Unidade 5 Instalações prediais de esgotos sanitários

Figura 4. Sifões de vaso sanitário. ... uma mesma peça de utilização, lançando-os ao ramal de esgoto correspondente. Podem ser fechadas ou com grelha...

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Unidade 5 Instalações prediais de esgotos sanitários 1. INTRODUÇÃO Um bom sistema de esgotos sanitários de uma residência, prédio ou logradouro público, é aquele que diante do qual não se percebe a sua existência. Ou seja, promove o afastamento rápido das águas servidas, não produz odores, ruídos ou contaminação, nem atrapalha o ambiente. É duradouro, de fácil manutenção e deve ser construído com o menor custo possível. É composto de tubulações, equipamentos e acessórios, projetados segundo normas e procedimentos padronizados, objetivando atender a cada caso específico, utilizando materiais disponíveis no mercado. As normas brasileiras que tratam do assunto são: NBR 8160 – Instalação Predial de Esgoto Sanitário – Procedimento – Set/1983. NBR 5580 – Tubos de aço carbono, aptos para rosca. NBR 6414 – para usos comuns na condução de fluídos – Especificações. NBR 5645 – Tubos cerâmicos para canalizações – Especificação NBR 5688 – Tubos e conexões de PVC rígido para esgoto predial e ventilação – Especificação. NBR 6943 – Conexão de ferro maleável para tubulações – Classe 10 – Padronização. NBR 7229 – Construção e instalação de fossas sépticas e disposição dos efluentes finais – Procedimento. NBR 7362 – Tubos de PVC rígido de seção circular, coletores de esgotos – Especificação. NBR 8161 – Tubos e conexões de ferro fundido para esgoto e ventilação – Padronização.

2. FINALIDADE E OBJETIVOS A instalação predial de esgotos sanitários destina-se a coletar e afastar da edificação todos os despejos provenientes do uso da água para fins higiênicos, encaminhando-os a um destino indicado pelo poder público competente, que pode ser: a) em rede pública de coleta de esgotos sanitários; b) em sistema particular, quando não houver rede pública de esgotos sanitários. Segundo a NBR 8160/83, as instalações prediais de esgotos sanitários devem ser projetadas e executadas de modo a: - Permitir rápido escoamento dos esgotos sanitários e fáceis desobstruções; - Vedar a passagem de gases e animais das tubulações para o interior das edificações; - Não permitir vazamentos, escapamentos de gases e formação de depósitos no interior das tubulações; - Impedir a poluição da água potável.

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Figura 1 – Esgoto primário, esgoto secundário e desconector (Fonte:Tigre).

3. CLASSIFICAÇÃO DOS ESGOTOS SANITÁRIOS Os esgotos sanitários prediais classificam-se em primários e secundários. São chamados primários os esgotos aos quais têm acesso os gases provenientes da rede pública. São secundários os esgotos aos quais não têm acesso aqueles gases. O acesso dos gases da rede pública aos esgotos secundários, é impedido através de desconectores. A figura 1, apresenta a planta de um banheiro, onde é ilustrada a distinção entre esgoto primário e secundário. Naquela figura, a caixa sinfonada é o desconector coletivo.

4. PARTES CONSTITUINTES DE UMA INSTALAÇÃO DE ESGOTOS SANITÁRIOS a – Canalizações para coleta e afastamento das águas servidas. b – Desconectores c – Canalizações para ventilação d – Órgãos especiais. 4.1. CANALIZAÇÕES PARA A COLETA E O AFASTAMENTO DAS ÁGUAS SERVIDAS A rede para coleta e afastamento das águas servidas é constituída por: Ramais de descarga e de esgoto, tubos de queda, subcoletores e coletor predial (Figura 2). Existem também caixas de inspeção ou de passagem e peças de inspeção. É dimensionada em função das descargas dos aparelhos sanitários a que servem, cuja descarga é definida em função do número de unidades de descargas, ou UNIDADE HUNTER DE CONTRIBUIÇÃO (UHC). Uma UHC corresponde uma descarga de 28 l/min, ou a descarga de um lavatório de residência.

Figura 2. Ramais de descarga, ramal de esgoto, tubo de queda e coluna de ventilação. 2

Ramal de descarga: Canalização diretamente ligada ao aparelho sanitário, do qual recebe os efluentes. Deve Ter seu diâmetro mínimo fixado de acordo com a Tabela 1. É exigido o diâmetro mínimo de 100mm (4”) para as canalizações que recebem despejos de bacias sanitárias. Ramal de esgoto: Canalização que recebe os efluentes de ramais de descarga. É dimensionado somando-se as unidades de descarga de todos os aparelhos servidos pelo ramal e respeitando-se os diâmetros nominais mínimos fixados na Tabela 2. Tubo de queda: Canalização vertical que recebe efluentes de ramais de descarga, de esgoto ou subcoletores. Deve ter diâmetro uniforme e sempre que possível instalado no mesmo alinhamento. A descarga para dimensionamento é obtida somando-se as unidades de descarga por pavimento e em todo tubo. O diâmetro deve ser fixado respeitando-se os diâmetros nominais mínimos fixados na Tabela 3. O diâmetro do tubo de queda deve ser maior ou igual ao de qualquer ramal de esgoto servido por ele. Subcoletor: Canalização, normalmente horizontal, que recebe efluentes de um ou mais tubo de queda, ou ramal de esgoto. Coletor predial: É o trecho de canalização horizontal compreendido entre a última inserção de subcoletor, ramal de esgoto, de descarga ou tubo de queda, e a rede pública ou local de lançamento dos despejos. O coletor predial e o subcoletor devem ser dimensionados de acordo com a Tabela 4. Devem ser instalados com declividades uniformes, respeitados os valores mínimos fixados naquela tabela. Para o cômputo do número de UNIDADES HUNTER DE CONTRIBUIÇÃO, no caso dos coletores prediais e subcoletores, nos banheiros de prédios residenciais deve ser considerado apenas o aparelho de maior descarga. Nos demais casos, devem ser considerados todos os aparelhos. O coletor predial deve ter diâmetro nominal mínimo de 100mm. As tubulações horizontais com diâmetros nominais menores ou iguais a 75mm, devem ser instaladas com declividade mínima de 2%. As com diâmetros maiores ou iguais a 100mm devem ter declividade mínima de 1%, com exceção dos coletores e subcoletores que devem obedecer os valores fixados na Tabela 4.

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TABELA 1 - UNIDADES HUNTER DE CONTRIBUIÇÃO DOS APARELHOS SANITÁRIOS E DIÂMETRO NOMINAL MÍNIMO DOS RAMAIS DE DESCARGA. DIÂMETRO NÚMERO DE NOMINAL MÍNIMO APARELHO SANITÁRIO UNIDADES DE DO RAMAL DE DESCARGA DESCARGA (mm) (DN) Banheira de residência 2 40 Bebedouro 0,5 40 Bidê 1 40 Chuveiro de residência 2 40 Chuveiro coletivo 4 40 Lavatório de residência 1 40 Lavatório de uso geral 2 40 Mictório com válvula de descarga 6 75 Mictório com cx. de descarga 5 50 Mictório com descarga automática 2 40 Mictório de calha *2 50 Pia de residência 3 50 Pia de cozinha industrial – preparação 3 50 Pia de cozinha industrial – lavagem de 4 50 panelas Máquina de lavar pratos 2 ** 50 Máquina de lavar roupa 3 ** 50 Bacia sanitária 6 100 Tanque de lavar roupas 3 40 * Por metro de calha – considerar como ramal de esgoto (Tabela 5) ** Considerar também as recomendações dos fabricantes TABELA 2 - DIMENSIONAMENTO DOS RAMAIS DE ESGOTO. Número de unidades HUNTER de Diâmetro nominal (mm) contribuição (DN) 3 40 6 50 20 75 160 100 TABELA 3 - DIMENSIONAMENTO DOS TUBOS DE QUEDA. Número máximo de unidades HUNTER de Diâmetro nominal do tubo (mm) contribuição (DN) Prédio de até três Prédio com mais de pavimentos três pavimentos 40 4 8 50 10 24 75 30 70 100 240 500 150 960 1900 200 2200 3600 250 3800 5600 300 6000 8400 4

TABELA 4 - DIMENSIONAMENTO DOS SUBCOLETORES E COLETOR PREDIAL. Número máximo de unidades de HUNTER de contribuição em função das Diâmetro nominal do tubo (DN) declividades mínimas (%) 0,5 1 2 4 100 180 216 250 150 700 840 1000 200 1400 1600 1920 2300 250 2500 2900 3500 4200 300 3900 4600 5600 6700 400 7000 8300 10000 12000 4.2. Desconectores Desconector é todo sifão sanitário ligado a uma canalização primária. Sifão sanitário é um dispositivo hidráulico destinado a vedar a passagem de gases e animais, do interior das canalizações de esgoto para o interior dos edifícios. 4.2.1. Sifões Todo aparelho sanitário deve ser isolado de canalização primárias através de sifão sanitário. Utiliza-se sifão sanitário individual em mictórios, bacias sanitárias, pias de cozinha, pias de despejo e tanques de lavar. A figura 3 mostra alguns tipos de sifões para bidês, lavatórios e pias de cozinha. As figuras 4 e 5 mostram sifões utilizados em vasos sanitários e a figura 6 mostra o sifão de mictórios. Os vasos sanitários e mictórios, são autosifonados.

Figura 3. Sifões sanitários para bidê, lavatório e pia de cozinha. Os sifões podem ser feitos de chumbo, ferro fundido, bronze, plástico, cobre, latão, cimento amianto ou cerâmica vidrada. A NBR 8160 estabelece que os sifões devem: a - Ter fecho hídrico independente de partes móveis e de divisões internas, com altura mínima de 50mm. b - Ter secção de vazão igual ou superior à do respectivo ramal de esgoto ou de descarga. c - Ter bujão de limpeza amplo, e de metal não ferroso, conforme indicado na figura 6.

Figura 4. Sifões de vaso sanitário. (Fonte: Belinazo 1986). 5

Comumente liga-se os ramais de descarga de lavatórios, banheiras, bidês e ralos (de boxes de chuveiros, ou de coleta de águas de pisos) a caixas sifonadas.

Figura 5. Sifão de Mictório. 4.2.2. Caixas sifonadas Além da função de desconector, as caixas sinfonadas tem a função de unir o esgoto secundário proveniente dos ramais de descarga de lavatórios, banheiras, bidês e ralos de uma mesma peça de utilização, lançando-os ao ramal de esgoto correspondente. Podem ser fechadas ou com grelha. Devem ser fechadas se destinarem-se a receber despejos de mictórios e pias de despejo. A figura 7, apresenta a caixa sinfonada normatizada pela NBR 8160.

Figura 6. Sifão normatizado (NBR 8160). 4.3. Canalizações para ventilação 4.3.1. Funcionamento A rede de ventilação é extremamente importante uma vez que ao permitir a entrada de ar nas canalizações de esgotos sanitários, asseguram que essas funcionem como condutos livres, ou seja, sob pressão atmosférica, impedindo o surgimento de pressões negativas que poderiam romper os fechos hídricos dos desconectores instaladas nas junções das canalizações de esgotos secundários com esgotos primários, possibilitam que os gases provenientes da rede pública de esgotos sanitários, sejam lançados na atmosfera sem penetrar no interior das edificações. A figura 8, ilustra de maneira esquemática o funcionamento de uma tubulação de esgotos sanitários e a importância da rede de ventilação: - Suponhamos que seja descarregada a bacia sanitária do piso superior: a - O esgoto descarregado, ao penetrar no tubo de queda, funciona como um pistão hidráulico, comprimindo o ar abaixo. b - O ar comprimido exerce pressão sobre as colunas d’água que estão nos sifões. S2, S3, S4 – se não houvesse saída – ele tenderia a romper o fecho hídrico através do SIFONAMENTO POR COMPRESSÃO, permitindo a entrada de gases nos sanitários. Tal problema é evitado pela ligação dos ramais de ventilação à coluna de ventilação. c - Na parte superior, acima do pistão hidráulico, a coluna líquida ao descer tende a provocar vácuo parcial (fenômeno do sifonamento por aspiração que ocasionaria o 6

rompimento do fecho hídrico, se não houvesse o prolongamento do tubo de queda até a cobertura, de modo a permitir a entrada de ar. O rompimento do fecho hídrico, também pode se dar por autosifonamento, ou seja, o sifonamento que pode ocorrer devido à própria descarga do aparelho, se o ramal de descarga for muito comprido e de pequena secção-canal. Sob pressão, surge à montante do volume de água deslocado, condições para que haja aspiração da água que deveria formar o fecho hídrico no sifão. Esse problema é evitado pela rede de ventilação, que ao permitir entrada de ar no sistema, evita o aparecimento de sobrepressões e subpressões. A rede de ventilação é constituída por canalizações que se iniciam próximas aos sifões e que terminam abertas ao exterior. Seus componentes são: • TUBO VENTILADOR: Canalização ascendente que permite o acesso do ar atmosférico na rede de esgotos, a saída de gases das canalizações e impede a ruptura do fecho hídrico dos desconectores. • TUBO VENTILADOR PRIMÁRIO: É o tubo ventilador com extremidade aberta, situada acima da cobertura do edifício. • TUBO VENTILADOR SECUNDÁRIO: É o tubo ventilador com extremidade superior ligada a um tubo ventilador primário, a uma coluna de ventilação ou a um outro tubo ventilador secundário. • COLUNA DE VENTILAÇÃO: Canalização vertical destinada à ventilação de sifões sanitários localizados em pavimentos superpostos. • RAMAL DE VENTILAÇÃO: É o tubo ventilador secundário ligando 2 ou mais tubos ventiladores individuais, a uma coluna de ventilação ou a um tubo ventilador primário. • TUBO VENTILADOR INDIVIDUAL: É o tubo ventilador secundário ligado ao sifão, ou ao ramal de descarga de um aparelho sanitário. • TUBO VENTILADOR DE CIRCUITO: É o tubo ventilador secundário ligado a um ramal de esgoto e servindo a um grupo de aparelhos, sem ventilação individual. • TUBO VENTILADOR SUPLEMENTAR: Canalização vertical ligando um ramal de esgotos ao tubo de ventilador de circuito correspondente. • TUBO VENTILADOR DE ALÍVIO: Tubo ventilador secundário ligando o tubo de queda ou ramal de esgoto ou de descarga á coluna de ventilação. Toda instalação predial de esgotos deve ter, no mínimo, um tubo ventilador primário, de diâmetro nuca inferior a 75mm. Todo desconector deve ser ventilado. Uma coluna de ventilação pode ser um tubo ventilador primário ou secundário, dependendo se está ligado ou não a outro tubo ventilador. Caso tenha extremidade livre, constitui-se em tubo ventilador primário.

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Figura 8. Representação esquemática do funcionamento de uma canalização de esgotos (Fonte: Foresti 1980).

Figura 9. Terminologia.

Figura 10. Terminologia.

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4.3.2. Prescrições da NBR 8160 -

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em prédios de um só pavimento deve existir pelo menos um tubo ventilador de DN 100, ligado diretamente à caixa de inspeção ou em junção ao coletor predial, subcoletor ou ramal de descarga de um vaso sanitário e prolongado até acima da cobertura desse prédio. Se o prédio for residencial e tiver no máximo 3 vasos sanitários, o tubo ventilador pode ter diâmetro nominal DN 75. em prédios de dois pavimentos, os tubos de queda devem ser prolongados até acima da cobertura, sendo todos os desconectores (vasos sanitários, sifões e caixas sifonadas) providos de ventiladores individuais ligados à coluna de ventilação, conforme indicados nas figuras 12 e 13. Nos prédios cuja instalação de esgotos sanitários já possua pelo menos um tubo ventilador primário de DN 100, fica dispensado o prolongamento de todo tubo de queda, desde que preenchidas as seguintes condições:

Figura 12. Arranjos típicos de ventilação.

Figura 13. Esquema vertical. 9

a) o comprimento não exceda de ¼ da altura total do prédio, medida na altura vertical do tubo; b) não receba mais de 36 unidade HUNTER de contribuição; c) tenha a coluna de ventilação prolongada até a cobertura do prédio, ou em conexão com outra existente, respeitados os limites de TABELA 7. Toda a tubulação de ventilação deve ser instalada de modo que qualquer líquido que porventura nela venha ter ingresso, possa escoar-se completamente por gravidade, para dentro do tubo de queda, ramal de descarga ou desconector em que o ventilador tem origem. Toda a coluna de ventilação deve ter diâmetro uniforme, a extremidade inferior ligada a um subcoletor ou a um tubo de, em ponto situado abaixo da ligação do primeiro ramal de esgoto ou de descarga, ou neste ramal de esgoto ou de descarga. A extremidade superior deve ser situada acima da cobertura do edifício, ou ligada a um tubo ventilador primário a 150mm, ou mais, acima do nível de trasbordamento da água do mais elevado aparelho sanitário por ele servido. Quando não for possível o prolongamento dos tubos ventiladores até acima da cobertura, pode ser utilizado um barrilete de ventilação. Esse barrilete é dimensionado pela soma das unidades HUNTER dos tubos de queda servidos no trecho e o comprimento a considerar é o mais extenso, da base da coluna de ventilação mais longe da extremidade aberta do barrilete, até essa extremidade. Todo desconector deve ser ventilado. A distância do desconector à ligação do tubo ventilador que o serve, não deve exceder os limites da tabela 5. TABELA 5 - DISTÂNCIA MÁXIMA DE UM SIFÃO (DESCONECTOR) AO TUBO VENTILADOR. Diâmetro nominal do ramal de descarga Distância máxima (m) (mm) (DN) 40 1,00 50 1,20 75 1,80 100 2,40 A extremidade do tubo ventilador primário ou coluna de ventilação deve estar situada acima da cobertura do prédio a um a distância de no mínimo de 30cm, no caso de telhado ou laje simples e de 2,0m no caso de lajes utilizadas para outros fins (Playgrounds, áreas de recreação, etc...) devendo nesses casos, ser protegidas contra choques. Também não devem estar situadas a menos de 4,0m de qualquer porta, janela, ou outro vão de ventilação, a menos que situada a 1,0m acima das vigas dos respectivos vãos. São considerados devidamente ventilados os desconectores instalados no último pavimento do prédio, nas seguintes condições. a) o número de UHC for menor que 15; b) a distância entre a ligação do desconector até o tubo ventilador não exceder os limites da tabela 5. São considerados devidamente ventilados os desconectores, caixas sifonadas ou sifões, quando ligados a um tubo de queda que não receba efluentes de vasos sanitários e mictórios, observadas as distâncias indicadas na tabela 5. Os desconectores das caixas retentoras e caixas sinfonadas instaladas no térreo e ligadas ao subcoletor devidamente ventilado, são considerados ventilados. 10

A extremidade superior dos ramais de ventilação, deve ser ligada a um tubo ventilador primário, a auma coluna de ventilação ou a outro ramal de ventilação, sempre a 15cm ou mais acima do nível de trasbordamento da água do mais alto dos aparelhos servidos, conforme indicado na figura 14.

Figura 14. Ligação do ramal de ventilação. O vaso sanitário provido de orifício para ventilação, com desconetor externo ou interno, deve ser ventilado individualmente. O vaso sanitário auto-sifonado não dispõe de orifício para ventilação, por isso deve ter o seu ramal de descarga ventilado individualmente, podendo essa ventilação ser dispensada quando houver qualquer desconector ligado a esse ramal e a 2,40m no máximo, do vaso sanitário e o ramal de ventilação tiver no mínimo DN 50. (figura 15) Os vasos sanitários autosifonados, ligados em bateria, devem ser ventilados por um tubo ventilador de circuito, ligando a coluna de ventilação ao ramal de esgoto na região entre o último e o penúltimo vaso sanitário. Quando o número de vasos sanitários exceder a 8 há necessidade de ventilação suplementar, conforme indicado nas figuras 16 e 17. Os tubos de queda que recebem descargas de mais de 10 andares devem ser ligados à coluna de ventilação através de tubo ventilador de alívio, a cada dez pavimentos à contar do andar mais alto. A extremidade inferior do tubo ventilador de alívio deve ser ligada ao tubo de queda através de junção de 45º, colocada a 15cm, ou mais acima do nível de trasbordamento da água do aparelho mais alto servido pelo ramal de esgoto ou de descarga. Nos desvios de tubos de queda que formem ângulo maior que 45º com a vertical deve ser prevista outra ventilação considerando-se como se houvesse dois tubos de queda um acima e outro abaixo do desvio, conforme indicado na figura 18. Nos tubos de queda que recebem despejos de pias, tanques, máquinas de lavar e outros aparelhos onde são usados detergentes que provoquem a formação de espuma, deve ser evitada a ligação de aparelhos ou tubos ventiladores nas zonas de pressão de espuma indicadas na figura 19.

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Figura 15. Dispensa de ventilação do ramal de descarga do vaso sanitário (NBR 8160).

Figura 16. Ventilação em circuito (vasos autosifonados (NBR 8160).

Figura 17. Ventilação em circuito (vasos autosifonados (NBR 8160).

Figura 18. Desvio do tubo de queda.

Figura 19. Zonas de pressão de espuma.

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4.3.3. Dimensionamento TABELA 6 - UNIDADES HUNTER DE CONTRIBUIÇÃO PARA APARELHOS NÃO RELACIONADOS NA TABELA 1. Número de unidades Diâmetro nominal mínimo do ramal de descarga (mm) HUNTER de contribuição (DN) 40 2 50 3 75 5 100 6 TABELA 7 - DIMENSIONAMENTO DO RAMAL DE VENTILAÇÃO. Grupo de aparelhos sem Grupo de aparelhos com vasos sanitários vasos sanitários Nº de HUC DN do ramal Nº de HUC DN do ramal Até 12 40 Até 17 50 13 a 18 50 18 a 60 75 19 a 36 75 TUBO VENTILADOR SUPLEMENTAR: diâmetro nominal não inferior à metade do diâmetro do ramal de esgotos a que estiver ligado. COLUNA DE VENTILAÇÃO: Tabela 7. Inclui-se no comprimento da coluna de ventilação o trecho do ventilador primário entre o ponto de inserção da coluna e a extremidade do ventilador. BARRILETE DE VENTILAÇÃO: Tabela 7. Pela soma das unidades HUNTER de contribuição dos tubos de queda servidos; TUBO VENTILADOR DE ALÍVIO: diâmetro nominal igual ao da coluna de ventilação a que estiver ligado. As figuras 20, 21 e 22 mostram em planta esquemas de ventilação de banheiros.

Figura 20. Ligação com desconector (caixa sinfonada) – utilização de tubos ventiladores individuais.

Figura 21. Ventilação em circuito (Obs.: o ralo sifonado tem ventilação individual).

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Figura 22. Ligação com desconector – ventilação em circuito. (Esquema comumente utilizado em apartamentos). 4.4. Órgãos acessórios São órgãos acessórios as caixas retentoras de gordura, as caixas de passagem e as caixas e peças de inspeção. 4.4.1. Caixas retentoras de gordura É recomendado por norma o uso de caixas retentoras de gordura nos esgotos sanitários que contiverem resíduos de gorduras provenientes de pias de copas e cozinhas, devendo ser instaladas em locais de fácil acesso e boas condições de ventilação. As caixas de gordura podem ser: pequenas (CGP), simples (CGS), duplas (CGD) e especiais (CGE). Os componentes e dimensões das 3 primeiras estão indicados na figura 23. As especiais devem ter as seguintes características: - distância mínima entre o septo e a saída: 20cm; - parte submersa do septo: 40cm; - altura molhada: 60cm; - diâmetro nominal da tubulação de saída: 100mm - volume da câmara de retenção de gordura obtido pela fórmula; V = 2 N + 20 sendo: N = número de pessoas servidas pelas cozinhas que contribuem para a caixa de gordura V = volume em litros. Deve existir pelo menos uma caixa de gordura simples para a coleta dos resíduos gordurosos de uma ou até duas cozinhas. Havendo mais de duas e até doze cozinhas, deve ser utilizada a caixa de gordura dupla. Acima de doze cozinhas, ou ainda para cozinhas de restaurantes, escolas, hospitais quartéis, etc..., devem ser utilizadas caixas de gordura especiais. As pias de cozinha instaladas superpostas em vários pavimentos devem descarregar em tubos de queda que conduzam os esgotos para caixas retentoras de gordura coletivas, sendo vetado neste caso o uso de caixas retentoras de gordura individuais nos andares. 4.4.2. Elementos de inspeção As tubulações embutidas ou não, devem ser acessíveis por intermédio de caixas de inspeção ou peças especiais de inspeção, a NBR 8160 estabelece: - Na deflexão entre dois elementos de inspeção deve ser usada curva longa com ângulo central não superior a 90º, desde que não seja possível a instalação de outro elemento de inspeção; - Os sifões devem ser visitáveis ou inspecionáveis, na parte correspondente ao fecho hídrico, por meio de bujões ou outro meio de fácil remoção; - As desobstruções e limpezas dos coletores prediais, subcoletores e ramais de esgotos e de descarga devem ser feitas através de caixas de inspeção, 14

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dependendo seu número e localização, das condições locais e do traçado dessas tubulações; A distância entre caixas de inspeção, poços de visita ou peças de inspeção não deve ser superior a 25m; A distância entre a ligação do coletor predial com o coletor público e a caixa de inspeção, poço de visita ou peça de inspeção mais próxima, não deve ser superior a 25m; Os comprimentos dos trechos dos ramais de descarga e de esgotos de vasos sanitários, caixas retentoras e caixas sinfonadas, medidos entre os mesmos e as caixas de inspeção, não devem ser maiores que 10m. Quando as caixas de inspeção, poços de visita, caixas retentoras ou caixas sifonadas se localizarem em áreas internas ou poços de ventilação de prédios, essas áreas ou poços devem ser providos de janelas, que permitam fácil acesso aqueles dispositivos; Não devem ser colocados caixas de inspeção ou poços de visita em locais pertencentes a uma unidade autônoma, quando os mesmos recebem a contribuição de despejos de outras unidades autônomas; As tampas das caixas de inspeção, dos tubos operculados, dos bujões e das caixas retentoras devem ficar completamente livres, de modo que não haja necessidade de remover qualquer impecilho para a sua pronta abertura.

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Figura 23. Caixa de gordura normatizada (Fonte: Belinazo 1986). 4.4.2.1. Caixas de inspeção Devem ser feitas de concreto, alvenaria ou cimento-amianto e ter: a) forma retangular, com 0,60m x 0,60m, no mínimo, ou circular, com diâmetro de 0,60m, no mínimo, até a profundidade máxima de 1,00m; b) tampa de material resistente e facilmente removível, permitindo perfeita vedação. É recomendável que sejam dotadas de tampa de ferro fundido do tipo leve para locais com trânsito apenas de pedestres e do tipo pesado em locais onde há trânsito de veículos; c) fundo construído de modo a assegurar rápido escoamento e evitar a formação de depósitos. 15

d) Em prédios com mais de cinco pavimentos as caixas de inspeção não devem ser instaladas a menos de dois metros de distância dos tubos de queda que contribuem para as mesmas. 4.4.2.2. Caixas de passagem (Figura 24) As caixas de passagem devem ter as seguintes características: a) quando cilíndricas devem ter o diâmetro mínimo de 15cm e quando prismáticas permitir, na base, a inscrição de um círculo de diâmetro mínimo de 15cm; b) ser provida de grelha ou tampa cega; c) ter altura mínima de 10cm; d) ter tubulação de saída dimensionada em função do ramal de esgoto correspondente; As caixas de passagem não podem ser usadas para receber despejos fecais; As caixas de passagem que recebam efluentes de pias de cozinha ou mictórios devem ser providas de tampa hermética. No caso de servirem a mictórios devem ser de material não atacável pela urina. 4.4.2.3. Poços de visita (figura 25) Os poços de visita devem ter: a) profundidade maior que 1m; b) forma prismática de base quadrada ou retangular com as dimensões internas de 1,10m de lado mínimo ou cilíndrica com diâmetro mínimo de 1,10m; c) degraus que permitam o acesso ao seu interior; d) tampa removível que garanta perfeita vedação; e) fundo constituído de modo a assegurar rápido escoamento e evitar depósitos; f) duas partes constituídas pela câmara de trabalho e pela câmara de acesso ou chaminé de acesso; g) câmara de acesso com diâmetro interno mínimo de 60cm; Para dimensionamento e detalhes dos poços de visitas, devem ser seguidas as normas brasileiras relativas ao assunto.

Figura 24. Caixa de passagem ou inspeção modelo Casa Sano S.A. (fonte Macintyre, 1988).

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Figura 25. Poço de visita (fonte Macintyre, 1988). 4.4.2.4. Tubos operculados Os tubos operculados devem ser instalados junto às curvas dos tubos de queda todas as vezes que elas forem inatingíveis pelas varas de limpeza introduzidas pelas caixas de inspeção ou outras peças de inspeção. Devem ter as seguintes características: a) Abertura suficiente para permitir as desobstruções com a utilização de instrumentos manuais e mecânicos de limpeza; b) Ter tampa hermética;

Figura 26. Tubo radial com inspeção grande (Barbará). 4.4.3. Caixa coletora Quando não for possível que os efluentes sejam lançados, por gravidade, no coletor público, reúne-se esses despejos numa caixa coletora, para posterior recalque através de conjuntos elevatórios, até a cota favorável ao lançamento por gravidade. A caixa coletora deve ser: impermeabilizada e ventilada, e ter: a) sistema de recalque próprio, de acionamento automático, para elevar o esgoto recolhido até uma caixa de inspeção de onde possa ser retirado por gravidade. Deve ser previsto um conjunto elevatório de reserva; b) ter fundo inclinado e tampa com fechamento hermético. c) Ter tubo ventilador próprio. Capacidade calculada de modo a evitar a freqüência exagerada de partidas e paradas das bombas e a ocorrência de estado séptico. (Prever casos de emergência). Instalação elevatória com uma unidade de reserva. 17

5. Traçado das instalações de esgoto e ventilação 5.1. Princípios Básicos.. a) b) c)

Toda mudança de direção deve ser executada de maneira correta, através da utilização de conexões ou caixas de passagem. Projeto completo das instalações: plantas nas escalas 1:100 ou 1:50; detalhes (1;20); esquema vertical (1:50) As canalizações embutidas não devem estar solidárias às peças estruturais de edifício (descida dos tubos de queda próximo aos pilares).

5.2. Espaço físico para a passagem das tubulações verticais e horizontais (Fonte: Belinazo, 1986) 5.2.1. Tubulações verticais no prédio Deve-se prever traçados os mais retos possíveis e espaços adequados tais como: - embutidas na parede - em colunas falsas - em paredes falsas - outras a) paredes com tubulações embutidas - Vantagens: Se as paredes tem função estrutural, então as vigas, se existirem serão só de amarração e não serão prejudicadas com a passagem das tubulações. - Desvantagens: Se existirem vigas com função estrutural, só podem ser atravessadas se for previsto no projeto estrutural; Se existir viga de 15cm ou menores, com função estrutural, não podem ser atravessadas pelas tubulações; b) colunas falsas - Vantagens: Solução boa, porque a tubulação não necessita atravessar a estrutura do edifício; Facilita a manutenção, principalmente quando a coluna falsa for removível; As tubulações podem ser fixadas em apenas alguns pontos, permitindo liberdade e movimentos em relação a estrutura. - Desvantagem: Podem prejudicar a estética da dependência. c) Paredes falsas - Vantagens: Favorece a estética da dependência; Favorece a descida de outras tubulações; - Desvantagem: Podem reduzir área, o que nem sempre é possível de ser admitido. 5.2.2. Tubulações horizontais nas dependências Deve-se prever declividades e espaços adequados tais como: - lajes rebaixadas com piso normal; 18

-

lajes normais com piso elevado; lajes normais com forro rebaixado.

a) Lajes rebaixadas e piso normal ou lajes normais e pisos elevados; - Vantagens: Mais confortável para executar a instalação, apoiada sobre a laje; As instalações ficam dentro da dependência da propriedade; - Desvantagens: Se ocorrerem vazamentos é necessário demolir parte do piso da dependência, acarretando transtornos e custos adicionais; Maior custo de construção da laje rebaixada; b) Laje normal e forro rebaixado: - Vantagens: Facilidade de solução de problemas de vazamentos, através da retirada do forro; Maior economia na construção da laje. - Desvantagem: Maior dificuldade de execução As tubulações ficam dentro da dependência da propriedade do vizinho, prejudicado em caso de vazamento. 5.3. Seqüência de passos a serem seguidos no traçado de instalações prediais de esgoto 1) Localização do tubo de queda – próximo a projeção do pilar ou parede do térreo (Figura 27) 2) Ligação da saída da bacia sanitária com o tubo de queda – a mais direta possível (Figura 28) 3) Ligação da caixa sifonada e ligação ao ramal de esgotos (Figura 26) 4) Caixa sifonada com grelha – aspectos estéticos. Caixa sifonada com tampa cega – qualquer lugar Ligação dos ramais de descarga à caixa sifonada – Caixa sifonada normal – 8 aberturas (7 entradas e uma saída). (Figura 28) 5) Ligação de tubo ventilador ao ramal de esgotos e a coluna de ventilação (Figura 27) Todo o sifão deve ser ventilado. A distância entre o tubo ventilador e o sifão não deve ultrapassar aos valores da Tabela 5. Ligação entre uma canalização de esgotos horizontal e o tubo ventilador deve ser efetuada acima do eixo da mesma, elevando-se o Tubo Ventilador verticalmente ou com desvio máximo de 45º de vertical, até 15cm acima do nível máximo da água no mais alto dos aparelhos servidos antes de desenvolver-se horizontalmente ou ligar-se a outro tubo ventilador. Geralmente, os ramais de descarga de pias de cozinha são ligados aos trechos do tubo de queda, acima do piso, utilizando-se sifão individual (desaconselhável o uso de caixa com grelha). - É desaconselhável a colocação de sifão em ramais de descarga de máquinas de lavar roupa. Usualmente os efluentes desse aparelho são lançados dentro do tanque de lavar ou de caixa sifonada aberta. - Consideram-se devidamente ventilados os desconectores de pias, lavatórios e tanques, quando ligados a um tubo de queda que não receba efluentes de bacias sanitárias e mictórios, observadas as distâncias indicadas na tabela 5.

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Figura 27.

Figura 28.

Figura 29. Ligação do tubo ventilador ao ramal de esgotos e à coluna de ventilação.

6. Detalhes das instalações

Figura 30. (Fonte Brasilit).

20

Figura 31. (Fonte Brasilit).

Figura 32. (Fonte Brasilit).

21

Figura 33. (Fonte Brasilit).

Figura 34. (Fonte Tigre).

22

Figura 35. (Fonte Tigre).

Figura 36. (Fonte Tigre).

23

Figura 37. (Fonte Belinazo. 1986).

Figura 38. (Fonte Belinazo. 1986).

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Figura 39. (Fonte Belinazo. 1986).

Figura 59. (Fonte. Belinazo. 1986).

25

Figura 60. (Fonte belinazo. 1986).

Figura 58. (Fonte Belinazo. 1986).

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TABELA 8 - DIMENSIONAMENTO DE COLUNAS E BARRILETES DE VENTILAÇÃO Diâmetro Diâmetro mínimo do tubo de ventilação Número de nominal 40 50 75 100 150 200 250 300 unidades do tubo e queda ou do HUNTER de Comprimento máximo permitido contribuição ramal (m) do esgoto 40 8 46 40 10 30 50 12 23 61 50 20 15 46 75 10 13 46 317 75 21 10 33 247 75 53 8 29 207 75 102 8 26 189 100 43 11 76 299 100 140 8 61 229 100 320 7 52 195 100 530 6 46 177 150 500 10 40 305 150 1100 8 31 238 150 2000 7 26 201 150 2900 6 23 183 200 1800 10 73 286 200 3400 7 57 219 200 5600 6 49 186 200 7600 5 43 171 250 4000 24 94 293 250 7200 18 73 225 250 11000 16 60 192 250 15000 14 55 174 300 7300 9 37 116 287 300 13000 7 29 90 219 300 20000 6 24 76 186 300 26000 5 22 70 152

27

Tratamento de Esgotos por Sistemas Simplificados 6. Tanque Séptico O uso do sistema de tanque séptico somente é indicado para: a) Área desprovida de rede pública coletora de esgoto; b) Alternativa de tratamento de esgoto em áreas providas de rede coletora local; c) Retenção prévia dos sólidos sedimentáveis, quando da utilização de rede coletora com diâmetro e/ou declividade reduzidos para transporte de efluente livre de sólidos sedimentáveis. O sistema em funcionamento deve preservar a qualidade das águas superficiais e subterrâneas, mediante estrita observância das restrições da NBR 7229/1993, relativas à estanqueidade e distâncias. É vedado o encaminhamento ao tanque séptico de: a) Águas pluviais; b) Despejos capazes de causar interferência negativa em qualquer fase do processo de tratamento ou a elevação excessiva da vazão do esgoto afluente, como os provenientes de piscinas e de lavagem de reservatórios de água. Os sistemas de tanques sépticos devem ser projetados de forma completa, incluindo disposição final para efluente e lodo, bem como, sempre que necessário, tratamento complementar destes conforme a NBR 13969/1997.

6.1 Terminologia (NBR 7229/1993) Dispositivo de entrada: dispositivo interno destinado a orientar a entrada do esgoto no tanque séptico, prevenindo sua saída em curto-circuito. Dispositivo de saída: dispositivo interno destinado a orientar a saída do efluente do tanque séptico, prevenindo sua saída em curto-circuito, e a reter escuma. Efluente: parcela líquida que sai de qualquer unidade de tratamento. Escuma: matéria graxa e sólidos em mistura com gases, que flutuam no líquido em tratamento. Lodo: material acumulado na zona de digestão do tanque séptico, por sedimentação de partículas sólidas suspensas no esgoto. Lodo digerido: lodo estabilizado por processo de digestão. Lodo fresco: lodo instável, em início de processo de digestão. Sedimentação: processo em que, por gravidade, sólidos em suspensão se separam do líquido que os continha.

28

Tanque séptico: unidade cilíndrica ou prismática retangular de fluxo horizontal, para tratamento de esgotos por processos de sedimentação, flotação e digestão (Figura 6.1 e 6.2).

Figura 6.1. Funcionamento geral de um tanque séptico.

Figura 6.2. Sistema de tanque séptico - Esquema geral. Reator biológico: unidade que concentra microorganismos e onde ocorrem as reações bioquímicas responsáveis pela remoção dos componentes poluentes do esgoto. Filtro anaeróbio de leito fixo com fluxo ascendente; filtro anaeróbio: reator biológico com esgoto em fluxo ascendente, composto de uma câmara inferior vazia e uma câmara superior preenchida de meio filtrante submersos, onde atuam microorganismos facultativos e anaeróbios, responsáveis pela estabilização da matéria orgânica. Filtro aeróbio submerso; filtro aeróbio: reator biológico composto de câmara reatora contendo meio filtrante submerso, basicamente aeróbia, onde ocorre a depuração do 29

esgoto, e a câmara de sedimentação, onde os flocos biológicos são sedimentados e retornados para a câmara reatora. Lodo ativado por batelada, [LAB]: Processo de tratamento essencialmente aeróbio, onde as etapas de depuração e a separação dos flocos biológicos são realizadas em um mesmo tanque, intermitentemente. Vala de filtração: vala escavada no solo, preenchida com meios filtrantes e provida de tubos de distribuição de esgoto e de coleta de efluente filtrado, destinada à remoção de poluentes através de ações físicas e biológicas sob condições essencialmente aeróbias. Filtro de areia: tanque preenchido de areia e outros meios filtrantes, com fundo drenante e com esgoto em fluxo descendente, onde ocorre a remoção de poluentes, tanto por ação biológica quanto física. Escoamento superficial: tratamento complementar ou disposição final que consiste no escoamento do esgoto na superfície do solo de pequena declividade e com vegetação, com emprego ou não de sulcos no solo. Desidratação de lodos: processos naturais ou mecânicos, através dos quais se reduz o conteúdo líquido do lodo, para posterior disposição final. Leito de secagem: unidade destinada à desidratação de lodo removido, por processo natural de evaporação e infiltração, contendo dispositivo de drenagem do líquido. Vala de infiltração: vala escavada no solo, destinada à depuração e disposição final do esgoto na subsuperfície do solo sob condição essencialmente aeróbia, contendo tubulação de distribuição e meios de filtração no seu interior. Canteiro de infiltração e evapotranspiração: canteiro artificial de solo, destinado ao tratamento e à disposição final de esgoto, onde se permite a infiltração e evapotranspiração da parte líquida do esgoto. Poço absorvente; sumidouro: poço escavado no solo, destinado à depuração e disposição final do esgoto no nível subsuperficial. Reuso local de esgoto tratado: utilização local do esgoto tratado para diversas finalidades, exceto para o consumo humano.

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Figura 6.3. Exemplos de esquemas alternativos do sistema local de tratamento de esgotos. Com disposição no corpo recpetor/reuso.

Figura 6.4. Exemplos de esquemas alternativos do sistema local de tratamento de esgotos. Com disposição final no solo/evaportranspiração.

6.2

Condições Específicas

Os tanques sépticos devem observar a seguintes distâncias horizontais mínimas: a) 1,50 m de construções, limites de terreno, sumidouros, valas de infiltração e ramal predial de água; b) 3,0 m de árvores e de qualquer ponto de rede pública de abastecimento de água; c) 15,0 m de poços freáticos e de corpos de água de qualquer natureza. Os materiais empregados na execução dos tanques sépticos, tampões de fechamento e dispositivo internos devem atender às seguintes exigências: a) Resistência mecânica adequada às solicitações a que cada componente seja submetido; b) Resistência ao ataque químico de substâncias contidas no esgoto afluente ou geradas no processo de digestão. No cálculo da contribuição de despejos, deve ser considerado o seguinte: a) Número de pessoas a serem atendidas; b) 80% do consumo local de água. Em casos plenamente justificados, podem ser adotados percentuais diferentes de 80% e, na falta de dados locais relativos ao consumo, são adotadas as vazões e contribuições constantes na Tabela 6.1. c) Nos prédios em que haja, simultaneamente, ocupante permanentes e temporários, a vazão total de contribuição resulta da soma das vazões correspondentes a cada tipo de ocupante. Os tanques sépticos devem ser projetados para períodos mínimos de detenção, conforme Tabela 6.2. A contribuição de lodo fresco é estimada conforme a Tabela 6.1. Para os casos de esgotos não-domésticos, a contribuição deve ser fixada a partir de observações de campo ou em laboratório, pelos indicadores menos favoráveis. 31

A taxa de acumulação total de lodo, em dias, é obtida em função de: a) Volumes de lodo digerido e em digestão, produzidos por cada usuário, em litros; b) Faixas de temperatura ambiente (média do mês mais frio, em graus Celsius); c) Intervalo entre limpezas, em anos. As taxas resultantes são as da Tabela 6.3. Para acumulação em períodos superiores a cinco anos, devem ser estudadas as condições particulares de contribuição, acumulação e adensamento do lodo em cada caso. O volume útil total do tanque séptico deve ser calculado pela fórmula:

V = 1000 + N (C ⋅ T + K ⋅ Lf )

Equação 6.1

onde: V = volume útil (L); N = número de pessoas ou unidades de contribuição; C = contribuição de despejos (L/pessoa.dia ou L/unidade.dia), Tabela 6.1; T = período de detenção (dias), Tabela 6.2; K = taxa de acumulação de lodo digerido (dias), equivalente ao tempo de acumulação de lodo fresco, Tabela 6.3; Lf = contribuição de lodo fresco (L/pessoa.dia ou L/unidade.dia), Tabela 5.1. Tabela 6.1. Contribuição diária de esgoto e de lodo fresco por tipo de prédio e de ocupante. (Unid.: L).

Prédio

Unidade

1 – Ocupantes permanentes - Residências Padrão alto Pessoa Padrão médio Pessoa Padrão baixo Pessoa - Hotel(exceto lavanderia e cozinha) Pessoa - Alojamentos provisórios Pessoa 2 – Ocupantes temporários - Fábrica em geral Pessoa - Escritórios Pessoa - Edifícios públicos ou comerciais Pessoa - Escolas (externatos) e Pessoa locais de longa permanência - Bares Pessoa - Restaurantes e similares Refeição - Cinemas, teatros e Lugar locais de curta permanência - Sanitários públicos Bacia sanitária

Contribuição de Esgotos (C) e Lodo fresco (Lf)

160 130 100 10 80

1 1 1 1 1

70 50 50

0,30 0,20 0,20

50

0,20

6 25

0,10 0,10

2

0,02

480

4,0

32

Tabela 6.2. Período de detenção dos despejos, por faixa de contribuição diária. Tempo de Contribuição detenção diária (L) Dias Horas Até 1500 1,00 24 De 1501 a 3000 0,92 22 De 3001 a 4500 0,83 20 De 4501 a 6000 0,75 18 De 6001 a 7500 0,67 16 De 7501 a 9000 0,58 14 Mais que 9000 0,50 12

Tabela 6.3. Taxa de acumulação total de lodo (K), em dias, por intervalo entre limpezas e temperatura do mês mais frio. Valores de K por faixa de Intervalo temperatura ambiente (t), entre em oC. Limpezas (anos) t ≤ 10 10 ≤ t ≤ 20 t > 20 1 94 65 57 2 134 105 97 3 174 145 137 4 214 185 177 5 254 225 217

Os tanques sépticos podem ser cilíndricos ou prismáticos retangulares. Os cilíndricos são empregados em situações onde se pretende minimizar a área útil em favor da profundidade; os prismáticos retangulares, nos casos em que sejam desejáveis maior área horizontal e menor profundidade. As medidas internas dos tanques devem observar o que segue: a) Profundidade útil: varia entre os valores mínimos e máximos recomendados na Tabela 5.4, de acordo com o volume útil obtido da Equação 6.1. b) Diâmetro interno mínimo: 1,10m; c) Largura interna mínima: 0,80m; d) Relação comprimento/largura(p/ tanques prismáticos retangulares): mínimo 2:1; máximo: 4:1. Tabela 6.4. Profundidade útil mínima e máxima, por faixa de volume útil. Volume útil (m³) Profundidade útil mínima (m) Profundidade útil máxima (m) Até 6,0 1,20 2,20 De 6,0 a 10,0 1,50 2,50 Mais que 10,0 1,80 2,80 O emprego de câmaras múltiplas em série é recomendado especialmente para os tanques de volume pequeno a médio, servindo até 30 pessoas. Para observância de melhor desempenho quando à qualidade dos efluentes, recomendam-se os seguintes números de câmaras: a) Tanques cilíndricos: 3 câmaras em série; b) Tanques prismáticos retangulares: 2 câmaras em série. As câmaras devem comunicar-se mediante aberturas com área equivalente a 5% da seção vertical útil do tanque do plano de separação entre elas. As aberturas de inspeção dos tanques sépticos devem ter número e disposição tais que permitam a remoção do lodo e da escuma acumulados, assim como a desobstrução dos dispositivos internos. Os tanques sépticos e respectivos tampões devem ser resistentes a solicitações de cargas horizontais e verticais, em dimensões suficientes para garantir a estabilidade.

33

6.3

Filtro Anaeróbio

Todo processo anaeróbio é bastante afetado pela variação de temperatura do esgoto; sua aplicação deve ser feita de modo criterioso. O processo é eficiente na redução de cargas orgânicas elevadas, desde que as outras condições sejam satisfatórias. Os efluentes do filtro anaeróbio podem exalar odores e ter cor escura.

6.3.1 Dimensionamento O volume útil do leito filtrante (Vu), em litros, é obtido pela equação:

Vu = 1,6 NCT

Equação 6.2

onde: N = número de contribuintes; C = contribuição de despejos (L/habitante.dia), Tabela 6.1; T = tempo de detenção hidráulica (dias), Tabela 6.2. O volume útil mínimo do leito filtrante deve ser de 1000 L. A altura do fundo falso deve ser limitada a 0,60 m, já incluindo a espessura da laje. Construção do fundo falso: no caso de haver dificuldades de construção de fundo falso, todo o volume do leito pode ser preenchido por meio filtrante. Nesse caso, o esgoto afluente deve ser introduzido até o fundo, a partir do qual é distribuído sobre todo o fundo do filtro através de tubos perfurados (Figuras 5.5 e 5.6). A altura total do filtro anaeróbio, em metros (Figura 6.8), é obtida pela equação:

H = h + h1 + h2

Equação 6.3 onde: H = altura total interna do filtro anaeróbio; h = altura total do leito filtrante (≤ 1,20 m); h1 = altura da calha coletora; h2 = altura sobressalente (variável). A distribuição de esgoto afluente no fundo do filtro anaeróbio deve ser feita: Através de tubos verticais com bocais perpendiculares ao fundo plano, com uma distância entre aqueles de 0,30 m (Figura 6.8); a área do fundo do filtro a ser abrangida por cada bocal de distribuição deve ser inferior a 3,0 m 2; Através de tubos perfurados (de PVC ou de con-creto), instalados sobre o fundo inclinado do filtro (Figuras 6.5, 6.6 e 6.7). O material filtrante para filtro anaeróbio deve ser especificado como a seguir: Brita, peças de plástico (em anéis ou estruturados) ou outros materiais resistentes ao meio agressivo. No caso de brita, utilizar a nº 4 ou nº 5, com as dimensões mais uniformes possíveis. Não deve ser permitida a mistura de pedras com dimensões distintas, a não ser em camadas separadas, para não causar a obstrução precoce do filtro; A área específica do material filtrante não deve ser considerada como parâmetro na escolha do material filtrante. O filtro anaeróbio pode ser construído em concreto armado, plástico de alta resistência ou em fibra de vidro de alta resistência, de modo a não permitir a infiltração da água externa à zona reatora do filtro e vice-versa. Quando instalado no local onde há trânsito de pessoas ou carros, o cálculo estrutural deve levar em consideração aquelas cargas. No caso de filtros abertos sem a cobertura de laje, somente são admitidas águas 34

de chuva sobre a superfície do filtro. Quando instalado na área de alto nível aqüífero, deve ser prevista aba de estabilização.

Figura 6.5. Filtro anaeróbio tipo retangular totalmente enchido de britas.

35

Figura 6.6. Filtro anaeróbio tipo circular totalmente enchido de britas.

Figura 6.7. Detalhe do tubo de distribuição de esgoto. 36

Figura 6.8. Filtro anaeróbio tipo circular com entrada única de esgoto. 37