fluorescência na odontologia estética: importância nos dentes

14 set. 2007 ... Ao Professor Dr. Édson Medeiros de Araújo Junior, por todo auxilio, dicas e conselhos, pelas brincadeiras ..... translucidez do esmal...

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TAYANNA HAWERROTH ROESNER

FLUORESCÊNCIA NA ODONTOLOGIA ESTÉTICA: IMPORTÂNCIA NOS DENTES NATURAIS E NOS MATERIAIS RESTAURADORES.

FLORIANÓPOLIS 2007

TAYANNA HAWERROTH ROESNER

FLUORESCÊNCIA NA ODONTOLOGIA ESTÉTICA: IMPORTÂNCIA NOS DENTES NATURAIS E NOS MATERIAIS RESTAURADORES

Trabalho de conclusão apresentado ao Curso de Especialização de Dentistica da Universidade Federal de Santa Catarina, como parte dos requisitos para obtenção do titulo de Especialista em Dentistica. Orientador: Prof. Dr. Gilberto Willer Arcari

FLORIANÓPOLIS 2007

TAYANNA HAWERROTH ROESNER

FLUORESCÊNCIA NA ODONTOLOGIA ESTÉTICA: IMPORTÂNCIA NOS DENTES NATURAIS E NOS MATERIAIS RESTAURADORES.

Este trabalho de conclusão foi julgado adequado para a obtenção do titulo de Especialista em Dentistica e aprovado em sua forma final pelo Curso de Especialização em Dentistica. Florianópolis, 14 de setembro de 2007.

046! Dr. Luiz Narci o Baratieri Coordenador do Curso de Espec alização em Dentistica

BANCA EX.t. INADORA

I

Prof Dr. ilberto Mailer Arcari

Prof. D

auro Amaral Caldeira de Andrada

‘)

Prof. Dr. Luiz Clóvis ardoso Vieira

ROESNER, T. H. Fluorescência na Odontologia Estética: importância nos dentes naturais e nos materiais restauradores. 2007. 96 f. Trabalho de conclusão (Especialização em Dentistica)- Curso de Especialização em Dentistica, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

RESUMO

0 objetivo deste estudo foi avaliar, mediante revisão de literatura, a importância da fluorescência na Odontologia Estética com relação a sua influência nos dentes naturais e nos materiais restauradores. A fluorescência é uma manifestação luminosa, em que moléculas são excitadas pela absorção de radiação eletromagnética e emitem luz em resposta. Na dentição natural a fluorescência manifesta-se quando os dentes absorvem energia luminosa no espectro invisível como, por exemplo, luz ultravioleta e espontaneamente são capazes de emitir luz num comprimento de onda visível com coloração branco-azulada. Tanto esmalte quanto dentina são fluorescentes, porém o principal componente fluorescente dos dentes naturais é a dentina, que devido ao seu maior conteúdo orgânico é 3 vezes mais fluorescente que o esmalte. Hi uma notável diferença entre a fluorescência apresentada pelos dentes naturais e a dos materiais restauradores existentes no mercado. Atualmente a fluorescência

é uma

propriedade considerada indispensável para a quase totalidade dos materiais restauradores quando se deseja a obtenção de restaurações verdadeiramente estéticas que simulem as características policromáticas e a vitalidade, ambas encontradas nos dentes naturais.

Palavras-chave: Fluorescência. Luz Ultravioleta. Luz Branco-azulada.

ROESNER, T. H. Fluorescence in Esthetic Dentistry: relevance in natural teeth and restorative materials. 2007. 96 P. Conclusion Report (Certification in Operative Dentistry), Federal University of Santa Catarina, Florianópolis.

ABSTRACT

The aim of this study was to evaluate through a literature review the relevance of fluorescence in Esthetic Dentistry on natural teeth and restorative materials. The fluorescence is light phenomenon where the molecules are excited by the absorption of eletromagnetic radiation and emit light as a response. In the natural dentition, the fluorescence appears when the teeth absorb light energy within the visible spectrum, such as ultraviolet light, and emit light with a white-bluish wavelength in a spontaneous way. In spite enamel and dentin are fluorescent, nearly all the fluorescence of the natural teeth comes from dentin because its organic content is three times more fluorescent than enamel. There is a noticeable difference between the opalescence presented by the natural. teeth and the restorative materials. For this reason, the fluorescence is a fundamental property of the restorative materials when esthetically pleasant restorations are desireable to reproduce the polychromatic features and the vitality of the natural teeth.

Key-words: Fluorescence. Ultraviolet light. White-bluish light.

Dedico a meus pais, por terem me trazido à. vida, por todo amor incondicional, carinho e compreensão. Agradeço do fundo do meu coração a educação correta e exemplar que vocês me transmitiram, e também pelos seus ensinamentos sobre caráter, dignidade e sobre a vida que me permitiram ser o que sou e estar onde estou hoje. Obrigada pelos esforços e sacrificios que vocês fizeram para poder oferecer sempre o melhor possível à nós, seus filhos, pela preocupação com nosso futuro, por todo apoio emocional, profissional e financeiro, e por me proporcionarem a oportunidade de realizar meus sonhos. A vocês, o meu orgulho de ser sua filha, a minha admiração por serem os pals que sio, o meu respeito e minha eterna e imensa gratidão. Muito Obrigada, amo vocês. A memória de minha avó ArLinda que com a sua simplicidade me ensinou a fazer tudo com amor e carinho, dando sempre o melhor de si, seja nas coisas simples ou complexas, grandes ou pequenas. Tudo que 6 feito com amor fica bem feito. Coin certeza ela está muito orgulhosa e compartilha este momento comigo.

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e

AGRADECIMENTOS

A Deus, pela vida, pela minha família, pelos meus amigos, pelo o que sou, por todas as oportunidades que tive, por ter me feito passar por momentos que considerei dificeis no presente, mas que com certeza sera para evitar problemas maiores no futuro, por ter permitido que eu chegasse até aqui sempre abençoando meu caminho.

A meus pais por terem me gerado e me dado o dom da vida. Por seu amor incondicional, seu carinho e compreensão, pelo apoio em todas as horas, por todos os cuidados que tiveram e tern até hoje, pelos conselhos, consolos, pelos puxões de orelha, pelos elogios e incentivos, pelas lagrimas, pelos abraços e risos. Sem vocês e seu exemplo eu nada seria.

A minha mie, cuja garra, determinação e capacidade de adaptação em todas as circunstâncias me servem de exemplo até hoje, por ter me mostrado o que é amar uma profissão e se realizar nela, por ter me dado

a

oportunidade de trabalhar ao seu lado compartilhando dos seus

conhecimentos e facilitando o meu inicio profissional. E principalmente por amar e perdoar um filho acima de tudo. Minha profunda gratidão pelo amor, confiança e ensinamentos.

A meu pai, meu exemplo de perseverança e serenidade, sempre tic) sábio e experiente em seus conselhos, sempre tão amigo e preocupado com seus filhos. Guerreiro forte e valente que muitas e muitas vezes passou por cima de seus sonhos, suas vontades e seus anseios para oferecer o melhor aos filhos. Obrigada pelo amor e carinho e também por todo o apoio, incentivo e ajuda nas horas dificeis.

A meu irmão Thiago, pela companhia e cumplicidade. Por todas as brigas e posteriores entendimentos, por todas as horas juntas, pelas brincadeiras, pelos passeios juntos, por todas as conversas, por todo amor, carinho, amizade e compreensão.

Aos meus tios, tias, primos e primas por todo carinho e compreensão durante toda vida e principalmente durante esses 2 anos em que muitas vezes não pude comparecer aos encontros familiares devido aos compromissos com os estudos. Adoro todos vocês.

Ao meu avô Zeno Hawerroth, que sempre nos deu o melhor exemplo de trabalho e educação. Superou a ausência de minha avó, companheira por mais de 50 anos, e mostrou a todos que nunca é tarde para recomeçar. V6, obrigada por nos mostrar a força que o senhor tem e por nunca ter desistido de viver, mesmo nas horas mais dificeis da solidão e saudade. Te adoro e te admiro.

Kazuza Bueno Ferreira, que conheci durante minha monitoria e que acabou se tornando uma de minhas melhores amigas. Obrigada pela amizade sincera, por todo carinho, preocupação, compreensão, pelos conselhos e apoio em todas as horas, pelas experiências trocadas durante toda nossa convivência, por toda a paciência em me ensinar e me dar dicas de informática, mesmo quando estava abarrotada de trabalhos a fazer. Obrigada por todas as conversas, por todas as risadas, por todos os almoços e tardes de sábado compartilhados com tanta alegria e descontração. Obrigada pelas horas de trabalho e lazer sempre tão prazerosas. Com certeza você é a irmã que eu não tive, mas que Deus concedeu-me quando colocou você no meu caminho. Te adoro e te admiro muito e tenho certeza de que voce vai ser uma das melhores professoras que eu conheço. Dom, dedicação e talento você tem de sobra. Que Deus

sempre ilumine seu caminho e permita que eu possa compartilhar da sua amizade por muitos, muitos anos.

A Karina Marcom, minha fiel amiga, por sua amizade sincera, leal e companheira, sempre presente quando preciso. Sempre me apoiando, me aconselhando, abrindo meus olhos, dividindo alegrias e tristezas. Obrigada por toda atenção e carinho que você sempre teve por mim e pela nossa amizade.

Ao meu amigo Renan, que conheci durante a graduação, tornou-se meu amigo quando

fazíamos pesquisas e hoje segue seu caminho no mestrado. Obrigada por sempre se mostrar disposto a me aconselhar e ajudar. Agradeço muito pelos conselhos e apoio nas horas dificeis, por todas as conversas e por toda ajuda.

As minhas amigas de Lages, Roberta, Karina, Lia, Anna, iris, Ana Paula, Mariely, Daniele, Priscila, Carla, Flávia, Mônica, Dessana por todo carinho e acolhimento carinhoso quando terminei a faculdade e retomei i cidade. Por todas as conversas, passeios, festas, jantas... Por todo carinho e principalmente por toda a compreensão quando não pude estar com vocês, is vezes em momentos especiais, para poder ir is aulas. Adoro todas vocês, vocês moram no meu coração.

A Renata Gondo por todas as horas engraçadas e divertidas que passamos juntas trabalhando

e colocando as conversas em dia. Obrigada por todas as risadas, todo apoio, todos os ensinamentos e experiências compartilhadas.

Aos meus amigos Frederico e Márgara Marques, que são praticamente como minha segunda família por todo amor, acolhimento fraterno, orientações, conselhos, churrascos e risadas.

Vocês são muito especiais e importantes para mim e estarão sempre comigo no pensamento e no coração. Obrigada por tudo.

A Sônia, que foi minha babá, praticamente minha segunda mãe, foi nossa empregada durante 12 anos, e que permanece nas nossas vidas até hoje, sempre cuidando de todos com muito amor, carinho e dedicação. Obrigada por ter auxiliado na minha educação e crescimento.

Ao meu cachorro Totty, meu "filhote", por todo amor fiel e incondicional, pela companhia durante as viagens para o curso e por nunca deixar eu me sentir só, nem nos piores momentos de solidão. Obrigada por ser tão devotado, alegrar minha vida com seus carinhos e brincadeiras e por mostrar o que é o verdadeiro amor incondicional que não espera nada em troca.

Aos meus amigos e colegas de faculdade, dos quais sinto muita saudade, por todas as festas, conversas, brincadeiras, trapalhadas... Obrigada por terem contribuído para que eu chegasse onde estou hoje.

Aos amigos e colegas de curso, pela amizade, convivência e brincadeiras, pelo apoio nas horas dificeis, pela troca constante de conhecimentos e experiências. Obrigada por todas as risadas, todas as conversas e todas as brigas pelo lanche, pela formatura... cada momento é especial e sempre ficará na memória. Adoro todos vocês. Obrigada por tudo.

Rosângela, minha secretária, o meu profundo agradecimento. Auxiliar eficiente, que com sua prestatividade, seu sorriso e sua simpatia ampara e abre caminhos para facilitar a minha jornada, sempre com responsabilidade e dedicação.

A professora Liene Campos, minha gratidão pela ajuda e ensinamentos, pelo empenho e dedicação, e também pela sinceridade nas revisões.

A Universidade Federal de Santa Catarina e a Dentistica pelo curso oferecido.

A todos os professores do Curso de Especialização pela oportunidade de aprender e realizar um dos sonhos da minha vida. Obrigada pelos ensinamentos, pela dedicação e paciência com nossos erros e dúvidas, pelas brincadeiras e acolhimento carinhoso, pelos agradáveis momentos compartilhados.

Ao Professor Dr. Sylvio Monteiro Junior, a quem muito respeito e admiro. Minha profunda gratidão pela confiança em mim depositada e pela disponibilidade de atender a um pedido especial. Pela convivência, amizade, apoio, palavras de incentivo e conhecimentos transmitidos os meus sinceros agradecimentos. Agradeço também pela orientação segura, pelas conversas, conselhos e ensinamentos sobre a vida, que mesmo quando eram poucos minutos valiam mais que um dia inteiro de conversa. Obrigada pelo exemplo de me inspirar a ser uma pessoa melhor. Ao senhor, a minha sincera gratidão e admiração.

Ao Professor Dr. Luiz Narciso Baratieri, a minha admiração por toda a arte criada e introduzida na Odontologia, por todos os ensinamentos e conhecimentos transmitidos, pelo

exemplo de sempre correr atrás do um sonho, e por inspirar em mim a vontade de treinar e melhorar sempre.

Ao Professor Dr. Gilberto Arcari, meu orientador, pela orientação segura, pelos conselhos e conversas. Obrigada pela oportunidade de conviver ao seu lado e conhecer um pouco mais sobre Odontologia e sobre a vida.

Aos Professores Drs. Élite, Araujo e Luiz Clóvis Cardoso Vieira, por toda ajuda e socorro prestados em várias clinicas, por todas as risadas e por todo carinho e compreensão na hora dos erros e dúvidas, permitindo assim que através das suas experiências eu aprendesse a cada dia algo diferente.

Ao Professor Dr. Édson Medeiros de Araújo Junior, por todo auxilio, dicas e conselhos, pelas brincadeiras, por todo o incentivo quando nem eu mesma acreditava que conseguiria, por não ter permitido que eu desistisse nunca e por todo o conhecimento adquirido graças a sua dedicação para comigo e com os demais alunos do curso.

Ao Prof. Dr. Mauro Amaral Caldeira de Andrada, por todo apoio, sugestões, ajuda na clinica e por todas as tainhadas maravilhosas que deixarão saudades e um gostinho de quero mais.

Ao Prof. Dr. Guilherme Carpena Lopes, por toda sua dedicação para com o curso e alunos, por todos os ensinamentos e dicas passados na clinica, por compartilhar sua experiência sempre de maneira prestativa.

-

Dona Lea, ao Richard e ao Marcos pela aminde, prestatividade, carinho e atenção que sempre demonstraram.

Aos pacientes da universidade, obrigada por confiarem em mim e acreditarem no meu trabalho, possibilitando assim o men treinamento e aprendizado.

Aos meus pacientes do consultário, obrigada por terem paciência e compreensão quando muitas vezes estava ausente e não pude atendê-los. Obrigada Polo incentivo e apoio de sempre seguir adiante.

A Luis Guilherme Semi, agradeço pelos ensinamentos e experiências compartilhados, pela

colaboração em meus projetos.

-

r

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

18

2 REVISÃO DA LITERATURA

23

2.1 LUZ E PERCEPÇÃO DAS CORES

23

2.1.1 Cor na Odontologia

25

2.1.2 Dimensões da Cor

26

2.2 POLICROMATISMO DOS DENTES NATURAIS

27

2.1.1 A luz e o processo de determinação das cores nos dentes naturais

28

2.2.2 Translucidez da estrutura dental

30

2.3 PROPRIEDADES ÓPTICAS DOS DENTES NATURAIS

32

2.3.1 Opalescencia

33

2.3.2 Irisdescincia

36

2.3.3 0 estudo da fluorescência na Odontologia

36

CASO CLÍNICO

51

3 DISCUSSÃO

67

4 CONCLUSÃO

87

REFERÊNCIAS

91

INTRODUÇÃO

18

1 INTRODUÇÃO

A Odontologia tem evoluido muito rapidamente, acompanhando o progresso das demais areas da saúde. Desde os primórdios da humanidade, existe a preocupação de repor partes perdidas do corpo humano, dentre elas, os dentes, que exercem papel fundamental na mastigação, fonética e estética. A possibilidade de substituir a parte cariada ou perdida de um dente por uma restauração metálica já foi considerado um grande avanço. Um passo ainda maior foi possibilitar a substituição dessa mesma restauração metálica por um material que imitasse a cor do dente. A partir dai o desenvolvimento de restaurações estéticas e a busca por novos materiais que pudessem fornecer função e estética simultaneamente não pararam, tanto que nos dias atuais, os fabricantes, técnicos de laboratório, ceramistas e profissionais que lidam diretamente com o paciente são cada vez mais exigidos, pois os requisitos estéticos dos pacientes são cada vez maiores. A mídia motiva as pessoas a buscarem o belo, um sorriso saudável e harmonioso virou sinônimo de confiança, sucesso profissional e até mesmo melhora a posição social. A busca por esses beneficios tem tornado a estética uma preocupação cada vez maior para os pacientes e na maioria das vezes é o principal motivo da busca pelo tratamento odontológico. Como resultado de valores sociais que priorizam a importância da manutenção de uma aparência jovem, as expectativas dos pacientes tam aumentado. Consequentemente, os clínicos necessitam confeccionar restaurações cada vez mais efetivas na simulação da

dentição natural. Com isso, a Odontologia Estética e Restauradora passou a focar como seu principal objetivo a substituição das estruturas dentais perdidas ou comprometidas por materiais restauradores que possuam propriedades fisicas, biológicas e funcionais similares àquelas apresentadas pelos dentes naturais (CHU; AHMAD, 2003). Todavia, a realização de

restaurações esteticamente perfeitas é mais complexa do que muitos imaginam. Um dos

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fatores fundamentais para obter êxito em qualquer tratamento restaurador é conhecer a anatomia e as características ópticas dos tecidos dentais. Além disso, faz-se necessário estudar exaustivamente as diversas referências de cor, forma, textura e brilho da dentição natural, bem como os fenômenos ópticos de opalescéncia e fluorescência (FAHL JR; DENEHY; JACKSON, 1995; AHMAD,1999; MAGNE; DOUGLAS, 1999; DIETSCHI et al., 2000; DERBABIAN et al., 2001). Porém, reproduzir tais propriedades é um caminho árduo, que exige muito conhecimento e dedicação por parte dos profissionais. Restaurações estéticas na dentição anterior representam um dos maiores desafios na prática diária, visto que qualquer pequena diferença entre dente e material restaurador, seja ela na cor, anatomia ou textura, pode ser facilmente percebida toda vez que o paciente sorri (FAHL JR, 1996, 1997; PRIEST; LINDKE, 2000; PEYTON, 2004). Visando possibilitar aos clínicos a reprodução dessas propriedades, os fabricantes vêm desenvolvendo inúmeros sistemas restauradores, os quais oferecem uma ampla diversidade de cores, níveis de translucidez e opacidade, além de materiais para efeitos especiais, que quando utilizados juntamente com técnicas restauradoras incrementais, tornam possível a confecção de restaurações que simulem fielmente as variações policromáticas e as características ópticas dos dentes naturais. Entretanto, para que seja viável a utilização de tais materiais e a obtenção de restaurações verdadeiramente naturais, os clínicos necessitam ter um conhecimento e entendimento profundo das características ópticas dos dentes naturais bem como um treinamento adequado para a sua seleção e utilização (BARATIERI; ARAÚJO JR; MONTEIRO JR, 2005; SENSI et al., 2006). Para reproduzir um dente humano com naturalidade é imprescindível aprender a observar, ver através da transparência do esmalte as cores da dentina e estruturas internas do dente que se refletem através dele. Além disso, entender que a cor e a forma são tridimensionais, não esquecendo que a textura de superficie é

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responsável pela mudança de direção na incidência dos raios luminosos, promovendo assim uma sensação visual agradável e natural (SULIKOWSKI; YOSHIDA, 2003). As características ópticas dos dentes naturais que ocorrem quando hi interação da luz com esmalte, dentina e polpa, são as principais responsáveis pela sua beleza e aparência vital e natural. Tais características incluem graus variados de translucidez e opacidade, além dos efeitos especiais como irisdescência, opalescencia e fluorescência (WINTER, 1993; BUDA, 1994; VANINI, 1996; AHMAD, 2000; DIETSCHI, 2001; BEHLE, 2001b; FONDRIEST, 2003; BARATIERI; ARAÚLO JR; MONTEIRO JR, 2005). Porém, dessas propriedades, a fluorescência vem sendo considerada como a principal responsável pelo aspecto de vitalidade dos dentes. Por essa razão a sua reprodução nas restaurações exerce uma influência essencial no nível de naturalidade que se tenta alcançar com o uso de materiais restauradores (FONDRIEST, 2003; LEE; LU; POWERS, 2005a; VILLAROEL; GOMES; GOMES, 2004; SENSI et al., 2006). Assim, quando a obtenção da excelência estética é desejada, a observação das características extrínsecas, intrínsecas e ópticas dos dentes naturais deve servir como referência para a seleção dos materiais restauradores mais adequados a este propósito. Desta maneira, o objetivo desta revisão de literatura foi procurar mostrar aos clínicos a importância da fluorescência para a vitalidade e naturalidade das restaurações estéticas, bem como enfatizar que os bons resultados estéticos em Odontologia, rnimetizando completamente a estrutura dental, só são passíveis de serem obtidos quando se aplicam os conhecimentos da fisica óptica, para entender a dinâmica da luz no interior da estrutura dental, juntamente com o aprimoramento das técnicas de construção de restaurações estéticas associado A. utilização de bons materiais restauradores.

REVISÃO DA LITERATURA

23

2 REVISÃO DA LITERATURA1

2.1 LUZ E PERCEPÇÃO DAS CORES A luz é uma forma de energia eletromagnética de amplo espectro semelhante aos raios X, As ondas de radio e os raios cósmicos. Para entender a percepção das cores, é necessário compreender que luz e cor, pelas leis da fisica, são a mesma coisa. Portanto, se não hi luz, não hi cor (AHMAD, 1999; TOUATI; MIARA; NATHANSON, 2000). 0 espectro eletromagnético da luz é decomposto em vários comprimentos de onda. Embora o olho humano esteja continuamente exposto a toda gama de ondas que compõe esse espectro, apenas uma pequena faixa dele, conhecida como espectro da luz visível, é capaz de sensibilizar as estruturas existentes na retina dando inicio ao processo de percepção das cores. 0 espectro da luz visível contém todas as cores que conhecemos e compreende ondas de 380 a 760 nm de comprimento (AHMAD, 1999, 2000; SPROULL, 2001a, 2001b; CHU, 2002). Cada fonte de luz contém quantidades diferentes de emissão para cada um dos comprimentos de onda, por isso a percepção das cores é diretamente afetada pela qualidade da fonte que ilumina o objeto. Assim, cada cor pode ser reconhecida por ter um comprimento de onda especifico. A razão pela qual não é possível visualizar os raios ultravioletas e infravermelhos é porque eles têm comprimentos de onda que ficam fora do espectro visível, menor que 380

nm e maior que 760 nm respectivamente (MCPHEE, 1985; AHMAD, 1999; TOUATI; MIARA; NATHANSON, 2000; CHU, 2002). O fenômeno da cor é uma resposta psico-fisica que depende da interação fisica entre a energia luminosa, proveniente da fonte de luz, um objeto que está sendo observado e um observador. A cor não é uma propriedade fisica referente ao objeto, mas sim A fonte de luz a Baseada na NBR 10520 de Ago. de 2005 da ABNT

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que ele está exposto. Ao incidir sobre a superficie de um objeto, as ondas de luz interagem com ela e são modificadas por meio de reflexão, absorção, refração e transmissão. Essa luz modificada que é captada pelos olhos determina quais as cores são percebidas (MCPHEE,

1985; O'BRIEN; GROH; BOENKE, 1989; BUDA, 1994; AHMAD,1999; CHU, 2002). Ou seja, a cor percebida é Aque la refletida pelo objeto. Em uma mesma superficie determinadas ondas de luz podem ser absorvidas, outras transmitidas e outras refletidas. A soma de todos esses fenômenos é o que determinará a cor resultante. Essa é a razão pela qual se explica o fato de que objetos de cor aparentemente idêntica, sob determinada condição de luz, são percebidos como cromaticamente diferentes quando a fonte de luz é alterada. Tal fenômeno é conhecido como metamerismo (AHM_AD, 2000; VILLARROEL; GOMES; GOMES, 2004). Outro fenômeno interessante é o metarnerismo do observador, no qual um mesmo objeto é analisado por observadores diferentes sob a mesma fonte de luz, porém, cada um dos observadores enxerga o objeto com cores diferentes. Isso se explica pelas diferentes respostas

neurais geradas pela ação da luz sobre os cones e bastonetes, (estruturas da visão), de cada um dos observadores. Desse modo, a cor de uma restauração pode ser considerada perfeita pelo paciente, mas insatisfatória pelo dentista, ou vice-versa (AHMAD, 2000). De acordo com a fisiologia da visão, os cones são estruturas responsáveis pela visão cromática ou colorida, já os bastonetes são responsáveis pela visão acromática ou em preto e branco. Portanto, a

seleção de matizes e cromas deve ser realizada sob iluminação intensa e observação focada. Permitindo assim, ativar a captação da luz pelos cones. Entretanto, a observação dos dentes no que diz respeito ao valor, deve ser feita sob ação de uma luz fraca ou obscurecida para ativar a visão acromática dos bastonetes (JUN, 1999; DERBABIAN et al., 2001; BEHLE, 2001c;

SPROULL, 2001b).

25

2.1.1 Cor na Odontologia

0 problema da cor em Odontologia foi definido por Bruce e Clark em 1931, mas somente na atualidade é que se tem tentado compreender melhor a transmissão da luz e o fenômeno da cor nos dentes naturais para tentar aplicá-los aos materiais restauradores e na construção de restaurações que mimetizem o dente humano (BRUCE; CLARK, 1931 apud PRESTON, 1986). A importância da cor é que ela é considerada o principal elemento no sucesso estético. A cor é uma das características isoladas que mais chama atenção dos observadores. Para olhos leigos os dentes podem parecer brancos ou amarelos, entretanto, para os profissionais os dentes naturais são constituídos de uma ampla e sutil gama de cores que constitui um desafio real quando necessário que se faça a sua reprodução. Por isso, todo o dentista precisa saber o máximo possível sobre a composição cromática dos dentes e suas propriedades ópticas tais como: opalescência e fluorescência (PRESTON, 1985; BUDA, 1994; FAHL; DENHY; JACKSON, 1995; AHMAD, 1999; DERBABIAN et al., 2001; BEHLE, 2001a; VANINI, 2001). Pois a falta de conhecimento sobre a composição da cor dos dentes e dos materiais restauradores disponíveis para reproduzi-las resulta em erros freqüentes

e resultados

imprevisíveis. Uma abordagem empírica frequentemente conduz à restaurações com

comportamento óptico e cromático deficientes, e a resultados frustrantes para os clínicos e seus pacientes (PRESTON, 1985; VANINI, 2001). A cor devido a sua subjetividade apresenta-se como um empecilho na prática diária da maioria dos clínicos, pois depende quase que exclusivamente do grau de percepção e das habilidades artísticas de cada profissional. Além disso, os dentes naturais podem apresentar uma ampla variedade de cores e nuances de acordo com as condições de iluminação a que são

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submetidos. Isso se apresenta como um desafio na confecção de restaurações estéticas (BARATIERI et al.,1995; ARAÚJO JR et al., 2003; GONDO; MARSON; ALVARES, 2005).

2.1.2 Dimensões da cor

Para facilitar a comunicação e a descrição das cores, várias escalas de cores foram propostas. Munsel, em 1936, desenvolveu um sistema para classificar e definir as dimensões da cor. Segundo o autor, a cor pode ser descrita em 3 dimensões que são: matiz, croma e valor (MUNSEL, 1936 apud PRESTON, 1986). Matiz é o atributo da cor que permite a sua diferenciação entre as outras famílias de cores. Diferencia uma cor da outra, por exemplo, o

verde do azul, o azul do vermelho, entre outras. Ele corresponde ao comprimento de onda refletido pelos objetos. 0 croma é o grau de saturação de cada cor, indica seu grau de pureza, força e

intensidade. Quanto mais escura ela for, maior a sua saturação. A saturação diminui a medida que o objeto é mais claro. 0 valor indica a luminosidade da cor. Descreve o grau de claridade ou de obscuridade

contido numa cor em relação ao cinza neutro. Quanto mais claras as cores, maior seu valor ou luminosidade; quanto mais escuras, menor sera o seu valor. 0 valor varia do preto puro ao branco puro (MUNSEL, 1936 apud PRESTON, 1986; PIZZAMIGLIO, 1991; FAHL JR, 1996; AHMAD, 1999; DERBABIAN et al., 2001). Porém, apenas estas dimensões não foram

suficientes para reproduzir corretamente todas as características cromáticas dos dentes. Assim, novos conceitos e dimensões foram sendo incorporados ao sistema de Munsell, como por exemplo, a translucidez que pode ser descrita como a quarta dimensão da cor. Além da opacidade, opalescência e fluorescência e dos fenômenos da luz como: transmissão, reflexão, dispersão, metamerismo. Visando assim, facilitar a seleção de cor e a reprodução das

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características cromáticas dos dentes naturais. (PRESTON, 1985; PIZZAMIGLIO, 1991; AHMAD, 2000).

Alguns estudos constataram que a junção amelo dentindria (JAD) exerce um profundo efeito na aparência e determinação da cor nos dentes higidos. A JAD funciona como se fosse um bulbo de luz interno, contatando e distribuindo a luminosidade concedida pelo ambiente ao seu redor. Esse efeito permite que o dente mude de cor sob diferentes fontes de iluminação. 0 esmalte transmite a luz incidente até a JAD, a partir de onde a luz é refletida, absorvida e

transmitida em todas as direções. Assim, apesar da sua delgada espessura, a JAD exerce um papel de extrema importância na propagação e difusão da luz nos dentes naturais. Sendo considerada a grande responsável pela difusão interna da luz e pelo controle de luminosidade do dente (MUIA, 1993; VANINI, 1996; SCHWARTZ, 2003; GONDO; MARSON; ALVARES, 2005).

2.2 POLICROMATISMO DOS DENTES NATURAIS

A dentição natural é formada pela sobreposição de estruturas orgânicas e inorgânicas que possuem características ópticas distintas e complementares. Cada uma dessas estruturas comporta-se opticamente de maneira diferente e muito singular frente à luz incidente. 0 esmalte e a dentina são estruturas policromáticas que ao receber luz incidente interagem entre si e com a polpa criando os efeitos ópticos distintos que tornam os dentes belos e singulares, consequentemente dificultando a mimetização com os materiais restauradores (MELO;

KANO; ARAÚJO JR, 2005a, 2005b). A combinação entre as propriedades ópticas dos dentes naturais como: opacidade, translucidez, opalescência

e fluorescência, juntamente com a combinação de efeitos

colorimétricos extrínsecos e intrínsecos determinam a cor dos dentes naturais. A cor

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extrínseca está relacionada com a absorção de materiais corantes como: café, chá, fumo, vinho, entre outros, na superflcie externa do esmalte. Tais substâncias alteram reversivelmente a cor dos dentes naturais. Enquanto que a coloração intrínseca está relacionada A. cor original da dentina e seu processo de envelhecimento fisiológico (TEN BOSCH; COOPS, 1995). Os dentes são estruturas policromáticas por serem compostos por tecidos (esmalte, dentina e polpa) com propriedades ópticas distintas. Esse policromatismo ocorre

principalmente, devido à relação da luz com a dentina e com a textura superficial e translucidez do esmalte nas diferentes regiões da coroa dental (BARATIERI et al., 1995; MUIA, 1993; MAGNE; HOLZ, 1996; ARAÚJO JR. et al., 2003; GONDO; MARSON;

ALVARES, 2005). Não somente a dentina, mas também o esmalte é responsável pela coloração fornecida ao dente. Embora o esmalte seja um tecido muitas vezes considerado acromático, sua alta translucidez aliada à disposição dos seus prismas e ao fato de ser um

tecido opalescente, confere um comportamento semelhante a uma fibra óptica, capaz de transmitir a luz até a dentina subjacente, o que caracteriza diversos nuances e aspectos tridimensionais da cor (FAHL JR; DENEHY; JACKSON,1995; VANINI, 1996; GONDO; MARSON; ALVARES, 2005).

2.2.1 A luz e o processo de determinação das cores nos dentes naturais

A determinação da cor nos dentes naturais ocorre pela interação do esmalte com a dentina e de ambos com a luz e seus fenômenos de absorção, reflexão, refração, transmissão e

dispersão. Além disso, a espessura desses tecidos dentais é muito variável e influencia diretamente na cor dos dentes, e também das restaurações a serem reproduzidas. Além disso, a dentição natural apresenta características cromáticas ilimitadas, bem como, fenômenos de

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opalescência e fluorescência, o que toma a determinação da cor dos dentes para finalidade de reprodução em restaurações estéticas extremamente dificil e imprecisa (WINTER, 1993; VANINI, 1996, 2001).

A cor dos dentes naturais é determinada pela interpretação e inter-relação das ondas de luz emitidas pelas suas diversas estruturas (esmalte, dentina e polpa), após a sua interação da luz com as mesmas, associada ao ambiente em que se encontram inseridos como: gengiva, lábios, fundo escuro da boca (RAMOS IR; ORTEGA, 2002).

A luz ao incidir na superficie dental promove uma série de fenômenos que podem ser descritos como: 1) transmissão especular através do dente, na qual os raios de luz são transmitidos sem sofrerem alteração na sua trajetória incidente; 2) reflexão especular na superficie, na qual os raios refletidos voltam na mesma trajetória da incidência; 3) reflexão

difusa na superficie, os raios refletidos sofrem alteração da sua trajetória; 4) absorção e dispersão da luz dentro dos tecidos dentais, que gera fenômenos como a fluorescência

(PRESTON, 1985; BUDA, 1994; AHMAD, 2000; JOINER, 2004). A dispersão da luz na estrutura dental tem uma contribuição significante dos cristais de hidroxiapatita, encontrados no esmalte, e na dentina a causa predominante seria a característica estrutural dos tábulos dentinirios (VAARKAMP; TEN BOSCH; VERDONSCHOT, 1995). 0 dente natural transmite a luz em diferentes direções por toda a sua area. A luz que

penetra em nossos olhos vinda da superficie vestibular é o resíduo da transmissão difusa que ocorre dentro do dente natural, isto 6, a luz segue trajetos altamente irregulares através da estrutura do dente antes que emirja na superficie e alcance os olhos do observador (VAN DER BURGT et al., 1990).

A correlação do esmalte e dentina com a luz durante os processos de refração e reflexão das ondas de luz determina a cor dos dentes naturais. 0 efeito cromático de uma restauração também é influenciado pelos fenômenos de absorção e reflexão que ocorre entre

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os raios incidentes e o material restaurador (DIETSCHI, 1995; VANINI, 1996). A interação da luz com a camada mais superficial da restauração é responsável por tornar as restaurações parte da dentição natural (SULIKOWSKI; YOSHIDA, 2003). Nos dentes naturais as diferentes cores estão distribuídas através do esmalte e dentina. Sendo que as variações de matiz, croma, valor, translucidez, fluorescência e opalescencia fornecem ao dente seu aspecto policromático. A luz ao passar pelos dentes naturais é refletida, refratada, absorvida e transmitida através de um complexo de múltiplas camadas da estrutura dental. Esses fenômenos ópticos variam de acordo com a densidade óptica dos cristais de hidroxiapatita, prismas de esmalte e tabulos dentindrios. Devido a esse processo torna-se possível a visualização das diversas características e fenômenos ópticos que se manifestam na

estrutura dental, conferindo ao dente seu policromatismo (WINTER, 1993; TERRY, 2000; DIETSCHI et al., 2000; BEHLE, 2001c).

2.2.2 Translucidez da estrutura dental

Um estudo, in vitro, demonstrou que as cores de 28 dentes dos pacientes diferentes onde o esmalte foi removido apresentaram uma forte correlação com as cores da dentina, confirmando assim, que a cor do dente é determinada principalmente pela cor da dentina e que o esmalte possui um papel menor, principalmente na dispersão de comprimentos de onda azul (TEN BOSCH; COOPS, 1995). 0 esmalte comporta-se como um objeto translúcido, ou seja, durante a passagem da luz permite a visualização da dentina e ao mesmo tempo proporciona o espalhamento da luz no comprimento de onda azul através dos seus cristais de hidroxiapatita. Fatores como a espessura do esmalte, forma, textura superficial, cor predominante da dentina e fonte

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luminosa podem dificultar ainda mais a percepção visual das diferentes nuances do conjunto dental (CHU; DEVIGUS; MIELESZKO, 2004). A translucidez atualmente é considerada como sendo a quarta dimensão da cor. É um dos parâmetros ópticos mais importantes para alcançar a estética com naturalidade nas restaurações, mas também um dos mais dificeis de ser avaliado e quantificado. Tanto esmalte quanto dentina são translúcidos, pois permitem a passagem parcial da luz. Porém, o grau de translucidez difere muito de um tecido para o outro. 0 esmalte apresenta alta translucidez e transmite quase que a totalidade da luz, enquanto a dentina apresenta baixa translucidez e reflete boa parte da luz incidente. Essa propriedade determina uma característica azulada, principalmente no terço incisal, e que deve ser reproduzida nas restaurações se o desejo é a obtenção de restaurações verdadeiramente naturais (VANINI, 1996; MAGNE; HOLZ, 1996; TOUATI; MIARA; NATHANSON, 2000; GONDO; MARSON; ALVARES, 2005). As vezes pode parecer simples compreender as manifestações da translucidez nos dentes naturais, porém, isso é bem mais complexo do que se imagina. A translucidez varia muito de um indivíduo para o outro, e de um dente para o outro, além de sofrer alterações com a idade. Por exemplo, o esmalte a dentina de um dente jovem não são muito translúcidos, enquanto que em um dente envelhecido a translucidez de ambos aumenta. Em dentes jovens o esmalte é menos mineralizado, mais espesso e mais texturizado, criando um efeito óptico de leve translucidez e alto valor; em dentes envelhecidos, por outro lado, o esmalte é mais translúcido, além de extremamente liso e polido, proporcionando um efeito de altíssima translucidez associada a um baixo valor e maior visualização da cor da dentina subjacente. Essas variações dificultam muito a correta avaliação da translucidez, fazendo com que na maioria das restaurações ela seja reproduzida erroneamente (UBASSY, 1993; TOUATI; MIARA; NATHANSON, 2000).

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2.3 PROPRIEDADES ÓPTICAS DOS DENTES NATURAIS

A interação que ocorre entre o esmalte, a dentina e até mesmo a polpa dental dá origem a vários fenômenos ópticos que podem ser observados nos dentes naturais, e incluem graus variáveis de translucidez e opacidade do esmalte e da dentina além dos efeitos de opalescência, irisdescencia e fluorescência (WINTER, 1993; VANINI, 1996; DIETS CHI, 2001; VANINI, 2001; FONDRIEST, 2003; BARATIERI; ARAÚJO IR; MONTEIRO JR, 2005). A seleção do matiz, croma e valor são insuficientes para alcançar sucesso estético na seleção da cor. A cor dos dentes pode ser melhorada através de propriedades ópticas adicionais como opalescencia, fluorescência e translucidez, para reproduzir mais fielmente o dente natural (PRIEST; LINDKE, 2000). Ha 2 elementos que devem ser considerados ao determinar a cor dos dentes naturais: o mapa cromático e o matiz básico. 0 mapa cromático é onde a cor básica é identificada com diferentes níveis de saturação, os quais são determinados pela espessura do corpo de dentina e pelas areas de translucidez do esmalte. Quando ativados pela luz, o corpo de dentina e a camada externa criam os fenômenos de fluorescência e opalescencia. 0 mapa cromático do dente exposto à luz refletida e aos comprimentos de ondas que criam tais fenômenos determina a composição cromática do dente. 0 matiz básico e seus cromas derivados, representados pelas ondas longas (vermelho, marrom e amarelo), a sofisticada opalescência incisal, interpretada pelas ondas curtas (branco, azul claro e cinza), e a delicada fluorescência com efeito iridescente determinam a cor tridimensional do dente, como ele é percebido pelos olhos humanos (VANINI, 1996).

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2.3.1 Opalescencia

A opalescencia é uma propriedade óptica referente ao esmalte relacionada à sua capacidade de transmitir seletivamente determinadas ondas do espectro da luz, ao mesmo tempo em que reflete outras. Devido a refração seletiva da luz que incide sobre os cristais de hidroxiapatita ocorre a transmissão das ondas de luz com comprimento de onda médio e

longo (alaranjadas e avermelhadas), e a reflexão das ondas com curto comprimento de onda (azuis e violetas). Isso confere ao dente uma aparência azulada sob a luz refletida e alaranjada

sob a luz transmitida, fenômeno que pode ser visto principalmente no terço incisal (PRIEST; LINDKE, 2000; MAGNE; BELSER, 2002; GONDO; MARSON; ALVARES, 2005).

Na tentativa de explicar melhor os mecanismos e fenômenos envolvidos na opalescência Yamamoto (1985), fez uma analogia entre o esmalte dental e a atmosfera

terrestre. Ao atravessar a atmosfera, as ondas de luz colidem com goticulas de água suspensas, que se comportam como prismas, refratando a luz. A refração desvia seletivamente as ondas de luz, sendo que as ondas curtas (azuis) sofrem desvio mais expressivo que as ondas longas (vermelhas). Assim, ao longo do dia o posicionamento do sol (fonte de luz) permite que todo o espectro atravesse a atmosfera e seja captado pelo olho humano, as ondas azuis são refletidas pelas goticulas de água conferindo ao céu sua coloração azul. Entretanto, ao nascer e ao pôr do sol, a luz incide obliquamente, e as ondas curtas que sofreram maior grau de refração não conseguem penetrar tangencialmente à Terra. 0 resultado é uma luz solar espectralmente desequilibrada, com predomínio de ondas médias e longas (alaranjadas e

avermelhadas), e a percepção de um céu extremamente alaranjado ou avermelhado. A opalescência é um importante componente da cor do esmalte percebida. É produzida na microestrutura do esmalte pela diferença de refração entre os cristais de hidroxiapatita e a substância básica do esmalte, e pela habilidade desses cristais, agindo como microparticulas

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menores do que o comprimento de onda da luz para dar escape à luz incidente. Como resultado, sobre a luz incidente, grandes comprimentos de onda são seletivamente transmitidos através do dente, enquanto ondas de curto comprimento são refletidas na superficie do esmalte, produzindo o azulado sutil característico da opalescencia. Este efeito sutil pode ser conseguido com resinas compostas ou cerâmicas que contenham microparticulas opalescentes com indices de refração diferentes dispersas em sua matriz. Estes materiais têm habilidade de interagir com a luz incidente de maneira muito semelhante a do esmalte dental (CHICHE; PINAULT, 1996). A opalescência nos dentes naturais é um efeito da luz irregular, realizado com a adição e subtração de altos indices de óxidos de refração, em pequenas seqüências próximas dos comprimentos de onda da luz visível. Quando se consegue incorporar estes efeitos nas restaurações, pode-se promover uma delicada aparência de vitalidade adicional, de acordo coma translucidez do dente natural, matiz, croma, valor e textura de superficie (KELLY; NISHIMURA; CAMPBELL, 1996). Um objeto pode parecer fascinante quando a percepção sensorial varia constantemente. Isso confere uma impressão de vividez, brilho, vigor, e não um resultado estático. A beleza dos dentes naturais resulta de pequenas nuances que são criadas pela refração e reflexão da luz. A dinâmica da luz sempre ocorre nos dentes naturais. A luz refletida e a troca de ângulos de observação do natural resultam na vividez de cores, e é baseada na alternância da opalescência e fluorescência. 0 papel do esmalte é semelhante a um filtro de espectro, que reflete as ondas curtas (azuis), enquanto que as de cor laranja atravessam o esmalte. Isso é dominante na regido incisal onde o matiz do dente reflui no fundo escuro da boca. Os prismas de esmalte são os responsáveis pela troca dinâmica entre as cores azul, âmbar, laranja e amarelo e a sua influência na aparência total dos dentes (FIECHTER, 1997).

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A opalesc'ência é um efeito sutil e a sua percepção varia com a distância e o Angulo de observação. É uma característica da pedra opala sob luz incidente. Isto ocorre porque as ondas curtas são refletidas de volta para o observador, fornecendo uma cor azul, enquanto que os comprimentos de onda longos de cor laranja são transmitidos através do material. A opalescência ocorre no vidro, cerâmica e dentes naturais. Este efeito azulado sutil da opalescência preferencialmente não deve ser copiado através da aplicação de corantes internos e externos, pois fariam o resultado parecer artificial. Para conseguir o efeito opalescente os fabricantes lançam mão de outros artificios, como acrescentar microparticulas com indices de refração de luz diferente, que são dispersas em uma matriz, de forma que o material restaurador, seja ele resina ou porcelana, interaja com a luz incidente da mesma forma que o ocorre nos dentes naturais (TOUATI; MIARA; NATHANSON, 2000). Alguns estudos compararam a propagação da luz no dente gerando o efeito da opalescencia com a propagação da luz na pedra opala, e ressaltaram a importância de se aplicar materiais restauradores que propiciem a passagem da luz de forma dinâmica, de modo a se conseguir resultados estéticos muito semelhantes aos dentes naturais. Estes mesmos estudos ressaltaram também a opalescencia como sendo uma característica de suma importância nos materiais restauradores, pois sem ela, a restauração não apresenta vitalidade (YAMAMOTO, 1985; CHICHE; PINAULT, 1996; KELLY; NISHIMURA; CAMPBEL, 1996; TOUATI; MIARA; NATHANSON, 2000). A contra-opalescência é outro fenômeno óptico gerado pela opalescência. Em decorrência dessa propriedade, em determinadas regiões dos dentes, as ondas médias e longas são refletidas, resultando na percepção de Areas de brilho alaranjado, avermelhado ou até mesmo róseo. Esse fenômeno depende da configuração da dentina e ocorre principalmente na regido de mamelos dentindrios e cristas proximais. Por serem características dinâmicas que dependem da interação da luz com o esmalte, tanto a opalescência como a contra-

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opalescencia são dificeis de serem reproduzidas artificialmente. É importante ressaltar que a opalescência é uma característica dos materiais translúcidos, e não dos materiais opacos. Pois,

nos materiais opacos a luz é quase totalmente refletida ou absorvida, e não transmitida. (YAMAMOTO, 1992; PRIEST; LINDKE, 2000; GONDO; MARSON; ALVARES, 2005).

2.3.2 Irisdescencia

A irisdescência, fenômeno no qual a luz incide sobre a estrutura dental, é transmitida através do esmalte e ao chegar a dentina é difundida e refletida conferindo luminosidade interna ao dente. Acredita-se que a JAD seja a principal responsável pelo fenômeno da irisdescência, devido ao fato de funcionar como uma fibra óptica, captando a luz externa e

difundindo-a no interior do dente (MUIA, 1993; VANINI, 1996; SCHWARTZ, 2003). Outro fenômeno óptico de grande influência é a fluorescência, que é uma propriedade que determinados materiais têm de absorver luz de um comprimento de onda invisível como, por exemplo, ultravioleta e emitir luz de um comprimento de onda diferente (visível) em resposta (VANINI, 1996; DIETSCHI, 2001; MAGNE; BELSER, 2002; BARATIERI et al., 2002). Vários estudos pesquisaram a característica fluorescente dos dentes naturais e

materiais restauradores:

2.3.3 0 estudo da fluorescência na Odontologia

Desde a descoberta da luz ultravioleta em 1801 muitos investigadores têm estudado esta porção intrigante do espectro de luz e os seus efeitos nos organismos vivos. Um fenômeno interessante é a capacidade que os raios ultravioletas possuem de produzir um

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brilho característico em alguns materiais ou tecidos quando estes raios são direcionados a eles. Este fenômeno é denominado fluorescência e pode ser definido como um processo de emissão de radiação eletromagnética por um corpo ou substância como conseqüência da absorção da energia da radiação ultravioleta. Na verdade, o que ocorre durante este processo é

a absorção de ondas eletromagnéticas invisíveis, conversão da energia invisível absorvida pelo corpo irradiado pela luz ultravioleta, e emissão de energia visível por este corpo (RUDD et al., 1967). A fluorescência é uma manifestação luminosa, em que moléculas são excitadas por absorção de uma radiação eletromagnética. As principais responsáveis para que ocorra a estimulação dos corpos e a produção de efeitos fluorescentes são as ondas eletromagnéticas na

faixa do ultravioleta. Ao absorver essa radiação o elétron passa de um orbital mais energético e ao voltar ao seu orbital original emite luz (VILLARROEL; GOMES; GOMES, 2004). 0

espectro ultravioleta pode ser dividido em 3: ondas pequenas, médias e longas. As ondas longas (de 320 a 400nm) são conhecidas como "luz negra", ficam mais próximas do espectro da luz visível, e são as ondas que geralmente produzem o fenômeno da fluorescência. As ondas médias (de 290 a 320nm) não possuem uma função completamente definida, porém sabe-se que podem provocar câncer e queimaduras na pele, além de ter efeito acumulativo e tempo de latencia; e as ondas curtas (de 200 a 290nm), as quais ficam mais longe do espectro visível, possuem propriedades antibacterianas e antivirais (RUDD et al., 1967; BlRDSELL et

al., 1977; VILLARROEL; GOMES; GOMES, 2004). A fluorescência é um complexo fenômeno fisico, membro da família dos processos denominados fotoluminescentes, nos quais moléculas susceptíveis emitem luz à partir de estados eletronicamente excitados, que podem ser criados por mecanismos fisicos (ex. absorção da luz), mecânicos (ex. fricção) ou químicos (MONSENEGO, 1990).

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A fotoluminescência foi descrita como sendo a característica que alguns corpos possuem de emitirem certo tipo de luz, quando atingidos por raios ultravioleta invisíveis. Estes corpos podem ser divididos em: 1) Fosforescentes: são aqueles corpos que continuam a emitir luz visível após os raios ultravioleta os terem atingido; 2) Fluorescentes: são aqueles corpos que emitem luz visível somente enquanto são atingidos por raios ultravioleta. Este fenômeno se explica pelo fato de esses corpos serem capazes de transformar os raios

ultravioleta invisíveis em ondas visíveis. Também foi ressaltado que os dentes naturais são corpos fluorescentes, mas apenas poucas marcas comerciais de resinas e porcelanas dentais apresentam fluorescência (TOUATI; MIARA; NATHANSON, 2000). Tradicionalmente dentro da Odontologia, tem-se assumido como definição mais simples e de mais fácil entendimento para este fenômeno, como sendo a fluorescência dental a capacidade que os dentes possuem de absorver energia luminosa (luz ultravioleta) no espectro invisível e, espontaneamente, emiti-la dentro do espectro da luz visível, numa coloração branco-azulada. Entretanto, o fenômeno pode manifestar-se de outras formas, como a absorção de luz azulada e a emissão de uma luz com um comprimento de onda um pouco

maior, amarelada, por exemplo, (MCPHEE, 1985; MCLAREN, 1997; PRIEST; LINDKE, 2000; MELO; KANO; ARAÚJO JR., 2005b).

Este fenômeno fluorescente ocorre através da absorção de raios ultravioleta com comprimentos de onda entre 330 e 390nm, emitidos pela luz solar e que excitam componentes fotossensiveis presentes no esmalte e na dentina. Quando os dentes são expostos a uma fonte

de luz que possui componentes da luz ultravioleta (como por exemplo, a luz negra), esta energia luminosa é emitida em comprimentos de onda maiores, entre 400 e 500nm, faixa espectral que corresponde à cor azul (KOSOVEL; WEBER, 1976; PANZERI; FERNANDES; MINELLI, 1977; MONSENEGO, 1990; SENSI, 2006;).

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0 primeiro estudo relacionado ao fenômeno da fluorescência apresentada pelos dentes

naturais foi realizado por Stiibel, em 1911. Ele foi o primeiro a sugerir que os dentes naturais apresentavam uma forte fluorescência branco-azulada quando submetidos A. ação baixa de raios ultravioleta. Esta propriedade fascinante faz com que os dentes pareçam mais brancos e mais brilhantes sob a luz do dia, dando aos dentes naturais um aspecto maior de vitalidade (CLARK, 1932 apud MONSENEGO; BURDARION; CLERJAUD, 1993; RUTTEN; RUTTEN, 2006).

Benedict (1928) observou que a fluorescência apresentada pela dentina era mais brilhante e mais azulada que a do esmalte. Observou também que ocorria a perda da fluorescência em áreas de lesões brancas de esmalte. Este autor sugeriu ainda que a

propriedade fluorescente da dentina estivesse associada com sua porção orgânica. Fiechter (1997) e Schenkel (2001) ressaltaram a importância da fluorescência como

sendo um dos fenômenos responsáveis pelo aspecto vital das restaurações. Citaram a fluorescência como sendo uma característica dos dentes naturais que significa a capacidade que a parte orgânica do dente possui de emitir energia das suas profundidades a partir de um estimulo luminoso. Schenkel (2001) afirmou que a fluorescência é uma característica presente em todos os

dentes naturais e significa a capacidade que a parte orgânica do dente possui de emitir energias a partir do estimulo de raios de luz ultravioleta, que estão presentes em algumas lâmpadas e na luz solar.

Alguns trabalhos (SHORE; PARDEE,

1956; LAURILLA; MANCEWICZ;

FORZIATI, 1960) apresentaram dados inconsistentes com relação ao espectro de excitação e emissão dos componentes fluorescentes presentes nos dentes naturais, pois estes revelavam

comprimentos de onda pertencentes ao espectro invisível da luz e, portanto, não poderiam ser

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responsáveis pela fluorescência a não ser que estivessem ligados As proteínas presentes na

estrutura dental, como apontado por Armstrong, em 1963. A importância clinica da fluorescência passou a atrair a atenção dos clínicos e pesquisadores hi aproximadamente 50 anos atrás, época em que houve a divulgação de uma série de publicações cientificas e observações práticas que relatavam não somente a importância da identificação da fluorescência emitida pela dentição natural, mas também a

necessidade da sua reprodução quando procedimentos restauradores eram realizados visando dar mais vitalidade e naturalidade as restaurações. Na época a atenção foi voltada inicialmente propriedade fluorescente dos dentes artificiais e dos materiais protéticos (HILTEBRANDT, 1950; KOSOVEL, 1967, 1968a, 1968b. CAITUCOLI, 1968; BRANCHINI; ZANOTTI, 1969;

SCHARF,

1974; SCHENNETTEN, 1976; KOSOVEL;

WEBER,

1976; ROSSOW;

JOHANSEN, 1977). Porém, Com o surgimento e a evolução dos materiais de uso direto, a atenção dos clínicos e pesquisadores voltou-se também para as resinas compostas (PANZERI;

FERNANDES; MINELLI, 1977). Atualmente, a fluorescência é uma propriedade óptica considerada indispensável na maioria, sendo totalidade, dos materiais restauradores quando se deseja a obtenção de resultados verdadeiramente estéticos que simulem as características policromáticas e a vitalidade, ambas encontradas nos dentes naturais (VANINI, 1996; DIETSCHI, 1997, 2001; MAGNE; BELSER, 2002; SENSI et al., 2006). Após os primeiros estudos terem despertado o interrese por esse fenômeno óptico que

ocorre nos dentes naturais, a fluorescência dental vem sendo estudada através de diferentes metodologias ao longo dos anos. 0 que resultou numa ampla variedade de resultados. Um dos

primeiros estudos que pesquisou o espectro da fluorescência em dentes humanos comparou a fluorescência presente em dentes naturais extraídos com aquela encontrada em dentes artificiais, através da análise com uso de espectrofotômetro. Foi observado que sob

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iluminação ultravioleta, os dentes naturais apresentavam fluorescência idêntica entre os grupos, enquanto que nos dentes artificiais a fluorescência variava tanto em ausência quanto em excesso, dependendo da sua composição. 0 efeito fluorescente foi observado em todo o espectro da luz visível e revelou picos de emissão no comprimento de onda de 435nm, referente ao espectro azul. Apesar de arrojada para a época, o autor reconheceu as limitações da metodologia empregada na pesquisa demonstrando a necessidade do desenvolvimento de metodologias mais precisas para a determinação das características cromáticas dos dentes naturais (CAITUCOLL 1968). Outro estudo, utilizando também a análise espectrofotográfica, avaliou a fluorescência do esmalte de dentes extraídos que foram excitados com luz ultravioleta em um comprimento de onda de 365nm. Foram observados picos de emissão entre 415 e 500nm e 580nm; 448nm; 510nm (dentes de ancestrais do período dinástico e pré- dinástico, dentes erupcionados, dentes inclusos), respectivamente. Nos dentes erupcionados foi observado também uma forte emissão no comprimento de onda de 588nm, referente ás cores amarela e alaranjada, que os autores acreditam que pode acentuar o efeito azul e violeta causado pela fluorescência. Foi sugerido ainda que a fluorescência observada no esmalte dental estaria relacionada à presença de componentes inorgânicos (hidroxiapatita), pois a intensidade da fluorescência diminuiu expressivamente após a descalcificação dos espécimes testados (BRANCHINI; ZANOTTI, 1969). A fluorescência dos dentes humanos extraídos também foi pesquisada com um fluorimetro clinico. Este aparelho emitia energia ultravioleta com comprimentos de onda que variavam de 340 a 375nm para a excitação da fluorescência. Foi constatado que nas regiões onde o esmalte era mais espesso, como por exemplo, a região incisal, o pico de emissão era próximo de 450nm, enquanto nas áreas cervicais, onde o esmalte é menos espesso os picos de emissão de fluorescência foram maiores. Com isso, os autores sugeriram que o esmalte atuaria

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como um atenuador da fluorescência nos dentes naturais. Pois, intensidades de emissão menores forma observadas em dentes que possuíam maiores espessuras de esmalte. Isso ocorre porque em regiões com muita espessura de esmalte pouca ou nenhuma dentina consegue influenciar a emissão final da fluorescência (HALL; HEFFERREN; OLSEN, 1970). Scharf (1974) comparou a fluorescência entre dentes naturais, deciduos e cerâmicos através de um gráfico de cor do tipo DIN5033. Foi constatado que não há diferença significante entre eles, pois os picos de emissão de fluorescência ficaram em torno de 450nm e todos se encontravam na faixa azul do espectro da luz visível.

Spitzer e Ten Bosch (1976) analisaram a luminescência do esmalte tanto em dentes humanos quanto em dentes bovinos nos comprimentos de onda de 240nm a 600nm, através de espectrofotometria de fluorescência. Não foram observadas diferenças significantes entre a

luminescência do esmalte humano e do esmalte bovino. Entretanto, três significantes picos de emissão foram observados nos comprimentos de onda de 350nm, 405nm e 450nm, além de

um pico menor no comprimento de onda de 520nm. Os autores observaram também que o espectro de emissão da luminescência nos dentes humanos consiste numa banda larga com pico máximo de emissão próximo de 410nm, isto quando o dente é iluminado com luz de comprimento de onda de 340nm. Os autores ainda sugeriram, que apesar da natureza exata da luminescência ser incerta, tanto moléculas presentes na estrutura orgânica quanto inorgânica contribuem para a ocorrência do fenômeno. Todavia, após isolamento da porção mineral do esmalte, o efeito luminescente do mesmo continuou a ocorrer. Os autores concluíram assim, que no esmalte o componente orgânico é o maior responsável pela ocorrência da luminescência. Esse efeito seria causado por resíduos de um aminoácido presente na proteína

de esmalte denominada triptofano. 0 espectro de emissão de fluorescência de dentes humanos extraídos também foi

estudado por Kosovel e Weber (1976). Resultados semelhantes foram observados, com picos

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de emissão no comprimento de onda de 451nm para o esmalte, 442nm para a dentina e de 448nm para o cemento. Esta pequena diferença entre os tecidos dentais não foi

estatisticamente significativa. Mais importante do que isso, os autores observaram que a diferença entre o sexo (masculino e feminino) nem a idade dos dentes examinados influenciou

na emissão de fluorescência. Panzeri; Fernandes; Mine lli (1977) compararam as características de fluorescência

presentes em dentes naturais e em materiais restauradores, tais como: resinas acrílicas, resinas compostas e cimentos de silicato. Após excitação com luz ultravioleta no comprimento de onda de 365nm, foi observado um pico de emissão da fluorescência no comprimento de onda de 450nm, confirmando dados de estudos anteriores. Nenhum dos materiais testados apresentou características de emissão de fluorescência semelhantes A observada nos dentes naturais. Sendo que algumas resinas compostas sequer apresentaram alguma emissão de fluorescência, ao contrário de um dos cimentos de silicato testado que apresentou mais fluorescência do que o próprio dente natural. Foi constatado também, que a realização de um

glazeamento sobre a superficie de algumas resinas compostas resultou em diminuição de 50%

na fluorescência emitida. Isto pode ser explicado por uma possível absorção da fluorescência pela resina composta, ou ainda porque a camada de glaze seria capaz de reduzir a transmissão da energia ultravioleta, dificultando que ela chegasse até a resina subjacente. Wozniak e Moore (1978) compararam o espectro de luminescência de uma série de dentes e pós de porcelanas, e dentes de acrílico, com o espectro de luminescência dos dentes naturais. Observaram que, embora um pequeno grupo de dentes e pós de porcelana estudado apresentassem fluorescência semelhante A dos dentes naturais, a maioria dos dentes e materiais artificiais emite uma fluorescência máxima entre 410 e 420nm, enquanto os dentes naturais apresentam um espectro de fluorescência que se estende além de 500nm. Outro fator avaliado, por interferir diretamente na estética dos dentes artificiais, foi a intensidade de

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emissão de fluorescência. Constatando-se que a maioria das amostras estudadas ou não

apresentou emissão de fluorescência, ou esta foi muito baixa quando comparada a dos dentes naturais. Assim, os autores relataram que a grande maioria das porcelanas e dentes artificiais avaliados apresenta uma notável diferença nas características de luminescência em relação aos dentes naturais. Sendo que em algumas amostras a fluorescência sequer foi detectada. Isso sugere que a maioria destes materiais restauradores não é capaz de reproduzir com fidelidade as características ópticas dos dentes naturais. Foreman (1980) estudou o espectro de excitação e emissão de dois componentes fluorescentes extraídos da dentina. Concluiu que um deles possui as mesmas características do aminoácido triptofano, encontrado no esmalte e considerado o grande responsável pela sua luminescência. Já o outro componente fluorescente, tido como responsável pela emissão

fluorescente na dentina pelos autores, não pôde ser identificado. Sundstrom et al. (1985) pesquisaram o espectro de fluorescência da dentina e do

esmalte dos dentes naturais higidos e dos dentes cariados através da iluminação com laser em comprimentos de onda de 337, 488, 515 e 633nm. Foi possível observar que a emissão de fluorescência variou de acordo com o comprimento de onda utilizado para a excitação da luz

principalmente nos comprimentos de onda de 337nm e 400nm, os quais geraram fluorescência nos comprimentos de onda de 488nm e 540nm, respectivamente. Observaram também, que a presença de cárie alterava esta emissão, principalmente no comprimento de onda de 488nm,

sugerindo que este comprimento poderia ser útil para a detecção de lesões iniciais de cárie. Monsenego (1990) comparou o espectro de emissão de fluorescência do esmalte

natural e de algumas resinas compostas diretas, disponíveis na época, através da análise de restaurações realizadas em dentes bovinos. 0 pico de emissão de fluorescência do esmalte

natural foi descrito no comprimento de onda de 450nm e nenhuma das resinas compostas testadas apresentou espectro de emissão fluorescente semelhante àquela observada no esmalte

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natural. 0 autor afirmou ainda que a fluorescência dos dentes naturais independe da cor que eles apresentam. Monsenego (1991) pesquisou a influência de alguns materiais de cimentação na fluorescência das porcelanas dentais, com intuito de avaliar se o material utilizado na cimentação pode ou não interferir na fluorescência final da restauração. 0 autor constatou que

a escolha do cimento pode diminuir ou aumentar a fluorescência final das restaurações e próteses cimentadas. Afirmou ainda que a diminuição da fluorescência da cerâmica causada

pelo cimento ocorre porque o mesmo não apresenta fluorescência. Assim, os raios ultravioleta ao ultrapassarem a cerâmica e atingirem o cimento são absorvidos, fazendo com que a fluorescência da cerâmica diminua ou desapareça. Enquanto que quando o cimento causa um aumento na fluorescência da cerâmica, esta alteração na emissão da -fluorescência ocorre porque os feixes ultravioleta penetram no material cerâmico e excitam o cimento subjacente. Portanto, o autor concluiu que a coloração da fluorescência apresentada pela restauração é a soma da sua própria fluorescência com a fluorescência apresentada pelo

agente cimentante subjacente. Araki et al. (1990) examinaram a heterogeneidade espectral, anisotrópica e temporal

da fluorescência emitida pelos dentes naturais através da utilização de um microfluorimetro de polarização. Foi possível constatar que a fluorescência da dentina é mais intensa e mais azulada que a do esmalte e que os dentes deciduos apresentam fluorescência semelhante a dos dentes permanentes. Isto indica que o componente fluorescente está presente na estrutura dental desde a sua formação. Porém, os autores observaram que a intensidade da fluorescência da dentina aumenta de acordo com a idade do dente, sugerindo que processos biológicos podem estar envolvidos nesse aumento. Os autores sugeriram ainda que, devido a anisotropia da fluorescência observada, o componente fluorescente possuiria uma estrutura heterogênea.

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Assim, um complexo formado de colágeno e hidroxiapatita foi indicado como responsável pela fluorescência dos tecidos dentais. Monsenego; Burdarion; Clerjaud (1993) avaliaram a fluorescência do esmalte natural e a compararam com a fluorescência presente nos dentes das escalas de cores dos materiais cerâmicos. 0 espectro do esmalte natural foi analisado e apresentou uma larga faixa com pico

de emissão no comprimento de onda de 450nm para o esmalte e 430nm para dentina, diminuindo sutilmente até o comprimento de onda de 680nm. Os autores sugeriram que a característica fluorescente pareceu ser independente da cor percebida sob luz branca.

Entretanto, a fluorescência observada nos materiais cerâmicos não é homogênea e difere da apresentada pelo esmalte natural. Isso se explica porque a fluorescência das cerâmicas pode ser afetada de acordo com o material utilizado para dar luminosidade A peça (composição do corpo luminoso), aumento ou diminuição da saturação de cor e pela escolha do cimento utilizado na cimentação das peças. Foi observado também que além da maioria dos dentes das escalas de cores cerâmicas não apresentar fluorescência semelhante A dos dentes naturais, pode ainda haver variações dentro das amostras de um mesmo grupo, demonstrando assim, a falta de homogeneidade existente que pode dificultar a obtenção de resultados estéticos. Nesse mesmo estudo, os autores utilizaram incisivos centrais bovinos devido A sua fluorescência ser semelhante A dos dentes humanos. Entretanto, observaram-se que a fluorescência dos dentes bovinos é inconstante e diminui sua intensidade de acordo com o tempo de exposição ao laser de radiação ultravioleta, ou seja, ocorre uma fadiga de fluorescência. Assim, os autores sugeriram que a radiação ultravioleta poderia induzir possíveis danos 6. estrutura dental em bovinos, e acreditam que o mesmo fenômeno possa ocorrer em dentes humanos. Matsumoto; Kitamura; Araki (1999) analisaram a fluorescência da dentina humana com um microfot6metro de fluorescência. Os autores observaram que a intensidade da fluorescência aumentou de acordo com a idade dos dentes. Entretanto, não foram observadas

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diferenças na intensidade da fluorescência ou no perfil espectral entre diferentes tipos de dentes extraídos do mesmo indivíduo ou da mesma idade. Tani et al. (2003) avaliaram, através da comparação da fluorescência emitida pelos dentes naturais e pelas resinas compostas, se seria possível utilizar a fluorescência para auxiliar na remoção de restaurações antigas ou deficientes de resina composta sem desgastar estrutura dental sadia. Foram utilizadas 6 marcas comerciais de resinas compostas disponíveis no mercado. Constataram que a maioria das resinas possui um espectro de excitação de

fluorescência reduzido quando comparado ao dos dentes naturais. Além disso, a intensidade de emissão de fluorescência dos dentes naturais é bem maior que de todas as resinas testadas. Os autores afirmaram assim, que a fluorescência pode ser usada para auxiliar na remoção de

restaurações de resina composta. Villarroel; Gomes; Gomes (2004) avaliaram a fluorescência de 13 marcas comerciais de resinas compostas disponíveis no mercado e compararam com a fluorescência emitida pelos dentes naturais. Constataram que os sistemas restauradores de resinas compostas apresentam graus de fluorescência que diferem entre si e dos dentes naturais, enfatizando novamente a falta de homogeneidade entre os materiais restauradores. Lee; Lu; Powers (2005a) compararam a característica de fluorescência da dentina humana com a fluorescência de diversas resinas compostas. 0 método utilizado pelos autores, através do uso de um espectrofotõmetro de refletância, foi marcantemente superior, pois toda energia ultravioleta contida na luz natural foi considerada e a análise da fluorescência se deu pela sua inclusão ou exclusão, com auxilio de filtros. A dentina apresentou emissão fluorescente com picos entre os comprimentos de onda entre 440nm e 450nm. Das resinas compostas testadas, algumas apresentaram fluorescência com pico de

emissão no

comprimento de onda de 450nm enquanto outras não apresentaram fluorescência detectável. Os mesmos autores avaliaram o efeito do manchamento superficial e do selamento de

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superficie na fluorescência das resinas compostas e concluíram que, tanto a utilização de selantes quanto o manchamento causado por corantes diminui drasticamente a característica fluorescente das resinas compostas testadas. Os autores sugeriram que a remoção deste manchamento superficial restauraria, em parte, a emissão de fluorescência (LEE; LU; POWERS, 2005b). Lee; Lu; Powers (2006) também testaram o efeito do envelhecimento na característica fluorescente. Os autores observaram que, após o envelhecimento, as resinas compostas que apresentavam fluorescência previamente passaram a não apresentar nenhuma fluorescência detectável. Sugerindo assim, que os componentes fotossensiveis adicionados As resinas, para que elas apresentem fluorescência semelhante A dos dentes naturais, são instáveis e se perdem com o envelhecimento ou desgaste da resina. Sensi et al. (2006) examinaram a fluorescência de marcas comerciais de resinas compostas e as comparou com a fluorescência de um dente natural extraído. Foi possível observar que as resinas apresentam níveis variados de fluorescência que quando comparados A fluorescência do dente natural, e podem ser classificadas qualitativamente em: 1) ausência de fluorescência (baixa fluorescência comparada a do dente natural), 2) fluorescência ideal (semelhante a do dente natural), 3) fluorescência excessiva (mais baixa que a do dente natural). Foi constatado também que a última camada de resina composta é a qual definirá se a restauração apresentará fluorescência final ou não. Se na última camada aplicada for utilizada uma resina com fluorescência, independente das camadas subjacentes apresentarem fluorescência ou não, a aparência final da restauração será com fluorescência. Entretanto, se na última camada aplicada for utilizada uma resina sem fluorescência, independente das camadas subjacentes apresentarem fluorescência, o aspecto final da restauração sera de uma restauração sem fluorescência. Isso pode ser explicado pelo fato de que a última camada

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bloqueia a passagem dos raios ultravioletas para as camadas subjacentes se a resina utilizada não apresentar fluorescência, já nas resinas fluorescentes isso não ocorre. Sensi (2006) avaliou clinicamente a fluorescência presente nos dentes naturais através do uso de um espectrofotômetro para constatar se a emissão da fluorescência estaria ou não relacionada com a idade e com a cor dos dentes. Foram avaliados dentes de pacientes com diferentes idades e com diferentes espessuras de esmalte e dentina, no intuito de observar a possível influência desses tecidos na análise da fluorescência. A fluorescência foi excitada em

todo o comprimento de onda da luz ultravioleta longa (de 330 a 395nm), principal responsável pelo fenômeno da fluorescência, e a sua emissão foi observada ao longo de todo comprimento de onda da luz visível (de 400 a 740nm), permitindo assim uma ampla observação do efeito fluorescente. Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos com relação intensidade da fluorescência em nenhum dos comprimentos de onda avaliados. Pelo contrario, os dentes naturais observados apresentaram um padrão na intensidade da fluorescência. Também não foram observados picos isolados de emissão, mas sim uma intensidade constante. 0 autor também constatou que mesmo nos dentes mais claros, que apresentaram uma maior luminosidade, esta não resultou em diferenças na intensidade da fluorescência emitida. Afirmando assim, que a intensidade de fluorescência não possui relação com a cor dos dentes naturais e nem com a idade dos pacientes.

DISCUSSÃO

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3 DISCUSSÃO

A época atual é caracterizada por uma forte ênfase cultural na beleza e estética, o que envolve qualquer melhoramento tanto no aspecto fisico (aparência), quanto psicológico. Com esse apelo da beleza, o sorriso tornou-se um dos principais alvos de modificações, o que fez com que a Dentistica Estética e Restauradora se tornasse o centro das atenções odontológicas (DIETSCHI, 1997). Essa crescente valorização de um sorriso esteticamente agradável faz com que as pessoas, especialmente na cultura ocidental, busquem cada vez mais alternativas de tratamento para modificar ou melhorar a aparência da sua dentição natural. A força que uma boa imagem estética pessoal, e em particular o sorriso, exerce sobre as pessoas em sociedades competitivas é inegável (CONCEIÇÃO et al., 2005). Devido essa busca insaciável dos paciente pela beleza a demanda por resultados esteticamente naturais vem sendo uma realidade constante na clinica odontológica, onde os clínicos são desafiados a produzirem restaurações (diretas e indiretas) e próteses que reproduzam, além da forma e função, a aparência bela e vital dos dentes naturais. Essa aparência depende das características anatõmicas como: forma contorno e textura de superficie, mas principalmente da cor final obtida e de como o material restaurador utilizado se comporta frente As mudanças de iluminação (BARATIERI; ARAÚJO JR; MONTEIRO JR, 2005; SENSI et al., 2006). Devido a grande imposição da mídia as expectativas dos pacientes estão cada vez maiores e a sociedade cada vez mais exigente em termos de estética. Com isso, o objetivo principal das restaurações estéticas é replicar a aparência da dentição natural fazendo com que a restauração fique indistinguivel do remanescente dental. Graças aos avanços na tecnologia adesiva e nas propriedades das resinas compostas, a realização de restaurações esteticamente superiores é passível de ser obtida atualmente. Além disso, a técnica direta incremental permite ao clinico um maior controle de cada passo do procedimento restaurador,

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possibilitando assim, uma maior previsão dos resultados. Entretanto, a avaliação da cor e suas dimensões e das propriedades ópticas dos dentes naturais é considerada como sendo uma das

tarefas mais dificeis e desafiadoras dentro da Odontologia Estética e Restauradora (FAHL JR, 1996; BARATIERI; ARAÚJO JR; MONTEIRO JR, 2005; SENSI et al., 2006).

Reproduzir a dentição natural, seus nuances de cor e suas propriedades ópticas, através do uso de materiais artificiais, vem sendo algo frequentemente frustrante e enigmático para os clínicos e desapontante para o paciente. 0 grande desejo da Odontologia Estética é alcançar restaurações que reproduzam morfologica, optica e biologicamente as estruturas dos dentes

naturais, oferecendo ao paciente estética e função. A questão morfológica e biológica pode ser facilmente alcançada, porém a reprodução das propriedades ópticas, que fornecem beleza e naturalidade As restaurações, continua sendo um enorme desafio para os clínicos (JUN, 1999; DERBABIAN et al., 2001). 0 controle da cor das restaurações é dificil e continua sendo um problema para

os clínicos principalmente, porque o processo é realizado de maneira visual. Desta forma, vários fatores influenciam esse processo, tais como: as diferenças individuais com relação ao

entendimento e percepção da cor, a experiência e treinamento do observador, as condições de iluminação, o ambiente e a utilização de escalas de cor inadequadas (JUN, 1999; TUNG et al., 2002).

Para uma restauração ser verdadeiramente estética, e consequentemente se assemelhar dentição natural, as dimensões da cor como: matiz, valor, croma, translucidez e opacidade,

além de características como transmissão, dispersão, absorção e reflexão da luz, e propriedades ópticas como: opalescência, irisdencência e fluorescência devem ser corretamente reproduzidas. Porém, não basta apenas reproduzir as características que podem ser visualizadas, faz-se necessário entender quais as contribuições que esmalte, dentina e polpa juntamente integradas com as estruturas adjacentes (bochechas, gengiva, lábio, fundo

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escuro da boca) podem fornecer a forma como as cores dos dentes são percebidas. Criar a cor nas restaurações da mesma maneira como ela é criada no elemento dental, através da interação dos tecidos dentais entre si e com a luz, é a melhor maneira de obter resultados com excelência estética (DERBABIAN et al.,2001).

Se a percepção das características básicas da cor dos dentes já pode ser considerada uma tarefa dificil, a percepção e comunicação de propriedades ópticas especiais, tais como a fluorescência, é ainda mais complicada. Desde a descoberta da luz ultravioleta em 1801

muitos investigadores têm estudado essa porção instigante do espectro da luz e os seus efeitos nos organismos vivos. Um fenômeno interessante é a capacidade que os raios ultravioleta possuem de produzir um brilho característico em alguns materiais ou tecidos quando esses raios são direcionados a eles. Este fenômeno é denominado fluorescência e pode ser definido como sendo um fenômeno óptico inerente aos dentes naturais que ocorre pela absorção de energia luminosa em um espectro invisível e a emissão desta energia no espectro visível, em forma de luz. A reprodução adequada desta característica pode ser essencial em algumas situações clinicas e depende exclusivamente da utilização de materiais que possuam características fluorescentes semelhantes as do dente a ser restaurado. Assim, torna-se necessário conhecer o comportamento desta característica fluorescente presente tanto nos

materiais restauradores como nos dentes naturais (RUDD et al., 1967; WINTER, 1993; VANINI, 1996; MCLAREN, 1997; DIETSCHI, 2001; FONDRIEST, 2003; MILLER, 2003, 2004; BARATIERI; ARAÚJO JR; MONTEIRO JR, 2005; VILLAROEL; GOMES; GOMES, 2004; SENSI et al., 2006).

A fluorescência nos dentes naturais ocorre quando esses são expostos à ação da luz ultravioleta, a qual é invisível aos olhos humanos, e a absorvem. Na natureza esse fenômeno é criado pela luz ultravioleta dos raios do sol, mas também pode ser obtido com o uso da "luz negra". Essa luz (de ondas curtas) excita os componentes fotossensiveis do esmalte e,

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principalmente da dentina, os quais passam a emitir uma luz branco-azulada (MCPHEE, 1985; YAMAMOTO, 1985; DIETSCHI, 1995; VANINI, 1996; MCLAREN, 1997; TOUATI;

MIARA; NATHANSON, 2000; DIETSCHI, 2001; MAGNE; BELSER, 2002; BARATIERI et al., 2002; MELO; KANO; ARAÚJO JR., 2005b; GONDO; MARSON; ALVARES, 2005; SENSI et al., 2006; SENSI, 2006). Nesse fenômeno ocorre um aumento aparente na

luminosidade dos dentes. Isso se deve à adição da luz que incide no dente e é refletida, com a luz que é absorvida pelo dente e emitida subsequentemente. Essa luminosidade adicional pode alterar a expressão cromática dos dentes, fazendo com que eles pareçam mais brancos do que realmente são. Por isso é importante que a restauração a ser confeccionada apresente fluorescência semelhante a da estrutura dental; para que assim, ela fique integrada ao remanescente dental tornando-se indistinguivel (VANINI, 1996; MAGNE; BELSER, 2002; MELO; KANO; ARAÚJO JR., 2005b; SENSI et al., 2006). A percepção da fluorescência não pode ser detectada pelo olho humano. Entretanto, apesar dessa propriedade óptica não ser perceptível a olho nu, a fluorescência presente nos dentes naturais contribui de maneira importante para a sua aparência, conferindo mais brilho e vitalidade (LEE; LU; POWRES, 2005a, 2005b). Uma das técnicas mais utilizadas para visualizar a fluorescência em dentes naturais é submete-los a uma iluminação rica em radiação ultravioleta como, por exemplo, a luz negra. 0 que pode ser visto são dentes com uma aparência luminosa e brilhante, mais brancos do que

de costume. Isso ocorre porque a estrutura dental, principalmente a dentina, absorve a luz ultravioleta e emite luz branca azulada como resposta. Porém, não se pode esquecer que a luz solar e as comumente chamadas lâmpadas frias também emitem radiação ultravioleta. Assim, o fenômeno da fluorescência também ocorre no dia a dia quando os dentes ficam expostos ao

sol, ou a essas lâmpadas, embora seja bem mais dificil de percebe-lo. A ocorrência desse fenômeno óptico ressalta a importância de selecionar e utilizar materiais restauradores que

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consigam reproduzir essa e outras características ópticas dos dentes naturais, quando expostos as mesmas condições de iluminação a que eles são submetidos. Desse modo, poderá ocorrer a interação dos materiais restauradores com a estrutura dental e a mesma manifestação dos fenômenos e características ópticas, garantindo assim, que a restauração apresente vitalidade e estética natural e seja ao mesmo tempo imperceptível (VANINI, 1996; DIETSCHI, 2001; MAGNE; BELSER, 2002; MELO; KANO; ARAÚJO JR., 2005b; GONDO; MARSON; ALVARES, 2005; SENSI et al., 2006). Desde que passou a atrair a atenção dos clínicos e pesquisadores ha aproximadamente 50 anos atrás, uma série de estudos e publicações cientificas vem relatando a importância da fluorescência na dentição natural e a necessidade da sua reprodução nas restaurações estéticas. Tanto, que atualmente ela é considerada uma propriedade indispensável (VANINI, 1996; SENSI et al., 2006). O fenômeno fluorescente nos dentes naturais ocorre pela absorção de raios ultravioleta com comprimento de onda de 330 a 390nm, emitidos pela luz solar e que excitam componentes fotossensiveis presentes no esmalte e na dentina. Quando expostos a uma fonte de luz que possui componentes da luz ultravioleta, como por exemplo, a luz negra, esta energia luminosa é emitida em comprimentos de onda maiores, entre 400 e 500nm, medidas que na faixa espectral correspondem à cor azul (MCLAREN, 1997). A fluorescência dos dentes naturais foi estudada por diversos autores e com distintas metodologias, isso faz com que exista uma variedade de resultados relatados. Caitucoli (1968) analisou a fluorescência através da análise espectrofotogrifica e encontrou picos de emissão no comprimento de onda de 435nm. Já Branchini e Zanotti (1969) também usando o método espectrofotogrifico observaram picos de emissão de 415, 448, 500, 510 e 580nm. Porém, os tipos de amostras dentárias utilizadas foram diferentes. Hall; Hefferren; Olsen (1970) pesquisaram a fluorescência com um fluorimetro clinico e constataram picos de emissão de

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450nm. Scharf (1974) utilizou um gráfico de cor do tipo DIN 5033 para analisar a

fluorescência dos dentes naturais, entre outros materiais, e também constatou um pico de emissão de 450nm. Já Spitzer e Ten Bosch (1976) utilizaram a espectrofotometria de fluorescência e observaram picos de emissão nos comprimentos de onda de 350, 405, 450, e

520nm. Kosovel e Weber, (1976) observaram resultados semelhantes, com picos de emissão

no comprimento de onda de 451m para o esmalte, 442nm para a dentina e 448nm para o cemento. Panzeri; Fernandes; Mine lli (1977) observaram picos de fluorescência de 450nm nos dentes naturais, quando excitados com luz ultravioleta no comprimento de onda de 365nm. Sundstrom et al. (1985) constataram que a emissão de fluorescência varia de acordo

com o comprimento de onda utilizado para a excitação da luz. Encontrou picos de fluorescência de 488 e 400nm quando a excitação é de 337 e 540nm, respectivamente. Monsenego (1990) comparando a emissão de fluorescência das resinas compostas e dos

dentes naturais, constatou um pico de emissão de 450nm para a dentição natural. Lee; Lu; Powers (2005a) comparando a fluorescência da dentina humana com a das resinas compostas através de um espectrofotômetro constatou picos de emissão fluorescente entre os comprimentos de onda de 440 e 450nm para dentina, confirmando estudos anteriores. Como visto anteriormente, vários estudos pesquisaram os picos de emissão de fluorescência na dentição natural. Contudo, apenas alguns deles usaram a mesma metodologia. Portanto, há vários relatos com medidas diferentes para a emissão de fluorescência na dentição natural. Entretanto, entre os autores que utilizaram a mesma metodologia, ou pelo menos semelhante, há uma concordância que a emissão de fluorescência pelos dentes naturais, quando submetidos à radiação ultravioleta, varia no intervalo de 350 a 500nm, com pico máximo de emissão em 450nm para esmalte e 430nm para dentina (CAITUCOLI, 1968; BRANCHINI, 1969; PANZERI; FERNADES; MINELLI, 1977; MONSENEGO, 1990; LEE; LU; POWERS, 2005a).

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Tanto esmalte quanto dentina são estruturas fluorescentes. Porém, o fenômeno manifesta-se com mais intensidade na dentina. Isso ocorre provavelmente devido ao seu maior conteúdo orgânico e menor grau de mineralização, que faz com que ela seja até 3 vezes mais fluorescente que o esmalte (YAMAMOTO, 1985; VANINI, 1996; MAGNE; BELSER, 2002; MELO; KANO; ARAÚJO JR, 2005; GONDO; MARSON; ALVARES, 2005; SENSI et al., 2006). Essa maior fluorescência da dentina cria um fenômeno conhecido como "luminescência interna", o qual é o principal responsável pela aparência vital dos dentes naturais (VANINI, 1996; SENSI et al., 2006). Acredita-se que a maior fluorescência da dentina esteja fortemente relacionada As proteínas que formam a sua porção orgânica, principalmente as que contêm o aminoácido

triptofano. Já a pouca fluorescência apresentada pelo esmalte estaria relacionada ao seu conteúdo inorgânico (hidroxiapatita), visto que quando amostras de esmalte são descalcificadas a fluorescência diminui notavelmente (BENEDICT, 1928; ARMSTRONG, 1963; BRANCHINI; ZANOTTI, 1969). Todavia, Spitzer e Ten Bosch (1976) ao analisarem a fluorescência do esmalte em dentes humanos e bovinos constataram, após isolarem a porção mineral do esmalte, que o seu efeito fluorescente seria causado pelo resíduo de um aminoácido presente na proteína do esmalte denominado triptofano, o mesmo considerado como sendo o principal responsável pela fluorescência da dentina. Porém, não apenas as proteínas são as responsáveis pela fluorescência dos dentes naturais. Estudos envolvendo a análise da fluorescência da junção amelodentindria (JAD) constataram que ela apresenta uma

fluorescência 6 vezes menos acentuada que a da dentina. Visto que a JAD tem constituição altamente protéica ela deveria apresentar uma maior fluorescência, entretanto as proteínas que a formam são, principalmente, enamelinas e amelogeninas e essas não contem o aminoácido triptofano. Todavia, mesmo sem conter esse aminoácido, a JAD apresenta fluorescência, apesar de ser bem menor que a dentina. Isso sugere que alguma outra substância também

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contribua para o efeito fluorescente dos dentes naturais (VANINI, 1996; SCHWARTZ, 2003). Outro fator que reforça a idéia de que a fluorescência seja causada por partículas orgânicas são alguns estudos que demonstraram que quando a dentina é desmineralizada a sua fluorescência própria aumenta. Isso pode ser con fi rmado ao observar que o esmalte, que é um tecido altamente mineralizado, exibe um grau muito baixo de fluorescência própria quando comparado à dentina (TSUDA; RUBEN; ARENDS, 1996; VAN DER VEEN e TEN BOSCH, 1996; VANINI, 1996). Essa falta de concordância entre os estudos, com relação a fluorescência do esmalte, mostra a necessidade de serem realizadas novas pesquisas para constatar qual ou quais estruturas são as responsáveis pela fluorescência apresentada pelos dentes naturais. Alguns clínicos podem achar que a propriedade óptica da fluorescência pode ser desprezada nas suas restaurações, haja vista que ela apenas se manifesta em determinadas condições de iluminação, como luz negra ou radiação solar ultravioleta. Entretanto, a sua reprodução é especialmente significante quando se trata de pacientes expostos aos olhos do público, como: apresentadores, músicos, atores, modelos, dançarinos, ou até mesmo pacientes que vão frequentemente a lugares onde ficam expostos a luz ultravioleta, tais como: casas noturnas, teatros e praias (MILLER, 2003; SENSI et al., 2006). Se as restaurações ou próteses não foram realizadas com materiais restauradores que apresentam fluorescência

e são

submetidas a este tipo de iluminação (luz negra), a absorção da luz ultravioleta e emissão de luz branco-azulada não ocorrem. Isso faz com que elas apareçam como regiões ou pontos negros no arranjo do sorriso, gerando constrangimento não apenas ao paciente, mas também ao dentista, que pode ser questionado a substituir tais restaurações não fluorescentes por outras que apresentem fluorescência. Assim, durante o planejamento de restaurações em areas estéticas, principalmente as que ficarão expostas a luz ultravioleta, os clínicos devem levar em consideração não apenas a reprodução de forma, cor e textura, mas também a simulação das

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características ópticas e intrínsecas dos dentes naturais, associando isso A personalidade, expectativas, estilo de vida e profissão de seus pacientes (MILLER, 2003; GONDO; MARSON; ALVARES, 2005; SENSI et al., 2006).

Apesar de muitos clínicos acharem que a fluorescência é uma propriedade óptica que pode ser descartada, vários autores ressaltam a sua importância para a Odontologia Estética (STUDEL,1911; WINTER, 1993; DIETSCHI, 1995; MAGNE; HOLZ, 1996; VANINI, 1996; FAHL JR, 1996; FIECHTER, 1997; PRIEST; LINDKE, 2000; DIETSCHI, 2001; RUTTEN; RUTTEN, 2006; SENSI et al., 2006). Tem-se observado que essa propriedade exerce uma

grande influencia no resultado estético das restaurações. Tanto que os fabricantes, através de pesquisas, \fern procurando introduzir e melhorar essa propriedade óptica nos seus materiais, a fim de que seja possível oferecer materiais restauradores com um potencial de reprodução estético muito maior. Segundo alguns autores a fluorescência é uma propriedade fundamental, pois devido ao seu aspecto de luminescência interna do dente fornece vitalidade As restaurações, que apresentam mais brilho e luminosidade (WINTER, 1993; DIETSCHI, 1995; MAGNE; HOLZ, 1996; VANINI, 1996). Os dentes naturais emitem uma fluorescência azul intensa quando colocados sob luz ultravioleta. Esta propriedade óptica confere uma aparência mais

clara, branca e luminosa aos dentes quando submetidos a luz do dia. Essa propriedade deve ser reproduzida através de materiais artificiais se o desejo é alcançar a estética natural (STOBEL,1911). De acordo com Priest e Lindke (2000) a utilização de materiais

restauradores que reproduzam a propriedade da fluorescência, bem como todas as outras propriedades ópticas dos dentes naturais é de extrema importância quando se deseja mimetizar fielmente a estrutura dental natural. Para Fiechter (1997) fluorescência é a luz que

brilha na profundidade. É uma característica presente no esmalte e na dentina que faz o dente brilhar. É a dinâmica da luz que dá vida ao dente. Também para Rutten e Rutten (2006), a

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fluorescência é um fenômeno fascinante que confere ao dente maior luminosidade e vitalidade. De acordo com Rutten e Rutten (2006) coroas cerâmicas que são fabricadas com materiais que apresentam fluorescência reduzem eficientemente o efeito de escurecimento do periodonto, melhorando a aparência saudável da arquitetura gengival e o resultado estético final da cerâmica. Clínicos e ceramistas experientes devem buscar sempre as mesmas qualidades para que seja possível confeccionar coroas perfeitas no que diz respeito a brilho, saturação, matiz, opalescência e fluorescência, mimetizando ao máximo as características presentes nos dentes naturais. Muitos profissionais preocupam-se em simular corretamente a cor e a textura dos dentes homólogos nas suas restaurações, mas esquecem de reproduzir características ópticas fundamentais como, por exemplo, a fluorescência. A fluorescência é uma propriedade óptica, presente principalmente na dentina, que faz com que os dentes naturais tenham uma aparência mais clara e brilhante, transmitindo assim, mais vitalidade. A reprodução dessa característica é de extrema importância porque ela exerce um efeito dramático conferindo a dentição natural e as restaurações que apresentam fluorescência, mais brilho, luminosidade interna

e

vitalidade, tanto sob a luz do sol quanto com lâmpadas frias ou de "luz negra" (SENSI et al., 2006). Fluorescência, opalescencia e transmissão natural de luz são fatores-chave para a estética dos dentes naturais e por isso, devem ser adequadamente entendidos e reproduzidos (FAHL JR, 1996; VANINI, 1996; DIETSCHI, 2001). A fluorescência é uma característica dinâmica que depende da interação da luz com as estruturas dentais, principalmente com a dentina. Esse dinamismo torna a sua reprodução extremamente dificil. Dessa maneira, é crucial que os profissionais que trabalham com estética compreendam a ocorrência do fenômeno, além da necessidade de ter a sua disposição materiais restauradores que apresentem propriedades ópticas similares As dos dentes naturais.

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Tentando assim, possibilitar a reprodução desses detalhes, viabilizando a confecção de restaurações que se integrem perfeitamente A estrutura dental e se confundam com ela ficando

praticamente imperceptíveis. Hi no mercado uma imensa variedade de materiais restauradores com as mais diversas cores, translucidez, opalescência e efeitos que podem ser usados com sucesso nas restaurações. Entretanto, para confeccionar uma restauração de resina composta com

aparência verdadeiramente natural, é necessário que o clinico conheça e compreenda as características ópticas dos dentes naturais e dos materiais restauradores. Além disso, faz-se necessário muito treinamento da habilidade manual e escolha dos materiais mais adequados

para cada caso clinico. Muitos profissionais preocupam-se em simular a cor e a textura dos dentes homólogos nas suas restaurações,

mas esquecem de características ópticas

fundamentais como, por exemplo, a fluorescência (FAHL JR; DENEHY; JACKSON, 1995; VAN1NI, 1996; FAHL JR, 1997; MAGNE; DOUGLAS, 1999; JACKSON, 2003; SENSI et

al., 2006). Essa abundância de materiais restauradores no mercado faz com que o profissional tenha dificuldades em escolher qual será o melhor material, ou o mais apropriado para a sua

necessidade. Sabe-se que a transmissão da luz é bastante similar entre os compósitos, e que a maioria das propriedades ópticas, tais como: opalescencia, opacidade e translucidez, já são apresentadas pelas marcas comerciais de resina presentes no mercado. A fluorescência, entretanto, varia tremendamente de um produto para o outro. Resinas, ou materiais restauradores que não contem o componente fluorescente resultam em restaurações e próteses muito mais escuras que os dentes naturais, quando submetidos A luz solar, lâmpadas fria, ou "luz nega". Diante disto, alguns estudos procuraram pesquisar se a fluorescência presente nos materiais restauradores estaria A altura daquela apresentada pelos dentes naturais.

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Panzeri; Fernandes; Mine lli (1977) compararam as características de fluorescência

apresentada pelos dentes naturais com a de materiais restauradores como cimentos de silicato, resinas compostas e resinas acrílicas. Após a excitação dos corpos de prova e mensuração através de espectrofotometria de fluorescência, constataram que o pico de emissão da fluorescência dos dentes naturais foi no comprimento de onda de 450nm. Já dos materiais

testados, nenhum apresentou características de emissão de fluorescencia semelhantes observada nos dentes naturais. Algumas marcas comerciais de resinas compostas sequer apresentaram alguma emissão de fluorescência, ao contrário dos cimentos de silicato testados, que apresentaram maior fluorescência do que o próprio dente natural. Foi observado ainda que o glazeamento sobre a superficie de algumas resinas compostas resultou na diminuição de 50% na fluorescência emitida pela resina ou redução na transmissão da energia ultravioleta

através da camada de glaze. Esse estudo está de acordo com outros, como o de Monsenego (1991) que pesquisou a influência do material de cimentação na fluorescência das porcelanas

dentais. Monsenego (1991) constatou que o cimento pode aumentar ou diminuir a fluorescência das restaurações e próteses cimentadas. Tal alteração ocorre porque os feixes ultravioleta penetram no material cerâmico e excitam além dele, o cimento subjacente. Assim, a coloração da fluorescência da restauração é a soma da sua própria fluorescência com a fluorescência apresentada pelo agente

cimentante subjacente

filtrado pela cerâmica.

Monsenego (1990) também comparou o espectro de emissão de fluorescência do esmalte

natural com o de algumas resinas compostas de uso direto disponíveis na época. A análise foi feita através de restaurações em dentes bovinos. Foi descrito um pico de emissão do esmalte natural no comprimento de onda de 450nm, e nenhuma das resinas testadas apresentou espectro de emissão fluorescente semelhante ao observado no esmalte natural. Monsenego; Burdarion; Clerjaud (1993) estudaram a fluorescência do esmalte natural

em dentes bovinos e a compararam com a fluorescência presente em materiais cerâmicos. Foi

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analisado o espectro do esmalte natural, o qual apresentou pico de emissão de 450nm diminuindo sutilmente até 680nm. Já os materiais cerâmicos analisados apresentaram emissão de fluorescência bem variada, sendo algumas maiores e outras menores que a do esmalte natural. Foi observado também que a fluorescência das cerâmicas, além de não ser homogênea e diferir da estrutura dental, parece depender da sua composição, principalmente do material utilizado para confeccionar o corpo luminoso da cerâmica, como, por exemplo, presença ou ausência de ions terras raras (európio, térbio, cérbio, itérbio, entre outros).

Entretanto, as cerâmicas que apresentavam ions terra raras foram aquelas em que a fluorescência mais se aproximou da dos dentes naturais. Nesse mesmo estudo, os autores observaram que a fluorescência apresentada pelos dentes bovinos, utilizados devido a grande semelhança com os dentes humanos, é inconstante e diminui sua intensidade com o tempo de exposição A luz ultravioleta. Ou seja, ocorreria uma fadiga na fluorescência. Essa poderia ser explicada pelo fato da radiação ultravioleta induzir possíveis danos A estrutura dental. Os

autores sugeriram que o mesmo poderia ocorrer em dentes humanos. Essa hipótese foi derrubada por outros autores que pesquisando as características fluorescentes do esmalte natural, tanto em bovinos quanto em humanos, não constataram mudança na fluorescência após as amostras serem submetidas diversas vezes à radiação ultravioleta (MATSUMOTO; KITAMURA; ARAKI, 1999; LEE; LU; POWERS, 2006; SENSI, 2006). Peplinski; Wozniak; Moser (1980) visando substituir o urânio adicionado As

porcelanas dentais para dar-lhes luminosidade semelhante a dos dentes naturais, avaliaram o espectro de luminescência de alguns materiais utilizados como corpos luminosos para porcelanas dentais e constataram que alguns materiais testados, principalmente os óxidos terras rara e os complexos de fósforos associados a ions terras rara apresentavam espectros de luminescência bem semelhantes ao dos dentes naturais. Tal achado, além de estar de acordo

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com o estudo anterior, sugere que alguns destes materiais poderiam ser adicionados as porcelanas dentais conferindo assim, luminescência similar à dentição natural. Na tentativa de remover restaurações de resina composta sem desgastar a estrutura dental remanescente Tani et al. (2003) avaliaram se seria possível utilizar a fluorescência para distinguir restaurações de estrutura dental sadia. Compararam então, a fluorescência dos dentes naturais com a fluorescência de 6 marcas comerciais de resinas compostas disponíveis no mercado. Foi constatado que a maioria das resinas possui um espectro de excitação de fluorescência reduzido quando comparado ao dos dentes naturais. Além disso, a intensidade de emissão de fluorescência dos dentes naturais é bem maior que de todas as resinas compostas testadas. Portanto, é possível afirmar que a fluorescência emitida pelos dentes naturais é extremamente mais forte que a emitida pelas resinas compostas e que essa diferença aumenta A. medida que aumenta o comprimento de onda de excitação. Assim, a iluminação através de uma luz com emissão de raios ultravioleta seria capaz de guiar os clínicos durante a remoção das restaurações de resina composta para que não fosse desgastada estrutura dental

sadia. Os autores concluíram então, que é possível diferenciar restaurações de resina composta de estrutura dental sadia através do uso da fluorescência, devido a diferença de emissão nos dentes naturais e nos materiais restauradores.

Também relacionada a fluorescência das resinas compostas Villarroel; Gomes; Gomes (2004) avaliaram a fluorescência emitida por 13 marcas comerciais de resinas compostas disponíveis no mercado e classificaram a fluorescência emitida pelas resinas em alta média e

baixa. Os resultados revelaram que nenhuma das amostras de resina teve um comportamento fluorescente igual ao dos dentes naturais. A grande maioria das resinas apresentou fluorescência ou acima ou abaixo da considerada ideal (aquela que possa ser confundida quando integrada a estrutura dental). E que a fluorescência varia muito de uma marca

comercial para outra e as vezes há variações até mesmo dentro da mesma marca comercial

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entre resinas de esmalte e dentina. Com uma metodologia semelhante Sensi et al. (2006) comparou a fluorescência de 20 resinas compostas com a fluorescência emitida por um dente

recém-extraído e classificou-as em ótima, ausente e exagerada, de acordo com a sua integração com a estrutura dental. Os resultados encontrados confirmam o estudo anterior, e

mostram que lid uma grande variação na fluorescência das resinas compostas. Além disso, também foi constatado que é a última camada de material restaurador que determinará se a restauração apresentará ou não um comportamento fluorescente. Se a resina utilizada para última camada apresentar fluorescência, a

restauração

final terá essa propriedade,

independente das camadas subjacentes serem ou não fluorescentes. Entretanto, se o material utilizado na última camada não apresentar fluorescência, toda a restauração não terá essa propriedade. Lee; Lu; Powers (2005a) também compararam a característica da fluorescência da dentina humana com

5 marcas de resinas compostas. Das resinas compostas testadas, 3

apresentavam picos de emissão de fluorescência no comprimento de onda entre 440 e 450nm,

o que seria aceitável para reproduzir a dentição natural. Enquanto que em outras a emissão de fluorescência não foi detectada. Nesse mesmo estudo também foi avaliado o efeito do manchamento superficial e do selamento de superficie na fluorescência das resinas

compostas. Foi constatado que o manchamento causado por corantes e o selamento das restaurações diminui ou até mesmo faz desaparecer a característica de fluorescência das

resinas testadas, variando de acordo com o compósito e com a quantidade de fluorescência apresentada pelo mesmo antes da aplicação do selante. O manchamento formaria depósitos que funcionariam como uma barreira, reduzindo o grau de transmissão da luz ultravioleta do ambiente para a restauração, e a emissão de fluorescência da restauração para o ambiente. Foi sugerido pelos autores que a remoção dos pigmentos poderia restaurar parcialmente a emissão da fluorescência. Isso porque o comprimento de onda máximo da fluorescência foi alterado

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após a remoção das manchas. Esse resultado está de acordo com um estudo prévio realizado

por Panzeri; Fernandes; Mine lli (1977) que reportou a redução da fluorescência das resinas compostas após a aplicação de glaze. Uma explicação para esse fato é que o selante, por não ser um material fluorescente, poderia reduzir ou até mesmo bloquear a transmissão da radiação ultravioleta até a restauração, ou absorver parte da fluorescência emitida por ela.

Para maximizar a propriedade de fluorescência das resinas compostas, a restauração deve ser limpa regularmente para evitar depósitos de pigmentos. Já em relação aos selantes, eles não devem ser aplicados, ou devem ser realizados novos estudos sobre a adição de substâncias fluorescentes aos selantes para que eles sejam capazes de aprimorar a fluorescência das resinas ao invés de prejudicá-la. Matsumoto; Kitamura; Araki (1999) ao analisarem a fluorescência da dentina humana observaram que a sua intensidade aumentava de acordo com a idade dos dentes, sugerindo assim, que a fluorescência seria maior em dentes de indivíduos mais idosos. Entretanto, Sensi (2006) comparou a fluorescência emitida por dentes de indivíduos de idades distintas e

constatou que não houve diferença na emissão de fluorescência entre os grupos, descartando a hipótese de aumento da fluorescência com a idade.

0 efeito de envelhecimento na

característica de fluorescência também foi testado por Lee; Lu; Powers

(2006). Após

realizarem o envelhecimento de amostras de resinas compostas, os autores observaram que as resinas compostas que apresentavam fluorescência previamente ao envelhecimento passaram a não apresentar nenhuma fluorescência detectável após o mesmo. Isso sugere que as restaurações de resina composta que apresentavam fluorescência quando realizadas podem perdê-la após o desgaste causado pelo atrito dos alimentos e da escovação dental.

Embora haja a necessidade de outros estudos com metodologia padronizada, é possível perceber que há praticamente uma unanimidade de concordância entre os estudos acima citados. Na grande maioria, os materiais restauradores não apresentam características de

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fluorescência que possam reproduzir adequadamente aquela apresentada pela dentição natural. Isso faz com que as restaurações ou próteses fiquem deficientes esteticamente falando, e possam vir a comprometer toda a harmonia do sorriso. 0 desafio de fabricar materiais restauradores com efeitos de fluorescência

e

opalescência aos dentes naturais vem sendo alcançado com sucesso por alguns fabricantes de

materiais cerâmicos. Entretanto, estas propriedades raramente são reproduzidas com sucesso quando os dentes são restaurados com resinas compostas. Isso mostra a necessidade de aperfeiçoamento dessas propriedades nos compósitos (DIETSCHI, 1995).

Para alguns autores há uma diferença significativa quanto à fluorescência das resinas compostas entre as diversas marcas comerciais de compósitos. Pode-se observar no mercado compósitos com fluorescência superior a dos dentes naturais, com fluorescência próxima a

deles, ou sem fluorescência. Como já visto anteriormente, os compósitos sem fluorescência tendem a apresentar um aspecto acinzentado e podem ser facilmente detectados sob iluminação ultravioleta como das boates, por exemplo. Essa característica pode prejudicar o

resultado estético da restauração que foi desenvolvida com todo o empenho por parte do profissional. Para que isso seja evitado faz-se necessário que os clínicos conheçam as propriedades ópticas apresentadas pelos dentes naturais, e conheçam as propriedades e características oferecidas pela marca comercial de resina composta que escolheram para

trabalhar. Uma estratégia alternativa para alguns profissionais é ter uma lâmpada ultravioleta a seu alcance e acioná-la sobre os dentes, sem influência significativa de outra fonte de luz, para poder detectar o comportamento fluorescente do dente que sera restaurado. E assim, posteriormente escolher o material restaurador que tenha comportamento semelhante. Outro detalhe importante é que a fluorescência pode ajudar a determinar mais facilmente a área de dentina (mais fluorescente) da Area de esmalte (menos fluorescente). Essa observação pode

auxiliar os clínicos no momento de posicionar corretamente as camadas de compósito para

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reproduzir a dentina e esmalte artificial (PORTALIER, 1996; VANINI, 1996; CONCEIÇÃO et al., 2005). A fluorescência apesar de minimamente percebida sob

condições normais de

visualização, apresenta grande signifiancia clinica, pois como já citado anteriormente, ela é a

principal responsável pela aparência viva e luminosa dos dentes. Haja vista que a presença da fluorescência numa restauração é de extrema importância quando se deseja obter naturalidade, os materiais restauradores ideais deveriam apresentar uma fluorescência similar àquela emitida pelos dentes naturais. Propriedades ópticas como fluorescência são importantes tanto para as resinas compostas quanto para as porcelanas dentais. Além disso, restaurações verdadeiramente estéticas devem reproduzir todas as características dos dentes naturais, não apenas à luz do dia, mas também sob diferentes fontes de iluminação. Assim sendo, todo profissional que deseja obter sucesso nos seus tratamentos restauradores estéticos precisa conhecer ao máximo a composição cromática dos dentes e seus fenômenos ópticos, bem como o comportamento óptico dos materiais restauradores que utiliza, para que possa executar restaurações policromáticas que mimetizem fielmente os dentes naturais. De acordo com os estudos e trabalhos analisados, percebe-se que apenas há alguns anos houve maior preocupação com a forma de passagem e transmissão da luz através dos materiais restauradores. Através dessa preocupação propriedades ópticas até então desconhecidas como fluorescência e opalescencia surgiram. E desde então há uma preocupação crescente com forma e cor e uma busca constante pela estética na tentativa de

confeccionar restaurações que se aproximem ao máximo das características apresentadas pelos dentes naturais. Observa-se assim, uma preocupação e empenho por parte dos profissionais que se esmeram em entender os anseios dos pacientes, e aplicar técnicas de reconstrução de restaurações que permitam sua integração à arcada dentária e que

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desempenhem seu papel quanto h função e estética, possibilitando tanto para si quanto para o paciente um estado de tranqüilidade fisica e emocional. No que diz respeito aos materiais restauradores, alguns fabricantes tem conseguido desenvolver materiais cientificamente elaborados para possibilitar que as restaurações pareçam as mais naturais possíveis, além de terem resistência para cumprir sua função fisiológica e aparência estética, integrando-se ao sorriso de maneira harmônica e agradável. Todavia, ainda são necessários mais estudos relacionados às propriedades ópticas e como elas podem ser introduzidas nos materiais restauradores para que compósitos, porcelanas e materiais de ciraentação apresentem uma dinâmica óptica igual a dos dentes naturais. A fluorescência de um dente exerce um papel importante 6. contribuição da sua aparência, tanto sob luz natural quanto sob iluminação artificial. Portanto, a percepção da emissão de fluorescência sob condições variadas de iluminação tanto nos dentes naturais quanto nos materiais restauradores requer mais estudos.

CASO CLÍNICO

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CASO CLÍNICO

Paciente sexo masculino 23 anos, ator e performer, procurou a clinica da Universidade Federal de Santa Catarina queixando—se de que aparecia uma mancha escura no seu dente quando ele estava no palco ou nas casas noturnas. Ao exame clinico foi constatado a presença de uma restauração de resina composta, relativamente satisfatória, no elemento 21. (FIG. 1).

A restauração foi submetida A. iluminação com luz ultravioleta (luz negra) e foi constatado que o material utilizado não apresentava fluorescência, explicando a presença da mancha escura relatada pelo paciente. (FIG. 2).

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A restauração foi então removida para possibilitar a confecção de uma nova restauração utilizando um material com fluorescência adequada. (FIG. 3).

Seleção de cor. (FIG. 4).

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Ensaio restaurador confirmando a seleção de cor. (FIG. 5).

Aplicação de ácido fosfórico em gel por 15 segundos, após o isolamento relativo do campo operatório. (FIG. 6).

Aplicação do sistema adesivo Single Bond (3M ESPE) de acordo com as recomendações do fabricante. Após a aplicação o sistema adesivo foi fotopolomirizado por 20 segundos (FIG.7).

Colocação do primeiro incremento de resina correspondente ao esmalte palatal na guia de silicona (index), de acordo com a direção da fratura e alisada com um pincel. A resina utilizada foi Amelogen (Ultradent) na cor incisal. (FIG. 8).

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Guia de silicona foi levada em posição e feita a adaptação cuidadosa da camada artificial de esmalte palatal na estrutura interna do dente antes da sua polimerização. (FIG. 9).

Colocação de uma resina opaca (A20, Amelogen, Ultradent) para mascarar a linha de fratura. (FIG. 10).

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Posicionamento da resina de dentina (A2, Amelogen, Ultradent) e escultura dos lóbulos com instrumento adequado (POCS, Cosmedent). (FIG. 11).

Criação dos sulcos horizontais com instrumento adequado (IPCL, Cosmedent) para posterior aplicação de corante. (FIG. 12).

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Vista distal dos sulcos horizontais criados. (FIG. 13).

Aplicação de corante branco (Kolor + Plus, Kerr Sybron) nos sulcos horizontais para simular as linhas presentes no dente adjacente. (FIG. 14).

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Restauração finalizada após a aplicação da resina correspondente ao esmalte vestibular, Amelogen A2 (Ultradent). (FIG. 15).

Polimento com disco de óxido de alumínio (Flexi-Disc, Cosmedent). (FIG. 16).

Criação da textura de superfície com broca diamantada de granulação extra-fina. (FIG. 17).

Disco de feltro (Flexi-Buff, Cosmedent) com pasta de polimento (Enamelize, Cosmedent) para polimento da restauração e manutenção da textura de superfície estabelecida. (FIG. 18).

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Restauração concluída, após procedimentos de acabamento e polimento. (FIG. 19).

Fluorescência da restauração final. Observar que a resina composta utilizada (Amelogen. Ultradent) apresenta fluorescência semelhante a da estrutura dental, permitindo assim, uma perfeita integração entre dente e material restaurador. (FIG. 20). Obs. Caso clinico realizado pelo Prof. Dr. Luis Guilherme Sensi, Prof. Dr. Fabiano Carlos Marson e Cirurgia - Dentista Tayanna Hawerroth Roesner.

CONCLUSÃO

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4 CONCLUSÃO

De acordo com a literatura apresentada com relação a fluorescência na Odontologia Estética: a importância da fluorescência nos dentes naturais e nos materiais restauradores conclui-se que:

1. A fluorescência é uma propriedade óptica presente em todos os dentes naturais conferindo-lhes o aspecto de vitalidade e luminosidade.

2. 0 fenômeno fluorescente nos dentes naturais ocorre pela absorção de raios ultravioleta com comprimento de onda de 330 a 390nm, emitidos pela luz solar, ou qualquer outra iluminação ultravioleta, e que excitam componentes fotossensiveis presentes no esmalte e na dentina.

3. A fluorescência está presente tanto no esmalte quanto na dentina, embora seja a dentina o principal componente fluorescente nos dentes naturais, sendo 3 vezes mais fluorescente que o esmalte e 6 vezes mais fluorescente que a junção amelodentindria.

4. A emissão de fluorescência na dentição natural, quando submetida à radiação ultravioleta, varia no intervalo de 330 a 500nm, com pico máximo de emissão em 450nm para esmalte e 430nm para dentina.

5. A fluorescência é uma propriedade óptica indispensável que deve ser reproduzida nas restaurações estéticas se o desejo é uma aparência natural e com vitalidade.

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6. A grande maioria dos materiais restauradores estudados (porcelanas, resinas compostas, materiais de cimentação) não apresenta fluorescência equivalente a dos dentes naturais. Mostrando assim a necessidade dos fabricantes de inserirem essa propriedade de maneira adequada nos seus materiais restauradores. 7. A aplicação de selantes ou glaze nas restaurações e o manchamento superficial interferem na fluorescência apresentada por elas, diminuindo ou até mesmo fazendo com que ela desapareça.

8. Materiais de cimentação, tais como cimento de silicato interfere na fluorescência final apresentada pelas porcelanas.

9. A fluorescência das porcelanas dentais não é homogênea e parece depender do material utilizado na sua composição e da constituição do corpo luminoso.

10. A fluorescência das resinas compostas varia muito de uma marca comercial para outra, sendo que há resinas com fluorescência semelhante, maior e menor que a apresentada pelos dentes naturais.

11. A última camada de resina de uma restauração direta é quem determina se a restauração vai ou não apresentar fluorescência final, independente se as camadas subjacentes apresentam ou não essa propriedade. 0 resultado vai depender se a resina utilizada nessa última camada apresenta ou não fluorescência.

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12. A emissão de fluorescência dos dentes naturais não varia de acordo com a idade dos pacientes. Não há relação entre a intensidade da emissão de fluorescência e a cor dos dentes.

13. A emissão de fluorescência parece diminuir nas restaurações de resina composta que apresentam essa propriedade em função do envelhecimento, atrito e desgaste das restaurações.

14. É necessário que os clínicos compreendam como funcionam os fenômenos da luz, cor e suas propriedades ópticas, tais como fluorescência e opalescência, para que esses princípios possam ser aplicados na construção de restaurações verdadeiramente estéticas e que mimetizem os dentes naturais com perfeição.

15. Para satisfazer os anseios estéticos dos pacientes, é necessário não apenas materiais que permitam a dinâmica da luz e assemelhem-se ao dente natural, mas também um grande conhecimento do fenômeno da luz e cor, além de uma excelente técnica de construção das restaurações para que seja possível aplicar estes conhecimentos baseado nos padrões que a natureza nos oferece.

16. A fluorescência de um dente exerce um papel importante à contribuição da sua aparência, tanto sob luz natural quanto sob iluminação artificial. Portanto, a percepção da emissão de fluorescência sob condições variadas de iluminação tanto nos dentes naturais quanto nos materiais restauradores requer mais estudos.

REFERÊNCIAS

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