História Social: teoria, metodologia e historiografia

- THOMPSON, Edward Palmer. “A economia moral da multidão inglesa no século XVIII ... 18/01-joaojose.pdf 9) ... política no final do século XVIII...

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Ementa e Programa da Disciplina: História Social: teoria, metodologia e historiografia Prof. Dr. Jaime Rodrigues (1º Semestre de 2014) Ementa: Análise crítica da constituição das premissas, temas e abordagens da História Social e seu debate com os outros campos do saber histórico. História social e produção da vida material; ordenamento político e resistência social. As interfaces entre os campos da história econômica, da história social e da história política: novas perspectivas e problemas. Debates contemporâneos sobre escravismo, pós-abolição e as estratégias sociais e políticas de escravos libertos e livres. Novas perspectivas na história do trabalho nos séculos XIX e XX. Análise da produção dos autores que se constituem como referências centrais para a produção historiográfica brasileira no campo da História Social. Análise de trabalhos recentes dos programas de pós-graduação que se definem como produtores de História Social e suas interfaces com outros campos do saber histórico. Programa: A disciplina tem como objetivo a apresentação de um percurso historiográfico sobre o campo da história social, tanto no âmbito nacional como internacional, desde a análise de algumas obras clássicas até o debate recente, com a leitura de artigos e capítulos de livros que discutem a trajetória, os rumos, as abordagens, as metodologias e os conteúdos da história social dentro do panorama mais amplo do fazer e da escrita da história. Pretende-se seguir um caminho que tem como fim evidenciar a multiplicidade e heterogeneidade de temas, abordagens e metodologias que a história social desenvolve há algumas décadas, mas que tem seus pressupostos e suas raízes em obras clássicas que há muito apontaram para uma diversa incorporação analítica das categorias marxianas no campo historiográfico e de conceitos antropológicos e sociológicos, direcionando as pesquisas para além da história dos movimentos sociais, da history from below e da vida cotidiana. Propõe-se a história social como um fazer e uma escrita da história que, tendo como objetivo a análise histórica da sociedade que considera também a agência dos setores populares e suas expressões e identidades culturais e políticas em sua construção relacional e contextual, opera de forma dialógica com as abordagens históricas econômicas, políticas e culturais, se utilizando de análises macro e micro-históricas, biográficas, comparativas e de estudos de caso. Avaliação: a) Apresentação de seminário. b) Leitura programada e participação no debate em aula. c) Trabalho escrito monográfico a ser apresentado no término das aulas. 1) 12/03/2014 - A reflexão atual da história social Apresentação do programa. 2) 19/03/2014 – Uma introdução à História Social Inglesa KAYE, Harvey. “Introduction” e “The Collective Contribution”. In: The British marxist historians: an introductory analysis. Oxford: Polity Press, 1984, p. 1-22 e 221-249. 3) 26/03/2014 – A trajetória de E. P. Thompson - THOMPSON, Edward Palmer. “A economia moral da multidão inglesa no século XVIII”. In: Costumes em comum. São Paulo: Cia. das Letras, 1998: 150-202. 4) 02/04/2014 – A trajetória de Eric Hobsbawm - HOBSBAWM, Eric. “Da história social à história da sociedade”; “A história britânica e os Annales: um comentário” e “A história de baixo para cima”. In: Sobre história. São Paulo: Cia. das Letras, 1998, p. 82-105, 192-200 e 216-231. 5) 09/04/2014 – A história social na França

- DELACROIX, Chistian; DOSSE, François e GARCIA, Patrick. “Uma crise da História? (as décadas de 1980-1990). In: Correntes históricas na França (séculos XIX e XX). Rio de Janeiro: Ed. da FGV; São Paulo: Ed. da Unesp, 2012, p. 321-408. 6) 16/04/2014 – Experiências, estruturas - FERRER, Ada. “A sociedade escravista cubana e a Revolução Haitiana”. Almanack, nº 3, maio de 2012, p. 37-53. Disponível em http://www.almanack.unifesp.br/index.php/almanack/issue/view/14/showToc 7) 23/04/2014 – História social no Brasil. Cotidiano e pobreza na cidade - DIAS, Maria Odila Leite da Silva. Cotidiano e poder em São Paulo no século XIX. São Paulo: Brasiliense, 1984. 8) 30/04/2014 – História social no Brasil. Revoltas - REIS, João José ."A greve negra de 1857 na Bahia". Revista USP, n. 18, 8-29, 1993. Disponível em http://www.usp.br/revistausp/18/01-joaojose.pdf 9) 07/05//2014 - História social e vida material - ROCHE, Daniel. História das coisas banais: nascimento do consumo, séculos XVII-XIX. São Paulo: Rocco, 2000. 10) 14/05/2014 – História social, vida material e expressões da cultura - RODRIGUES, Jaime. "Um mundo novo no Atlântico: marinheiros e ritos de passagem na Linha do Equador, séculos XV-XX". Revista Brasileira de História v.33(65), p.235-276, 2013. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rbh/v33n65/10.pdf. 11) 21/05/2014 – História social do trabalho - LINEBAUGH, Peter & REDIKER, Marcus. A hidra de muitas cabeças: marinheiros, plebeus e a história oculta do Atlântico revolucionário. São Paulo: Cia. das Letras, 2008. 12) 28/05/3014 – História social e direitos - PEABODY, Sue e GRINBERG, Keila. “Free Soil: The Generation and Circulation of an Atlantic Legal Principle”. Slavery & Abolition, 32(3): 331-339, set.2011. 13) 04/06/2014 – Oficina de texto 14) 11/06/2014 – Oficina de texto 15) 18/06/2014 – Oficina de texto

Bibliografia complementar:  BATALHA, Claudio (org). Dicionário biográfico do movimento operário. Rio de Janeiro, séc. XIX aos anos 1920. São Paulo: Perseu Abramo, 2009.  BIONDI, Luigi. “Na construção de uma biografia anarquista: os últimos anos de Gigi Damiani no Brasil”. In: DEMINICIS, Rafael Borges e REIS Fº, Daniel Aarão (orgs.). História do anarquismo no Brasil, v. 1. Rio de Janeiro: Mauad, 2006, p. 159-179.  BRIGGS Asa et al. “¿Qué es la historia de la cultura popular?”. Historia Social, n. 10, 1991: 151-162.  CALAINHO, Daniela Buono. In: Metrópole das mandingas: religiosidade negra e Inquisição portuguesa no Antigo Regime. Rio de Janeiro: Garamond; FAPERJ, 2008.  CASTRO, Hebe Maria Mattos. Das cores do silêncio: os significados da liberdade no sudeste escravista (Brasil, séc. XIX). Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1995.  CHALHOUB, Sidney e SILVA, Fernando Teixeira da. “Sujeitos no imaginário acadêmico: escravos e trabalhadores na historiografia brasileira desde os anos 1980”. Cadernos Arquivo Edgard Leuenroth (UNICAMP), 14: 2009: 13-57.  CHALHOUB, Sidney. “Precariedade estrutural: o problema da liberdade no Brasil escravista (século XIX)”. Historia Social, Campinas, IFCH-UNICAMP, 19: 2010, 33-62. Disponível em http://www.ifch.unicamp.br/ojs/index.php/rhs/article/view/315/271  COSTA, Emilia Viotti da. Coroas de glória, lágrimas de sangue: a rebelião dos escravos de Demerara em 1823. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.  CUNHA, Maria Clementina Pereira (org.), Carnavais e outras frestas: ensaios de história social da cultura. Campinas: Ed. da Unicamp, 2002.  DANTAS, Monica Duarte. (Org.). Revoltas, motins, revoluções: homens livres, pobres e libertos no Brasil do século XIX. São Paulo: Alameda, 2011.  DECCA, Maria Auxiliadora Guzzo. A vida fora das fábricas: cotidiano operário em São Paulo (1920-1934). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.  ELEY, Geoff; NIELD, Keith. “Volver a empezar: el presente, lo postmoderno y el momento de historia social”. Historia Social n. 50, 2004: 47-58.  FERRERAS, Norberto. O cotidiano dos trabalhadores de Buenos Aires (1880-1920). Niterói, EdUFF, 2006.  FONTES, Paulo. Um Nordeste em São Paulo. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008.  GINZBURG, Carlo. A micro-história e outros ensaios. Lisboa: Difel, 1989.  HALL, Michael. Imigrantes na cidade de São Paulo. In: PORTA, Paula (org.). História da Cidade de São Paulo, vol. 3: a cidade na primeira metade do século XX. São Paulo: Paz e Terra, 2004: pp. 121-151.  HILL, Christopher. O mundo de ponta-cabeça. São Paulo: Cia. das Letras, 1987.  HOBSBAWM, Eric J. Mundos do trabalho. São Paulo: Paz e Terra, 2000: 251-297.  HOBSBAWM, Eric J. Sobre História. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.  HOBSBAWM, Eric; RANGER, Terence. A invenção das tradições. 2ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2012.  JANCSÓ, István. “A sedução da liberdade. Cotidiano e contestação política no final do século XVIII”. In: Laura de Mello e Souza e Fernando Novais. (orgs.). História da Vida Privada no Brasil: cotidiano e vida privada na América portuguesa, vol. 1. São Paulo: Cia das Letras, 1997: 387-437.  JOYCE, Patrick “¿El final de la historia social?” Historia Social n. 50, 2004: 25-45.  KAYE, Harvey J. The British Marxist Historians: an introductory analysis. New York: St. Martin´s Press, 1995.  LARA, Silvia Hunold. “O particular e o público na Vila de São Salvador dos Campos dos Goitacases na segunda metade do século XVIII”. In: LARA, Silvia Hunold e MENDONÇA, Joseli M.N. (orgs.) Direitos e justiças no Brasil: ensaios de História Social. Campinas: Editora da Unicamp, 2006: 59-99.  LINEBAUGH, Peter; REDIKER, Marcus. A hidra de muitas cabeças. São Paulo: Cia das Letras, 2008.  MACHADO, Maria Helena P. T. “Sendo cativo nas ruas”. In: PORTO, Paula (org.). História da cidade de São Paulo, vol. 2. São Paulo: Paz e Terra, 2004: 57-97.  MUNHOZ, Sidnei. “Fragmentos de um possível diálogo com Edward Palmer Thompson e com alguns de seus críticos”. Revista de História Regional, 2(2): 1997, 153-185. Disponível em http://www.revistas2.uepg.br/index.php/rhr/article/view/2046/1528

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OLIVEIRA, Maria Luisa F. Entre a casa e o armazém, relações sociais e experiência da urbanização, São Paulo, 1850-1900. São Paulo: Alameda Casa Editorial, 2005. OLIVEIRA, Maria Luiza Ferreira de. Entre a casa e o armazém: relações sociais e experiência da urbanização (São Paulo, 1850-1900). São Paulo: Alameda, 2005. PAIVA, Odair da Cruz. Caminhos Cruzados: Migração e Construção do Brasil Moderno. Bauru: Editora da Universidade do Sagrado Coração - EDUSC, 2004. PALMER, Bryan D. Edward Palmer Thompson. Objeções e oposições. São Paulo: Paz e terra, 1996. REGINALDO, Lucilene. “Irmandades e devoções de africanos e crioulos na Bahia setecentista: histórias e experiências atlânticas”. Stockholm Review of Latin American Studies, 4: 25-35, mar.2009. Disponível em http://www.lai.su.se/gallery/bilagor/SRoLAS_No4_2.%20Irmandades%20e%20devoc% CC%A7o%CC%83es%20de%20africanos.pdf (RAFAEL). REIS, João José; GOMES, Flávio dos Santos e CARVALHO, Marcus J. M. de. O alufá Rufino: tráfico, escravidão e liberdade no Atlântico negro (c. 1822-c. 1853). São Paulo: Cia das Letras, 2010. RODRIGUES, Jaime. Alimentação, vida material e privacidade: uma história social de trabalhadores em São Paulo nas décadas de 1920 a 1960. São Paulo, Alameda, 2011. RODRIGUES, Jaime. Alimentação, vida material e privacidade: uma história social de trabalhadores em São Paulo nas décadas de 1920 a 1960. São Paulo: Alameda, 2011. RODRIGUES, Jaime. De costa a costa: escravos, marinheiros e intermediários do tráfico negreiro de Angola ao Rio de Janeiro (1780-1860). São Paulo: Cia. das Letras, 2005. SAMUEL, Raphael et al.”¿Qué es la Historia Social?” Historia Social n. 10, 1991: 135149. SAVAGE, Mike. “Classe e história do trabalho”. In: BATALHA, Claudio et al. (orgs). Culturas de classe: identidade e diversidade na formação do operariado. Campinas: Ed. da Unicamp, 2006: 25-48. SCHMIDT, Benito Bisso. “História e biografia”. In: VAINFAS, Ronaldo e CARDOSO, Ciro Flamarion (org.). Novos domínios da História. Rio de Janeiro: Campus, 2011. SILVA, Fernando Teixeira da. Operários sem patrões: Os trabalhadores da cidade de Santos no entreguerras. Campinas: Editora UNICAMP, 2003. THOMPSON, E. P. As peculiaridades dos ingleses e outros artigos. São Paulo: Ed. da Unicamp, 2001. THOMPSON, Edward P. A formação da classe operária inglesa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. TOLEDO, Edilene. Travessias revolucionárias. Campinas: Editora da Unicamp, 2004. VAN DER LINDEN, Marcel. “Rumo a uma nova conceituação histórica da classe trabalhadora mundial”. História, São Paulo, v.24, n.2 (2005), p.11-40.