CENTRO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

Londrina 2015 MULTIMÍDIA: ELEMENTOS PRÉ-ACROBÁTICOS DE GINÁSTICA RÍTMICA Relatório Técnico apresentado ao Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde...

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CENTRO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde

MARGARETE DE LOURDES BROLESI

MULTIMÍDIA: ELEMENTOS PRÉ-ACROBÁTICOS DE GINÁSTICA RÍTMICA

Londrina 2015

CENTRO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde

MARGARETE DE LOURDES BROLESI

MULTIMÍDIA:ELEMENTOS PRÉ-ACROBÁTICOS DE GINÁSTICA RÍTMICA

Londrina 2015

MARGARETE DE LOURDES BROLESI

MULTIMÍDIA: ELEMENTOS PRÉ-ACROBÁTICOS DE GINÁSTICA RÍTMICA

Relatório Técnico apresentado ao Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde, Universidade Norte do Paraná, Unidade Piza, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde. Orientadora: Profª Dr. Márcia Regina Aversani Lourenço

Londrina 2015

MARGARETE DE LOURDES BROLESI

MULTIMÍDIA: ELEMENTOS PRÉ-ACROBÁTICOS DE GINÁSTICA RÍTMICA

Relatório Técnico apresentado ao Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde, Universidade Norte do Paraná, Unidade Piza, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde, conferido e aprovado pela Banca Examinadora:

BANCA EXAMINADORA

____________________________________ Profª Dr. Márcia Regina Aversani Lourenço Orientadora Universidade Norte do Paraná

____________________________________ Prof. Dr. Juliano Casonatto Universidade Norte do Paraná

____________________________________ Profª Drª Ieda Parra Barbosa Rinaldi Universidade Estadual de Maringá

____________________________________ Prof. Dr. Dartagnan Pinto Guedes Coordenador do Curso

Londrina, 04 de março de 2014.

AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Dados Internacionais de catalogação na publicação Universidade Norte do Paraná Biblioteca Central Setor de Tratamento da Informação

B885e

Brolesi, Margarete de Lourdes Multimídia: elementos pré-acrobáticos de ginástica rítmica / Margarete de Lourdes Brolesi. Londrina: [s.n], 2015. 81f. Dissertação (Mestrado). Exercício Físico na Promoção Universidade Norte do Paraná. Orientadora: Profª Dr. Márcia Regina Aversani Lourenço

da

Saúde.

1- Exercício físico - dissertação mestrado – UNOPAR 2- Ginástica rítmica 3- Processos pedagógicos I- Lourenço, Márcia Regina Aversani, orient. IIUniversidade Norte do Paraná. CDU 796.012.12

BROLESI, Margarete de Lourdes. Multimídia: Elementos Pré-acrobáticos de Ginástica Rítmica. 81 f. Relatório Técnico. Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde. Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde. Universidade Norte do Paraná, Londrina. 2015.

RESUMO

As coreografias de ginástica rítmica (GR) são basicamente formadas de elementos corporais (saltos, equilíbrios e rotações) e exercícios de manejos dos aparelhos corda, arco, bola, maças e fita entrelaçados ao acompanhamento musical. Porém, outras possibilidades de movimentos são obrigatórias para a competição, como os passos de danças, os elementos dinâmicos de rotação, as maestrias e, em especial, os elementos pré-acrobáticos, que são o foco do nosso estudo. Com o intuito de oferecer um material específico que auxilie no desenvolvimento desta modalidade, organizamos um produto multimídia em formato de DVD denominado “Elementos Pré-Acrobáticos de Ginástica Rítmica”. O produto traz imagens dos elementos executados por uma ginasta e define, por meio de caixas de diálogos, as posições corretas de início, meio e fim do mesmo; os procedimentos pedagógicos e as formas de segurança na realização; os erros mais frequentes e suas correções e, por fim, as variações mais comuns, com resultados interessantes do ponto de vista técnico para que possam facilitar o entendimento dos profissionais da área e também proporcionar ganho de habilidades para os executantes. Para auxiliar nas escolhas dos elementos e dar embasamento para a confecção do produto, foram realizados estudos e pesquisas correlacionadas ao assunto, que possibilitaram o mapeando dos pré-acrobáticos existentes no código de pontuação da GR, a identificação das diversas possibilidades de execução destes elementos nas coreografias de equipes de iniciação e o conhecimento de quais elementos pré-acrobáticos são ensinados por profissionais da área na iniciação deste esporte.

Palavras-chave: Ginástica Rítmica. Processos Pedagógicos. Pré-Acrobáticos.

BROLESI, Margarete de Lourdes. Multimedia: Pre-acrobatic elements of Rhythmic Gymnastics. 81 f. Technical Report. Professional Master´s in Exercise in Health Promotion. Research Center on Health Sciences. Northern Parana University, Londrina. Ano.

ABSTRACT

The choreography of rhythmic gymnastics (RG) are basically formed body elements (jumps, balances and rotations) and managements exercises of rope devices, hoop, ball, clubs and ribbon intertwined to musical accompaniment. However, other possibilities movements are mandatory for the competition, as the steps of dances, the dynamic elements of rotation, the masteries and in particular the pre-acrobatic elements that are the focus of our study. In order to offer a specific material to assist in the development of this sport, we organize a multimedia product in DVD format called "Pre-Acrobatic Elements of Rhythmic Gymnastics." The product brings images of the elements performed by a gymnast and define, by means of dialog boxes, the correct positions for the beginning, middle and end of it, pedagogical methods and forms of security in the realization, the most common errors and their corrections and finally the most common variations, with interesting results from a technical point of view so that they can facilitate the understanding of professionals and also provide gain skills for performers. To assist in the choice of elements and give basis for the making of the product were carried out studies and research correlated to the subject, which enabled the mapping of existing pre-acrobatic elements in the RG score code, the identification of the different enforcement possibilities of these elements in choreography initiation teams and the knowledge of which pre-acrobatic elements are taught by professionals in the initiation of this sport.

Key words: Rhythmic Gymnastics. Pedagogical processes. Pre-Acrobatic elements.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12

2. REVISÃO DE LITERATURA - CONTEXTUALIZAÇÃO ....................................... 15 2.1. DESCRIÇÃO E DEFINIÇÃO DOS ELEMENTOS PRÉ-ACROBÁTICOS DO CICLO ATUAL ........ 17 2.2. OS ELEMENTOS PRÉ-ACROBÁTICOS NAS COREOGRAFIAS DE GINÁSTICA RÍTMICA ...... 20 2.3. PROCESSOS DE ENSINO/APRENDIZAGEM ................................................................ 21 2.3.1. Aprendizagem Motora ..................................................................................... 22 2.3.2. Domínios de Aprendizagem ............................................................................ 24 2.3.3. Métodos dos Processos de Ensino e Aprendizagem ...................................... 28 2.4. SEGURANÇA

NA

REALIZAÇÃO

DOS

PRÉ-ACROBÁTICOS

E SUA IMPORTÂNCIA PARA A

PREVENÇÃO DE QUEDAS/LESÕES DAS GINASTAS ........................................................... 31

3. DESENVOLVIMENTO ......................................................................................... 34 3.1. 1ª FASE: PESQUISA E ESTUDOS DE APOIO .............................................................. 34 3.2. 2ª FASE: ORGANIZAÇÃO TÉCNICA E GRAVAÇÃO DAS IMAGENS .................................. 35 3.3. 3ª FASE: CONFECÇÃO DO DVD .............................................................................. 36

4. CONCLUSÃO ...................................................................................................... 38

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 39 APÊNCICE A – Trabalhos Apresentados em Eventos Científicos ........................... 42 APÊNCICE B – Artigo Científico .............................................................................. 52 APÊNCICE C – Autorização da Universidade Norte do Paraná - UNOPAR ............ 68 APÊNCICE D – Autorização de Direito de Imagem da Ginasta Heloisa Gabriela Pedroso Bornal ......................................................................................................... 69 APÊNCICE E – Autorização de Direito de Imagem da Ginasta Gabriella Coradine Castilho ..................................................................................................... 70 APÊNCICE F – Autorização de Direito de Imagem da Treinadora Juliana Dias Coradine Castilho ..................................................................................................... 71

ANEXO A – Tipos e Nomenclaturas dos Elementos Pré-acrobáticos do 6º ao 13º Ciclo Olímpico .................................................................................................... 72 ANEXO B – Pesquisa com as Treinadoras do Congresso Brasileiro de Esporte Escolar

........................................................................................................ 78

ANEXO C – Levantamento dos Elementos Pré-acrobáticos Presentes nas Coreografias das Ginastas Participantes do Torneio Elisabeth Laffranchi ................ 80

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1. INTRODUÇÃO

A proposta deste trabalho de conclusão final de curso, enquanto produção técnica foi a organização de um DVD específico para profissionais e interessados em trabalhar com ginástica rítmica (GR) contendo a descrição dos elementos, processos pedagógicos, erros comuns, correções, segurança e variações, além de dicas de como colaborar para a realização do elemento com sucesso. O produto servirá como facilitador no processo ensino/aprendizagem da modalidade uma vez que há carência de materiais didáticos disponíveis neste assunto. Modalidade praticada individualmente ou em conjunto, a GR tem como característica a utilização de aparelhos específicos (corda, arco, bola, maças e fita) e a execução de elementos corporais, entre eles estão os pré-acrobáticos que são movimentos com grande variedade de execução que integram as coreografias tanto nas composições individuais quanto nas de conjunto, com a função maior de ligação entre os demais movimentos. 1 De uma forma geral, profissionais que atuam com a GR tem dificuldades em ensinar os elementos pré-acrobáticos devido à complexidade da execução dos mesmos, pois se verifica um nível de exigência motora elevada e necessidade de conhecimento de técnica específica. Por isso, a organização dos elementos pré-acrobáticos em processos pedagógicos se faz necessário para facilitar o aprendizado levando em consideração a idade e habilidade motora da criança, e assim, contribuir para que a execução técnica seja mais próxima do ideal. Atualmente, há deficiência de referências específicas nesta área que colaboram no processo ensino/aprendizagem dos elementos pré-acrobáticos da GR. Em levantamento bibliográfico realizado para este estudo, percebemos uma carência

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em publicações desta área. Porém, poucos nos mostram o processo pedagógico na iniciação, e em especifico, pouco encontramos em como ensinar os elementos préacrobáticos. Desta forma, torna-se evidente a necessidade de organizar e socializar os processos pedagógicos dos mesmos, para que profissionais, acadêmicos e ginastas possam ter um aprendizado facilitado e eficaz desses elementos. Portanto, o objetivo deste estudo foi organizar e apresentar os elementos pré-acrobáticos da GR, suas definições, os processos pedagógicos, os erros comuns, as correções, a segurança e as variações com o intuito de facilitar o processo ensino/aprendizagem na iniciação desta modalidade. A experiência como ginasta na modalidade de ginástica artística e professora na iniciação desse esporte por mais de 20 anos em projetos da Prefeitura Municipal de Londrina e Universidade Estadual de Londrina, aliado ao meu convívio profissional na Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) com as equipes de GR da insituição, contribuiu para o interesse e busca de conhecimento para realizar este estudo e desenvolver o produto final. Assim,

no

processo

de

construção,

realizamos

pesquisa

bibliográfica, pesquisa com treinadoras de GR de todas as regiões do Brasil sobre as dificuldades de ensinar os elementos pré-acrobáticos, levantamento dos elementos pré-acrobáticos presentes nas coreografias das ginastas participantes do Torneio Elisabeth Laffranchi no Paraná, e, baseados na nossa experiência profissional, apresentamos aqui um material didático específico em formato de DVD para dar embasamento técnico aos profissionais da área que buscam mais conhecimentos, informações de como ensinar suas ginastas na iniciação. Também como resultado do estudo foi elaborado um artigo, com o tema “Ginástica Rítmica: um estudo sobre os elementos pré-acrobáticos”, que tem

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como objetivo conhecer quais os elementos pré-acrobáticos estão sendo ensinados desde as escolinhas de iniciação na modalidade e identificar quais elementos préacrobáticos foram utilizados durante as coreografias apresentadas no Torneio Elisabeth Laffranchi. Este relatório técnicio apresenta-se dividido em duas partes, primeiramente a revisão de literatura dos assuntos relacionados a este estudo e na sequência o desenvolvimento contendo todo o processo metodológico que nos levou à confecção do produto. Este estudo justifica-se pela ausência de publicações e também pela ausência de materiais que possam auxiliar e facilitar o processo ensino/aprendizagem da técnica dos elementos pré-acrobáticos.

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2. REVISÃO DE LITERATURA – CONTEXTUALIZAÇÃO

A ginástica rítmica (GR) é uma modalidade esportiva praticada em nível de competição apenas por mulheres com movimentos realizados com graciosidade e leveza. As competições ou apresentações podem ser realizadas em conjunto, sendo este composto por cinco atletas e com a duração de 2’15” à 2’30” ou então em competições individuais tendo duração de 1´15” a 1´30”. As atletas podem se apresentar a mãos livres ou com os aparelhos específicos da modalidade: corda, arco, bola, maças e fita.1 A modalidade estreou nos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984 apenas no individual, e as competições de conjuntos foram disputadas pela primeira vez no ano de 1996, nos Jogos Olímpicos de Atlanta. Desde então o nível e desempenho das ginastas do mundo todo vem melhorando significativamente a cada ciclo olímpico. Esse desenvolvimento da modalidade vem sendo norteada pelas exigências do Código de Pontuação da Federação Internacional de Ginástica (FIG) que a cada quatro anos realizam alterações nas regras dessa modalidade. Entre os elementos corporais previstos no código de pontuação estão os pré-acrobáticos que na coreografia têm a função de ligação entre as dificuldades e também são utilizados na realização dos Elementos Dinâmicos de Rotação que são os exercícios de risco nas composições de GR. Alguns estudos apontam que, os elementos acrobáticos têm sua origem na China onde foram encontradas pinturas de cinco mil anos que retratavam acrobatas. Também encontramos registros de 1500 D.C. que se refere aos espetáculos “Akrobatos” que significa acrobata, nos quais os integrantes eram os “Akros” que dançavam e faziam equilíbrios nas mãos e nos pés. A história da acrobacia se confunde com a história da humanidade, pois foram encontradas imagens acrobáticas na antiguidade, (que faziam parte de ritos sagrados) e na idade média os Saltimbancos e os atores da comédia Del’arte usavam bastantes acrobacias e ainda encontravam-se algumas permanências dessa função religiosa. As acrobacias eram praticadas por pessoas de classes baixas como os escravos para divertirem os seus amos, que sofriam uma grande discriminação das populações.2

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Há relatos que as acrobacias tiveram início com a busca do domínio da natureza pelo homem, a partir do domínio do seu próprio corpo, já que isto lhe permitiria, ao mesmo tempo, executar tarefas de sobrevivência e suas tradições sociais.3 No Brasil o seu surgimento foi por meio do circo, como fins pedagógicos no início da década de 1940 a 1950, de acordo com dados encontrados em publicação do Departamento de Educação Física da Aeronáutica – RJ, a denominação dada às acrobacias era de “força combinada” ou “ginástica acrobática”. Com o tempo, as técnicas para realização das diversas acrobacias foram sendo melhoradas e as mesmas tornaram-se componentes de algumas modalidades esportivas como as diversas ginásticas e também apresentações artísticas no circo e no teatro. Os elementos acrobáticos e pré-acrobáticos são um grupo de elementos corporais que integram as coreografias de GR tanto nas competições individuais quanto de conjunto, que se caracterizam por elementos com passagem pelo solo simples e/ou com apoio de uma ou duas mãos e/ou com apoio com inversão do corpo. A acrobacia é um conjunto de exercícios físicos feitos com apetrechos e que põe em jogo a destreza e a força de quem os pratica. Por sua vez, o Dicionário da Língua Portuguesa (s.d.) define acrobacias como exercícios arriscados de ginástica ou equilíbrios que implica agilidade, força e destreza e, ainda, que seja a arte ou profissão do acrobata figurando em demonstração e astucia.4 Definem-se os elementos acrobáticos como: elementos corporais que realizam a inversão dos eixos do corpo, traçando uma linha imaginária que divide o corpo em eixo longitudinal (passa pela cabeça e pelos pés por meio de movimentos rotatórios), o rolamento é realizado no plano sagital utilizando um eixo interno que é o centro da gravidade do corpo, eixo transversal ou frontal (vai de um ombro ao outro ou se situa na mesma direção em outras partes do corpo) como, por exemplo, giros e mortais e eixo anteroposterior (da frente para parte de trás) como a roda ou estrela e o mortal lateral.5 As acrobacias são possibilidades fundamentais para enriquecimento de apresentações artísticas e competições de ginástica. São encontrados, nas

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técnicas circenses, nas coreografias de ginástica geral, nas provas de ginástica artística, ginástica rítmica, ginástica acrobática e ginástica de trampolim também conhecido como trampolim acrobático.3 Na ginástica rítmica, utiliza-se o termo pré-acrobático para as acrobacias. Embora as bibliografias em geral não apresentem a diferenciação entre acrobáticos e pré-acrobáticos, é nosso entendimento que a denominação préacrobático é dada para as acrobacias que não necessitam de fase de voo, ou seja, aquelas que são realizadas mais próximas do solo possível. De acordo com Hernandez e Bouza6: Os exercícios acrobáticos e pré-acrobáticos formam o grupo de exercícios fundamentais da Ginástica Rítmica Desportiva, eles constituem uma integração necessária para as qualidades condicionais e as qualidades coordenativas das ginastas. Por meio desse grupo de elementos técnicos se treinará o aparelho primeiro graças ao desenvolvimento das percepções espaço temporais que se requer para a realização de uma forma efetiva das diferentes de tarefas do movimento.

Sua origem vem dos acrobáticos da modalidade de Ginástica Artística e também das acrobacias circenses. Para o autor7, a ginástica rítmica possibilita uma grande variedade de elementos acrobáticos com passagem pelo solo. Vale ressaltar que esses elementos foram denominados de acrobáticos nos códigos de pontuação de ginástica rítmica8,9,10 os demais ciclos a denominação utilizada foi pré-acrobático, como utilizado atualmente.

2.1. DESCRIÇÃO E DEFINIÇÃO DOS ELEMENTOS PRÉ-ACROBÁTICOS DO CICLO ATUAL

Apresentaremos abaixo a descrição dos elementos pré-acrobáticos encontrados no ciclo atual, portanto de acordo com o Código de Pontuação de GR da FIG publicado no ano 201311, os elementos são: •

Rolamento para frente;



Rolamento para trás;



Reversão para frente;



Reversão para trás;



Estrela e variações;



“Ralenkova” – inversão com início no solo;



Mata borrão – inversão no solo com o ombro com passagem na

vertical com o corpo estendido.

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“Salto Plongé” – salto com o corpo flexionado para frente caindo

para um rolamento à frente. •

Reversões com diferentes tipos de apoio, como: mãos,

antebraço e peito.

Definições dos elementos pré-acrobáticos na ginástica rítmica:

a) Rolamentos:  Rolamento para frente: Partindo da posição em pé, apoiar as mãos no solo e, impulsionando o corpo com as pernas, rolar sobre as costas em posição grupada, finalizando sobre os pés, elevando-se à posição em pé.2  Rolamento para trás: Partindo da posição de pé, flexionar as pernas, deixando-se rolar para trás grupado, apoiando as mãos no solo ao lado da cabeça, com os dedos voltados para trás e

os polegares voltados para

os ouvidos.

Em

continuidade ao ato de rolar, empurrar o solo com as mãos até a posição agachada, finalizando em pé.2

b) Reversões:  Reversão para frente: O executante realiza um apoio invertido com as pernas afastadas longitudinalmente, deixando o corpo desequilibra-se para trás. Quando a primeira perna tocar o solo, as mãos perdem o contato com o mesmo, indo o executante á posição de pé.2  Reversão para trás: Partindo da posição em pé, com uma perna à frente da outra e braços elevados. O executante desequilibra-se para trás, levando as mãos ao solo, elevando a perna que está à frente. Ao tocar as mãos no solo, o executante

deverá

lançar

as

pernas

afastadas

longitudinalmente, passando pelo apoio invertido à posição de pé.2  Reversão lateral: Partindo da posição de pé, com os braços elevados, dar um passo à frente, flexionar a perna de

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impulsão, apoiar as mãos no solo na mesma direção do pé que está à frente, formando uma linha imaginaria entre eles. Apoiar as mãos no solo, o executante deverá impulsionar a outra perna (perna de impulsão), passando pelo apoio invertido, mantendo as pernas afastadas, girando em torno do eixo Antero–posterior até a perna de elevação tocar o solo, ligeiramente flexionada. Imediatamente, a perna de impulsão se aproximará do solo, enquanto as mãos perdem contato com os mesmos. O exercício será finalizado de pé com os braços elevados e pernas afastadas.2  Reversões com diferentes tipos de apoio, como: o Com uma das mãos: executar a reversão para frente com apoio de uma das mãos; na posição em pé o executante realiza um apoio invertido com uma das as mãos e pernas afastadas longitudinalmente, deixando o corpo desequilibrar-se para trás. Quando a primeira perna tocar o solo, a mão de apoio perde o contato com o solo, indo o executante à posição em pé.10 o Antebraço: executar a reversão para frente com o apoio

do

executante

antebraço; realiza

na

um

posição

apoio

de

joelhos o

invertido

com

os

antebraços e pernas afastadas longitudinalmente, deixando o corpo desequilibrar-se para trás. Quando a primeira perna tocar o solo os antebraços perde o contato com o mesmo, indo o executante à posição em pé.11 o Peito: executar a reversão com o peito; na posição de joelhos o executante realiza um apoio invertido com o apoio do peito e pernas afastadas longitudinalmente, deixando o corpo desequilibrar-se para trás. Quando a primeira perna tocar o solo o peito perde contato com o mesmo, indo o executante a posição em pé.11 c) “Ralenkova”:

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 Inversão com saída do solo.12

d) Mata borrão:  Rolamento de peito, podendo ser executado para frente e para trás, com passagem na vertical com o corpo estendido.11  Vela, decúbito dorsal elevar as pernas e o quadril, mantendo o corpo numa posição de equilíbrio invertido e ereto, apoiado apenas na nuca e nos braços, com as mãos no solo ou ajudando a manter o quadril elevado.2 e) “Salto Plongé”:  Salto espacato com rolamento à frente. Salto com as pernas afastadas lateralmente com o tronco flexionado à frente seguido de um rolamento.11

2.2. OS ELEMENTOS PRÉ-ACROBÁTICOS NAS COREOGRAFIAS DE GINÁSTICA RÍTMICA

Em uma composição coreográfica de GR, tanto conjunto quanto individual os elementos pré-acrobáticos servem como ligação entre as dificuldades corporais e devem ser executados de forma passageira, ou seja, sem interromper a sequencia dos exercícios e sem paradas para preparar a execução dos mesmos. Nas composições com aparelhos há a necessidade deste aparelho estar em movimento durante a execução do elemento pré-acrobático, o manejo deverá estar interligado com o início, meio ou fim da realização do mesmo.11 Os elementos pré-acrobáticos não podem ser repetidos exatamente igual na mesma coreografia, porém podem se realizados em sequência que significa executá-los seguidamente de forma igual, por exemplo, 2 ou 3 rolamentos para frente ou ainda 2 ou 3 reversões laterais.13 Se o pré-acrobáticos é realizado iniciando ou finalizando de formas diferentes é considerado como elemento diferente, isso significa que uma reversão para frente começando em pé e uma reversão para frente começando no solo são elementos diferentes, portanto podem ser executados em uma mesma coreografia. Os pré-acrobáticos também estão presentes nas séries em forma de Elemento Dinâmico de Rotação que consiste em uma ginasta realizar um

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lançamento, executar dois ou mais elementos de rotação embaixo do voo do aparelho e recuperar o mesmo rapidamente ao finalizar as rotações, o risco está exatamente nesta agilidade de execução, pois a ginasta pode perder o aparelho. Durante os Elementos Dinâmicos de Rotação (DER) cada elemento pré-acrobático pode ser realizado duas vezes: de forma isolada e a outra em séries de dois, três ou mais elementos, e ainda, repetido uma vez na maestria (que são movimentos não ordinários). Lembramos que nos DERs nem todo movimento de rotação é necessariamente um pré-acrobáticos como, por exemplo, os chainées que são giros verticais em torno do eixo corporal com os dois pés no solo. Nas competições de conjunto os elementos acrobáticos são utilizados, principalmente, nas colaborações que são os exercícios em que uma ginasta depende da outra para executar um acontecimento coreográfico, podem ser realizados ao mesmo tempo por todas ou então em subgrupos, deslocando-se ou não em direções e formas variadas e necessariamente deve acontecer o lançamento de pelo menos um dos aparelhos, inclusive de dois ou mais aparelhos simultâneos ou sucessivos por uma mesma ginasta.13 Segundo Lourenço e Rinaldi14: Já a característica principal das colaborações com rotação corporal é a perda do contato visual com o aparelho que se dá exatamente ao executar os elementos de rotação do corpo em torno de qualquer eixo durante o voo do aparelho podendo passar por cima, por baixo ou através da companheira ou do próprio aparelho que poderá estar seguro por uma ginasta ou no ar. Estas colaborações valem uma pontuação maior e são muito utilizadas nas composições.

A princípio de difícil execução, estes movimentos passaram a fazer parte do cotidiano dos conjuntos inclusive em coreografias da categoria pré-infantil onde não há a presença de aparelhos nos conjuntos dando a oportunidade das pequenas ginastas executarem elementos elaborados de colaboração com a utilização de pré-acrobáticos sem se preocupar com os difíceis lançamentos.

2.3. PROCESSOS DE ENSINO/APRENDIZAGEM

A criança processa informações durante a prática da ação e para obter respostas do aprendizado, deve-se estar atento ao comportamento da mesma durante as atividades. É importante contextualizar o processo ensino/aprendizagem,

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pois entendendo os mecanismos da aprendizagem haverá uma facilitação do trabalho diminuindo as possíveis dificuldades encontradas no caminho.

2.3.1. Aprendizagem Motora Aprendizagem motora é, “uma mudança no estado interno do individuo, que é inferida de uma melhora relativamente permanente no desempenho como resultado da prática.”15 A aprendizagem motora é o centro de toda educação e partindo deste ponto devemos entender que os aspectos do comportamento humano envolvem aprendizagem e a partir daí determina-se a maneira como a mesma ocorre semelhante para todos os tipos de comportamento. O desenvolvimento motor está relacionado com a aprendizagem motora. O “desenvolvimento motor é a contínua alteração no comportamento ao longo do ciclo da vida, realizando pela interação entre as necessidades da tarefa, a biologia do individuo e as condições do ambiente”.16 Sendo assim, pode-se entender que o processo de desenvolvimento do ser humano é permanente e inenterrupto e depende do ambiente que está inserido, no que diz respeito há experiências, aprendizados, encorajamento e fatores intrínsecos vivenciados pelo mesmo. A individualidade (hereditariedade, biologia, natureza e fatores intrínsecos) e a tarefa (fatores extrínsecos e mecânicos) também são determinantes no desenvolvimento motor. O desenvolvimento motor trata do movimento, das mudanças que ocorrem no mesmo e do seu comportamento, diretamente relacionados com a idade do individuo. Entretanto, nem toda mudança que venha a ocorrer no movimento refere-se ao mesmo. Alterações na forma de realizar determinada ação, como a nova maneira que um atleta emprega ao empurrar uma raquete de tênis, é tratada como aprendizagem motora, ou seja, está ligada a uma mudança relativamente permanente envolvendo uma habilidade motora, por meio da prática ou da experiência. Comportamento motor é um termo definido para não diferir desenvolvimento de aprendizagem ou, para tratar ambos.17 O desenvolvimento humano é definido como mudança nas estruturas físicas e neurológicas, cognitiva e comportamental realizadas que emergem de maneira ordenada e são relativamente duradoras, ou seja, são as

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mudanças que trazem a capacidade progressiva do ser humano para realizar funções mais complexas.18 Adquirir novas habilidades está relacionado não apenas a idade da criança, mas também as interações vividas com seus pares, familiares e adultos. Identificou

que

a

descrição

das

mudanças

fisiológicas

e

neurológicas não transmite o impacto na capacidade da criança usar o corpo para movimentar-se no mundo, o que se chama de desenvolvimento motor que inclui as habilidades de movimento que denominadas habilidades motoras amplas, como engatinhar, correr, andar de bicicleta e também habilidade motora fina como agarrar, segurar um lápis.17 A profissão de ensinar exige que o profissional esteja diretamente envolvido em mediar a construção de conhecimento, um professor de Educação Física se prepara para a sua aula, estando ciente do que precisa ensinar, atento às dificuldades encontradas pelos alunos ao realizar as atividades propostas e apto a estimular a transposição de obstáculos físicos, cognitivos, emocionais ou sócias. O professor deve sempre estar pronto para responder ao que está ocorrendo no processo de aprendizagem e desenvolvimento. O aprender envolve uma modificação no estado interno de uma pessoa que deve ser inferida de uma observação do comportamento ou desempenho daquela pessoa. O comportamento motor é desenvolvido e aplicado em jogos e nos esportes, e que provavelmente farão parte das experiências de vida, colocada no dia a dia do convívio da criança.15 Santana19, relata que se trata de um período que se deve evitar trabalhar situações motoras específicas que requeiram muita concentração. O professor deve proporcionar situações motoras que enriqueçam o vocabulário motor, tendo contato com as mais diferentes formas de movimento. A ginástica rítmica proporciona esse enriquecimento pela grande diversidade de movimentos corporais que são trabalhados e explorados desde a iniciação. A partir de uma perspectiva desenvolvimentista, compreender a pessoa em termos de comportamento humano, para fins de análise, necessita a criação de categorias de comportamento, denominado domínios, para determinar didaticamente quais os tipos de aprendizagem podem ocorrer em cada um desses domínios, lembrando que na realidade concreta tudo se relaciona e é inseparável,

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ou seja, apesar destes domínios serem estudados separadamente um complementa o outro e a motivação é ponto fundamental para desenvolvê-los. Entende-se motivação como um impulso que faz com que as pessoas ajam para atingir seus objetivos. É o que faz com que os indivíduos dêem o melhor de si, façam o possível para conquistar o que almejam e muitas vezes alguns acabam até mesmo passando por cima dele.20

2.3.2. Domínios de Aprendizagem

Ao longo da vida há diferentes etapas que o indivíduo passa para conseguir alcançar todos os desenvolvimentos e capacidades motoras, intelectuais e psíquicas essenciais para a sua vida. Estes desenvolvimentos são mais visíveis na infância, onde a criança passa por diferentes fases no seu desenvolvimento de aprendizagem. É evidente que todas são de suma importância para constituir a base motora e o desenvolvimento dos domínios cognitivo, afetivo e motor, pois estas têm a função essencial de auxiliar na formação do ser humano em sua completude. Neste aspecto existe a importância de compreender a noção que cada uma proporciona a criança e como o desenvolvimento destes domínios auxiliaram na formação dos processos pedagógicos para os elementos préacrobáticos da ginástica rítmica. O domínio cognitivo abrange as capacidades intelectuais e as habilidades do aluno, assim como a capacidade de demonstrar esse conhecimento, dependendo do objetivo de ensino. Magill15, designou que o domínio cognitivo envolve o que nós chamamos de “atividades intelectuais”, e as características dessas atividades intelectuais são: Cognição (descobrir e/ou reconhecera informação), memória (armazenar a informação adquirida na cognição), Pensamento Convergente (chegar a uma resposta correta, ou a uma resposta conhecida como a melhor ou mais convencional), Pensamento Divergente (chegar a uma variedade de respostas parecidas não completamente determinadas pela informação conhecida ou lembrada, criação de novas respostas), Avaliação (chegar a conclusão sobre a quantidade do pensamento produzido, classificando-o como bom, correto, conveniente ou adequado). À medida que as crianças crescem, elas passam por diferentes

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fases do desenvolvimento. Cada uma dessas é extremamente importante para a construção da sabedoria, emoções comportamentais e habilidades. Existem quatro processos básicos para formar as atividades do pensamento; percepção, memória, produção e verificação de hipóteses e avaliação. Percepção significa o processo pelo qual a criança capta informações. Memória é quando se armazena algumas informações ou experiências, após regredir, inicia-se o processo de memória.15 A memória pode ser subdividida em memória sensorial; memória em curto prazo e memória em longo prazo. Produção e verificação de hipóteses; quando a criança consegue gerar um conjunto de hipóteses depois de ter passado por várias experiências semelhantes. Avaliação: é a forma de verificar quais chances da hipótese pode ser apropriada ou adequada. Figueira21, menciona “a prática esportiva deve-se respeitar o desenvolvimento da criança sob os aspectos físicos, psíquicos e sociais evitando-se assim problemas consequentes”. Ao se aplicar determinado conteúdo, deve-se ficar atento com ao que se está propondo, o qual o objetivo deste, para não agredir nenhuma etapa do desenvolvimento da criança. Haywood e Getchell17, frisam que as crianças domina qualquer estágio pode, na verdade, torná-la mais lenta. Para completar comenta-se que “deve-se respeitar acima de tudo as características e o interesse da faixa etária envolvida, proporcionando um processo evolutivo de formação esportiva”21. Ao comparar os autores percebe-se que existe uma convergência de ideias em relação ao comportamento e desenvolvimento cognitivo da criança. Essas ideias devem respeitar as etapas do desenvolvimento da criança para que ocorra de forma progressiva. Portanto, domínio cognitivo é o desenvolvimento de uma escala que vai do comportamento simples e concreto ao comportamento complexo e mais abstrato. Domínio afetivo, a palavra afeto refere-se a sentimento ou emoção, são comportamentos aprendidos que tentam classificar esses comportamentos da seguinte forma: receber (sugere que o individuo aprende através da observação dos sentimentos de outros e mantêm um estado de alerta de valores e julgamento), responder (sugere que o individuo passa a respeitar e obedecer as regras de convívio social, desenvolvendo o prazer em participar das atividades de acordo com

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as regras), valorizar (sugere ao individuo a aceitação de um determinado valor), organizar (sugere ao individuo a organização de um sistema de valores compatíveis com a sua importância e da sociedade), caracterização de um valor ou complexo de valores (sugere ao individuo a criação de uma filosofia de vida própria).15 O comportamento afetivo-social envolve situações, emoções e sentimentos que são aplicados á própria pessoa ou com relação as outras pessoas e ambientes. Ao se relacionar com o outro a criança tem avanços na sua vida afetiva, surgindo autonomia e cooperação, incorporando valores, inovando sentimentos e o respeito pelo outro.19 As atividades lúdicas na escola podem contribuir para aumentar na criança a capacidade de interagir, agir e reagir efetivamente, relacionando se umas com as outras crianças, tanto no ambiente escolar, como fora dele e consigo mesma. A inter-relação entre os sentimentos e afetos na construção do conhecimento hoje é um ponto de grandes discussões entre vários autores. A afetividade é estimulada por meio da vivência com o grupo, no qual o professor estabelece um vínculo de afeto com os alunos, com isso a criança consegue se desenvolver emocionalmente na aprendizagem, e a atividade lúdica é o método estimulador e enriquecedor para atingir uma totalidade no processo aprender.22 Todo o envolvido na participação de algum desporto adquiriu domínio afetivo e isso é por consequentemente terão motivação, interesse, respeito, responsabilidade. O comportamento afetivo-social é extremamente necessário para o desenvolvimento da criança.15 Por fim, os comportamentos do domínio afetivo-social são muito envolvidos numa situação real de ensino aprendizagem, vistos que aspectos como motivação, interesse, responsabilidade, cooperação e respeito ao próximo estão sempre presentes e devem ser trabalhados adequadamente. Domínio motor refere-se ao movimento corporal, controle ou ambos, quando desempenhado de um modo geral representam padrões de movimento. O movimento é a base do domínio motor, que as vezes é mencionado como domínio psicomotor por implicar o envolvimento de um comportamento mental cognitivo. Algumas formas de classificação para a aprendizagem do domínio motor foram sugeridas, porém a maioria ainda é questionada pelo seu alto grau de complexidade, uma classificação mais simples é sugerida por Magill15, a ação

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resposta dirigida (ato comportamental manifesto através do movimento), mecanismo (quando a resposta já se tornou habitual, é o resultado da prática), resposta complexa manifesta (quando o aluno já atingiu certa habilidade), adaptação (alterações das atividades motoras e novas situações), criação (através do conhecimento criar novas formas de manipular objetos e matérias). Um período que se deve evitar trabalhar situações motoras específicas que requeiram muita concentração. O professor deve proporcionar situações motoras que enriqueçam o vocabulário motor, tendo contato com as mais diferentes formas de movimento.19 Deste modo, o movimento como base do domínio motor, incluindo atividades que permitam o movimento físico, ou seja, qualquer modalidade que envolva domínio motor, mesmo em diferentes situações. Todo e qualquer esporte ou até mesmo uma caminhada, é necessário o domínio motor e quando esse domínio é bem trabalhado os alunos provavelmente terão certa habilidade. 15 A aprendizagem motora é o adquirir, o refinar, o estabilizar e aplicar prontidões motoras. Elas estão embutidas no desenvolvimento global da personalidade humana e realizar-se na ligação com aquisição de conhecimento, com o desenvolvimento de habilidades de coordenação e de condicionamento e com aquisição de propriedades de comportamento.17 Se bem trabalhada as habilidades motoras na iniciação, a criança provavelmente no ensino fundamental estará mais preparada para as diversas atividades futuras. Enfatiza-se que é importante a criança ter muitas experiências motoras e para que isso aconteça, é preciso que a criança participe de várias modalidades esportivas, o que no fim proporcionará um vasto repertório motor e capacidade em geral.21 Classificação da habilidade no domínio motor: a compreensão da classificação da habilidade como ato ou tarefa serve para programarmos o aprendizado: 1) Quanto a precisão do movimento: Habilidade motora global quando envolve grandes músculos, ex: correr, andar, pular, etc.; 2) Habilidade Motora fina - quando envolve pequenos músculos, ex: escrever, digitar, tocar piano, etc.; 3) Pontos iniciais e finais bem definidos: discreta (tem início e fim), por exemplo, lançar uma bola e fazer jogada no xadrez. Contínua não tem início nem fim determinados, por exemplo, pedalar, correr, nadar, etc.; 4) Quanto a estabilidade do

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ambiente: fechado (refere-se a um ambiente estável) Ex: boliche, musculação, etc. Por fim, o domínio motor ocupa-se com o desenvolvimento e uso dos músculos e a habilidade do corpo em coordenar seus movimentos.

2.3.3. Métodos dos Processos de Ensino e Aprendizagem

A aprendizagem é um processo que se caracteriza por uma transformação progressiva das capacidades do indivíduo e para que ela ocorra é necessário que o praticante esteja motivado, confiante para a possibilidade de progressão. Essa progressão passa por etapas de familiarização e iniciação nas quais são trabalhados alguns métodos. A familiarização é o contato inicial do aluno com os elementos de aprendizagem. A iniciação se dá a partir do momento em que o indivíduo recebe os elementos fundamentais para a execução dos exercícios chaves, já o método é a maneira de organizar e empregar os meios selecionados para realizar os objetivos propostos.23 De acordo com Xavier23, há três métodos básicos de ensino: global, parcial e misto.  Método parcial: aqui se entende o ensino por partes, ou seja, por meio dos fundamentos. Ao final da aprendizagem ocorre o agrupamento do todo.  Método global: consiste em desenvolver e proporcionar a aprendizagem de um modo geral, o início se dá pelo todo.  Método misto: é a junção dos métodos anteriores e possibilita a prática de exercícios isolados e a iniciação de determinados elementos já incorporados. Também se pontua os processos pedagógicos a partir dos métodos já apresentados, porém voltados mais diretamente ao ensino da ginástica. Para ele o método global é a tentativa de execução completa do movimento e deverá ser utilizado considerando: a qualidade de seus alunos e sua audácia; as exigências técnicas que são conhecidas; e os esforços físicos necessários. E o método parcial é a decomposição do exercício em diferentes fases, neste caso, cada fase necessita de qualidades diferentes como: velocidade, força, sustentação, posições, entre outros e pode-se iniciar por qualquer uma das fases (início, meio e fim). Em muitos exercícios existem fases muito rápidas, portanto há de se tomar o cuidado de

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lembrar que quanto mais rápida for uma sequencia, mais lentamente será ensinada.24 Como o método global se caracteriza por executar o elemento por um todo e somente com posterior correção, consideramos como um aspecto positivo a motivação do praticante que permite agilidade no processo de aprendizagem, e como aspectos negativos a possibilidade de adquirir vícios de execução, além de apresentar um nível de segurança menor. O método parcial que se caracteriza em executar partes dos exercícios para posterior execução tem como aspectos positivos a possibilidade de adquirir maior nível de perfeição na execução e também mais segurança no aprendizado, enquanto que os aspectos negativos são: processo mais lento; impaciência do praticante; e dificuldade para assimilar o movimento por um todo. Para Ferreira e De Rose Jr.25, “O método global é aquele em que o aprendiz executa o movimento na sua forma total, sem divisão em fases”. As tarefas motoras simples incluem ações simples e não necessitam de ajustamentos complexos, envolvem apenas uma parte do corpo, sendo que as demais atuam como estabilizadoras”. E quando o movimento for considerado complexo será utilizado o método do todo repetitivo progressivo que é “aquele em que o aprendiz vivencia inicialmente o movimento na sua totalidade, sem sofrer correções. Posteriormente, o movimento é dividido em partes, em que cada uma delas será executada em conjunto com as partes anteriores”. Em estudos realizados sobre metodologia da educação física e dos esportes, percebemos que todos os métodos de ensino aprendizagem apresentam vantagens e desvantagens na sua aplicação. Ao se destacar que o método de ensino adequado é o caminho mais rápido e fácil de atingir os objetivos desejados em qualquer modalidade e para que isso aconteça o professor de educação física deve ter conhecimento e sensibilidade para empregar os métodos adequados para cada situação. Neste contexto, o educador terá que ter muito cuidado ao aplicar os métodos, pois ele pode beneficiar ou prejudicar os seus alunos. 26 Portanto, deve-se reservar um lugar na metodologia para inserir valores, ideais juntamente com as propostas motoras, proporcionando à criança uma participação prazerosa e criando perspectivas motoras diferenciadas.19 Ao apresentar informações importantes no processo de formação de uma atleta de ginástica rítmica, afirma que meios e métodos de formação geral estão

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sendo utilizados para aquisição de habilidades motoras, estabelecendo assim, uma ampla base motora.27 Para Laffranchi27: Objetivando criar plataforma de sustentação das habilidades técnicas fundamentais, ao concluir-se o período do treinamento de formação, a criança deve estar apta a realizar alguns movimentos que serão a base de todo movimento da ginástica rítmica. Esses movimentos têm um padrão de execução que deve ser observado para garantir a técnica de base correta a propiciar a formação ótima da ginasta que leve a grandes performances futuras.

A autora coloca ainda que o sucesso de formação virá com a combinação

entre

o

aprendizado

da

técnica

perfeita,

o

desenvolvimento

generalizado das capacidades físicas e o aspecto recreativo da atividade, e para orientar esta etapa do processo de treinamento, propõe um planejamento de metas e padrão de movimentos, onde as metas são os elementos corporais que deverão ser aprendidos nesta fase, e o padrão de execução é explicação da forma correta de realizá-los. O processo de aprendizagem da ginástica rítmica passa por princípios que desenvolve todas as possibilidades de movimentos: desde os básicos de locomoção; a utilização de materiais oficiais (com algumas ressalvas quanto ao tamanho, peso e cor específica); os movimentos obrigatórios fundamentais devem ser executados de maneira espontânea e criativa; a criação de novos aparelhos que proporcionam manejo por parte das crianças com orientação do professor; a identificação de diferentes formas de como colocar o corpo no solo e assim produzir os elementos acrobáticos e pré-acrobáticos; e por fim, a popularização da ginástica rítmica.28 Para que seja possível desenvolver o processo de ensino e de aprendizagem na GR devem ser empregadas, inicialmente, atividades diversificadas que constituem uma metodologia eminentemente lúdica, e na sequencia apresentar a técnica correta de execução e futuramente esta mesma criança poderá ser uma atleta de alto nível.29 A ginástica rítmica, como vimos, é uma modalidade esportiva que exige um desenvolvimento específico das habilidades motoras; e a preparação de uma ginasta é realizado em longo prazo e deve-se passar por várias etapas até tornar uma ginasta de alto nível.

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De acordo com Laffanchi e Lourenço:30 Quando se trabalha a iniciação objetivando alcançar o alto nível, a criança deverá passar por uma infinidade de atividades direcionadas para que possa ter o domínio exato dos segmentos corporais e noções de tempo e espaço, a fim de que chegue a realizar os movimentos corporais e com aparelhos de maneira harmoniosa e precisa, como, por exemplo, executar um grande lançamento e recuperar o aparelho fora do campo visual após uma sequencia de elementos acrobáticos.

Em se tratando de alto nível, também passamos por um processo de aprendizagem gradativo que se caracteriza por preparação física específica que tem como objetivo desenvolver as qualidades físicas através dos movimentos específicos do esporte, possibilitando as correções cabíveis na execução da técnica correta do trabalho corporal.27 Pode-se dizer que a ginástica rítmica, seja por meio de sistemas de exercícios selecionados, ou de métodos específicos propõe-se a aperfeiçoar e estimular o virtuosismo das capacidades psicomotoras no ser humano no processamento de seu desenvolvimento global.31 Para este estudo, optamos por utilizar os métodos global e parcial de ensino/aprendizagem apresentando o movimento completo e na sequência os processos pedagógicos (em partes) de forma a contribuir para o bom andamento no processo de iniciação dos elementos específicos da ginástica rítmica.

2.4. SEGURANÇA NA REALIZAÇÃO DOS PRÉ-ACROBÁTICOS E SUA IMPORTÂNCIA PARA A PREVENÇÃO DE QUEDAS/LESÕES DAS GINASTAS

A GR é um esporte que além de oferecer a oportunidade de desenvolvimento da criança propicia a experimentação, a descoberta, a invenção, a aprendizagem e aperfeiçoamento das habilidades, além de estimular a curiosidade, a autoconfiança e a autonomia, propicia o desenvolvimento da criatividade, da concentração, da atenção e, consequentemente, das mudanças de comportamento. Porém, para que todas as atividades sejam realizadas sem ofertar riscos para as praticantes, cuidados devem ser levados em consideração e em especial ao se tratar de elementos pré-acrobáticos. O local para a prática da ginástica deve ser espaçoso, arejado, seguro, com boa acústica, o piso não deve ser duro e sempre que possível ter um tapete de

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carpet para amortecer as quedas e quando necessário para auxiliar nos elementos de maior dificuldade utilizar colchonetes para aumentar a segurança. A importância para um aprendizado seguro é relevante em todos os quesitos quando se refere à prática principalmente a iniciação, pois é nele que a criança irá desenvolver suas habilidades, desafiar seus medos, sociabilizar e ter noção do que é ginástica rítmica. De acordo com Lebre e Araújo7, “O ensino de alguns elementos acrobáticos requer alguns conhecimentos específicos que permitam a execução correta das ajudas para facilitar a sua execução”. Comenta que melhoras nas condições do treinamento em ginástica artística foram obtidas por aparelhos que absorvem mais impactos e auxiliam a impulsão para realização de movimentos específicos, exigindo menor esforço da ginasta, prevenindo lesões e aumentando a performance. 32 Para evitar as lesões ou inibir o medo de execução dos elementos préacrobáticos na ginástica ou em qualquer outra atividade podemos respeitar alguns fatores: o local que deve apresentar condições de funcionalidade e segurança ao ginasta; o aquecimento antes e depois da atividade deve ser respeitado; o treino deve ser desenhado para melhoria do fortalecimento e desempenho muscular, da flexibilidade e da própria receptividade, deverá posicionar-se com um compromisso diário para profissionais e de desenvolvimento regular para os iniciantes.32 As formas de segurança durante a execução do exercício são aplicadas pelo professor que deve estar o tempo todo atento ao movimento da ginasta, evitando assim qualquer contratempo. Pesquisas discutidas por Nunomura e Tsukamoto 32, apontam que os professores deveriam atribuir critérios de importância para vários itens relacionados a um bom professor de ginástica, revelou que eles consideravam o item “segurança” como o critério mais importante (98%) e relata que sem o domínio e conhecimento sobre este item a atuação do professor seria limitado. Outro fator que chama a atenção para a vestimenta das ginastas no momento do aprendizado ou execução de elementos acrobáticos na ginástica artística que são importantes também para a iniciação destes elementos na ginástica rítmica, ou seja, não utilizar roupas justas e com zíper ou botões, não portar relógios, correntes ou outros tipos de objetos que possam oferecer riscos e estar com os cabelos presos.32

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Na ginástica rítmica não se executa elementos de alto grau de risco e de voo como na ginástica artística, inclusive tais elementos são proibidos, mas existe um grau de dificuldade na qual é necessário que o professor esteja atento durante toda a execução auxiliando o movimento do início ao fim com as “pegadas” (forma de segurar) nas regiões do corpo onde a criança tem mais dificuldade e quando necessário utilizar de outros artifícios como enrolar a camiseta nas mãos para facilitar o elemento e a velocidade do mesmo. Percebemos que os fatores de segurança são importantíssimos no dia a dia do treinamento e da iniciação esportiva, o ginásio ou qualquer que seja o espaço utilizado para as aulas de iniciação deve ser um ambiente saudável e com segurança para que as crianças obtenham sucesso na ginástica, mas, principalmente, para que tenham prazer no aprendizado dos movimentos gímnicos. Passaremos agora a apresentar como o produto foi desenvolvido, as pesquisas que nos deram suporte para o estudo e a elaboração final do mesmo.

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3. DESENVOLVIMENTO

Para a confecção do produto de mídia final em formato de DVD, foi seguido um longo caminho pautado por detalhes no planejamento e na operacionalização do mesmo. Separamos em fases para melhor entendimento:

3.1. 1ª FASE: PESQUISAS E ESTUDOS DE APOIO

Para auxiliar nas escolhas dos elementos e dar embasamento aos nossos estudos realizamos algumas pesquisas correlacionadas. Primeiramente uma pesquisa bibliográfica descritiva, com levantamento, apresentação e descrição dos elementos pré-acrobáticos permitidos na ginástica rítmica a partir de uma análise em documentos oficiais (Resultados podem ser encontrados no Anexo A). Em um segundo momento, realizamos pesquisa de cunho descritivo com aplicação de questionário com questões abertas e fechadas para 23 treinadoras participantes do Congresso Brasileiro de Esporte Escolar realizado pelo Comitê Olímpico Brasileiro no ano de 2013 na cidade de Londrina com o intuito de conhecer quais os elementos pré-acrobáticos são ensinados na iniciação deste esporte pelas treinadoras participantes do estudo. (Resultados podem ser encontrados no Anexo B). Ainda no intuito de reunir informações para a produção da mídia sobre o assunto escolhido, realizamos um levantamento dos elementos pré-acrobáticos presentes nas coreografias das ginastas participantes do Torneio Elisabeth Laffranchi, evento realizado anualmente pela Federação Paranaense de Ginástica no mês de julho na cidade de Londrina para ginastas iniciantes. (Resultados podem ser encontrados no Anexo C). Após a análise do documento oficial que rege a GR, aplicação dos questionários às treinadoras brasileiras e, levantamento dos pré-acrobáticos presentes em evento estadual no Paraná, definimos os elementos que serão apresentados no DVD. 1. Rolamento para frente 2. Rolamento para trás

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3. Reversão para frente 4. Reversão para trás 5. Reversão lateral

3.2. 2ª FASE: ORGANIZAÇÃO TÉCNICA E GRAVAÇÃO DAS IMAGENS Na elaboração específica do produto multimídia, seguimos os seguintes passos: 1. Contratação de uma empresa especializada responsável pela captação das imagens dos elementos pré-acrobáticos, pela direção de fotografia dos elementos, edição não linear, criação de menu digital e animação 2D (artes gráficas para inserção de textos, fotos); 2. Gravação das imagens dos elementos pré-acrobáticos no Ginásio de Ginástica Rítmica da UNOPAR (autorização no apêndice C) e para tal utilizouse câmeras filmadoras de alta definição (HDSLR), sem previsão de nenhum tipo de áudio, e o som produzido no ginásio foi descartado. A gravação se deu em dois momentos distintos, primeiramente ocorreu a filmagem dos elementos completos e suas variações (cinco horas de trabalho) no mês de outubro de 2014 e em outro momento, já com os processos pedagógicos definidos, no mês de dezembro de 2014 foram gravadas as imagens dos mesmos (cinco horas de trabalho); 3. Para gravação e edição dos vídeos foi utilizada câmera filmadora digital e microcomputador desktop, utilização de um programa de edição denominado Adobe Premiere CS6 e um programa de finalização denominado Adobe Encore CS6; 4. Para a execução dos elementos pré-acrobáticos completos durante as filmagens, foi convidada uma ginasta integrante da equipe de competição de GR da UNOPAR da categoria juvenil (13 anos). Já para a gravação dos processos pedagógicos convidamos uma ginasta da categoria pré-infantil (10 anos) e contamos com a colaboração da treinadora da mesma equipe no auxílio da execução dos movimentos. Os responsáveis pelas ginastas, bem como a treinadora, assinaram o termo de autorização de imagem (apêndice D, E e F respectivamente). Todas as tomadas foram acompanhadas pela responsável do estudo e da elaboração do produto;

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5. Na sequência, os vídeos foram salvos em mídia interativa por meio do programa denominado Windows Media Player e encaminhados para escolha das imagens mais adequadas;

3.3. 3ª FASE: CONFECÇÃO DO DVD

1. O próximo passo foi redigir os textos informativos para as caixas de diálogo e demais explicações, bem como definir o formato estético da apresentação das imagens e escritas, a sequência dos elementos e a escolha da música de fundo; 2. Após todo o processo de escolhas e definições deu-se início à organização final do DVD que conta com cinco pré-acrobáticos (rolamento para frente, rolamento para trás, reversão para frente, reversão para trás, reversão lateral) em tempo real de execução e em slow motion, três processos pedagógicos para cada elemento e ainda cinco possíveis variações (relacionadas às posições de saída e chegada), totalizando 51 vídeos com imagens dos préacrobáticos, que aparecem na seguinte ordem cada um dos mesmos: a) Nome do elemento pré-acrobático; b) Imagem do elemento pré-acrobático; c) Imagem do elemento pré-acrobático em slow motion; d) Definição descrita do elemento pré-acrobático; e) Descrição de detalhes da execução na posição de saída e chegada, bem como no desenvolvimento do elemento com imagem congelada exatamente no momento da posição desejada e entrada da caixa de diálogo; f) Processo pedagógico 1 (definição, imagem, objetivo, segurança e dicas); g) Processo pedagógico 2 (definição, imagem, objetivo, segurança e dicas); h) Processo pedagógico 3 (definição, imagem, objetivo, segurança e dicas); i) Erros comuns com dicas de correção dos mesmos em formato de quadro; j) Variações 1, 2, 3, 4 e 5. 3. Para proporcionar acesso rápido e ter um entendimento geral das informações disponíveis no DVD, a estrutura do mesmo foi constituída de um menu que auxiliará na busca do elemento de interesse do usuário; 4. Cada definição e/ou caixa de diálogo terá aproximadamente 15 segundos para leitura, tempo suficiente para compreensão do texto.

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5. A ficha catalográfica do produto foi organizada junto à biblioteca da instituição; 6. A capa e as informações sobre o produto foram elaboradas pela autora.

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4. CONCLUSÃO

Pesquisar os elementos pré-acrobáticos da GR foi satisfatório e muito gratificante, principalmente por apresentarmos aqui os processos pedagógicos que servirão como facilitadores para treinadores, profissionais e acadêmicos que pretendem desenvolver um trabalho nesta área, em especial, os interessados na iniciação. A iniciativa de propagar o conhecimento, compartilhando com os que estão iniciando nesta modalidade ou mesmo aqueles que já atuam na área, nos dá uma boa sensação de dever cumprido. A GR continua evoluindo a cada ciclo olímpico, e a FIG realiza mudanças significativas para o crescimento e desenvolvimento da mesma, porém, elementos básicos como os pré-acrobáticos sempre serão ensinados e utilizados em coreografias de conjunto ou individual, por isso estes elementos e todas as suas possibilidades

de

execução

com

os

aparelhos

e

variações

devem

ser

acompanhados de perto por todos os envolvidos, para que possam realizar um trabalho de iniciação adequado, oportunizando às ginastas a melhora do nível de dificuldade e desenvolvimento mais próximo da técnica correta. A elaboração do produto multimídia veio ao encontro desta necessidade, buscando suprir lacunas existentes neste assunto, apresentando de forma didática e organizada os elementos, os processos pedagógicos e as variações dos mesmos. Porém, o DVD não aborda todos os elementos pré-acrobáticos, portanto acenamos para a necessidade de mais produções técnicas nesta área. Desta forma, esperamos contribuir para o desenvolvimento contínuo deste esporte, acreditando que quanto mais pesquisas e publicações nesta área puderem ser disseminadas no mercado, mais opções estarão à disposição de todos os interessados garantindo mais qualidade para a GR brasileira. O DVD intitulado “Elementos pré-acrobáticos de ginástica rítmica” encontra-se anexo a este relatório.

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REFERÊNCIAS

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10. Federação Internacional de Ginástica. Código de pontuação de ginástica rítmica. 11º ciclo; (2005-2008).

11. Federação Internacional de Ginástica. Código de pontuação de ginástica rítmica. 13º ciclo; (2013-2016).

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12. Federação Internacional de Ginástica. Código de pontuação de ginástica rítmica. 12º ciclo; (2009-2012).

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APÊNDICE A – Trabalho Apresentado em Evento Científico

BROLESI, M. L. ; LOURENÇO, M. R. A. . Elementos pré-acrobáticos na iniciação à ginástica rítmica. I Encontro Nacional de Esportes & Fitness: Avanços técnicos e científicos. Londrina, 2014.

ELEMENTOS PRÉ-ACROBÁTICOS NA INICIAÇÃO À GINÁSTICA RÍTMICA

Márcia Regina Aversani Lourenço / Mestre em Educação Física Universidade Norte do Paraná –UNOPAR Margarete de Lourdes Brolesi/ Discente do Programa de Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde / Universidade Norte do Paraná –UNOPAR

RESUMO Os elementos acrobáticos ou pré-acrobáticos estão presentes nos códigos de pontuação de ginástica rítmica desde sua primeira edição em 1970, e ao longo dos anos várias alterações ocorreram. Este estudo tem o objetivo conhecer quais são os elementos pré-acrobáticos ensinados na iniciação de ginástica rítmica pelas 23 treinadoras participantes do Congresso Brasileiro de Esporte Escolar realizado pelo Comitê Olímpico Brasileiro no ano de 2013 na cidade de Londrina-PR. Para tal utilizou-se pesquisa de campo descritiva com aplicação de questionário específico. Podemos apontar os rolamentos e reversões como os pré-acrobáticos mais ensinados pelas treinadoras pesquisadas em suas rotinas profissionais de aula e/ou treinamento. INTRODUÇÃO A Ginástica Rítmica ou GR é uma modalidade praticada individualmente ou em conjunto que tem como principal característica a utilização de aparelhos manuais e específicos, são eles, a corda, o arco, a bola, as maças e a fita. A execução do manejo destes aparelhos deve estar sempre aliada aos elementos corporais pertencentes ao grupo fundamental que são os saltos, os equilíbrios e as rotações, elementos estes que são a base para os valores das dificuldades avaliadas pelos árbitros. Esta modalidade conta também com um grupo de elementos corporais que não possuem valores próprios no código de pontuação, mas fazem parte da

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estrutura coreográfica deste esporte, são chamados de elementos dos outros grupos e geralmente utilizados nas ligações entre uma dificuldade e outra nas composições. Os elementos pré-acrobáticos aparecem como possibilidades diversas na GR, são utilizados como ligação nos exercícios de conjunto e individual e estão presentes nos códigos de pontuação de ginástica rítmica desde suas primeiras edições em 1970, e ao longo dos anos várias alterações ocorreram inclusive na sua denominação (LOURENÇO, 2010). Os elementos acrobáticos ou pré-acrobáticos têm sua técnica exibida em vários tipos de modalidades gímnicas com nomenclaturas ou formas de execução diferenciadas. Partindo de uma análise crítica dos elementos acrobáticos e préacrobáticos propostos nos códigos de pontuação anteriores até a evolução atual, observa-se a necessidade de contextualizar estes elementos pela sua importância na ginástica rítmica tanto em ligações, como em dificuldades corporais ou dentro dos elementos dinâmicos de rotação e ainda pelas dificuldades encontradas para o aprendizado, elaboração e enriquecimento das coreografias. Os pré-acrobáticos são elementos corporais que integram as coreografias em diversas modalidades gímnicas. Sua origem vem dos acrobáticos da modalidade de ginástica artística e também das acrobacias circenses. Alguns estudos dizem que, os elementos acrobáticos têm sua origem na China onde foram encontradas pinturas de cinco mil anos que retratavam acrobatas, também encontram registros de 1500 D.C. que refere-se aos espetáculos “Akrobatos” que significa acrobata, onde os integrantes eram os “Akros” que dançavam e faziam equilíbrios nas mãos e nos pés. A história da acrobacia se confunde com a história da humanidade, pois foram encontradas imagens acrobáticas, na antiguidade, que faziam parte de ritos sagrados e na idade média os Saltimbancos e os atores da comédia Del’arte usavam bastantes acrobacias e ainda encontravam-se algumas permanências dessa função religiosa. Santos e Albuquerque (1995), ressaltam ainda que as acrobacias eram praticadas por pessoas de classes baixas como os escravos para divertirem os seus amos, e sofriam uma grande discriminação das populações.

Bortoleto (2008)

entende que as acrobacias tiveram início com a busca do domínio da natureza pelo homem, a partir do domínio do seu próprio corpo, já que isto lhe permitiria, ao mesmo tempo, executar tarefas de sobrevivência e suas tradições sociais.

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No Brasil o seu surgimento foi por meio do circo, como fins pedagógicos no início da década de 1940 a 1950, de acordo com dados encontrados em publicação do Departamento de Educação Física da Aeronáutica – RJ, a denominação dada às acrobacias era de “força combinada” ou “ginástica acrobática”. Com o tempo as técnicas para realização das diversas acrobacias foram sendo melhoradas e as mesmas tornaram-se componentes de algumas modalidades esportivas como as diversas ginásticas e também apresentações artísticas no circo e no teatro. Borrmann (1980) define elementos acrobáticos como: elementos corporais que realizam a inversão dos eixos do corpo, traçando uma linha imaginária que divide o corpo em eixo longitudinal (passa pela cabeça e pelos pés por meio de movimentos rotatórios), eixo transversal ou frontal (vai de um ombro ao outro ou se situa na mesma direção em outras partes do corpo) como, por exemplo, giros e mortais e eixo ântero-posterior (da frente para parte de trás) como a roda ou estrela e o mortal lateral. As acrobacias são possibilidades fundamentais para enriquecimento de apresentações artísticas e competições de ginástica onde são encontrados, ou seja, nas técnicas circenses, nas coreografias de ginástica geral, nas provas de ginástica artística, ginástica rítmica, ginástica acrobática e ginástica de trampolim também conhecido como trampolim acrobático. (BORTOLETO, 2010). A Ginástica Rítmica desenvolve graça e beleza em movimentos criativos que são traduzidos através de expressões pessoais e possui uma forma artística que proporciona prazer e satisfação estética aos que a assistem. As exigências de rendimento são altas desde as categorias menores e há um elevado grau de exatidão na realização de elementos complexos, o que obriga a ginasta a treinamentos intensos e diários. (SITE UNOPAR, 2009) Esta modalidade é exclusivamente feminina em nível de competição, composta de movimentos complexos e requer um alto grau de desenvolvimento de certas capacidades físicas (força, flexibilidade, equilíbrio, coordenação, resistência, agilidade e velocidade), para a perfeição da execução dos elementos corporais. No código da FIG encontramos todos os fundamentos para a prática da modalidade, os elementos corporais, os elementos com aparelhos, regras relacionadas ao acompanhamento musical e também todas as informações pertinentes à

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composição coreográfica, inclusive aos elementos pré-acrobáticos que são o foco da nossa pesquisa. Conforme Hernández e Bouza, Os exercícios acrobáticos e pré-acrobáticos formam o grupo de exercícios fundamentais da Ginástica Rítmica Desportiva, eles constituem uma integração necessária para as qualidades condicionais e as qualidades coordenativas das ginastas. Por meio desse grupo de elementos técnicos se treinará o aparato primeiro graças ao desenvolvimento das percepções espaço temporais que se requer para a realização de uma forma efetiva das diferentes de tarefas do movimento. (HERNÁNDEZ; BOUZA, 1982, p. 115 [tradução nossa]).

Para que os elementos pré-acrobáticos sejam considerados como tais, há necessidade de que: a) sejam executados de forma passageira, sem interrupção da apresentação e sem paradas no momento em que seja executado; b) sejam realizados como forma de ligação com um elemento técnico do aparelho; c) caso a ginasta não esteja em contato com o aparelho, o elemento pré-acrobático deve ser realizado no meio do intervalo de tempo e a ginasta deve estar em contato com o mesmo no início e no final do elemento; d) caso a ginasta esteja em contato com o aparelho, o manejo do aparelho pode ser realizado no início, durante ou no final da realização do mesmo; e) caso a ginasta não esteja em contato com o aparelho, o elemento pré-acrobático deverá estar ligado com um elemento corporal e a ginasta deve estar em contato com o aparelho no início e no final da realização do mesmo; f) os elementos pré-acrobáticos não podem ser repetidos, mas é autorizado a sequência de dois ou três elementos iguais. (CÓDIGO DE PONTUAÇÃO DE GR DA FIG, 2013/2016). Logo, é foco deste estudo a ginástica rítmica e é apenas esta modalidade que utiliza o termo pré-acrobático. Embora as bibliografias em geral não apresentem a diferenciação entre acrobáticos e pré-acrobáticos é nosso entendimento que a denominação pré-acrobático é dada para as acrobacias que não necessitam de fase de voo, ou seja, aquelas que são realizadas mais próximas do solo possível. Porém, vale ressaltar que os elementos acrobáticos foram considerados nos códigos de pontuação de ginástica rítmica nos ciclos 9º (1997/2000), 10º (2001/2004) e 11º (2005/2008) nos demais ciclos e denominação utilizada foram pré-acrobáticos. Como em qualquer outro desporto a GR busca sempre um desenvolvimento igualitário de seus componentes. Assim, com o passar dos anos e com a evolução dos códigos da modalidade, os elementos pré-acrobáticos evoluíram junto, o que

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acarretou em uma lacuna na literatura de como surgiram e quais são os elementos pré-acrobáticos mais ensinados às ginastas no nosso país.

OBJETIVO  Conhecer quais são os elementos pré-acrobáticos ensinados na iniciação de Ginástica Rítmica pelas treinadoras participantes do Congresso Brasileiro de Esporte Escolar realizado pelo Comitê Olímpico Brasileiro no ano de 2013.

METODOLOGIA O presente estudo é caracterizado como uma pesquisa descritiva, onde se buscou fazer entrevistas com profissionais envolvidos com a modalidade. De acordo com Rudio (2003), um estudo descritivo pode ser caracterizado como uma proposta para descobrir e observar fenômenos procurando descrevê-los, classificá-los e interpretá-los. Para Lakatos e Marconi (2012) tal pesquisa observa, registra, analisa e ordena os dados, sem a interferência do pesquisador. Aplicou-se um questionário com questões abertas e fechadas com 23 treinadoras participantes do Congresso Brasileiro de Esporte Escolar realizado pelo Comitê Olímpico Brasileiro no ano de 2013. Após a análise do documento oficial que rege a Ginástica Rítmica e aplicação dos questionários, podem-se mapear os elementos pré-acrobáticos permitidos nesta modalidade, além de conhecer quais os elementos pré-acrobáticos são ensinados na iniciação deste esporte pelas treinadoras participantes do estudo. A pesquisa conta com o parecer 0069/12 do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Norte do Paraná, de acordo com as normas da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisa envolvendo seres humanos, e os dados só foram coletados após os participantes e responsáveis assinarem o termo de consentimento livre e esclarecido.

RESULTADOS Foi entrevistadas 23 treinadoras de Ginástica Rítmica que participaram Congresso Brasileiro de Esporte Escolar. As participantes responderam um questionário com perguntas referentes à formação acadêmica, tempo de prática, experiências anteriores com a modalidade, além de relatarem com quais categorias trabalham atualmente e como ensinam os elementos pré-acrobáticos.

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Quanto à formação acadêmica e o tempo de prática das participantes verificou-se que das 23 treinadoras pesquisadas, quatro possuem apenas graduação, 17 obtiveram o título de especialistas em áreas variadas como, Ginástica Rítmica, Treinamento Desportivo, Esporte Escolar, Educação Física Escolar e Pedagogia do Movimento e outras duas técnicas possuem o título de mestres. Além disso, 21 trabalham com a modalidade a mais de quatro anos e apenas duas estão inseridas neste contexto de um a três anos. Outro dado importante foi que a maior parte das participantes são ex-atletas de GR, com experiência de mais de 5 anos de prática como ginastas. Por outro lado três treinadoras nunca praticaram a modalidade e apenas uma foi ginasta durante 2 anos. Quando questionadas sobre em quais os níveis de prática da modalidade elas trabalham, os resultados foram bastante divergentes. Quatro professoras disseram trabalhar apenas com a iniciação, três relataram ministrar aulas e treinos na iniciação e em categorias de competição, 10 treinadoras relataram que trabalham apenas com as categorias de nível competitivo, pré-infantil, infantil, juvenil e adulto, sendo que seis trabalham com todas as categorias e as demais com apenas uma ou no máximo duas categorias diferentes. As questões anteriores puderam nos apresentar os contextos dos ambientes de prática onde as participantes desenvolvem seu trabalho com a modalidade. A partir disso, os questionamentos passaram a ser sobre quais os elementos préacrobáticos são ensinados e quais são as dificuldades para ensiná-los. Estas questões tiveram como base os elementos pré-acrobáticos permitidos na ginástica

Número de participantes

rítmica segundo o código e pontuação atual.

14 12 10 8 6 4 2 0

13

1

1

2

1

3

1

4

1

5

1

6

1

7

2

8

Elementos Pré-Acrobáticos

Gráfico 1: Elementos pré-acrobáticos ensinados na iniciação à GR.

3

9

48

Constatou-se que das 23 treinadoras entrevistadas 18 ensinam à suas ginastas todos os tipos e variações dos elementos pré-acrobáticos, no entanto, quatro delas não ensinam nenhum tipo de reversão e uma não ensina a reversão para trás. Apenas uma professora ensina somente os rolamentos para frente, trás e lateral, uma outra ensina os diversos tipos de rolamento mais as reversões para frente, trás e lateral (estrela) e duas ensinam todos os tipos de rolamentos mais a reversão lateral (estrela), sendo esta com diferentes apoios.

CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir dos questionamentos desenvolvidos para as treinadoras pesquisadas, podem-se apontar os rolamentos e reversões como os pré-acrobáticos mais ensinados por elas em suas rotinas profissionais de aula e/ou treinamento. Permitir que movimentos como estes, que chamam a atenção dos expectadores sejam incorporados às coreografias deste desporto sem que elas percam a essência e as características da modalidade enquanto esporte, educação, saúde, lazer ou competição, é proporcionar às ginastas a vivência e aprendizado de movimentos corporais diferenciados daqueles exigidos pelo Código de Pontuação da GR. Buscando assim, benefícios que vão além do dia a dia esportivo, mas que refletirão na variedade do repertório motor adquirido por meninas que praticam esta modalidade, para que elas tenham um melhor desempenho em qualquer ambiente seja ele esportivo ou não.

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RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa científica. Petrópolis: Vozes, 2011. SANTOS, José Carlos Eustáquio. Ginástica Geral: elaboração de coreografias, organização de festivais. Jundiaí, São Paulo: Editora Fontoura, 2001. SANTOS, José Carlos E.; ALBUQUERQUE FILHO, José Arruda de. Manual de Ginástica Olímpica (Ginástica Artística). 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora Sprint, 1985. SOLER, Pierre. Ginástica de Solo: a composição livre. Ligações – combinações. São Paulo: Ed. Manole, 1982.

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TRIVIÑOS, A. N. S.. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987. VALLE, Aurora Fernández del. Gimnasia Ritmica. Espanha: Comitê Olimpico Español, 1991.

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APÊNDICE B – ARTIGO CIENTÍFICO: Revista Brasileira de Educação Física e Esporte

OS ELEMENTOS PRÉ-ACROBÁTICOS NA GINÁSTICA RÍTMICA Márcia Regina Aversani Lourenço1 Margarete de Lourdes Brolesi2 RESUMO O presente estudo tem como objetivo identificar e elencar quais elementos pré-acrobáticos são ensinados nas escolinhas de iniciação de GR no Brasil e quais estão presentes nas composições coreográficas das categorias de base no Estado do Paraná, além de detectar os métodos de ensino utilizados pelas treinadoras nas aulas de iniciação e quais são as suas dificuldades ao ensinar os elementos pré-acrobáticos aliados ao manejo do aparelho. Caracteriza-se como uma pesquisa exploratória de caráter descritiva e em um primeiro momento foi aplicado um questionário com questões abertas e fechadas para 23 treinadoras de ginástica rítmica participantes do Congresso Nacional de Esporte Escolar organizado pelo Comitê Olímpico Brasileiro, no ano de 2013 na cidade de Londrina-PR. Na sequência foram identificados, por meio de observação, os elementos pré-acrobáticos presentes nas coreografias das ginastas participantes do Torneio Elisabeth Laffranchi, evento realizado anualmente pela Federação Paranaense de Ginástica para ginastas iniciantes. Os resultados indicam que os rolamentos para frente, para trás e lateral e as reversões para frente, para trás e lateral (estrela), são os pré-acrobáticos mais ensinados pelas treinadoras nas rotinas de aula/treinamentos. Os mesmos elementos foram os únicos executados nas coreografias do torneio observado, sendo os rolamentos para frente e para trás e a reversão lateral (estrela) os que mais apareceram em, respectivamente, 100%, 94% e 91,30% das séries, seguidos da reversão para frente e para trás com 21,30% e 20%, respectivamente. Pode-se apontar os rolamentos e as reversões como os pré-acrobáticos mais ensinados por elas em suas rotinas profissionais de aula e/ou treinamento e mais executados por ginastas iniciantes em uma competição específica da modalidade, havendo assim uma estreita relação entre o que é ensinado para o que é executado. PALAVRAS-CHAVE: Ginástica Rítmica. Pré-acrobático. Composição coreográfica.

INTRODUÇÃO A modalidade olímpica ginástica rítmica (GR) tem como principal característica a execução de movimentos corporais em harmonia com a música e coordenados com o manejo dos aparelhos corda, arco, bola, maças e fita.1,2 Permite aos seus praticantes o uso da arte, da 1

Doutora em Educação Física. Docente no Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde na Universidade Norte do Paraná - UNOPAR 2 Mestre em Educação Física. Docente do Curso de Educação Física na Universidade Norte do Paraná - UNOPAR

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criatividade e das capacidades físicas, buscando contribuir com o desenvolvimento global do indivíduo, por meio de infinitas oportunidades de movimentos.1,3,4 O Código de Pontuação da Federação Internacional de Ginástica (FIG) é o documento oficial que rege a modalidade, aborda questões específicas para competições individuais e de conjunto (cinco ginastas executam a coreografia ao mesmo tempo) relacionadas às generalidades, aparelhos e elementos corporais. Os elementos corporais apresentam-se como Fundamentais que são os saltos, equilíbrios e rotações e como Ligação que são os giros, saltitos, deslocamentos variados e os pré-acrobáticos, tendo os elementos de ligação a função maior de interligar as dificuldades corporais, contribuindo para a fluência coreográfica e variedade de execução.5,6 Os pré-acrobáticos têm origem nas acrobacias circenses e nos acrobáticos da modalidade de ginástica artística, são elementos caracterizados pela passagem simples do corpo pelo solo em rotação sem fase de voo, com apoio de uma ou duas mãos.7 A cada novo ciclo olímpico, isto é, de quatro em quatro anos, a FIG promove mudanças no documento na tentativa de tornar o julgamento da modalidade menos subjetivo e com o intuito de acompanhar as tendências e inovações técnicas8, porém os elementos característicos são preservados e os movimentos básicos ensinados na iniciação esportiva permanecem os mesmos. O 13º ciclo olímpico da GR que teve início em 2013 e termina em 2016, apresenta as regras vigentes para a modalidade até os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, e traz como préacrobáticos os “rolamentos” para frente, para trás e lateral sem fase de voo; as “reversões” para frente, para trás e lateral executadas sobre o peito, ombros, ou ainda com uma ou duas mãos em diferentes técnicas de execução; o “rolamento sobre o peito/mata borrão”, definido como uma reversão no solo sobre um ombro passando pela vertical com o corpo estendido; e “saut plongé”, que é o salto espacato com o tronco flexionado à frente seguido diretamente por um ou mais rolamentos.5

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Na GR, os pré-acrobáticos fazem parte de uma coreografia com diversas funções, desde a combinação destes elementos com os movimentos obrigatórios da modalidade até um simples elo entre movimentos. Com isso, observa-se que eles estão presentes desde as escolinhas de iniciação da modalidade até as rotinas de treinamento das equipes de alto rendimento. Em uma composição coreográfica, tanto em conjunto quanto individual os elementos pré-acrobáticos devem ser executados de forma passageira, ou seja, sem interromper a sequência dos exercícios e sem paradas para preparar a execução dos mesmos. Nas composições com aparelhos há a necessidade do mesmo estar em movimento durante a execução do elemento pré-acrobático, o manejo deverá estar interligado com o início, meio ou fim da realização do exercício, que não podem ser repetidos exatamente da mesma forma na mesma coreografia, porém podem se realizados em sequência que significa executá-los seguidamente de forma igual, por exemplo, 2 ou 3 rolamentos para frente ou ainda 2 ou 3 reversões laterais.5,6 Os pré-acrobáticos também estão presentes nas séries em forma de elemento dinâmico de rotação que consiste em, uma ginasta realizar um lançamento, executar dois ou mais elementos de rotação embaixo do voo do aparelho e recuperar o mesmo rapidamente ao finalizar as rotações, o risco está exatamente nesta agilidade de execução, pois se a ginasta perder o aparelho, o elemento todo não terá valor algum na avaliação dos árbitros.5 Nas competições de conjunto os pré-acrobáticos são utilizados pincipalmente nas colaborações que são exercícios em que uma ginasta depende da outra para executar um acontecimento coreográfico.6 Embora não sejam elementos de dificuldade com valores específicos dentro do Código de Pontuação, cada vez mais estes elementos fazem parte das rotinas de apresentação de uma ginasta desde as categorias iniciais, valorizando as coreografias e contribuindo positivamente para o dinamismo da modalidade. Para tanto devem fazer parte do processo de iniciação deste os primeiros contatos da criança com a modalidade, assim como o aprendizado do manejo dos aparelhos e o desenvolvimento rítmico.

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O intuito deste estudo foi de identificar e elencar quais elementos pré-acrobáticos são ensinados nas escolinhas de iniciação de GR no Brasil e quais estão presentes nas composições coreográficas das categorias de base no Estado do Paraná, além de detectar os métodos de ensino utilizados pelas treinadoras nas aulas de iniciação e quais são as suas dificuldades ao ensinar os elementos pré-acrobáticos aliados ao manejo do aparelho. As treinadoras envolvidas são oriundas de 20 estados brasileiros e participaram de um congresso de esporte escolar de alcance nacional, já as coreografias foram observadas durante o Torneio Elisabeth Laffranchi realizado anualmente no Paraná, estado que reúne o maior número de clubes filiados e entidades vinculadas à ginástica no país e também o que mais envia ginastas para a Seleção Brasileira de Conjuntos.9 Após a explanação da metodologia utilizada, apresentamos e discutimos os dados conjuntamente, iniciando pelas características das treinadoras, passando pelos pré-acrobáticos mais comuns no processo de ensino/aprendizagem e discutindo por fim as dificuldades encontradas neste processo, bem como os métodos utilizados. A expectativa é de que o estudo venha contribuir para os profissionais que atuam na iniciação à GR, possibilitando análises e reflexões sobre a importância destes elementos nas coreografias, bem como a melhor forma de ensinar os mesmos para promover a melhoria da qualidade técnica na modalidade. MÉTODO Este estudo caracteriza-se como descritivo, na perspectiva de descobrir e observar fenômenos procurando descrevê-los, classificá-los e interpretá-los.10,11 Realizado em duas etapas, primeiramente uma pesquisa com treinadoras, em seguida a observação dos pré-acrobáticos executados por ginastas participantes de um torneio estadual da modalidade e por fim, foi possível relacionar os dados obtidos com as treinadoras e os observados no evento. O primeiro momento contou com a participação de 23 treinadoras de GR, presentes no Congresso Brasileiro de Esporte Escolar organizado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) na cidade de Londrina em dezembro de 2013, representando 20 estados diferentes do Brasil. Com o intuito de conhecer quais os elementos pré-acrobáticos ensinados na iniciação deste esporte, após

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a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) as mesmas responderam um questionário com questões abertas e fechadas referentes a sua formação acadêmica, tempo de prática, experiências anteriores na modalidade, quais categorias trabalham atualmente, quais são os elementos pré-acrobáticos ensinados por elas às suas ginastas, a partir de que método de ensino e ainda as dificuldades encontradas no processo de ensino/aprendizagem. Na sequencia foi realizado um levantamento, por meio de observação e registro de frequência, dos elementos pré-acrobáticos presentes nas coreografias das ginastas participantes do Torneio Elisabeth Laffranchi, organizado anualmente pela Federação Paranaense de Ginástica para ginastas iniciantes. Este evento foi realizado na Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) na cidade de Londrina no dia 20 de junho de 2014, com a participação de 150 ginastas do Estado do Paraná, sendo 30% na categoria mirim (7 a 8 anos), 40% na categoria pré-infantil (9 a 10 anos), 23% na categoria infantil (11 a 12 anos) e 7% na categoria aberta para meninas acima de 13 anos. Após identificadas as frequências relativas às respostas das treinadoras e também de cada elemento pré-acrobático executados no Torneio Elisabeth Laffranchi (geral e divididos por categoria), os dados foram organizados em gráficos e quadros e analisados por estatística descritiva. Este estudo possui parecer positivo do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Norte do Paraná (CEP-UNOPAR-0069/12) de acordo com as normas da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisa envolvendo seres humanos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Das 23 treinadoras de GR participantes do Congresso Brasileiro de Esporte Escolar (todas mulheres), 91,3% possuem experiência há mais de quatro anos com a GR e 8,7% atuam entre um e três anos, sendo que 13% não vivenciaram a modalidade como ginastas enquanto 82,6% praticaram GR por mais de cinco anos e 4,4 por dois anos. Todas têm graduação em Educação Física, o que não poderia ser diferente uma vez que no Brasil para atuar como

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treinador é exigido a formação inicial na área e registro no Conselho Federal de Educação Física (CONFEF), 82,6% continuaram os estudos, sendo que 43,4% possuem Pós-graduação em GR e 8,6 possuem Mestrado. É natural que ex-atletas sigam a carreira de treinadores, quase sempre com o intuito de continuar envolvidos na modalidade, pois manter-se no ambiente de competições auxilia na adaptação de um novo estilo de vida12, mais o que nos chamam a atenção é o número de profissionais especializadas especificamente em ginástica rítmica, nos dando a segurança de que a maior parte das participantes tem conhecimento aprofundado do assunto em questão. Em relação às categorias que trabalham, 15 treinadoras (65,2%) atuam em escolinhas de iniciação, ou seja, diretamente no ensino dos movimentos básicos da modalidade, e oito das profissionais (34,8%) no momento são responsáveis somente pelo treinamento de categorias de competição. De acordo com o artigo 21 do Regulamento Geral da Confederação Brasileira de Ginástica13 são quatro as categorias de competição na GR, Pré-infantil (9 a 10 anos), Infantil (11 a 12 anos), Juvenil (13 a 15 anos) e Adulto (a partir dos 16 anos). É importante destacar que dentre as treinadoras que atuam na iniciação 11 (47,9) também estão envolvidas com pelo menos uma categoria de competição e apenas quatro (17, 3%) atuam exclusivamente com a iniciação ao esporte. Quando questionadas sobre quais elementos pré-acrobáticos as mesmas ensinam nas aulas de iniciação à GR todos os elementos permitidos nas coreografias de GR pelo Código de Pontuação5 foram assinalados, porém em porcentagens variadas. Ao todo, 18 treinadoras ensinam todos os elementos pré-acrobáticos para suas ginastas, proporcionando para as mesmas a ampliação de seu repertório motor, buscando facilitar a aprendizagem posterior de outros elementos corporais. No entanto, destas 18 treinadoras, quatro não ensinam todos os tipos de reversão e uma não ensina apenas a reversão para trás. Quadro 1 – Pré-acrobáticos ensinados na iniciação pelas treinadoras Pré-acrobáticos Rolamento para frente

F 23

% 100%

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Rolamento para trás Reversão lateral (estrela) Reversão para frente Reversão para trás Reversões com diferentes tipos de apoio Outros (Mata-borrão, Sault Plongé)

23 22 18 17 14 03

100% 95,6% 78,2% 73,9% 60,8% 13%

O Quadro 1 apresenta a frequência das respostas em relação ao tipo de pré-acrobáticos que as treinadoras ensinam nas aulas de iniciação. Percebe-se unanimidade apenas nos rolamentos para frente e para trás, elementos básicos de rotação que fazem parte da rotina diária de brincadeiras de muitas crianças, realizados de forma natural, o que facilita a inserção dos mesmos nas aulas de iniciação ao desporto, colaborando com o aprendizado da técnica correta de execução. Os pré-acrobáticos são caracterizados pela rotação do corpo em sua execução 5 e os que exigem maior habilidade e técnica de execução mais apurada são o Mata-borrão e o Sault Plongé. Estes são ensinados apenas por três treinadoras na iniciação, uma vez que para executar tais elementos há a necessidade do domínio da execução de rolamentos e reversões. A rotação aparece na literatura como sendo uma das habilidades motoras fundamentais de estabilidade, ou seja, está relacionada com o ganho de controle sobre a musculatura em oposição à gravidade. Estas habilidades são essenciais no processo de desenvolvimento motor do indivíduo, pois, a aquisição dos movimentos básicos é importante para a aprendizagem mais à frente dos movimentos especializados.14 Em relação aos elementos realizados nas coreografias das ginastas participantes do Torneio Elisabeth Laffranchi foram executados apenas cinco dos elementos pré-acrobáticos permitidos pelo Código de Pontuação. Quadro 2 – Pré-acrobáticos presentes nas coreografias do Torneio Elisabeth Laffranchi Pré-acrobáticos Rolamento para frente Rolamento para trás Reversão lateral (estrela) Reversão para frente

f 150 121 121 33

% 100% 94% 94% 22%

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Reversão para trás Outros (Mata-borrão, Sault Plongé)

30 0

20% 0%

O Quadro 2 apresenta a frequência de aparição dos elementos pré-acrobáticos nas coreografias do Torneio Elisabeth Laffranchi em todas as categorias. Contatou-se que todas as ginastas executaram o rolamento para frente, mesmo ele sendo obrigatório apenas para a categoria mirim15, enquanto que os elementos mais elaborados não estiveram presentes em nenhuma coreografia. Quadro 3 – Pré-acrobáticos presentes nas coreografias das categorias Mirim, Pré-Infantil, Infantil e Aberta do Torneio Elisabeth Laffranchi Pré-acrobáticos Rolamento para frente Rolamento para trás Reversão lateral (estrela) Reversão para frente Reversão para trás

Categoria Mirim f % 45 100% 39 86,6% 39 86,6% 02 4,4% 03 6,6%

Categoria Pré-Infantil f % 60 100% 58 96,6% 56 93,3% 10 16,6% 12 20%

Categoria Infantil f % 35 100% 34 97,1% 33 94,2% 16 45,7% 11 31,4%

Categoria Aberta f % 10 100% 10 100% 09 90% 04 40% 04 40%

O Quadro 3 apresenta a frequência de aparição dos elementos pré-acrobáticos nas coreografias do Torneio Elisabeth Laffranchi separadamente por categorias. O rolamento para trás aparece em 94% das coreografias de uma forma geral e em todas as categorias mesmo não sendo obrigatório em nenhuma delas. A reversão lateral é o elemento pré-acrobático obrigatório da categoria aberta, porém foi amplamente executado nas demais categorias, popularmente conhecida como estrela, caminha lado a lado com os rolamentos, pois faz parte do imaginário infantil e seu aprendizado muitas vezes ocorre sem a presença de um profissional, isto é, ao iniciar na modalidade esportiva a criança necessita apenas de um refinamento do movimento para que este possa ser utilizado nas sequencias de movimentos que irão compor sua coreografia. Já a reversão para frente que era exigência da categoria pré-infantil foi realizada apenas por 26% das 60 ginastas que se apresentaram no evento nesta categoria, o mesmo se deu com o elemento de reversão para trás, que embora exigido na categoria infantil foi realizado apenas por

60

20% das ginastas desta categoria.15 As reversões para frente e para trás, o mata-borrão e o saut plongé, compõem um grupo de elementos que necessitam de maturidade para serem realizados, a combinação de dois ou mais movimentos, como por exemplo, parada de mãos passando pela ponte que resulta em uma reversão, necessitam do desenvolvimento mais ampliado de capacidades físicas que se tornam presentes na execução destes elementos, tornando-os elementos mais específicos do que básicos. Relacionando os pré-acrobáticos assinalados pelas treinadoras e os apresentados no torneio percebe-se similaridade entre o que é ensinado na iniciação no território nacional e o que se apresenta em um evento de ginastas iniciantes no Estado do Paraná, demonstrando inclusive harmonia na ordem de elementos ensinados com a quantidade de elementos apresentados nas coreografias: rolamento para frente, rolamento para trás, reversão lateral, reversão para frente e reversão para trás. O processo de aprendizagem da GR passa por princípios que desenvolve todas as possibilidades de movimentos: desde os básicos de locomoção; a utilização de materiais oficiais (com algumas ressalvas quanto ao tamanho, peso e cor específica); os movimentos obrigatórios fundamentais devem ser executados de maneira espontânea e criativa; a criação de novos aparelhos que proporcionam manejo por parte das crianças com orientação do professor; a identificação de diferentes formas de como colocar o corpo no solo e assim possibilitar a realização dos elementos pré-acrobáticos; e por fim, unir estes aprendizados em uma coreografia de individual ou de conjunto.16 Uma ginasta da categoria adulto deve executar todas as possibilidades de pré-acrobáticos previstas no código de pontuação de GR, portanto ensinar os elementos desde a iniciação é fundamental, uma vez que se não aprender logo no início haverá a possibilidade de adquirir erros ou vícios que levarão para todo o tempo como ginastas.1

Para que seja possível desenvolver o

processo de ensino/aprendizagem na GR, devem ser empregadas, inicialmente, atividades diversificadas que constituem uma metodologia eminentemente lúdica, e na sequência apresentar

61

a técnica correta de execução e futuramente esta mesma criança poderá ser uma atleta de alto nível.17 Quando questionadas sobre os processos pedagógicos e qual o método de ensino utilizado na iniciação dos pré-acrobáticos, 100% das treinadoras brasileiras assumem o emprego de algum método em suas aulas ou ainda a união dos mesmos. 10 10 9

Métodos Utilizados:

8 7

Global, Parcial e Misto

6

5

5

5

Global

3

Parcial

Gráfico 1 – Métodos3 de ensino na iniciação dos pré-acrobáticos

Misto

4 2 1

De acordo com o Gráfico 1 acima, o método misto é o mais praticado pelas treinadoras 0

(43,4%), sendo este a união dos métodos global e parcial. O método global é aplicado por 21% das treinadoras e se caracteriza pela execução primeiramente do elemento todo e a correção ocorre posteriormente, assim a ginasta executa o movimento na sua forma total, sem divisão em fases. Consideramos como um aspecto positivo a motivação da atleta que permite agilidade no processo de aprendizagem, e como aspectos negativos a possibilidade de adquirir vícios de execução, além de apresentar um nível de segurança menor.18 Já o método parcial, também aplicado por 21% das treinadoras, se caracteriza pela decomposição do exercício em diferentes fases, neste caso, cada fase necessita de qualidades diferentes como: velocidade, força, sustentação, posições, entre outros e pode-se iniciar por qualquer uma das fases (início, meio e fim). Nos elementos pré-acrobáticos existem fases muito rápidas, portanto há de se tomar o cuidado de lembrar que quanto mais rápida for uma sequencia, mais lentamente será ensinada.19 Tem como aspectos positivos a possibilidade de adquirir maior nível de perfeição na execução e também mais segurança no aprendizado, enquanto que os

62

aspectos negativos são: processo mais lento; impaciência do praticante; e dificuldade para assimilar o movimento por um todo.18 O método misto, utilizado por 10 treinadoras é a junção dos métodos anteriores e possibilita a prática de exercícios isolados e a iniciação de determinados elementos já incorporados, facilitando a inserção gradativa do nível de dificuldade de cada elemento. Sabemos que todos os métodos de ensino aprendizagem apresentam vantagens e desvantagens na sua aplicação, eleger o método de ensino adequado é o caminho mais rápido e fácil para atingir os objetivos desejados em qualquer modalidade e para que isso aconteça a treinadora deve ter conhecimento e sensibilidade na escolha do método para cada situação, pois ele pode beneficiar ou prejudicar suas ginastas.2 Encontraram-se ainda 13% das treinadoras que responderam utilizar os três métodos em suas aulas, ou seja, o global, o parcial e o misto. Os elementos pré-acrobáticos depois de ensinados de maneira isolada, podem e devem ser executados em série ou ligados com outros movimentos ginásticos, sempre do menor para o maior nível de dificuldade de execução e também é necessário inserir o manuseio dos aparelhos, mesmo que primeiramente sem movimento e após a aquisição de maior domínio realizar o elemento pré-acrobático com manejo simultâneo do aparelho.20 Estudos em GR apresentam a prática de ensinar movimentos em partes como o método mais utilizado por treinadoras e professoras de iniciação a esta modalidade ao trabalhar com os aparelhos corda, arco, bola, maças e fita, pois dá a ideia de facilitação da aprendizagem, já que segrega os elementos do corpo e os do aparelho. Os mesmos estudam alertam que a dificuldade está exatamente quando há a tentativa de junção das duas possibilidades, gerando em muitos casos a necessidade de voltar desde o início ao ensino do que se propõe.21 O último questionamento às treinadoras foi justamente sobre o manejo do aparelho ao executar um pré-acrobático em se tratando de ginastas iniciantes, na faixa etária de 06 a 09 anos, que conforme a literatura é a fase ideal para dar os primeiros passo na modalidade.1

63

Quadro 4 – Dificuldades encontradas para ensinar os elementos pré-acrobáticos com os aparelhos para crianças de 06 a 09 anos. Dificuldades

F

%

Dificuldade das crianças de entender o movimento

18

78,3%

Não saber fazer para ensinar Outros (não ter dificuldade) Não ter um processo pedagógico sistematizado para seguir

02 02 01

8,7% 8,7% 4,3%

O Quadro 4 demonstra que embora duas treinadoras tenham alegado não encontrar dificuldades para ensinar os pré-acrobáticos, para a maioria (78%) há uma dificuldade das crianças entenderem o movimento para posterior realização com sucesso. A rotação aparece na literatura como sendo uma das habilidades motoras fundamentais de estabilidade, ou seja, está relacionada com o ganho de controle sobre a musculatura em oposição à gravidade. Estas habilidades são essenciais no processo de desenvolvimento motor do indivíduo, pois, a aquisição dos movimentos básicos é importante para a aprendizagem mais à frente dos movimentos especializados.14 Portanto, o trabalho e as angústias serão maiores ainda se a treinadora não levar em consideração a faixa etária e não dosar o nível da dificuldade da execução de cada elemento, pois só assim haverá possibilidades de conseguir a formação de uma atleta completa e com um amplo repertório motor. O sucesso de formação virá com a combinação entre o aprendizado da técnica perfeita, o desenvolvimento generalizado das capacidades físicas e o aspecto recreativo da atividade, e para orientar esta etapa do processo de treinamento, propõe um planejamento de metas e padrões de movimentos, onde as metas são os elementos corporais que deverão ser aprendidos nesta fase, e o padrão de execução é a explicação da forma correta de realizá-los.1 Apenas duas treinadoras (8,7%) apontam que não saber fazer o movimento para demonstrar às crianças é uma dificuldade no momento de ensinar os pré-acrobáticos. Embora a maioria das participantes tenham praticado GR e essa vivência colabore no momento de ensinar movimentos mais complexos, sabemos que é importante que o profissional consiga aliar o conhecimento do conteúdo com as técnicas de ensino /aprendizagem com o os processos

64

pedagógicos, inclusive citado por uma das treinadoras que é exatamente a ausência de processos pedagógicos sistematizados para o ensino dos elementos pré-acrobáticos a maior dificuldade encontrada para ensinar os mesmos. Como a aprendizagem dos movimentos gímnicos é absorvida de diferentes formas pelas crianças, sugere-se uma sequencia lógica priorizando os elementos menos complexos em detrimento dos mais difíceis no primeiro momento, respeitando os limites de aprendizagem de cada ginasta, dando atenção a cada nova conquista por mais simples que seja, pois desta forma haverá estímulo para a prática continuada na modalidade.22 A complexidade do elemento deve ser levada em consideração no momento de apresentálo pela primeira vez para as crianças, para isso o treinador necessita escolher o método que irá utilizar no processo, iniciar primeiramente pelos rolamentos para depois passar para as reversões e demais pré-acrobáticos, exatamente a ordem encontrada na pesquisa com as treinadoras de GR do Brasil, assim como os observados no Torneio Elisabeth Laffranchi. Para a modalidade entende-se que os diversos tipos de rolamentos são os movimentos de menor complexidade, fazendo com que estes se tornem os mais ensinados e explorados principalmente nas categorias menores. Entende-se também que os elementos mais utilizados são os considerados de menor grau de dificuldade, induzindo-nos a pensar que possivelmente os demais elementos seriam encontrados em competições de níveis mais elevados, com a participação de ginastas de alto rendimento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir da pesquisa desenvolvida com as treinadoras e com a observação das coreografias no Torneio Elisabeth Laffranchi, pode-se apontar os rolamentos e as reversões como os préacrobáticos mais ensinados por elas em suas rotinas profissionais de aula e/ou treinamento e mais executados por ginastas iniciantes em uma competição específica da modalidade, havendo assim uma estreita relação entre o que é ensinado para o que é executado.

65

O ensino/aprendizagem dos elementos pré-acrobáticos desde a iniciação na modalidade são fundamentais para a construção de um amplo repertório motor da ginasta, para a formação geral de uma ginasta de alto nível, além de contribuir para a elaboração de coreografias com certo grau de dificuldade, deixando assim a modalidade ainda mais atraente. Permitir que movimentos como estes, que chamam a atenção dos expectadores sejam incorporados às coreografias deste desporto sem que elas percam a essência e as características da modalidade enquanto esporte, educação, saúde, lazer ou competição, é proporcionar às ginastas a vivência e aprendizado de movimentos corporais diferenciados daqueles exigidos pelo Código de Pontuação da GR. Buscando assim, benefícios que vão além do dia a dia esportivo, mas que refletirão na variedade do repertório motor adquirido por meninas que praticam esta modalidade, para que elas tenham um melhor desempenho em qualquer ambiente, seja ele esportivo ou não.

REFERÊNCIAS 1. Laffranchi B. Treinamento Desportivo Aplicado à Ginástica Rítmica. Londrina: Unopar Editora; 2001. 2. Bernardi LMO, Lourenço MRA. Ginástica rítmica: ensinando corda, arco e bola. Várzea Paulista: Fontoura; 2014. 3. Pires V. Ginástica Rítmica: um contributo pedagógico para as aulas de educação física. [Dissertação]. Florianópolis (SC): Universidade Federal de Santa Catarina; 2003. 4. Caçola P. A iniciação esportiva na ginástica rítmica. Revista Brasileña de la Educación Física, Deporte, Ocio y Danza; 2007 mar; 2(1): 9-15. 5. FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE GINÁSTICA. Código de Pontuação de Ginástica Rítmica. 13º Ciclo; 2013. 6. Lourenço MRA. O inconstante código de pontuação da ginástica rítmica. In: Paolielo E, Toledo E, organizadores. Possibilidades da ginástica rítmica. São Paulo: Phorte Editora; 2010. p. 111-142.

66

7. Lebre E, Araújo C. Manual de ginástica rítmica. Porto: Porto; 2006. 8. Lourenço MRA. O julgamento na ginástica rítmica. In: Gaio R, organizadora. Ginástica rítmica: da iniciação ao alto nível. 2ed. Várzea Paulista: Fontoura; 2013. p. 35-60. 9. Stadinik AMW. Um panorama da ginástica rítmica no Paraná. In: Paolielo E, Toledo E, organizadores. Possibilidades da ginástica rítmica. São Paulo: Phorte Editora; 2010. p. 237-268. 10. Rudio FV. Introdução ao projeto de pesquisa científica. Petrópolis: Vozes; 2011. 11. Lakatos EM, Marconi MA. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas; 2010. 12. Brandão MRF, Akel MC, Andrade AS, Guiselini MAN, Martini LA, Nastás MA. Causas e conseqüências da transição de carreira esportiva: uma revisão de literatura. R Bras Ci e Mov. 2000; 8 (2): 49-58. 13. CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE GINÁSTICA [homepage na internet]. Regulamento geral [acesso em 20 mai 2015]. Disponível em: http://www.cbginastica.com.br/regulamentogeral. 14. Gallahue DL, Donnelly FC. Educação Física desenvolvimentista para todas as crianças. 4. ed. São Paulo: Phorte; 2008. 15. FEDERAÇÃO PARANAENSE DE GINÁSTICA [homepage na internet]. Regulamento geral

de

ginástica

rítmica

[acesso

em

10

jul

2014].

Disponível

em:

http://www.fprginastica.com.br/doc2014/GERALRITMICA.pdf. 16. Gaio R. Ginástica Rítmica desportiva “popular”: uma proposta educacional. 2. ed. Jundiaí, SP: Editora Fontoura; 2007. 17. Gaio R. Ginástica rítmica: da iniciação ao alto nível. 2ed. Várzea Paulista: Fontoura; 2013. Capítulo 1, Ginástica Rítmica para tu, eles e nós; p. 15-34. 18. Ferreira AEX, Rose Júnior D. Basquetebol: técnicas e táticas: uma abordagem didáticopedagógica. 2. ed. ampliada e autorizada; São Paulo: EPU; 2010. 19. Carrasco R. Pedagogia dos Aparelhos. São Paulo: Ed. Manole; 1982. 20. Nedialcova GT, Barros, DR. ABC da ginástica. Rio de Janeiro: Grupo Palestra Sport; 1999.

67

21. Caçola P, Ladewig I. Comparação entre as práticas em partes e como um todo e a utilização de dicas na aprendizagem de uma habilidade da ginástica rítmica. R Bras Ci e Mov. 2007; 15 (4): 79-86. 22. Santos EVN, Lourenço MRA, Gaio R. Composição coreográfica em ginástica rítmica: do compreender ao fazer. Jundiaí: Fontoura; 2010.

68

APÊNDICE C – Autorização da Universidade Norte do Paraná – UNOPAR

69

APÊNDICE D – Autorização de direito de imagem da ginasta Heloisa Gabriela Pedroso Bornal

70

APÊNDICE E – Autorização de direito de imagem da ginasta Gabriella Coradine Castilho

71

APÊNDICE F – Autorização de direito de imagem da treinadora Juliana Dias Coradine Castilho

72

ANEXO A

Tipos e Nomenclaturas dos Elementos Pré-Acrobáticos do 6º ao 13º Ciclo Olímpico

Os elementos pré-acrobáticos surgiram na ginástica rítmica no primeiro ciclo do Código de Pontuação em 1970, no entanto, não eram consideradas dificuldades corporais com valores próprios. Desde então, estes elementos vêm aparecendo nos códigos seguintes. Após um levantamento nas bibliografias específicas, foi possível mapear os elementos pré-acrobáticos permitidos na ginástica rítmica desde sua primeira aparição nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, nos Estados Unidos em 1984. A tabela 1 apresenta uma retrospectiva com a evolução destes elementos de acordo com o ciclo, ano, tipos, direção, variações e observações no decorrer dos anos.

Quadro 1: Elementos pré-acrobáticos do 6º ao 13º Ciclo Olímpico da GR

CICLO

ANOS

TIPO DE PRÉACROBÁTICO Rolamentos

6º Préacrobático

VARIAÇÕES

Para frente Para trás

Apoio passageiro

Sobre 1 ou 2 mãos

Apoio sobre o peito ou costas

Com ou sem apoio das mãos

1985/198 8

Rolamentos 7º Préacrobático

DIREÇÃO

1989/199 2

Apoio passageiro sobre uma ou duas mãos

Para frente Para trás Sobre 1 ou 2 mãos

OBSERVAÇÕES Sem tempo de suspensão (vôo). Sem parada e as pernas não podem passar pela vertical. (apoio sobre o antebraço não é autorizado). As pernas podem passar da vertical, porém não é possível tomar apoio sobre 1ou 2 pés ou joelhos para se elevar (sem rotação). Sem tempo de suspensão (vôo). Sem parada, as pernas não podem passar pela vertical.

73

Sobre o peito ou sobre os ombros, com ou sem apoio das mãos e pernas elevadas.

Apoio Facial

Rolamentos

8º Préacrobático

Para frente Para trás

Apoio passageiro sobre uma ou duas mãos

Sobre 1 ou 2 mãos

Apoio Facial

Sobre o peito ou sobre os ombros, com ou sem apoio das mãos e pernas elevadas.

1993/199 7

Rolamentos

Para frente Para trás Para frente

9º Acrobático

1997/200 0

Para trás Reversões Lateral

Rolamentos

10º Acrobático

2001/200 4

Para frente Para trás

Para frente Reversões Para trás Lateral Rolamentos

2005/200 8

Reversões

Para trás Lateral

Rolamentos 12º Preacrobático

2009 / 2012

Sobre o peito, sobre os ombros, com uma ou duas mãos com diferentes técnicas de execução.

Reversões Para trás

Sem parada na vertical e sem tempo de suspensão.

Sem tempo de suspensão (vôo). Sobre o peito, sobre os antebraços, sobre as mãos com diferentes técnicas de execução.

Para frente Para trás Para frente

Sem marcar parada na vertical (sem vôo).

Sem tempo de suspensão.

Para frente Para trás Para frente

11º Acrobático

Com uma ou duas mãos independente da posição de saída, chegada ou apoio durante a execução.

As pernas podem passar da vertical, porém não é possível tomar apoio sobre 1ou 2 pés ou joelhos para se elevar (sem rotação). Sem tempo de suspensão (vôo). Sem parada, as pernas não podem passar pela vertical. As pernas podem passar da vertical, porém não é possível tomar apoio sobre 1ou 2 pés ou joelhos para se elevar (sem rotação). Sem tempo de suspensão (vôo).

Sem parada na vertical e sem tempo de suspensão. Sem tempo de suspensão (vôo).

Sobre o peito, sobre os antebraços, sobre as mãos

74

Lateral

com diferentes técnicas de execução. Inversão com saída do solo. Passagem no solo sobre um ombro pela vertical com o corpo estendido. Salto com tronco flexionado para frente seguido de um rolamento.

Ralenkova* Pez (rolamento de peito/ mataborrão)

Para frente Para trás

Salt-plongé (espacato com rolamento)

Para frente

Rolamentos

Para frente Para trás Lateral Para frente

Reversões 13º Préacrobático

2013 / 2016

Para trás Lateral

Pez (rolamento de peito/mataborrão) Salt-plongé (espacato com rolamento)

Para frente Para trás

Para frente

Sem fase de vôo. Sobre o peito, sobre os ombros, sobre 1 ou 2 mãos com diferentes técnicas de execução. Passagem pela vertical com corpo estendido. Salto com tronco flexionado à frente seguido diretamente de um rolamento.

Fonte: Códigos de Pontuação de GR da FIG (1985/1988 a 2013/2016) *elemento nomeado de acordo com a ginasta que o criou. Como podemos perceber no quadro apresentado acima, o 6º ciclo de arbitragem de ginástica rítmica, nos anos de 1985 a 1988, os pré-acrobáticos eram os “rolamentos” executados para frente e para trás sem tempo de suspensão (voo), o “apoio passageiro” executado com uma ou duas mãos sem parada e as pernas não deveriam passar pela vertical lembrando que aqui o apoio do antebraço não era autorizado e o último pré-acrobático permitido neste ciclo é o “apoio sobre o peito e costas” podendo ser com ou sem apoio das mãos e as pernas podem passar da vertical, porém não poderiam tomar apoio sobre um ou dois pés e joelhos para se elevar (sem rotação). Já no 7º ciclo, nos anos de 1989 a 1992, os pré-acrobáticos permitidos eram os “rolamentos” para frente e para trás sem tempo de suspensão (voo), “apoio passageiro” executado sob uma ou duas mãos sem parada e as pernas não podiam passar pela vertical e, para encerrar este ciclo “apoio facial” executado sobre o peito

75

ou sobre os ombros com ou sem apoio das mãos e pernas elevadas, aqui há a possibilidade das pernas passarem da vertical, porém as ginastas não poderiam tomar apoio sobre um ou dois pés e/ou joelhos para ficarem em pé (sem rotação). Em relação ao ciclo anterior, a partir de 1989 não houve alterações nos elementos de rolamentos e apoios passageiros, porém o elemento “apoio sobre o peito e costas” passou a denominar-se apenas como “apoio facial”, pois o apoio nas costas não mais era considerado como pré-acrobáticos. O 8º ciclo, anos de 1993 a 1997, não houve alterações em relação ao ciclo anterior, os pré-acrobáticos permitidos neste ciclo continuaram sendo os “rolamentos” para frente e para trás sem tempo de suspensão (voo), “apoio passageiro” executado com uma ou duas mãos sem parada e as pernas não podiam passar pela vertical e “apoio facial” que é executado sobre o peito ou sobre os ombros, sem o apoio das mãos e as pernas elevadas onde não podem passar da vertical e não é possível tomar apoio sobre um dos pés ou joelhos para se levantar (sem rotação). No 9º ciclo, anos de 1997 a 2000, a arbitragem de ginástica rítmica passou a chamar os pré-acrobáticos de acrobáticos e os autorizados para as composições coreográficas eram apenas os “rolamentos” para frente e para trás sem tempo de suspensão (voo) e as “reversões” realizadas para frente, para trás e lateral com variações de uma ou duas mãos independente da posição de saída, chegada ou apoio durante a execução, também sem parada visível na vertical e ainda sem fase de voo. Neste ciclo os elementos pré-acrobáticos passaram a ser chamados de acrobáticos, os rolamentos e as reversões não tiveram alterações nas execuções, porém cada vez que houvesse uma reversão do eixo longitudinal do tronco era considerado como elemento acrobático de reversão independente da saída, chegada ou apoio diferentes no solo. Também neste ciclo temos os elementos autorizados e que não são contados como acrobáticos que são o apoio facial sobre o peito com ou sem apoio das mãos e pernas elevadas, apoio dorsal sobre os ombros, o grande cart ântero-posterior ou facial com apoio no solo sem parar na posição, apoio sobre uma ou duas mãos sem outro contato com o solo, sem reversão do corpo e sem atingir a vertical. O 10º ciclo, anos de 2001 a 2004, os elementos continuaram sendo chamados de acrobáticos e os permitidos eram “rolamentos” para frente e para trás

76

sem tempo de suspensão e as “reversões” para frente, para trás e lateral executados sobre o peito, sobre os ombros, com uma ou duas mãos com diferentes técnicas de execução com a observação de não parar na vertical e sem tempo de suspensão (voo). Como podemos observar os elementos continuaram ser considerados acrobáticos como no ciclo anterior e não houve alterações nas execuções. Neste 11ª ciclo, anos de 2005 a 2008, a denominação manteve-se como acrobáticos e os autorizados eram os “rolamentos” para frente e para trás sem tempo de suspensão (voo) e as “reversões” para frente, para trás e lateral executadas sobre o peito, antebraços, com uma ou duas mãos com diferentes técnicas de execução, sem parada na posição vertical e sem tempo de suspensão. Os elementos neste ciclo ainda eram considerados acrobáticos e a única mudança que houve foi na reversão que também podia ser executada com os antebraços. No 12º ciclo, de 2009 a 2012, os elementos voltaram a ser denominados como pré-acrobáticos, sem muitas alterações, ou seja, “rolamentos” para frente e para trás sem tempo de suspensão (voo), “reversões” para frente, para trás e lateral realizadas sobre o peito, antebraços e mãos com diferentes técnicas de execução sendo que era proibido a execução com parada na posição vertical e com tempo de suspensão (voo). “Ralenkova” que é a inversão com saída do solo, “Pez” executado para frente e para trás descrito como passagem no solo sobre um ombro pela vertical com o corpo estendido e para finalizar os elementos deste ciclo o “saltplongé” que consiste em um salto espacato executado para frente com o tronco flexionado seguido de um rolamento também para frente. Observa-se que os elementos acrobáticos voltaram a ser considerados pré-acrobáticos e não ficou restrito somente aos rolamentos e reversões, este último com a ressalva de ser proibido a execução com parada na vertical e tempo de suspensão. Passaram ser considerados como elementos pré-acrobáticos o Ralenkova que é a inversão com saída do solo, Pez que é a passagem no solo sobre um ombro pela vertical com o corpo estendido executado par frente e para trás Salt-plongé que é um salto espacato para frente com o tronco flexionado seguido de um rolamento também para frente. E por fim, o 13º ciclo que teve início em 2013 e termina em 2016, e que apresenta as regras vigentes até os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, e traz como

77

pré-acrobáticos os “rolamentos” para frente, para trás e lateral sem fase de voo, as “reversões” para frente, para trás e lateral executadas sobre o peito, ombros, uma ou duas mãos com diferentes técnicas de execução, “pez” rolamento para frente e para trás com passagem pela vertical com o corpo estendido (mata-borrão) e “salt-plongé” (espacato com rolamento) executado para frente com o troco flexionado seguido de um rolamento também para frente.

78

ANEXO B

Pesquisa com as treinadoras participantes do Congresso Brasileiro de Esporte Escolar

Pesquisa de cunho descritivo com aplicação de questionário com questões abertas e fechadas para 23 treinadoras participantes do Congresso Brasileiro de Esporte Escolar realizado pelo Comitê Olímpico Brasileiro no ano de 2013 na cidade de Londrina com o intuito de conhecer quais os elementos préacrobáticos são ensinados na iniciação deste esporte pelas treinadoras participantes do estudo. As participantes responderam um questionário com perguntas referentes à formação acadêmica, tempo de prática, experiências anteriores com a modalidade, além de relatarem com quais categorias trabalham atualmente e como ensinam os elementos pré-acrobáticos. Quanto à formação acadêmica e o tempo de prática das participantes verificou-se que das 23 treinadoras pesquisadas, quatro possuem apenas graduação, 17 obtiveram o título de especialistas em áreas variadas como, Ginástica Rítmica, Treinamento Desportivo, Esporte Escolar, Educação Física Escolar e Pedagogia do Movimento e outras duas técnicas possuem o título de mestres. Além disso, 21 trabalham com a modalidade a mais de quatro anos e apenas duas estão inseridas neste contexto de um a três anos. Outro dado importante foi que muitas das participantes são ex-atletas de GR, com experiência de mais de cinco anos de prática como ginasta. Por outro lado três treinadoras nunca praticaram a modalidade e apenas uma foi ginasta durante dois anos. Quando questionadas sobre em quais os níveis de prática da modalidade elas trabalham, os resultados foram bastante divergentes. Quatro professoras disseram trabalhar apenas com a iniciação, três relataram ministrar aulas e treinos na iniciação e em categorias de competição, 10 treinadoras relataram que trabalham apenas com as categorias de nível competitivo, pré-infantil, infantil, juvenil e adulto, sendo que seis trabalham com todas as categorias e as demais com apenas uma ou no máximo duas categorias diferentes. As questões anteriores puderam nos apresentar os contextos dos ambientes de prática onde as participantes desenvolvem seu trabalho com a

79

modalidade e na sequencia estão as respostas sobre quais elementos préacrobáticos são ensinados. Estas questões tiveram como base os elementos préacrobáticos permitidos na ginástica rítmica segundo o código e pontuação atual.

Gráfico 1: Elementos pré-acrobáticos ensinados na iniciação à GR.

Constatou-se que das 23 treinadoras entrevistadas 18 ensinam à suas ginastas todos os tipos e variações dos elementos pré-acrobáticos, no entanto, quatro delas não ensinam nenhum tipo de reversão e uma não ensina a reversão para trás. Apenas uma professora ensina somente os rolamentos para frente, trás e lateral, uma outra ensina os diversos tipos de rolamento mais as reversões para frente, trás e lateral (estrela) e duas ensinam todos os tipos de rolamentos mais a reversão lateral (estrela), sendo esta com diferentes apoios. Uma ginasta da categoria adulto deve executar todas as possibilidades de pré-acrobáticos previstas no código de pontuação de GR, portanto ensinar os elementos desde a iniciação é fundamental, uma vez que se não aprender logo no início haverá a possibilidade de adquirir erros ou vícios que levarão para todo o tempo como ginastas. (LAFFRANCHI, 2001) Como já mencionado anteriormente, de acordo com Hernández e Bouza (1982) o ensino do pré-acrobático vai possibilitar uma integração necessária para as qualidades condicionais e as qualidades coordenativas das ginastas, colaborando para a realização efetiva das diferentes tarefas do movimento.

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ANEXO C

Levantamento dos elementos pré-acrobáticos presentes nas coreografias das ginastas participantes do Torneio Elisabeth Laffranchi

Realizamos um levantamento dos elementos pré-acrobáticos presentes nas coreografias das ginastas participantes do Torneio Elisabeth Laffranchi, evento realizado anualmente pela Federação Paranaense de Ginástica no mês de julho na cidade de Londrina para ginastas iniciantes. Vejamos os resultados:

O gráfico acima refere-se ao evento realizado nas dependências da UNOPAR, em Londrina, no dia 20 de junho de 2014, onde participaram 150 ginastas do Estado do Paraná nas categorias mirim de 7 a 8 Anos, pré-infantil de 9 a 10 anos, infantil de 11 a 12 anos e categoria aberta para meninas acima de 13 anos. Percebemos que 100% das ginastas participantes do evento executaram rolamento para frente, acreditamos por ser o mais básico dos elementos pré-acrobáticos e de maior facilidade, e temos que levar em consideração que nesta competição, o

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rolamento para frente era obrigatório apenas para a categoria mirim, mesmo assim as demais categorias contemplaram o rolamento para frente em todas as coreografias apresentadas no torneio. O rolamento para trás aparece em 94% das coreografias. Como vimos no pré-acrobático anterior também foi muito utilizado, embora possamos pensar que realizar um movimento para trás possa causar certo receio durante a execução isso não aconteceu e mesmo não sendo obrigatório foi bastante executado. A reversão para frente aparece em 21,3% das coreografias apresentadas e a reversão para trás apenas em 20% do total, nesses dois elementos observamos que o número de execução em relação aos elementos anteriores reduziu bastante por serem de um grau de dificuldade maior e igualmente obrigatória apenas em uma categoria, ou seja, categoria pré-infantil e infantil respectivamente. Porém a reversão lateral ou estrela, obrigatória para a categoria aberta, foi realizada por 91,3% das ginastas, o que creditamos ao fato de ser um elemento muito conhecido, fazer parte do imaginário infantil e que de maior facilidade de execução em relação às reversões para frente e para trás. Os demais elementos pré-acrobáticos que aparecem no código de pontuação, ralenkova, mata-borrão e salto plongé, não foram apresentados neste torneio em nenhuma das categorias previstas, acreditamos que o grau de dificuldade na execução destes elementos possam ter definido a não utilização dos mesmos e provavelmente serão apresentados em categorias maiores.