FMC Technologies dinamiza ... - O Mundo da Usinagem

pregada em operações de usinagem de materiais ... para a melhora da usinagem do super duplex nos ... torneada depende bastante da for-ma da ponta (Din...

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92 Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISS nº 1518-6091 RGBN 217-147

FMC Technologies dinamiza investimentos na tecnologia pré-sal

Usinagem de blanks em tornos automáticos CNC

Refrigeração de alta pressão na usinagem de super duplex

edição 92

Índice

04/2013

12 Produtividade

Ferramenta Silent Tools AB Sandvik Coromant

4  Soluções de Usinagem

20  Negócios da Indústria

28  Educação e Tecnologia

32  Conhecendo um Pouco Mais

4

Soluções de Usinagem Os benefícios do uso da refrigeração de alta pressão na usinagem de aços inoxidáveis super duplex

12 Produtividade Usinagem de peças a partir de blanks em tornos automáticos CNC 20 Negócios da Indústria Pré-sal: um desafio para o conhecimento Acompanhe a Revista O Mundo da Usinagem digital em: www.omundodausinagem.com.br

Contato da Revista OMU Você pode enviar suas sugestões de reportagens, críticas, reclamações ou dúvidas para o e-mail da revista O Mundo da Usinagem: [email protected] ou ligue para: 0800 777 7500

28 Educação e Tecnologia Como educar com recursos da informática 32 Conhecendo um Pouco Mais Coworking: o que são escritórios compartilhados? 36 Nossa Parcela de Responsabilidade Colaborando com a Educação EXPEDIENTE: O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação da Sandvik Coromant do Brasil, com circulação de seis edições ao ano e distribuição gratuita para 15.000 leitores qualificados. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP Editor-chefe: Fernando Oliveira; Co-editora: Vera Natale; Coordenação editorial, redação e revisão: Teorema Imagem e Texto (Fernando Sacco, João M. S. B. Meneses, Thais Kuperman, Vivian Camargo); Jornalista responsável: Fernando Sacco - MTB 49007/SP; Projeto gráfico e Editoração Eletrônica: Pedro Degelo e Leticia Chieregati; Impressão: Promograf

Usinagem de aços inoxidáveis super duplex

AB Sandvik Coromant

soluções de usinagem

os benefícios do uso de refrigeração de alta pressão

litam a diminuição do comprimen-

região de corte, além de ter-se um

são é uma técnica que pode ser em-

to de contato entre o cavaco e a

sistema de fixação da ferramenta

pregada em operações de usinagem

superfície de saída da ferramenta.

seguro o suficiente para permitir a

de materiais exigentes, tais como os

Dessa forma, a refrigeração pode

passagem do fluido sem prejudicar

aços inoxidáveis e os materiais resis-

ter maior influência sobre geração,

a sua própria estabilidade.

tentes ao calor, como por exemplo

distribuição e dissipação do calor,

ligas à base de níquel ou à base de

assim como no desenvolvimento

titânio entre outras matérias-primas

do desgaste da ferramenta, além

consideradas de baixa usinabilidade,

de atuar também na formação e

com o objetivo de aumentar o tempo

quebra dos cavacos. Para que isso

de vida das ferramentas e também a

seja possível, é necessário que as

produtividade dos processos.

máquinas sejam preparadas com

Os jatos de alta pressão são dire-

tubulações resistentes à passagem

cionados para a região onde se for-

dos fluidos refrigerantes, bombas

ma o cavaco, na interface cavaco-

de alta pressão, que devem ser

-ferramenta (figura 1), controlados

apropriadas para garantir o forne-

em fluxo laminar, e assim possibi-

cimento de pelo menos 70 bars à

AB Sandvik Coromant

O uso de refrigeração de alta pres-

Figura 1: Sistema de refrigeração de alta pressão 4

o mundo da usinagem

abril.2013/92

Neste artigo, trataremos da

nismos de desgaste da ferramenta

mais curtas de ferramentas com-

aplicação da refrigeração de alta

como difusão, abrasão, aderência

parando-se à usinagem de aços

pressão no torneamento do aço

“attrition” e aresta postiça de corte,

comuns (Korkut, 2004).

inoxidável super duplex SAF 2507

o que faz com que se tenham vidas

(UNS 32750), da Sandvik Materials Technology, que é um material com destaque cada vez maior nas aplicações da indústria de óleo e gás, em produtos como trocado-

Ensaios

Os ensaios descritos a seguir

de prova permitido no ensaio era

tubos para produção de petróleo,

ocorreram num centro de tornea-

de 70 mm para que não houvesse

entre outros componentes.

mento Okuma com 22 kW e rotação

grandes alterações na relação diâ-

A usinabilidade dos aços du-

máxima de 6000 rpm. A medição

metro x comprimento da peça.

plex está geralmente associada ao

dos desgastes foi realizada várias

seu PRE (Pitting Resistance Equiva-

vezes durante os ensaios, utilizan-

a) Porta-ferramenta C6 - PCLNL -

lent - Resistência equivalente à cor-

do-se um microscópio óptico conec-

45165 - 12HP, com fixação Capto e

rosão por pites) e no caso do super

tado a um computador. A rugosida-

sistema para fornecimento de refri-

duplex SAF 2507, o PRE é maior

de foi medida ao longo dos ensaios

geração de alta pressão.

que 40, o que significa que além de

através de um rugosímetro portátil.

b) pastilha CNMG 120408 - MM,

altíssima resistência à corrosão, o

Os ensaios foram realizados em

com classe GC1025 (ISO M25) com

que melhora o desempenho duran-

barras laminadas de aço inoxidável

cobertura PVD com camadas de

te as suas aplicações, a usinabilida-

super duplex SAF 2507. A composi-

TiNAl e TiN.

de será baixa, em torno de 30% da

ção química é formada por 25% de

Foram escolhidas duas variáveis

obtida com um aço comum. Quan-

cromo, 4% de molibdênio e 7% de ní-

de entrada em dois níveis: veloci-

to maior o valor de resistência ao

quel, e o material tem PRE igual a 42.

dade de corte (110 e 130 m/min) e

Os corpos de prova foram fei-

pressão de refrigeração (baixa e alta

As altas taxas de encruamento,

tos com dimensões Ø120 x 100 mm

pressões). Cada ensaio foi realizado

além da alta resistência à tempe-

(comprimento útil do torneamento)

três vezes.

ratura, podem resultar em forma-

para a utilização nos experimentos.

Para o acompanhamento do pro-

ção instável de cavacos, vibrações,

Foram realizadas sucessivas passa-

cesso corrosão por pites depois da

além de acabamentos superficiais

das em torneamento longitudinal,

usinagem, foi realizado o ensaio con-

ruins e vida curta das ferramentas

um ensaio terminava quando se

forme a norma ASTM G48 método

(Saoubi, 1999). Além disso, a alta

atingia um comprimento usinado

A, para a aceleração do processo de

resistência mecânica, alta ductili-

de 800 mm ou em desgaste do tipo

corrosão. Posteriormente as amostras

dade e a baixa condutividade tér-

entalhe com dimensão VBN = 0.8 mm.

foram analisadas através de um mi-

res de calor, válvulas de pressão,

pite pior a usinabilidade.

mica incentivam diversos meca-

abril.2013/92

O diâmetro mínimo do corpo

Ferramentas utilizadas:

croscópio eletrônico de varredura.

o mundo da usinagem

5

soluções de usinagem

Resultados Alguns resultados obtidos durante os ensaios dão conta de que o uso de refrigeração de alta pressão contribui para a melhora da usinagem do super duplex nos seguintes aspectos, quando se utilizam pastilhas PVD:

Índice de Desgaste Relativo (Desgaste/Perímetro)

Condição de Refrigeração e Velocidade de Corte AP = Alta Pressão

0,00055

BP = Baixa Pressão

a influência da velocidade de corte no desgaste, usualmente muito

0,00045

forte em outros processos de usi-

0,00035

nagem, fosse muito pequena, quase

0,00025

resultados obtidos com refrigeração

0,00015

deve ao fato de que nesta condição

desprezível. A maior dispersão dos em baixa pressão provavelmente se não se consegue garantir que o flui-

5E-05 -5E-05

do seja sempre direcionado para a AP130

AP110

BP130

BP110

Figura 2: Índice de desgaste relativo

mesma posição da ferramenta. Com isso, a eficiência da refrigeração nesta condição varia, variando consequentemente a taxa de desgaste. A figura 3 indica que o efeito da

Resistência ao desgaste e vida útil: o critério utilizado

apresentaram valores de desgaste

pressão do fluido é mais significa-

bem menores do que aqueles reali-

tivo do que a velocidade de corte,

para a análise dos resultados foi

zados com baixa pressão de fluido,

sendo que com alta pressão existe

o índice de desgaste relativo. Este

comprovando que o fluido injetado

uma tendência de que os desgas-

índice é a razão entre desgaste da

em alta pressão realmente aumenta

tes sejam menores por perímetro

ferramenta e o perímetro usinado

a eficiência da refrigeração/lubrifi-

usinado. Esses detalhes podem ser

da peça nas condições propostas,

cação do processo, o que diminui a

observados na figura 3 que, através

levando-se em conta as réplicas

temperatura da ferramenta e, conse-

da análise de variância realizada

usinadas. A figura 2 mostra os re-

quentemente, retarda seu desgaste.

no software estatítico Minitab, con-

A influência do tipo de refrige-

sidera o grau de influência das va-

Como se vê na figura 2, os en-

ração no desgaste da ferramenta

riáveis, levando em conta todas as

saios realizados com alta pressão

foi tão marcante que fez com que

réplicas dos ensaios.

sultados obtidos nos ensaios.

6

o mundo da usinagem

abril.2013/92

Gráfico de Pareto entre as variáveis utilizadas com pastilhas PVD Desgaste / Perímetro / Alpha=,10 2,132

Fator

Nome

A

Pressão da Refrigeração

B

Velocidade do Corte

Variáveis

A AB

o entalhe, que não tem influência

B

na forma da ponta da ferramenta 0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

na região de aresta secundária. A rugosidade obtida numa superfície torneada depende bastante da for-

Figura 3: Fatores influentes no desgaste relativo das pastilhas utilizadas nos ensaios

ma da ponta (Diniz, 2008). Uma hipótese para explicar esta influência positiva da pressão de re-

Rugosidade: a rugosidade é

tidos quando se usinou com alta

frigeração no acabamento é o fato

outro fator sobre o qual a refrigera-

pressão do fluido foram menores

de que, com o material mais frio

ção de alta pressão pode ter influên-

do que aqueles obtidos com baixa

na região de corte, o que é propor-

cias positivas. Na figura 4, as linhas

pressão. Os valores de rugosidade

cionado pela alta pressão do fluido,

vermelha e verde, que represen-

foram inferiores a 1,5 μm Ra, mes-

ocorre menor deformação da região

tam as usinagens com refrigeração

mo quando o desgaste da pastilha

da peça vizinha àquela que se trans-

de alta pressão em velocidades de

era mais elevado, ou seja, quanto

forma em cavaco, deformação esta

corte de 110 e 130 m/min respecti-

mais próximo das últimas passa-

que é uma das contribuições para a

vamente, indicam em todos casos

das. A manutenção do valor da

formação da rugosidade. Isto é mui-

a manutenção de acabamento uni-

rugosidade, mesmo com desgaste

to importante em materiais muito

forme ao longo da usinagem. Além

elevado, deve-se ao fato de que o

dúcteis, como é o caso da liga usina-

disso, os valores de rugosidade ob-

principal desgaste encontrado foi

da nos experimentos desse trabalho.

Desenvolvimento da rugosidade - Ra

2,50

130 m/min BP 130 m/min AP 110 m/min BP

Rugosidade Ra ( m)

2,00 1,50 1,00 0,50

110 m/min AP 0,00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32

Figura 4: Desenvolvimento da rugosidade da peça ao longo dos ensaios abril.2013/92

o mundo da usinagem

7

soluções de usinagem

Figura 5: Comparativo da formação de cavacos com refrigeração de baixa pressão (esquerda) e alta pressão (direita).

Controle de Cavacos: quanto à quebra de ca-

Porém na maior profundidade de corte, 3 mm, não

vacos, comparativamente, os ensaios indicam melhor

foi observada grande diferença entre a alta e a bai-

controle com o uso de refrigeração de alta pressão em

xa pressão de fluido. A alta ductilidade do SAF 2507

profundidades de corte menores. A figura 5 mostra as

somada à alta tendência de endurecimento dos cava-

formas dos cavacos geradas com baixa e alta pressões

cos encruados e ao maior volume de cavaco gerado,

e também diferentes avanços e profundidades de

usando alta profundidade de usinagem, provavel-

usinagem. A alta pressão apresenta bons resultados

mente prejudicam a ação do fluxo do fluido como

nas profundidades de corte menores como 1 e 2 mm.

alavanca para a quebra do cavaco.

8

o mundo da usinagem

abril.2013/92

abril.2013/92

o mundo da usinagem

9

soluções de usinagem

Percentual médio de corrosão por pites % de pites

VC, Pressão da Ref, condição da pastilha

4,000

Vc 110, Baixa, Nova 110, Baixa, Desgastada

3,500

130, Baixa, Nova 3,000

130, Baixa, Desgastada 110, Alta, Nova

2,500

Resistência à corrosão: a corrosão por pites é um tipo de corrosão localizada, em forma de alvéolos, muito comum em materiais que são expostos a ambientes agressivos como a água do mar, muito rica em

2,000

110, Alta, Desgastada 130, Alta, Nova 130, Alta, Desgastada

1,950

1,900

1,500

1,525 1,225

1,000

0,875

0,775

0,733 0,625

0,500

cloretos. A resistência a essa corrosão faz com que o super duplex seja o material mais adequado para

0,000

1

2

útil é fator fundamental para sua implementação, considerando-se a

4

5

6

7

8

Perímetro de Usinagem

aplicações como extração e processamento de petróleo, já que a vida

3

Figura 6: Percentual médio de corrosão por pites medida após a usinagem do SAF 2507

questão custo-benefício. E a maneira como se processa este material durante a usinagem pode influenciar no desempenho apresentado durante as aplicações.

A figura 6 mostra os resultados para as

índices de formação de pites. As

Com o objetivo de observar

oito condições possíveis através das

colunas 5, 6, 7 e 8, que representam

o desempenho SAF 2507 após a

três variáveis. Nesses ensaios, além

as amostras usinadas com refrigera-

usinagem, algumas amostras fo-

das variáveis “pressão do fluido” e

ção de alta pressão, indicam valores

ram submetidas ao ensaio ASTM

“velocidade de corte”, foram usina-

percentualmente mais baixos de

G48 método A, para a aceleração

das amostras com ferramenta nova

corrosão por pites, independente-

do processo de corrosão, a fim de

e também com ferramenta em fim

mente do uso de pastilhas novas ou

observar-se quais as influências da

de vida (chamada ferramenta des-

gastas, ou velocidades de corte de

pressão de refrigeração, da veloci-

gastada na figura). Para cada con-

110 ou 130 m/min. A figura 7 mostra

dade de corte e também do estado

dição três réplicas foram analisadas.

que a pressão da refrigeração foi, de

da pastilha (arestas novas ou des-

Comparativamente, em todas as

fato, o fator mais significativo no

gastadas) sobre a resistência a cor-

situações em que se utilizou refrige-

que tange à resistência a corrosão

rosão da peça em suas aplicações.

ração de alta pressão, as amostras

posterior à usinagem.

10

o mundo da usinagem

percentuais de corrosão

analisadas apresentaram menores

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Fatores de Influência no % de Pites

2,064

B A

Fatores

C ABC AB

Fator

AC

B

Pressão do Ref

C

Pastilhas

A

BC

0,0

0,5

1,0

1,5

Efeitos

2,0

Nome Vc

2,5

Figura 7: A influência das variáveis de corte na formação de pites após a usinagem

Conclusões Depois da realização dessas análises, é possível concluir que o uso de refrigeração de alta pressão apresenta os seguintes benefícios na usinagem de aços inoxidáveis super duplex: Proporciona melhor resistência ao desgaste e consequentemente melhor vida útil das ferramentas com cobertura PVD Contribui para a obtenção de melhores acabamentos de superfície Melhora o controle de cavacos, principalmente em menores profundidades de corte Colabora para o aumento da resistência à corrosão por pites, o que aumenta a vida útil do componente durante a aplicação. Carlos Ancelmo de Oliveira Junior Mestre em Engenharia FEM UNICAMP Especialista em Processos e Produtividade-Sandvik Coromant do Brasil

Anselmo Eduardo Diniz Prof. Dr. na Faculdade de Engenharia Mecânica UNICAMP Referências Bibliográficas Diniz, A. E., Marcondes, F. C e Coppini, N.L., Tecnologia da Usinagem dos Materiais - 6°edição, Artiliber Editora Ltda, São Paulo, Brasil, 2008. Korkut, I. ; Kasap, M. ; Ciftci, I. ; Seker, U., Determination of optimum cutting parameters during machining of AISI 304 austenitic stainless steel. Materials & Design, v.25, p.303-305, 2004. Oliveira Jr., Carlos Ancelmo, Torneamento do aço inoxidável super duplex UNS 32750 e a sua influência na resistência à corrosão, Campinas,: Faculdade de Engenharia Mecânica, Universidade Estadual de Campinas, 2013, 107 p. Dissertação (Mestrado). Saoubi, R. M. ; Outeiro, J. C. ; Changeux, B. ; Lebrun, J. L. ; Dias, A. M., Residual stress analysis in orthogonal machining of standard and resulfurized AISI 316L steels. Journal of materials processing technology, v.96, p.225-233, 1999.

abril.2013/92

o mundo da usinagem

11

produtividade produtividade

Arquivo Ergomat

Usinagem de peças a partir de blanks em tornos automáticos CNC

Este artigo tem por objetivo apresentar as maneiras de se produzirem peças torneadas em série e de forma automática através da utilização de sistemas especiais para alimentação da peça bruta e da descarga da peça usinada, aplicados em tornos automáticos CNC. 12

o mundo da usinagem

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Peças torneadas são produzidas em série e de forma automática a partir de barras ou

determinadas necessidades, são conhecidos por magazines automáticos de peças.

de peças pré-formadas também comumen-

De uma forma geral, a usinagem de

te chamadas de blanks, palavra inglesa que

blanks é aplicada na usinagem de grandes

significa “sem formato”. Estes são peças pre-

séries de uma determinada peça ou de uma

viamente produzidas como pedaços de bar-

família de peças de geometrias semelhan-

ras pré-cortadas, peças forjadas, fundidas

tes ou homotéticas. Neste caso, o torno

ou sinterizadas.

automático deixa de ter uma aplicação uni-

A grande maioria de peças torneadas até

versal para diferentes tipos de peças, pas-

60 mm de diâmetro é produzida em série

sando a ser uma máquina dedicada para a

a partir de barras, em geral, de 3 metros de

produção de grandes séries.

comprimento. Por outro lado, a usinagem

A usinagem automática de peças pré-

de blanks de forma automática, com carga e

-formadas possibilita, além de curtos ciclos

descarga automatizada das peças a serem

de trabalho, uma significativa diminuição

produzidas está sendo cada vez mais aplica-

do volume gerado de cavacos e, como con-

da na indústria de manufatura, visando prin-

sequência, menores custos de fabricação.

cipalmente redução de custos de fabricação. Em função do tamanho e da geometria das peças, é desenvolvida a automatização

Blanks de maior porte são manipulados em geral por sistemas de pórtico ou robôs articulados.

para a carga da peça em bruto e descarga

Neste trabalho estão apresentados os

da peça usinada que é aplicada no torno

magazines automáticos de peças aplicados

automático. Estes conjuntos de automa-

em tornos automáticos a cames ou a CNC e

tização, projetados especialmente para

centros de torneamento.

Peça de trabalho Para se planejar o processo de fabricação da peça é necessário conhecer em detalhes as suas características, como: • Material da peça a ser usinada • Processo de produção do blank: pré-cortado, forjado, fundido ou sinterizado • Desenho geométrico da peça bruta • Desenho geométrico da peça usinada • Tolerâncias da peça usinada • Graus de acabamento superficial da peça usinada • Volumes de produção abril.2013/92

o mundo da usinagem

13

produtividade produtividade

Arquivo Ergomat

Torno automático O torno automático ideal é escolhido com base nas características das peças a serem usinadas, que proporcionará a melhor relação custo-benefício para o investimento a ser realizado. A aplicação poderá ser feita em tornos automáticos a cames ou tornos automáticos a CNC. Os tornos automáticos a cames são, em geral, utilizados na usinagem de peças com poucas operações e ciclos muito rápidos. Caso contrário, deve-se optar por tornos automáticos a CNC (figura 1). Os tornos CNC têm a vantagem de trabalharem com elevadas velocidades do fuso principal, possibilitarem ajustar a máquina com os parâmetros ideais de corte, executarem rapidamente correções de medida e alterações no programa. Ou seja, terem todas as

Figura 1 - Torno automático CNC Ergomat TND 200 com magazine frontal de peças

vantagens da tecnologia do comando numérico computadorizado.

Processo de trabalho • Definir o tipo e modelo de torno automático A elaboração do processo para se usinar peças em tornos automáticos dotados de

• Determinar a forma de fixação do blank para ser transportado • Determinar a forma de fixação do blank para ser sujeitado no fuso principal

magazines de carga e des-

• Determinar a forma de ejeção da peça do fuso principal

carga automática de peças é

• Escolher os parâmetros de corte (velocidade de corte e avanços)

fundamental para o desem-

em função do tipo de material a ser usinado

penho ideal do equipamento.

• Definir as ferramentas de corte

Os seguintes pontos devem

• Elaborar a estratégia das operações de usinagem considerando

ser definidos antes de elabo-

sempre a possibilidade de realização de operações simultâneas

rar o plano de trabalho:

para reduzir o tempo do ciclo de trabalho

• Escolher o meio de refrigeração ideal

14

o mundo da usinagem

abril.2013/92

Arquivo Ergomat

Plano de Trabalho CENTRO DE TORNEAMENTO ERGOMAT TBC42

peça: Haste - 1º Lado

Material: SAE 1045

Desenho nº 00001

Medida: Ø11 x 500

MAGAZINE DE BLANKS

T2- LIVRE PARA SAIR A PEÇA

T3- TOPE COM MOLA

T4- DESBASTAR Ø10

T5- ACABAR PERFIL EXTERNO

MAGAZINE

T6- LIVRE

T7- LIVRE

T8- LIVRE

X1-Z1 T1- LIVRE

Caso seja aplicado um tor-

Tempo de ciclo: 18 segundos/Peça

no automático acionado

Grau de acabamento: Primeiro lado, acabado

através de cames, deve ser

Carga e descarga: Automáticas

projetado e fabricado um jogo de cames. No caso de

Figura 2 - Plano de trabalho Arquivo Ergomat

tratar-se de um torno automático CNC, deve-se elaborar o programa CNC. A figura 2 apresenta um exemplo de um plano de trabalho de uma haste usinada (figura 3), automaticamente, em um centro de torneamento CNC.

abril.2013/92

Figura 3 - Haste usinada em torno automático CNC com magazine para peças longas

o mundo da usinagem

15

produtividade produtividade

Para a usinagem de famílias de peças semelhantes ou homotéticas, os conjuntos que acomodam os blanks devem ser projetados com regulagem, prevendo o trabalho desde a menor até a maior peça. Ao se projetar um magazine para a usinagem automática de blanks, as seguintes considerações devem ser observadas:



Conhecimento das características técnicas do torno automático a ser utilizado



Projetar a forma de acolhimento dos blanks, como calhas ou bandejas



Projetar a forma de individualização e transporte da peça bruta até o fuso principal do torno



Projetar a forma de ejeção da peça usinada do fuso principal, visando evitar marcas e danos na peça usinada durante a sua movimentação



Projetar a forma de transportar a peça usinada para fora da máquina Arquivo Ergomat

Figura 4 - Torno automático CNC Ergomat TND 250 com magazine de peças longas

Magazine automático de blanks Os magazines automáticos de carga e descarga de peças, aplicados em tornos automáticos, são projetados de acordo com as peças a serem usinadas. Eles são desenvolvidos em função da geometria, que consideram as características básicas das peças como curtas e longas. De uma forma geral, peças curtas são alimentadas pela parte frontal do fuso principal da máquina (figura 1), enquanto peças longas são introduzidas pela parte posterior do referido fuso (figura 4). Peças produzidas a partir de blanks, 16

o mundo da usinagem

quando comparadas com a usinagem de peças a partir de barras, proporcionam uma maior precisão das medidas obtidas, além de uma vida útil maior dos rolamentos do fuso principal, devido à ausência de vibrações causadas pelo giro da barra. Os Magazines automáticos de blanks são conjuntos mecânicos, cuja movimentação dos diversos mecanismos para a alimentação e ejeção das peças é feita através de cilindros pneumáticos. O projeto deve ser compatível

com as características técnicas do torno e ter uma adaptação fácil e ergonômica. Por ser um conjunto composto por diversas peças dedicadas a um único tipo de aplicação em grandes séries de produção, o magazine não deve ser tratado como um simples dispositivo adicional de fácil e rápida substituição. Para a usinagem de famílias de peças semelhantes ou homotéticas, os conjuntos que acomodam os blanks devem ser projetados com regulagem, prevendo o trabalho desde a menor até a maior peça. abril.2013/92

produtividade produtividade Arquivo Ergomat

Figura 5 - Retirada de peça longa após usinagem

A colocação dos blanks nas calhas ou

O conjunto composto pelo torno auto-

bandejas pode ser feita manualmente ou

mático e pelo magazine de carga e descar-

através de tambores vibratórios para pe-

ga de peças deve ser construído, observan-

ças curtas ou sistemas elevatórios para

do as normas de segurança vigentes, como

peças longas.

a NR-12 no Brasil, as diretrizes CE no caso

A figura 5 apresenta a retirada de uma haste após a sua usinagem.

das exportações para os países europeus ou outras normas de outros países.

Conclusão A indústria de manufatura tem busca-

ferramentas de corte de alto rendimen-

do intensamente a redução dos custos de

to, tais objetivos estão sendo atingidos

fabricação para que possa enfrentar a forte

pelas indústrias de manufatura. Os in-

competição nos diversos mercados, do-

vestimentos são, cada vez mais, voltados

méstico e de exportação. Os engenheiros

para a automatização da manufatura. A

de projeto e de produção vêm trabalhan-

matéria apresentada neste artigo vem

do fortemente na elaboração de proces-

apontar uma forma de se modernizar e

sos de usinagem de peças por completo,

aumentar a eficiência em diversos traba-

eliminando operações posteriores. Com

lhos de usinagem, visando diminuição

a evolução das máquinas-ferramenta,

dos custos de fabricação e da segurança

dos conjuntos eletroeletrônicos e das

no trabalho. Eng. Alfredo V. F. Ferrari Diretor de Vendas da Ergomat Ind. Com. Ltda.

18

o mundo da usinagem

abril.2013/92

DESTAQUES 2013 Lançamentos de alta tecnologia para medição 3D

Máquina de Medir Coordenadas - CNC Sistema compacto de alta exatidão e agilidade em espaços pequenos. • Ideal para medições de alta exatidão em peças de pequeno e grande portes (com uso de adaptadores) • Permite sensores de toque e de escaneamento. • Resultados com valores absolutos (e não comparativos como os dispositivos convencionais). Especificações Básicas • Resolução: 0,02µm • Exatidão: 2,0 + 5L/1000 µm • Capacidade: Até 120 x 120 x 80mm

Sensor de Rugosidade para Máquinas de Medir Coordenadas • Acoplável no eixo “Z” de máquinas de medir coordenadas CNC • Adaptado em cabeçote articulado que permite diversas posições e alternância com sensor de toque. • Completa análise de medição de rugosidade através do software dedicado SURFPAK-SP. Aplicação do Sensor em Máquina de Medir coordenadas Crysta S.

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negócios da indústria

Pré-sal:

um desafio para o conhecimento da de sal existam US$ 7 trilhões em

Empresas investem em P&D na busca de espaço no bilionário mercado brasileiro de óleo e gás

riquezas minerais. As explorações em curso no poço de Tupi, por exemplo, revelaram que a produtividade superou todas as previsões anteriores. O País se consolida em um patamar

Em setembro de 2012, Carlos

barte, com o navio-plataforma P-34.

de alta produção, com a participa-

Tadeu Fraga, gerente executivo

Em janeiro de 2010, teve início

ção do segmento de óleo e gás no

do pré-sal da área de Exploração

a produção em escala comercial e

Produto Interno Bruto (PIB), hoje

e Produção da Petrobras, afirmou

hoje as bacias de Campos e San-

em 12% e devendo chegar a 20% até

que em 2016 a camada pré-sal res-

tos já produzem 200 mil barris por

2020, segundo o Instituto Brasileiro

ponderá por 31% do petróleo pro-

dia, ou 10% do petróleo extraído

de Petróleo (IBP).

duzido no País.

no Brasil, segundo dados oficiais.

Já de acordo com a ABIMAQ,

Quando a revista O Mundo da

Hoje alguns analistas arriscam di-

associação que representa a indús-

Usinagem traçou um panorama

zer que o volume disponível é de

tria de máquinas e equipamentos

deste setor em novembro de 2008

16 bilhões de barris.

nacionais, a produção industrial do

(edição 53), a primeira prospecção

Definir números precisos em um

setor que abastece a cadeia de óleo

- chamada de Teste de Longa Du-

mercado tão pujante e dinâmico

e gás cresceu 10% até o 3o trimestre

ração (TLD) - havia começado há

como este é uma tarefa quase im-

de 2012. As importações também

apenas dois meses no campo de Ju-

possível. Estima-se que sob a cama-

ganharam força, ultrapassando 30% de crescimento no mesmo período. Em relação à indústria nacional, parte desses resultados se deve à exigência de um percentual mínimo de conteúdo local em produtos e equipamentos utilizados na exploração de petróleo e gás. Atualmente, esse índice gira em torno de 65% (podendo variar dependen-

Agência Petrobras

do do produto) e as empresas que não atingirem as metas estipuladas pela Petrobras podem ser multadas - em 2010 a ANP aplicou R$ 34,3 milhões em multas.

Plataforma P-34: a primeira a alcançar o pré-sal em outubro de 2008 20

o mundo da usinagem

abril.2013/92

Em números médios, o pré-sal situa-se a 2,1 mil metros de lâmina

Agência Petrobras

P&D

Cenpes, o Centro de Pesquisas da Petrobras, localizado na Ilha do Fundão (RJ)

d’água, dista 300 km da costa, apresenta espessura da camada de sal média de 2 km e uma profundidade

Modelo de exploração do présal: profundidade média do reservatório é de 5 km

do reservatório de 5 km.

altíssimo grau de desenvolvimento e um dos exemplos mais notórios está na cidade do Rio de Janeiro. Localizado entre o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) e a ponte Presidente Costa e Silva (Rio-Niterói), o Centro de Tecnologia, ou Parque Tecnológico, na Ilha do Fundão, reúne a área de pesquisa de dezenas de empresas do ramo de óleo e gás. O local é estratégico: ao lado do CENPES, o Centro de Pesquisas da Petrobras e da UFRJ, que mantém centenas de alunos e pesquisadores a poucos metros das empresas. Já são mais de 20 empresas do setor de óleo e gás no local, como

ras

ob

c

ên

Ag

etr ia P

a franco-americana Schlumberger, a americana Baker Hughes, além da fabricante de equipamentos submarinos para a indústria do

determinaram

petróleo na região. Bastaram al-

petróleo, FMC Technologies, que

os investimentos necessários para

guns anos para que se edificassem

inaugurou um moderno Centro de

a exploração em grande escala de

no Brasil parques tecnológicos de

Tecnologia em 2012.

Esses

abril.2013/92

desafios

o mundo da usinagem

21

negócios da indústria

ção”. Esse tem sido o trabalho da FMC Technologies: transformar os processos de produção de petróleo offshore em processos submarinos. Paulo Couto ressalta ainda que também querem transferir para o ambiente submarino os processos de bombeio e compressão. “Para isso é preciso também desenvolver sistemas de energia e automação. São linhas de pesquisa que estamos seguindo”. Marcelo Brum, gerente de operações da empresa e professor Arquivo FMC Technologies

Vista área do Centro de Tecnologia da FMC Technologies, inaugurado em 2012

“Investimos R$ 200 milhões nos últimos dois anos no Brasil. Desse total, 1/3 foi destinado à criação deste centro e o restante à ampliação do nosso parque fabril”, declara Paulo

Cidade submersa

Couto, vice-presidente de Tecnologia & Engenharia e Produtos Emergentes da FMC Technologies do Brasil.

do curso de Engenharia Mecânica do CEFET - RJ ( Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckov da Fonseca), desde 1983, completa que “Com essas tecnologias também é possível deslocar uma mão de obra habilitada, técnica, para outras atividades. O objetivo é reduzir cada vez mais o número de pessoas nas plataformas até chegar a zero, até ser possível, a partir do continente, abrir

A Petrobras opera no Brasil pouco mais de 100 plataformas, entre

uma válvula no fundo do mar e iniciar a exploração”.

Um dos destaques da empresa na

os modelos fixos, semissubmersí-

Quase três décadas de experiên-

área de inovação é o Sistema Separa-

veis e navios-plataforma. Os custos

cia acadêmica fazem Marcelo Brum

dor de Água e Óleo (SSAO), desen-

de construção podem facilmente

ter uma leitura ampla e preocupan-

volvido em parceria com o Centro de

ultrapassar um bilhão de dólares

te da oferta de mão de obra no País:

Pesquisas da Petrobras. Trata-se de

por unidade. Além disso, os valores

“É um problema. A metodologia de

uma tecnologia pioneira, que separa

pagos na operação e manutenção

trazer para dentro da empresa a res-

água e óleo ainda no leito marinho.

dessas estruturas são altíssimos,

ponsabilidade de completar o treina-

Outro destaque é o ganho ambien-

como pontua Paulo Couto: “Esta-

mento é reflexo de uma deficiência.

tal, pois a adoção do processo mecâ-

mos falando de pessoas, rebocado-

Não se acha no mercado o engenhei-

nico do SSAO elimina a necessidade

res, comida, helicópteros e muitas

ro que é preciso para trabalhar com

de adicionar substâncias químicas

outras coisas envolvidas. Se puder-

desenvolvimento de tecnologia”. A

durante o processo. O sistema pesa

mos evitar isso e botar essa cidade

empresa desenvolveu então o Design

mais de 400 toneladas, possui 60% de

no fundo do mar, eliminamos mui-

Center, para treinamento dos estagi-

conteúdo nacional e tem capacidade

tos problemas e conseguimos uma

ários, que vem dando bons resulta-

para produzir 18 mil barris/dia.

economia muito grande na produ-

dos, segundo Brum.

22

o mundo da usinagem

abril.2013/92

Produtividade em alta Ilustração revela os diferentes níveis que devem ser vencidos para alcançar o reservatório. Para isso, novos materiais vêm sendo empregados Agência Petrobras

Há um ano a FMC Technologies

porque presta um excelente suporte

usinabilidade. Além disso, também

assinou acordo com a Petrobras

técnico e comercial”, avalia Maurício

acompanhamos o nosso produto

para o fornecimento de 78 árvo-

Oliveira, engenheiro de manufatura

desde o nascimento na área das en-

res submarinas, a partir de 2014,

da FMC Technologies.

genharias de produto e de materiais,

totalizando um montante de US$

Nos últimos cinco anos o setor

analisando e sugerindo adequações

900 milhões, o que levou a em-

de usinagem dobrou de tamanho.

e/ou aprimoramentos para que seja

presa a pesados investimentos em

Foram adquiridas quinze máquinas

concebido um projeto racional e o

sua linha de produção.

de alta tecnologia e novos equipa-

mais econômico possível do ponto

“Além do nosso know-how e exper-

mentos de última geração continu-

de vista da fabricação, sem prejuízo

tise nesse segmento, estamos inves-

am chegando. “Estamos investindo

da eficiência em serviço e da con-

tindo nas parcerias, principalmente

na produção em grande escala com

fiabilidade. Esse tipo de atenção é

na área de usinagem, e quanto a isso

qualidade assegurada, pois o traba-

dado considerando até o pós-ven-

a Sandvik Coromant nos auxilia na

lho é complexo, com peças muito

da, pois os equipamentos retornam

provisão de ferramentas. É uma em-

precisas, algumas de grande peso

para reparo em nosso Centro de

presa que se mostra confiável, não

e tamanho, e os materiais variam

Serviços de Macaé após operarem

só pela qualidade e conteúdo tecno-

desde aços baixa-liga tratados ter-

muitos

lógico do que fornece, como também

micamente a ligas exóticas de difícil

complementa Oliveira.

abril.2013/92

anos

ininterruptamente”

o mundo da usinagem

23

negócios da indústria

F. Sacco

Marcelo Brum, gerente de operações da FMC Technologies do Brasil, Paulo Couto, vicepresidente de Tecnologia & Engenharia e Produtos Emergentes ao lado de Ronaldo Ferreira, vendedor técnico da Sandvik Coromant

Novos Materiais A exploração de petróleo exigiu

Arquivo FEI

“Todos estes materiais costumam

novos materiais que representam

apresentar alta ductilidade e alta te-

um desafio para usinagem. Aços

nacidade, e tais propriedades levam

com resistência a ambientes agres-

a usinagens desafiadoras, com difi-

sivos, como os que contêm gás sul-

culdades para quebra de cavacos e

fídrico, chamados de sour service,

para a obtenção de bom acabamento

aços inoxidáveis supermartensíti-

superficial, sendo estas as principais

cos, aços inoxidáveis duplex e su-

demandas de usinagem introdu-

perduplex são exemplos de mate-

zidas pela indústria de óleo e gás”,

riais cujo uso tem se intensificado.

afirma Rodrigo Magnabosco, profes-

Materiais chamados  composite,

sor da FEI. Ainda de acordo com o

que combinam camada externa de

professor, as tendências para o futu-

ligas de níquel de alta resistência à corrosão com aços de alta resistência e baixa liga para garantir resistência mecânica, também ganham predominância no mercado. 24

o mundo da usinagem

Rodrigo Magnabosco, professor da FEI: Tendências para o futuro são os materiais clad de ligas de níquel com aços estruturais e aços inoxidáveis super e hiperduplex

ro são os materiais clad de ligas de níquel com aços estruturais e aços inoxidáveis super e hiperduplex. Em termos de ferramentas, as pastilhas com recobrimentos espeabril.2013/92

ciais têm apresentado excelentes

para suprir esta dificuldade”, expli-

a 12 toneladas. Além disso, remove-

resultados na usinagem destes ma-

ca Ronaldo Ferreira, vendedor téc-

mos até 40% de seu peso inicial no

teriais, pois evitam a interação quí-

nico da Sandvik Coromant no Rio

processo de usinagem, uma quan-

mica e desgaste adesivo, dadas as

de Janeiro, onde também dá suporte

tidade alta de geração de cavacos”,

altas ductilidade e tenacidade dos

à Trigonal, distribuidor autorizado

explica Maurício Oliveira, comple-

novos componentes da indústria de

Sandvik Coromant para a região.

mentando: “Do ponto de vista da

óleo e gás.

“Nós temos dois grandes desafios:

usinagem, o principal desafio está

“As novas classes de pastilhas de

lidar bem com a dimensão, formato

nas usinagens internas, que deman-

metal duro e de cerâmica chegaram

e peso das peças, que podem chegar

dam ferramentas mais longas e, consequentemente, com mais propen-

FMC Technologies

são à vibração”. Para contornar este problema Ronaldo Ferreira informa que estão sendo empregadas barras de mandrilar antivibratórias Silent Tools”. Os resultados têm sido positivos, mas os desafios são constantes. O objetivo da empresa é ambicioso: passar das atuais duas árvores de natal por mês para seis até 2014. Segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), em números gerais, incluindo todas as reservas nacionais, a produção de petróleo e gás dobrará em 10 anos. A FMC Technologies deve acompanhar este crescimento. Para isso conta com a ajuda de parceiros, e claro, com a experiência acumulada em 56 anos de Brasil.

Maurício Oliveira, engenheiro de manufatura da FMC Technologies ao lado de Ronaldo Ferreira: investimento nas parcerias abril.2013/92

o mundo da usinagem

25

negócios da indústria

FMC Technologies Experiência no mercado nacional A fabricante de equipamentos

ções submarinas, válvulas projeta-

gar, a segurança de quem fabrica, de

submarinos para a indústria de pe-

das para gerenciar o fluxo de petró-

quem transporta, de quem instala, de

tróleo FMC Technologies chegou

leo e gás natural e outras peças de

quem usa e de quem restaura.

ao Brasil em 1956. Hoje conta com

equipamentos que ajudam a obter

Qualidade e prazo são fatores

duas fábricas e um centro tecnológi-

o petróleo do fundo do mar para as

que se seguem. Por fim, o custo do

co na cidade do Rio de Janeiro, além

plataformas na superfície.

produto é avaliado, sendo conside-

de um centro de serviços em Macaé,

Em quase seis décadas no País,

rado o quarto item na escala de im-

empregando ao todo 1.800 colabo-

a FMC já recebeu da Petrobras en-

portância. Não por acaso, a planta

radores. Ela opera atualmente em

comendas para mais de 500 árvores

de Macaé não registra acidente com

16 países, com 27 fábricas e 16 mil

de natal submarinas, das quais 300

afastamento há mais de 12 anos.

colaboradores em todo mundo.

já foram entregues.

Dentre as ações voltadas à qua-

A empresa data de 1883, quando iniciou o desenvolvimento de uma bomba de spray contínuo nos pomares da Califórnia, tendo produzido equipamentos agrícolas até o final da década de 1920. A partir daí teve início a produção de equi-

Em quase seis décadas no País, a FMC já recebeu da Petrobras encomendas para mais de 500 árvores de natal submarinas, das quais 300 já foram entregues

pamentos industriais para processamento de alimentos, além de má-

Entre os inúmeros programas de

lidade destacam-se políticas de

quinas para a indústria alimentícia.

qualidade adotados pela empresa,

segurança, meio ambiente e saú-

A FMC Technologies iniciou a

destaca-se o SQDC, sigla em inglês

de (SMS), programa 5S, laborató-

produção de equipamentos petro-

para as palavras Segurança, Qualida-

rio  Lean, programas internos como

líferos após a 2ª Guerra Mundial,

de, Prazo e Custo. Todos os produtos

o Impact Quality, entre outros.

sendo hoje uma das principais re-

e serviços contratados ou produzidos

presentantes do setor, produzindo

pela empresa seguem essa premissa,

Fernando Sacco

árvores de natal molhadas, tubula-

levando em conta, em primeiro lu-

Jornalista

26

o mundo da usinagem

abril.2013/92

(2

50

0

a .C

.) a

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atua

is tab

lets

educação e tecnologia

Das

tablet

as sumérias com a

m orige

da

e

r sc

ita

Como educar com recursos da informática

Instrumentos confiáveis ou inevitáveis? “Nunca foi tão fácil estudar”.

da outra. A primeira zona de influ-

atenção dos alunos, a maioria dos

Esta é uma das grandes alegações

ência é composta pelo setor de ele-

quais já expostos a modernas tec-

feitas por educadores e até mesmo

trônicos (celulares, Ipods, notebooks,

nologias de comunicação, tanto em

educandos quando a pauta é tecno-

computadores 3D, tablets, etc.). A

casa quanto em ambientes públicos

logia associada à educação. Existe,

segunda zona de influência pode

e de trabalho. Surpreende-nos, aliás,

porém, uma série de cuidados a

ser definida pela evolução da Inter-

o enorme tempo - mais de 20 sécu-

serem tomados para que as inova-

net e como se dá sua associação com

los – de domínio do método. De fato,

ções não sejam armadilhas aos de-

a tecnologia dos eletrônicos supra-

desde a origem da escrita, por volta

savisados, sobretudo em inúmeras

citada. O equilíbrio dessas vertentes

do ano 3.000 antes de Cristo, quando

instituições que já adotam a tecno-

é frágil e os aspectos positivos e ne-

tabletas de argila e estiletes faziam

logia no dia a dia de seus cursos

gativos de todos esses recursos vêm

as vezes de papel e lápis, até a lou-

sem que possuam processos peda-

sendo muito discutidos pelos espe-

sa e o giz, poucas mudanças tinham

gógicos norteadores.

cialistas em educação.

ocorrido no campo da metodologia

Existem duas grandes vertentes

Ponto pacífico é que a metodolo-

da tecnologia atuando na educação

gia “gls” – giz, lousa e saliva – não

Hoje, no campo dos eletrônicos

e agindo de maneira distinta uma

consegue mais captar e manter a

como recurso físico complemen-

28

o mundo da usinagem

da transmissão de conhecimentos.

abril.2013/92

tar, ocorre uma série de benefícios

ficos, imagens 3D, entre outros.

cia para trabalhar em suas aulas com

que não podem ser ignorados.

A tecnologia, neste aspecto, pode

quatro mídias diferentes: audiovisu-

Além de ser possível limitar os

educar entretendo, de maneira lú-

al (vídeos), digital (tablets e websites),

aparelhos para usos estritamente

dica e sem perdas de conteúdo.

impressa (jornais e revistas) e rádio.

didáticos (não possibilitando ao

Neste tocante há alguns bons

De fato, o uso dos recursos ele-

aluno distrair-se com outros pro-

exemplos a citar entre nós, como o

trônicos enfrenta, hoje, a necessi-

gramas), estes aparelhos aumen-

Programa Federal Mídias na Edu-

dade de capacitar os docentes que,

tam o interesse dos alunos, já que

cação. Trata-se de programa para

formados há mais de dez anos, não

permitem uma sua maior intera-

habilitar docentes a usarem novas

estejam familiarizados com o uso

tividade com o conteúdo em grá-

tecnologias, com formação à distân-

das

tecnologias,

encontrando-se

muitas vezes defasados em relação aos próprios alunos. Para além do treinamento do corpo docente e do aparelhamento das escolas, contudo, é de grande interesse refletir sobre o uso em si desses novos recursos, sobretudo calibrando a ideia de aprendizado com jogos, uma das tendências atuais.

A Internet é o vilão? A Internet vem sendo apresen-

de “pesquisa” como preenchimento

proibidos para menores e, mesmo

tada como o grande vilão da tec-

de dados sobre um referido “tema”,

que usados de forma inocente, ge-

nologia da educação quando, na

quando, na realidade, a pesquisa se

ram perda de tempo e desvio dos

realidade, é seu uso sem critérios

caracteriza por resposta a questões

objetivos educacionais.

adequados que torna o aluno presa

específicas que, por sua vez, levam

Ponto de partida vital é a trans-

fácil do processo de “cópia-e-cola”,

a outras questões, formando a ca-

formação das atribuições do profes-

de fato nefasto para o aprendizado,

deia de conhecimento que é a base

sor, de “veículo transportador de

pois se baseia em rápida e inconse-

do processo educativo.

informação”, ao papel de “condu-

quente identificação de conteúdos

Apenas colocados à disposição

tor deste novo veículo (internet)”,

dos alunos, esses recursos são dis-

com propostas claras, densas de

Na raiz do problema encontra-se

persivos, podem levar ao bullying

significado e, sobretudo, com ri-

a errônea formulação do conceito

em redes sociais, acesso a sites

goroso equilíbrio de solicitação

sem qualquer filtro analítico.

abril.2013/92

o mundo da usinagem

29

educação e tecnologia

de tarefas e discussão de seus

textos e trabalhos acadêmicos) e

detentor de conhecimento e, se ele

resultados na classe.

ao mesmo tempo limitam as ativi-

não se afirmar como um orienta-

A autenticidade e qualidade das

dades de toda a rede de computa-

dor, como um intermediário entre

fontes de informação, estão, desse

dores (ilhas de informação) usada

o aluno e os conhecimentos que

modo, a cargo do intermediador: o

na instituição para fins restritos e

a tecnologia oferece, ele perderá

professor.

direcionados. Em muitos casos,

também a autoridade física e moral

Sistemas de Intranet têm se de-

cada aluno tem acesso à Intranet

de seu papel de professor.

monstrado também uma solução

também pela internet, para acesso

Infelizmente é o que vem ocor-

viável para este equilíbrio tão al-

remoto fora das cercanias da insti-

rendo nas instituições que não es-

mejado entre educação e tecnolo-

tuição, mas tudo sempre sob con-

tão sendo capazes de introduzir os

gia. Estes sistemas usam o melhor

trole moderador do professor ou

recursos tecnológicos, treinar seus

da tecnologia, socializam informa-

de equipe técnica da escola.

professores, e encontrar e estabe-

ções e dados pessoais de alunos,

Não é necessária muita reflexão

lecer o equilíbrio entre a moderni-

conteúdos de comprovada quali-

para se perceber que o professor

dade dos recursos e o alto grau de

dade existentes na internet (como

perdeu totalmente a autoridade do

dispersão dos alunos.

Recursos afiados A principal questão que salta à

nológicos de nossos dias é que eles

vista é a do mecanismo da atenção

aboliram a necessidade de ouvir e

e da retenção de conteúdos. O ve-

entender, aboliram a capacidade de

lho sistema giz-lousa-saliva obri-

ouvir e refletir em tempo real.

gava o aluno a ouvir, entender e

A informática oferece a ilusória

anotar. As dúvidas eram resolvidas

impressão de que o que está ar-

na hora, os cadernos eram pessoais

quivado será lido posteriormente.

e quase sempre fonte de orgulho

Delega-se para o futuro próximo –

para seus proprietários. Capas,

muitas vezes jamais concretizado

capricho, limpeza, tudo “contava

– a leitura e entendimento de conte-

ponto” na nota final.

údos. Perde-se a capacidade de ou-

O importante é que, nessa metodologia, acionava-se e treinava-se a

A tão conhecida “dinâmica de

memória, a capacidade de enten-

grupo”, presente em quase todas

der, de anotar e de reproduzir con-

as rodadas de contratações de esta-

teúdos, de se esforçar.

giários, trainees e mesmo profissio-

O grande mal dos recursos tec30

o mundo da usinagem

vir, entender e interagir em grupo.

nais com experiência, revela a ne-

abril.2013/92

como lâminas cessidade de provocar e incentivar

portal da instituição (www.edu-

Os sites das instituições de en-

nos adultos aquilo que a formação

cacaoetecnologia.org.br) para ver

sino são, de fato, um poderoso es-

escolar lhes vem negando.

seu preparo e cristalinas previsões

pelho para entendermos seus obje-

Os recursos que podem poten-

para o aprendizado no quinquê-

tivos e métodos. Devemos apenas

ciar um excelente aprendizado são

nio 2012-2017, com destaque para

ter o cuidado de irmos para além

os mesmos, no entanto, que po-

aprender e estudar sem barreiras

do “espelho mágico”, que reflete

dem literalmente torná-lo ineficaz.

físicas (onde e quando quiser, para

apenas a imagem de seu senhor.

A definição de seu uso positivo pas-

além da sala de aula), uso de ar-

Percorrer o portal do Instituto Ayr-

sa pelo conceito de meio e não fim.

mazenamentos online, conferências

ton Senna nos oferece ampla visão

Ou seja, os objetivos a serem alcan-

via Skype, grupos Google, blogs

da real qualidade de um projeto

çados devem ser estruturados com

pessoais, blogs dos grupos ou das

educacional que pretende e cum-

rigor e os recursos tecnológicos são

classes, transferências de arquivos

pre sua missão: educar.

apenas os meios para atingi-los de

por DropBox ou WeTransfer.

maneira mais rápida e eficaz, in-

É clara a percepção da educação

clusive interagindo com os demais

e aprendizado colaborativos, com

João Manoel S. Bezerra de Meneses

membros da classe ou do grupo.

a total capacitação do aluno nos re-

Gestor Ambiental/Jornalista

Basta dedicar pouco tempo ao

abril.2013/92

cursos tecnológicos.

o mundo da usinagem

31

conhecendo um pouco mais

Coworking:

trabalhando com princípios colaborativos O que são os escritórios compartilhados?

SHUTTERSTOCK

profissionais que ali realizavam seus trabalhos, discutiam ideias e, sobretudo, diminuíam os custos de manutenção para todos. O próprio nome, “Hat Factory” Fábrica de Chapéus - remete à fi-

ciativa, esta com caraterísticas de

gura muito popular na cultura an-

facilitadoras

divisão de um mesmo espaço físi-

glo-saxônica, do “Hatter”, ou Cha-

do trabalho em escritórios. Bernie

co por parte de profissionais autô-

peleiro, do livro Alice no País das

DeKoven, um designer de games ame-

nomos, sobretudo prestadores de

Maravilhas, adaptado como o “Mad

ricano, sugeriu, em 1999, um sistema

serviços referentes ao mundo da

Hatter”, o Chapeleiro Maluco, no-

de extensão do trabalho do escritó-

tecnologia da informação.

tório inimigo de Batman. A ligação

Há quase quinze anos nasciam algumas

iniciativas

rio, a ser feito online, a que ele cha-

O primeiro espaço físico usa-

se faz, certamente, em termos da

mou de coworking, ou “trabalhando

do para coworking, ou “escritório

grande inventividade do persona-

junto”. A sugestão era muito próxi-

compartilhado”, recebeu o nome

gem e do ambiente bastante caó-

ma do que praticamos hoje em dia

de “Hat Factory”. Era um antigo

tico do local das “invenções”. De

com o nome de Home Office.

depósito em San Francisco, EUA,

fato, uma grande mesa com deze-

Em 2005, o empreendedor ame-

compartilhado por três profissio-

nas de computadores, fios, livros,

ricano Brad Neuberg apropriou-se

nais de informática que, durante o

papéis, CDs, canetas... a confusão

do termo para batizar outra ini-

período noturno, acolhiam outros

nos parece generalizada...

32

o mundo da usinagem

abril.2013/92

Funciona? O sistema difundiu-se, assim,

ço de trabalho. Taxas, contas, apri-

criadores do conceito no país, “a

pelo mundo todo, com essas carac-

moramento e a manutenção ficam

união de pessoas que trabalham in-

terísticas básicas de um escritório

por conta do dono do escritório.

dependentes umas das outras, mas

colaborativo, em que profissionais

Mais do que ambiente físico, trata-

compartilham valores e buscam

das mais variadas áreas trabalham

-se de uma atmosfera colaborativa,

sinergia, acontece naturalmente

em espaços compartilhados, di-

espécie de permanente brain storm,

quando elas dividem o mesmo es-

vidindo ferramentas e áreas para

termo que significa a tempestade

paço. Isso é o coworking: cotraba-

desenvolvimento de projetos pes-

mental da criação.

lhar, trabalhar em conjunto”.

soais e não necessariamente rela-

No Brasil o conceito já se es-

Esses ambientes já são reali-

cionados entre si. Nestes escritó-

palhou pelo país desde 2009, com

dade em 10 Estados brasileiros,

rios compartilhados, o profissional

mais de 44 escritórios adotando o

dentre os quais São Paulo, Rio de

conta com sala de reunião, área de

modelo. Os planos das empresas

Janeiro, Bahia, Santa Catarina, Rio

trabalho, banheiros, recepção, te-

brasileiras variam de R$ 55,00 a

Grande do Sul, Minas Gerais, Cea-

lefone, Internet e pequeno espaço

milhares de reais, de acordo com

rá, Pará, Pernambuco e Paraná, in-

para refeições. Em contrapartida, o

as horas e os serviços escolhidos

dicando que a tendência se torna

profissional paga um valor, calcu-

pelo coworker. Segundo a entida-

mais viável a cada ano.

lado por hora, para utilizar o espa-

de Coworking Brasil, que reúne os

vantagens e desvantagens Podemos afirmar que, em linhas

acaba por isolá-lo e, assim, impedi-lo

Em contrapartida, profissionais

gerais, o coworking foi criado para

de crescer nos debates e discussões

mais conservadores apontam, entre

combater o isolamento gerado pelo

de seu ambiente de trabalho.

os aspectos negativos: a segurança

modelo Home Office de trabalho. Este

Inúmeros profissionais de tecno-

da informação, que pode ficar com-

sistema permite que o funcionário

logia da informação se queixam das

prometida pela grande quantidade

leve para casa o trabalho da empresa,

práticas corporativas, da rigidez de

de pessoas que dela tem conheci-

realizando-o muitas vezes em tempo

comportamento que não é propícia

mento. A concentração, devido à

bem menor do que o que empregaria

à criatividade. O principal ponto po-

grande quantidade de pessoas fa-

em seus escritórios. Mas, de fato, se

sitivo do sistema coworking, portan-

lando ao mesmo tempo sobre as-

o sistema de Home Office serve para

to, é a ambientação descontraída e

suntos diferentes, também deixa a

proteger o funcionário das pressões,

amigável, sem competição. O custo

desejar. Mas o custo-benefício in-

muitas vezes descabidas, existentes

do espaço, claro, também conta de

clui a possibilidade de fazer novos

no escritório tradicional, ele também

maneira positiva.

negócios, de conhecer pessoas de

abril.2013/92

o mundo da usinagem

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conhecendo um pouco mais

outras áreas e, mesmo, parceiros e

bilidade, educação, saúde e outras

fiação para conectar o computador

colaboradores de sua própria área

questões importantes para se cons-

e nada mais. À medida em que ou-

de atuação.

truir um mundo melhor, além de

tros recursos são oferecidos - copa,

Incubadoras de startups, centros

pessoas que trabalham em casa ou

cozinha, sala de reuniões – o preço

de negócios, escritórios virtuais

os “nômades”, que trabalham em

sobe mas a “posição” ocupada con-

ou, mesmo, escritórios individuais

cafés e jardins públicos, bibliotecas

tinua a mesma. Ao visitar um des-

alugados por horas diárias não são

e bancos de museus, este “exôdo”

ses ambientes volta-se no tempo, às

parte do modelo de coworking. O

para o modelo de coworking efeti-

grandes redações dos jornais.

termo, no Brasil, passou a significar

vo – comunitário e colaborativo --

Interessante e típico de uma ge-

pequenos escritórios, de até 4 m²,

torna-se mais intenso. Sem dúvida

ração que tem outro nível de con-

“equipados, mobiliados, prontos

reflexo de terceirizações, outsour-

centração que não aquele que pres-

para ocupar”, com acesso a salas de

cings e corte de gastos das grandes

supunha silêncio e calma. Agitação

reunião, vídeo-conferência, banhei-

corporações, a legião de coworkers

é vida e vida é criação constante.

ros, refeitórios e todos os demais

só tende a crescer.

Ao trabalho!

ambientes das grandes corporações.

No Brasil, é possível encontrar na

Sem dúvida útil, mas a denomina-

Internet anúncios de escritórios de

ção é totalmente inapropriada, pois

coworking, sobretudo nas capitais.

a essas iniciativas faltam os aspec-

Anunciam-se “posições ocupadas”,

tos social, colaborativo e informal.

que podem ir de R$ 200 a R$ 1.000,

A medida em que cresce o núme-

dependendo do local e da própria

ro de autônomos, freelancers, peque-

tipologia dos coworkers. Mas o que

nos empreendedores, sobretudo os

se oferecem são “posições” em uma

dedicados a projetos de sustenta-

mesa, normalmente apenas com

João Manoel S. Bezerra de Meneses Gestor Ambiental e Jornalista

PARA SABER MAIS: coworkingbrasil.org espacoenvolve.com.br escritoriovirtualpaulista.com.br

Office Nomads, Seattle

Um dos mais tradicionais escritórios de coworking: Office Nomads, Seattle, EUA

34

o mundo da usinagem

abril.2013/92

nossa parcela de responsabilidade

Entre os instrumentos de comunicação empresarial mais conhecidos estão as feiras expositoras de produtos. Além de servirem como excelente oportunidade para a apresentação de lançamentos, as feiras possibilitam encontros entre velhos colegas, muitas vezes hoje trabalhando em empresas distintas, per-

Viviane Camargo

Colaborando com a Educação A parte técnica é bastante evidenciada nas feiras, com as empresas colocando o que possuem de mais moderno bem à vista dos visitantes. Mesmo para quem não tem um conhecimento profundo sobre determinado item exposto, é possível obter informações importantes principalmente quando se quer tomar

A FEIMAFE é sem dúvida um mecanismo de educação vigoroso mitem novos conhecimentos e, aos clientes, oferecem a possibilidade de comparar produtos. Em nosso ramo contamos com importantes eventos expositivos e a FEIMAFE é sem dúvida um deles. A cada ano aumenta o número de visitantes e cresce o número de estandes dos expositores. Os organizadores sempre oferecem os dados estatísticos dos eventos e é também possível perceber o aumento de visitantes estudantes. Do ponto de vista técnico, o que as feiras poderiam oferecer aos jovens aprendizes e estudantes de nosso segmento da indústria de manufatura? Na área de ferramentas, é importante mostrar para os estudantes como e onde atuamos na cadeia produtiva, pois a ferramenta é uma parte às vezes pouco visível do processo, mesmo sendo essencial.

36

o mundo da usinagem

um rumo profissional. Para os estudantes em particular é uma oportunidade para observar diferentes aspectos das empresas expositoras, não só o técnico, mas também outros, não menos importantes, como serviços e a imagem da empresa, nível de tecnologia, etc., pois, ainda que básicas, essas observações são de suma importância para comparações futuras. Há também a chance, nos estandes, para perguntas, conversas e interação que podem revelar para ambos os lados se haverá chance para o início de uma colaboração futura. A organização de feiras de perfil tecnológico poderiam cada vez mais promover eventos direcionados para estudantes, onde estes pudessem avaliar as futuras possibilidades de trabalho, depois de conhecer melhor as empresas e suas respectivas áreas e forma de atuação no mercado, tipo

de produtos, etc. Esse recurso foi usado recentemente pela Petrobras em uma feira de Óleo & Gás, no Rio de Janeiro, em clara indicação que essa empresa busca atrair e formar futuros colaboradores identificados com suas atividades desde o início. Algo para se pensar, pois afinal temos que bem encaminhar o futuro de nosso país, o que passa necessariamente pelo dos nossos estudantes. Um jovem que inicie seus estudos, e em seguida sua carreira, bem direcionado, tende a acertar o rumo mais rapidamente, sem necessidade de eventualmente ter que mudar a direção no meio do caminho, economizando recursos próprios e do estado. Um país que quer crescer tem que zelar pelos jovens e por sua educação! Marcos Soto Gerente Técnico Round Tools Sandvik Coromant do Brasil abril.2013/92

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Anunciantes nesta edição O Mundo da Usinagem 92

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COFECORT Tel: 16 3333-7700 Araraquara - SP

PÉRSICO Tel: 19 3421-2182 Piracicaba - SP

COMED Tel: 11 2442-7780 Guarulhos - SP

PRODUS Tel: 15 3225-3496 Sorocaba - SP

CONSULTEC Tel: 51 3321-6666 Porto Alegre - RS

PS Tel: 14 3312-3312 Bauru - SP

COROFERGS Tel: 51 3337-1515 Porto Alegre - RS

PS Tel: 44 3265-1600 Maringá - PR

Romi 27

CUTTING TOOLS Tel: 19 3243-0422 Campinas – SP

REPATRI Tel: 48 3433-4415 Criciúma - SC

Sandvik Coromant 4a capa

DIRETHA Tel: 11 2063-0004 São Paulo - SP

SANDI Tel: 31 3295-5438 Belo Horizonte - MG

WM Tools

ESCÂNDIA Tel: 31 3295-7297 Belo Horizonte - MG

SINAFERRMAQ Tel: 71 3379-5653 Lauro de Freitas - BA

FERRAMETAL Tel: 85 3226-5400 Fortaleza - CE

TECNITOOLS Tel: 31 3295-2951 Belo Horizonte - MG

GALE Tel: 41 3339-2831 Curitiba - PR

THIJAN Tel: 47 3433-3939 Joinville - SC

GC Tel: 49 3522-0955 Joaçaba - SC

TOOLSET Tel: 21 2290-6397 Rio de Janeiro - RJ

HAILTOOLS Tel: 27 3320-6047 Vila Velha - ES

TRIGONAL Tel: 21 2270-4835 Rio de Janeiro - RJ

KAYMÃ Tel: 67 3321-3593 Campo Grande - MS

TUNGSFER Tel: 31 3825-3637 Ipatinga - MG

MACHFER Tel: 21 3882-9600 Rio de Janeiro - RJ

Blaser 39 Deb‘Maq 37 Ergomat 35 Feimafe 17 Mitutoyo 19 Okuma 9

2ª capa

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