NBR 6136 - EcivilUFES

estar de acordo com a ABNT NBR 7211. Escórias de alto forno, cinzas volantes, argila expandida ou outros agregados leves ou não podem ser usados com a...

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NBR 6136 Blocos vazados de concreto simples para alvenaria — Requisitos

Objetivo Esta Norma estabelece os requisitos para o recebimento de blocos vazados de concreto simples, destinados à execução de alvenaria com ou sem função estrutural.

Definições • bloco vazado: Componente de alvenaria cuja área líquida é igual ou inferior a 75% da área bruta.

• área bruta: Área da seção perpendicular aos eixos dos furos, sem desconto das áreas dos vazios. • área líquida: Área média da seção perpendicular aos eixos dos furos, descontadas as áreas médias dos vazios.

• dimensões nominais: Dimensões comerciais dos blocos, indicadas pelos fabricantes, múltiplas do módulo M = 10 cm e seus submódulos M/2 e M/4. • dimensões reais: Aquelas obtidas ao medir cada bloco, equivalentes às dimensões nominais diminuídas em 1 cm, que correspondem à espessura média da junta de argamassa. • blocos modulares: Blocos com dimensões coordenadas, para a execução de alvenarias modulares, isto é, alvenarias com dimensões múltiplas do módulo M = 10 cm e seus submódulos M/2 e M/4. • família de blocos: Conjunto de componentes de alvenaria que interagem modularmente entre si e com outros elementos construtivos. Os blocos que compõem a família, segundo suas dimensões, são designados como bloco inteiro (bloco predominante), meio bloco, blocos de amarração L e T (blocos para encontros de paredes), blocos compensadores A e B (blocos para ajustes de modulação) e blocos tipo canaleta. • classe: Diferenciação dos blocos segundo o seu uso.

Classificação Os blocos de concreto, especificados de acordo com esta Norma, devem atender, quanto a seu uso, às classes descritas a seguir, indicadas nas tabelas 1, 2 e 3: • a) classe A – Com função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima ou abaixo do nível do solo; • b) classe B – Com função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima do nível do solo; • c) classe C – Com função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima do nível do solo; NOTA: Recomenda-se o uso de blocos com função estrutural classe C designados M10 para edificações de no máximo um pavimento, os designados M12,5 para edificações de no máximo dois pavimentos e os designados de M15 e M20, para edificações maiores. • d) classe D – Sem função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima do nível do solo.

Materiais • Concreto: O concreto deve ser constituído de cimento Portland, agregados e água. • Cimento : Somente cimentos que obedeçam às especificações brasileiras para cimento (ABNT NBR 5732, ABNT NBR 5733, ABNT NBR 5735, ABNT NBR 5736 e ABNT NBR 11578), destinados à preparação de concretos e argamassas, são considerados nesta Norma. • Água: A água de amassamento deve ser limpa e isenta de produtos nocivos à hidratação do cimento.

• Agregados: Os agregados graúdos e miúdos devem estar de acordo com a ABNT NBR 7211. Escórias de alto forno, cinzas volantes, argila expandida ou outros agregados leves ou não podem ser usados com a condição de que o produto final atenda aos requisitos fisico-mecânicos da Tabela 3. Recomenda-se que a dimensão máxima característica do agregado não ultrapasse a metade da menor espessura de parede do bloco. • Aditivos e adições : - Será permitido o uso de aditivos, de acordo com a ABNT NBR 11768, adições ou pigmentos, desde que o produto final atenda aos requisitos fisico-mecânicos da Tabela 3. - Os aditivos não devem conter substâncias potencialmente capazes de promover a deterioração do concreto dos blocos ou materiais próximos, quer por contato direto, quer por disseminação de íons.

Outros requisitos • Os blocos devem ser fabricados e curados por processos que assegurem a obtenção de um concreto suficientemente homogêneo e compacto, de modo a atender a todas as exigências desta Norma. Os lotes devem ser identificados pelo fabricante segundo sua procedência e transportados e manipulados com as devidas precauções, para não terem sua qualidade prejudicada. • Os blocos devem ter arestas vivas e não devem apresentar trincas, fraturas ou outros defeitos que possam prejudicar o seu assentamento ou afetar a resistência e a durabilidade da construção, não sendo permitida qualquer reparo que oculte defeitos eventualmente existentes no bloco. • Por ocasião do pedido de cotação de preços, o comprador deve indicar o local da entrega do material, bem como a classe, a resistência característica à compressão, as dimensões e outras condições particulares dos blocos desejados especificados no projeto. • Para fins de fornecimentos regulares, a unidade de compra é o bloco.

Requisitos específicos Dimensões: • As dimensões reais dos blocos vazados de concreto, modulares e sub-modulares devem corresponder às dimensões constantes na Tabela 1. • A espessura mínima de qualquer parede de bloco deve atender à Tabela 2. A tolerância permitida nas dimensões das paredes é de – 1,0 mm para cada valor individual.

Tabela 1— Dimensões reais

NOTA: As tolerâncias permitidas nas dimensões dos blocos indicados na tabela 1 são de  2,0 mm para a largura e  3,0 mm para a altura e para o comprimento. Os componentes das famílias de blocos de concreto têm sua modulação determinada de acordo com as ABNT NBR 5706 e ABNT NBR 5726.

Tabela 2 — Designação por classe, largura dos blocos e espessura mínima das paredes dos blocos

• A menor dimensão do furo (Dfuro) para as classes A e B, atendidas as demais exigências desta Norma, deve obedecer aos seguintes requisitos: - Dfuro > 70 mm para blocos M15; - Dfuro > 110 mm para blocos M20. • Os blocos classe A devem ter mísulas de acomodação com raio (r) mínimo 40 mm e os blocos classes B e C devem ter mísulas com raio mínimo de 20 mm, com centro tomado no encontro da face externa da parede longitudinal com o eixo transversal do bloco, conforme a figura:

mísulas

Blocos aparentes: • Blocos para uso em elementos de alvenaria, conforme classes estabelecidas em 4.1, podendo apresentar faces lisas ou com texturas. • A permeabilidade máxima de cada bloco deve ser igual à estabelecida pela ACI 530.1, determinada de acordo com a ASTM E 514. • Para blocos cujas faces apresentem texturas, as tolerâncias dimensionais podem variar nas dimensões relativas a esta face.

Requisitos físico-mecânicos • Os blocos vazados de concreto prescritos nesta Norma devem atender aos limites de resistência, absorção e retração linear por secagem estabelecidos na Tabela 3. A resistência característica fbk deve ser determinada de acordo com o descrito em Ensaios

Inspeção • Lotes : Os lotes devem ser constituídos a critério do comprador, sendo satisfeitas as seguintes condições: a) o lote de inspeção (do comprador) deve ser formado por um conjunto de blocos com as mesmas características, produzidos pelo mesmo fabricante, sob as mesmas condições e com os mesmos materiais, cabendo ao fornecedor a indicação, no documento de entrega, da resistência característica à compressão e data do seu atendimento, data de fabricação e número de identificação do lote de fábrica; b) um lote pode ser composto por blocos com datas de fabricação diferenciadas, de no máximo cinco dias, respeitando-se os requisitos do item acima. O lote deve corresponder aos blocos empregados na construção de no máximo 1 000 m² de parede; c) nenhum lote pode ser constituído de mais de 20 000 blocos.

• Idades de controle: A idade de controle pode ser tomada de duas formas, conforme condições estabelecidas: Condição 1: A idade de controle deve ser a data da entrega dos carregamentos que compuserem o lote, ou seja, o fabricante deve fornecer o componente com as características físicomecânicas atendidas na data da entrega. Condição 2: A idade de controle pode ser tomada após a data da entrega e ser no máximo aos 28 dias, contados a partir da data de produção mais recente dos diversos carregamentos que compõem o lote. A aplicação desta condição fica sujeita à aceitação do consumidor.

• Amostragem: Efetuado o fornecimento, ou no decorrer deste, cabe ao comprador ou seu representante legal: a) colher, para fins de ensaio, aleatoriamente blocos que constituirão amostra representativa de todo o lote do qual foram retirados; b) encaminhar como amostra para os ensaios indicados a seguir os blocos predominantes do lote que compõe a alvenaria, geralmente aqueles denominados como “inteiro” na Tabela 1. Quando os blocos predominantes forem de outra denominação, estes igualmente podem constituir amostra para ensaio, de acordo com critério estabelecido entre comprador e fornecedor; c) o tamanho da amostra deve ser definido conforme Tabela 4; d) as amostras devem ser identificadas antes de serem remetidas a um laboratório para execução dos ensaios prescritos nesta Norma. A identificação de cada espécime não deve cobrir mais de 5% da área superficial do bloco.

Tabela 4 — Tamanho da amostra

Ensaios • Os ensaios a serem executados são: - Resistência à compressão; - Análise dimensional, absorção e área líquida; - Retração linear por secagem; - Permeabilidade

Valor característico de resistência à compressão do bloco O valor da resistência característica à compressão pode ser determinado de duas formas conforme critérios estabelecidos a seguir, sendo que, o valor do desvio-padrão deve ser determinado por terceira parte segundo critérios estatísticos, baseado em ensaios realizados em laboratório de terceira parte qualificado, com apresentação do documento relativo ao desvio-padrão e seu respectivo prazo de validade.

• Valor não conhecido do desvio-padrão da fábrica: O valor da resistência característica à compressão (fbk) dos blocos de concreto, referida à área bruta, deve ser estimado a partir da expressão:

Onde: • fbk,est:é a resistência característica estimada da amostra, expressa em megapascals; • fb(1), fb(2),…, fbi: são os valores de resistência à compressão individual dos corpos-de-prova da amostra, ordenados crescentemente; • n: é igual à quantidade de blocos da amostra.

• Valor conhecido do desvio-padrão da fábrica: O valor da resistência característica à compressão (fbk) dos blocos de concreto, referida à área bruta, deve ser determinado a partir da expressão: fbk = fbm -1,65 x s onde: fbm: é a resistência média da amostra expressa, em MPa; s: é o desvio-padrão do fabricante. • O cálculo do desvio-padrão do fabricante deve levar em consideração pelo menos 30 corpos-deprova, retirados em intervalos regulares de produção para cada faixa de resistência adotada.

Aceitação e rejeição • O lote deve ser aceito sempre que: a) ao receber o material e no estabelecimento do lote, o comparador, por simples constatação visual, verificar que se cumpriu todos os requisitos citados; b) as dimensões reais de todos os blocos da amostra atenderem ao especificado; c) as características físico-mecânicas atenderem ao especificado no projeto.

• Se os resultados da inspeção conduzirem à recusa de 10% ou mais dos blocos de um determinado fornecimento, este pode ser rejeitado em sua totalidade. Todavia, é facultado ao fornecedor e ao comprador a substituição dos componentes recusados até o máximo de 10% do total dos blocos do lote em exame. • Se os resultados não satisfizerem as exigências acima, devese fazer uso da amostra destinada à contraprova, que deve ter sido retirada do mesmo lote. Se os novos resultados satisfizerem as exigências desta Norma, o lote deve ser aceito. • Estando o lote de acordo, pode-se iniciar a aplicação dos blocos antes do recebimento do resultado dos ensaios. Se os resultados dos ensaios não estiverem de acordo, o lote deve ser reprovado. Se ainda não foi aplicado à alvenaria, o lote deve ser inteiramente substituído. Caso já tenha sido aplicado, deve-se cumprir o contrato entre as partes.