ESTUDO PANORÂMICO DO VELHO TESTAMENTO

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CURSO BÍBLICO INTERNACIONAL

ENCONTRO COM A PALAVRA Livro 4

ESTUDO PANORÂMICO DO VELHO TESTAMENTO PROFETAS MAIORES E MENORES (Isaías a Malaquias)

PR. DICK WOODWARD

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Toda glória e honra ao Senhor nosso Deus! Este material foi escrito e impresso pelo Ministério Cooperativo Internacional (ICM - International Cooperating Ministries) para ser uma bênção em sua vida. É permitida a reprodução total e parcial deste livro, sem a autorização por escrito do ICM, para uso pessoal e na sua igreja. “Portanto, fortifique-se na graça que há em Cristo Jesus. E as coisas que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confia a homens fiéis, que sejam também capazes de ensinar a outros” (II Timóteo 2.1,2). Woodward, Dick Estudo Panorâmico do Velho Testamento PROFETAS MAIORES E MENORES (Isaías a Malaquias) Curso Bíblico Internacional ENCONTRO COM A PALAVRA

Tradução em Português: Ruth Gialluca Correção Ortográfica: Lídia Damasceno Gialluca e Marlene Frade Editoração Eletrônica: Elen Canto Capa: Paulo Sergio Baeta e Jersio Dreissing Impresso no Brasil por: Obra Impressa Gráfica e Editora Ltda. Supervisão Geral: Pr. Leandro Ferreira E-mail: [email protected] 1ª Edição: Março/2005 = 1.000 exemplares 2ª Edição: Junho/2009 = 3.000 exemplares 3ª Edição: Fevereiro/2013 = 3.000 exemplares 4ª Edição: Novembro/2015 = 3.500 exemplares

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Nota Importante O material que você tem em mãos é um complemento dos estudos que vêm sendo ministrados por uma rede variada de emissoras de rádio e pela internet (www.desfrutedeus.com) e é enviado, gratuitamente, apenas aos ouvintes que estão acompanhando, regularmente, os estudos por uma dessas emissoras. Para recebê-lo, basta solicitar, escrevendo para o endereço divulgado no final de cada aula. Por se tratar de um curso, é necessário responder o questionário de cada livro; com isto você garante o recebimento do próximo, bem como de um lindo Certificado de Conclusão ao término do curso.

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ÍNDICE INTRODUÇÃO..........................................................................................06 CAPÍTULO 1 O Perfil de Um Profeta............... ........................................................... 07 CAPÍTULO 2 O Encontro Com Deus e o Chamado de Isaías....................................... 13 CAPÍTULO 3 Mensagens Messiânicas ........................................................................ 18 CAPÍTULO 4 A Profecia de Jeremias - “Uma Série de Choros”.................................... 25 CAPÍTULO 5 O Cântico Solitário do Cativeiro............................................................. 30 CAPÍTULO 6 As Más Notícias de Deus........................................................................ 34 CAPÍTULO 7 O Livro de Lamentações - O Amor Incondicional de Deus..................... 39 CAPÍTULO 8 A Profecia de Ezequiel - Fatos Extraordinários.........................................42 CAPÍTULO 9 “Ossos Secos”.......................................... ...............................................47 CAPÍTULO 10 A Profecia de Daniel - Crentes Versus Babilônios................................... 50 CAPÍTULO 11 Foi-se a Glória da Babilônia! .................................................................. 54 CAPÍTULO 12 As Visões e Revelações de Daniel..............................................................58 CAPÍTULO 13 Os Profetas Menores - Panorama Geral..................................................62

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CAPÍTULO 14 A Profecia de Oséias ...............................................................................63 CAPÍTULO 15 A Profecia de Joel ...................................................................................66 CAPÍTULO 16 A Profecia de Amós.................................................................................70 CAPÍTULO 17 A Profecia de Obadias.............................................................................73 CAPÍTULO 18 A Profecia de Jonas.................................................................................77 CAPÍTULO 19 A Profecia de Miquéias...........................................................................82 CAPÍTULO 20 A Profecia de Naum................................................................................86 CAPÍTULO 21 A Profecia de Habacuque........................................................................89 CAPÍTULO 22 A Profecia de Sofonias..............................................................................94 CAPÍTULO 23 A Profecia de Ageu..................................................................................97 CAPÍTULO 24 A Profecia de Zacarias...........................................................................102 CAPÍTULO 25 A Profecia de Malaquias .......................................................................109 CAPÍTULO 26 Sete Indícios de Um Coração Que se Afasta de Deus...........................112 CAPÍTULO 27 Epílogo (Malaquias 3:16 - 4:4)..............................................................120

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Introdução (ao aluno iniciante) Quando você se aprofunda na Palavra de Deus e deixa que a Palavra transforme sua vida, coisas maravilhosas e tremendas acontecem. Bem-vindo ao ENCONTRO COM A PALAVRA. Juntos faremos um estudo de toda a Bíblia, dividido em 13 livros. Essa jornada nos levará do Livro de Gênesis ao Apocalipse e nos dará uma visão panorâmica de cada livro da Bíblia. Observaremos a estrutura do livro, o seu contexto histórico e, o que é mais importante, buscaremos uma aplicação para nossas vidas, a partir do ensino de cada livro. Algumas pessoas acham a Bíblia um livro confuso. Realmente, não é fácil relacionar os acontecimentos com a sua época e o seu significado. Mas, cada versículo da Bíblia é um pedacinho desse quebra-cabeça, cujo conteúdo é muito glorioso. Minha oração é que, no final dessa jornada, você tenha adquirido uma compreensão maior de cada livro da Bíblia, do modo como eles se completam, e possa situá-los dentro da história de Deus com o homem. No final, você terá uma compreensão de como Deus trabalhou nos tempos do Velho Testamento; terá também compreendido o que mudou com a vinda de Jesus Cristo e a razão da mudança; aquilo em que você antes cria no coração, será confirmado em sua mente, e você poderá testemunhar sua fé com mais confiança e conhecimento. Espero que você faça todo o curso e convide outras pessoas para que nos acompanhem nesse estudo da Bíblia, o livro mais importante do mundo. Faça suas malas e prepare-se para embarcar. Estamos prestes a partir! Ferramentas que serão utilizadas Segundo o apóstolo Paulo, a única maneira de não passarmos vergonha, quando se trata de Bíblia, é tornarmo-nos obreiros que manejem bem a Palavra. A única maneira de entender a Bíblia é saber usá-la. Por isso, o meu desafio é que você assuma o compromisso de estudá-la com dedicação e sinceridade. Nenhum livro merece mais dedicação e empenho da nossa parte que a Bíblia. Se você quiser se aprofundar ainda mais neste estudo, além de dedicação e empenho há outras ferramentas que o ajudarão a ir mais fundo no conhecimento das Escrituras. Antes de qualquer coisa você precisa de uma Bíblia e, se possível, adquira mais de uma tradução. Você também vai precisar de um caderno para anotações. Como qualquer outro trabalho, esse será cumprido com mais facilidade e atingirá melhores resultados, se você possuir as ferramentas certas. O estudo da Bíblia fica mais produtivo, quando se utilizam os recursos disponíveis. Procure equipar-se com as ferramentas que mencionamos e você se surpreenderá com os resultados.

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Capítulo 1 O Perfil de Um Profeta Os Livros Proféticos são considerados a essência do Velho Testamento, principalmente sob a perspectiva do Novo Testamento, no qual Jesus faz referência ao Velho Testamento como “a Lei e os Profetas” (Mateus 7.12; 22.40). A Lei são os cinco primeiros livros da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Iniciaremos agora o estudo dos Profetas e o primeiro livro a ser estudado será o de Isaías e, por último, o de Malaquias. O apóstolo Paulo, na audiência que teve com o rei, quando estava preso, citou os profetas e pregou o Evangelho com tanta veemência que o rei declarou quase ter sido convencido a se tornar cristão. O auge do discurso do apóstolo foi quando ele perguntou: “Acreditas, ó rei Agripa, nos profetas? Bem sei que acreditas” (Atos 26.27). A pergunta sobre os profetas era muito frequente. A pregação e os escritos dos profetas eram considerados ungidos e sobrenaturais. Por isso, uma maneira de saber se uma pessoa era ou não cristã era CBI - Encontro com a Palavra

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fazer a pergunta: “você acredita nos profetas?”. Quando o Novo Testamento se refere aos profetas, está se referindo aos escritores dos Livros Proféticos ou à literatura profética. O Velho Testamento possui dezessete Livros Proféticos escritos por dezesseis profetas diferentes; Jeremias escreveu dois livros: Jeremias e Lamentações. Antes de iniciar o estudo dos Livros Proféticos, gostaria de responder à pergunta: “quem, exatamente, são os profetas?”. Vou começar a responder comparando o profeta ao sacerdote. Quando os Livros Proféticos foram escritos, o líder espiritual mais importante era o sacerdote. A função essencial dos sacerdotes era interceder pelo povo, quando este pecava. Eles eram os professores do povo de Deus; esclareciam as dúvidas a respeito das Escrituras e dos sacrifícios no Tabernáculo, no deserto, e, depois, no Templo de Salomão. Uma pessoa era sacerdote por nascimento; eram descendentes de Livro 4

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Arão ou Levi. Infelizmente, com frequência, os sacerdotes se tornavam homens corruptos e pecadores. Foi Oséias quem disse: “como é o povo, assim é o sacerdote” (Oséias 4.9). Era comum o povo se tornar apóstata e pecador, porque os sacerdotes os levavam a práticas pecaminosas. Quando os sacerdotes se tornavam corruptos e pecadores, Deus enviava os profetas. Estes, diferentemente dos sacerdotes, não nasciam profetas; eram homens que tinham diferentes modos de vida, que recebiam o chamado para o ofício de profeta. Dois ou três deles eram sacerdotes, quando foram chamados, mas podemos considerar como exceções. Alguns pertenciam à nobreza judaica; outros tinham ocupações bem comuns, como Amós, que era um colhedor de figos e pastor. Basicamente, pode-se definir o sacerdote como um homem que se apresentava na presença de Deus para interceder pelo povo, e o profeta, como o homem que vinha da presença de Deus com uma mensagem dEle para o povo. Todos os profetas que escreveram os livros contidos na Bíblia Sagrada, classificados como Livros Proféticos, viveram num período de, aproximadamente, quatrocen-

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tos anos, entre 800 e 400 a.C. Durante esse tempo, os povos praticaram, principalmente, o pecado da idolatria; eles adoravam outros deuses. O julgamento de Deus veio para eles na forma de invasão dos assírios e o consequente cativeiro do Reino do Norte. Cerca de cem anos mais tarde, viria a invasão e cativeiro do Reino do Sul pelos babilônios. Alguns dos profetas ministraram antes ou durante o cativeiro, enquanto que outros viveram e pregaram durante o período da restauração, que se seguiu após trágicos acontecimentos. Dos dezesseis profetas, autores dos livros que estudaremos, três pregaram no período pós cativeiro e a pregação deles tratava da reconstrução que aconteceu após o retorno do povo de Deus do cativeiro babilônico. Entretanto, a maioria deles precedeu as conquistas e os cativeiros, ou ministraram durante esses acontecimentos. Os profetas que precederam o cativeiro do Reino do Norte, pelos assírios, e o cativeiro do Reino do Sul, pelos babilônios, pregaram basicamente a mesma mensagem: “se não houver um reavivamento espiritual entre vocês, se vocês não se arrependerem dos seus pecados de idolatria, essa invasão e esse caCBI - Encontro com a Palavra

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tiveiro, assírio ou babilônico, será inevitável”. Esses profetas proclamavam o arrependimento e, consequentemente, um reavivamento espiritual. Entretanto, suas mensagens foram ignoradas pela maioria do povo. Os profetas foram ridicularizados, perseguidos e alguns até martirizados. Isto acontecia porque eles pregavam uma mensagem que ninguém queria ouvir. Quando os profetas percebiam que o povo não atendia à mensagem, eles anunciavam: “o cativeiro está chegando e, quando vier, será o julgamento do Deus Todo Poderoso sobre vocês por não terem se arrependido do pecado de idolatria”. Eles tinham convicção do que pregavam. Quando os assírios conquistaram o Reino do Norte e o levou cativo, não se ouviu mais falar dele. Cem anos depois, os babilônios invadiram o Reino do Sul. Esses profetas, ao mesmo tempo em que pregavam a mensagem da invasão e do cativeiro babilônico, também pregavam uma mensagem de esperança, de acordo com a revelação profética que tinham recebido: “daqui a setenta anos vocês retornarão do cativeiro”. A maioria dos profetas morreu antes que isso acontecesse. CBI - Encontro com a Palavra

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Profecias Messiânicas Outro tema interessante na mensagem dos profetas refere-se à dispersão do povo de Deus pelos quatro cantos da terra. Quando eles pregavam que o povo se dispersaria, com frequência, também profetizavam a sua volta, muitas vezes fazendo alusão a profecias messiânicas. Os profetas apresentaram a vinda de Cristo em dois adventos, ou duas vindas. Na primeira vez, Ele viria como Salvador, para morrer pelos pecados do mundo; depois, no que chamamos de a “Segunda Vinda de Jesus Cristo”, Ele virá como Rei dos reis e Senhor dos senhores, para derrotar os poderes do mal e estabelecer Seu Reino, no qual a retidão prevalecerá. É tão difícil separar as profecias messiânicas das profecias relacionadas ao retorno do cativeiro babilônico, como separar as profecias da primeira vinda do Messias das que vão além dos nossos dias, aquelas relacionadas à Segunda Vinda de Jesus Cristo. As profecias messiânicas, referentes aos dois adventos ou vindas de Jesus Cristo, são as profecias mais empolgantes dos Livros Proféticos. Livro 4

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Porta-Vozes de Deus Quando ouvimos a palavra “profeta”, logo imaginamos um homem do tempo antigo, de cabelos e barba longos e grisalhos, falando a respeito do tempo futuro. A palavra “profeta” significa “aquele que fala por Deus”. Portanto, o profeta era um ser humano, através do qual Deus falava. Os profetas manifestavam a voz de Deus de duas maneiras. Primeiro, eles revelavam a Palavra de Deus, o que os fazia os melhores pregadores da Bíblia. Em segundo lugar, eles também “profetizavam”, isto é, divulgavam os fatos que Deus lhes revelara, que ainda não tinham acontecido. Alguns deles, ainda estão para acontecer. É admirável a dimensão da mensagem profética; embora fosse uma parte dinâmica do ministério dos profetas, proporcionalmente, era muito pequena. Os profetas ensinavam, exortando o povo a obedecer a Palavra de Deus e a aplicá-la em suas vidas. Entretanto, também são chamados profetas aqueles homens que, em tempos mais remotos, desde Josué, pregavam a Palavra escrita por Moisés, que é tido como o maior de todos os profetas, porque recebeu

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do próprio Deus a Palavra que os profetas pregaram. A palavra “profeta” é composta de duas outras que significam: “estar diante de” e “iluminar”. O profeta apresentava-se diante da Palavra de Deus e dava luz a ela. Quando ele recebia revelações referentes a eventos futuros, exortava o povo a viver em santidade, à luz da revelação que Deus lhe havia mandado pregar. Se não houvesse problema não haveria profeta Os profetas apareciam em cena, quando havia problemas; por isso, dizemos que “se não houvesse problema, não haveria profeta”. Enquanto você estuda a vida e a mensagem de cada um dos profetas, tenha sempre em mente essas perguntas: “qual era o problema que estava impedindo a obra de Deus, quando esse profeta foi chamado?” e “como seu ministério eliminou o impedimento que havia para a obra de Deus naqueles dias?”. Por exemplo, na época do profeta Ageu, que foi a época do retorno do cativeiro babilônico, a obra de Deus era a reconstrução do Templo. Embora o rei da Pérsia CBI - Encontro com a Palavra

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tenha dado permissão para que o povo voltasse do cativeiro e também o tenha provido de material para a sua reconstrução, quando o povo de Deus iniciou a obra, enfrentou forte oposição. Iniciada a perseguição, o povo cessou o trabalho de reconstrução do Templo, desviou-se do seu principal objetivo e passou a construir suas próprias casas. A paralisação persistiu por quinze anos, quando então Deus chamou o profeta Ageu que pregou até que o Templo voltasse a ser reconstruído. Ele disse ao povo: “Acaso é tempo de habitardes vós em casas luxuosas, enquanto esta casa permanece em ruínas?” (Ageu 1.4). Ele exortou o povo a voltar ao trabalho e reconstruir o Templo. Por causa da pregação de Ageu, o povo parou de construir suas próprias casas e restabeleceu suas prioridades, colocando Deus em primeiro lugar. A partir de então, a obra de Deus voltou ao seu curso e Ageu saiu de cena. As epístolas ou cartas dos apóstolos, e de outros autores do Novo Testamento, também possuem esse padrão. No Novo Testamento, a obra de Deus é a construção da Igreja de Cristo. Quando CBI - Encontro com a Palavra

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surgia um problema que impedia a obra de Deus, Ele levantava um apóstolo que escrevia uma epístola, cujo propósito era denunciar o obstáculo que estava bloqueando ou impedindo a construção da Igreja de Cristo, até que esses problemas fossem removidos e a obra de Deus pudesse continuar. Os obstáculos denunciados pelos profetas não eram os mesmos abordados no Novo Testamento. Quando você relaciona as mensagens dos profetas com os livros do Novo Testamento, observa que, aproximadamente, quarenta livros da Bíblia possuem ensinos sobre como remover obstáculos que hoje impedem a obra de Deus. Deus quer fazer Sua obra através do Seu povo. Isso é tão verdadeiro hoje, como era nos dias dos profetas e dos apóstolos. Quando você percebe que na parte do mundo em que Deus, estrategicamente, o colocou existe um obstáculo para a obra de Deus, e você tem convicção de que Ele não está atuando como gostaria, ore até que seja focalizado esse obstáculo; depois de descobri-lo, busque nas epístolas ou nos livros proféticos e ore a Deus, pedindo sabedoria, graça e coragem para aplicar a mensagem Livro 4

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aos problemas que estão se confrontando com a obra de Deus. Através dos profetas e dos apóstolos, Deus mostrará a você como remover os obstáculos que estão bloqueando a obra dEle. Se você não encontrar nos profetas nem nos apóstolos nenhuma refe-

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rência que o ajude na remoção do obstáculo à obra de Deus, nessa parte do mundo em que você vive, pode ser que, no espírito dos profetas e dos apóstolos, Deus queira que você denuncie esses problemas até que eles sejam removidos e Sua obra possa continuar.

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Capítulo 2 O Encontro Com Deus e o Chamado de Isaías Os profetas são divididos em duas classificações: “profetas maiores” e “profetas menores”. Estas designações não têm o significado de que os “profetas maiores” sejam superiores aos “profetas menores”, mas se baseiam no quanto eles escreveram. Desta forma, o profeta Isaías é o maior, porque, entre todos, ele foi o que escreveu o mais extenso Livro Profético. Isaías pertencia à nobreza judaica e, segundo a tradição dos rabinos, por causa de sua origem nobre, ele teve livre acesso aos reis Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, de Judá, e Jeoás, de Israel. Sua herança nobre serviu como preparação para o ministério, ao qual Deus o tinha chamado. Uma perspectiva histórica básica Apesar de este ser um estudo devocional e prático da Bíblia, é importante que se tenha conhecimento do contexto histórico em que viveu cada profeta, para melhor compreensão das mensagens que eles pregaram e escreveram, CBI - Encontro com a Palavra

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num período que vai de 800 a 400 a.C. Neste espaço de tempo, houve três grandes impérios mundiais: o Grande Império Assírio, que conquistou o Reino do Norte, Reino de Israel; o Império Babilônico, que conquistou e exilou o Reino do Sul, Reino de Judá; e o Império Medo-Persa, que conquistou todo o Império Babilônico. Isaías viveu durante o período em que a Assíria era uma grande potência mundial, antes mesmo que ela invadisse o Reino do Norte e conquistasse sua capital, Samaria. As dez tribos do norte, chamadas de “Israel”, foram levadas cativas e nunca mais se ouviu falar delas. Grande parte da pregação de Isaías foi um alerta para o Reino do Norte, de que a invasão assíria estava chegando, como um julgamento de Deus, por causa do pecado de idolatria do seu povo. Depois que a Assíria invadiu o Reino do Norte, conquistou e levou cativas as dez tribos, ela se voltou para o Reino do Sul, conquistando quarenta e seis cidades fortificadas Livro 4

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de Judá. Neste período, o rei do Reino do Sul, Reino de Judá, era Ezequias, um homem temente a Deus, escritor de dez salmos inspirados. Quando os assírios alcançaram os portões de Jerusalém, seu general começou a gritar, proferindo insultos aos homens que guardavam a cidade, desafiando o povo de Judá a se render. Enquanto o rei Ezequias estava no Templo, rogando a Deus pela vida do Seu povo, Isaías recebeu uma revelação, que entregou ao rei, dizendo que o livramento estava chegando; Deus tinha ouvido a oração dele. Isaías lhe disse que o exército assírio receberia uma mensagem para que voltasse para casa e, quando chegasse à Assíria, o rei deles estaria morto. Naquela noite, “o Anjo do Senhor feriu, no arraial dos assírios, cento e oitenta e cinco mil; quando se levantaram, pela manhã, eis que tudo eram corpos mortos” (37.36). Então, o restante do exército voltou para casa. Quando chegaram à Assíria, a profecia de Isaías se cumpriu, literalmente: os dois filhos do rei da Assíria, Senaqueribe, o assassinaram. Humanamente falando, poderíamos dizer que, não fosse pela influência e pelo ministério

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de Isaías, os assírios teriam exterminado tanto o Reino do Norte, como o do Sul. Conta-se que os judeus, anciãos cativos, mostraram essa passagem de Isaías para Ciro, rei do Império Persa, e isso o levou a estabelecer seu decreto extraordinário, no qual não só deu permissão para que o povo retornasse a Jerusalém, como contribuiu com material para a reconstrução do Templo. Quando a Pérsia conquistou a Babilônia, a primeira coisa que Ciro, o grande, fez foi publicar um decreto autorizando todos os cativos judeus a voltarem para Jerusalém e reconstruírem seu Templo, cumprindo-se assim, a profecia de Isaías (44.28-45.7; Esdras 1.2-4). Um grande pregador Isaías foi um pregador extraordinário. De acordo com Jesus, João Batista foi o maior profeta já nascido de mulher (Lucas 7.28). Entretanto, quando João pregava pelo deserto, citou os sermões de Isaías (Lucas 3.4). Se “o maior profeta já nascido de mulher” pregou os sermões de Isaías, isso faz de Isaías “o profeta dos profetas”. Isaías pregou durante cinquenta, talvez sessenta anos, um período que abrangeu o reinado de CBI - Encontro com a Palavra

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cinco reis em Judá e seis reis em Israel. Embora tenha profetizado a respeito do que aconteceria com o Reino do Norte, por causa da Assíria, seu ministério se focaliza mais no Reino do Sul, Reino de Judá. Os primeiros versículos da profecia de Isaías fornecem um panorama histórico detalhado de quando ele viveu. A maioria dos Livros Proféticos contém informações sobre o reinado e a conduta dos reis, no período em que o profeta exerceu seu ministério. Alguns dos monarcas que reinaram durante o período do ministério de Isaías exerceram um bom governo; outros, porém, governaram como ímpios. Um destes foi Manassés, que, segundo a tradição, sentenciou Isaías à morte. Alguns estudiosos acreditam que a citação “serrados pelo meio”, de Hebreus 11.37, o capítulo que fala sobre os heróis da fé do Velho Testamento, é uma referência ao martírio de Isaías. A divisão do livro Podemos dividir o Livro de Isaías em duas partes: Na primeira parte, que vai do capítulo primeiro ao trinta e nove, o profeta Isaías alerta o povo de Deus a respeito da invasão e do cativeiro pelos assírios. Os últimos vinte e CBI - Encontro com a Palavra

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sete capítulos são uma mensagem de cura e conforto. Desta forma, temos nos primeiros trinta e nove capítulos uma “cirurgia espiritual” e nos vinte e sete últimos a recuperação da “cirurgia”. O estudo dessa divisão dos sessenta e seis capítulos do Livro de Isaías sugere um paralelo entre este livro e a própria Bíblia. Vejamos como são interessantes as semelhanças: há sessenta e seis capítulos no Livro de Isaías; há sessenta e seis livros na Bíblia; o Livro de Isaías divide-se em duas partes; uma com trinta e nove capítulos e outra com vinte e sete; a Bíblia divide-se em duas partes, o Velho Testamento com trinta e nove livros e o Novo Testamento com vinte e sete livros. Ainda há outras semelhanças. A primeira parte do Livro de Isaías, como o Velho Testamento, contém exortações e mensagens sobre o castigo divino; revela a condição verdadeira do homem e a solução que ele pode encontrar em Deus, que aponta para o Caminho, para o Salvador. A segunda parte de Isaías, como no “Novo Testamento”, oferece conforto e esperança para um povo, que reconheceu a necessidade de um Salvador, a partir do Livro 4

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conhecimento do “Velho Testamento” de Isaías, que aponta para o Caminho, para o Salvador. A primeira pergunta do Velho Testamento é: “Onde estás?” (Gênesis 3.9); no Novo Testamento, é: “Onde está Ele?” (Mateus 2.2). As duas partes do Livro de Isaías procuram trazer à consciência do homem a necessidade de um Salvador e apresenta, no capítulo 53, o Servo Sofredor. O chamado de Isaías Há duas passagens no Livro de Isaías que revelam um pouco dele como homem, do seu ministério e de sua mensagem. Uma delas, no capítulo 6, descreve o seu chamado ou comissionamento. Um fato interessante, que se observa nas Escrituras, é que todos os servos de Deus tiveram um chamado, e que esse chamado foi um marco em suas vidas, e os fez “ir” por Deus. O capítulo 6 é a descrição do chamado de Isaías e do seu comissionamento para ir por Deus e cumprir o seu chamado. Quando Isaías passa pela experiência de ver o trono do Senhor, e ouvi-Lo dizer: “A quem enviarei, e quem há de ir por nós?”, o profeta responde, firmando seu compromisso com o Senhor: “eis-me

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aqui, envia-me a mim” (6.8). Este é um padrão que se repete na Bíblia. Todos aqueles que foram até Deus, ouviram um chamado e “foram” por Deus. Deus advertiu Isaías que o povo não o ouviria, pois havia se afastado de Deus; apesar disso, Ele queria que a Sua mensagem fosse anunciada. Como é difícil ser um pregador! Imagine pregar durante cinquenta ou até sessenta anos sem ver ninguém que atenda sua pregação! O compromisso de Isaías ao seu comissionamento é fantástico. A única coisa que ele fez foi perguntar: “até quando, Senhor?”. E Deus respondeu: “Até que sejam desoladas as cidades e fiquem sem habitantes, as casas fiquem sem moradores, e a terra seja de todo desolada, e o Senhor afaste dela os homens e no meio da terra seja grande o desamparo” (6.11-12). O compromisso de Isaías deve ser um exemplo para todos nós. Na verdade, a mensagem mais importante de todos os profetas é o compromisso deles com Deus. Era como se fizessem um contrato com Deus, que os mandava irem e eles simplesmente iam! O mais importante é que eles não só iam, mas se mantinham fiCBI - Encontro com a Palavra

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éis a Deus; eles faziam tudo para o qual tinham sido chamados. Nossa responsabilidade, hoje, não é diferente. Os frutos, o resul-

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tado da nossa obediência, é um assunto para ser tratado por Deus, pois só Ele, através do Espírito Santo, pode nos fazer frutificar.

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Capítulo 3 Mensagens Messiânicas De todos os Livros Proféticos, o de Isaías é o que possui maior número de profecias messiânicas. Isaías é o profeta do Velho Testamento mais citado no Novo Testamento. Quando você estiver lendo o Livro de Isaías, procure pelas profecias messiânicas. Você encontrará a profecia referente aos nomes pelos quais o Messias seria chamado quando viesse: “Seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (9.6). As profecias de Isaías são claras ao declarar que o Messias seria Deus em forma humana, ou “Emanuel”, que significa “Deus conosco” (7.14; Mateus 1.23). Este profeta também fala do Espírito, que seria manifestado através do Messias, quando Ele viesse: “Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo. Repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor. Deleitar-se-á no temor do Senhor” (Isaías 11.1-

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3a). Esta passagem está relacionada ao texto de Apocalipse, que fala dos “Sete Espíritos de Deus” (Apocalipse 3.1;4.5; 5.6). Como na Bíblia o número sete representa perfeição, Isaías está dizendo que “o Messias seria a perfeita expressão do Espírito de Deus”. O Messias é a expressão da essência espiritual de Deus manifestada naquelas sete virtudes. Que imagem de Jesus você forma em sua mente, a partir da leitura dos Evangelhos? De acordo com Isaías, o Messias seria assim: Sua vida expressaria o Espírito de conhecimento e o Espírito de entendimento; Ele conhecerá e entenderá perfeitamente a Palavra de Deus. Ter o Espírito de sabedoria é aplicar o conhecimento; portanto, Jesus também iria demonstrar ter o Espírito de Sabedoria, quando aplicasse a Palavra de Deus em Sua própria vida e na vida de outras pessoas. Isto significa que Ele manifestaria o Espírito de conselho e, quando Ele assim o fizesse, aconteceria uma dinâmica mudança em Sua vida e no Seu CBI - Encontro com a Palavra

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ministério, o que seria uma manifestação do Espírito de poder e de força. Finalmente, Isaías profetiza que o Messias expressará e demonstrará ter o Espírito de adoração e de temor de Deus, acrescentando que Ele se deleitará com tais virtudes. Lendo os Evangelhos, você descobrirá que, quando Jesus não estava ministrando para as pessoas, Ele procurava estar sozinho, orando e adorando a Deus. Leia os quatro Evangelhos e observe a plenitude da expressão do Espírito de Deus na vida de Jesus. Na última metade do século XX, em alguns países, houve um reavivamento, decorrente de um maior interesse pelas manifestações do Espírito Santo. Quando um grupo de cristãos tem uma experiência mais profunda com o Espírito Santo, é comum surgirem divisões e muita confusão. Isso acontece porque se tenta dar nomes às experiências com o Espírito Santo. Por exemplo: você já ouviu alguém se referir a um crente, pastor ou igreja como sendo “cheio do Espírito”? O que fica implícito é que há dois tipos de crentes, pastores e igrejas. Existem os “cheios do Espírito” e aqueles crentes, CBI - Encontro com a Palavra

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pastores e igrejas que nunca ficam cheios do Espírito. Será que é isso o que a Bíblia quer dizer, quando fala sobre ser cheio do Espírito? Foi dada uma ordem a todos: “enchei-vos do Espírito” (Efésios 5.18). O que o original quer dizer, literalmente, é: “vivam cheios do Espírito”. Esta palavra, no grego, está estruturada no imperativo; é uma ordem e não uma opção para um verdadeiro discípulo de Jesus Cristo. O que quer dizer ser cheio do Espírito? No Livro de Atos, lemos que Pedro, “cheio do Espírito”, fez o importante sermão do Dia de Pentecostes; mais tarde, lemos que, novamente, “cheio do Espírito”, Pedro pregou outra vez e milhares de pessoas foram salvas. Será que entre um acontecimento e outro Pedro continuava cheio do Espírito? O Espírito Santo não é um líquido, mas uma Pessoa, e nós temos ou não essa Pessoa, o Espírito Santo, em nossas vidas. A pergunta, então, não deve ser “quanto do Espírito nós temos?”, mas, “quanto de nós o Espírito Santo tem?”. Quando Ele tem tudo de nós, então somos cheios do Espírito. Um crente cheio do Espírito é um crente controlado pelo Espírito. Livro 4

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Antes de ordenar para que sejamos cheios do Espírito, Paulo escreveu: “Não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas encheivos do Espírito” (Efésios 5.18). Assim como uma pessoa bêbada está sob a influência e controle do álcool, nós ficamos sob a influência e controle do Espírito Santo. O que aprendemos com a bela profecia de Isaías é que não devemos ter medo de ser cheios do Espírito, porque, se assim formos, estaremos controlados pelo Espírito de Deus, expressando a essência daquilo que Deus é em Seu Espírito; então, seremos como Jesus Cristo, quando expressou sete características do Espírito de Deus. Isaías está dizendo que Jesus Cristo foi a expressão perfeita do Espírito de Deus. Jesus Cristo, em todo o tempo esteve cem por cento controlado pelo Espírito. Ele estava sempre cheio do Espírito. O Espírito de Deus foi plenamente manifestado na vida de Jesus Cristo. Leia os quatro Evangelhos e descubra como Ele era. Será que depois disso alguém pode não desejar ser como Jesus? Certamente Sua vida é o modelo que todos devemos seguir, expressando a essência do nosso Deus, que é Espírito.

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A estrada de Deus No capítulo 40 de Isaías, encontramos outra profecia messiânica de rara beleza: “Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus. Todo vale será aterrado e nivelados todos os montes e outeiros; e o que é tortuoso será retificado, e os lugares escabrosos, aplanados. A glória do Senhor se manifestará, e toda a carne a verá” (40.3-5). Foi este um dos sermões de Isaías que João Batista pregou (Lucas 3.4-6). É um dos sermões mais importantes deste profeta. Nele, Isaías declara que Deus está vindo ao mundo, na Pessoa do Seu Filho, o Messias. Isaías compara o Filho de Deus a um Rei seguindo uma jornada. Se um rei planejasse uma jornada para uma vila distante, ele iria construir uma estrada, pela qual pudesse empreender essa viagem. Provavelmente, essa estrada se chamaria “Estrada do Rei”. São necessárias quatro coisas para se construir uma estrada: nivelar as montanhas, preencher os vales, endireitar os caminhos tortos e aplainar os irregulares. Isaías faz uma ilustração simples. Basicamente, ele diz: “Deus quer fazer uma viagem por este CBI - Encontro com a Palavra

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mundo, mas Ele precisa de uma estrada, pela qual possa viajar. A estrada que Deus vai usar para vir a esse mundo será a vida do Seu Filho, através da qual se poderá dizer que as montanhas do orgulho serão niveladas, os vales, ou “os vazios”, serão preenchidos, os caminhos tortos do pecado serão endireitados. Então, Deus poderá usar uma estrada neste mundo e toda carne verá a salvação e a glória dEle, através desta estrada”. Jesus mostrou como viver ou como ser um caminho para Deus. Por que você não experimenta fazer a seguinte oração: “Senhor Deus, faça da minha vida uma estrada, pela qual o Senhor possa viajar pelo mundo”. Não se surpreenda se depois de você ter feito, de coração, esta oração, Deus aparecer com uns “tratores espirituais” em sua vida, nivelando os montes do orgulho, preenchendo os vazios dos vales, endireitando os caminhos tortos do pecado. No momento que fizermos esta oração, Deus coloca uma placa com o aviso: “Cuidado: Deus trabalhando!”.

siânica, a respeito do ministério de Jesus. Quando Jesus deu início ao seu ministério público de três anos, anunciou-o com um “manifesto”, que os estudiosos chamam de “O Manifesto Nazareno”. Jesus foi para a sinagoga de sua cidade natal e pediu o livro do profeta Isaías. Ele abriu o livro e leu: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os quebrantados e apregoar o ano aceitável do Senhor”; a seguir, anunciou que essas palavras que Ele tinha lido estavam se cumprido naquele dia (61.1,2a; Lucas 4.18-21). Se você comparar a profecia de Isaías, no capítulo 61, com a citação do Senhor em Lucas, capítulo 4, você perceberá que Ele parou a citação de Isaías no meio da frase. Isaías continua dizendo: “e o dia da vingança do nosso Deus”. Jesus não leu esta parte do versículo porque ela fala da Sua Segunda Vinda, quando o Messias voltará e se vingará de todos “O Manifesto Nazareno” os inimigos de Deus. Jesus parou Vamos a outro sermão mara- no meio do versículo e devolveu vilhoso de Isaías, no capítulo 61. o livro para o rabino. Ele estava Esse sermão é uma profecia mes- anunciando o Seu Manifesto para CBI - Encontro com a Palavra

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os próximos três anos do Seu ministério, que estava começando naquele dia. Depois, Ele disse: “Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir” (Lucas 4.21). Jesus estava dizendo: “o Espírito de Deus está sobre Mim. Ele me ungiu para pregar aos pobres”. Quando Ele menciona os pobres, está se referindo àqueles que eram cegos espiritualmente. Uma cegueira que os impedia de distinguir a mão direita da esquerda. Eles também eram pobres, porque estavam presos, quebrantados e feridos. Basicamente, o que Jesus ensinou naquele dia na sinagoga, em Sua cidade natal, foi: “o Meu ministério é para os cegos, os cativos, os feridos e quebrantados. Quando Eu anunciar o Meu Evangelho, o cego verá, o cativo será livre, os feridos e quebrantados serão curados”. “O Manifesto Nazareno” é a estrutura básica, na qual se encaixa o ministério de Jesus Cristo, visto através de qualquer um dos quatro Evangelhos, mas, principalmente, do Evangelho de Lucas. Quando Jesus, o Emanuel, que é Deus conosco, quis anunciar um manifesto que declarasse quem Ele era e o que Ele estava fazen-

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do aqui, Ele, como João Batista, pregou um dos sermões de Isaías. Observe o que Jesus fez durante os três anos que se seguiram ao pronunciamento deste manifesto, quando você estiver lendo os Evangelhos. Ele não só deu visão aos cegos, literalmente, mas, através do Seu ensino, também curou muitos enfermos espirituais. Jesus se compadecia das multidões, porque elas eram como ovelhas que não tinham pastor. Em Seu Ministério de Aconselhamento, Jesus libertou os cativos. Ele prometeu que guiaria os cativos na Verdade, que os libertaria, se eles O seguissem (João 8.32-36). Se você estiver cego, confuso, sem poder diferenciar a mão direita da esquerda, então, o Ministério do Messias é para você. A missão do Messias é satisfazer as suas necessidades e acabar com a sua cegueira. Se você não tem liberdade, está preso aos vícios, é controlado por seus próprios desejos e pela lascívia, o Ministério do Messias é para você. Ele veio ao mundo por causa de pessoas como você. Ele quer libertá-lo. Se você está ferido e quebrantado, por causa de dificuldades em sua vida, lembre-se que Jesus veio ao mundo por causa de pessoas como você. Ele quer CBI - Encontro com a Palavra

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curar você. Ele quer fazer de você uma pessoa completa. Se você já viveu o milagre da salvação descrito por Jesus e por Isaías, no “Manifesto do Messias”, então, à medida que você se relaciona e interage com as pessoas, lembre-se que o Ministério de Jesus também é para elas. Faça a você mesmo a pergunta: “Será que eles estão cegos? Cativos? Feridos e quebrantados?”. O mesmo Cristo que trabalhou em sua vida, também quer trabalhar na vida de outras pessoas. Agora, Ele quer ministrar na vida delas através de você. Nas últimas horas que Jesus passou com os apóstolos, antes de ir para a cruz, Ele falou que enviaria o Consolador, o Espírito Santo, que habitaria neles. É isso que o Novo Testamento quer dizer quando diz que nós, os seguidores de Jesus Cristo, a Sua Igreja, somos “o Corpo de Cristo”. Ele vive em nós. Somos Suas mãos, Seus pés, o corpo através do qual Ele se manifesta hoje, dando visão aos cegos, liberdade aos cativos, curando aos feridos e quebrantados deste mundo.

sobre a morte de Jesus Cristo. O capítulo 53 do Livro de Isaías é o mais importante da Bíblia, no que diz respeito ao significado da morte de Jesus Cristo. Isaías inicia este capítulo com a pergunta: “Quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor?”. Lembre-se que Isaías foi comissionado para pregar para pessoas que não acreditavam nele. Ele tinha plena consciência de que, se o Espírito Santo não revelasse para o povo o significado da Palavra de Deus, quando anunciada, esse povo não a entenderia, nem acreditaria nela. A pergunta de Isaías, na verdade, quer dizer: “Quem realmente entende o significado da morte de Jesus?”. A essência do ensino de Isaías, neste capítulo, é encontrada no versículo 6: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho, mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos”. Como foi que Deus fez cair a nossa iniquidade sobre o Messias? “Ele foi transpassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o O Salvador Sofredor castigo que nos traz a paz estava Outro aspecto da pregação sobre ele, e pelas suas pisaduras messiânica de Isaías é o enfoque fomos sarados” (53.5). CBI - Encontro com a Palavra

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O versículo 6 começa e termina com a palavra “todos”. A primeira vez que Isaías usa esta palavra diz: todos somos como ovelhas. Será que isso inclui você? Lembre-se que no Salmo 23 está escrito: “O Senhor é o meu pastor... Ele me faz repousar em pastos verdejantes” (23.1,2). Quando confessamos que o Senhor é nosso Pastor, também estamos confessando que somos ovelhas dEle. Neste texto de Isaías, encontramos a citação que somos ovelhas. Somos todos ovelhas dispersas. Em outras palavras, somos todos pecadores; tomamos nossos próprios caminhos.

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Na segunda vez que Isaías usa a palavra “todos”, proclama uma boa notícia. “O Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de todos nós” (Isaías 53.6). Você acredita que está incluído neste “todos” de Isaías? Se você acredita que o primeiro “todos” o inclui, então está confessando, também, que está incluído no último “todos”; com isto está admitindo que precisa aplicar na sua vida o significado da morte de Jesus Cristo. Então, você poderá ter a experiência da salvação, que foi revelada, quando Deus usou a vida de Seu Filho, como uma estrada, pela qual Ele passou neste mundo.

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Capítulo 4 A Profecia de Jeremias - “Uma Série de Choros” Depois de Isaías, Jeremias é o profeta maior do Velho Testamento, que vem a seguir. Ele é conhecido como “o profeta das lágrimas”. Na verdade, suas profecias são, literalmente, “uma série de choros”. Depois de chorar por cinquenta e dois capítulos, Jeremias escreveu um lindo poema, apêndice de sua profecia, chamado “Lamentações”. Nesta bonita obra literária, Jeremias chora ainda mais. Perspectiva histórica Por que Jeremias chorou tanto? Por que ele vivia tão triste? Por que ele sentia tanta agonia? Para responder estas perguntas é necessário entender o contexto histórico em que Jeremias viveu, pregou e escreveu suas profecias, neste livro que leva o seu nome. Nos primeiros versículos, lemos que este profeta iniciou o seu ministério no 13º ano do reinado do rei Josias, indo até o reinado de Zedequias, o que totaliza, mais ou menos, quarenta e um anos. Ele iniciou seu ministério quando Josias, que foi um rei temente a CBI - Encontro com a Palavra

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Deus, reinava sobre Judá. Durante o reinado de Josias, alguns homens que estavam trabalhando na restauração do Templo descobriram vários rolos da Palavra de Deus. O povo estava tão distanciado de Deus que desconhecia a existência das Escrituras ou da Lei de Deus. Outros reis mencionados nos primeiros versículos de Jeremias foram os reis que vieram depois de Josias e estão associados à queda de Jerusalém e ao cativeiro babilônico. A queda de Jerusalém foi uma catástrofe que se estendeu por um período de vinte anos. Quando aconteceu a primeira invasão de Jerusalém, Jeoaquim era o seu rei. Ele se rendeu aos exércitos babilônicos e serviu a Nabucodonosor por três anos. Durante este período, os judeus foram forçados a servir os babilônios e a pagarlhes impostos até que o rei Jeoaquim se rebelou; por causa disso, os exércitos de Nabucodonosor invadiram Jerusalém pela segunda vez. Nessa ocasião, o jovem Joaquim, filho de Jeoaquim, entregou Livro 4

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oficialmente a cidade ao domínio babilônico e muitos do povo de Judá foram levados cativos para a Babilônia. Quando Joaquim entregou pela segunda vez a cidade aos babilônios, seu irmão Zedequias foi constituído rei, mas, na verdade, era uma marionete nas mãos dos babilônios e, depois de onze anos, também se rebelou. Desta vez os exércitos babilônicos destruíram totalmente a cidade de Jerusalém; não houve pedra que ficasse sobre pedra e toda a população foi levada cativa para a Babilônia, exceto os velhos, doentes, fracos e Jeremias, o profeta das lágrimas. Durante o reinado de Josias, Deus deu a Jeremias uma revelação profética, a respeito da catástrofe que estava por vir. Ele começou profetizando sobre a invasão babilônica, sobre o cativeiro e sobre a consequente conquista, resultado do pecado do povo, principalmente o pecado de idolatria, mas, também, por causa de outros pecados, como a apostasia e o desrespeito pela Palavra de Deus. A princípio, a mensagem de Jeremias e de outros profetas foi basicamente esta: “se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se

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humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu o ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra” (II Crônicas 7.14). Como o povo não deu ouvido a esta pregação, a mensagem mudou; profetas, como Jeremias e outros, passaram a pregar: “O julgamento de Deus está chegando e não há como impedi-lo”. Um homem odiado Quando Jerusalém começou a ser sitiada, Jeremias pregou uma mensagem tão impopular, que ele acabou sendo o mais odiado de todos os profetas. A primeira parte de sua mensagem foi sobre a conquista e o cativeiro, que não poderiam ser evitados; depois, a pregação de Jeremias foi de esperança. Diferentemente do cativeiro do Reino do Norte, os que profetizaram sobre a invasão babilônica e o cativeiro do Reino do Sul tinham uma mensagem de esperança: “Depois de setenta anos, no cativeiro babilônico, vocês voltarão”. Jeremias acreditava nesta mensagem de esperança; quando os babilônios começaram a sitiar Jerusalém, ele pregou: “Este é um plano irrevogável de Deus. É melhor vocês se renderem ao rei NaCBI - Encontro com a Palavra

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bucodonosor. Vão para a Babilônia, porque vocês acabarão voltando”. O povo de Judá odiava Jeremias porque em sua pregação ele dizia que o povo deveria se render. Eles diziam que a mensagem de Jeremias era uma conspiração. Por causa disso, Jeremias foi jogado numa masmorra e colocado numa cisterna cheia de lodo, onde foi deixado sem comida e convivendo com os ratos. O vaso e o barro Jeremias e alguns outros profetas fariam qualquer coisa para que sua mensagem fosse compreendida. Eles descreviam com detalhes o que estavam tentando comunicar. Às vezes, eles utilizavam uma forma de pregação que denominamos “representação simbólica”. Por exemplo, no capítulo 18 de Jeremias, o povo é chamado de “O Vaso Reciclado”. Jeremias pregou que Deus o mandou ir à casa do oleiro e que, enquanto ele estava lá, presenciou o oleiro fazendo um vaso. O oleiro tentava fazer um vaso bonito, mas não conseguia que ficasse do jeito que ele queria. Insatisfeito com o vaso, o oleiro espatifou-o no chão, reciclou o barro e o transformou em um vaso novo. CBI - Encontro com a Palavra

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Quando Jeremias pregou este sermão, ele estava dizendo ao povo: “Vocês são como o vaso que o oleiro estava fazendo; vocês não ficaram do jeito que Deus queria e, por isso, Ele está castigando vocês. Deus os levará à Babilônia, reciclará vocês e, depois, os trará de volta como um vaso totalmente novo”. Fica muito clara a aplicação que podemos tirar para nossas vidas. Às vezes, não estamos como Deus quer que estejamos; então, Deus precisa nos reciclar. Você já se sentiu assim? De repente, sua vida desaba e você se sente como se tivesse sido jogado num monte de barro e está sendo transformado em um novo vaso. Esta transformação de vaso velho para vaso novo pode ser traumática; mas, depois que o novo vaso é formado, é maravilhoso! Como o apóstolo Paulo escreveu: “se alguém está em Cristo, é nova criatura” (II Coríntios 5.17). Podemos encontrar nos sermões do Livro de Jeremias, este grande profeta, aplicações profundas para as nossas vidas. Às vezes, Deus precisa nos reciclar e disciplinar para que sejamos vasos do Seu agrado. Quando as consequências dos nossos pecados são permanentes e as cicatrizes irreversíveis, Livro 4

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precisamos ser transformados em vasos novos, como Jeremias pregou neste tão importante sermão. Infelizmente, muitos não buscam a Deus; como aquele povo que rejeitou a pregação de Jeremias, não pedem que Deus transforme suas vidas. O vaso quebrado Um dia Deus falou para Jeremias comprar um vaso e levar para os sacerdotes e anciãos do Templo; depois de chamar a atenção de todos, ele pegou aquele vaso e o espatifou no chão. A partir daí, sua pregação, basicamente, foi esta: “Vocês, que lutam contra Nabucodonosor e a Babilônia, que se recusam a render-se a eles, serão espatifados como este vaso. Não serão reciclados e não vai haver retorno. Será o fim para vocês, pois serão aniquilados!” (19.10,11). Profecias messiânicas Quando Jeremias prega sobre o cativeiro e a esperança do povo, como fez Isaías, ele também alterna suas profecias referentes ao retorno do cativeiro com as relativas à vinda do Messias, a grande esperança não só para o povo de Judá, como para o mundo todo.

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Uma dessas mensagens está no capítulo 29, quando o povo estava no cativeiro. Através de uma carta de Jeremias, Deus falou para o povo: “Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que esperais. Então, me invocareis e ireis, e orareis a mim e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração. Serei achado de vós, diz o Senhor, e farei voltar os vossos cativos e congregar-vos-ei de todas as nações e de todos os lugares para onde vos lancei, diz o Senhor, e tornarei a trazer-vos ao lugar de onde vos transportei” (29.11-14). Este é um resumo do impressionante sermão de Jeremias para o povo de Judá, quando se iniciou o cativeiro e o trabalho escravo na Babilônia: “O seu Deus, Pai amoroso, está disciplinando vocês, mas isso é para o seu bem; não é para prejudicar vocês. Deus quer dar uma esperança e um futuro a vocês; portanto, enquanto vocês estiverem na Babilônia, clamem a Deus de todo o coração, porque Ele os ouvirá. Vocês serão encontrados por Deus e Ele os trará de vota do cativeiro”. CBI - Encontro com a Palavra

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Quando Jeremias profetizou o cativeiro para o povo, ele estava disposto a sofrer todas as provações e perseguições por causa de sua mensagem. Ele creu que devia anunciá-la, pois sabia que ela vinha do próprio Deus e, portanto, era uma mensagem verdadeira. E era mesmo! Um dado importante a ser destacado neste estudo de Jeremias é que todas as suas profecias foram cumpridas. Quando você ler as profecias de Jeremias, procure a mensagem de

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castigo e julgamento de Deus sobre o povo de Judá, mas não deixe passar despercebida a mensagem de esperança. Aplique as duas mensagens em sua própria vida e lembrese de que, quando Deus está disciplinando, Ele sabe que planos tem para você: planos para sua prosperidade espiritual, planos para que você tenha esperança e planos para o seu futuro. O importante é que você responda à correção de Deus satisfatoriamente, para que Ele possa fazer de você um vaso novo.

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Capítulo 5 O Cântico Solitário do Cativeiro Um pouco antes de o povo ser levado para o cativeiro na Babilônia, Jeremias pregou algumas palavras de esperança para os que sobreviveram ao massacre da invasão de Jerusalém, que ficaram chocados com tanto terror. As palavras ungidas de Jeremias os ajudariam a suportar os 70 anos de cativeiro: “Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte na sua força, nem o rico nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o Senhor e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor” (9.23,24). Esta expressão “glorie-se em” significa “trazer à tona todo o potencial que uma situação possa ter, para expressar sua essência de maneira plena; tudo o que Deus pode ser na sua vida”. Naquele contexto, Jeremias estava dirigindo uma mensagem muito importante ao povo cativo. Ele estava, por exemplo, dizendo ao homem rico: “você não pode

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mais confiar nas suas riquezas para expressar todo o potencial de sua vida. Você não encontrará mais satisfação nas riquezas”. Os ricos que se gloriavam em sua riqueza, não mais o fariam, pois tudo tinha sido retirado deles, quando Jerusalém caiu. Jeremias também estava dizendo aos que se gloriavam em sua sabedoria: “homem sábio, você se acha muito inteligente agora que está acorrentado, sendo levado cativo?”. Também de nada adiantará gloriar-se na sua força, porque, na Babilônia, vocês se alimentarão de porções de miséria e conhecerão o que é estar fraco fisicamente. Até aqui parece que a mensagem de Jeremias era somente negativa; mas, observe agora a parte positiva da sua mensagem. Através de Jeremias, Deus diz aos cativos: “se vocês quiserem realmente entender o significado e o propósito da vida e como atingir o seu potencial, venham a Mim e conheçam a essência de Quem Eu sou”. Jeremias está pregando: “vocês descobrirão todo o seu poCBI - Encontro com a Palavra

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tencial, quando conhecerem, aqui na terra, a essência do que Deus é no céu. Vocês podem entender a essência do Ser que Deus é e, depois, a essência do seu próprio ser, se entenderem que Deus Se revela na terra, através dos Seus atributos”, que compõem a Sua personalidade. Neste importante sermão, Jeremias está pregando: “é assim que vocês podem conhecer Deus, através do que Ele é, do Seu amor imutável, da Sua retidão e da Sua justiça perfeita”. Assim o povo poderia refletir, quando estivesse executando o trabalho escravo na Babilônia. Eles precisavam saber que não encontrariam mais realização nem significado nas suas riquezas, em sua vasta sabedoria ou força física. Eles teriam que encontrar outra fonte de satisfação e um novo significado para viver. De acordo com o profeta, aquele seria um tempo muito propício para o povo reencontrar-se com Deus, e isso seus senhores babilônicos não poderiam tirar deles.

cidade de Jerusalém estava sendo sitiada e o reinado de Zedequias chegando ao fim. Enquanto Jeremias se encontrava preso, por causa da sua pregação, recebeu uma revelação de Deus, de que seu primo Hananel iria procurá-lo e lhe pediria que comprasse uma fazenda situada em Anatote. Analise a situação: Jerusalém estava sendo sitiada e aquele, com certeza, não era o melhor momento para se comprar uma fazenda nas proximidades dela. Deus, porém, disse a Jeremias que a comprasse. Hananel deve ter dito: “eu tenho uma fazenda lá em Anatote e Deus colocou no meu coração oferecer essa fazenda a você”. Jeremias concordou em comprar as terras, mas, para isso, fez uma grande encenação. Ele arrumou testemunhas e escribas para que sua compra fosse legalmente oficializada e conhecida por todos. Depois que ele assinou o contrato de compra, selou-o e o colocou em um vaso de barro. A seguir, começou a pregar mais um dos seus espetaculares sermões de significado simbólico: “Faz algum A prova do retorno tempo que eu estou falando que Nos capítulos 32 e 33, lemos vocês voltarão do cativeiro babilôa respeito de uma das coisas mais nico e eu vou mostrar a vocês que espetaculares que Jeremias fez. A realmente acredito no que estou CBI - Encontro com a Palavra

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falando”. Leia todo o capítulo 32 de Jeremias para conhecer este sermão, que explica a dimensão da sua fé. Foi no contexto deste lindo sermão de esperança, iniciado no capítulo 32, que Jeremias pregou o versículo tão conhecido que diz: “Invoca-me, e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes” (33.3). Você já invocou a Deus? Ele quer que todos nós O invoquemos, para nos mostrar coisas grandes e poderosas que nunca vimos antes. Como você pode observar, a pregação de Jeremias não foi só destruição e tristeza. Nos seus sermões, também havia muita esperança para o povo de Judá, quando Jerusalém foi tomada e sua população levada cativa para Babilônia.

O resumo de mais um dos importantes sermões de Jeremias é encontrado logo no início do seu livro. O Senhor disse, através deste profeta: “Porque dois males cometeu o meu povo: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas” (2.13). O povo tinha se afastado de Deus e da sabedoria que vem da Sua Palavra. De acordo com Jeremias, o povo acreditou nos escribas que tinham feito da Lei do Senhor uma mentira. O grande profeta escreveu: “Como, pois, dizeis: nós somos sábios e a lei do Senhor está conosco, quando, na verdade,a falsa pena dos escribas a converteu (a Lei do Senhor) em mentira” (8.8). Se alguém conseguir convencê-lo de que a Palavra de Deus não é confiável, em que você vai crer? Você vai ficar só com Coisas do coração sabedoria e filosofia humanas. JeGostaria que você tivesse em remias questionou acerca do que mente que este breve estudo dos pode ser comparado à sabedoria sermões de Jeremias não é feito encontrada na Palavra de Deus. em ordem cronológica. O profeta e seu escriba Baruque não escreve- Será que as pessoas mudam? ram os sermões na ordem em que Você já percebeu que a Bíeles foram pregados, mas, à medi- blia nunca diz para você mudar da que Jeremias ia se lembrando ou para tentar ser melhor? É imdeles, anos mais tarde, quando pressionante o número de pessoas estava preso. que acha que a Bíblia fala isso,

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quando tal não acontece. Na verdade, Jeremias até ironiza aqueles que tentam ser diferentes: “Pode, acaso, o etíope mudar a sua pele ou o leopardo as suas manchas? Então, poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal” (13.23). Por nós mesmos, nunca conseguiremos moldar o nosso “eu”. A Bíblia nos orienta que devemos “ser transformados pela renovação das nossas mentes” (Romanos 12.2). Jesus afirma que devemos nascer novamente e o novo nascimento é uma experiência passiva. Quem conhece nosso coração? Jeremias também tinha algo a dizer sobre o coração humano: “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (17.9). A resposta, certamente, é Deus, porque só Ele conhece nossos corações. “Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo

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o seu proceder, segundo o fruto de suas ações” (17.10). Deus conhece o seu coração; você pode enganar sua família, seus amigos e até você mesmo, mas não consegue enganar Deus. Exatamente por nos conhecer, Ele quer nos dar um coração novo. Ore como o rei Davi: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (Salmo 139.23,24). Devemos procurar aplicações para nossas vidas em todo o Livro de Jeremias, em cada um dos sermões deste grande profeta. Há momentos em que Deus precisa nos disciplinar e nos reciclar, para que nos transformemos em vasos novos. Quando as consequências dos nossos pecados são permanentes e as cicatrizes irreversíveis, precisamos nos transformar em vasos novos, conforme estudamos no sermão de Jeremias, quando Deus o mandou à casa do oleiro.

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Capítulo 6 As Más Notícias de Deus No capítulo 24 do Livro de Jeremias está registrada a visão que o profeta teve de dois cestos de figos. Num deles, os figos eram frescos e, no outro, estragados. O Senhor disse a Jeremias: “Do modo que vejo estes bons figos, assim favorecerei os exilados de Judá, que eu enviei deste lugar para a terra dos caldeus. Porei sobre eles favoravelmente os olhos e os farei voltar para esta terra; edificá-los-ei e não os destruirei; plantá-los-ei e não os arrancarei. Dar-lhes-ei coração para que me conheçam, porque eu sou o Senhor; eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus; porque se voltarão para mim de todo o seu coração. Como se rejeitam os figos ruins que, de ruins que são, não se podem comer, assim tratarei Zedequias, rei de Judá, e a seus príncipes, e ao restante de Jerusalém, tanto os que ficaram como os que habitam na terra do Egito. Eu os farei objeto de espanto, calamidade para todos os reinos da terra. Enviarei contra eles a espada, a fome e a peste,

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até que se consumam de sobre a terra que lhes dei, a eles e a seus pais” (24.5-10). Jeremias pregou, continuamente, esta mensagem. Havia dois tipos de pessoas em Jerusalém, quando a cidade foi destruída pelo Império Babilônico. Aqueles que sabiam que o cativeiro babilônico era um castigo de Deus, por isso foram para a Babilônia, aceitaram a disciplina de Deus e se arrependeram, e aqueles que, como Zedequias, recusaram-se a reconhecer a vontade de Deus naquela punição, rejeitaram a pregação de Jeremias e se revoltaram contra os babilônios; estes se tornaram como os figos podres ou como aquele vaso quebrado que mencionamos no estudo anterior, constante no capítulo 18, do livro deste profeta. Argumentos contra o humanismo Alguns dos sermões de Jeremias se opõem ao que hoje é chamado “humanismo”. Ideologias humanistas se espalharam e se tornaram muito populares nos CBI - Encontro com a Palavra

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dias de hoje, mas elas não são especificas dos tempos atuais. Na verdade, não passam de “heresias disfarçadas”, das quais já nos advertiam Jesus e os apóstolos. Da mesma forma que o humanismo, as ideologias que preconizam que tudo o que o homem precisa é do próprio homem estão presentes na História Antiga. Porém, quando estudamos a vida de homens como Moisés, por exemplo, descobrimos uma ideologia totalmente diferente, de onde afloram verdades espirituais como a convicção de que “eu não sou, mas Deus é; eu não posso, mas Deus pode e Ele está comigo”. Precisamos de Deus? Jeremias combate este pensamento humanista em seus sermões: “Eu sei, ó Senhor, que não cabe ao homem determinar o seu caminho, nem ao que caminha o dirigir os passos” (10.23). Atente para este versículo: “Maldito o homem que confia no homem e faz da carne o seu braço e aparta o seu coração do Senhor!” (17.5). Depois, Jeremias apresenta o resultado positivo da confiança em Deus: “Bendito o homem que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor” (17.7). CBI - Encontro com a Palavra

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Muitas pessoas acham que não precisam de um Pastor; que podem resolver seus problemas por si mesmas. Crêem que tudo o que necessitam é usar o seu intelecto e a sua habilidade; mas, as Escrituras dizem o contrário: “Vocês necessitam de um Pastor para conduzi-las; vocês precisam da sabedoria e do poder de Deus para aplicarem à sabedoria humana” (cf. II Coríntios 9.8; Tiago 1.5). Este é o ensinamento que os profetas e os apóstolos, unânimes, deixaram registrado no Velho e no Novo Testamento. Pronto para a Palavra A cura para a apostasia de Judá, para o pecado que trouxe sobre eles o cativeiro babilônico, está em outro sermão de Jeremias, muito importante, registrado no capítulo 4: “Assim diz o Senhor aos homens de Judá e a Jerusalém: Circuncidai-vos para o Senhor, circuncidai o vosso coração, ó homens de Judá e moradores de Jerusalém, para que o meu furor não saia como fogo e arda, e não haja quem o apague, por causa da malícia das vossas obras” (4.3,4). Este sermão de Jeremias é semelhante ao sermão do nosso Senhor, encontrado nos Evangelhos, Livro 4

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chamado “A Parábola do Semeador”. Jesus disse que a Palavra de Deus pregada é como um agricultor que semeia suas sementes; quando ele as espalha, elas podem cair em quatro tipos diferentes de solo, que simbolizam quatro respostas diferentes à pregação da Palavra de Deus. Às vezes, a Palavra não penetra na mente do ouvinte; outras, não penetra no centro de sua vontade; às vezes, penetra no coração e no centro de sua vontade, mas, quando cresce, é sufocada por ervas daninhas, que significam os cuidados, as riquezas e outras distrações deste mundo. Outras vezes, a Palavra cresce e produz muitos frutos. Jesus pode ter tomado por base o sermão de Jeremias para ensinar esta linda parábola. O profeta disse ao povo: “A vida de vocês é como um solo que não foi arado, onde, há muito tempo, nada é plantado”. O povo tinha se esquecido da Palavra de Deus e todas as consequências que estavam sofrendo por tal atitude serviam de preparação para o solo de suas vidas, para que recebessem a semente. Deus estava preparando o solo, que era o coração do povo, para que ouvisse a Sua Palavra.

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Jeremias falou sobre ser circuncidado no coração. O apóstolo Paulo também usou esta expressão, que pode ter aprendido com Jeremias. Paulo afirmou que a circuncisão era para o povo de Deus do Velho Testamento o que o batismo é para nós hoje. A circuncisão era uma ordenança, pela qual o povo judeu professava sua fé. No Novo Testamento, através do batismo, professamos nossa fé em Jesus Cristo. Qualquer ordenança, sem a realidade que ela representa, pode se tornar uma expressão vazia de seu principal conteúdo, perdendo, assim, seu real significado. Jesus, os apóstolos e os profetas enfatizaram a diferença entre vivenciar e professar. O modo como você vive fala mais alto que o que você professa. Viver em seu dia-a-dia aquilo que a ordenança representa é o que Jeremias e Paulo chamaram de “circuncisão do coração”. Você acredita naquilo que você professa? Então, não pare no professar, mas viva o que você professa! As más notícias de Deus No capítulo 23, parafraseando o seu sermão, Jeremias disse o seguinte: “Quando alguém do povo, CBI - Encontro com a Palavra

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um de seus profetas ou sacerdotes perguntarem a você: ‘Muito bem, quais são as más notícias da parte do Senhor que Jeremias vai dar hoje’, você deverá responder: ‘que más notícias? Vocês são as más notícias, por isso Deus rejeitou vocês’. Ele punirá o povo, os falsos profetas e os sacerdotes que hoje ironizam as más notícias da parte de Deus. Ele os punirá e suas famílias pelas inverdades que dizerem”. O povo zombava de Jeremias, porque ele nunca tinha boas notícias para dar. Por causa da calamidade que estava por vir, sua mensagem, como já vimos, era considerada pessimista. No entanto, tudo o que ele pregou se cumpriu: tanto a pregação de destruição e tristeza, como também a de esperança. A pregação de Jeremias foi a única esperança para os judeus que deram ouvido aos seus sermões. As profecias messiânicas, que se misturaram às promessas de retorno do cativeiro, representam hoje nossa única esperança. O jugo de Jeremias Sua mensagem também era carregada de muito sentimento: “Ah! Meu coração! Meu coração! Eu me contorço em dores. Oh! As CBI - Encontro com a Palavra

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paredes do meu coração! Meu coração se agita! Não posso calarme, porque ouves, ó minha alma, o som da trombeta, o alarido de guerra. Golpe sobre golpe se anuncia, pois a terra já está destruída” (Jeremias 4.19,20). Nesta revelação profética, referente à conquista da Babilônia, Jeremias podia até ouvir o som do exército babilônico e os gritos do povo de Judá. Ele continua a experimentar o horror desses acontecimentos, quando pergunta: “Até quando terei de ver a bandeira, terei de ouvir a voz da trombeta?” (4.21). O Senhor responde: “Deveras, o meu povo está louco, já não me conhece; são filhos néscios e não inteligentes; são sábios para o mal e não sabem fazer o bem” (4.22). Este sermão de Jeremias se encaixaria muito bem nos dias atuais. Hoje somos especialistas na construção de armas de destruição em massa. Será que sabemos o que é certo? A violência e o crime assumiram proporções epidêmicas no mundo todo. Somos capazes de inventar armas de todo tipo: termonuclear, química e biológica, para destruição em massa; mas, parece que não temos nenhum talento para fazer o que é bom diante de Deus, pois sequer Livro 4

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discernimos o que realmente é com uma lâmina bem afiada, ancerto! tes de jogar no braseiro aceso do seu aposento, até que todo o livro A perseverança de Jeremias foi destruído pelo fogo. Jeremias, quando se enconQuando Jeremias soube distrava preso e encerrado numa so, chamou Baruque e mandou masmorra, ditou a versão original que ele pegasse outro rolo, para do seu livro para seu fiel escriba que todas as pregações fossem Baruque, na medida em que os escritas novamente. Ao fazer isso fatos acorriam à sua lembrança. Jeremias lembrou-se de vários Depois disso, ele mandou que sermões que não tinham sido ino livro fosse lido para o povo no cluídos no primeiro livro (36.32). Dia do Santo Jejum. Todos os que Desta forma, foram escritos os ouviram foram impactados com cinquenta e dois capítulos do livro a leitura do livro, que, mais tar- que estamos estudando, como de, também foi lido na presença nós o conhecemos hoje, o que do rei, o qual, conforme o livro ia não seria possível sem a persevesendo lido, cortava cada parte lida rança deste grande profeta.

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Capítulo 7 O Livro de Lamentações - O Amor Incondicional de Deus O Livro de Lamentações é a continuação do Livro de Jeremias. Nos cinquenta e dois capítulos do primeiro livro, Jeremias chora por causa das revelações proféticas que Deus estava lhe dando, a respeito da iminente conquista babilônica. O Livro de Jeremias termina com o profeta ainda na terra de Judá, depois que a maioria do povo havia sido levada cativa. As evidências históricas indicam que este profeta foi para o Egito, onde, segundo a tradição, ele foi martirizado. Alguns estudiosos acreditam que Jeremias, anos mais tarde, foi para a Babilônia, onde pregou para o povo de Judá que ele tanto amava; ainda outros acham que ele passou seus últimos dias em Judá. O nome “Lamentações” é um ótimo título para este livro. O “profeta das lágrimas” continua chorando em razão da conquista da terra e deportação de parte do povo, que foi levado cativo para uma terra distante. Um dos problemas tratados em Lamentações, que também foi CBI - Encontro com a Palavra

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abordado pelos profetas Ezequiel e Daniel, é o fato de o povo não ter mais acesso ao Templo. Os judeus acreditavam que o Templo era onde Deus estava, e que a presença divina habitava no lugar chamado Santo dos Santos, no interior do Templo, em Jerusalém. Muitos acreditavam que era somente no Templo que Deus se comunicava com os profetas; por este motivo, o profeta Daniel, quando orava, voltava-se para Jerusalém. Agora que o povo vivia na Babilônia, ficava a pergunta: onde estava Deus? Para o povo, Jerusalém seria sempre a cidade de Deus e, longe dela, ele se sentia separado do seu Deus. A gruta de Jeremias Jeremias escreveu o Livro de Lamentações numa gruta localizada em um monte. Hoje existe um lugar no monte “Gólgota” chamado “A gruta de Jeremias”. Deus, em Sua divina providência, preparou a gruta ou caverna de Jeremias no monte do Calvário, onde Jesus Cristo morreu pelos pecados do mundo. Veremos o significado Livro 4

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desta providência divina, quando Quando começamos a penestudarmos a mensagem do Livro sar que o livro só tem tristeza e de Lamentações. desespero, Jeremias surpreende com uma linda profecia messiâniA forma literária do Livro de ca de esperança, assim como ele Lamentações fez em seu livro. Você se lembra No aspecto literário, o Livro que Jó também fez a mesma coide Lamentações é uma obra pri- sa no auge do seu sofrimento? (Jó ma de cinco poemas, ou elegias, 19.25,26). No terceiro capítulo divididos em cinco capítulos. Cada de suas Lamentações, no mais capítulo é um poema diferente e profundo desespero, Jeremias requatro deles são poemas acrósti- cebe uma maravilhosa revelação cos. Nestes, o primeiro verso co- profética: “As misericórdias do meça com a primeira letra do al- Senhor são a causa de não serfabeto; o segundo, com a segunda mos consumidos, porque as suas letra, e assim por diante. Não só a misericórdias não têm fim; renoforma desta obra literária é bela, vam-se cada manhã. Grande é a como também é inspirada a sua tua fidelidade. A minha porção é mensagem, o que a fez conquistar o Senhor, diz a minha alma; porum lugar na Palavra de Deus. tanto, esperarei nele. Bom é o SeEsta mensagem inspirada se nhor para os que esperam por ele, focaliza na tragédia da conquista para a alma que o busca. Bom é pelos babilônios e o consequen- aguardar a salvação do Senhor, e te cativeiro. A mensagem é rela- isso, em silêncio” (3.22-26). tada graficamente e com grande A mensagem de esperança reemoção: “Que poderei dizer-te? velada a Jeremias foi esta: Deus A quem te compararei, ó filha de nunca deixa de nos amar! Quando Jerusalém? A quem te assemelha- pecamos, Ele continua a nos amar. rei, para te consolar a ti, ó virgem A nossa esperança está no amor filha de Sião? Porque grande como de Deus. Foi isso que Jeremias o mar é a tua calamidade; quem te disse aos cativos que estavam acudirá?” (2.13). Jeremias faz uma sendo levados para a Babilônia: descrição detalhada de Jerusalém, “Não se gloriem em suas riquezas, depois do horror causado pela con- força, sabedoria, conhecimento ou quista do Império Babilônico. educação. Gloriem-se em Deus.

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Vocês têm que conhecer Deus e encontrar satisfação nEle. Vocês precisam conhecer Deus e confiar em Seu amor, em sua misericórdia incondicionais, que nunca acabam”. Deus deixa claro, através de Jeremias, que não conquistamos o amor dEle com boas atitudes, nem o perdemos por causa de atitudes negativas. Deus nunca, nunca, nunca deixa de nos amar! A prova do amor de Deus Também lemos no terceiro capítulo de Lamentações: “Quem é aquele que diz, e assim acontece, quando o Senhor o não mande? Acaso, não procede do Altíssimo tanto o mal como o bem? Por que, pois, se queixa o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus próprios pecados. Esquadrinhemos os nossos caminhos, provemo-los e voltemos para o Senhor” (3.37-40). Expressando esta esperança, Jeremias compartilha uma verdade contida no Livro de Jó: que tanto os maus como os bons tempos procedem de Deus (Jó 2.10). Vemos esta verdade também explícita no Livro de Eclesiastes, onde Salomão nos adverte que devemos nos alegrar nos tempos de prosperidade; mas, no dia da adversidade, devemos reconhecer CBI - Encontro com a Palavra

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que Deus fez tanto uma, quanto outra. Salomão diz que é melhor ir a um velório que a uma festa, porque no velório refletimos sobre os valores eternos, como Deus, a morte, a vida, seus propósitos e significados (Eclesiastes 7.2,14). Lembre-se: o povo de Deus era incorrigivelmente idólatra; seus pecados não conheciam limites, e isto incluía a corrupção dos sacerdotes e os falsos profetas. Apesar disto, as mensagens de Jeremias e dos profetas do cativeiro proclamavam uma esperança: Deus ama muito vocês, por isso não vai deixar que sejam consumidos dia após dia, por causa da prática do pecado. Deus não vai deixar que isto lhes aconteça, porque vocês são o Seu povo. A aplicação que tiramos para nossas vidas do Livro de Lamentações é que quando Deus nos disciplina, por causa de nossos pecados, essa disciplina é uma confirmação de que somos filhos de Deus. Como pais, nós também disciplinamos nossos filhos, quando eles ultrapassam os limites estabelecidos, e o fazemos porque os amamos. O autor da Carta aos Hebreus escreveu que a disciplina é uma prova de que o Senhor é nosso Pai Celestial e que Ele nos ama (Hebreus 12.1-12). Livro 4

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Capítulo 8 A Profecia de Ezequiel - Fatos Extraordinários O salmista afirma que enquanto o povo marchava para a Babilônia era ridicularizado por seus opressores. Estes, sabendo que se tratava de um povo que gostava de louvar seu Deus, pediam-lhe que cantasse músicas alegres. “Como porém haveríamos de entoar o canto do Senhor em terra estranha?”, diz o salmista (Salmo 137.4). Era este o contexto histórico, no qual os profetas Ezequiel e Daniel viveram e ministraram. Os dois tinham aproximadamente a mesma idade. Quando Daniel foi levado cativo, tinha, aproximadamente, quatorze anos. Ezequiel foi levado ao cativeiro nove anos depois, quando tinha cerca de vinte e cinco anos. Ele pregou nos campos de trabalho escravo e foi o único profeta que exerceu seu ministério diretamente aos cativos. Deus não quis que seu povo ficasse sem profeta, durante o período do cativeiro; por isso, Ele comissionou o jovem Ezequiel para ir a Babilônia ministrar para os exilados. O versículo chave do seu livro é: “Busquei entre eles um homem

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que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei” (22.30). Deus queria um homem entre os cativos que “ficasse na brecha” entre Ele e o Seu povo e o escolhido foi Ezequiel. Literatura apocalíptica “Fatos Extraordinários” é um bom título para o Livro de Ezequiel, porque ele é cheio de profecias ao mesmo tempo estranhas e maravilhosas. Comparando-se os escritores da Bíblia, encontramos alguns fatos comuns entre eles. Por exemplo, Daniel, Ezequiel e o apóstolo João estavam exilados, quando escreveram seus livros, respectivamente: Daniel, Ezequiel e o Apocalipse. Os profetas Daniel e Ezequiel estavam exilados na Babilônia e João tinha sido exilado pelos romanos na ilha de Patmos. Os três escreveram o que os estudiosos da Bíblia chamam de “literatura apocalíptica”. A palavra “apocalipse” significa “tirar o véu”, desvendar para o povo. CBI - Encontro com a Palavra

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A literatura apocalíptica, também chamada de escatológica, leva-nos para trás do véu, mas também nos transporta para o futuro. Escatologia vem de “escat”, “últimas coisas”, e significa “o estudo das últimas coisas”. Um profeta escatológico fala do que acontecerá, quando Deus, de acordo com Seus planos, finalizar a história humana. Os estudiosos da Bíblia chamam os planos de Deus, referentes ao fim da história humana, de “doutrina das últimas coisas” ou “escatologia”. Um esboço do Livro de Ezequiel A profecia de Ezequiel que, por sinal, é muito organizada, pode ser definida como profecias referentes à destruição de Jerusalém. Como um profeta do cativeiro, parte da sua missão foi combater a mensagem de alguns falsos profetas, que anunciavam o breve fim do cativeiro babilônico, o que ia de encontro ao que aquele povo cativo almejava ouvir. Jeremias menciona um falso profeta chamado Hananias, que o contradisse, anunciando que o cativeiro não duraria setenta anos, mas, apenas dois. Jeremias o confrontou e previu que ele morreria antes que aquele ano terminasse. CBI - Encontro com a Palavra

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A profecia de Jeremias foi cumprida literalmente (Jeremias 28.1117). Acredita-se que, naquela época, havia muitos falsos profetas, pregando esta mesma mensagem. Nos primeiros vinte e quatro capítulos do seu livro, Ezequiel combate as falsas profecias e reforça a predição de que Jerusalém seria destruída. Como Jeremias, Ezequiel também pregou que não havia como evitar a conquista babilônica e a destruição de Jerusalém. Dos capítulos 25 a 32, Ezequiel profetiza contra a Babilônia, a nação opressora de Jerusalém. A partir dos capítulos 33 ao 40, ele traz uma mensagem de esperança, anunciando que Jerusalém seria edificada novamente. Os últimos oito capítulos de Ezequiel contêm uma profecia escatológica. Ele profetizou que, no mesmo lugar em que ficava o Templo de Salomão, seria construído outro, chamado templo milenar. O chamado de Ezequiel Ezequiel recebeu a maioria de suas mensagens em forma de visões, muitas das quais são encontradas também no Livro do Apocalipse. Vejamos a primeira de suas visões: “Olhei e eis que um vento tempestuoso vinha do Norte, Livro 4

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e uma grande nuvem, com fogo a revolver-se, e resplendor ao redor dela, e no meio disto, uma cousa como metal brilhante, que saía do meio do fogo. Do meio dessa nuvem saía a semelhança de quatro seres viventes, cuja aparência era esta: tinha a semelhança de homem. Cada um tinha quatro rostos, como também quatro asas. ...A forma de seus rostos era como de homem; à direita, os quatro tinham rosto de leão; à esquerda, rosto de boi; e também rosto de águia todos os quatro. ...Vi os seres viventes; e eis que havia uma roda na terra, ao lado de cada um deles. ...o espírito dos seres viventes estava nas rodas” (1.46,10,15,21). A figura dos quatro seres viventes é de grande importância na visão de Ezequiel. O apóstolo João também mencionou essas criaturas no Livro do Apocalipse, na visão que teve da porta aberta no céu. Ao redor do trono, ele viu, no céu, os mesmos seres viventes. O primeiro era como um leão, o segundo como um novilho, o terceiro como um homem e o quarto era como uma águia (Apocalipse 4.6-7). Alguns estudiosos acreditam que a visão compartilhada por Ezequiel e João é um resumo da

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revelação de Deus em toda Escritura. Quando Deus se revelou ao homem, no Monte Sinai, o som de Sua voz era como o rugido de um leão. Depois, Deus se revelou ao homem, através dos sacrifícios descritos nos livros de Êxodo e Levítico. O novilho representava os animais que eram sacrificados pelos pecados do povo. O homem que fazia parte desses seres viventes aponta para o Evangelho, onde Deus tornou-se Homem e viveu entre nós durante trinta e três anos. Alguns teólogos dizem que a águia representa a deidade, o “verdadeiro Deus e verdadeiro homem”, porém, um só Cristo, conforme diz o credo da Igreja. A encarnação de Jesus Cristo foi o ápice da revelação do próprio Deus neste mundo. As rodas podem simbolizar o constante processo de revelação de Deus, o qual inclui os profetas que anunciaram essa revelação, pois que o espírito dos seres viventes estava nas rodas. Estas são algumas das possíveis interpretações desta primeira visão de Ezequiel. Ezequiel recebeu seu chamado (capítulo 2) logo depois que teve esta visão. Talvez esta tenha sido a experiência que marcou e impulsionou o seu comissionamento. Você está lembrado da exCBI - Encontro com a Palavra

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periência de Isaías? Todos os grandes profetas e homens de Deus, no Velho Testamento, tiveram a sua experiência de “ir até Deus” e “ir por Deus”. Todos eles tiveram uma experiência que marcou o encontro deles com Deus e, depois, eles tiveram a experiência do “ide”. Muitas das experiências dos profetas e homens de Deus do Velho Testamento de “ir até Deus” duraram alguns anos, como foi o caso de Moisés, que levou 80 anos de sua vida na experiência de “ir até Deus” e 40 anos em “ir por Deus”. Por isso seus quarenta anos de “ide” foram tão dinâmicos e intensos, pois foram precedidos de oitenta anos da preparação, de “ir até Deus”. A grande visão dos quatro seres viventes e das rodas, registrada no primeiro capítulo do Livro do profeta Ezequiel, foi a sua experiência de “ir até Deus”. Quando Ezequiel foi comissionado, o povo de Judá tinha perdido sua visão de Deus; eles não tinham mais Jerusalém, nem o Templo; também não tinham a Palavra de Deus e nenhum sacerdote que lhes ministrasse adoração. Por isso, o líder espiritual naqueles dias, como é o caso de Ezequiel, tinha que ter uma visão sobrenatural da parte CBI - Encontro com a Palavra

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de Deus, o qual se manifestou de várias maneiras a Ezequiel, que disse repetidas vezes: “veio a mim a palavra do Senhor”. Ezequiel também disse: “a mão de Deus estava sobre mim”. Conhecido como o profeta que mais faz referência ao Espírito Santo, Ezequiel foi o único entre os profetas para o qual o céu se abriu e ele viu a glória do Senhor. Deus deu esta visão de Si mesmo, para impedir que Seu povo perecesse e, também, para que Ezequiel pudesse ministrar ao povo naqueles tempos tão difíceis, nos campos de trabalho escravo da Babilônia. O vigia espiritual No capítulo 3, temos um dos mais importantes sermões de Ezequiel denominado “O Atalaia de Israel”. Esta metáfora faz referência às cidades fortificadas que, constantemente, eram invadidas e sitiadas por conquistadores bárbaros. Salomão usa esta mesma metáfora, quando escreve: “Se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela” (Salmo 127.1). À noite, os vigias se posicionavam em suas torres, atentos a sinais e sons de algum inimigo. Esta figura usada por Ezequiel também se Livro 4

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baseia no vigia, que tem o dever de alertar os cidadãos para o surgimento de algum inimigo. Este é o início do sermão de Ezequiel: “Findos os sete dias, veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem, eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; da minha boca ouvirás a palavra e os avisarás da minha parte. Mas, se avisares o perverso, e ele não se converter da sua maldade e do seu caminho perverso, ele morrerá na sua iniquidade, mas tu salvaste a tua alma” (3.16,17,19). Na verdade, no dia em que Jeremias repreendeu os falsos profetas, ele disse: “Vocês nunca alertaram realmente o povo a respeito dos seus pecados, nem tentaram livrá-lo dessa calamidade”. Ezequiel foi mais longe e disse: “Como um profeta, se vocês alertarem o povo, e ele persistir no seu caminho ímpio, ele morrerá na sua impiedade, mas você livrou a si mesmo. Porém, se você não os alertar, Deus o considerará responsável”. O apóstolo Paulo escreveu: “Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem. Para com estes, cheiro de morte para morte; para com aqueles, aroma de vida para

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vida. Quem, porém, é suficiente para estas coisas?” (II Coríntios 2.15,16). A aplicação devocional de tudo isto é: se você anuncia o Evangelho e a pessoa acredita nele, então você foi como uma fragrância de vida para essa pessoa; porém, se você anuncia o Evangelho para alguém e essa pessoa o rejeita, então você é a fragrância de morte, porque agora essa pessoa não pode dizer: “eu não sabia” ou “nunca ouvi falar do Evangelho”. Se nós acreditamos na Bíblia como a inspirada Palavra de Deus, devemos nos unir a Ezequiel na fé de que somos “atalaias”, “vigias” das almas daqueles que fazem parte da nossa vida. Foi por isso que Ezequiel enfatizou o papel do Espírito Santo nesta pregação. Ele, assim como Paulo, encontrou capacitação no Espírito Santo para tão importante tarefa. Paulo escreveu: “...a nossa suficiência vem de Deus” (II Coríntios 3.5). Ele acreditava que quando compartilhava o Evangelho com pessoas como os coríntios, nada vinha dele, porque toda a capacitação vinha do Espírito Santo (I Coríntios 2.3-5). Só mesmo Deus pode nos capacitar para sermos atalaias espirituais. CBI - Encontro com a Palavra

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Capítulo 9 “Ossos Secos” Há pastores que têm anunciado a Palavra de Deus por toda a vida e gostam muito de pregar sobre um sermão de Ezequiel, anunciado de um cemitério, que pode ter sido um campo de extermínio, onde muitos do seu povo foram mortos (capítulo 37). Deus levou Ezequiel para um vale coberto de ossos secos e ordenou que ele pregasse para aqueles ossos. Com base nesta figura, podemos dizer que é esta a situação de muitos pastores hoje, quando têm de pregar para sua igreja. Certa vez, um pastor disse que, quando Jesus Cristo voltar, sua igreja será a primeira a subir, porque, segundo o apóstolo Paulo, “os mortos em Cristo subirão primeiro” (I Tessalonicenses 4.16). Esses pastores podem perguntar a si próprios se aqueles ossos secos podem voltar a viver. “Será que a maneira como eu prego ou a mensagem da pregação está sendo orientada pelo Espírito Santo e uma nova vida ressurgirá nessas pessoas?”. Ezequiel obedeceu ao chamado do Senhor e pregou para os CBI - Encontro com a Palavra

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ossos secos: “Então, me perguntou (o Senhor): Filho do homem, acaso poderão reviver esses ossos? Respondi: Senhor Deus, tu o sabes. Disse-me ele: Profetiza a estes ossos e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor. Assim diz o Senhor Deus a estes ossos: Eis que farei entrar o espírito em vós e vivereis” (37.3-5). O povo de Judá estava como ossos secos. Deus colocou diante de Ezequiel o seguinte desafio: “Você acha que esses ossos secos podem reviver?”. A Bíblia mostra que Deus sempre desafia os profetas quanto às suas visões. Preste atenção! Ezequiel não disse: “Sim, Senhor, eu creio que eles podem voltar a viver”. Ele disse: “Senhor Deus, tu o sabes”. A princípio, o profeta não se dispôs a pregar, porque ele mesmo não cria que, realmente, aqueles ossos pudessem reviver. Então, Deus lhe disse: “Pregue, profetize para eles!”. Ezequiel conta que, depois de profetizar como Deus lhe ordenara, começou a ouvir um barulho de ossos que batiam uns nos ouLivro 4

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tros e passaram a se juntar. Logo vieram nervos sobre os ossos, cresceu a carne e estendeu-se a pele sobre ela. Ezequiel ainda não podia responder à pergunta de Deus: “poderão reviver esses ossos?” Aqueles corpos ainda estavam sem vida; não havia sopro de vida neles. Então, veio a ordem de Deus: “Profetiza ao Espírito”. Na Bíblia, as palavras fôlego, ar, respiração e espírito são uma só palavra. O espírito aqui quer dizer o Espírito Santo. Este é o princípio contido em toda a Bíblia: sem o Espírito Santo, as tentativas do pregador são inúteis. Qualquer profeta verdadeiro sabe que, se o Espírito não vier sobre ele e não o ungir, qualquer coisa que ele tentar fazer não vai se realizar. Quando Ezequiel profetizou, o Espírito veio sobre aqueles corpos e eles se tornaram um grande exército. A principal aplicação para os judeus da mensagem que Ezequiel pregou foi: “Eu posso e vou restaurar vocês dessa experiência de cativeiro. Eu posso e vou tirar vocês da Babilônia e levá-los de volta para a sua terra. Vou restaurar Israel!”. A segunda aplicação tem a ver com o grande ministério de

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construção da Igreja de hoje. A pregação do Evangelho levanta a Igreja. Os ossos secos representam os perdidos. Dos bilhões de seres humanos que habitam a terra hoje, quantos conhecem Jesus Cristo? Quantos sabem o que é ter o Espírito Santo habitando em seu ser? Este é o desafio da Igreja hoje. A aplicação do sermão dos ossos secos de Ezequiel tem o seguinte desafio: será que a Igreja de Jesus Cristo tem o poder do Espírito Santo para cumprir o Grande Comissionamento de levar o Evangelho de Jesus Cristo para os perdidos deste mundo? Você é um desses ossos secos? Será que você está perdido porque nunca ouviu o Evangelho da salvação ou, se ouviu, não creu nele? Esta mensagem também se aplica aos que apenas aparentam estar vivos, mas, na verdade, não têm vida verdadeira. Você tem o Espírito Santo em sua vida e em seu ministério? Não importa em quais circunstâncias você se encontre; elas não são piores que as que Ezequiel enfrentou. Se Deus pôde reviver aqueles ossos secos, através de Ezequiel, Ele quer fazer o mesmo por nós e através de nós. Se o Espírito realmente vive em você, o que você tem feito para CBI - Encontro com a Palavra

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edificar a Igreja? Você não precisa ser um grande pregador para falar do Evangelho a outras pessoas; precisa apenas crer que o Espírito o ungirá enquanto você ministra a Palavra de Deus. Dizem, popularmente, que o evangelista é um mendigo ensinando o outro onde encontrar pão. Se você é um desses mendigos, mostrando onde está o pão, você precisa compreender o poder que há na associação da oração com a pregação da Palavra de Deus. No capítulo 2 do Livro de Atos, lemos que os discípulos viveram juntos numa comunidade espiritual. Eles compartilhavam seus bens e todos comiam juntos; era o que hoje podemos chamar de socialismo puro. Os apóstolos arrumavam as mesas e cuidavam da distribuição de alimentos, atividades que os tiravam do trabalho pastoral. Por esta razão, eles tomaram uma importante decisão: elegeram os primeiros diáconos da História da Igreja, para cuidarem

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da administração, a fim de que eles pudessem se preocupar somente com a oração e a pregação da Palavra. Esta mesma associação, oração e pregação da Palavra, foi usada por Ezequiel em seu ministério. Dizem que, se quando nos juntamos, ninguém é tocado ou sofre uma transformação, nada aconteceu. Se, quando pregamos a Palavra, apenas passamos informação, nada vai acontecer com aqueles que estão ouvindo; porém, se seguirmos o exemplo de Ezequiel e dos apóstolos, descobriremos que quando nossa pregação é precedida de oração, algo acontece. A vida do povo que ouve a Palavra será transformada para sempre. Quando estamos pregando ou compartilhando o Evangelho com alguém, devemos sempre fixar nosso olhar em Deus, pedindo a Ele a unção do Espírito Santo, pois, quando o Seu poder fortalece nossas palavras, os “ossos” voltam a ter vida.

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Capítulo 10 A Profecia de Daniel - Crentes Versus Babilônios Daniel é o quarto dos chamados “Profetas Maiores” e o terceiro dos “profetas do cativeiro”. Nosso primeiro contato com Daniel se dá na primeira tomada de Jerusalém, quando ele tinha aproximadamente quatorze anos. Nessa ocasião, os babilônios não deportaram muita gente; apenas um grupo selecionado de pessoas, entre elas Daniel e seus três amigos, foi levado para o cativeiro. Inicialmente, Nabucodonosor, rei da Babilônia, ordenou que apenas os nobres, príncipes, as pessoas ricas e de boa educação fossem levadas cativas. Deus, estrategicamente, usou o decreto de um governante pagão para estabelecer um ministério na Babilônia que, mais tarde, iria favorecer o Seu povo. Quando o restante dos cativos chegasse ali, haveria alguma influência favorável ao povo, no palácio de Nabucodonosor. Exemplos e alertas O Livro de Daniel é dividido em duas partes. Os seis primeiros capítulos são uma narrativa histórica; quanto aos capítulos 7

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a 12 distinguem-se por revelações proféticas. O versículo chave para a narrativa histórica dos seis primeiros capítulos encontra-se no Novo Testamento: “Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros, sobre quem os fins dos séculos têm chegado” (I Coríntios 10.11). A vida espiritual de muitas pessoas do Velho Testamento tinha seus altos e baixos, o que não aconteceu com José e com Daniel. Ambos passaram a idade adulta no meio de uma cultura hostil, numa arena política de impérios mundiais. Estes dois podem ser considerados os homens mais puros da Palavra de Deus. Enquanto José viveu no Egito, junto ao Faraó, Daniel passou sua vida adulta junto aos imperadores da Babilônia e da Pérsia. Daniel sobreviveu a Nabucodonosor e a seu filho Belsazar. Na verdade, ele viveu os 70 anos do cativeiro babilônico, até este ser conquistado pelo Império Pérsa. Quando o povo retornou do catiCBI - Encontro com a Palavra

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veiro, ele já estava muito velho e fraco para voltar. O papel de Daniel foi mostrar para o povo como lidar com o cativeiro; ele foi um grande exemplo para o povo de Judá e ainda o é para nós, hoje. A decisão de Daniel O apóstolo Paulo escreveu: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12.2). Podemos parafrasear este versículo da seguinte forma: “Não deixe que o mundo o leve a se adaptar ao seu molde; antes deixe que Deus o transforme de dentro para fora”. Esta foi uma exortação aos crentes do Novo Testamento, mas também pode ser aplicada a Daniel, quando chegou na Babilônia. Não demorou muito para que Daniel percebesse a pressão que existia sobre ele, a fim de que se moldasse à cultura babilônica. Ele foi forçado a frequentar a universidade babilônica e foi tutelado pelos sábios de Nabucodonosor, para que um dia se tornasse um bom líder deles. O primeiro motivo de confrontação foi a comida babilôCBI - Encontro com a Palavra

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nica, que, provavelmente, incluía alimentos considerados impuros para os judeus. “Resolveu Daniel, firmemente, não se contaminar com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia” (1.8). O nome “Daniel” significa “Deus é o meu juiz”. Daniel andava diante de Deus, pedindo que Ele julgasse cada uma das suas atitudes. Os nomes dos seus três amigos também tinham significados espirituais: Misael, que significa “aquele que é como Deus”; Hananias, “Jeová foi favorecido” e Azarias, “ajudado por Jeová”. A primeira coisa que os babilônios fizeram foi trocar os nomes daqueles jovens judeus. O nome de Daniel passou a ser Beltessazar, que significa “Bel proteja sua vida”. Como Bel era o nome de um deus babilônico, acredita-se que eles estavam tentando fazer Daniel acreditar que ele estava sob a proteção de um deus pagão. O nome de Misael foi trocado para Mesaque, mais um deus deles; o de Hananias passou a ser Sadraque, nome do deus-lua da Babilônia. Quanto a Azarias, seu nome foi mudado para Abede-Nego, que significa “servo do deus babilônico da sabedoria” (1.7). Nabucodonosor estava dizendo para aqueles jovens: “Nós vamos Livro 4

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transformar vocês em babilônios”, mas Daniel e seus amigos não se deixaram moldar por eles; ao contrário, com suas atitudes íntegras e sua fidelidade ao Deus de seus pais, conquistaram a confiança dos seus opositores. O quarto capítulo de Daniel conta que Nabucodonosor, o gênio que unificou o Império Babilônico, professou sua fé em Deus, o que torna este um dos capítulos mais impressionantes da Bíblia. O que levou Nabucodonosor a professar sua fé no Deus de Daniel? Tudo começou quando Daniel recusou se contaminar com a comida refinada, mas impura, dos babilônios. A interpretação de sonhos Nabucodonosor teve um sonho que o perturbou muito, por isso chamou seus sábios e disse: “Contem-me qual foi o meu sonho e o interpretem para mim”. Como se pode imaginar, isso foi um grande problema para os sábios da Babilônia, que entraram em pânico, porque não conseguir cumprir uma ordem de um governante como Nabucodonosor significava sérios problemas. Eles disseram ao rei: “Não há mortal sobre a terra que possa revelar o que o rei exige, pois

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jamais houve rei, por grande e poderoso que tivesse sido, que exigisse semelhante coisa de algum mago, encantador ou caldeu ...ninguém há que possa revelar diante do rei, senão os deuses, e estes não moram com os homens” (2.10,11). Enfurecido, Nabucodonosor ordenou que todos os sábios fossem executados, o que incluía Daniel e seus amigos, que estavam sendo treinados pelos sábios babilônios. Quando o chefe da guarda chegou para matar todos os sábios, Daniel, com muita sabedoria e tato, perguntou: “Por que é tão severo o mandado do rei?”. O homem que deveria executar a matança explicou o caso a Daniel e contou o que fora dito pelos sábios, que os deuses não habitavam com os homens e, portanto, não havia meios de revelar o sonho do rei. Poderíamos resumir da seguinte forma a resposta de Daniel: “Eles estão enganados, pois Deus vive nos homens”. Apresentando-se ao rei, Daniel pediu que ele lhe concedesse algum tempo, até que lhe fosse revelada a interpretação do sonho que o rei tivera. Depois disso, ele contou aos seus três amigos o que fizera e pediu que eles orassem. Naquela noite, numa visão, CBI - Encontro com a Palavra

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Deus revelou, sobrenaturalmente, a Daniel o sonho de Nabucodonosor e sua interpretação. Na audiência seguinte com o rei, quando Daniel contou a Nabucodonosor o que ele tinha sonhado e a interpretação do seu sonho, o rei caiu com o rosto em terra e, daquele dia em diante, passou a se referir a Daniel como “o homem em quem habita o Espírito de Deus” (4.18). A interpretação do sonho do rei por Daniel é apenas um dos cinco milagres relatados no Livro de Daniel, que mostram a existência do sobrenatural. Os outros quatro milagres foram: o livramento dos três amigos de Daniel, na fornalha (capítulo 3), a profissão de fé de Nabucodonosor (capítulo 4), a inscrição na parede (capítulo 5) e o livramento de Daniel, na cova dos leões (capítulo 6). Através destes milagres, Daniel e seus amigos demonstraram

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o tipo de fé que pode ser operada em momentos difíceis de nossa vida. Eles tiveram fé para crer firmemente no poder sobrenatural de Deus. Creram plenamente no poder da oração e na providência do Deus que os tinha colocado na Babilônia. Você já passou por crises que pareciam impossíveis de suportar, para as quais não encontrava escape, situações realmente insolúveis? Você já se confrontou com o impossível? Daniel e seus amigos mostraram como enfrentar este tipo de situação. Quando você estiver lendo sobre estes milagres no Livro de Daniel, faça a você mesmo a seguinte pergunta: eu acredito no poder sobrenatural de Deus e da oração? Eu acredito na providência e nos propósitos de Deus, que me coloca onde estou para que haja manifestação da Sua glória? Eu creio totalmente nisto?

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Capítulo 11 Foi-se a Glória da Babilônia! Embora este estudo não seja acadêmico, mas um estudo devocional de toda a Bíblia, há algumas perspectivas históricas que você deve considerar, para compreender e assimilar a mensagem do Livro de Daniel. É comum a Bíblia usar os reinos e reis para situar acontecimentos bíblicos. Um exemplo disso são os primeiros versículos do segundo capítulo do Evangelho de Lucas, que relatam o nascimento de Cristo. Quando ocorreram os episódios descritos nos quatro primeiros capítulos do Livro de Daniel, o rei do Império Babilônico era Nabucodonosor; no quinto capítulo, o rei era Belsazar, filho de Nabucodonosor, enquanto que, nos últimos versículos do capítulo 5 e primeiros versículos do capítulo 6, lemos que a Babilônia havia sido conquistada pela Pérsia e estava sob o reinado de Dario, o rei medo. Desta forma, concluímos que os seis primeiros capítulos de Daniel correspondem a um período de setenta anos de história babilônica. Os acontecimentos relatados em toda a Bíblia corres-

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pondem ao período dos impérios egípcio, assírio, babilônico, persa, grego e romano. No Livro de Daniel, observamos a ocorrência de dois impérios: o império babilônico, que durou setenta anos, e o império persa, com suas 127 províncias da Pérsia e Média, que abrange o contexto da história de Ester. Em uma das profecias de Daniel, ele faz referência a quatro destes poderes mundiais: Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma. Para que você entenda o cenário histórico do Livro de Daniel e compreenda a importância e a glória do rei Nabucodonosor, torna-se necessário aprender um pouco sobre o reino babilônico. Atente para esta descrição feita por um historiador do Velho Testamento: “A cidade possuía mais de dois milhões de habitantes e os jardins suspensos da Babilônia foram uma das sete maravilhas do mundo antigo. Segundo os historiadores, os muros que circundavam a cidade tinham quase 100 km de comprimento e cerca de 25 km em cada lado. Esse muro tinha 110m de altura e quase 30m de espessura, CBI - Encontro com a Palavra

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atingindo a profundidade de 13m, para impedir que fossem feitos túneis pelos inimigos. Em toda sua extensão havia uma área livre de 400m entre a cidade e o muro. Externamente, era protegido por uma vala larga e profunda cheia de água. Havia 250 torres de vigia em todo a sua extensão. A cidade era cortada em duas partes, quase simétricas, pelo rio Eufrates. As duas margens eram protegidas por um muro com 25 portões, que davam para ruas ou balsas. Havia uma ponte sobre os píers de pedra de quase 1km de comprimento e 11m de largura. Possuía ainda pontes levadiças, que eram recolhidas à noite, e um túnel de 7m de largura e 4m de altura, que passava por baixo do rio. Babilônia era considerada inviolável”. Nos dias de Daniel, Babilônia não era apenas a cidade mais importante do mundo, mas o império mais poderoso de então. Apesar disso, este império durou apenas 70 anos e Daniel esteve lá desde o seu início até o fim. Ele foi amigo e conselheiro do rei. Nabucodonosor foi um gênio, um líder político muito poderoso e o construtor do império babilônico, o qual governou durante 45 anos. Nabucodonosor tinha autoridade e poder absolutos. No capíCBI - Encontro com a Palavra

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tulo 5 de Daniel, lemos a seguinte referência a ele: “matava a quem queria e a quem queria deixava com vida” (5.19). Para muitas pessoas hoje é difícil imaginar a autoridade absoluta de um ditador como Nabucodonosor. Quando estudamos a história deste homem, entendemos a dimensão do milagre que foi a sua profissão de fé ao Deus de Daniel. A miraculosa identificação do sonho de Nabucodonosor e sua interpretação por Daniel (capítulo 2) causaram um forte impacto no líder daquela potência mundial. No sonho, Nabucodonosor viu a estátua de um homem; a cabeça da estátua era de ouro, o peito de prata, o tronco e as coxas de bronze, as pernas eram de ferro e os pés de ferro e barro. Segundo a interpretação que Daniel fez do sonho, a estátua representava quatro reinos do mundo. Parafraseando Daniel, assim ele contou a interpretação do sonho de Nabucodonosor: “O senhor, rei, é a cabeça de ouro, porque, neste momento, o senhor é a potência do mundo, mas seu império não durará muito; ele será derrubado e sucedido por outro reino, o da Pérsia, o qual corresponde à parte de prata da estátua e será tão poderoso quanto o seu. O reino Livro 4

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de bronze, que é a Grécia, virá a seguir. Finalmente, o reino que é simbolizado pelas pernas de ferro é o Império Romano”. Os dez dedos dos pés poderiam representar dez dimensões do Império Romano. É possível que Nabucodonosor tenha se enchido de orgulho, quando soube que era a “cabeça de ouro”. Por isso, mandou fazer uma estátua de ouro, a fim de que todos se inclinassem diante dela e a adorassem. A essa altura ele estava longe de se converter; mas, como veremos, o testemunho de Daniel e de seus três amigos causou um impacto profundo e transformou Nabucodonosor, levando-o a professar sua fé no Deus vivo e verdadeiro. O arrependimento de Nabucodonosor No sonho de Nabucodonosor, uma pedra foi cortada de uma montanha, mas não por mãos humanas. Esta pedra sobrenatural caiu sobre os pés de ferro e barro da grande estátua da visão de Nabucodonosor. Isso fez com que a estátua caísse e se desintegrasse totalmente. A interpretação que Daniel deu a Nabucodonosor é que todos esses reinos, representados por ouro, prata, bronze e ferro, seriam conquistados por

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um reino sobrenatural, o Reino de Deus. Não sabemos, exatamente, como Deus usou a vida de Daniel e suas palavras para alcançar Nabucodonosor, mas lemos sua declaração no capítulo 4, sobre esse milagre: “Pareceu-me bem fazer conhecidos os sinais e maravilhas que Deus, o Altíssimo tem feito para comigo. Quão grandes são os seus sinais, e quão poderosas as suas maravilhas! O seu reino é reino sempiterno, e o seu domínio, de geração em geração” (4.2,3). Neste extraordinário capítulo das Escrituras, Nabucodonosor descreve outro sonho que teve. No segundo sonho, ele viu uma árvore tão alta, que podia ser vista por todo o mundo, e seus galhos eram cheios de frutos, o suficiente para que todo mundo deles comesse. Então, um dos anjos de Deus desceu do céu e gritou: “Derribai a árvore, cortai-lhe os ramos, derribai-lhe as folhas e Capítulo 12 espalhai o seu fruto; afugentemse os animais de debaixo dela e as aves, dos seus ramos. Mas a cepa, com as raízes, deixai na terra, atada com cadeias de ferro e de bronze, na erva do campo. Seja ele molhado do orvalho do céu, e a sua porção seja, com os animais, a erva da terra” (4.14,15). CBI - Encontro com a Palavra

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O anjo continuou: “Seja mudado o seu coração, para que não seja mais coração de homem, e lhe seja dado coração de animal; e passem sobre ele sete tempos” (4.16). O anjo disse que o propósito do decreto era que o mundo pudesse entender que “O Altíssimo reina sobre todos os reinos do mundo e o dá a quem Ele quer, mesmo que seja ao menor de todos os homens” (Daniel 4.17). O rei Nabucodonosor contou também este sonho para Daniel; depois de ouvi-lo, Daniel ficou atônito quase uma hora, turbado com o significado do sonho. Finalmente, ele disse ao rei: “Senhor meu, o sonho seja contra os que te têm ódio, e a sua interpretação para os teus inimigos” (4.19). O rei insistiu para que Daniel lhe contasse a interpretação do sonho, o que ele fez: “serás expulso de entre os homens, e a tua morada será com os animais do campo, e dar-te-ão a comer ervas como aos bois, e serás molhado do orvalho do céu; e passar-se-ão sete tempos (anos) por cima de ti, até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer” (4.25). Daniel continuou dizendo que Deus restauraria o reino a Nabucodonosor, quando ele reconhecesse CBI - Encontro com a Palavra

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a soberania de Deus, e implorou: “põe termo, pela justiça, em teus pecados e às tuas iniquidades, usando de misericórdia para com os pobres, e talvez se prolongue a tua tranquilidade” (4.27). Daniel escreve alguns versículos que relatam o cumprimento da interpretação que ele tinha dado para o sonho. Passada essa terrível provação, Nabucodonosor continuou proclamando sua fé e seu louvor ao Deus vivo e verdadeiro de Daniel. Ele ergueu seus olhos aos céus, louvou, honrou e glorificou o Altíssimo! Observe que o propósito de Deus, quando fez Nabucodonosor passar por essa horrível experiência, foi ensiná-lo que o Altíssimo reina sobre os reinos dos homens. Nabucodonosor teve que viver como um animal durante sete anos, até que, finalmente, aprendeu o que Deus queria ensinar a ele. Às vezes, quando passamos por experiências muito difíceis, Deus está tentando nos mostrar que Ele tem todo o direito de reinar sobre este mundo e sobre nossas vidas. Quando você enfrenta uma situação dessas, quanto tempo demora até que você clame: “Senhor, meu Deus! Toma o controle. O Senhor é soberano e tem autoridade absoluta sobre minha vida”? Livro 4

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Capítulo 12 As Visões e Revelações de Daniel Os seis primeiros capítulos do Livro de Daniel são um relato histórico e, portanto, de fácil entendimento. Os últimos seis capítulos são mais difíceis, como as revelações contidas nos livros de Ezequiel, Zacarias e do Apocalipse. A interpretação que Daniel fez do primeiro sonho de Nabucodonosor, no capítulo 2, é como um modelo para nos orientar na interpretação das outras visões e revelações contidas neste livro. Somente através do ministério do Espírito Santo é que podemos entender estas visões, que são revelações proféticas da grande obra de Deus no mundo. Vejamos alguns passos que podem nos ajudar a entender as visões e revelações do Livro de Daniel. Primeiro, observe os símbolos das visões; por exemplo, na primeira visão de Daniel, registrada no capítulo 7, os símbolos nela contidos são semelhantes aos do primeiro sonho de Nabucodonosor. Quatro ventos fortes se levantam e agitam o grande mar, de onde saem quatro animais. O

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quarto animal era terrível e assustador, e destruiu os outros animais, mas, antes da destruição, cresceram-lhe dez chifres. Depois dos dez chifres, surgiu mais um chifre pequeno, que tinha olhos e uma boca grande e falava coisas grandes e poderosas. Agora observe a ação e a interação entre os símbolos. Considere a interpretação dada ao texto, que é inspirada da passagem bíblica. Depois de fazer isso, ore pedindo ao Espírito Santo que mostre a você o que significam todos aqueles símbolos. Pergunte a você mesmo: “o que este texto está falando; o que tudo isto significou para eles e o que significa para mim?”. A interpretação inspirada de Daniel, no capítulo 7, mostra que estamos novamente olhando para quatro grandes reinos: “Estes grades animais, que são quatro, são quatro reis que se levantarão da terra. Mas, os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão para todo o sempre, de eternidade em eternidade... Os dez chifres correspondem a dez reis que CBI - Encontro com a Palavra

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se levantarão daquele mesmo reino; e, depois deles, se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis. Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo e cuidará em mudar os tempos e a lei; e os santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade dum tempo” (17,18,24,25). Sempre que a Bíblia menciona chifres, está se referindo a poder, porque o chifre de um animal é o instrumento com o qual ele abate outros animais. Os dez chifres e o chifre pequeno também representam poder e reinos. Na visão de Nabucodonosor, as pernas de ferro e o quarto reino representavam o Império Romano. Alguns teólogos acreditam que esta visão também representa o Império Romano ressurgido num tempo futuro; outros dizem que o quarto reino é mais terrível que todos os outros, pois representa o Reino de Deus e expressa, profeticamente, a Sua ira. Não devemos ser dogmáticos a respeito da interpretação das profecias de Daniel. Não importa se estamos ou não certos a respeito dos detalhes; devemos lembrar da grande verdade contida na profecia do capítulo 7: se você faz CBI - Encontro com a Palavra

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parte do povo de Deus, então faz parte de um Reino que vai ser vitorioso. Todas estas visões terminam com uma observação otimista e ilustram o Reino de Deus conquistando todos os outros reinos e reinando eternamente. A visão das setenta semanas A visão ou revelação profética mais famosa de Daniel é “A visão das setenta semanas”. Daniel conta que estava lendo as profecias de Jeremias e viu que já era o tempo do povo de Deus deixar o cativeiro babilônico. Jeremias e Isaías haviam profetizado que, depois de setenta anos no cativeiro, o povo de Judá retornaria para sua terra. Quando Daniel teve entendimento disso, no final do capítulo 5 e início do 6, estava sob o reinado de Dario, o medo. Na gloriosa oração, no capítulo 9, Daniel estava impressionado com o fato de que o período de setenta anos já estava terminando. Quando Daniel ora a esse respeito, ele confessa os seus pecados e os pecados do povo. Apesar de ter sido um dos personagens mais puros da Bíblia, Daniel se identificava com os pecados do povo, usando expressões como “nosso pecado” e “temos pecado” cerca de trinta vezes. Livro 4

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Quando Daniel estava orando, o anjo Gabriel lhe apareceu e disse: “No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim” (9.23). Esta foi a resposta de Deus à oração de Daniel, uma das profecias messiânicas mais detalhadas da Bíblia. “Setenta semanas foram determinadas sobre o teu povo e sobre a santa cidade, visando fazer cessar a transgressão, dar fim aos pecados, expiar a iniquidade, trazer justiça eterna, selar a visão e a profecia e ungir o santo dos santos” (9.24). Junto com a boa notícia de que o retorno estava prestes a acontecer, veio também a mensagem do primeiro advento, a vinda do Messias, Jesus Cristo. A interpretação desta profecia extraordinária requer alguns cálculos simples. Deus declara a Daniel que, assim como o cativeiro tinha durado 70 anos, o período entre o cativeiro e a vinda do Messias seria de 7 vezes 70 anos, ou seja, 490 anos. Este período está dividido em semanas de anos (sete períodos de sete anos) e, ao mesmo tempo, estas setenta semanas de anos seriam assim divididas: 7 semanas, 62 semanas e 1 semana. No meio desta última semana, o Ungido seria morto.

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Esta profecia data da época em que Ciro decretou a volta do povo para reconstruir Jerusalém. Houve três retornos, mas o principal ocorreu em 457 a.C. Se somarmos 62 semanas com 7 e multiplicarmos por 7, obter-se-á 483 anos. Caminhe 483 anos na História, partindo do ano de 457 a.C. e você chegará ao ano de 26 d.C. considerado pelos estudiosos da Bíblia como o ano em que o Messias iniciou Seu ministério público. Na metade do terceiro período, ou uma semana de anos, ou 7 anos, posterior ao período de 483 anos, o Santo Ungido seria morto. Os estudiosos acreditam que foi exatamente 3 anos e meio depois de 26 d.C. que Jesus Cristo foi crucificado. Embora os estudiosos não sejam unânimes nos detalhes, uma coisa a respeito desta profecia é bem clara, que é a previsão exata da data da vinda e crucificação do Messias, bem como o início do Seu Reino, que não terá fim. Este foi o reino descrito na profecia do segundo sonho ou visão de Nabucodonosor, interpretado por Daniel (2.34,35,44,45). Este reino foi descrito como uma grande pedra, que caiu sobre os pés da estátua, que simbolizava os quatro reinos CBI - Encontro com a Palavra

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mundiais, transformando-os num monte de pó. A parte da estátua, sobre a qual a pedra caiu, foi a que representava o Império Romano. O Reino de Deus iniciado por Jesus, que sobreviveu ao Império Romano, já tem 2000 anos e nunca terá fim. A aplicação pessoal desta profecia Uma importante aplicação para nós da interpretação desta extraordinária profecia, ou visão, é que aqueles que fazem parte deste Reino têm vida eterna, porque fazem parte de um Reino eterno. Se você for crente em Jesus, você faz parte do povo de Deus e é um soldado do exército, que vencerá a guerra entre o bem e o mal, que está sendo travada há milhares de anos e em muitas partes do mundo. O ponto de batalha está sempre mudando, pois o bem e o mal possuem diferentes faces, mas esta guerra existe desde que Caim assassinou seu irmão Abel.

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Cidadãos do céu O apóstolo Paulo escreve aos cidadãos do céu e as Escrituras dão conta de que o povo de Deus é como peregrino, passando por este mundo, enquanto aguarda a cidade com alicerces firmes, cujo construtor é Deus. O povo de Deus é descrito como um rio, que corre por este mundo rumo à cidade de Deus, onde haverá grande alegria, quando suas águas ali chegarem (Hebreus 11.13-16; Salmo 46.4,5). Você faz parte deste Reino eterno? Você compartilha a vitória que há nele garantida pelo seu Rei, o Deus e Pai? Jesus Cristo é Rei dos reis e Senhor dos senhores, o General que derrotará as forças do mal neste mundo. Se somos verdadeiros discípulos Seus, somos também soldados do Seu exército espiritual. Podemos até perder algumas batalhas no meio do caminho, mas vamos vencer a guerra. Vamos viver eternamente com esta realidade: o grau de participação na Sua vitória é que determina a qualidade da nossa eternidade.

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Capítulo 13 Os Profetas Menores - Panorama Geral A partir deste capítulo, iniciamos o estudo dos últimos doze profetas, denominados “Profetas Menores”. Eles foram assim denominados, pela simples razão de seus livros serem menores que os estudados anteriormente. Pelo fato de terem sido escritos depois dos livros dos Profetas Maiores, o autor da Carta aos Hebreus se referiu a eles como “os últimos profetas”. Para evitar que se perdessem, devido a sua importância, os antigos escribas os mantinham compilados num único volume, intitulado “Os Doze”. Os doze Livros Históricos do Velho Testamento apresentam o contexto histórico, no qual os profetas viveram e escreveram seus livros. De acordo com o que já aprendemos com o estudo dos Livros Históricos do Velho Testa-

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mento, seria bom que você fizesse um quadro, localizando cada um dos profetas dentro da história do povo hebreu. Embora o estudo que estamos desenvolvendo não seja acadêmico, mas, antes, um estudo devocional da Bíblia, é importante ressaltar sete acontecimentos da História dos Hebreus que você deve ter em mente, enquanto estuda esses profetas: 1. O Reino 2. O Reino Dividido 3. A Conquista do Reino do Norte Pelos Assírios 4. A Extinção do Reino do Norte 5. O Cativeiro do Reino do Sul Pelos Babilônios 6. A Conquista da Babilônia Pelos Persas 7. O Retorno do Cativeiro Babilônico

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Capítulo 14 A Profecia de Oséias A maioria de nós já ouviu dizer que Deus é amor. Quantos livros você já leu que falam sobre este assunto? O Livro de Oséias, dentro da biblioteca de Deus, é o livro inspirado, que fala do Seu amor. Oséias foi comissionado por Deus para ser o profeta que iria pregar para as dez tribos conhecidas como o Reino do Norte ou, simplesmente, Israel. Ele testemunhou sobre o amor de Deus, quando todo o povo tinha se afastado dEle e passado à prática da adoração aos ídolos. A primeira verdade que aprendemos com o profeta Oséias é que, quando Deus nos chama para uma grande obra, Ele também nos prepara, através de nossas próprias experiências de vida. Deus usa cada dia da nossa vida como uma preparação para a Sua obra.

amou como se ela fosse a mulher mais virtuosa da face da terra. Depois de alguns anos, Gômer voltou para seus amantes e Deus orientou Oséias a recebê-la de volta e a continuar a amá-la (3.1). Deus permitiu tudo isso na vida de Oséias para que ele estivesse preparado para ensinar àquele povo sobre o amor incondicional de Deus. Apesar de não merecer, Israel foi escolhido para ser o povo de Deus, assim como Gômer, mesmo sendo uma prostituta, foi escolhida por Oséias para ser sua esposa. Alegoria é o uso de uma circunstância, na qual pessoas, lugares ou coisas assumem um significado mais profundo, para a qual se aplica um ensino moral ou espiritual. O significado alegórico do casamento de Oséias foi mostrar o amor incondicional de Deus por Israel.

Uma alegoria agonizante O casamento de Oséias com a prostituta Gômer o preparou para pregar sobre o amor de Deus a um povo infiel (1.2,3). Oséias fez de Gômer a mãe de seus filhos e a

A pregação de Oséias Quando Oséias, de maneira corajosa, pregou seus sermões tão importantes para o Reino do Norte, a idolatria e a imoralidade eram pecados crônicos na vida daquele

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povo. Por isso, Oséias foi sincero e objetivo em sua pregação. Para uma familiarização com o estilo de pregação do profeta Oséias, observemos estes trechos parafraseados: “Depois de beberem seu vinho, os filhos de Israel saem à procura de mulheres, porque amam mais a vergonha que a honra. Vinho, mulheres e música fizeram meu povo perder a cabeça. É para um pedaço de madeira que eles oram pedindo orientação. São como um arco quebrado que nunca acerta o alvo; plantam vento e colhem tempestade. Israel está destruída e é como um pote despedaçado entre as nações. A glória de Israel voou para longe como um pássaro”. Israel foi o povo escolhido de Deus, por isso, a idolatria se tornou um “adultério espiritual” contra Ele: “Meu povo consulta o seu pedaço de madeira e a sua vara lhe dá resposta; porque um espírito de prostituição os enganou; eles, prostituindo-se, abandonam seu Deus”(4.12). “Todos eles são adúlteros: semelhantes ao forno aceso pelo padeiro, que somente cessa de atiçar o fogo desde que sovou a massa até que seja levedada... preparam o coração como um forno, enquanto estão de espreita;

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toda a noite, dorme o seu furor, mas, pela manhã arde como labaredas de fogo... Efraim se mistura com os povos e é um pão que não foi virado”(7.4,6,8). Quando Oséias pregou: “como é o povo, assim é o sacerdote”, ele também profetizou: “castigá-lo-ei pelo seu procedimento e lhe darei o pago de suas obras” (4.9). Como consequência de sua idolatria, o povo seria levado cativo: “Israel foi devorado; agora, está entre as nações como coisa de que ninguém se agrada, porque subiram à Assíria” (8.8,9). O cativeiro pelos assírios foi fatal para o Reino do Norte, porque este povo jamais retornaria para sua terra e seria novamente um reino. Os que sobrevivessem à conquista e ao cativeiro dos assírios seriam espalhados entre as nações gentílicas do mundo. O amor incondicional de Deus A promessa é que Israel passaria pelo cativeiro, mas, por causa do amor, Deus o traria de volta para uma reconciliação: “desposar-te-ei comigo para sempre; desposar-te-ei comigo em justiça, e em juízo, e em benignidade, e em misericórdia; desposar-te-ei comigo em fidelidade, e conhecerás o Senhor” (2.19,20). Este retorno espiritual de Israel, pregado CBI - Encontro com a Palavra

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por vários profetas, ainda não se cumpriu. Temos que esperar pelo final dos tempos para ver o cumprimento desta profecia. Oséias foi objetivo, quando pregou sobre o amor de Deus: “eu não quero seus sacrifícios, quero seu amor; não quero suas ofertas, quero que vocês Me conheçam”. Para que o povo tivesse um coração reto perante Deus, Oséias fez uma pregação semelhante a de Jeremias: “Semeai para vós outros em justiça, ceifai segundo a misericórdia; arai o campo de lavoura; porque é tempo de buscar ao Senhor, até que ele venha, e chova a justiça sobre vós. Converte-te ao teu Deus, guarda o amor e o juízo e no teu Deus espera sempre” (10.12;12.6).

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Aplicação pessoal Ainda que tenhamos de esperar o cumprimento do retorno espiritual de Israel para Deus, não precisamos esperar tempo algum para que aconteça o nosso retorno espiritual ao nosso Deus amoroso. O texto abaixo sintetiza a mensagem do Livro de Oséias e serve de desafio para nossas vidas: “Vinde, e tornemos para o Senhor, porque Ele nos despedaçou e nos sarará; fez a ferida e a ligará. Depois de dois dias nos revigorará; ao terceiro dia nos levantará, e viveremos diante dele. Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor; como a alva a sua vinda é certa; e Ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra” (6.1-3).

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Capítulo 15 A Profecia de Joel Joel é o segundo dos doze Profetas Menores. Sua mensagem dá ênfase à expressão “O Dia do Senhor”, usada também por outros Profetas Menores. Joel chamou de “Dia do Senhor” uma terrível praga que devastou o Reino do Sul, mas, também a relaciona ao cativeiro babilônico, que estava para acontecer. No Livro de Joel, observa-se, como nos Profetas Maiores, que ele também mescla profecias sobre o cativeiro babilônico com profecias referentes à Segunda Vinda de Cristo. Joel é um profeta muito conhecido por causa da sua profecia sobre o Dia de Pentecostes. Diante daquele acontecimento, aquelas pessoas que estavam presentes no dia do nascimento da Igreja perguntaram: “Que quer isso dizer”? Naquele momento, Pedro começou o seu sermão, dizendo-lhes: “o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel” (Atos 2.12,16). O que Joel pregou é que o Dia do Senhor existiu, existe hoje e existirá sempre em nossas vidas.

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A praga dos gafanhotos Joel inicia seu livro descrevendo a praga de gafanhotos que invadiu o Reino do Sul: “O que deixou o gafanhoto cortador, comeu-o o gafanhoto migrador; o que deixou o migrador, comeu-o o gafanhoto devorador; o que deixou o devorador, comeu-o o gafanhoto destruidor” (1.4). Esta praga matou toda a vegetação e deixou a terra devastada. Quando Joel se referiu à praga dos gafanhotos como “O Dia do Senhor”, ele estava se referindo a um acontecimento real, do qual ele tinha conhecimento. Mas, que mensagem ele quis exatamente trazer, quando se referiu ao “Dia do Senhor”? Ao considerar a praga como sendo uma catástrofe vinda do Senhor, ele estava dizendo que Deus é soberano, mesmo no meio das calamidades pelas quais passamos. Joel junta-se a outros escritores bíblicos, quando afirma que Deus está por trás tanto da adversidade como da prosperidade. É provável que, por causa CBI - Encontro com a Palavra

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daquela invasão de gafanhotos, o povo acreditasse que Deus o havia abandonado; porém, Joel declara que Deus estava presente naquela circunstância. Isto significa que, muitas vezes, um dia de calamidade pode ser um “Dia do Senhor” para aqueles que O amam e que são chamados de acordo com o Seu propósito (Romanos 8.28).

do Senhor” daqueles dias, e o cativeiro babilônico como um futuro “Dia do Senhor”, ele começou a falar sobre outro “Dia do Senhor”, o Dia de Pentecostes: “E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões” (2.:28). Esta profecia foi parcialmente cumprida no Dia de Pentecostes. Em Atos 2.1-4, lemos que naquele dia o Espírito Santo desceu sobre aqueles que estavam reunidos; que quando o povo viu o derramar de línguas de fogo sobre a cabeça dos apóstolos, e os ouvia falar em suas próprias línguas, também ouviram o barulho de um vento impetuoso e perguntaram: “que quer isto dizer?”. E Pedro respondeu: “o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel” (Atos 2.12,16).

O cativeiro babilônico Um bando de gafanhotos organizados como um exército, todos trabalhando em equipe para destruir tudo o que aparecesse pelo caminho. Joel ilustrou sua profecia com uma destruição causada por um “exército de gafanhotos”, a fim de chamar a atenção do povo de Judá e prepará-lo para a devastação que seria a invasão dos exércitos babilônicos: “Correm como valentes; como homens de guerra, sobem muros; e cada um vai em seu caminho e não se desvia da sua fileira. Assaltam a ci- A Segunda Vinda de Cristo dade, correm pelos muros, sobem Através desta profecia de às casas; pelas janelas entram Joel, a respeito do Dia de Pentecomo ladrão” (2.7,9). costes, Deus faz revelações sobre o “Dia do Senhor”, que ainda não O Dia de Pentecostes aconteceram: “mostrarei prodíDepois que Joel proclamou a gios no céu e na terra: sangue, praga dos gafanhotos como o “Dia fogo e colunas de fumaça. O sol CBI - Encontro com a Palavra

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se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor. E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo; porque, no monte Sião em Jerusalém, estarão os que forem salvos, como o Senhor prometeu; e entre os sobreviventes, aqueles que o Senhor chamar” (2.30-32). Joel profetiza o Dia de Pentecostes com muita clareza e, se estudarmos esta profecia cuidadosamente, veremos que realmente existe previsão de acontecimentos que não foram cumpridos naquele dia. Um dos estudiosos dos Profetas Menores afirmou que esta profecia de Joel foi cumprida, parcialmente, no Dia de Pentecostes, e que o seu total cumprimento acontecerá na Segunda Vinda de Jesus Cristo. O cumprimento literal das profecias de Joel, assim como de todos os outros profetas, sobre a conquista da Babilônia e sobre o Dia de Pentecostes, encorajamnos a esperar empolgados pelo cumprimento literal de todas as profecias referentes à Segunda Vinda de Cristo. Pedro se referiu ao futuro “Dia do Senhor” como “O Grande e Terrível Dia do Senhor”. Quando ele

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escreveu sobre este dia, ressaltou apenas alguns eventos da Segunda Vinda de Cristo. De acordo com Pedro, quando este dia chegar “os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas” (II Pedro 3.10). Aplicação pessoal Joel não pregou apenas sobre o “Dia do Senhor” dos seus dias e sobre o futuro “Dia do Senhor”. Ele nos exortou, como povo de Deus, a anunciarmos o “Dia do Senhor” aos nossos filhos e às futuras gerações (1.2,3); também ensinou que cada dia do passado, do presente e do futuro deve ser considerado como o “Dia do Senhor”. A confiança no amor de Deus e no cuidado que Ele teve com Seu povo no passado nos oferece condições de confiarmos no que Ele está fazendo em nossa vida hoje (cf. Romanos 8.28). Existe um propósito de Deus para que saibamos sobre o Grande e Terrível Dia do Senhor no futuro, que é o de refletirmos sobre o tipo de pessoa que devemos ser. Preste atenção no ensino de Pedro, quando ele anuncia o “Dia do Senhor”: “por essa razão, pois, amados, esperando estas coisas, empenhai-vos por serdes achados por CBI - Encontro com a Palavra

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ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis, e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor” (II Pedro 3.14,15a). Tanto Joel como os outros profetas e o apóstolo Pedro fazem

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a mesma aplicação: nos desafiam a que, como seguidores de Cristo, vivamos de modo santo e irrepreensível, e não percamos a expectativa da vinda do “Dia do Senhor”.

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Capítulo 16 A Profecia de Amós Amós era catador de figos e pastor, e morava na pequena cidade de Tecoa, cerca de vinte quilômetros ao sul de Jerusalém. Deus o chamou do Reino do Sul para pregar para o Reino do Norte, cinquenta anos antes do cativeiro assírio. Segundo informações, Amós ministrou durante o reinado do Rei Uzias, do Reino do Sul, que conduziu a nação de Judá em prosperidade, tanto em questões militares, como materiais. O povo não acreditava que houvesse algum perigo ou ameaça para Judá. O ministério de Amós seria pregar para a nação de Judá e, também, para Israel, o Reino do Norte. O julgamento de Deus está chegando Amós começou sua pregação falando o que os cidadãos do Reino do Norte queriam ouvir. Ele falou que Deus julgaria os seus inimigos (1.3;2.2). À medida que Amós pregava, citava as nações inimigas e o tipo de julgamento que viria sobre elas, o povo se alegrava. Era o que eles queriam ouvir: Deus iria

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punir aqueles que eles odiavam. Mas, depois que Amós atraiu a atenção do povo com esse tipo de sermão, começaram a chegar as más notícias: as nações de Judá e de Israel também seriam julgadas (2.4-8). A profecia de Amós culpava Judá por rejeitar a Lei do Senhor e não observar os Seus Estatutos e a Israel pela sua cobiça, injustiça social e pela imoralidade que profanou o nome do Senhor. Dando continuidade à palavra contra Israel, profetizou o cativeiro assírio: “De nada valerá a fuga ao ágil, o forte não usará a sua força, nem o valente salvará a sua vida. O que maneja o arco não resistirá, nem o ligeiro de pés se livrará, nem tampouco o que vai montado a cavalo salvará a sua vida. O mais corajoso entre os valentes fugirá nu naquele dia, disse o Senhor” (2.14-16). O Reino do Norte escarneceu desta mensagem, pois Israel vivia um período de prosperidade e seu exército superaria tudo aquilo que Amós estava pregando. Porém, depois de cinquenta anos, o Reino do CBI - Encontro com a Palavra

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Norte, Israel, foi derrotado e todo o seu povo foi levado cativo pelo exército assírio. Deus tentou deter o cativeiro assírio, oferecendo a Israel oportunidades de arrependimento (4.613). Deus enviou fome, seca, ventanias, pragas e pestilências, mas não houve conversão, confirmando o que Deus mesmo falara através do profeta: “contudo, não vos convertestes a mim, disse o Senhor” (4.8-11). Em razão de Israel não ter atendido o chamado de Deus ao arrependimento, Amós profetizou o julgamento divino sobre aquele povo; um julgamento que seria permanente, porque Israel não retornaria do cativeiro assírio. Amós previu o julgamento de Deus contra Israel, através de cinco visões. Os julgamentos descritos nas duas primeiras visões, representados pela praga de gafanhotos e por um fogo consumidor foram detidos pela intercessão do profeta, que rogou pela misericórdia de Deus em favor daquele povo (7.16). A terceira visão, um prumo e um muro, mostrava as razões que Deus tinha para estar irado com Seu povo; Israel não era reto para com Deus. Vivia por caminhos “tortos” e rejeitava a Lei de Deus, o que provocou a ira do Senhor (7,8). CBI - Encontro com a Palavra

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A quarta visão, de um cesto com frutas maduras, indicava que o tempo do julgamento do Senhor era iminente. Por fim, veio a Amós a quinta visão: estando o Senhor em pé sobre o altar, clamou: “Fere o capitel e estremeçam os umbrais, e faze tudo em pedaços sobre a cabeça de todos eles; matarei à espada até ao último deles; nenhum deles fugirá, e nenhum escapará” (9.1). Nesta visão, Deus mostrou que Seu julgamento sobre Israel seria definitivo. Ninguém escaparia ou seria poupado. O castigo de Deus era iminente. A vantagem espiritual aumenta a responsabilidade Judá e Israel não foram excluídas do julgamento que Deus traria sobre as nações. Ao contrário, Amós pregou que o julgamento de Deus seria mais severo com elas que com as nações pagãs. As consequências dos seus pecados eram mais severas, porque estavam em vantagem espiritual; pois, tendo conhecimento da Palavra de Deus, agiam como se não o tivessem; não viviam de acordo com os estatutos de Deus. Segundo a profecia de Amós, a responsabilidade espiritual é diretamente proporcional ao conhecimento das verdades Livro 4

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espirituais. Esta vantagem espiritual deve influenciar positivamente nosso modo de vida. O que fazemos com o que sabemos é mais importante que o próprio saber. É importante ter em mente isto: que o agir de acordo com o que sabemos é mais importante que adquirir mais conhecimento. Enquanto o mundo supervaloriza a aquisição de conhecimento, a mensagem dos profetas ensina que é de mais valor a prática do conhecimento e da sabedoria.

taurado: “Naquele dia, levantarei o tabernáculo caído de Davi, repararei as suas brechas; levantando-o das suas ruínas, restaurá-lo-ei como fora nos dias da antiguidade; para que possuam o restante de Edom e todas as nações que são chamadas pelo meu nome, diz o Senhor, que faz todas as coisas” (9.11,12). Esta profecia fala do retorno espiritual de Israel para o seu Deus. Em nossos dias, temos sido testemunhas da restauração política de Israel, bem como do retorno dos judeus, que estavam espalhados por Promessa de restauração todo o mundo, para a sua pátria. Amós, como os outros profe- Ainda não vimos se cumprir o retas, também anuncia que em dias torno espiritual, mas aguardamos o futuros o povo de Israel seria res- cumprimento desta profecia.

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Capítulo 17 A Profecia de Obadias Visão de Obadias: “Assim diz o Senhor Deus a respeito de Edom...: Eis que te fiz pequeno entre as nações; tu és mui desprezado. A soberba do teu coração te enganou, ó tu que habitas nas fendas das rochas, na tua alta morada, e dizes no teu coração: Quem me deitará por terra? Se te remontares como águia e puseres o teu ninho entre as estrelas, de lá te derribarei, diz o Senhor” (1.1a,2-4). Assim tem início o Livro de Obadias. Mas, o que Deus quis dizer, quando se referiu a um povo orgulhoso, que vivia nas encostas de um monte e achava que ninguém o derrubaria do seu ninho? Para alguns estudiosos da Bíblia, este livro é um alerta para os dias atuais, para aqueles que vivem à procura de vida em outros planetas. Há algumas décadas, alguns estudiosos deram uma interpretação para estes versículos, dizendo que Deus não quer que moremos em prédios altos. Também, no século passado, este texto foi interpretado com o seguinte sentido: “Se nos tornarmos orgulhosos com relação à ciência e CBI - Encontro com a Palavra

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à tecnologia, procurando tipos de vida em outros planetas, Deus nos humilhará e seremos trazidos de volta para terra”. Mas, quando Obadias escreveu esta profecia, não estava se referindo a prédios altos, nem ao espaço interplanetário; ela foi proferida contra um povo hostil, que cometera grande crueldade contra o povo de Judá, por ocasião da conquista de Jerusalém pelos babilônios. O caminho de Edom é condenado Deus, através de Obadias, condenou uma nação chamada “Edom”, cujo povo vivia numa região situada na Jordânia, hoje conhecida como “Petra - A Cidade Rosa Vermelha”, que é formada por encostas de formação rochosa avermelhada; possui dos dois lados cavernas de até duzentos metros de altura e um ”canyon”, que pode ser atravessado a cavalo. Os grandes espaços na rocha foram, um dia, a cidade desse povo, sobre o qual Obadias escreveu. Depois de atacar e saquear as cidades dos seus inimigos ou Livro 4

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caravanas de mercadores ricos aquele povo escalava rochas, por meio de escadas de cordas, e escondia-se nas cavernas, escapando dos seus perseguidores, o que os tornou indestrutíveis por muito tempo. Por esta razão, Obadias escreveu: “A soberba do teu coração te enganou... e dizes no teu coração: Quem me deitará por terra?” (3). Quem era exatamente este povo? Os edomitas eram descendentes de Esaú, irmão de Jacó. O Livro de Gênesis conta que Jacó e Esaú eram gêmeos, mas tinham valores opostos e estilos de vida bem diferentes. Enquanto Jacó, apesar de ter sido usurpador, representa o homem espiritual, Esaú é o profano, que não dá importância às coisas espirituais. Hoje, ele seria chamado de um “homem secular”. Isto está registrado no Livro de Gênesis, na história de Esaú, quando, por um prato de lentilhas, ele vendeu seu direito de primogenitura para seu irmão Jacó (Gênesis 25.29-34). Enquanto os descendentes de Jacó que, depois recebeu o nome de Israel, deram origem ao povo judeu, Esaú tornou-se o pai de Edom, nação inimiga dos judeus. O povo de Edom era anti-semita e estava

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sempre à procura de oportunidades, a fim de se aliar a outras nações, com o objetivo de eliminar os judeus. A profecia de Obadias prevê a queda de Edom, que seria uma consequência da perseguição que promoviam contra o povo escolhido por Deus. Em sua profecia, Obadias esbravejou oito acusações específicas contra Edom: “Não devias ter olhado para o dia de teu irmão, no dia do seu desterro, nem alegrar-se sobre os filhos de Judá, no dia da sua ruína; nem alargar a tua boca no dia da angústia; nem entrar pela porta do meu povo, no dia da sua calamidade; sim, tu não devias olhar satisfeito para o seu mal no dia da sua calamidade; nem estender as tuas mãos contra o seu exército, no dia da sua calamidade; nem parar nas encruzilhadas para exterminares os que escapassem; nem entregar os que lhe restassem. Porque o dia do Senhor está prestes a vir sobre todas as nações; como tu fizeste, assim se fará contigo; a tua maldade cairá sobre a tua cabeça” (12-15). Estudiosos acreditam que, nesta profecia, Deus estava condenando o comportamento de Edom contra Judá, durante a queda de JeCBI - Encontro com a Palavra

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rusalém, fato que ocorreu sob o reinado de Zedequias, quando aquela cidade foi destruída e o povo que escapou da morte foi levado cativo. Os edomitas não só assistiram como participaram do saque feito pelos babilônios, além de entregar a estes os judeus que tentavam escapar do horror do cativeiro. Obadias apregoa o castigo contra Edom, e se une aos demais profetas na pregação do Dia do Senhor. Ele pregou ao povo de Edom: “como tu fizeste, assim se fará contigo” (15). O Dia do Senhor para Edom aconteceu, quando esta nação foi totalmente varrida da face da terra. Obadias previu com exatidão qual seria o instrumento de destruição daquele povo, quando disse que os seus próprios aliados se voltariam contra Edom e não sobraria nada daquela nação: “A casa de Jacó será fogo e a casa de José, chama; a casa de Esaú, restolho; aqueles incendiarão a este e o consumirão; e ninguém mais restará da casa de Esaú, porque o Senhor o disse” (18). Esta profecia foi cumprida ao pé da letra, pois a nação de Edom desapareceu das páginas da História e foi completamente aniquilada pelos romanos no ano de 70 d.C. CBI - Encontro com a Palavra

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Aplicação pessoal Em toda a Bíblia, vemos que o homem temente a Deus é comparado com o que não O teme (Salmo 1; Mateus 7.13-27; I Coríntios 2.14-16). O que se conhece da história de Jacó e Esaú, registrada no Livro de Gênesis, além do comentário que o apóstolo Paulo faz a respeito desta história, leva-nos a compreender que a profecia de Obadias faz a mesma confrontação entre o homem espiritual e o homem natural (Gênesis 25.29-34 e capítulo 27;Romanos 9.10,11). Nesta analogia, Jacó é uma figura do homem espiritual que, de coração sincero, busca a Deus, os Seus valores e Suas bênçãos espirituais. Outro exemplo de Jacó também está registrado no Livro de Gênesis, quando Jacó “lutou” com Deus, e seu nome foi trocado para Israel: “Já não te chamarás Jacó e sim Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste” (Gênesis 32.28). Por outro lado, Esaú é uma figura do homem natural, do homem que não teme a Deus. Quando Esaú vendeu a Jacó, por um prato de lentilhas, o seu direito de primogenitura (a herança do filho mais velho), revelou imaturidade e o Livro 4

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quanto as suas prioridades e os seus valores eram distorcidos. Não é algo estranho e surpreendente ver como os valores de “Esaú” influenciaram “Edom” a ser uma nação tão hostil ao povo de Deus, aos valores espirituais e aos propósitos divinos. Quando, pela primeira vez, os personagens, Jacó e Esaú, foram mencionados na Bíblia, estavam juntos no ventre de sua mãe Rebeca. Uma das aplicações que podemos fazer deste episódio é que, cada um de nós tem, em potencial, características das personalidades de Esaú e de Jacó. O apóstolo Paulo traça estes dois perfis de maneira brilhante em

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sua Carta aos Gálatas. Ele afirma que o Espírito e a carne guerreiam entre si, porque são opostos (Gálatas 5.17). Quando Paulo usa o termo “carne”, ele quer dizer “nossa natureza humana, que não foi tratada por Deus”. O Espírito Santo nos fornece o potencial para sermos espirituais como Jacó. Quando Ele vem habitar dentro de nós, a nossa carne, ou a nossa natureza humana, não é retirada, o que faz com que tenhamos dois potenciais: o de Jacó e o de Esaú. Esta profecia tão dinâmica de Obadias deixa para cada um de nós uma pergunta e um importante desafio: qual destes dois potenciais você vai cultivar: o de Esaú ou o de Jacó?

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Capítulo 18 A Profecia de Jonas O Livro de Jonas fala do profeta que recebeu o chamado de Deus para pregar arrependimento e salvação aos inimigos do seu povo. Jonas conhecia o caráter de Deus e sabia que, se ele atendesse ao Seu chamado, seus inimigos seriam salvos. Foi o conhecimento do amor incondicional de Deus que fez com que Jonas decidisse não ir para Nínive e, como ele não foi, não atendeu ao “vir a Deus”. Ele tentou fugir da presença de Deus e embarcou num navio com destino oposto a Nínive, o mais distante possível dessa cidade (1.3;4.2). A cidade de Nínive era a capital do pior inimigo do povo judeu, a Assíria. A crueldade dos assírios naquele tempo não podia ser comparada a de nenhum outro povo. Provavelmente, Jonas tinha razões para temer o povo que vivia naquela cidade. Para se ter uma ideia do que seu chamado significou, imaginemos Deus chamando um judeu, no início dos anos 40, para ir a Berlim, na Alemanha, onde estava sendo planejada a morte de todos os judeus do CBI - Encontro com a Palavra

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mundo, para pregar o julgamento de Deus sobre aquela cidade, caso ela não se arrependesse de seus pecados. Será que esse judeu não fugiria de tal missão? Jonas não foi a Deus e não foi por Deus (Capítulo 1) Os profetas do Velho Testamento e todo homem temente a Deus, em geral, obedecem a um determinado padrão em seu relacionamento com Deus, que já foi mencionado, quando estudamos o profeta Isaías. São pessoas que passaram por experiências marcantes em seu encontro com Deus, no seu “vir a Deus”, que resultaram num “ir por Deus”. A história de Jonas com Deus mostra o inverso deste padrão, quando lemos, no primeiro capítulo desta breve profecia, que, ao ser comissionado por Deus para ir a Nínive, ele se recusou a obedecer. Jonas sabia que tinha recebido de Deus aquela missão, porque já tinha tido uma experiência de “ir a Deus”. Como ele não queria ir por Deus a Nínive, consequentemenLivro 4

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te também não queria mais “conversa com Deus”; não queria “ir a Deus” outra vez. Quando Jonas recebeu o chamado, tentou se esconder de Deus e embarcou num navio, dirigindose ao porão, onde dormiu profundamente (1.5). A Bíblia diz que Deus enviou uma forte tempestade, que quase afundou o navio. Enquanto os marinheiros, aterrorizados, oravam a seus deuses, Jonas, dormindo, tentava fugir dos seus problemas. Interpelado pelo capitão do navio por estar dormindo no meio da tempestade, Jonas fez saber ao capitão do navio o motivo da tempestade, e que a única maneira de acalmar a ira do seu Deus seria jogando-o ao mar, o que os marinheiros fizeram, mesmo relutantes (1.15). Imediatamente após Jonas ser lançado fora do navio, o mar se acalmou. Quando os marinheiros pagãos viram isso, temeram a Deus. Mesmo em tal circunstância, Jonas, fugindo de Deus, foi usado por Ele para levar fé àqueles marinheiros, conforme lemos: “Temeram, pois, estes homens em extremo ao Senhor; e ofereceram sacrifícios ao Senhor e fizeram votos” (1.16). A seguir, tomamos

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conhecimento de que Deus preparou um grande peixe, cuja espécie não nos é informada pela Bíblia, que engoliu Jonas, que ficou em seu ventre durante três dias. Jonas vai até Deus (Capítulo 2) Um ensino importante que podemos tirar do Livro de Jonas é que Deus não nos força a fazer coisa alguma. Ele permite que exerçamos nossa vontade diante de situações que se nos apresentam, embora possa até fazer uma “pressãozinha”, através de circunstâncias do peso de um elefante, até que reconheçamos que a única coisa sensata a fazer é obedecer à Sua vontade. O título do primeiro capítulo de Jonas poderia ser “Eu não vou!”; do segundo, “Eu vou!”. Foram necessários três dias dentro da barriga de um peixe para que Jonas se arrependesse de fugir do chamado de Deus. Arrependerse significa “pensar outra vez” ou “mudar de ideia, mudar a vontade do coração, mudar de direção”. Lemos, no capítulo 2, que, dentro da barriga do peixe, Jonas se arrependeu sinceramente. De lá, ele orou a Deus; ele foi se lembrando de todos os textos das Escrituras que conhecia, e, em sua oração, ele fez referência a mais CBI - Encontro com a Palavra

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de sessenta versículos das Escrituras, desde Jó e Lamentações até I Samuel, Jeremias, I Reis e muitos versículos dos Salmos. Isto significa que sua mente estava impregnada das Escrituras e que, dentro do peixe, ele foi se lembrando de tudo o que estava guardado em sua memória. O destaque desta oração de Jonas é o seu arrependimento. Ele disse a Deus: “tornarei, porventura, a ver o teu santo templo?” (4), “Oferecerei sacrifício” (9), e mais: “o que votei pagarei” (9). Como resultado do arrependimento de Jonas, Deus ordenou que o peixe o vomitasse na terra.

cidade se converteu, “Deus se arrependeu do mal que tinha dito que lhes faria e não o fez” (10). Quando Jonas finalmente disse: “Eu vou”, aconteceu a maior cruzada evangelística de toda a história de Deus para com o homem. O vinde a Deus de Jonas e o seu ide por Deus (Capítulo 4) Encontramos a mensagem central do Livro de Jonas no último capítulo, onde está a sua reação ao arrependimento de Nínive. Jonas deveria ter ficado eufórico com a conversão a Deus de toda a cidade, mas ele não ficou. Na verdade, ele ficou decepcionado; mais que isso: ele ficou com tanta raiva que preferia morrer a ver Deus salvar aquele povo. Ao invés de louvar a Deus, ele diz: “Ah! Senhor! Não foi isso o que eu disse, estando ainda na minha terra? Por isso, me adiantei, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus clemente, e misericordioso, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e que te arrependes do mal. Peço-te, pois, ó Senhor, tira-me a vida, porque melhor me é morrer que viver” (2,3).

O ide de Jonas (Capítulo 3) No capítulo 3, lemos: “Veio a palavra do Senhor, segunda vez, a Jonas” (1). Por causa da paciência de Deus, Jonas ouve, pela segunda vez, o mesmo chamado: “Dispõe-te, vai à cidade de Nínive e proclama contra ela a mensagem que eu te digo” (2). Desta vez, Jonas não fugiu; ele obedeceu ao chamado e foi para Nínive. Ele pregou a mensagem do julgamento de Deus proclamando: “Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida” (4). A Um profeta preconceituoso cidade inteira se converteu, até o O que estava acontecendo rei creu em Deus (5,6). Porque a com Jonas? A resposta é que ele CBI - Encontro com a Palavra

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odiava o povo de Nínive; seu preconceito é constatado no início do capítulo 4, com sua confissão de que tinha fugido da presença de Deus e do Seu chamado, porque sabia que Deus era amoroso e salvaria a cidade de Nínive, se ele fosse obediente e atendesse ao chamado para ir lá e pregar. Em resposta a toda essa ira, Deus ensinou uma boa lição a Jonas, quando este se recolheu numa cabana, num monte ao redor de Nínive. Como o sol estava escaldante, o Senhor fez nascer uma aboboreira para que fizesse sombra onde Jonas se encontrava, o que muito o agradou. Porém, não muito tempo depois, Deus enviou um verme que destruiu a planta até que esta se secasse, o que levou Jonas a novo acesso de raiva. Deus então disse a Jonas: “Tens compaixão da planta que não te custou trabalho, a qual não fizeste crescer, que numa noite nasceu e numa noite pereceu; e não hei eu de ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem discernir entre a mão direita e a mão esquerda, e também muitos animais?” (4.10,11). Os estudiosos

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acreditam que as pessoas a quem Deus se refere fossem crianças, que ainda eram inocentes. O mais importante desta verdade bíblica que devemos reter é que Deus estava confrontando os valores e as prioridades de um profeta muito preconceituoso. O obstáculo Talvez você esteja lembrado de que falamos que uma das funções do profeta era remover o obstáculo que bloqueava a obra de Deus no mundo. No Livro de Jonas, o obstáculo que estava impedindo que acontecesse a obra milagrosa de Deus em Nínive era o preconceito do próprio profeta. Como aprendemos com Oséias, o amor de Deus é incondicional e não é baseado no comportamento positivo ou negativo da pessoa. Pode, porém, Deus usar um profeta para proclamar o Seu amor por alguém que o profeta odeia? Aplicação pessoal Você consegue se ver nesta história? Será que você não está fugindo do chamado de Deus para sua vida? O que será que precisa acontecer para que você deseje obedecer a Deus? Aprenda com a vida de Jonas, o profeta que, iniCBI - Encontro com a Palavra

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cialmente, não quis obedecer ao chamado divino. Deus usa certas circunstâncias da nossa vida para que desejemos segui-Lo. Observe como este livro tão pequeno é repleto de referências sobre a providência de Deus: o Senhor manda uma grande tempestade, prepara um grande peixe, faz a planta crescer e manda um verme, que a mata. Você percebe Deus trabalhando, também, nas circunstâncias da sua vida? É interessante notar como o fato de Jonas ter escrito este livro o faz parecer muito ingênuo ao escrever sobre o capítulo mais importante de sua vida. Ele contou sua história, humilhando-se, porque, na cidade de Nínive, ele compreendeu o amor incondicional de Deus pelo ímpio e o preconceito do seu próprio coração,

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que o impedia de expressar e manifestar este amor. Jonas, em seu livro, confessa sua própria fraqueza, e essa confissão é fruto de um coração sincero. Basicamente, ele está dizendo: “quando eu estava em Nínive, não tinha o amor ágape pelas pessoas, mas Deus tinha e Ele estava comigo. Descobri que, por mim mesmo, não poderia amar o povo de Nínive, mas Deus podia e Ele estava comigo. Eu não queria amar aquele povo, mas Deus queria e Ele estava comigo. Será que Deus não quer, através de você, manifestar Seu amor por algum pecador, mas o seu preconceito e desprezo pelas pessoas estão impedindo que isto aconteça? Será que você consegue reconhecer os seus preconceitos e confessar, de maneira clara e transparente, como o profeta fez?

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Capítulo 19 A Profecia de Miquéias O Livro de Miquéias contém três importantes sermões deste profeta. Ele nasceu e cresceu na zona rural, mas foi chamado por Deus para pregar em Samaria, capital do Reino do Norte, e em Jerusalém, capital do Reino do Sul, a fim de proclamar a Palavra de Deus aos líderes políticos responsáveis pela corrupção moral e espiritual do povo de Deus daqueles reinos. O primeiro sermão de Miquéias (1.3-5) O primeiro dos três sermões de Miquéias foi dirigido a todos os povos da terra como um convite para que testemunhassem o castigo dos reinos do Norte e do Sul, Israel e Judá, respectivamente: “Eis que projeto um mal contra essa família, do qual não tirareis os vossos pescoços, e não andareis altivamente, porque o tempo será mau” (2.3). Este versículo certamente se refere às conquistas babilônicas e assírias, e aos cativeiros que se seguiriam. Através desses cativeiros, Deus castigaria Israel e Judá, o que manifestaria a santidade de

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Deus e a Sua intolerância ao pecado, bem como o Seu amor de Pai fiel para com Seus filhos, mesmo que sejam rebeldes. O castigo que Deus enviaria sobre Seu povo, por causa da idolatria, da imoralidade e do consequente declínio espiritual, seria uma demonstração para todo o mundo de que Deus quer um comportamento puro dos seus filhos. Segundo Miquéias, também a glória de Deus se revelará, através da restauração final do Seu povo, anunciada na última parte do seu primeiro sermão: “Certamente, te juntarei todo, ó Jacó, certamente, congregarei o restante de Israel” (2.12). O segundo sermão de Miquéias (3.1-5.15) O segundo sermão de Miquéias foi dirigido aos sacerdotes, aos profetas e aos líderes políticos. A função básica do sacerdote era ensinar; a do profeta, exortar o povo a obedecer aos mandamentos divinos; quanto ao líder político cabia aplicar as leis morais de Deus. CBI - Encontro com a Palavra

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Nos dias de Miquéias, o obstáculo que impedia a obra de Deus era que os três níveis de liderança da estrutura governamental montada por Deus estavam corrompidos. Ao invés de ensinar ao povo e cumprir a Lei de Deus, os sacerdotes preferiam “ganhar para ensinar” ou “ensinar por interesse” (3.11). Eles estavam transformando o chamado sacerdotal numa profissão e a preocupação básica deles era o ganho, isto é, eles estavam secularizando o sacerdócio. O fato de ensinarem por dinheiro fez deles profissionais apóstatas. Da mesma forma, os profetas comprometiam os seus chamados, quando preferiam “adivinhar por dinheiro” (3.11). Além de terem transformado o chamado de profeta numa profissão, também o transformaram em feitiçaria. Eles pregavam seus próprios sonhos e não as revelações proféticas; usavam a sua reputação para ganhar dinheiro. Dependendo de quanto fosse o pagamento, eles profetizavam coisas boas ou más para vida da pessoa. Os líderes políticos também não escaparam da corrupção: “Os seus chefes dão as sentenças por suborno” (3.11a). Davam parecer favorável ou desfavorável, de acorCBI - Encontro com a Palavra

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do com o dinheiro que recebiam. Como em nossos dias, a corrupção entre líderes políticos e civis sempre esteve presente em todo o mundo. Para Miquéias, quando os sacerdotes ensinavam por interesse, o povo era confundido, porque deixava de aprender a sã doutrina, que é a Palavra de Deus. Quando os profetas adivinhavam por dinheiro, o povo também deixava de ouvir a verdadeira mensagem de Deus. Com a corrupção imperando entre os líderes, o povo se desiludia e perdia a confiança no governo e nas suas leis. Miquéias enfatizou que Deus havia delegado um governo aos homens, o qual seria eficiente se trabalhasse em sintonia com os sacerdotes e os profetas estabelecidos por Ele. Se os seus líderes fossem corruptos, o propósito de governo de Deus falharia. Como os líderes espirituais e políticos do tempo de Miquéias não estavam alinhados com os propósitos de Deus, o profeta atribuía a eles a responsabilidade pelo declínio espiritual e moral da nação. A solução de Deus Depois de enfatizar a falência dos governos de Israel e de Judá, Miquéias, através de uma profecia Livro 4

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messiânica, pregou uma mensagem de esperança para o povo de Deus e para todas as nações do mundo. Ele previu a vinda de Cristo: “E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá o que será Senhor em Israel... Ele se manterá firme e apascentará o povo na força do Senhor, na majestade do nome do Senhor, seu Deus; e eles habitarão seguros, porque, agora, será ele engrandecido até aos confins da terra. Este será a nossa paz” (5.2,4,5a). Onde o governo humano falhou em Jerusalém e em Samaria, a autoridade máxima de Cristo não falhará. Ele trará a paz verdadeira para Seu povo e será o exemplo perfeito de Profeta, Sacerdote e Rei. O final do segundo sermão de Miquéias apresentou Cristo como o Governante Perfeito. Ele liderará um novo Reino, que jamais verá morte nem corrupção. Por causa desta palavra profética é que os discípulos questionavam Jesus sobre quando Ele instituiria o seu Reino perfeito e eterno (Atos 1.6).

alegórica, um julgamento entre Deus e o povo: “Ouvi agora o que diz o Senhor: Levanta-te, defende a tua causa perante os montes, e ouçam os outeiros a tua voz. Ouvi montes, a controvérsia do Senhor, e vós, duráveis fundamentos da terra, porque o Senhor tem controvérsia com o seu povo e com Israel entrará em juízo” (6.1,2). Quando Miquéias, neste julgamento, faz a apresentação da causa diante de Deus, o Senhor traz à memória do povo como Deus usou de bondade, quando o tirou do Egito, através de Moisés, Arão e Miriã (6.4), bem como o povo correspondeu a essa bondade, buscando outros deuses e satisfazendo os seus desejos egoístas. Miquéias defende os homens diante do tribunal de Deus: “Com que me apresentarei ao Senhor e me inclinarei ante o Deus excelso? Virei perante ele com holocaustos, com bezerros de um ano? Agradar-se-á o Senhor de milhares de carneiros, de dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão, o fruto do meu corpo, pelo pecado da miO terceiro sermão de Miquéias nha alma?” (6.6,7). (Capítulos 6 e 7) As referências que Miquéias No terceiro sermão de Mi- faz a respeito dos pecados de Isquéias, ele apresenta, de forma rael, em resposta à bondade de

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Deus, deixam a nação sem poder se defender. Miquéias deixa claro que não haveria nenhuma oferta que fosse suficiente para cobrir os pecados de Israel. O dilema que Miquéias apresentou neste importante julgamento preparou seus ouvintes para a conclusão da sua mensagem: “Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus?” (6.8). Depois de mostrar ao povo o que deveria fazer para que houvesse uma conciliação, Deus mostrou a Miquéias que não havia mais nada que, partindo do homem, pudesse inocentá-lo dos seus pecados, porque somente através da graça que Deus oferece ao coração contrito é que o homem pode ser perdoado, terminando seu terceiro sermão com outra revelação profética para os últimos dias: “As nações verão isso e se envergonharão de todo o seu poder; porão a mão sobre a boca, e os seus ouvidos ficarão surdos. Lamberão o pó como serpentes; como uns répteis da terra, tremendo, virão ao Senhor, nosso Deus, e terão medo de ti” (7.16,17). CBI - Encontro com a Palavra

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Esta é mais uma profecia sobre o Líder Messiânico que governará todas as nações e será misericordioso com Seu povo escolhido: “...O Senhor não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia. Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniquidades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar. Mostrará a Jacó a fidelidade e a Abraão, a misericórdia, as quais juraste a nossos pais, desde os dias antigos” (7.18-20). A mensagem de Miquéias nos apresenta um Deus de compaixão e misericórdia, de amor incondicional. Isto significa que não conquistamos o amor de Deus através de um desempenho positivo, mas somente pela Sua graça. Também não perdemos o amor de Deus por causa de um comportamento negativo. A mensagem do profeta é bem clara e anuncia uma esperança fundamentada no amor e na graça de Deus. Porém, não podemos esquecer que a Sua graça e a Sua misericórdia são inerentes à Sua justiça, a qual só pode ser exercida através da morte de Seu Filho, a fim de que possamos usufruir o amor perfeito e a graça para todo o sempre. Livro 4

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Capítulo 20 A Profecia de Naum Perspectiva Histórica Os autores dos Livros Proféticos do Velho Testamento registraram a conquista de quatro cidades: Jerusalém, Samaria, Babilônia e Nínive. Jerusalém e Samaria eram as capitais dos Reinos do Sul e do Norte, de Judá e de Israel, respectivamente, enquanto Babilônia e Nínive eram as capitais inimigas do povo de Deus. Conforme já vimos no estudo do profeta Jonas, a sua pregação trouxe arrependimento e salvação para a cidade de Nínive. A profecia de Naum proclama a destruição e a ruína dessa mesma cidade, 120 anos depois da sua conversão. Embora o Livro de Jonas tenha registrado o arrependimento daquela cidade, capital da Assíria, onde habitavam os mais cruéis inimigos do povo de Israel, sessenta anos depois os assírios conquistaram o Reino do Norte, o Reino de Israel, e submeteram ao cativeiro as dez tribos que formavam este Reino. Aproximadamente sessenta anos depois do início do cativeiro assírio, Naum profetizou o julga-

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mento e o extermínio da cidade de Nínive. As profecias de Naum foram cumpridas, literalmente, vinte e três anos depois de terem sido anunciadas. Os assírios conquistaram e escravizaram todas as nações mundiais, usando de uma crueldade indescritível e um barbarismo sem precedentes na história, transformando-se num império poderoso, temido em todo o mundo por sua crueldade. O centro do império assírio era a cidade de Nínive, conhecida em todo o mundo como a Cidade Rainha. Sua destruição foi total, como Naum havia profetizado. Naum anuncia a destruição de Nínive (Capítulo 1) O primeiro capítulo do Livro de Naum anuncia a queda de Nínive, cidade localizada entre dois rios, os quais lhe serviam de força e proteção. Apesar disso, Naum profetizou que a queda de Nínive viria através “de uma inundação transbordante”. De acordo com a profecia de Naum, o Senhor faria com que as águas se voltassem CBI - Encontro com a Palavra

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contra aquela cidade, inundando -a e destruindo-a totalmente (1.8). O nome de Naum significa “cheio de consolo”, e sua mensagem trouxe muito conforto para o Reino do Sul. Os assírios já tinham conquistado o Reino do Norte e o Reino do Sul temia que eles se voltassem contra ele, o que acabou acontecendo. Quando os assírios investiram contra o Reino do Sul, conquistaram quarenta e seis cidades fortificadas e levaram duzentas mil pessoas cativas. Estudando o Livro de Isaías, aprendemos que os assírios conseguiram chegar às portas de Jerusalém, mas, pelo ministério de um grande profeta, o Reino do Sul foi salvo. É o que podemos depreender através das palavras consoladoras da profecia de Naum: “Assim diz o Senhor: Por mais seguros que estejam e por mais numerosos que sejam, ainda assim serão exterminados e ele passará; eu te afligi, mas não te afligirei mais” (1.12). Naum descreve a destruição de Nínive (Capítulo 2) No segundo capítulo da profecia de Naum, ele descreveu a queda da cidade de Nínive, com muitos detalhes, citando, inclusive, a cor do uniforme do exército inimigo, o reflexo do sol em seus CBI - Encontro com a Palavra

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escudos (2.3), o avanço das carruagens e os homens nas ruas, tentando escapar da trágica destruição da cidade (2.4,5). Descreve os soldados deixando a cidade e o país, sem mesmo olhar para trás (2.8). A cidade rainha sendo despida e levada em cativeiro: os joelhos tremem, o coração se derrete de dor; o povo fica angustiado e se empalidece (2.10). Esta descrição detalhada da invasão de Nínive mostrou para o Reino do Sul que Deus traria paz e conforto para sua terra, através da destruição da capital dos seus inimigos. Naum defende a destruição de Nínive (Capítulo 3) Naum fez uma lista das razões porque a ira de Deus estava sendo derramada sobre Nínive. Ele acusou os ninivitas de derramarem sangue, mentirem, saquearem cidades e se prostituírem. Os estudiosos da História Antiga afirmam que os assírios deportavam o povo conquistado para outras terras, com o objetivo de destruir o seu espírito nacionalista e, além disso, cometiam atrocidades contra os cativos, como lhes tirar a pele em vida; quando conquistavam uma cidade, matavam parte da população e amontoavam os crânios junto aos portões da cidaLivro 4

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de para aterrorizar os que tinham sobrevivido. Todas as nações na terra tinham passado pelas crueldades dos assírios e, como resposta de Deus às atrocidades daquele povo, Naum pronunciou as seguintes palavras da parte do Senhor: “Eis que eu estou contra ti, diz o Senhor dos Exércitos; levantarei as abas da tua saia sobre o teu rosto, e mostrarei às nações a tua nudez, e aos reinos as tuas vergonhas” (3.5). “Não há remédio para a tua ferida; a tua chaga é incurável; todos os que ouvirem a tua fama baterão palmas sobre ti; porque sobre quem não passou continuamente a tua maldade?” (3.19). A queda de Nínive seria um consolo para todas as nações que viviam sob o terror das suas atrocidades. Naum defende o caráter de Deus Este pequeno livro possui um grande ensino sobre o amor e a ira de Deus. Na Carta aos Hebreus, a palavra grega para ira de Deus tem o significado de “ultrapassar”. A ideia é que o caráter essencial de Deus é o amor, mas há momentos em que a iniquidade e a impiedade do povo levam Deus para o outro lado do Seu caráter, que é a santidade e a justiça absolutas. Neste ponto, Ele “ultrapassa” do amor

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para a ira e o julgamento, porque, afinal, a iniquidade não pode co -existir com a santidade de Deus. Conheci a história de um homem muito bom, gentil e pai amoroso, que teve de ser contido por vários policiais quando, numa delegacia de polícia, foi colocado frente a frente com o homem que tinha estuprado e assassinado sua filha de sete anos. O caráter daquele homem ultrapassou o lado do amor para o lado da ira. Podemos dar a seguinte definição para a ira de Deus: “Uma atitude permanente, consistente e final da absoluta santidade em reação ao pecado e à iniquidade”. Uma outra definição poderia ser assim expressa: “Uma reação devastadora do absoluto amor de Deus em relação àquilo que está destruindo o objeto do Seu amor”. No caso dos assírios, o objeto do amor de Deus eram todas as pessoas que aquele povo bárbaro estava destruindo, entre elas os cativos do Reino de Israel. Como povo de Deus, também podemos ter o consolo e a certeza de que nosso Deus, que é a essência do amor perfeito, por fim “ultrapassará” e expressará Sua ira em nosso favor. Ele destruirá o ímpio, através da absoluta e completa expressão da Sua santidade e justiça. CBI - Encontro com a Palavra

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Capítulo 21 A Profecia de Habacuque Aqueles que não estão familiarizados com o Livro de Habacuque podem achar que ele foi um profeta de muitas perguntas e poucas respostas, já que, nos três breves capítulos do seu livro, ele clama a Deus repetidas vezes com seus “porquês”. Justamente por este motivo, alguns estudiosos chamam Habacuque de “O Profeta Agnóstico”. Uma pessoa agnóstica não acredita em nada daquilo que diz respeito ao conhecimento de Deus. O agnóstico diz: “Eu não sei, você não sabe e ninguém mais sabe. Vale a pena refletir sobre isso!”. A pergunta que eu faria para um agnóstico seria: “Se é impossível saber, como você sabe que não pode saber?”. Estudando os profetas, dissemos que eles eram homens que tinham diferentes modos de vida até receberem o chamado de Deus. Também aprendemos, nos Livros Históricos do Velho Testamento, que Davi nomeou quatro mil sacerdotes para se dedicarem exclusivamente ao louvor e à adoração ao CBI - Encontro com a Palavra

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Senhor, com os instrumentos musicais confeccionados por ele próprio (I Crônicas 23.5). Os levitas, que eram ministros de adoração, através da música, compuseram muitos salmos para o louvor de Deus, e Habacuque foi um deles. A torre de vigia de Habacuque Há quem diga que “pregadores sempre respondem perguntas que ninguém fez”. Talvez tal afirmação se aplique a alguns pregadores; no entanto, seria totalmente incorreto se a aplicássemos a Habacuque. Contemporâneo de Jeremias, Habacuque tinha conhecimento de como aquele profeta estava sendo tratado. Ele pode até ter pensado: “Se o povo de Judá trata assim Jeremias, que é um profeta tão importante, o que poderá fazer comigo, um simples ministro de música, quando anunciar a mensagem de Deus para eles?”. É interessante a forma criativa que Habacuque utilizou para anunciar sua profecia e atrair a atenção do povo de Judá para recebê-la. Livro 4

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Quando Habacuque começou a questionar Deus, fê-lo com as perguntas que estavam no coração do povo. Naqueles dias, os habitantes da cidade de Jerusalém viviam a expectativa da chegada dos exércitos babilônicos. Os homens das torres de vigia da cidade estavam posicionados, prontos para anunciar qualquer sinal ou som que indicasse a aproximação daquele temido exército. Em seu discurso, Habacuque anunciou que construiria uma “torre de vigia espiritual”. Ele se posicionaria nessa torre, de onde faria todas as perguntas para Deus, mantendo-se vigilante e atento às respostas que Deus lhe daria. Imaginemos o povo encorajando Habacuque a ir para sua “torre de vigia”, a fim de fazer a Deus as perguntas que pesavam no coração de toda aquela gente. Habacuque começa seu questionamento, perguntando a Deus por que Ele estava usando a Babilônia, uma nação ímpia, para destruir o povo que Ele mesmo escolhera: “Não és tu desde a eternidade, ó Senhor, meu Deus, ó meu Santo? Não morreremos. Ó Senhor, para executar juízo, puseste aquele povo; tu, ó Rocha, o fundaste

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para servir de disciplina. Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar; por que, pois, toleras os que procedem perfidamente, e te calas quando o perverso devora aquele que é mais justo do que ele?” (1.12,13). Tanto Habacuque, como o restante do povo, tinham consciência de que Deus estava usando os babilônios para punir Judá pelos seus pecados, mas era difícil compreender porque Deus usava uma nação tão ímpia para repreender o Seu povo. Afinal, a impiedade dos babilônios excedia a iniquidade do povo de Judá. Este era o contexto no qual Habacuque vivia, quando colocou diante de Deus as questões que pesavam em seu coração e no coração do povo, por causa da iminente invasão da Babilônia. Habacuque estava vigiando, ouvindo e aguardando as respostas que Deus daria às suas perguntas, por isso, ele anunciou: “Por-me-ei na minha torre de vigia, colocar-me-ei sobre a fortaleza e vigiarei para ver o que Deus me dirá e que resposta eu terei à minha queixa” (2.1). A mensagem de Habacuque Imaginemos o entusiasmo do povo, quando Habacuque anunCBI - Encontro com a Palavra

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ciou que, de sua torre de vigia, já tinha recebido a resposta de Deus! O profeta Habacuque foi muito perspicaz ao escolher esse tipo de abordagem para anunciar sua profecia. Habacuque anunciou que Deus havia respondido às suas perguntas, e a resposta que ele tinha de Deus era que apesar de Ele estar usando a ímpia Babilônia para castigar o Seu povo, esse poderoso império mundial seria destruído. Como já estudamos, o Império Babilônico durou apenas setenta anos. Deus falou para Habacuque, em sua torre de vigia, que os babilônios tinham a semente da destruição em seus corações pervertidos. Basicamente, o que Habacuque ouviu de Deus é o que Jesus ensinou aos seus discípulos, quando falou: “Todos os que lançam mão da espada à espada perecerão” (Mateus 26.52). Eles seriam destruídos pela sua própria crueldade e brutalidade: “Eis o soberbo! Sua alma não é reta nele; mas o justo viverá pela sua fé. Assim como o vinho é enganoso, tampouco permanece o arrogante, cuja gananciosa boca se escancara como o sepulcro e é como a morte, que não se farta; ele ajunta para si todas as naCBI - Encontro com a Palavra

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ções e congrega todos os povos” (2.4,5). Obviamente, neste texto, Deus faz referência aos babilônios, que eram soberbos e cujas almas não eram retas. Somente o justo, aquele que conhece a Deus e que, portanto, vive pela fé em Suas promessas, somente este viveria (2.4). “O justo viverá pela sua fé”(2.4). Este versículo possui mais de uma aplicação. Através desta resposta dada a Habacuque, Deus estava prometendo esperança para Judá; porém, aquele povo precisava crer nas palavras dos profetas. Homens como Isaías e, principalmente, Jeremias, já haviam anunciado que Judá sobreviveria como nação; seu povo voltaria à sua terra; esta era a esperança e a garantia de que a ímpia nação babilônica não teria a vitória final. O justo viveria, se tivesse fé para crer nas promessas de Deus anunciadas pelos Seus profetas. Outra aplicação, também muito importante para este versículo, encontra-se no Novo Testamento, onde o texto de Habacuque é citado três vezes. Vamos dar um salto para o século XVI, para a Reforma Protestante, quando um sacerdote Livro 4

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católico chamado Martinho Lutero meditava neste versículo citado no primeiro capítulo da Carta de Paulo aos Romanos (Romanos 1.17). A teologia da reforma foi articulada pelos comentários de Lutero a respeito das cartas de Paulo aos Romanos, bem como aos Gálatas (Gálatas 3.11). A terceira citação deste versículo, no Novo Testamento, serve de base para o grande capítulo da fé da Bíblia (Hebreus 10.38). O hino de Habacuque Não temos registro sobre o que aconteceu com este corajoso profeta. Quando cidades, como Jerusalém, eram conquistadas, geralmente, parte da população era aniquilada e os sobreviventes eram acorrentados e levados cativos. Apesar de saber que a conquista babilônica era iminente e que duraria setenta anos, Habacuque terminou sua mensagem com um hino de louvor. Ele não sabia o que o futuro lhe reservava, mas sabia qual seria o futuro de Judá como nação. Ele acreditava nas promessas de que o remanescente de Judá retornaria depois de setenta anos, que a Babilônia cairia e que aquele povo continuaria a ser o povo escolhido de Deus.

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Habacuque começou sua profecia com o que parecia ser um suspiro de desespero e dúvida, mas a finaliza com um hino de louvor, de adoração e de esperança, mostrando ao povo de Deus, de todos os tempos e culturas, como transformar um suspiro de desespero e dúvida em um hino de louvor. Existem pessoas oportunistas, que usam Deus quando lhes convém, mas o hino de Habacuque retrata a face oposta dessas pessoas, porque retrata o perfil de um homem de fé, que conhecia Deus, e sabia que Ele jamais mudaria os Seus planos de trazer o Messias, através do Seu povo. Se as palavras de Deus eram verdadeiras, como Habacuque acreditava, o povo de Deus não seria abandonado. Ele poderia até ir para o exílio e ser castigado pelos seus pecados, mas jamais seria exterminado. Todas as profecias referentes ao Messias seriam cumpridas. Como Jó que, no auge do seu sofrimento, recebeu de Deus uma revelação maravilhosa; bem como o profeta Jeremias, quando compôs o Livro de Lamentações, Habacuque também teve a inspiração de Deus para compor um hino, no momento mais difícil de CBI - Encontro com a Palavra

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sua vida. O texto abaixo (Habacuque 3.2,17-19) é um pequeno trecho do hino composto por este profeta: “Tenho ouvido, ó Senhor, as tuas declarações e me sinto alarmado; aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida; na tua ira, lembra-te da misericórdia. Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha fortaleza e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente”. Aplicação pessoal Poucos de nós enfrentam o tipo de crise que Habacuque enfrentou; porém, às vezes, somos sobressaltados por problemas

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muito angustiantes. Diante de tais situações, temos duas alternativas: ou colocamos toda a nossa própria energia física, emocional e espiritual no problema, ou construímos nossa torre de vigia espiritual e ficamos esperando para ver como Deus vai trabalhar. Fiquemos vigiando, até que percebamos sinais de que Deus está trabalhando em nossas vidas. Então, como Habacuque fez, adoremos a Deus! Você já construiu sua torre de vigia espiritual, um lugar onde você vigia, espera e ouve Deus? O Livro de Habacuque nos ensina que podemos – e devemos - construir uma torre de vigia espiritual e de lá questionar Deus, que vai nos responder, enquanto esperamos em silêncio. Um velho pastor disse: “Já ouvi pessoas dizerem que hoje Deus não fala conosco como falava nos tempos de Habacuque; o mais certo seria dizer que hoje o povo de Deus não O ouve mais, como costumava ouvir nos dias deste profeta e ministro de louvor tão talentoso e temente a Deus”.

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Capítulo 22 A Profecia de Sofonias Assim como o profeta Joel, Sofonias também foi profeta do “Dia do Senhor”. A diferença é que Joel enfatizou o Dia do Senhor do tempo passado, presente e futuro, enquanto Sofonias concentrou sua profecia exclusivamente no último Dia do Senhor, profetizado por Jesus, pelos profetas e pelos apóstolos. Em que consiste o Dia do Senhor (Capítulo 1) Quando Sofonias pregou sobre o Dia do Senhor, ele descreveu um acontecimento catastrófico, envolvendo toda a criação. Através de Sofonias, Deus anunciou: “De fato, consumirei todas as coisas sobre a face da terra, diz o Senhor. Consumirei os homens e os animais, consumirei as aves do céu e os peixes do mar, as ofensas com os perversos; exterminarei os homens de sobre a face da terra, diz o Senhor” (1.2,3). De acordo com Sofonias, o Dia do Senhor será cataclísmico e não se refere somente ao povo de Judá ou aos dominadores babilônicos; esse dia atingirá todo homem e animal so-

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bre a face da terra, assim como pássaros e peixes do mar. Como outros profetas, Sofonias também mesclou profecias referentes ao último Dia do Senhor com as profecias sobre o cativeiro babilônico: “Estenderei a mão contra Judá e contra todos os habitantes de Jerusalém; exterminarei deste lugar o resto de Baal, o nome dos ministrantes dos ídolos e seus sacerdotes. No dia do sacrifício do Senhor, hei de castigar os oficiais e os filhos do rei, e todos os que trajam vestiduras estrangeiras. Castigarei também, naquele dia, todos aqueles que sobem o pedestal dos ídolos e enchem de violência e engano a casa dos seus senhores” (1.4,8,9). Sofonias uniu-se, profeticamente, a Miquéias ao por sobre os líderes espirituais e políticos a culpa e a condenação pela apostasia espiritual e pela corrupção moral do povo. De acordo com eles, o julgamento que Deus faria vir sobre todo o povo era consequência da negligência dos líderes políticos e espirituais. Esse julgamento de CBI - Encontro com a Palavra

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Deus, que atingiria desde os líderes até o povo, mostra a importância e a responsabilidade que os líderes têm diante de Deus pelo bem estar dos que estão sob a sua liderança. O caráter do Dia do Senhor (Capítulo 2) Apesar de Sofonias ter enfatizado o julgamento de Deus sobre Judá, por causa de seus pecados, ele também profetizou a respeito do Dia do Senhor sobre todas as nações, principalmente sobre aquelas que perseguiram o povo de Judá. Sofonias anunciou que, no grande e terrível Dia, todos os homens darão conta de suas obras e Deus lhes dará uma sentença final. Ele proclamou que apenas aqueles que adorarem ao único Deus verdadeiro escaparão da ira de Deus naquele grande e terrível Dia. Nesse contexto, Sofonias exortou as nações a se arrependerem: “Concentra-te e examina-te, ó nação que não tens pudor, antes que saia o decreto, pois dia se vai como a palha; antes que venha sobre ti o furor da ira do Senhor, sim, antes que venha sobre ti o dia da ira do Senhor. Buscai o Senhor, vós todos os mansos da terra, que cumpris o seu juízo; busCBI - Encontro com a Palavra

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cai a justiça, buscai a mansidão; porventura, lograrei esconder-vos no dia da ira do Senhor” (2.1-3). Apesar de Deus ter usado as nações ímpias como instrumento de castigo sobre Judá, essas nações continuaram fora do concerto do Deus único e verdadeiro. Pela pregação de Sofonias elas são chamadas ao arrependimento, para serem salvas do fogo do Dia do Senhor. O cataclismo do Dia do Senhor será provocado pelo pecado e pela falta de temor a Deus das nações. Por isso, Sofonias adverte contra o pecado da luxúria, da indiferença, da falta de fé, da desobediência, da rebelião e da falta de temor a Deus, tanto de Judá, como das nações ímpias. Sofonias prevê que o julgamento de Deus virá sobre as nações localizadas junto ao mar e que “o litoral pertencerá aos restantes da casa de Judá; nele apascentarão os seus rebanhos... porque o Senhor, seu Deus, atentará para eles e lhes mudará a sorte” (2.7). Sofonias também pregou contra Moabe e Amom, os etíopes e os assírios para mostrar que essas nações sem temor de Deus não sobreviverão ao julgamento do Senhor. Livro 4

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A nova criação no Dia do Senhor (Capítulo 3) Apesar de Sofonias repreender Judá por causa da corrupção de seus líderes e por resistirem a Deus (3.1-4), mostrando que o cativeiro babilônico seria a consequência desse comportamento, também teve uma palavra de esperança para o último Dia do Senhor. Nesse Dia todas as nações da terra reconhecerão que o Senhor é Deus (3.8-11) e o remanescente de Israel será encontrado fiel: “Os restantes de Israel não cometerão iniquidade, nem proferirão mentira, e na sua boca não se achará língua enganosa, porque serão apascentados, deitar-se-ão, e não haverá quem os espante” (3.13). Sofonias pregou que, apesar de Judá ser incapaz de se manter fiel ao seu Deus, o Senhor o preservaria e o traria do cativeiro; que nos últimos dias haveria um

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remanescente fiel a Ele, uma nova criação. Nos livros de Esdras e Neemias, e nos últimos três Profetas Menores, que ainda estudaremos, temos registrado o cumprimento parcial desta profecia. Ageu, Zacarias e Malaquias, que pertencem ao período pós-cativeiro, ministram aos sobreviventes que retornam da Babilônia. Em razão da profecia de Sofonias enfocar, principalmente, o último Dia do Senhor, muitos estudiosos acreditam que sua profecia sobre um remanescente, que é manso, humilde e justo está cumprida na Igreja de Jesus Cristo. Todos os profetas eram judeus e Paulo escreve que todos os gentios que nasceram de novo são filhos de Abraão (Gálatas 3.7). Paulo também se tornou um profeta quando previu que Deus traria novamente para Si a nação judaica e “todo Israel seria salvo” (cf. Romanos capítulos 9-11).

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Capítulo 23 A Profecia de Ageu Todos os profetas que estudamos até agora viveram e pregaram antes ou durante o cativeiro babilônico. Os profetas Ageu, Zacarias e Malaquias são chamados “Os Profetas Pós-Cativeiro”, porque pregaram para aqueles judeus que retornaram do cativeiro na Babilônia. A fim de obter uma visão do cenário histórico no qual estes três profetas viveram, leia o Livro de Esdras, que trará à sua memória o que já estudamos sobre os três diferentes retornos do cativeiro babilônico para Jerusalém. Ageu e Zacarias pregaram para os exilados que faziam parte do primeiro grupo de judeus que retornou do exílio. Este primeiro retorno ocorreu logo após a queda do Império Babilônico pelos medos e persas, o qual foi descrito em detalhes pelos autores bíblicos, e teve como objetivo principal a reconstrução do Templo de Salomão, sendo este o enfoque das mensagens daqueles profetas. Em cumprimento à maravilhosa profecia de Isaías, Ciro, o grande, imperador persa, decretou CBI - Encontro com a Palavra

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que todos os exilados tinham permissão de voltar para Jerusalém com o material necessário para a reconstrução do Templo. Embora Deus tenha usado Ciro para a realização deste decreto, sua concretização não foi fácil. Eram 50 mil refugiados maltrapilhos trabalhando, semelhantes aos que vemos nos dias atuais, a quem não é atribuída nenhuma glória. Aqueles homens haviam feito parte de um forte exército de 600 mil soldados, temidos por todos, como no tempo da conquista das cidades fortificadas de Canaã (Josué 2.9-13). Agora eles não representavam mais um exército e sequer eram uma nação; tudo isso aliado à decepção de descobrir que a terra deles tinha sido ocupada por povos pagãos que não os queriam ali. Foi neste cenário que os profetas Ageu e Zacarias ministraram. A mensagem de Ageu O povo que os exilados encontraram na Judéia e em Jerusalém eram nações que também tinham sido conquistadas pelos babilônios Livro 4

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e sido deportadas de seus países para a terra de Judá, as quais eram hostis à idéia de reconstrução do Templo. Eles acreditavam que havia algo no Templo que, no passado, tinha feito dos judeus uma forte nação; por isso, perseguiam e perturbavam o povo de Judá para que a reconstrução não fosse iniciada. Por quinze anos o povo sofreu ameaças, até que, por fim, a obra foi interrompida. O povo, desanimado, desviou-se do objetivo de sua missão e se envolveu na construção de suas próprias casas. Neste contexto, entra em ação o profeta Ageu. Lembre-se que a função de um profeta era proclamar contra qualquer obstáculo que impedisse a obra de Deus, até que fosse removido e a obra fosse concluída. Ageu pregou pelo menos quatro sermões muito oportunos e importantes, até que o povo foi despertado e a reconstrução do Templo foi concluída. Primeiro sermão de Ageu: “Focalize suas prioridades” (Capítulo 1) Metade do Livro de Ageu registra e descreve os resultados do seu primeiro sermão, em que desafiava o povo de Judá: “Considerai os vossos caminhos” (1.7) Toda a mensagem da Bíblia poderia ser

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sintetizada na frase: “Deus em primeiro lugar”. O desafio de Ageu para aqueles exilados era, essencialmente, este: “Vejam como vocês estão usando o tempo; vocês têm tempo para construírem suas casas, mas não têm tempo para edificarem a casa de Deus”. Deus disse, através de Ageu: “Esperaste o muito, e eis que veio a ser pouco, e esse pouco, quando o trouxeste para casa, eu, com um assopro o dissipei. Por quê? Por causa da minha casa, que permanece em ruínas, ao passo que cada um de vós corre por causa de sua própria casa” (1.9). No versículo 6, Ageu diz que eles recebiam o salário “para pô-lo num saquitel furado”. Quando ele desafiou o povo a considerar os caminhos de Deus, também afirmou que era Deus quem estava causando os furos nos seus saquitéis. Ageu desafiou aqueles exilados a considerarem o que eles estavam fazendo; por eles terem se desviado da sua prioridade, Deus mandou uma seca e, com ela, a fome (1.10,11). Todo o trabalho deles foi inútil em consequência de não terem colocado Deus em primeiro lugar. Com certeza, Ageu foi um pregador convincente, porque sua paCBI - Encontro com a Palavra

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lavra levou o povo a focalizar suas prioridades na conclusão das obras do Templo. A segunda parte do primeiro sermão de Ageu é a resposta à obediência do povo, que pode ser resumida no versículo 13: “Eu sou convosco, diz o Senhor”. Depois que o povo restabeleceu suas prioridades e colocou o plano de Deus em primeiro lugar, Deus ficou do seu lado e o abençoou. Segundo sermão de Ageu: “Focalize sua perspectiva” (2.1-9) O Templo de Salomão foi construído com material de muito valor, como ouro, prata e jóias preciosas; era um templo glorioso, construído com todo o esplendor do reinado de Salomão, totalmente diferente da reconstrução feita pelos pobres refugiados de Judá, pois o único material que eles tinham eram as ruínas do antigo e o que havia sido fornecido por Ciro. Muitos dos que estavam participando dessa reconstrução haviam nascido no exílio e não conheceram o primeiro Templo, mas os mais velhos choravam, porque não acreditavam que o novo Templo não seria tão glorioso quanto o primeiro (Esdras 3.12). No segundo sermão, Ageu enfrentou a tristeza e o desânimo CBI - Encontro com a Palavra

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dos refugiados, ensinando que a importância do Templo era espiritual e não material e lembrou que o Tabernáculo erguido no deserto era uma tenda. Também os fez lembrar que o Espírito de Deus estava com eles. Além disso, Ageu exortou o povo a focalizar a sua perspectiva. A palavra “perspectiva” significa “olhar através de”. Em certos trechos, a Bíblia nos exorta a ativarmos nossa memória; em outros, porém, nos ensina a esquecer o que ficou para trás. Às vezes, olhar para trás é maléfico para nós; por isso, Deus usa Ageu para nos desafiar a ter uma “visão objetiva”, que não enquadra aos obstáculos ao nosso redor. A visão objetiva focaliza o presente e o futuro, e o que Deus quer que façamos para Ele. Esta é a essência da mensagem do segundo sermão de Ageu. Terceiro sermão de Ageu: “Focalize sua motivação” (2.10-19) Provavelmente, o povo achou que assim que começasse a reconstrução do Templo veria a bênção prometida na segunda parte do primeiro sermão de Ageu sobre seu trabalho, mas aqueles homens trabalharam durante todo o outono e Livro 4

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o inverno e as bênçãos ainda não os havia alcançado. Diante disso, o Senhor desafiou o povo com duas perguntas, que eram respondidas pelos sacerdotes: “se alguém leva carne santa na orla de sua veste, e ela vier a tocar no pão... ou em qualquer outro mantimento, ficará isso santificado?” (2.12). A esta pergunta os sacerdotes responderam “não”. Em seguida, perguntou: “Se alguém que se tenha tornado impuro... tocar nalguma destas cousas, ficarão elas imundas?” (2.13). A isto os sacerdotes responderam “sim”. Com estas perguntas e respostas, Ageu ilustrou a mudança pela qual o povo havia passado, desde que retornara do exílio. Antes, o povo tornava impuro tudo o que tocava, em consequência de seus pecados; depois do exílio, porém, aquele mesmo povo havia sido purificado e suas ações, durante a reconstrução do Templo, eram consideradas santas. Eles precisavam entender que a santidade não pode ser transmitida, como acontece com o pecado, pois a santificação é um processo gradual que acontece em nossas vidas. Se recebêssemos as bênçãos em decorrência da nossa

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obediência, elas seriam entendidas como resultado das nossas obras e não da Sua graça. Nossa motivação para sermos santos deve ir além da reverência a Deus ou do desejo por bênçãos. Em seu terceiro sermão, Ageu estava desafiando o povo a focalizar sua motivação na obra de restauração do Templo; na obra de Deus. Quarto sermão de Ageu: “Focalize seus temores” (2.21-23) Quando o povo retornou para Jerusalém, sentia-se desprotegido. Depois de setenta anos de cativeiro, temia ser escravizado novamente. O quarto sermão de Ageu abordou esses temores; ele trouxe esperança, anunciando que Deus subjugaria as nações. Neste sermão, Ageu profetizou que Deus ia abalar céus e terra até que só restasse aquilo que não pode ser abalado. O autor da Carta aos Hebreus faz uma citação de Ageu, quando diz que nós recebemos um reino que não pode ser abalado (Hebreus 12.26-28). Esta é a essência do quarto sermão de Ageu. Aplicação pessoal Busque hoje uma aplicação para sua vida, na pregação deste CBI - Encontro com a Palavra

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grande profeta. Quais são as suas prioridades? Deus tem abençoado o seu trabalho? Como vão as coisas na sua vida espiritual? A pior parte do julgamento de Deus nessa questão das prioridades equivocadas dos exilados foi que Deus enviou sobre a terra deles uma seca, que fez com que o trabalho não prosperasse. Você já passou por algum tipo de seca espiritual? Se Deus não está abençoando o trabalho das suas mãos, se você se encontra numa seca espiritual, a mensagem de Ageu é para você: “Considerai os vossos caminhos” e “considerai os caminhos de Deus”. Qual é a sua perspectiva? Será que ela é objetiva ou você está sempre olhando para trás e com-

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parando as obras passadas da sua vida? Deus quer que você focalize aquilo que Ele está fazendo em sua vida hoje e no que fará amanhã. Quais são suas motivações para servir ao Senhor? Quando você serve ao Senhor, você espera por bênçãos imediatas? Será que você faz a obra de Deus esperando recompensas instantâneas? Quais são os seus temores? Ageu se junta a Pedro, quando nos afirma que podemos lançar sobre Ele todas as nossas ansiedades, porque Ele tem cuidado de nós (I Pedro 5.7). Agora que você já leu a profecia de Ageu, deixe que sua fé focalize suas prioridades, sua perspectiva, suas motivações e seus temores.

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Capítulo 24 A Profecia de Zacarias Imagine a seguinte cena: Ageu, o velho profeta, pregando seus sermões, e o jovem profeta Zacarias, argumentando com ele: “Ageu, o povo está muito indefeso, muito vulnerável. Eles estão desanimados e sem esperança, quase desesperados, e quando o povo está assim, precisa de palavras de ânimo. Não basta dizer: 'Sejam fortes! Mãos à obra!'. Em tempos de crise e de desesperança, parece que a única coisa que o povo consegue ver à sua frente são os problemas e as dificuldades”. Naquele tempo, os profetas também eram chamados de “videntes”, porque podiam “ver” Deus trabalhando, por trás e além da crise. Um vidente via o que outros não viam, porque era um vidente de Deus. Zacarias é um exemplo marcante na Bíblia do “profeta vidente”. Zacarias acreditava que o povo quebrantado de Judá precisava de uma visão da parte do Deus Onipotente; ele tinha esta visão e ela poderia fortalecer aquele povo. Deus usou a pregação de

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Zacarias para dar àquela gente desanimada, triste e sem esperança uma visão da parte dEle. O estilo literário de Zacarias A profecia de Zacarias baseiase em oito visões, que ele compartilhou com os exilados de Judá, e hoje é compartilhada comigo e com você. Para iniciar o estudo do Livro de Zacarias, vamos, em primeiro lugar, enfocar o problema que era a fonte do desânimo e da tristeza dos judeus sobreviventes do cativeiro. Depois, vamos remover o véu imaginário e descobrir a forma de Deus trabalhar por trás deste véu. Zacarias faz isso oito vezes em seu livro, e este é o estilo literário do Livro de Zacarias. A mensagem de Zacarias A mensagem de Deus, através de Zacarias, foi esta: “Tornai para mim e eu tornarei para vós” (1.3). A volta de judeus para a Palestina, que está acontecendo atualmente, é semelhante a que aconteceu com os exilados, naquela época, e que foi anunciada por vários profetas. CBI - Encontro com a Palavra

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Através da pregação de Zacarias, Deus falou também do retorno espiritual daquele povo e não apenas de sua volta à cidade de Jerusalém e para o Templo; Deus queria que o povo voltasse para Ele. Sabemos que até hoje o povo judeu, em sua maioria, ainda não retornou para Deus; mas, Zacarias, outros profetas e o apóstolo Paulo previram o retorno espiritual e a salvação de todo Israel (Isaías 59.20,21, Zacarias 8.20-23; Romanos 11.26). Zacarias usou a expressão “Senhor dos Exércitos” mais de cinquenta vezes, apresentando Deus como o Senhor dos Exércitos celestiais e de todas as forças que equilibram a natureza, que Ele usa para o cumprimento do Seu propósito no mundo. Esta expressão sintetiza toda a profecia de Zacarias, porque em todas as suas visões ele viu Deus como o “Senhor dos Exércitos”, sempre que o povo estava política e militarmente enfraquecido. Zacarias viu o Senhor dos Exércitos trabalhando em favor do Seu povo de três maneiras: a primeira, o próprio Deus como o Senhor dos Exércitos; a segunda maneira que Deus usou para trabalhar em favor daquele povo e fazê-lo voltar para Ele, foi através do “Renovo”. Depois de Isaías, o LiCBI - Encontro com a Palavra

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vro de Zacarias é o que mais possui profecias messiânicas. Quando o Messias veio, em cumprimento à profecia de Zacarias, Jesus Cristo disse, de maneira clara e enfática: “Eu sou o caminho (para Deus)... e ninguém vem ao Pai senão por mim!” (João 14.6). A terceira maneira está no capítulo 4, versículo 6: “Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos.” Zacarias previu o grande milagre do Pentecostes e todas as bênçãos sobre o povo de Deus, a partir daquele acontecimento. Desta forma, ele mostrou o trabalho do Deus Trino: o Senhor dos Exércitos, o Deus Pai; o caminho que conduz ao Pai, através do Renovo, o Filho, e o derramamento do Espírito Santo, no Pentecostes, depois que o povo se voltasse para o Pai, através do Filho. As oito visões de Zacarias A palavra grega “apocalipse” significa “revelação”; portanto, neste contexto, “apocalipse” significa “revelação de algo que só poderia acontecer com a retirada do véu”. Zacarias remove o véu oito vezes e revela o que Deus estava fazendo. Deus deu oito visões a Zacarias para que fossem anunciadas àquele povo Livro 4 103

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impotente e desanimado, a fim de quer nos levar para um novo lugar, que ele fosse fortalecido e recebesse na maioria das vezes, começamos esperança. a criar obstáculos. Preocupamonos muito com segurança e estaPrimeira visão: o lugar de sombras bilidade; queremos viver seguros e (1.7-17) tranquilos em nossos ninhos, sem De acordo com alguns estu- precisar mudar de um lado para diosos da Bíblia, o homem que é outro. Entretanto, devemos estar visto de pé entre as árvores repre- prontos para deixar antigos lugasenta o difícil período de transição res, a fim de sermos conduzidos entre o retorno da Babilônia para por Deus para lugares novos. Por Jerusalém e o desafio de trans- isso, o chamado de Deus, geralformar um montão de entulho no mente, é feito em duas etapas: um novo Templo. A dura realidade de puxão para frente e um empurrão não ser mais uma nação, mas ape- por trás! Em outras palavras, Deus nas um bando patético de míseros nos arranca para fora de uma sirefugiados era sombria e desani- tuação já estabelecida e nos leva madora. Sem dúvida, era um difí- para um lugar novo. Você já pascil período de transição. sou por uma experiência deste Quando Zacarias removeu o tipo? Isto é um milagre de Deus véu, revelou o que ele chamou de que costumo chamar de “interven“O Vigia”, o Senhor dos Exércitos. ção divina”. Deus sabia o que estava aconteQuando estamos entre o velho cendo e acompanhava cada passo e o novo, nosso Deus vem e nos do Seu povo. Foi o próprio Deus puxa para um período de transiquem, de maneira sobrenatural, ção; depois, Ele nos alinha, de fordeu fim ao cativeiro babilônico. No ma que possamos nos estabelecer devido tempo e do Seu modo Ele na nova situação, deixando Deus iria cumprir todos os Seus planos fazer o que Ele quer conosco e com para com aquele povo e promover nossos ministérios. Veja o milagre uma restauração completa: o re- na vida do povo de Israel, descrito torno para a Terra Santa e para Si em Deuteronômio 6.22,23: “Aos mesmo. nossos olhos fez o Senhor sinais Quando Deus quer fazer algo e maravilhas grandes e terríveis, novo em nossas vidas, quando contra o Egito e contra Faraó e

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toda a sua casa; e dali nos tirou, para nos levar e nos dar a terra que sob juramento prometeu a nossos pais”. Segunda visão: os quatro chifres (1.18-21) Chifres na Bíblia são símbolos de poder. O segundo obstáculo que Zacarias viu detrás do véu, que alimentava a insegurança do povo de Deus, era o poder dos impérios mundiais que os tinha conquistado e escravizado, quando aquele povo era uma nação forte, e o temor de que pudessem fazê-lo novamente. Quando Zacarias removeu o véu e revelou ao povo o que estava por trás dele, renovou-lhe a coragem e a esperança. Por detrás do véu, havia a revelação dos poderes mundiais que o Senhor dos Exércitos usaria para destruir os “chifres”, ou potências que eles tanto temiam. Terceira visão: a cidade de Jerusalém (2.1-4, 10-13) Um empecilho que se tornara visível era todo aquele entulho que antes tinha sido a bela cidade de Jerusalém. Quando Zacarias retirou o terceiro véu, viu que o que estava por trás dele era a cidade CBI - Encontro com a Palavra

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de Jerusalém linda e restaurada. Ele contou a revelação ao povo e mostrou-lhe que todo aquele entulho seria uma cidade tão grande que não poderia ser medida. Uma Jerusalém que não necessitava mais de muros, porque era protegida pelo Senhor dos Exércitos. A cidade de Jerusalém e o Templo foram restaurados e se transformaram na cidade e no Templo tantas vezes visitados por Jesus. Quase quarenta anos depois de Jesus, Jerusalém foi novamente destruída, pelo imperador romano, e novamente restaurada nos moldes que a conhecemos hoje. Toda a liturgia de ofertas de animais sacrificados foi abandonada, quando Roma destruiu Jerusalém, em 70 d.C. A profecia de Zacarias foi parcialmente cumprida, quando Jerusalém foi restaurada antes da era de Cristo e, depois, na terrível destruição pelos romanos. Porém, o cumprimento total desta profecia será a Nova Jerusalém descrita pelo apóstolo João (Apocalipse 21.2). Quarta visão: o acusador dos irmãos (3.1,2,8-10) O problema enfocado por Zacarias, que tirava o ânimo dos exilados, foi a visão de Josué: o sumo Livro 4 105

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sacerdote usando vestes sujas e sendo acusado por Satanás. A terrível mancha do pecado da idolatria, perdoado e purificado através da experiência do cativeiro, muito provavelmente foi o motivo das acusações do diabo. Satanás, o acusador, usa as consequências ou manchas dos pecados que já foram perdoados para, dia e noite, acusar os cristãos. O Livro do Apocalipse afirma que, quando o acusador for derrotado, virá a salvação, o poder, o Reino do nosso Deus e a autoridade de Cristo (Apocalipse 12.10). Quando Zacarias remove o véu, vê o Senhor dos Exércitos, a expressão do amor e do poder de Deus, que se manifestaria através do Messias, “O Advogado”, o Espírito Santo, e os milagres que acontecerão na Segunda Vinda de Jesus Cristo.

Templo e suas próprias vidas em ruínas, fazia com que se sentissem desqualificados para professarem a Palavra de Deus. Você já se sentiu num deserto espiritual, que pode ser uma doença, uma depressão, ou outra forma qualquer de luta em que o diabo o acusa? Nessas horas difíceis você nunca ouviu um “sussurro” em seu ouvido, dizendo: “E você, hein? Era para ser exemplo para todo mundo, o sal da terra, a luz do mundo. Olha aí no que deu!”. Já ouviu isso alguma vez? Quando Zacarias removeu o véu, viu o Espírito Santo representado pelo vaso de azeite: “Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (4.6). Esta visão dava ao profeta a certeza de que Deus, através do Espírito Santo, capacitaria aquele povo, a fim de cumprir o Seu chamado. Como o Quinta visão: o candelabro de profeta Joel, Zacarias profetiza a ouro e o vaso de azeite (4.1-7) respeito do Dia de Pentecostes. Nesta visão, outro problema contribuía para que o ânimo dos Sexta visão: o rolo voador (5.1-4) judeus exilados estivesse em baiNesta visão, a dificuldade xa: o não cumprimento da respon- eram todas as forças malignas que sabilidade que Deus lhes havia os exilados enfrentaram na volta dado, de compartilhar a Sua Pala- para Jerusalém. É fácil, às vezes, vra com todo o mundo. Toda aque- mas não é sábio, ficarmos inertes la situação: a cidade destruída, o diante das dificuldades, paralisa-

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dos pelo poder do mal. A pressão, aliada ao poder do diabo, estava convencendo o povo de Deus de que as forças do bem jamais superariam o mal. Quando Zacarias removeu o véu imaginário, viu e revelou ao povo, através da sua pregação, que o Senhor dos Exércitos capacitaria o Seu povo para vencer aquelas forças. De acordo com essa visão, Deus controla, limita e, de alguma forma, usa o mal para Sua glória e para o cumprimento dos Seus propósitos. Mesmo não havendo nada de bom a respeito do mal, Deus usa o mal para o bem do Seu povo (Isaías 45.7; Romanos 8.28). Sétima visão: uma mulher sentada sobre um efa (5.5-11) O problema focalizado por Zacarias nesta visão foi a desonestidade nos negócios deste mundo. Quando Zacarias removeu o véu, revelou que aquela desonestidade está controlada pelo Senhor dos Exércitos e, por fim, será contida por Ele. Nem sempre podemos explicar a malignidade ou como ela acontece, mas sabemos que Deus usa o mal para atingir os Seus propósitos e glorificar o Seu nome. Assim como um joalheiro usa um CBI - Encontro com a Palavra

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veludo preto para expor seus diamantes, Deus usa o mal, como pano de fundo, para expor ao mundo o Seu amor incondicional. Este amor foi manifestado através do perdão e do livramento do cativeiro e, também, pela salvação, através da qual podemos voltar para Deus. Oitava visão: os quatro carros (6.1-8) A dificuldade focalizada por Zacarias na oitava visão, que alimentava a falta de esperança e os temores do povo de Deus, era a corrupção e a ausência de fé no governo humano. Hoje, em todo o mundo, há muita corrupção no meio político, por isso as pessoas, de modo geral, não confiam em seus governos, em seus líderes políticos. O que Zacarias viu por trás do véu foi semelhante à mensagem de Miquéias: que a forma perfeita de governo está no Reino de Deus. Até que venha o Rei dos reis e Senhor dos senhores não haverá nenhum governo livre de algum tipo de corrupção. Entretanto, como nas duas visões anteriores, a mensagem é que Deus está no controle de toda circunstância. O Senhor dos Exércitos é Soberano; o governo do Reino de Deus é e será sempre bem Livro 4 107

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estruturado, organizado e perfeita- Milenar, concentrará em Si as funmente harmonioso. ções de Profeta, Sacerdote e Rei. Algumas profecias de ZacaAs profecias messiânicas de rias previram o Primeiro Advento Zacarias do Messias: 3.8; 9.9-17; outras Muitos líderes do povo de o Seu Segundo Advento: 6.12; Deus não acreditaram nas profe- 8.20-23; 14.1-9. Uma destas cias a respeito do Messias Liber- referências é a profecia que fala tador e, com isso, desanimaram do retorno espiritual dos judeus. aqueles que acreditavam. As pro- Teólogos tradicionais acreditam fecias messiânicas de Zacarias que esta profecia já foi em parte mostraram que Deus, por fim, en- cumprida no Dia de Pentecostes, tronizará o Rei dos reis e Senhor e que terá seu total cumprimento dos senhores, que, no Seu Reino nos últimos dias (8.20-23).

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Capítulo 25 A Profecia de Malaquias Temos presenciado inúmeros casos de líderes espirituais fracassados, moral e espiritualmente. O último livro do Velho Testamento, o de Malaquias, tem uma mensagem para esses líderes. Oséias 4.9 diz: “Como é o povo, assim é o sacerdote”; por essa razão, a queda de um líder espiritual tem efeito devastador sobre o povo e a obra de Deus, pois denigre a Sua glória. Malaquias descreve os passos para a queda de um líder espiritual com o propósito de mostrar aos líderes do povo de Deus como se prevenir contra esse processo mortal e restaurar os seus relacionamentos com Deus, depois de caírem. Malaquias surgiu no cenário profético depois de Ageu, cerca de cem anos depois de Zacarias e dez anos após Neemias. A situação que ele enfrentou era a mesma que Neemias tinha enfrentado: casamentos desastrosos em grande escala e imoralidade e corrupção entre os sacerdotes (Neemias 13.23-25). Malaquias juntou-se a outros profetas, abordando estes problemas entre os sacerdotes, e CBI - Encontro com a Palavra

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dirigiu grande parte de sua mensagem aos pastores e líderes espirituais do povo de Judá. Este corajoso profeta acusou os sacerdotes de deixarem os caminhos de Deus, de não Lhe obedecerem e de levarem muitos ao pecado, através de seus conselhos, que nada tinham a ver com os padrões de Deus. De acordo com Malaquias, o comportamento desses sacerdotes era vergonhoso e seus ministérios eram uma imitação grotesca do que deveria ser o ministério de um verdadeiro sacerdote (2.7-9). Malaquias foi profeta numa época em que o povo de Deus possuía uma forma de religião vazia, sem um relacionamento verdadeiro com Deus. Espiritualmente, eles eram frios e apáticos, e afligiam aqueles que profetizavam a verdade. A profecia de Malaquias, portanto, serviu como um alerta para os líderes espirituais do povo de Judá. O último profeta do Velho Testamento não pregou sobre suas visões, como fez Zacarias ou como Ageu, que desafiou o povo a consLivro 4 109

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truir o Templo de Deus. Em Malaquias há uma mensagem para que o povo tivesse um relacionamento verdadeiro de amor com Deus, embora os sacerdotes e o povo de Judá não estivessem interessados em conhecer ou amar a Deus. Assim como Oséias, o conceito de Malaquias era que o povo estava cometendo adultério espiritual com este mundo contra Deus. Quando Jesus Cristo mandou o apóstolo João escrever uma carta à primeira geração da Igreja, na cidade de Éfeso, Ele os repreendeu por terem “deixado o seu primeiro amor” (Apocalipse 2.4). O impedimento à realização da obra de Deus, abordado pelo profeta Malaquias, estava no fato de o povo de Judá, principalmente sua liderança, ter deixado o seu primeiro amor, desprezado seu relacionamento com Deus e estarem vivendo em pecado. Ele começa sua profecia com estas palavras: “Sentença pronunciada pelo Senhor contra Israel, por intermédio de Malaquias. Eu vos tenho amado, diz o Senhor” (1.1,2). Muitas pessoas acham que só o Novo Testamento, principalmente o Sermão do Monte, fala sobre o amor de Deus e julgam não encontrarem nada sobre o conceito

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do amor de Deus nos Livros Proféticos. O amor de Deus é, na verdade, o tema dos escritos proféticos dos Livros de Jeremias, Lamentações, Oséias, Jonas e Malaquias. De acordo com aqueles profetas, o povo de Deus não era amado pelo seu bom comportamento ou era perdido em razão de um desempenho reprovável. A mensagem da profecia de Malaquias se uniu àqueles autores que anunciaram o amor incondicional de Deus pelo povo, e o Seu desejo de ter um relacionamento pessoal com cada criatura. O povo estava se distanciando de Deus e vivendo em pecado; por isso, Malaquias pregou aos sacerdotes e ao povo de Judá, anunciando que eles haviam ferido o coração amoroso de Deus. O propósito da mensagem de Malaquias era mostrar como os sacerdotes e o povo agiam de maneira pecaminosa, indiferente e apóstata; como o seu relacionamento com Deus tinha se corrompido, mas poderia ser restaurado. O objetivo da profecia de Malaquias visava um reavivamento no coração dos líderes do povo de Deus. O estilo literário de Malaquias Malaquias usou um estilo literário tão estratégico como o de CBI - Encontro com a Palavra

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Habacuque. Se você é pai ou mãe e já tentou discutir com seu filho adolescente, vai se identificar com o estilo que Malaquias usou para comunicar a mensagem de Deus ao Seu povo. Ele recorre ao estilo acusatório, tentando mostrar aos sacerdotes e ao povo qual era o ponto de distanciamento entre eles e Deus. Para cada acusação ele formulava uma reação e, como um adolescente que

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confronta seus pais, dizia: “Quem, eu?” ou “Quando eu fiz isso?”. O profeta fazia as acusações vindas do próprio Deus, mas o povo se recusava a reconhecê-las. Temos sete exemplos das respostas arrogantes que o profeta recebeu, as quais um dos melhores professores de Teologia que eu tive chamou de “Os Sete Indícios de Um Coração Que Está se Afastando de Deus”.

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Capítulo 26 Sete Indícios de Um Coração Que se Afasta de Deus Primeiro indício: a dúvida quanto ao amor de Deus (1.1-5) Malaquias começa sua profecia com as palavras: “Sentença pronunciada pelo Senhor contra Israel, por intermédio de Malaquias. Eu vos tenho amado, diz o Senhor” (1.1,2a). Neste ponto começa a controvérsia do povo com Deus: “Em que tens nos amado?” (1.2). Quando o povo dá esta resposta, Malaquias profetiza palavras que evidenciam o amor de Deus pelo Seu povo. Todo relacionamento possui duas dimensões: dar e receber amor. Com relação a Deus, faz-se necessária a seguinte pergunta: “Se você não está tão perto de Deus como deveria estar, quem foi que saiu do lugar?” ou “Se o seu relacionamento com Deus não é hoje como era antes, quem foi que deixou de amar?”. Quando duvidamos do amor de Deus, é porque existe algo errado no nosso amor por Ele. No Livro de Apocalipse, vemos que aqueles que tinham sido

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os pastores do povo de Deus por mil anos são descritos como os vinte e quatro anciãos vestidos de branco, com coroas de ouro na cabeça, que estão ao redor de um grande trono nos céus. Além disso, cada um deles carrega uma harpa e taças de ouro cheias de incenso (Apocalipse 4.4; 5.8). As vestes brancas dos anciãos representam a sua pureza moral e o fato de terem sido sempre corretos; as coroas de ouro simbolizam suas vitórias de fé e os cálices de ouro cheios de incenso são as orações do povo de Deus por eles. Quanto às harpas, simbolizam sua adoração a Deus. Malaquias está dirigindo sua profecia principalmente aos líderes espirituais corruptos, cujos corações se distanciaram de Deus. Ele diz a cada um daqueles líderes que a sua apostasia teve início quando eles “começaram a perder suas harpas”. Quando líderes espirituais se distanciam de Deus, os que estão sob sua liderança sofrem as consequências. De acordo com MalaCBI - Encontro com a Palavra

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quias, líderes espirituais que não se consagram e não buscam a Deus, individualmente, acabam perdendo tudo o que Deus lhes deu. Existe um processo, através do qual o povo se torna morto espiritualmente, que se inicia quando o líder espiritual duvida do amor de Deus, deixa de buscar comunhão pessoal com Ele e de adorá-Lo, o que se aplica a cada crente, individualmente, e não apenas aos líderes espirituais. Segundo indício: o desprezo pelo amor de Deus (1.6-2.4) A segunda acusação que Deus faz, através de Malaquias, representa o segundo indício de um coração que está se afastando de Deus, que é o desprezo do líder espiritual pelo Seu nome. Neste contexto, o povo mais uma vez não aceitou a acusação de Deus: “Em que nós desprezamos o Teu nome?” (1.6). E Deus respondeu: “Ofereceis sobre o meu altar pão imundo e ainda perguntais: Em que te havemos profanado? Nisto, que pensais: A mesa do Senhor é desprezível” (1.7). Malaquias responde aos sacerdotes: “quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não é isso mal? E, quando trazeis o coxo CBI - Encontro com a Palavra

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ou o enfermo, não é isso mal?” (1.8). A Palavra de Deus é direta quando diz, através de Malaquias: “Atirarei excremento ao vosso rosto, excremento dos vossos sacrifícios, e para junto deste sereis levados” (2.3). E ainda exclama: “Tomara houvesse entre vós quem fechasse as portas, para que não acendêsseis, debalde, o fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vós... não aceitarei da vossa mão a vossa oferta” (1.10). O nome de Deus representa a essência de “Quem” Ele é. Um estudo minucioso dos nomes de Deus na Bíblia mostra a natureza e a essência dEle. Nos Dez Mandamentos, o terceiro nos exorta a não tomarmos o nome de Deus em vão (Êxodo 20.7). Este mandamento não se refere somente à profanação, mas ensina que nunca devemos usar o nome de Deus em adoração sem a referência de “Quem” Ele é. Quando Jesus instruiu os apóstolos a respeito de como orar, ensinou que logo após invocar a Deus como o “Pai nosso que está nos Céus”, devemos declarar a Sua Santidade: “Santificado seja o Teu nome” (Mateus 6.9). Quando o povo de Judá oferecia os sacrifícios sem valor a Deus e os sacerdotes os aceitavam, todos Livro 4 113

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estavam demonstrando desprezo pelo nome de Deus. Era como se eles estivessem dizendo que Deus não merecia coisa melhor. As ofertas e sacrifícios, bem como a maneira como administramos a obra de Deus, revelam o nosso conceito sobre “Quem” Deus é e o que Ele merece de nós. Será que você se identifica com algum desses indícios? Você tem um relacionamento pessoal com Deus? Uma relação de adoração e de amor com o Senhor? Será que em sua adoração você demonstra o seu amor a Deus e O exalta pelo que Ele é? Terceiro indício: a quebra do compromisso com Deus (1.13) Quando um líder espiritual ou um crente fiel deixa de demonstrar seu amor por Deus, através da adoração, e suas atitudes começam a refletir um desprezo pela essência de “Quem” Deus é, o próximo indício de que essa pessoa está se distanciando de Deus é que ela começa a achar que a obra de Deus é difícil. Malaquias deixou implícita esta pergunta para os sacerdotes: “Vocês estão sobrecarregados ou pouco motivados?”. Ele estava desafiando os sacerdotes que murmuravam, alegando que

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a obra de Deus era difícil demais: “Será que a obra de Deus é difícil demais ou foram vocês que deixaram de amar a Deus de todo o seu coração?”. Cabe aqui lembrar o ensino que se encontra em toda a Bíblia, particularmente no Livro do profeta Ageu: “Deus em primeiro lugar”. Do Gênesis ao Apocalipse, somos desafiados a colocar Deus em primeiro lugar em nossas vidas e a adorar somente a Ele. Quando um líder serve a Deus, mas está com seu coração dividido, logo ele começa a achar que fazer a obra de Deus é algo muito difícil. As pessoas mais infelizes da face da terra são aquelas que servem a Deus sem um compromisso total com Ele. Procure por este conceito na Bíblia: “Se Deus é alguma coisa para você, então Ele tem que ser tudo para você. Se Ele não for tudo em sua vida, então Ele não é nada”. Elias desafiou o povo de Deus, no Monte Carmelo: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o” (I Reis 18.21). Jesus Cristo, em sua carta à igreja de Laodicéia, fez o mesmo, quando lançou este desafio: “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou CBI - Encontro com a Palavra

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quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca” (Apocalipse 3.15,16). Tiago afirma que “o homem de ânimo dobre é inconstante em todos os seus caminhos” (Tiago 1.8). Jesus também ensinou que a mente com um único objetivo ou uma única perspectiva conduz a uma vida cheia de alegria, enquanto que uma perspectiva ou uma visão dupla conduz a uma vida de trevas (Mateus 6.22,23). A Palavra de Deus contém inúmeros textos que exortam a não servir a Deus com o coração dividido. O perfil de um sacerdote (2.5-9) Quando Malaquias, no capítulo 2, faz estas quatro acusações, ele também apresenta o perfil de um verdadeiro sacerdote de Deus. Na verdade, ele usa as mesmas palavras que Moisés usou a respeito de Levi, o pai de todos os sacerdotes: “A verdadeira instrução esteve na sua boca e a injustiça não se achou nos seus lábios; andou comigo em paz e em retidão e da iniquidade apartou a muitos” (Deuteronômio 33.10; Malaquias 2.6). Muitas igrejas usam estas mesmas palavras de Moisés e Malaquias inscritas em placas, para CBI - Encontro com a Palavra

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homenagear seus pastores e deixar como exemplo, em memória para gerações futuras. Neste perfil do sacerdote delineado por Malaquias: “os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento e da sua boca devem os homens procurar instrução, porque ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos” (2.7), Malaquias faz um paralelo com os sacerdotes apóstatas, corruptos e indiferentes, a quem ele dirige a quarta acusação e grande parte de sua profecia. Quarto indício: o rompimento do compromisso do casamento (2.10-16) Os sacerdotes e os homens de Judá tinham quebrado o compromisso firmado com Deus; portanto, era uma questão de tempo para que rompessem, também, o compromisso que tinham firmado com suas mulheres. Quando uma pessoa se afasta de Deus, o compromisso vertical é quebrado; consequentemente, os compromissos horizontais começam a sofrer rupturas. Malaquias passou a abordar o problema do divórcio, unindose a Neemias em sua preocupação com relação ao casamento e aos filhos (Neemias 13.23-25). Livro 4 115

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Ele lembra os sacerdotes e os homens de Judá que o casamento é o plano de Deus para que os filhos tenham uma vivência de aproximadamente 20 anos com os pais, até que saiam de casa para viver suas próprias vidas. Por isso, Deus odeia o divórcio (2.16). Salomão afirmou que os pais são como um arco e que os filhos são como flechas (Salmo 127.4); a maneira como os filhos ingressam na vida depende da força e da direção que receberam de seus pais. Se você fosse o diabo e soubesse que essa metáfora de Salomão retrata a verdade sobre a maneira como os filhos são criados e preparados para a vida, o que você faria? Provavelmente, você tentaria quebrar a corda do arco. É exatamente isso que o diabo estava fazendo, na época em que o último profeta do Velho Testamento estava ministrando para o povo de Judá, e parece óbvio que é exatamente isso o que ele faz hoje. Lembre-se que Malaquias está descrevendo quais são os indícios de um coração que está se afastando de Deus. Ele está alertando o povo a respeito do rompimento do compromisso com Deus e com outras pessoas. Ele mostra que esse afastamento foi gradual,

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até que os sacerdotes passaram a tratar o divórcio como padrão normal de comportamento, uma vez que aceitavam as ofertas de pessoas divorciadas. Malaquias deixou claro que as pessoas divorciadas cobriram o altar com lágrimas, enquanto reclamavam com Deus por ter retirado as bênçãos de sobre suas vidas. A seguir, ele explica que Deus tinha retirado as bênçãos de sobre os homens de Judá, porque eles não tinham sido corretos com suas mulheres ao se divorciarem delas, que tinham sido fiéis a eles quando eles eram jovens. Eles tinham feito uma aliança com Deus de que viveriam com elas, na felicidade ou na tristeza, até que a morte os separasse; quebrar essa aliança significa deslealdade. Quinto indício: a moralidade relativa (2.17-3.7) Para curar a dor da culpa e conseguir viver com a perda da integridade, os sacerdotes e o povo de Judá estabeleceram uma moral relativa. A “nova moralidade” ou “moral relativa” alinhavava a esquizofrenia espiritual causada pela culpa, e dava àqueles judeus dobres um novo postulado moral, que lhes garantia certo conforto CBI - Encontro com a Palavra

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para viverem dentro do seu estilo de vida com valores pecaminosos. Quando pensamos na moral absoluta da Lei de Deus, que foi entregue a Moisés, fica fácil enquadrar esta “nova moral” ou “moral relativa” dentro de um padrão inaceitável. As pessoas acham que a ideia de moral relativa ou ética amoral disseminada no nosso século reflete algum tipo de evolução. Lendo os profetas, percebemos que quase todos, dentre eles Malaquias, trataram do problema da moral relativa do povo. Malaquias acusou os sacerdotes e o povo de dizerem que o errado era certo; que o errado agradava a Deus e que Deus era indiferente à imoralidade; eles acreditavam que Deus não se importava com os padrões morais (2.17). Se ignorarmos a divisão de capítulos do Livro de Malaquias, vamos perceber que ele usou um argumento duplo, para refutar a moral relativa daqueles que estavam tentando aliviar a dor da culpa. Malaquias fez referência ao primeiro Advento do Messias (3.16). A pergunta de Malaquias era: “Mas quem poderá suportar o dia da Sua vinda? E quem poderá subsistir quando Ele aparecer? Porque Ele é como o fogo do ourives CBI - Encontro com a Palavra

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e como a potassa dos lavandeiros. Assentar-se-á como derretedor e purificador de prata; purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e como prata; eles trarão ao Senhor justas ofertas. Então, a oferta de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias antigos e como nos primeiros anos” (3.2-4). A mensagem do Messias anunciaria que Deus não muda e que sua posição em relação às questões morais é sempre a mesma (3.6). Depois, no capítulo 4, a argumentação de Malaquias focaliza a vinda do Messias, no Segundo Advento (3.18;4.1,2;). Malaquias estava pregando uma das leis básicas e imutáveis de Deus, enfatizadas na Bíblia: que Deus não é indiferente à imoralidade e que, portanto, aquilo que plantarmos, também colheremos. Sexto indício: o roubo a Deus (3.8-12) Outro indício de que um coração está se afastando de Deus encontramos na acusação de Malaquias aos sacerdotes e ao povo, de que estavam roubando a Deus: “Em que te roubamos?” e a resposta era esta: “nos dízimos e nas ofertas alçadas” (3.8). Livro 4 117

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Dízimo quer dizer décima parte; a importância do dízimo é que a primeira décima parte de tudo que o crente fiel recebe deve ser separada para Deus. A prática de separar o dízimo era a oportunidade para o fiel aprender a avaliar em que grau estava sendo praticado o princípio bíblico de colocar “Deus em primeiro lugar”, ensinado em toda a Bíblia. Quando o povo escolhido entrou na Terra Santa, todo o espólio da primeira cidade conquistada e até o filho primogênito de cada família era separado para Deus. Além do dízimo, a Lei de Deus instruía os fiéis a contribuírem com ofertas e sacrifícios. Davi definiu o que seria sacrifício, quando escreveu em II Samuel 24.24: “Não oferecerei ao Senhor, meu Deus, holocaustos que não me custem nada”. A importância da abordagem de Malaquias sobre o dízimo estava no ensino de que a primeira décima parte de tudo que o povo tinha ou recebia pertencia ao Senhor, e retê-la significava estar roubando a Deus naquilo que Lhe pertencia. Considere atentamente os seis indícios na vida de uma pessoa que está se afastando de Deus e perceberá um distanciamento gra-

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dual em direção à apostasia. Segundo Malaquias, não havia mais entre o povo manifestação de amor a Deus; as atitudes não demonstravam mais interesse em Quem Deus é e o que Ele merece; o compromisso com Deus, o compromisso vertical, tinha sido quebrado, e a quebra dos compromissos verticais foi seguida da quebra de compromissos horizontais, ou seja, compromissos com outras pessoas. Malaquias abordou o sexto indício, a retenção de dízimos e ofertas, bem depois de haver pregado sobre os cinco primeiros, e dirigiu a palavra, principalmente, aos sacerdotes. Podemos, então, concluir que os sacerdotes poderiam estar se apropriando, indevidamente, dos dízimos e das ofertas. Sétimo indício: a incredulidade (3.13-15) O sétimo indício de que um coração se distanciou de Deus é a incredulidade. Malaquias fala, claramente, desse assunto, como porta-voz de Deus, contra os sacerdotes e o povo e, mais uma vez, ouve uma resposta insolente: “As vossas palavras foram duras para mim, diz o Senhor; mas vós dizeis: Que temos falado contra ti? Vós dizeis: Inútil é servir a CBI - Encontro com a Palavra

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Deus; que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos e em andar de luto diante do Senhor dos Exércitos? Ora, pois nós reputamos por felizes os soberbos; também os que cometem impiedade prosperam, sim, eles tentam ao Senhor e escapam” (3.13-15). Apesar de os sacerdotes não agirem mais por fé, não podiam simplesmente deixar o ofício sacerdotal, porque eles continuavam sendo sacerdotes. Mas, uma vez que a função do sacerdote era ensinar as Escrituras, o que eles iriam ensinar se não acreditavam mais nelas? Se você está familiarizado com a Bíblia, sabe o quanto Deus odeia o orgulho e a arrogância, já que do orgulho derivam-se todos os pecados. Por que, então, os sacerdotes estavam ensinando que os soberbos eram felizes? Porque eles tinham abandonado a fé, eles haviam apostatado.

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Quando ouvimos alguém pregar o oposto do que fala a Bíblia, não temos condições de avaliar como aquela pessoa chegou a tal ponto de apostasia e incredulidade. Para Malaquias, tudo começa quando ela dá ouvidos às vozes estranhas do seu coração, sugerindo murmurações e arrogância. Pode ser que se passem alguns anos até que todos esses indícios aconteçam na vida de uma pessoa e ela acabe se tornando incrédula e com o coração afastado de Deus. Se você colocar um sapo dentro de uma panela cheia de água fervendo, ele vai pular para fora da água; porém, se você colocar o sapo na água fria e aumentar a temperatura gradualmente, o sapo vai acabar sendo cozido e morto. O processo descrito por Malaquias funciona assim: lentamente; o final são líderes espirituais corruptos, casamentos desastrosos em grande escala, moral relativa e incredulidade.

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Capítulo 27 Epílogo (Malaquias 3.16-4.4) Um estudo cuidadoso da referência bíblica acima mostrará que o sermão de Malaquias acabou no versículo 15 do capítulo 3. O resto da profecia de Malaquias foi um epílogo, que descreveu a resposta a essa profecia tão importante para os crentes de corações duros, que abandonaram o relacionamento com Deus, a fé e o relacionamento com outras pessoas tementes a Deus. Em toda a profecia de Malaquias vimos a resposta de Deus a todas as respostas arrogantes atribuídas aos sacerdotes e ao povo de coração duro e distante de Deus. No belo epílogo, vemos a resposta cheia do amor de Deus para com Seu verdadeiro povo; os que temiam e amavam o Senhor confirmaram em seus corações a importante pregação de Malaquias. Eles representavam o povo de Deus que não tinha abandonado o seu primeiro amor ou havia se arrependido e retornado para o Senhor, através da pregação de Malaquias. Lemos em Malaquias 3.16: “Depois, aqueles que temiam o

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Senhor conversaram uns com os outros e o Senhor os ouviu com atenção Foi escrito um livro, como memorial, na sua presença, acerca dos que temiam o Senhor e honravam o Seu nome”. O objetivo da missão de Malaquias foi restaurar, através do reavivamento espiritual, a relação de amor que Deus queria ter com Seu povo. As palavras finais do Livro de Malaquias mostram que ele conseguiu atingir o seu objetivo, pois falam de um reavivamento. O epílogo também registra uma linda resposta de Deus à argumentação dos verdadeiros sacerdotes e do povo de Deus. Malaquias apresenta a Segunda Vinda de Cristo, quando o Sol brilhará trazendo cura para o fiel, mas julgamento para os de coração endurecido, que são o público alvo desta profecia. Malaquias anuncia que todos verão como Deus reage em relação à moral relativa (3.18). A última profecia (4.5,6) Malaquias conclui sua profecia, falando sobre o profeta semelhante CBI - Encontro com a Palavra

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a Elias, que precederia e apresentaria Jesus Cristo. Jesus declarou que João Batista foi esse profeta (Mateus 11.7-14). Antes que as pessoas começassem a achar que João era a reencarnação de Elias, o próprio João Batista negou veementemente essa possibilidade (João 1.21). Malaquias poderia até ter finalizado sua profecia com as seguintes palavras: “vejam os próximos capítulos daqui a 400 anos!”, porque, depois de 400 anos de silêncio, sem qualquer manifestação profética, João Batista apareceu pregando no mesmo espírito e com a mesma força de Elias. Os sacerdotes, líderes espirituais e o povo passavam horas ouvindo o maior de todos os profetas.

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Quando Jesus pregou, esses mesmos líderes religiosos passaram horas ouvindo o Messias; alguns deles tentaram apedrejá-Lo, mas alguém gritou: “Encontramos o Messias!” Alguns creram nEle e O seguiram e se tornaram Seus discípulos. Foi muito bom estudar o Velho Testamento com você. Finalizo agora, deixando dois desafios. Primeiro: o que você vai fazer com tudo o que aprendeu? Você jogaria pedras no Messias ou O seguiria? Segundo: você vai continuar estudando o Livro Sagrado conosco, agora que vamos iniciar o estudo do Novo Testamento? Faça isto e será abençoado!

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C.B.I. ENCONTRO COM A PALAVRA – QUESTIONÁRIO DO LIVRO 4 ESTUDO PANORÂMICO DO VELHO TESTAMENTO (Isaías a Malaquias) ALUNO(A):______________________________________________________ RUA:__________________________________________________________ BAIRRO:_____________________________FONE:______________________ CEP:_______________CIDADE:______________________________________ EST:________E-MAIL:______________________________________________ NASC:_____/_____/_____ SEXO: ( )M ( )F EST. CIVIL:__________________ ESCOLARIDADE:________________IGREJA:____________________________ EMISSORA QUE OUVE O PROGRAMA:_________________________________ ESPOSO(A):_____________________________ NASC:____/____/____ Aulas através de: ( )Rádio ( )Internet ( )CDs Leia com atenção o livro e responda o questionário. Em cada questão, apenas uma das três alternativas está correta e deverá ser assinalada. Ao recebermos este questionário respondido, enviaremos GRÁTIS o próximo número, na medida que o estudo pelo rádio for avançando. QUESTIONÁRIO 01. Os Livros Proféticos são considerados: A ( ) A “jóia” do Velho Testamento B ( ) A “preciosidade” do Velho Testamento C ( ) A “essência” do Velho Testamento 02. De todos os Livros Proféticos, o que possui o maior número de profecias messiânicas é: A ( ) Isaías B ( ) Jeremias C ( ) Daniel 03. O Livro de Lamentações é a continuação do Livro de: A ( ) Daniel B ( ) Jeremias C ( ) Isaías 04. Daniel é o quarto dos chamados “Profetas Maiores” e terceiro dos: A ( ) “Profetas Maiores” B ( ) “Profetas Menores” C ( ) “Profetas do Cativeiro”

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05. Os seis primeiros capítulos do Livro de Daniel são um relato: A ( ) Profético B ( ) Histórico C ( ) Poético 06. Joel é um profeta muito conhecido por causa de sua profecia sobre o: A ( ) “Dia do Senhor” B ( ) “Dia do Juízo” C ( ) “Dia de Pentecostes” 07. Deus, através de Obadias, condenou uma nação chamada: A ( ) “Assíria” B ( ) “Moabe” C ( ) “Edom” 08. O nome “NAUM” significa: A ( ) “Cheio de bondade” B ( ) “Cheio de consolo” C ( ) “Cheio de misericórdia” 09 Habacuque foi contemporâneo de: A ( ) Sofonias B ( ) Jeremias C ( ) Isaías 10. Os profetas Ageu, Zacarias e Malaquias são chamados: A ( ) “Os Profetas Pós-Cativeiro” B ( ) “Os Profetas de Babilônia” C ( ) “Os Profetas Pré-Cativeiro” Enviar para: ENCONTRO COM A PALAVRA Caixa Postal 2011 89201-970 - Joinville-SC Obs.: Você também pode digitalizar e enviar pelo e-mail: [email protected]

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