, assim como se apropriando dos conhecimentos necessários para a identificação das letras, das sílabas e das palavras.
TRILHA DAS TAMPAS Este jogo consiste em uma “caça ao tesouro” das letras, palavras e sílabas. Materiais necessários: • tampas de garrafas de cores variadas; • caixa para inserir as letras do alfabeto móvel (ou palavras, ou sílabas); • dado; • marcadores (a escolher). Descrição do jogo: Juntar com as crianças, antecipadamente, uma quantidade de tampas com as quais seja possível construir uma trilha. Para essa trilha, será necessário ter algumas tampas com a mesma cor para que se estabeleça uma legenda, por exemplo: a tampa amarela significa VOLTAR UMA CASA; as tampas vermelhas, AVANÇAR DUAS CASAS, e as tampas cinzas, FICAR UMA VEZ SEM JOGAR.
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Escolher uma caixa para inserir as letras (ou as palavras, ou as sílabas). Essa caixa pode ser substituída por uma tampa grande, a qual será o BAÚ DO TESOURO. Eis um esboço de como pode ficar essa trilha:
baú do tesouro
Como jogar: • Organizar a trilha com as crianças. • Jogar em duplas ou em trios ou, ainda, de forma coletiva. • Inserir as letras (ou as palavras, ou as sílabas) no “baú do tesouro”.
• Jogar o dado para verificar a quantidade de tampas em que deverá mover o marcador na trilha, de acordo com a legenda combinada. • À medida que a criança “caminha” na trilha, conforme a quantidade indicada pelo dado, deverá retirar do baú essa mesma quantidade de letras (ou sílabas ou palavras). • Ganha o jogo a criança que obtiver a maior quantidade de letras (ou palavras, ou sílabas). Portanto, todas as crianças deverão chegar ao final da trilha. Por meio desse jogo, exploramos ideias, procedimentos e conhecimentos matemáticos, entre eles: contagem, registro, comparação de quantidades e algumas ideias das operações de adição e subtração (ideia aditiva – quanto falta para chegar) e conhecimentos linguísticos, como o reconhecimento das letras e o uso delas para a formação de palavras, a identificação das palavras e sílabas. Combinar as regras com a turma. Durante a realização do jogo, auxiliar as crianças em suas jogadas, oferecendo apoio afetivo e intelectual às tentativas delas. Problematizar o jogo antes, durante e depois de sua realização, criando situações-problema para explorar as ideias matemáticas e linguísticas nele presentes. Por exemplo, ao acompanhar os grupos durante a realização do jogo, pode-se perguntar: – Quem já andou mais casas? O que isso significa? – Quais palavras (ou sílabas ou letras) que você já tirou? – Que palavras você pode escrever com essas letras (ou sílabas)? – Quem foi o vencedor? – Quantas tampas ficaram faltando para se chegar ao tesouro? – Entre outras questões. É importante definir, para as partidas, se o jogo será feito com “baú” de letras, de palavras ou de sílabas. Além disso, é preciso ampliar as possibilidades de reflexão das crianças, propondo atividades com as palavras, letras ou sílabas retiradas do baú, nas quais elas podem elaborar listas de palavras com as suas letras, produzir textos coletivos com as palavras dos grupos, realizar jogos (memória, dominó...), etc.
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Outra variação para esse jogo seria o uso de dois dados, cuja intenção é desafiar a criança a trabalhar com algumas ideias das operações de adição (somar as quantidades indicadas nos dados). Nesse caso a trilha deverá conter mais tampas para possibilitar as somas com maior quantidade. É necessário voltar ao jogo em outros momentos, oferecendo às crianças oportunidade de aprender cada vez mais com ele. Depois de um tempo realizando esse jogo, podem-se também mudar suas regras, tornando-o mais desafiador. Outras variações: 1. A criança escolhe uma das palavras do baú, conta a quantidade de letras e “caminha”, na trilha, o número de tampas correspondente. 2. Escolhida uma palavra, contar quantas vogais ela tem e “caminhar” a quantidade correspondente de tampas. 3. Escolher letras do alfabeto móvel para colocar em cima de algumas tampas da trilha (alternar tampas com letras e sem letras). A criança joga o dado para “caminhar” a quantidade nele indicada. Ao mover seu marcador, poderá parar em uma tampa que possua uma letra e, nesse caso, deverá identificar essa letra em uma das palavras do “baú”. 4. Em vez de letras em cima das tampas, colocar números, que indicarão a quantidade de letras que a criança terá que identificar em uma palavra. 5. O número na tampa poderá indicar a quantidade de sílabas de uma palavra. 6. Para identificar a quantidade de palavras em uma frase, trabalhar com as frases de textos conhecidos pelas crianças, os chamados textos de memória (parlendas, quadrinhas, adivinhas...). Escrevê-las em tiras de papel, embaralhá-las e ordená-las com as crianças. Em seguida, combinar com os alunos para identificarem as quantidades solicitadas conforme o combinado (número de frases, de palavras, das palavras que se repetem, etc.). As atividades sugeridas proporcionam aos alunos a utilização de noções simples de cálculo, o que auxilia no desenvolvimento da habilidade de cálculo mental, bem como de conhecimentos linguísticos.
JOGO DO BATE-MÃO Materiais necessários: • Cartas com as letras do alfabeto. Descrição do jogo: Será preciso confeccionar essas cartas, que podem ser do tamanho das do baralho tradicional. Em cada uma, deve aparecer uma letra do alfabeto, maiúsculas e minúsculas, de imprensa ou manuscrita cursiva. Essas letras podem ser feitas de muitas maneiras diferentes, isso dependerá das intenções do trabalho do professor. As cartas podem, também, conter ilustrações cujos nomes iniciem com cada letra indicada. Tais ilustrações poderão ser elaboradas pelas crianças ou, então, poderão recortá-las de revistas, jornais, entre outros materiais. Eis a quantidade de cartas: – 8 cartas de cada vogal;
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– 5 ou 6 cartas de cada consoante. Como jogar: É necessário formar grupos de duas a quatro crianças. Após embaralhar todas as cartas, reparti-Ias entre as crianças, de maneira que todas fiquem com a mesma quantidade ou, se isso não for possível, quase a mesma. Cada criança organiza sua quantidade de cartas, formando sua pilha, todas viradas para baixo, ou seja, os jogadores não podem ver suas cartas. Para dar início ao jogo, um dos participantes deve escolher uma letra, por exemplo, a letra “A” e desvirar a primeira carta de sua pilha, colocando-a no centro (chão, mesa...). A criança seguinte desvira a sua primeira carta e diz: “N”. A próxima faz o mesmo e, assim, sucessivamente. No momento em que coincidir, ou seja, quando uma criança falar “M”, por exemplo, e virar a carta “M”, todos os participantes, imediatamente, devem bater suas mãos nas cartas que tiverem sido depositadas no centro. A última criança que bater sua mão deverá pegar todas as cartas do centro. Ganha o jogo quem terminar suas cartas por primeiro. Convidar as crianças que ficaram com cartas para que tentem, com a ajuda dos colegas e do professor, formar palavras que iniciem com as letras nelas contidas ou, ainda, identificar a letra de uma das cartas e associá-la, no ambiente alfabetizador, a palavras que a contenham. Em seguida, fazer a listagem das palavras citadas nesse jogo. Expor esse trabalho na sala de aula para ser complementado com o resultado de outras partidas. Esse jogo favorece o desenvolvimento das habilidades de atenção e concentração, o reconhecimento das letras do alfabeto e a identificação de palavras que iniciam com essas letras. Variações: 1. Confeccionar cartas com as sílabas das palavras que estão sendo trabalhadas. 2. Confeccionar cartas com diferentes grupos, como de figuras de animais e a escrita dos respectivos nomes, de objetos e seus respectivos nomes, de plantas... Combinar com os alunos qual dos grupos será escolhido para a partida do bate-mão. Para essa confecção, explorar com as crianças a leitura de imagens e a escrita dos nomes correspondentes, bem como organizar brincadeiras que envolvam organizar essas cartas por grupos, por exemplo: cartas do mesmo grupo semântico; cartas que tenham a mesma quantidade de letras, independentemente do grupo inicial escolhido (animais, objetos, plantas); criar subgrupos para cartas do mesmo grupo, como separar as cartas com imagens de frutas e as com imagem de legumes no grupo das plantas. Para trabalhar com essa atividade é importante ouvir e considerar as hipóteses das crianças para transformá-las em objeto de conhecimento e contribuir com novas aprendizagens, ou seja, a ampliação daquilo que a criança já conhece.
BICHOS ENGOLIDORES DE PALAVRAS Materiais necessários: • fantoches de bichos; • tiras de papel contendo palavras. Descrição do jogo: Confeccionar os fantoches de bichos, conforme mostram as imagens a seguir. Esses fantoches deverão ter uma abertura na “boca”, na qual se possam colocar fichas com palavras.
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Fotos: P. Imagens/Pith
Fazer várias tiras, contendo palavras diferentes, escritas com letras em caixa-alta para serem colocadas, uma de cada vez, dentro da boca do bicho para brincar de adivinhação. Trata-se do jogo do bicho comilão que “engole” palavras. Colocar uma palavra dentro da boca do bicho e ir puxando, letra por letra, enquanto as crianças vão dando palpites acerca da palavra que pode ter sido engolida. Por exemplo: – Que palavra o bicho “X” engoliu?
Fotos: P. Imagens/Pith
As crianças podem dizer qualquer palavra que comece com a letra B. Depois, mostrar mais uma letra:
Agora, só valem palavras que comecem com BA, como BALÃO, BALEIA, etc. E assim vai seguindo a brincadeira, até que a palavra seja descoberta. O objetivo maior desse jogo é dar oportunidade às crianças de levantarem hipóteses diante da escrita dessas palavras, identificando letras, sílabas e ampliando seu vocabulário, estimulando os alunos a avançarem conceitualmente na compreensão do sistema alfabético.
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Como jogar: Conhecendo as regras do jogo, escrever nas fichas os nomes de alguns elementos respectivos a um determinado grupo semântico, por exemplo: o fantoche “X” somente “engole” palavras que sejam nomes de pessoas; o fantoche “G” somente palavras que sejam nomes de plantas; o fantoche “R” somente palavras que sejam nomes de cores, etc. À medida que as crianças forem memorizando as regras e as intenções do jogo, elas devem fazer associações de grupos de palavras conforme o animal escolhido. Portanto, quando a letra A sai da boca do fantoche “X”, que somente “engole” nomes de pássaros, as palavras ANEL e AVIÃO não podem ser aceitas. Desafiar as crianças fazendo perguntas interessantes e que instiguem a curiosidade e levantamento e comprovação de hipóteses. Construir “livros” com as palavras dos bichos engolidores. Veja uma possibilidade para essa confecção: • Elaborar, com as crianças, uma capa para o livro. • Juntar várias folhas em branco no livro. • Nessas folhas, registrar algumas ideias. Por exemplo: partindo da palavra LUÍS, fazer o registro de: 1. DIFERENTES TIPOS DE LETRA L; 2. DESENHOS DE ANIMAIS QUE INICIAM COM A LETRA L; 3. FIGURAS DE OBJETOS QUE INICIAM COM A LETRA L; 4. NOMES DE PESSOAS QUE INICIAM COM A LETRA L; 5. NOMES DE OBJETOS QUE CONTENHAM A LETRA L; 6. ADIVINHAS (as respostas deverão iniciar com a letra L). Brincar com esse jogo variando as palavras no decorrer do ano.
BRINCANDO E CANTANDO COM AS LETRAS DO ALFABETO Materiais necessários: • cartazes com cantigas de roda; • tiras de papel com a escrita de palavras. Descrição do jogo: Confeccionar cartazes com as letras de algumas cantigas conhecidas pelas crianças. Esses cartazes deverão ser ilustrados por elas. Esse jogo trabalha com a compreensão e interpretação dos textos. Como jogar: Combinar com os alunos de selecionar algumas palavras (substantivos) contidas nos textos e escrevê-las em tiras de papel. Para selecionar as palavras dos textos das cantigas de roda, fazer inicialmente uma listagem dos títulos das músicas conhecidas pelas crianças. Cantar essas músicas e escrever suas letras em cartazes para realizar a leitura dos textos, para que as crianças busquem compreendê-los. Pedir que pintem, no texto, as palavras que querem separar para o jogo. Em seguida, transcrevê-las em tiras de papel para colocar na caixa de “palavras musicais”. Destacar a primeira letra da palavra ou,
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ainda, solicitar às crianças que façam um desenho ao lado da palavra para ajudar na identificação (se houver necessidade). Organizar as crianças em roda e brincar de Batata-quente. A caixa será a “batata”. Para brincar, o grupo fica em círculo, sentado ou em pé. Uma criança fica fora da roda, de costas ou com os olhos vendados, dizendo a frase: “Batata quente, quente, quente, quente, quente,... queimou!” Enquanto isso, os demais vão passando a caixa de mão em mão até ouvirem a palavra “queimou”. Quem estiver com a caixa, nesse momento, deverá tirar uma palavra de dentro dela e tentar fazer a leitura com ou sem a ajuda do professor. Lida a palavra, a criança convida as demais para cantarem a música ou uma das músicas que contenha aquela palavra. Depois de cantarem, essa criança é quem ficará fora da roda para dizer: “Batata quente, quente,...” e a brincadeira segue assim. Variação: Esse jogo poderá também ser chamado de: “Qual é a música?”. Para isso, faz-se necessário ter mais de uma música para a mesma palavra. Escolher uma das crianças para selecionar a palavra e a música que deseja que as demais cantem. Caso o grupo ou um dos colegas escolhidos para adivinhar acerte a música, ganha um ponto; caso contrário, perde um ponto. Combinar outras regras com as crianças. No decorrer do ano, inserir outros cartazes contendo outras músicas para desafiar as crianças a conhecerem novas canções.
BRINCANDO COM O AUTORRETRATO Materiais necessários: • cartolina branca; • palito de sorvete; • canetinha e giz de cera; • obras de arte (autorretratos). Descrição do jogo: Oportunizar a leitura de obras de arte que enfocam o autorretrato. Buscar esses artistas e instigar o olhar curioso e investigativo da criança por meio da leitura de imagens. Após esse momento de apreciação e reflexão, convidar as crianças a realizarem seus autorretratos. Para isso, levar um espelho para a sala de aula para que os alunos observem detalhes do seu rosto. Em seguida, pedir que façam o desenho ou pintura do rosto, ou seja, o autorretrato. Cada aluno deverá recortar a sua produção e transformá-lo em um fantoche de vara (colar no palito de sorvete). Reunir o grupo para construir os textos sobre a história do nome e/ou da vida de cada aluno (autobiografia). Para a construção desses textos, o professor será o escriba e também aquele que ajudará cada criança a organizar as ideias trazidas sobre a vida de cada um. Para se ter mais elementos para a redação do texto, vale considerar a possibilidade de enviar um bilhete aos pais e/ou responsáveis solicitando que escrevam algo sobre a história do nome e da vida da criança. Portanto, juntando o relato das crianças com as informações da família, reúnem-se elementos significativos para a construção desses textos. Após essa elaboração (que demanda tempo), combinar com as crianças a realização de uma dramatização, cuja intenção é construir uma conversa/diálogo entre os autorretratos (fantoches). Produzir com elas o cenário (palco para a apresentação). Esse diálogo nascerá dos textos autobiográficos produzidos. Tal procedimento também demandará tempo, ou seja, deve ser feita previsão de tempo para o ensaio da peça (que poderá
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Ensino Fundamental • 1º. ano • 1º. volume
se chamar “Histórias de nós mesmos”), para memorizar os textos da apresentação e para a confecção dos convites para que outras pessoas assistam à produção da turma.
JOGO DA MEMÓRIA Materiais necessários: • cartolina; • giz de cera e canetinhas. Descrição do jogo: Selecionar vários textos de adivinhas. Para cada texto, confeccionar três círculos grandes de cartolina para fazer o jogo: um para escrever o texto da adivinha, outro para escrever a resposta dela e o último para fazer o desenho que representa essa resposta. Escrever esses textos com as crianças. Inicialmente, o professor será o escriba e, à medida que as crianças forem se apropriando da escrita, solicitar que elas mesmas escrevam esses textos. Como jogar: Ao brincar com jogos de memória, os alunos aprimoram sua capacidade de atenção, percepção espaço-temporal, raciocínio, memória e concentração, identificando semelhanças entre imagens, além de oferecer oportunidade para explorar algumas ideias e procedimentos matemáticos, como realizar contagens, comparação e registro de quantidades. Para realizar o Jogo da memória, orientar os alunos para que organizem as cartas no chão ou na mesa, deixando distantes aquelas que são iguais, nesse caso, o trio texto/palavra/desenho. Depois, pedir que olhem bem os trios e virem todas as cartas com os textos/imagens para baixo, esclarecendo que um jogador de cada vez deve desvirar três cartas, na intenção de formar um trio com aquelas que se completam (conforme o que foi previamente combinado). O jogador que conseguir formar o trio (texto/palavra/desenho) fica com as três cartas. Caso ele desvire e as três cartas não formem o trio, ele deverá deixá-las viradas para baixo, no mesmo lugar onde estavam. O jogo acaba quando todos os trios forem formados e vencerá quem conseguir o maior número de cartas. Solicitar o registro de uma das partidas, que pode ser em forma de desenho, escrita e/ou oral. Para isso, é importante que os alunos possam jogar várias vezes antes de realizarem o registro. Dessa forma, além de as crianças terem um tempo maior para a compreensão das regras e a criação de estratégias para o jogo, o professor também terá mais tempo para fazer intervenções individualizadas que possibilitem a ampliação dos conhecimentos linguísticos e matemáticos presentes tanto na confecção do jogo como na identificação das palavras, da leitura do texto e do desenho. Considerando o seu caráter coletivo, em que as crianças estabelecem ricas relações de troca, e a sua natureza lúdica e prazerosa, o jogo torna-se uma excelente estratégia didática quando as situações são planejadas e orientadas pelo professor. Especificando enunciados que estão presentes no Livro Integrado do aluno Em muitas das proposições de atividades, o professor irá se deparar com dois enunciados relativos ao processo de aquisição da linguagem escrita, que aparecem muitas vezes ao longo de cada volume do livro do aluno. Isso se justifica pelo fato de tais
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enunciados terem relação com duas estratégias fundamentais para a apropriação da linguagem escrita nesse ano de escolaridade das crianças. Assim, sempre que o professor se deparar com um enunciado que contenha a consigna “ESCREVA COMO SOUBER”, ele estará diante de uma situação em que a criança fará a escrita espontânea. Essa escrita não precisa ter necessariamente identificação com a escrita convencional. Nesse registro espontâneo, a criança estará revelando as hipóteses que construiu para indicar do que já se apropriou em relação ao nosso sistema de escrita. O registro feito pela criança não deve ser corrigido pelo professor. O que o professor poderá fazer é confrontar com a escrita convencional apresentada em outros momentos, em diferentes portadores de circulação social (livros, dicionário, revistas e jornais, entre outros). Essa forma de registro também oferece ao professor a oportunidade de fazer um levantamento diagnóstico em relação a como suas intervenções, nesse eixo, estão sendo entendidas pelas crianças. Luiz Carlos Cagliari22 orienta que, após os alunos terem adquirido mais habilidade e facilidade na produção de textos, o professor poderá incluir a autocorreção, seja ela feita individual, em duplas ou coletivamente. Em outras situações de registro escrito, indicadas pelo enunciado que leva a consigna “ESCREVA COM A AJUDA DO SEU PROFESSOR”, está sendo solicitado que a criança acompanhe as conversas desenvolvidas entre o professor e a turma. Essas conversas resultarão em um registro escrito feito pelo professor no quadro de giz ou em um cartaz. A partir disso, a criança está sendo convidada a transcrever para o livro do aluno, fazendo a escrita imitativa de textos ou palavras que tenham significado, mediante a proposta da atividade como um todo. Esperamos que essa discussão preliminar possa auxiliar cada professor nesse desafio e responsabilidade perante a aquisição dos processos essenciais de construção da leitura e da escrita pelas crianças no 1o. ano do Ensino Fundamental. Referências para literatura infantil Apresentamos sugestões de títulos de literatura infantil, com o intuito de incentivar a leitura prazerosa para a criança e, também, contribuir com o trabalho da escola. Acreditamos que a literatura, para a criança, é um universo de magia e de encantamento que pode envolvê-la. Por isso, temos a certeza de que as obras abaixo relacionadas poderão contribuir para que ela inicie uma viagem sem fim. AGUIAR, Vera et al (Org.). Poesia fora da estante. Porto Alegre: Projeto, 1996. ALBOROUGH, Jez. Pato atolado. São Paulo: Brinque-Book, 2000. ANDRADE, Rogério. Histórias africanas para contar e recontar. São Paulo: Editora do Brasil, 2003. ARBEX, Ana Lúcia et al. Uma história e muitas letras. São Paulo: Ática, 1995. ATLAS das plantas. São Paulo: Melhoramentos, 1995. AZEVEDO, Alexandre. A Lua e a bola. São Paulo: Saraiva, 2005.
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CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização sem o bá-bé-bi-bó-bu. São Paulo: Scipione, 1998.
Ensino Fundamental • 1º. ano • 1º. volume
AZEVEDO, Ricardo. Menino sentindo mil coisas. São Paulo: Ática, 2007. ______. Aula de Carnaval e outros poemas. São Paulo: Ática, 2006. ______. Conto de bichos do mato. São Paulo: Ática, 2007. BANYAI, Istvan. Zoom. Rio de Janeiro: Brinque-Book, 1996. BELINKY, Tatiana. Um caldeirão de poemas. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2003. BORATYNSKi, Antoni. O catador de pensamentos. São Paulo: Brinque-Book, 1996. BRAIDO, Eunice. Como nasce a rã, o golfinho, o jacaré. São Paulo: FTD, s.d. (Vida Nova). ______. A cegonha e a raposa. São Paulo: FTD, 2007. ______. O violino mágico. São Paulo: FTD, 2006. BRANCO, Samuel M. A Iara e a poluição das águas. São Paulo: Moderna, 1994. BRANDÃO, Eliana; ALBERT, Ricardo. A casa feita de sonhos. São Paulo: Melhoramentos, 1995. BRAZ, Julio Emilio. Lendas negras. São Paulo: FTD, 2001. BUSH, Timothy. Rupi!: o menino das cavernas. São Paulo: Brinque-Book, 1997. CALTABIANO, Mariana. Jujubalândia. São Paulo: Brinque-Book, 1997. CAMARGO, Luís. Maneco caneco chapéu de funil. São Paulo: Ática, 2002. CANINI, Renato. Um redondo pode ser quadrado? São Paulo: Formato, 2007. CAPARELLI, Sérgio. A árvore que dava sorvete. Porto Alegre: Projeto, 1999. CARDOSO, Leonardo M. A língua do sapo lambão. São Paulo: Brasil, 1996. ______. Zé descalço. São Paulo: Brasil, 2000. CARNEIRO, Ângela. Melhor de três. São Paulo: Ática, 2004. CARRIL, Maiti Frank. De avestruz a zebra. São Paulo: Ática, 1996. CENA, Marco; JACOBY, Sissa. A festa no céu. Porto Alegre: Mercado Aberto,1995. CHINDLER, Daniela. O hambúrguer era de carneiro. São Paulo: Rocco, 2004. COLE, Babette. Meu pai é um problema. São Paulo: Companhia das Letrinhas,1996. ______. Minha mãe é um problema. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2004. COUSINS, Lucy. A arca de Noé. São Paulo: Brinque-Book, 1996. ______. O livro de surpresas da Ninoca. São Paulo: Ática, 2006. COUTINHO, Antonia Ramos. Os olhos que não queriam dormir. São Paulo: FTD, 1995. CURTI, Anna. 7 dias em nossa casa. São Paulo: Verbo, 1995. ______. Um dia na cidade. [S.l.]: Leitura, 1997. ______. Um dia no trabalho. [S.l.]: Leitura, 1997. DAHER, Andréa. Os bichos também sonham. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
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EVANS, David; WILLIAMS, Claudete. Cor e luz. São Paulo: Ática, 1995. ______. Equilibrando. São Paulo: Ática, 1995. ______. Força e movimento. São Paulo: Ática, 1995. ______. O ar e você. São Paulo: Ática, 1995. ______. Som e música. São Paulo: Ática, 1995. FERREIRA, Taisa. Luana: no reino das letras. Belo Horizonte: Lê, 1998. FRANÇA, Mari; FRANÇA, Eliardo. O aniversário. São Paulo: Ática, 1992. FRANCO, Camila; PIRES, Marcelo. Liga e desliga. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1992. FURNARI, Eva. Cabra-cega. São Paulo: Ática, 1988. ______. Catarina e Josefina. Belo Horizonte: Formato, 1990. ______. Todo dia. São Paulo: Ática, 1991. ______. Travadinhas. São Paulo: Moderna, 2003. ______. Assim assado. São Paulo: Moderna, 2003. ______. Adivinhe se puder. São Paulo: Moderna, 2002. GAMBOLI, Mário. Árvore é vida. Porto Alegre: L&M, 1996. GÄRTNER, Hans; ZWERGER, Lisboth. 12 fábulas de Esopo. São Paulo: Ática, 1996. GOMES, Elba. Essa casa é demais! Brasília: LGE, 2003. GIRE e aprenda: as pessoas, as cores. Comunidade Europeia: Leitura, 1997. GODOY, Maria Lúcia. Fruta no pé: o que é, o que é? Belo Horizonte: Lê, 1995. GOFFIN, Josse. Oh! Bélgica. São Paulo: Martins Fontes, 1992. GORDON, Mike; SUHR, Mandy. Eu cresço. São Paulo: Scipione, 1996. ______. Eu respiro. São Paulo: Scipione, 1996. GRIMM, Irmãos. Branca de Neve. Porto Alegre: Kuarup, 1988. GUTTAMANN, Mônica. Armando. São Paulo: Paulinas, 1990. HEINE, Helme. O mais fantástico ovo do mundo. São Paulo: Global, 2005. JOSÉ, Elias. No balancê do abecê. São Paulo: Paulus, 1996. ______. Bicho que te quero livre. São Paulo: Moderna, 2002. ______. De olho nos bichos. São Paulo: FTD, 2003. ______. Boneco maluco e outras brincadeiras. Porto Alegre: Projeto, 1999. KANASHIRO, Áurea R. Tamanho real: livro dos números. São Paulo: Ática, 1995. KAUFMAN, Joe. As coisas da minha casa. São Paulo: Cedibra, 1987. (Dourada). KING, Stephen Michael. Patrícia. São Paulo: Brinque-Book, 1997. KIRINUS, Glória. Formigarra e Cigamiga. Curitiba: Braga, 1995. KUPSTAS, Márcia. Dedinhos desbocados. São Paulo: Moderna, 1997.
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Ensino Fundamental • 1º. ano • 1º. volume
KYKES, Julie. Não quero ir para a cama. São Paulo: Martins Fontes, 1997. LALAU; LAURABEATRIZ. Fora da gaiola. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1997. ______. Bem brasileirinhos: poesia para os bichos mais especiais da nossa fauna. São Paulo: Cosac Naify, 2004. ______. Brasileirinhos: poesia para os bichos mais especiais da nossa fauna. São Paulo: Cosac Naify, 2001. ______. Mais brasileirinhos: poesia para os bichos mais especiais da nossa fauna. São Paulo: Cosac Naify, 2003. ______. Novos brasileirinhos. São Paulo: Cosac Naify, 2002. ______. Uma cor, duas cores, todas elas. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1997. LUENN, Nancy. Mãe Terra. São Paulo: Augustus, 1994. MACHADO, Ana Maria. O pavão do abre-e-fecha. São Paulo: Ática, 1998. ______. Menina bonita do laço de fita. São Paulo: Ática, 2002. ______. Jabuti sabido com macaco metido. São Paulo: Quinteto, 1986. ______. Jeca, o tatu. São Paulo: Ática, 2003. ______. O gato do mato e o cachorro do morro. São Paulo: Ática, 2004. MACHADO, Nilson José. Bichionário. Curitiba: Braga, 1995. MARTIN, Jean François. As aves. São Paulo: Scipione, 1997. ______. No sítio. São Paulo: Scipione, 1996. MASUR, Jandira. Porquês. São Paulo: Ática, 1991. MECHEL, François et al. O livro da água. São Paulo: Melhoramentos, 1997. MIRANDA, Marco. A menina que queria ser gambá. Brasília: LGE, 2004. MORAES, Vinícius de. A arca de Noé. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. MOURA, Flávio. Por quê: clima. São Paulo: Ática, 1997. MURPHY, Chuck. Um a dez. São Paulo: Melhoramentos, 1996. MURRAY, Roseana. O circo. Belo Horizonte: Miguilim, 1996. ______. Classificados poéticos. Rio de Janeiro: Companhia Editora Nacional, 2004. ______. Casas. São Paulo: Formato, 1994. NICOLA, José. Alfabetário. São Paulo: Moderna, 1996. OLIVEIRA, Marcelo R. L. Salada de frutas. Belo Horizonte: RHS, 1990. OLIVEIRA, Liduina Bartholo de. A lagarta pintada. Brasília: LGE, 2003. ORTHOF, Sylvia. História enroscada. Curitiba: Braga, 1997. ______. Maria vai com as outras. São Paulo: Ática, 2002. ______. A vaca Mimosa e a mosca Zenilda. São Paulo: Ática, 2001.
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PACOVSKÁ, Kveta. O reizinho das flores. São Paulo: Martins Fontes, 1991. PAES, José Paulo. Uma letra puxa a outra. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1996. ______. É isso ali: poemas adulto-infantojuvenis. São Paulo: Salamandra, 2005. ______. Lé com cré. São Paulo: Ática, 2006. ______. Vejam como eu sei escrever. São Paulo: Ática, 2005. PAES, José Paulo; FARKAS, Kiko. Um número depois do outro. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1993. PASSOS, Lucina Maria Marinho. A escola da pata. São Paulo: Scipione, 1991. PIRATA, Mário. Bicho poesia. São Paulo: Paulinas, 1997. PORTO, Cristina. A festa no céu. São Paulo: Moderna, 1995. QUEIRÓS, Bartolomeu Campos. Correspondência. Belo Horizonte: Miguilim, 1995. RAMOS, Rossana. Trabalho de criança não é brincadeira, não! São Paulo: Cortez, 2006. RENNÓ, Regina Coeli. Pê, o pato diferente. São Paulo: FTD, 1993. ROCHA, Ruth; ROTH, Otávio. O livro da escrita. São Paulo: Melhoramentos, 1992. ______. Comecinho de quatro historinhas para quem começa a ler. São Paulo: Ática, 2007. ______. O livro das letras. São Paulo: Melhoramentos, 1996. ______. O livro dos gestos e símbolos. São Paulo: Melhoramentos, 1996. ______. O livro das tintas. São Paulo: Melhoramentos, 1996. ______. O livro do papel. São Paulo: Melhoramentos, 1996. ROTH, Otávio. Duas dúzias de coisinhas à toa que deixam a gente feliz. São Paulo: Ática, 1994. ROSAS, Alejandro. Bibi corta o cabelo. São Paulo: Scipione, 2005. RYLANT, Cynthia. A velhinha que dava nome às coisas. São Paulo: Brinque-Book, 1997. SALLUT, Elza. A casinha do tatu. São Paulo: Moderna, 1996. ______. Sabe de quem era aquele rabinho? São Paulo: Scipione, 2004. ______. Sabe o que a girafa espiou? São Paulo: Scipione, 1991. SAMPAIO, Aureliano. Por quê: cores. São Paulo: Ática, 1996. SANDOVAL, César. Medeia, a bruxinha vai à escola. São Paulo: Melhoramentos, 1994. SANTOS, Cineas; ARCHANJO, Miguel. O menino que descobriu as palavras. São Paulo: Ática, 1992. SOUSA, Mauricio de; PORTO, Cristina. ABC da Mônica. São Paulo: FTD, s.d. STEER, Dugald; LUDLOW, Patrícia. Fadas malvadas. São Paulo: Brinque-Book, 1997. SYKES, Julie de. Os ovos de Dora. São Paulo: Martins Fontes, 1997. TREZZA, Rogério S. A galinha xadrez. São Paulo: Brinque-Book, 1996. URIOSTE, Magdalena Lamaison. Por quê: corpo humano. São Paulo: Ática, 1997.
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Ensino Fundamental • 1º. ano • 1º. volume
______. Por quê: natureza. São Paulo: Ática. 1997. VERDE. São Paulo: Nova Cultural, 1992. VERDET, Jean Pierre; PACIORNIK, Celso M. Atlas do céu. São Paulo: Melhoramentos, 1996. ______. O ovo. São Paulo: Melhoramentos, 1991. VERMELHO. São Paulo: Nova Cultural, 1992. VIANA, Vivina de Assis. Meu dente caiu. Belo Horizonte: Lê, 1998. VICTORINO, Célia J. A. Minha rua. Rio de Janeiro: Vozes, 1993. WOOD, Audrey. A casa sonolenta. São Paulo: Ática, 1996. ______. Meus porquinhos. São Paulo: Ática, 1996. ______. A história de pequeno pinguim. São Paulo: Ática, 1996. ______. O rei bigodeira e sua banheira. São Paulo: Ática, 2002. ZATZ, Lia. Aventura da escrita: história do desenho que virou letra. São Paulo: Moderna, 1991. ZIRALDO. As cores e os dias. São Paulo: Melhoramentos, 1991. ______. As flores da primavera. São Paulo: Melhoramentos, 1991. ______. Um amor de família. São Paulo: Melhoramentos, 1991. ZOKEISHA, Tokio. Sopa de legumes. São Paulo: Siciliano, 1997. Em relação ao trabalho com a Linguagem Oral e Escrita, na perspectiva da alfabetização e do letramento, incluindo a literatura, indicamos uma bibliografia atualizada para o professor, com o mesmo intuito de ampliar as discussões e os encaminhamentos metodológicos em relação a esse eixo: AMARILHA, Marly. Estão mortas as fadas?: literatura infantil e prática pedagógica. Petrópolis: Vozes, Natal: EDUFRN, 1997. BRENMAN, Ilan. Através da vidraça da escola: formando novos leitores. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005. BUSATTO, Cléo. Contar e encantar: pequenos segredos da narrativa. Petrópolis: Vozes, 2003. CAGLIARI, Gladis Massini; CAGLIARI, Luiz Carlos. Diante das letras: a escrita na alfabetização. Campinas: Mercado das Letras; São Paulo: Fapesp, 1999. CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização & Linguística. São Paulo: Scipione, 2003. ______. Alfabetização sem o bá-bé-bi-bó-bu. São Paulo: Scipione, 1998. CÓCCO, Maria Fernandes; HAILER, Marco Antônio. Didática da alfabetização: decifrar o mundo – alfabetização e socioconstrutivismo. São Paulo: FTD, 1996. COLOMER, Teresa; CAMPS, Anna. Ensinar a ler, ensinar a compreender. Porto Alegre: Artmed, 2002.
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COSTA, Marta Moraes da. Metodologia do ensino da literatura infantil. Curitiba: Ibpex, 2007. CUNHA, Maria Antonieta A. Literatura infantil: teoria e prática. São Paulo: Ática, 1993. CURTO, Lluís Maruny et al. Escrever e ler: como as crianças aprendem e como o professor pode ensiná-las a escrever e ler. Porto Alegre: Artmed, 2000. v. 1. ______. Escrever e ler: materiais e recursos para a sala de aula. Porto Alegre: Artmed, 2000. v. 2. DOHME, Vânia D’Angelo. Técnicas de contar histórias: um guia para desenvolver as suas habilidades e obter sucesso na apresentação de uma história. São Paulo: Informal, 2000. ELIAS, Marisa Del Cioppo. De Emílio a Emília: a trajetória da alfabetização. São Paulo: Scipione, 2000. (Pensamento e ação no Magistério). FARIA, Maria Alice. Como usar a literatura infantil na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2006. FERREIRO, Emília. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: Cortez, 2001. FERREIRO, Emília et al. Relações de (in)dependência entre oralidade e escrita. Porto Alegre: Artmed, 2003. FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999. GARCIA, Regina Leite (Org.). Novos olhares sobre a alfabetização. São Paulo: Cortez, 2001. JOLIBERT, Josette et al. Além dos muros da escola: a escrita como ponte entre alunos e comunidade. Porto Alegre: Artmed, 2006. JOSÉ, Elias. A poesia pede passagem: um guia para levar a poesia às escolas. São Paulo: Paulus, 2003. LERNER, Delia. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Porto Alegre: Artmed, 2002. MACHADO, Ana Maria. Como e por que ler os clássicos universais desde cedo. São Paulo: Objetiva, 2002. MAGNANI, Maria do Rosário Mortatti. Leitura, literatura e escola: sobre a formação do gosto. São Paulo: Martins Fontes, 2001. PETRY, Rose Mary; QUEVEDO, Zeli. A magia dos jogos na alfabetização. Porto Alegre: Kuarup, 1996. SARAIVA, Juracy Assmann (Org.). Literatura e alfabetização: do plano do choro ao plano da ação. Porto Alegre: Artmed, 2001. SARAIVA, Juracy Assmann; MÜGGE, Ernani. Literatura na escola: propostas para o Ensino Fundamental. Porto Alegre: Artmed, 2006. SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. _______. Linguagem e escola: uma perspectiva social. São Paulo: Ática, 2002. SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Porto Alegre: Artmed, 1998. SOUZA, Renata Junqueira de (Org.). Caminhos para a formação do leitor. São Paulo: DCL, 2004. TEBEROSKY, Ana; COLOMER, Teresa. Aprender a ler e a escrever: uma proposta construtivista. Porto Alegre: Artmed, 2003.
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Ensino Fundamental • 1º. ano • 1º. volume
TEBEROSKY, Ana; GALLART, Marta Soler. Contextos de alfabetização inicial. Porto Alegre: Artmed, 2004. TEBEROSKY, Ana; TOLCHINSKY, Liliana (Org.). Além da alfabetização: a aprendizagem fonológica, ortográfica, textual e matemática. São Paulo: Ática, 1997. ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. São Paulo: Global, 2003.
CAPACITAÇÃO PERMANENTE DO PROFESSOR A formação continuada dos professores deve fazer parte da rotina institucional. Os professores devem acompanhar as perspectivas educacionais atuais e participar da construção do projeto educacional da escola em que atuam, refletindo e compartilhando coletivamente, criando condições para que o trabalho desenvolvido seja constantemente debatido, avaliado e assumido por todos. Para tanto, sugerimos algumas leituras para o professor, na perspectiva de contribuirmos para esta caminhada, na busca de uma educação de qualidade, de uma escola cidadã, mais justa, dinâmica, crítica, criativa, ética e estética. Sugerimos os livros a seguir relacionados para, também, contribuírem com a prática pedagógica: ALVES, Nilda; SGARBI, Paulo (Org.). Espaços imagens na escola. Rio de Janeiro: DP&A, 2001. ALVES, Rubem. Vamos construir uma casa?: doze lições para a educação dos sentidos. São Paulo: Papirus, 2006. ABRAMOVICH, Fanny. Quem educa quem? São Paulo: Summus, 1985. ARANHA, Maria Lúcia Arruda et al. Filosofando: introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 1986. BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. São Paulo: Martins Fontes, 1983. BALLESTER, Margarita. Avaliação como apoio à aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2003. BARBOSA, Leila Maria et al. A incrível história dos homens e suas relações sociais. Petrópolis: Vozes, 1987. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. v. 1-3. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Departamento de Políticas de Educação Infantil e Ensino Fundamental. Coordenação Geral do Ensino Fundamental. Ensino Fundamental de nove anos: orientações gerais. Brasília: MEC/SEF, 2004. ______. Ensino Fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade. Brasília: MEC/SEF, 2006. BROUGÈRE, Gilles. Jogo e educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. ______. Brinquedo e cultura. São Paulo: Cortez, 1995. DINORAH, Maria. O livro infantil e a formação do leitor. Petrópolis: Vozes, 1995. DUARTE, Marcelo. O guia das invenções. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
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______. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. ELKONIN, D. B. Psicologia do jogo. São Paulo: Martins Fontes, 1998. HOFFMANN, Jussara. Avaliação: mito & desafio – uma perspectiva construtivista. Porto Alegre: Educação & Realidade, 1991. ______. Avaliar para promover: as setas do caminho. Porto Alegre: Mediação, 2001. ______. O jogo do contrário em avaliação. Porto Alegre: Mediação, 2003. MENDÉZ, Juan M. Álvares. Avaliar para conhecer, examinar para excluir. Porto Alegre: Artmed, 2002. OLIVEIRA, Marta Kohl. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 1993. POR UM TRIZ. Arte e cultura: atividades e projetos educativos. São Paulo: Paz e Terra, 1998. RABELO, Vitória; PIMENTEL, Figueiredo. 268 jogos infantis. Belo Horizonte: Vila Rica, s.d. ROCHA, M. S. Não brinco mais: a (des)construção do brincar no cotidiano educacional. Ijuí: Unijuí, 2000. SHORES, Elizabeth F. Manual de portfólio: um guia passo a passo para professores. Porto Alegre: Artmed, 2001. VILLAS BOAS, Benigna Maria de Freitas. Portfólio, avaliação e trabalho pedagógico. São Paulo: Papirus, 2004. ZABALZA, Miguel. Diários de sala de aula: um instrumento de pesquisa e desenvolvimento profissional. Porto Alegre: Artmed, 2004.
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Ensino Fundamental • 1º. ano • 1º. volume
ARTES VISUAIS O fazer artístico • Criação de desenhos, pinturas, colagens a partir de seu próprio repertório e da utilização dos elementos da linguagem das Artes Visuais (ponto, linha, forma, cor, volume, etc.). • Organização e cuidado com os materiais no espaço físico da sala. • Cuidado e respeito com os objetos produzidos individualmente e em grupo. • Valorização de suas próprias produções, das de outras crianças e da produção de arte em geral.
Apreciação em Artes Visuais • Conhecimento da diversidade de produções artísticas, como pinturas e ilustrações. • Apreciação de produções, por meio da observação e leitura de alguns dos elementos da linguagem plástica. • Apreciação de produções artísticas e estabelecimento de correlação com as experiências pessoais.
IDENTIDADE E AUTONOMIA • Expressão, manifestação e controle progressivo de suas necessidades, desejos e sentimentos em situações cotidianas, respeitando as mesmas manifestações das pessoas com as quais convive. • Iniciativa e autonomia para resolver problemas do cotidiano. • Participação em situações de brincadeira em que haja escolha dos parceiros, dos objetos e do espaço, agindo criativamente. • Valorização e incorporação do diálogo como uma forma de lidar com os conflitos. • Participação de meninos e meninas igualmente em brincadeiras. • Participação na realização de pequenas tarefas do cotidiano que envolvam atitudes de cooperação, solidariedade e ajuda na relação com os outros. • Respeito às características pessoais relacionadas a gênero, etnia, peso, estatura, etc.
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• Valorização da limpeza e aparência pessoal. • Valorização da cultura de seu grupo de origem e de outros grupos e respeito por essa cultura. • Conhecimento e utilização de algumas regras elementares de convívio social e respeito por elas. • Participação em situações que envolvam a combinação de algumas regras de convivência em grupo e uso dos materiais e do espaço, quando isso for pertinente. • Valorização dos cuidados com os materiais de uso individual e coletivo. • Participação em atividades que envolvam a existência de regras e o respeito ao outro.
LINGUAGEM ORAL E ESCRITA Falar e escutar • Uso de linguagem oral para conversar, brincar, comunicar e expressar desejos, necessidades, opiniões, ideias, preferências, sentimentos e relatar suas vivências nas diversas situações de interação presentes no cotidiano. • Elaboração de perguntas e respostas de acordo com os diversos contextos de que participa. • Participação em situações que envolvam a necessidade de explicar e argumentar suas ideias e pontos de vista e a de questionar as ideias e pontos de vista do outro. • Conhecimento, reprodução e criação de jogos verbais, como rimas, adivinhas, trava-línguas, parlendas e canções. • Escuta e compreensão de textos lidos pelo professor. • Valorização da linguagem oral, reconhecendo seu uso em diferentes funções.
Práticas de leitura • Participação nas situações em que os adultos leem textos de diferentes gêneros, como informativos, instrucionais, músicas, adivinhas, poemas, parlendas, propagandas, anúncios e textos não verbais. • Participação em situações em que as crianças leiam, ainda que não o façam de maneira convencional. • Observação, manuseio e leitura hipotética de materiais impressos. • Valorização da leitura como fonte de prazer e entretenimento. • Reconhecimento de algumas letras e palavras. • Interpretação de textos com auxílio de imagens, desenhos e figuras. • Reconhecimento do nome próprio e outros nomes.
Práticas de escrita • Participação em situações nas quais se faz necessário o uso da escrita. • Escrita do próprio nome e outros nomes.
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Ensino Fundamental • 1º. ano • 1º. volume
• Escrita das letras do alfabeto. • Escrita de palavras contextualizadas nos textos do material didático. • Produção de textos individuais e/ou coletivos, nos quais o professor atua como escriba das ideias. • Respeito pela sua própria produção e pela produção alheia. • Prática de escrita de próprio punho, utilizando o conhecimento de que dispõe, no momento, sobre o sistema de escrita em língua materna.
MATEMÁTICA Números e sistema de numeração • Utilização da contagem oral nas brincadeiras e em situações nas quais as crianças reconheçam sua necessidade. • Utilização de noções simples de cálculo mental como ferramenta para resolver problemas. • Comunicação de quantidades utilizando: oralidade, notação numérica, registros não convencionais e registros convencionais. • Identificação de números em diferentes contextos. • Resolução de situações-problema relacionadas ao aumento de quantidades. • Comparação de escritas numéricas. • Identificação e registro convencional dos números.
Grandezas e medidas • Introdução às noções de medida de comprimento/distância pela utilização de unidades convencionais e não convencionais. • Exploração de diferentes procedimentos para comparar grandezas.
Espaço e forma • Explicitação e representação da posição de pessoas e objetos, utilizando vocabulário pertinente nos jogos, nas brincadeiras e nas situações em que essa ação seja necessária. • Representações bidimensionais e tridimensionais de objetos. • Identificação de pontos de referência para situar-se e deslocar-se no espaço.
MOVIMENTO Expressividade • Utilização expressiva intencional do movimento como forma de comunicação, nas situações cotidianas ou em brincadeiras. • Percepção de estruturas rítmicas para expressar-se corporalmente por meio de brincadeiras e de outros movimentos que sejam pertinentes a uma determinada situação.
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• Percepção, identificação e expressão das sensações, limites, potencialidades, sinais vitais e integridade do próprio corpo.
Equilíbrio e coordenação • Participação em brincadeiras e jogos que envolvam correr, subir, descer, escorregar, pendurar-se, movimentar-se, dançar, etc., para ampliar gradualmente o conhecimento e o controle sobre corpo e movimento. • Utilização dos recursos de deslocamento e das habilidades de equilíbrio, força, velocidade, resistência e flexibilidade nos jogos e brincadeiras dos quais participa.
MÚSICA O fazer musical • Participação em jogos e brincadeiras que envolvam a dança e a confecção de instrumentos musicais. • Reconhecimento da música como forma de expressar sentimentos. • Repertório de canções para desenvolver memória musical.
Apreciação musical • Escuta de obras musicais de diferentes gêneros. • Reconhecimento de elementos musicais básicos.
NATUREZA E SOCIEDADE Organização dos grupos no seu modo de ser, viver e trabalhar • Participação em atividades que envolvam brincadeiras e jogos que digam respeito às tradições culturais de sua comunidade e de outras. • Conhecimento de modos de ser e viver de alguns grupos sociais do presente. • Valorização do patrimônio cultural do seu grupo social.
Os lugares e suas paisagens • Observação da paisagem local (construções, espaços urbanos). • Conhecimento e valorização dos espaços de uso coletivo. • Valorização de atitudes de manutenção e preservação dos espaços coletivos e do meio ambiente.
Objetos e processos de transformação • Participação em atividades que envolvam processos de confecção de objetos.
Os seres vivos • Conhecimento dos direitos e deveres que asseguram o seu bem-estar como cidadão.
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Ensino Fundamental • 1º. ano • 1º. volume
• Cuidados com o corpo, com a prevenção de acidentes e com a saúde de forma geral. • Valorização de atitudes relacionadas à boa convivência, saúde e ao bem-estar individual e coletivo.
ARTES VISUAIS O fazer artístico • Criação de desenhos, colagens e pinturas a partir de seu próprio repertório, da utilização dos elementos da linguagem das Artes Visuais (ponto, linha, forma, cor, volume, espaço, textura, etc.) e de diferentes técnicas. • Exploração dos espaços bidimensionais e tridimensionais na realização de seus projetos artísticos. • Organização e cuidado com os materiais no espaço físico da sala. • Cuidado com os objetos produzidos individualmente e em grupo. • Valorização de suas próprias produções, das de outras crianças e da produção de arte em geral.
Apreciação em Artes Visuais • Conhecimento da diversidade de produções artísticas, como desenhos, pinturas, fotografias, ilustrações, etc. • Apreciação de produções, por meio da observação e leitura de alguns dos elementos da linguagem plástica. • Apreciação de produções artísticas e estabelecimento de correlação com suas experiências pessoais.
IDENTIDADE E AUTONOMIA • Expressão, manifestação e controle progressivo de suas necessidades, desejos e sentimentos em situações cotidianas, respeitando as mesmas manifestações das pessoas com as quais convive. • Conhecimento e aplicação dos cuidados necessários à manutenção da saúde bucal. • Iniciativa e autonomia para resolver pequenos problemas do cotidiano. • Participação em situações de brincadeiras nas quais as crianças escolham os parceiros, os objetos e os espaços, agindo criativamente sobre eles. • Valorização e incorporação do diálogo como uma forma de lidar com os conflitos.
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• Realização de pequenas tarefas do cotidiano que envolvam ações de cooperação, solidariedade e ajuda na relação com os outros. • Respeito às características pessoais relacionadas a gênero, etnia, peso, estatura, etc. • Cuidado com a limpeza e a aparência pessoal. • Participação em situações que envolvam a combinação de algumas regras de convivência em grupo e aquelas referentes ao uso dos materiais e do espaço, quando isso for pertinente. • Cuidado com os materiais de uso individual e coletivo. • Participação em jogos e brincadeiras que envolvam a existência de regras e o respeito ao outro. • Procedimentos básicos de prevenção de acidentes e autocuidado.
LINGUAGEM ORAL E ESCRITA Falar e escutar • Uso de linguagem oral para conversar, brincar, comunicar e expressar desejos, necessidades, opiniões, ideias, preferências, sentimentos e relatar suas vivências nas diversas situações de interação presentes no cotidiano. • Elaboração de perguntas e respostas de acordo com os diversos contextos de que participa. • Participação em situações que envolvam a necessidade de explicar e argumentar suas ideias e pontos de vista. • Relato de experiências vividas e narração de fatos em sequência temporal e causal. • Reconto de histórias com aproximação às características da história original no que se refere à descrição de personagens, cenários e objetos, com ou sem a ajuda do professor. • Conhecimento e reprodução oral de jogos verbais, como parlendas, adivinhas, trava-línguas, canções e poemas. • Escuta e compreensão de textos lidos pelo professor.
Práticas de leitura • Participação nas situações em que os adultos leem textos de diferentes gêneros, como poemas, fábulas, histórias em quadrinhos, canções, informativos, instrutivos e curiosidades. • Participação em situações em que as crianças leiam diferentes gêneros textuais, ainda que não o façam de maneira convencional. • Observação, manuseio e leitura hipotética de materiais impressos, como livros, revistas, fôlderes, etc. • Valorização da leitura como fonte de prazer, de entretenimento e de comunicação. • Reconhecimento de algumas palavras. • Interpretação de textos com auxílio de imagens, desenhos e figuras.
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Ensino Fundamental • 1º. ano • 1º. volume
• Reconhecimento do próprio nome e de outros. • Reconhecimento das letras do alfabeto, estabelecendo relações com seus valores sonoros convencionais. • Reconhecimento das letras iniciais de algumas palavras. • Reconhecimento das sílabas, possibilitando a construção e/ou reconstrução de palavras.
Práticas de escrita • Participação em situações nas quais se faz necessário o uso da escrita, apresentando hipóteses a respeito do sistema alfabético. • Escrita do próprio nome em situações nas quais se faça necessária a sua identificação pessoal. • Construção e/ou reconstrução de palavras a partir do trabalho com sílabas. • Produção de textos individuais e/ou coletivos, na qual o professor-escriba organiza o texto que vai sendo construído oralmente. • Escrita de palavras contextualizadas nos textos do material didático. • Prática de escrita de próprio punho, utilizando o conhecimento de que dispõe, no momento, sobre o sistema de escrita em língua materna. • Valorização da linguagem escrita, reconhecendo o seu uso em diferentes situações. • Respeito pela sua própria produção e pela produção alheia.
MATEMÁTICA Números e Sistema de Numeração • Utilização da contagem oral nas brincadeiras e em situações nas quais as crianças reconheçam sua necessidade. • Utilização de noções simples de cálculo mental como ferramenta para resolver problemas e registrar soluções. • Comunicação de quantidades utilizando: oralidade, notação numérica, registros convencionais e não convencionais. • Identificação da posição de um objeto ou número em uma série, explicitando a noção de sucessor e antecessor. • Identificação de números em diferentes contextos. • Comparação de escritas numéricas. • Identificação e registro convencional dos números. • Resolução de situações-problema relacionadas ao aumento e redução de quantidades. • Relação entre um número e a sua respectiva quantidade.
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Grandezas e medidas • Exploração de diferentes procedimentos para comparar grandezas. • Experiências que simulam o uso do dinheiro em brincadeiras e situações de interesse das crianças. • Resolução de situações-problema que envolvam o sistema monetário. • Introdução às noções de medida de massa pela utilização de unidades convencionais e não convencionais. • Leitura e utilização de tabelas e gráficos.
Espaço e forma • Exploração e identificação de propriedades geométricas de objetos e figuras, como formas, tipos de contornos, faces planas, lados retos, etc. • Representação bidimensional e tridimensional de objetos.
MOVIMENTO Expressividade • Utilização expressiva intencional do movimento como forma de comunicação, nas situações cotidianas ou em brincadeiras. • Percepção de estruturas rítmicas para expressar-se corporalmente, por meio de brincadeiras e de outros movimentos que sejam pertinentes a uma determinada situação. • Percepção, identificação e expressão das sensações, limites, potencialidades, sinais vitais e integridade do próprio corpo.
Equilíbrio e coordenação • Participação em brincadeiras e jogos que envolvam correr, subir, descer, escorregar, pendurar-se, movimentar-se, dançar, etc., para ampliar gradualmente o conhecimento e controle sobre o corpo e o movimento. • Utilização dos recursos de deslocamento e das habilidades de equilíbrio, velocidade, resistência e flexibilidade nos jogos e brincadeiras dos quais participa. • Valorização de suas conquistas corporais e das conquistas corporais dos outros, identificando e respeitando as possíveis limitações pessoais.
MÚSICA O fazer musical • Utilização da música como recurso em brincadeiras. • Participação em atividades que envolvam a improvisação musical. • Repertório de canções para desenvolver memória musical.
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Ensino Fundamental • 1º. ano • 1º. volume
Apreciação musical • Escuta de obras musicais. • Reconhecimento de elementos musicais básicos.
NATUREZA E SOCIEDADE Organização dos grupos no seu modo de ser, viver e trabalhar • Conhecimento de modos de vida do ser humano e dos recursos utilizados em uma determinada época do passado. • Compreensão da importância do trabalho humano para a melhora dos recursos e para a organização da vida com qualidade. • Valorização do patrimônio cultural do seu grupo social e o modo de vida dos seres humanos de diferentes grupos sociais.
Os lugares e suas paisagens • Observação da paisagem local e das suas transformações em decorrência dos fenômenos da natureza. • Valorização de atitudes de manutenção e preservação dos espaços coletivos e do meio ambiente.
Objetos e processos de transformação • Percepção do processo de decomposição da luz. • Conhecimento das características da luz, seus efeitos, em especial no que diz respeito às cores. • Cuidados no uso dos objetos do cotidiano, relacionados à segurança e à prevenção de acidentes.
Os seres vivos • Conhecimento das características e do funcionamento de alguns órgãos do sentido, bem como de suas especificidades. • Percepção das diferenças entre as características dos órgãos dos sentidos dos seres humanos em relação às de alguns animais. • Percepção dos cuidados necessários à preservação da vida e do ambiente. • Percepção e conhecimento do seu desenvolvimento dentário. • Conhecimento dos cuidados necessários à preservação da saúde bucal. • Percepção dos cuidados com o corpo e com a saúde de forma geral. • Valorização de atitudes relacionadas à prevenção de acidentes, à saúde e ao bem-estar individual e coletivo.
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Os fenômenos da natureza • Participação em atividades que envolvam a observação e a pesquisa sobre a ação da luz. • Compreensão do fenômeno do arco-íris, por meio de pesquisa e vivências.
ARTES VISUAIS O fazer artístico • Criação de desenhos, pinturas, esculturas e colagens, utilizando elementos da linguagem visual, com vistas à ampliação de seu repertório pessoal. • Produção, exploração e registro de elementos e dos espaços bidimensionais e tridimensionais na realização de seus projetos artísticos. • Exploração e aprofundamento das possibilidades oferecidas pelos diversos materiais, instrumentos e suportes necessários para o fazer artístico. • Organização e cuidado com os materiais no espaço físico da sala. • Respeito e cuidado com os objetos produzidos individualmente e em grupo. • Valorização de suas próprias produções, das de outras crianças e da produção de arte em geral.
Apreciação em Artes Visuais • Conhecimento da diversidade de produções artísticas, como desenhos, pinturas, esculturas, ilustrações, etc. • Reconhecimento de elementos constituintes da linguagem visual, como ponto, linha, forma, cor, volume, contraste, luz e textura. • Apreciação de produções, por meio da observação e leitura de alguns dos elementos da linguagem plástica. • Leitura de obras de arte a partir da observação, narração, descrição, questionamentos e interpretação de imagens. • Apreciação de produções artísticas e estabelecimento de correlação com suas experiências pessoais.
IDENTIDADE E AUTONOMIA • Expressão, manifestação e controle progressivo de suas necessidades, seus desejos e sentimentos em situações cotidianas, respeitando essas mesmas manifestações das pessoas de sua convivência. • Iniciativa e autonomia para resolver pequenos problemas do cotidiano.
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• Identificação de algumas singularidades próprias e das pessoas com as quais convive diariamente. • Participação em situações de brincadeira nas quais haja escolha dos parceiros, dos objetos e dos espaços, agindo criativamente sobre eles. • Valorização e incorporação do diálogo como uma forma de lidar com os conflitos. • Realização de pequenas tarefas do cotidiano que envolvam ações de cooperação, solidariedade e ajuda na relação com os outros. • Respeito às características pessoais relacionadas a gênero, etnia, peso, estatura, personalidade, etc. • Conhecimento e utilização de algumas regras elementares de convívio social e respeito a elas. • Participação em situações que envolvam a combinação de algumas regras de convivência em grupo e de uso dos materiais e do espaço. • Valorização e cuidado com os materiais de uso individual e coletivo. • Procedimentos relacionados à alimentação, à necessidade corporal diária de água e ao cuidado com a limpeza e aparência pessoal. • Participação em atividades que envolvam a existência de regras e o respeito ao outro.
LINGUAGEM ORAL E ESCRITA Falar e escutar • Uso da linguagem oral para conversar, brincar, comunicar e expressar desejos, necessidades, opiniões, ideias, preferências e sentimentos, bem como relatar suas vivências nas diversas situações do cotidiano. • Relato de observações e de experiências vividas, de acordo com a sequência temporal dos fatos. • Elaboração de perguntas e respostas que deem conta de explicitar suas dúvidas, sua compreensão e curiosidade diante das diferentes situações com as quais tem contato. • Participação em situações que envolvam a necessidade de argumentar suas ideias e seus pontos de vista e de questionar as ideias e pontos de vista do outro. • Conhecimento, reprodução e criação de jogos verbais, como rimas, adivinhas, poemas e canções. • Produção de textos orais de diferentes gêneros, selecionando e utilizando recursos linguísticos e discursivos em função dos objetivos da situação de interlocução e das características dos interlocutores. • Valorização da linguagem oral, reconhecendo seu uso em diferentes situações.
Práticas de leitura • Participação nas situações em que os adultos leem textos de diferentes gêneros, como poemas, informativos, curiosidades, listas, convite, histórias em
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quadrinhos, anúncios, jornais, campanhas publicitárias, etc., explorando de forma contextualizada o sistema alfabético e as características de cada gênero textual. • Participação em situações em que as crianças leiam diferentes gêneros textuais, ainda que não o façam de maneira convencional. • Observação, manuseio e leitura hipotética de materiais impressos previamente apresentados ao grupo, como livros, revistas, gibis, jornais, etc. • Leitura hipotética de pequenos textos, tendo como referência a imagem de algo que o represente. • Valorização da leitura como fonte de prazer, de entretenimento e de comunicação. • Participação em debates relacionados ao tema, ao título e ao gênero textual. • Estabelecimento de relações entre o texto e outros textos, assim como entre o texto e ilustrações ou fotos que o acompanham.
Práticas de escrita • Participação em situações cotidianas nas quais se faz necessário o uso da escrita, apresentando hipóteses a respeito do sistema alfabético. • Prática de escrita espontânea, utilizando o conhecimento de que dispõe, no momento, sobre o sistema de escrita da língua materna. • Identificação e reconhecimento dos processos de formação de palavras e seus significados. • Produção de textos individuais e/ou coletivos, em que o professor-escriba organiza o texto que vai sendo construído oralmente pela turma. • Valorização da linguagem escrita, reconhecendo o seu uso em diferentes situações. • Respeito pela sua própria produção e pela produção alheia. • Escrita de palavras contextualizadas nos textos do material didático.
MATEMÁTICA Números e Sistema de Numeração • Utilização da contagem oral em situações nas quais as crianças reconheçam sua necessidade (brincadeiras, jogos, situações do cotidiano, etc.). • Comunicação de quantidades, utilizando a linguagem oral, a notação numérica e/ou registros não convencionais. • Identificação de números nos diferentes contextos em que se encontram. • Identificação da posição de um número em uma série, explicitando a noção de sucessor e antecessor. • Relação entre um número e a sua respectiva quantidade. • Exploração de algumas regularidades e regras presentes na sequência dos números naturais. • Utilização do raciocínio lógico-matemático para resolver e registrar problemas que
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envolvam o emprego de noções simples de cálculo mental. • Registro e comparação de escritas numéricas, identificando algumas regularidades. • Identificação e registro convencional de números. • Resolução de situações-problema relacionadas ao aumento, à redução e à divisão (distribuição) de quantidades.
Grandezas e medidas • Comparação e identificação de grandezas, utilizando diferentes procedimentos. • Marcação do tempo por meio de calendários.
Tratamento da informação • Leitura e utilização de tabelas e gráficos.
Espaço e forma • Exploração, identificação e representação de propriedades geométricas de objetos e figuras, como formas, tipos de contornos, bidimensionalidade, tridimensionalidade, faces planas, etc. • Identificação e representação da posição de pessoas e objetos, utilizando vocabulário pertinente nos jogos e brincadeiras. • Identificação de pontos de referência para situar-se e deslocar-se no espaço.
MOVIMENTO Expressividade • Utilização expressiva intencional do movimento como forma de comunicação nas situações cotidianas ou em brincadeiras. • Percepção de estruturas rítmicas para expressar-se corporalmente por meio de brincadeiras e de outros movimentos que sejam pertinentes a uma determinada situação. • Valorização e ampliação das possibilidades estéticas do movimento pelo conhecimento e utilização de diferentes ritmos. • Percepção, identificação e expressão de sensações, limites, potencialidades, sinais vitais e integridade do próprio corpo.
Equilíbrio e coordenação • Participação em brincadeiras e jogos que envolvam correr, subir, descer, escorregar, rebater, pendurar-se, movimentar-se, dançar, etc., para ampliar gradualmente o conhecimento e controle sobre o corpo e o movimento. • Utilização dos recursos de deslocamento e das habilidades de equilíbrio, força, velocidade, resistência e flexibilidade nos jogos e brincadeiras dos quais participa.
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• Valorização de suas conquistas corporais e das conquistas corporais dos outros, identificando e respeitando possíveis limitações pessoais. • Manipulação de brinquedos ou outros materiais e produção de objetos diversos para aperfeiçoamento de suas habilidades manuais.
MÚSICA O fazer musical • Reconhecimento e utilização expressiva, em contextos musicais, das diferentes características geradas pelo silêncio e pelos sons: altura, duração, intensidade e timbre. • Participação em jogos e brincadeiras que envolvam o ritmo e/ou a improvisação musical. • Repertório de canções para desenvolver a memória musical, o ritmo e a expressão corporal. • Produção de instrumento musical.
Apreciação musical • Escuta de obras musicais. • Participação em situações que integrem músicas, canções e movimentos corporais. • Identificação de diferentes sons a partir do conhecimento de instrumentos musicais.
NATUREZA E SOCIEDADE Organização dos grupos no seu modo de ser, viver e trabalhar • Identificação e valorização do papel que desempenha nos grupos sociais em que interage. • Reconhecimento da necessidade do outro para a ampliação de seus relacionamentos. • Participação em atividades que envolvam histórias, brincadeiras, jogos e canções que digam respeito à cultura de sua comunidade. • Valorização do patrimônio cultural do seu grupo social e interesse por conhecer diferentes formas de expressão cultural. • Utilização, com a ajuda do professor, de diferentes fontes para buscar informações, como objetos, fotografias, relatos de pessoas, livros, obras de arte, etc.
Os lugares e suas paisagens • Valorização e incorporação de atitudes que visem à manutenção do espaço por onde circula. • Utilização, com a ajuda dos adultos, de fotos, relatos e outros registros para a observação de mudanças ocorridas nas paisagens com o passar do tempo e devido a fenômenos da natureza. • Leitura e interpretação de registros, como desenhos, fotografias, etc. • Reconhecimento da água como elemento da paisagem natural.
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Objetos e processos de transformação • Participação em atividades que envolvam processos de confecção de objetos. • Cuidados no uso dos objetos do cotidiano, relacionados à segurança e à prevenção de acidentes. • Conhecimento e identificação de transformações que alguns brinquedos sofreram ao longo do tempo.
Os seres vivos • Percepção das necessidades do seu corpo e dos cuidados necessários à manutenção dele e à preservação da vida. • Valorização e incorporação de atitudes de cuidado em relação a seu corpo e ao corpo do outro, com vistas à prevenção de acidentes e à manutenção da saúde. • Reconhecimento da importância da água como elemento indispensável à manutenção da vida.
Os fenômenos da natureza • Conhecimento do ciclo da água e de sua necessidade para manutenção e equilíbrio da natureza e da saúde do ser humano. • Compreensão da necessidade de preservação dos rios como fonte de água. • Reconhecimento da importância da água para manutenção da paisagem. • Compreensão de que os fenômenos naturais relacionados a água guardam uma relação de causa e efeito com as ações humanas.
4 ARTES VISUAIS O fazer artístico • Criação de desenhos, pinturas, colagens, utilizando elementos da linguagem das Artes Visuais: ponto, linha, forma, cor, volume, espaço e textura, com vistas à ampliação de seu repertório pessoal. • Produção, exploração e registro de elementos e dos espaços bidimensionais e tridimensionais na realização de seus projetos artísticos. • Exploração e aprofundamento das possibilidades oferecidas pelos diversos materiais, instrumentos e suportes necessários para o fazer artístico. • Organização e cuidado com os materiais no espaço físico da sala.
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• Respeito e cuidado com os objetos produzidos individualmente e em grupo. • Valorização de suas próprias produções, das de outras crianças e da produção de arte em geral.
Apreciação em Artes Visuais • Conhecimento da diversidade de produções artísticas, como desenhos, pinturas, fotografias, ilustrações, etc. • Reconhecimento de elementos constituintes da linguagem visual, como ponto, linha, forma, cor, volume, contrastes, luz, texturas. • Apreciação das suas produções e das dos outros, por meio da observação e leitura de alguns dos elementos da linguagem plástica. • Leitura de obras de arte com base em observação, narração, descrição, questionamentos e interpretação de imagens. • Apreciação de produções artísticas e estabelecimento de correlação com suas experiências pessoais.
IDENTIDADE E AUTONOMIA • Expressão, manifestação e controle progressivo de suas necessidades, seus desejos e sentimentos em situações cotidianas, respeitando as mesmas manifestações das pessoas com as quais convive. • Iniciativa e autonomia para resolver pequenos problemas do cotidiano. • Identificação progressiva de algumas singularidades próprias e das pessoas com as quais convive no seu cotidiano em situações de interação. • Participação em situações de brincadeira nas quais as crianças escolham os parceiros, os objetos e os espaços, agindo criativamente sobre eles. • Valorização e incorporação do diálogo como uma forma de lidar com os conflitos. • Participação na realização de pequenas tarefas do cotidiano que envolvam ações de cooperação, solidariedade e ajuda na relação com os outros. • Respeito às características pessoais relacionadas a gênero, etnia, peso, estatura, etc. • Valorização da limpeza e aparência pessoal. • Conhecimento e utilização de algumas regras elementares de convívio social e respeito a elas. • Participação em situações que envolvam a combinação de algumas regras de convivência em grupo e aquelas referentes ao uso dos materiais e do espaço, quando isso for pertinente. • Valorização dos cuidados com os materiais de uso individual e coletivo. • Procedimentos relacionados à alimentação, à higiene das mãos, ao cuidado e à limpeza pessoal das várias partes do corpo. • Participação em atividades que envolvam a existência de regras e o respeito ao outro.
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LINGUAGEM ORAL E ESCRITA Falar e escutar • Uso da linguagem oral para conversar, brincar, comunicar e expressar desejos, necessidades, opiniões, ideias, preferências e sentimentos e relatar suas vivências nas diversas situações do cotidiano. • Relato de observações e de experiências vividas, de acordo com a sequência temporal dos fatos. • Elaboração de perguntas e respostas que deem conta de explicitar suas dúvidas, sua compreensão e curiosidade diante das diferentes situações com as quais contata. • Participação em situações que envolvam a necessidade de argumentar suas ideias e seus pontos de vista e a de questionar as ideias e pontos de vista do outro. • Conhecimento e reprodução de jogos verbais, como rimas, adivinhas, trava-línguas, poemas e canções. • Produção de textos orais de diferentes gêneros, selecionando e utilizando recursos linguísticos e discursivos em função dos objetivos da situação de interlocução e das características dos interlocutores. • Valorização da linguagem oral, reconhecendo seu uso em diferentes funções.
Práticas de leitura • Participação nas situações em que os adultos leem textos de diferentes gêneros, como poemas, informativos, curiosidades, ficha de identificação, listas, palavras cruzadas, anúncio, etc., explorando de forma contextualizada o sistema alfabético e as características de cada gênero textual. • Participação em situações em que as crianças leiam diferentes gêneros textuais, ainda que não o façam de maneira convencional. • Observação, manuseio e leitura hipotética de materiais impressos, como livros, revistas, gibis, etc., previamente apresentados ao grupo. • Formulação de hipóteses a respeito do conteúdo do texto, antes de sua leitura. • Leitura hipotética de palavras, tendo como referência a imagem de algo que a represente. • Valorização da leitura como fonte de prazer, de entretenimento e de comunicação. • Participação em debates relacionados ao tema, ao autor e ao gênero textual. • Estabelecimento de relações entre o texto e outros textos e entre o texto e ilustrações ou fotos que o acompanham.
Práticas de escrita • Participação em situações cotidianas nas quais se faz necessário o uso da escrita, apresentando hipóteses a respeito do sistema alfabético. • Prática de escrita espontânea, utilizando o conhecimento de que dispõe, no momento, sobre o sistema de escrita da língua materna.
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• Escrita de palavras e frases contextualizadas nos textos do livro didático. • Identificação e reconhecimento dos processos de formação de palavras e seus significados. • Produção de textos individuais e/ou coletivos, no qual o professor-escriba organiza o texto que vai sendo construído oralmente pela turma. • Produção de textos individuais de acordo com suas hipóteses de escrita. • Produção de textos de acordo com as condições de produção: função da escrita, gênero do texto, objetivos na produção do texto e interlocutores visados. • Valorização da linguagem escrita, reconhecendo o seu uso em diferentes funções. • Respeito pela sua própria produção e pela produção alheia.
MATEMÁTICA Números e sistema de numeração • Utilização da contagem oral em situações nas quais as crianças reconheçam sua necessidade (brincadeiras, situações do cotidiano, etc.). • Comunicação de quantidades, utilizando a linguagem oral, a notação numérica e/ou os registros não convencionais. • Identificação de números nos diferentes contextos em que se encontram. • Identificação da posição do número em uma série, explicitando a noção de sucessor e antecessor. • Relação entre um número e a sua respectiva quantidade. • Exploração de algumas regularidades e regras presentes na sequência dos números naturais. • Utilização do raciocínio lógico-matemático para resolver e registrar problemas que envolvam o emprego de noções simples de cálculo mental. • Registro e comparação de escritas numéricas, identificando algumas regularidades. • Identificação e registro convencional dos números. • Resolução de situações-problema relacionadas ao aumento, à redução e à divisão de quantidades.
Grandezas e medidas • Comparação e identificação de grandezas utilizando diferentes procedimentos. • Marcação do tempo por meio de calendários. • Leitura e utilização de tabelas e gráficos.
Espaço e forma • Exploração, identificação e representação de propriedades geométricas de objetos e figuras, como formas, tipos de contornos, bidimensionalidade, tridimensionalidade, faces planas, lados retos, etc.
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• Identificação e representação da posição de pessoas e objetos, utilizando vocabulário pertinente nos jogos, nas brincadeiras e nas diversas situações nas quais as crianças considerem necessária essa ação. • Representações bidimensionais e tridimensionais de objetos. • Identificação de pontos de referência para situar-se e deslocar-se no espaço.
MOVIMENTO Expressividade • Utilização expressiva e intencional do movimento como forma de comunicação, nas situações cotidianas ou em brincadeiras. • Percepção de estruturas rítmicas para expressar-se corporalmente por meio de brincadeiras e de outros movimentos que sejam pertinentes a uma determinada situação. • Valorização e ampliação das possibilidades estéticas do movimento pelo conhecimento e utilização de diferentes modalidades de dança. • Percepção, identificação e expressão de sensações, limites, potencialidades, sinais vitais e integridade do próprio corpo.
Equilíbrio e coordenação • Participação em brincadeiras e jogos que envolvam correr, subir, descer, escorregar, pendurar-se, movimentar-se, dançar, etc., para ampliar gradualmente o conhecimento e controle sobre o corpo e o movimento. • Utilização dos recursos de deslocamento e das habilidades de equilíbrio, força, velocidade, resistência e flexibilidade nos jogos e brincadeiras dos quais participa. • Valorização de suas conquistas corporais e das do outro, identificando e respeitando as limitações de ambos. • Manipulação de brinquedos ou outros materiais e produção de objetos diversos para aperfeiçoamento de suas habilidades manuais.
MÚSICA O fazer musical • Reconhecimento e utilização expressiva, em contextos musicais, das diferentes características geradas pelo silêncio e pelos sons: altura, duração, intensidade e timbre. • Participação em jogos e brincadeiras que envolvam o ritmo e/ou a improvisação musical. • Repertório de canções para desenvolver a memória musical, o ritmo e a expressão corporal.
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Apreciação musical • Escuta de obras musicais de diferentes gêneros. • Participação em situações que integrem músicas, canções e movimentos corporais.
NATUREZA E SOCIEDADE Organização dos grupos no seu modo de ser, viver e trabalhar • Identificação e valorização do papel que desempenha nos grupos sociais em que interage. • Reconhecimento da necessidade do outro para a ampliação de seus relacionamentos. • Participação em atividades que envolvam histórias, brincadeiras, jogos e canções que digam respeito às tradições culturais de sua comunidade e de outras. • Valorização do patrimônio cultural do seu grupo social e interesse por conhecer diferentes formas de expressão cultural. • Utilização, com a ajuda do professor, de diferentes fontes para buscar informações, como objetos, fotografias, documentários, museus, relatos de pessoas, livros, etc.
Os lugares e suas paisagens • Valorização e incorporação de atitudes que visem à manutenção do espaço por onde circula. • Utilização, com a ajuda dos adultos, de fotos, relatos e outros registros para a observação de mudanças ocorridas nas paisagens com o passar do tempo. • Percepção de que algumas modificações de paisagem acontecem em decorrência da ação humana. • Leitura e interpretação de registros, como desenhos, fotografias, etc.
Objetos e processos de transformação • Participação em atividades que envolvam processos de confecção de objetos. • Cuidados no uso dos objetos do cotidiano, relacionados à segurança e à prevenção de acidentes. • Percepção das diferentes necessidades de locomoção humana em decorrência das mudanças ocorridas ao longo de sua história. • Compreensão da importância dos meios de transporte como elementos que buscam diminuir o tempo e a distância de um lugar a outro. • Valorização das transformações ocorridas em diferentes meios de transporte criados pelo homem, como forma de proporcionar melhoria na qualidade de vida e de atender às necessidades sociais.
Os seres vivos • Compreensão das necessidades do seu corpo e dos cuidados necessários à manutenção dele e à preservação da vida.
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• Percepção e incorporação de atitudes de cuidado em relação a seu corpo e ao corpo do outro, com vistas à prevenção de acidentes e à manutenção da saúde. • Conhecimento de diferentes espécies de animais, seus hábitos, alimentação e hábitat. • Conscientização da necessidade de respeito à natureza e aos animais. • Valorização da fauna como forma de proporcionar equilíbrio à natureza.
Os fenômenos da natureza • Estabelecimento de relações entre a ação humana e o desequilíbrio ecológico. • Interpretação e compreensão da necessidade de atitudes humanas favoráveis à manutenção de diferentes espécies da fauna e da flora, como forma de preservação e equilíbrio da natureza. • Participação em diferentes atividades que envolvam a observação e a pesquisa.
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