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8 jun. 2017 ... proposta de Dewey quanto a do Ensino Híbrido, procuram nada mais, nada menos, do que ativar o processo de .... A fim de complementar a...

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EDUCAÇÃO DEMOCRÁTICA: Geração tecnológica Andressa C. R. de CARVALHO1 INTRODUÇÃO Em primeiro lugar, vou apresentar a perspectiva de John Dewey2, cujo autor, além de publicar um vasto acervo bibliográfico no qual encontramos a exposição de suas ideias que versam principalmente nas áreas da filosofia, psicologia e educação, elaborou um cuidadoso ambiente escolar junto a Universidade de Chicago, conhecido como Escola Laboratório de Chicago, na qual exercitou pessoalmente as suas ideias sobre educação. Portanto, cabe situar que essa educação, utilizada na Escola Laboratório ou Lab School, a qual era considerada uma das mais ilustres escolas pioneiras do movimento da educação progressiva nos Estados Unidos, foi criada na tentativa deweyana de estabelecer uma ligação entre a teoria e a prática relativas à pedagogia. Em 1894 foi construído o primeiro laboratório inserido na Graduate School of Education da Universidade de Chicago, o qual, no entanto, só começou a funcionar efetivamente em 1896. Pensando em uma nova forma de educar, na proposta do laboratório havia o objetivo de promover a investigação e testar métodos de ensino centrados na criança, ou seja, especificamente na infância. Segundo Dewey, a escola deve ser um espaço de socialização em que as crianças encontrem oportunidades para adquirir conhecimentos e práticas úteis para a sua vida, uma vez que acreditava não haver separação entre a educação e a vida, ou seja, o papel principal da escola, para o autor, é preparar o aluno para viver no mundo em constantes mudanças. Quanto ao processo educativo, considerava fundamental partir dos interesses da criança, visto que oportunizando os alunos a vivenciarem por meio das experiências, fosse a forma mais adequada de estimular a investigação nos educandos, partindo de situações de dúvida e de incerteza diante da vida. E é por meio da escola, que o autor nos ensina, que devemos dispor as condições para que as crianças venham a crescer em saber.

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Professora da Educação Fundamental I no Colégio Rio Branco (SP). Pedagoga (2016) pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e pesquisadora em Iniciação Científica durante todo o curso de Pedagogia. Além de membro ativo do Grupo de Pesquisa “Positivismo e Pragmatismo e suas Relações com a Educação” – GP PPEDU. 2

John Dewey (1859- 1952), autor norte-americano, reconhecido como um dos fundadores da escola filosófica chamada de Pragmatismo. Além de doutor em Filosofia e Pedagogo. IX Seminário Internacional Redes Educativas e Tecnologias. Rio de Janeiro, de 05 a 08 de junho de 2017

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Em seguida, observei uma possível relação entre a criação da Escola Laboratório com o que levou estudiosos, muito tempo depois, elaborarem a abordagem nomeada por Ensino Híbrido. Apesar

de

distantes

em

relação

cronológica,

ambos

apresentam

semelhanças,

principalmente no que se diz respeito à finalidade dessas pesquisas. Uma das funções em comum está à busca por métodos de ensino centrados na criança e que atendessem às necessidades da sociedade. Além de que, ambos buscam um meio de tornar a educação eficaz, ou seja, tanto a proposta de Dewey quanto a do Ensino Híbrido, procuram nada mais, nada menos, do que ativar o processo de ensino-aprendizagem. Por isso, também nos Estados Unidos, em torno de 2002-2003, “grupos de estudo organizados, financiados por universidades e fundações, começaram a estruturar projetos sérios, acadêmicos, com base científica” (MACHADO, 2015, p.1), em torno da estruturação e nomeação do Ensino Híbrido (Blended Learning). Perspectiva essa inovadora quanto à proximidade das tecnologias e com a educação, de modo que sua abordagem se caracteriza por otimizar a aprendizagem, distinguindo-se dos burburinhos da sociedade ao afirmarem que os professores estariam transferindo suas responsabilidades. Figura 1: Blended Learning ou Ensino Híbrido

Fonte: Wikipédia

De acordo com a Figura 1, posso ressaltar também o novo papel do professor, o qual se refere em saber julgar quais atividades e experiências contribuem e conduzem ao crescimento contínuo. Além disso, saber como otimizar o tempo didático, isto é, compreender que isso é possível quando o educador propõe atividades que foquem no desenvolvimento da autonomia do educando, partindo sempre de problematizações, ou seja, de um processo de estimulação das crianças a querem investigar. IX Seminário Internacional Redes Educativas e Tecnologias. Rio de Janeiro, de 05 a 08 de junho de 2017

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Assim, entendo o Ensino Híbrido como aquele que nos traz práticas educativas democráticas, sem se distanciar da questão cotidiana e social, ou melhor, dizendo, que leva em conta as mudanças sociais, como por exemplo, a geração tecnológica, que é marco importantíssimo no século XXI.

EDUCAÇÃO DEMOCRÁTICA Neste momento, iniciarei com algumas ideias antropológicas deweyanas em relação à conceituação de educação. A vida humana deve ser orientada pelo princípio de continuidade, o que se dá primeiramente seguindo o movimento de mudanças realizado no mundo, onde ocorrem as experiências. Assim, uma das ideias principais de Dewey é a experiência como própria da vida natural, mas que, enquanto fator contínuo presente nos processos de renovação, amplia-se ao agrupamento social, afetando diretamente a educação, já que está, inicialmente, é considerada instrumento da continuidade social da vida e pode aprimorar o próprio processo de continuidade. De forma resumida a educação se centra “[...] na concepção da contínua reconstrução da experiência [...]” (DEWEY, 1979, p.86). Desta forma, a educação tem por foco seu próprio processo, ou seja, se distancia da ideia de que o movimento educativo precisa de um fim a ser atingido, como por exemplo, não acreditamos que o ato de educar tenha por finalidade preparar o aluno para o futuro, ou que pelo menos não se restringe a isso. Considerando a continuidade acima referida, tal processo se desenrola de uma anterioridade e se projeta constantemente ao futuro. Seguindo essa linha de pensamento, devemos ter clareza de que a educação é responsável por formar seres humanos melhores, e isso envolve caráter, personalidade mental e moral. Por esse motivo que Dewey defende que educação é mais do que conteúdo, ou melhor, dizendo, educação é vida. Em base nesse raciocínio, cito Dewey que reforça a compreensão do assunto: O que então é educação, já que encontramos tipos realmente satisfatórios dela na existência? Em primeiro lugar, ela é um processo de desenvolvimento, de crescimento. E é o processo e não meramente o resultado que é importante. Uma pessoa verdadeiramente saudável não é algo fixo e completo. Ela é uma pessoa cujos processos e atividades se desenrolam de certo modo que ela continuará a ser saudável. Similarmente, uma pessoa educada é a pessoa que tem o poder de continuar e adquirir mais educação (1964, p. 04 – grifos do autor; tradução nossa).

Conforme observamos, a educação deve preocupar-se em proporcionar aos indivíduos o acesso a uma maior compreensão da realidade, pois, as condições normais de crescimento natural

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não garantem o alcance, por todos, do pensamento reflexivo, o que requer a urgência da organização social democrática, defendida pela educação progressiva. Uma das condições necessárias é o ensinar a ser crítico, ou melhor, ensinar a pensar de verdade, que significa fazer com que as crianças se mantenham em estado de inquietação (curiosidade), pois assim somos estimulados à investigação e à busca constante, essa que consequentemente tornará os alunos mais autônomos e independentes. Diante disso, segundo Dewey, cabe à educação escolar, ser um espaço de socialização em que as crianças encontrem oportunidades para adquirir conhecimentos e práticas úteis para a sua vida, uma vez que acreditava não haver separação entre a educação e a vida, ou seja, o papel principal da escola, para o autor, é preparar o aluno para viver no mundo em constantes mudanças. Quanto ao processo educativo, considera-se fundamental partir dos interesses da criança, visto que oportunizando os alunos a vivenciarem intensamente as suas experiências, como forma mais adequada de estimular a investigação nos educandos, instiga-os a perceberem as situações de dúvida e de incerteza diante da vida. Este ponto é iniciador de um processo de investigação que, se levado a cabo adequadamente pelo professor em seus ensinamentos aos alunos, os conduzirá à conquista do pensamento reflexivo. E por meio da escola, o autor nos ensina, que devemos dispor as condições para que as crianças venham a crescer em saber.

CABENDO RESSALTAR QUE O PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO DEVE [...] estudar as capacidades e necessidades do grupo que tiver de educar e, ao mesmo tempo, dispor e ordenar as condições para que a matéria ou conteúdo das experiências seja tal que satisfaça aquelas necessidades e desenvolva aquelas capacidades. O planejamento deve ser suficientemente flexível para permitir o livre exercício da experiência individual e, ainda assim, suficientemente firme para dar direção ao contínuo desenvolvimento da capacidade dos alunos. (DEWEY, 1971, p. 54)

Sempre levando em conta que o ser humano é considerado aquele que vive numa complexa condição de crescimento contínuo, e que esse crescimento é, portanto, uma característica da vida, ou seja, enquanto ser humano, basta estar vivo para ter a capacidade de se desenvolver. Em suma, somos educados indiretamente pelo meio social em que vivemos, de modo que a educação se torna essencial para a continuação da existência social, por meio da comunicação. No entanto, é especialmente no âmbito escolar, que se possibilita a efetivação do crescimento contínuo. Pois, nem toda experiência é educativa e permite tal aprimoramento! IX Seminário Internacional Redes Educativas e Tecnologias. Rio de Janeiro, de 05 a 08 de junho de 2017

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Nosso crescimento não se desenvolve somente no patamar físico e material, mas intelectual e existencial. Aprendemos a lidar melhor com o mundo e a interagir com ele na proporção do nosso crescimento, logo demonstrando ainda mais a urgência de uma organização social democrática. Reconhecendo a importância democrática para a vida humana, devemos refletir agora, quanto ao vínculo entre educação formal e democracia, e para que isso possa ser possível, necessitamos compreender o conceito de democracia. Neste ponto de vista, a democracia é entendida como sendo um modo de vida, este que é inseparável da teoria da moral, uma vez que sua ética social é responsável por direcionar o caminho a seguir. E, onde entra a escola? Com isso, torna-se necessário que a escola seja capaz de oportunizar situações práticas da democracia, começando por não dar soluções às crianças, e sim, motivá-las e guiá-las a encontrar meios de resolver os problemas e exercitar continuamente a experiência do compartilhamento nas associações que a escola oportuniza. A escola tornou-se (não era assim em outros tempos) um ambiente especial para o tratamento e ingerência dos elementos presentes no mundo moderno. Considerando a cuidadosa e necessária transmissão de cultura essencial para uma vida de caráter independe nas diversas camadas sociais, próprias de um regime democrático, aberto, de transição livre entre as salas de aula, entende-se a escola como o espaço facilitador do conhecimento pertinente a uma sociedade em mudança e em desenvolvimento. Pois, democracia é uma forma diferenciada de organização, que deve ser fomentada desde a escola, quando uma nova atitude diante do mundo se instaura, exigindo o enfrentamento dos problemas que afligem a sociedade, mas pautado num outro tipo de operação de pensamento. A fim de complementar a discussão, faço alusão a um trecho do livro Democracia e Educação, o qual consegue romper com o conceito do senso comum e explicar com profundidade que “[...] uma democracia é mais do que uma forma de governo; é, primacialmente, uma forma de vida associada, de experiência conjunta e mutuamente comunicada” (DEWEY, 1979, p.93). Tendo por base que a sociedade se renova constantemente devido ao crescimento educativo dos componentes imaturos do grupo, entende-se que a educação pode elevar o indivíduo, transformando as qualidades das suas experiências e, com isso, as da própria sociedade. Nossas ações se desenvolvem na e pelas relações sociais, mas precisam do aporte do compartilhamento das intenções, das ideias, finalidades, entendimento e interesses comuns de um

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grupo. E, é neste momento que entendo poder vincular a necessidade de as escolas se adequarem à geração tecnológica.

ENSINO HÍBRIDO3 Com base no documento da da vida

NE CO (1996, p.32), “[...] o conceito de educação ao longo

a chave que abre as portas do s culo

I; ele elimina a distinção tradicional entre

educação formal inicial e educação permanente”, de forma que converge a conceituação para algo em constante transformação. Cabendo expormos então que, assim como Dewey defende a ideia de aprender a aprender, este modelo educacional propõe quatro pilares: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser, que estão intimamente interligados. Para sustentar essa proposta de sociedade educativa, é necessário retomar a ideia de que a educação não se separa da vida, por esse motivo nossos alunos devem aprender a perceber o mundo, refletir sobre suas ações, respeitar o próximo para poder “trabalhar” com ele e se reconhecer como um sujeito ativo na sociedade. Neste sentido, o papel da educação escolar é organizar um ambiente adequado para a aprendizagem dos seus alunos e ao mesmo tempo acompanhar as demandas dessa sociedade. Nas palavras de Dewey (1979, p. 23), “A escola tem igualmente a função de coordenar, na vida mental de cada indivíduo, as diversas influências dos vários meios sociais em que ele vive”. Todos nós sabemos que uma das maiores demandas no século XXI está vinculada com o meio tecnológico, por isso eu pergunto, se nós, responsáveis pela educação formal, temos ciência de que devemos ensinar de forma crítica às crianças a lidarem frente às influências sociais, seria certo, justo, democrático, uma educação desvinculada da tecnologia? As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) têm provocado grandes transformações no atual contexto. Tais transformações podem ser sentidas em vários aspectos, como o social, político e cultural, transformando assim, as formas de relacionamento, de trabalho, de estudo, em suma, de viver.

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Essa abordagem foi elaborada por pesquisadores do Instituto Clayton Christensen e testada nas escolas norteamericanas. IX Seminário Internacional Redes Educativas e Tecnologias. Rio de Janeiro, de 05 a 08 de junho de 2017

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No atual contexto, a internet vem se constituindo um “[...] novo e complexo espaço global para a ação social e, por extensão, para o aprendizado e para a ação educacional” (CA TELL , apud COLL; MONEREO, 2010, p. 16). Assim, devemos compreender a tecnologia como algo que vem acrescentando quanto a comunicação interpessoal. E em virtude do já pontuado, devemos explorar também que a educação é necessária para a continuação da existência social, consistindo primariamente na transmissão, por meio da comunicação, para a aquisição de experiências mais amplas. Por esse motivo (de ampliar as experiências educacionais com o auxílio das Tecnologias da Informação e Comunicação) que intelectuais, com a finalidade de atualizar o meio educacional, elaboraram o Ensino Híbrido, o qual “[...]

considerado uma abordagem, não uma metodologia,

pois não oferece um passo a passo ou um modelo fechado a ser replicado em qualquer escola” (LORENZONI, 2017, p.40). Além de que essa abordagem vem corroborando com a recente resolução brasileira, a qual defende que deve ser levado em conta: I. os sistemas e as redes de ensino, o projeto pedagógico das instituições de educação básica, bem como os problemas e os desafios da escola e do contexto onde ela está inserida; II. a necessidade de acompanhar a inovação e o desenvolvimento associados ao conhecimento, ciência e

(BRASIL, 2015, p. 9-10, grifos nossos).

Portanto, o Ensino Híbrido veio para sustentar e combinar as tecnologias antigas com as atuais, pois proporciona “[...] estrat gias de personalização das ações de ensino e aprendizagem por meio da integração das tecnologias digitais no dia a dia da escola” (F NDAÇÃO LEMANN, 2017, p.1). A fim de esboçar e introduzir quais os envolvidos nesse modelo de ensino decidi trazer o esquema (Figura 2) a seguir: Figura 2: Caracterização do Ensino Híbrido.

Fonte: BACICH, 2015, p. 25

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O interessante nesse esquema é que demonstra de modo geral a necessidade de todos os envolvidos se integrarem e, ao mesmo tempo, dá ênfase a um conceito muito importante, que é o aluno como sujeito central. Paralelamente ao estudante estão novamente em questão o papel do professor e a autonomia do educando (os quais já me referi brevemente no início do trabalho), porém agora apresentados no mesmo nível de importância, uma vez que devemos entender que na educação e, principalmente, no Ensino Híbrido, o papel do educador é também formar alunos autônomos, por isso, o mesmo deve criar ambientes positivos que estimulem e contribua para o processo de conscientização de seus direitos e deveres frente ao ensino e aprendizagem. Isto posto, o Ensino Híbrido se caracteriza por personalizar a aprendizagem, visto que considera cada aluno nas suas individualidades (como por exemplo, cada um tem seu tempo para se desenvolver) e explora dessa abordagem de aprendizagem colaborativa para alcançar maior avanço e eficácia. Melhor dizendo, “[...] podemos considerar que o termo Ensino Híbrido está enraizado em uma ideia de que não existe uma forma única de aprender e que a aprendizagem é um processo contínuo” (BACICH, 2016, p. 1), ideia que coincide com as defendidas pelo autor Dewey, pelo menos, nessa perspectiva. De forma resumida, essa abordagem de ensino pretende introduzir as novas tecnologias ao ambiente escolar, proposta já mencionada anteriormente, acarretando, contudo, a grande questão: como inserir o modelo Híbrido na sala de aula? Inicialmente devemos compreender que as propostas pedagógicas escolares devem corroborar com os princípios Híbridos, pois essa abordagem não se restringe a apenas momentos em que nos educadores utilizamos da tecnologia no ensino de um conteúdo, até por que, isso grande maioria dos professores já realizam. O Ensino Híbrido requer e propõe maior complexidade, no entanto, quero deixar claro que isso não significa que não podemos implementar em nossas escolas, isto quer dizer apenas, que será necessário compreender como funciona e se preciso realizarem algumas mudanças e reelaborações pedagógicas para que essa abordagem seja realizada de forma eficaz. A estrutura do mesmo primitivamente é dividida em dois tipos básicos de inovação, a sustentada e a disruptiva, mas neste momento só nos cabe compreender a primeira, pois é ela a responsável por possibilitar interação e diálogo entre educação formal e tecnologia. Nesse tipo de planejamento existe o Modelo de Rotação, o qual IX Seminário Internacional Redes Educativas e Tecnologias. Rio de Janeiro, de 05 a 08 de junho de 2017

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[...] está baseado na criação, pelo professor, de diferentes espaços de ensino-aprendizagem dentro ou fora da sala de aula para que os estudantes revezem entre diferentes atividades de acordo com um horário fixo ou de acordo com a orientação do professor (BACICH, 2016, p.6).

A ideia demonstrada anteriormente se refere à visão geral do modelo, esse que apresenta diferentes propostas para o planejamento da aula, sendo elas: a Rotação por Estações, o Laboratório Rotacional, Rotação individual e a Sala de Aula Invertida. A seguir, a fim de esmiuçar cada uma delas, trago a autora Lilian Bacich4 para fundamentar e demonstrar a essência de cada um desses modelos: – o modelo de Rotação por Estações [...]

aquele no qual os alunos revezam dentro do

ambiente de uma sala de aula. – o modelo de Laborat rio Rotacional

aquele no qual a rotação ocorre entre a sala de aula e

um laborat rio de aprendizado para o ensino online. – o modelo de

ala de Aula Invertida

aquele no qual a rotação ocorre entre a prática

supervisionada presencial pelo professor (ou trabalhos) na escola e a residência ou outra localidade fora da escola para aplicação do conte do e lições online (BACICH, 2016, p.1).

Diante dessa explicação, venho ressaltar que essas propostas ficam a critério da escolha exclusivamente do professor, que pode optar por uma e não por outra, dependendo do seu objetivo para aquela determinada aula, ou seja, não existe uma ordem a seguir ou a ser aplicada, o que demonstra flexibilidade no trabalho. O Ensino Híbrido vem exclusivamente para compreender e solucionar um dos problemas mais pendentes da sociedade, a educação. E foi por meio da parceria entre a Fundação Lemann5 e o Instituto Península6, com o intuito de “ [...] contribuir para a melhoria da qualidade da educação de todos os estudantes brasileiros”, que está sendo possível ampliar o “[...] acesso a inovações voltadas para o ensino personalizado no Brasil” (HORN, 2015, p.7).

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Consultora do Instituto Península. Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (USP), Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Bióloga (Mackenzie) e pedagoga (USP). Co-organizadora do livro e coordenadora do curso online: “Ensino Híbrido: personalização e tecnologia na educação” parceria entre o Instituto Península e a Fundação Lemann. 5

A Fundação Lemann é uma organização familiar sem fins lucrativos, fundada em 2002 por Jorge Paulo Lemann. Mais informações em: http://www.fundacaolemann.org.br/ensino-hibrido/. 6

O Instituto Península é uma organização sem fins lucrativos, que tem como propósito transformar e potencializar vidas para catalisar o desenvolvimento sustentável da sociedade, que foi fundado em 2010. Mais informações em: http://www.institutopeninsula.org.br/. IX Seminário Internacional Redes Educativas e Tecnologias. Rio de Janeiro, de 05 a 08 de junho de 2017

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CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante de todas as inquietações e resultados obtidos, acredito ser necessário iniciar as considerações finais do trabalho retomando a proposta já inerente em seu título: Educação democrática: geração tecnológica, para explicitar quais foram as minhas intenções. Assim, esmiuçando o título notamos que este trabalho tinha por finalidade principal compreender a educação atual, a partir da observação da perspectiva antropológica deweyana, a respeito da democracia, ampliando para presentes práticas realizadas pelas escolas que procuram se atualizar frente a geração tecnológica, levando as contribuições dos autores supracitados para os que atuam na educação básica. Inicialmente foi importante compreender que se trata de uma educação afiliada à ideia de que se a vida opera em constante crescimento, os procedimentos pedagógicos devem fomentar a reconstrução, a reorganização das experiências durante o percurso do viver, justamente, para que haja crescimento. Em suma, somos educados indiretamente pelo meio social em que vivemos, no entanto, a escola,

ambiente

educativo

especial7,

é

responsável

por

proporcionar

uma

situação

simplificada/selecionada, que desperte nos jovens a curiosidade de compreender as coisas de forma mais complexa. Melhor dizendo a escola, de modo fortalecedor e integrador, deve atentar para a realidade dos demais meios, onde um código sempre prevalece. Portanto, entende-se como incumbência dessa escola [...] simplificar e coordenar os fatores da mentalidade que se pretenda desenvolver; purificar e idealizar os costumes sociais existentes; criar um meio mais vasto e melhor equilibrado do que aquele pelo qual os imaturos, abandonados a si mesmos, seriam provavelmente influenciados. (DEWEY, 1979, p.24).

Determinando então a necessidade de uma educação democrática, conceituada como um processo de desenvolvimento do crescimento, sobre tudo ético, visto que os indivíduos devem ter acesso por meio da compreensão crítica da realidade, de modo a introduzir uma organização social democrática ao meio educacional, o que significa oportunizar situações práticas da democracia. Por esse motivo, uma das práticas democráticas necessárias neste momento é o fato de integrar a tecnologia na educação, visto ao movimento tecnológico por nós vivenciado no século

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Como nomeado pelo autor Dewey.

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XXI. E foi isso que me levou a cogitar como melhor opção a introdução do Ensino Híbrido nesse diálogo. Assim, constituído por educadores que buscavam inovações e se adequarem ao movimento do mundo, vem o Ensino Híbrido, o qual personaliza o ensino por alternâncias do uso de ferramentas digitais, melhor dizendo, uma abordagem que se responsabiliza em propor metodologias que oscilem entre plataformas educativas online8 ou offline (como já conhecemos na educação formal), dependendo dos objetivos propostos pelo professor. Sendo que dentro da mesma, existem diversos métodos a serem selecionados e utilizados nas classes de aulas, o que possibilita distinguir a maneira como é organizada as propostas pedagógicas, sem desprezar o ritmo e necessidade da turma e especialmente de cada aluno. Finalizo aqui com uma mensagem para aqueles que também pesquisam sob esta ótica de interesse, enfatizando a necessidade de não só defendermos essas ideias verbalmente, mas também dando o exemplo por meio de ações coerentes com a ideia de uma educação democrática, entendida como algo inseparável da vida, melhor dizendo, agora vinculada também com a geração tecnológica, sem a proposição de um trabalho realizado numa perspectiva paralela ao mundo por nós vivido no século XXI.

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Como por exemplo, na instituição que eu trabalho, utilizamos duas plataformas muito interessantes para o ensino de matemática, como a Khan Academy e o Matific IX Seminário Internacional Redes Educativas e Tecnologias. Rio de Janeiro, de 05 a 08 de junho de 2017

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REFERÊNCIAS BACICH, L. Ensino Híbrido: o que é e como implementar na Escola: entrevista. [11 de agosto, 2016]. Belo Horizonte: Site App Prova. Entrevista concedida a Arllen Jorge. Disponível em: http://appprova.com.br/2016/08/11/ensinohibrido/. Acesso em: 27 de Mar. de 2017. BACICH, L.; TANZI NETO, A.; TREVISANI, F. de M. (Orgs.) Educação. Porto Alegre: Penso, 2015.

: Personalização e Tecnologia na

BACICH, L. Ensino Híbrido: Relato de formação e prática docente e o uso integrado das tecnologias digitais na Educação. In: Simpósio Internacional de Educação e Comunicação (SIMEDUC). Aracaju, 2016. Disponível em: https://eventos.set.edu.br/index.php/simeduc/article/view/3323/1251. Acesso em: 27 de Mar. de 2017. BRA IL. Resolução no 2. Minist rio da educação conselho nacional de educação. DF, 2015. COLL, César; MONEREO, Carles. Educação e aprendizagem no século XXI: Novas ferramentas, novos cenários, novas finailidades.. In: ______. Psicologia da Educação Virtual. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 15 - 46. Tradução de Nália Freita DELORS, Jacques et al. : um tesouro a descobrir. Relat rio para a nesco da Comissão Internacional sobre Educação para o culo I. ão Paulo: Cortez, Brasília: MEC nesco, 1996. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0010/001095/109590por.pdf. Acesso em: 27 de Mar. de 2017. DEWEY, John. Democracia e Educação: introdução à filosofia da educação. Trad. Godofredo Rangel e Anísio Teixeira. 4a ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional. 1979. Atualidades Pedagógicas. Vol.21. ______. Experiência e Educação. Trad. Anísio Teixeira, São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1971. ______. The Need for a Philosophy of Education. In: ARCHAMBAULT, Reginald D. (editor). John Dewey on Education. New York: The Modern Library, 1964, p. 03-14. FUNDAÇÃO LEMANN. Tecnologia conectando alunos e professores em busca do melhor aprendizado: Ensino conectado à vida contemporânea. São Paulo, 2017. Disponível em: http://www.fundacaolemann.org.br/ensino-hibrido/. Acesso em 7 de Abr. de 2017. HORN, Michael B.; STAKER, Heather. Blended: usando a inovação disruptiva para aprimorar a educação. [tradução: Maria Cristina Gularte Monteiro; revisão t cnica: Adolfo Tanzi Neto, Lilian Bacich]. Porto Alegre: Penso, 2015. Disponível em: http://gg.gg/4hesy. Acesso em 3 de Abr. de 2017. LORENZONI, Marcela. Educação 3.0: uma proposta pedagógica para educação. In: Geekie. São Paulo: Geekie, 2017. Disponível em: http://info.geekie.com.br/ebook-educacao-3-0/. Acesso em 7 de Abr. de 2017. MACHADO, João Luís de Almeida. Blended Learning: O Ensino Híbrido e sua mistura de sabores. Planeta Educação, São José dos Campos, Ago. 2015. Disponível em: http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=2600. Acesso em 7 de Abr. de 2017. RESUMO Neste artigo pretendemos, a princípio, discutir a conceituação de educação contínua e de democracia com base nos estudos do autor John Dewey. Em seguida, discutiremos a ideia de que a educação democrática significa reconstrução da experiência compartilhada e que uma de suas funções é que os educandos, mediante as suas experiências cotidianas, aprendam a pensar. Concomitantemente a esse processo influente na sociedade, a educação também necessita de constante transformação e reconstrução, pois só assim acompanhará a realidade vivenciada por cada um. Deste modo, defendemos o ponto de vista de que a educação não está desvinculada da vida e que deve ensinar as pessoas a conviver, a ser, a fazer e a pensar, ou seja, a experienciar. Por esse motivo, trazemos aqui um modelo de educação formal, a qual integra tecnologias digitais (redes educativas) ao currículo escolar, conhecido como Ensino Híbrido, para dialogar com a educação democrática. O Ensino Híbrido se divide em modelos que podem ser utilizados para planejar a aula, o que significa que o papel do professor continua sendo essencial, por isso o consideramos como chave da inovação educacional. E acreditamos que esse estudo nos permitirá refletir sobre a educação escolar atual. Palavras-chaves: Educação; Democracia; Tecnologia; Ensino Híbrido.

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