Napoleon Hill
Pense e Fique Rico
Think and Grow Rich
Traduzido do inglês por
Miguel Moiteiro Marques
Conteúdos
UMA PALAVRA DO AUTOR :: O SEGREDO DO SUCESSO INTRODUÇÃO :: OS PENSAMENTOS SÃO COISAS
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CAPÍTULO 1 > O DESEJO
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CAPÍTULO 2 > A FÉ NAS SUAS CAPACIDADES
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CAPÍTULO 3 > A AUTO-SUGESTÃO
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CAPÍTULO 4 > O CONHECIMENTO ESPECIALIZADO
69
CAPÍTULO 5 > A IMAGINAÇÃO
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CAPÍTULO 6 > O PLANEAMENTO EFICIENTE
93
CAPÍTULO 7 > A DECISÃO
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CAPÍTULO 8 > A PERSISTÊNCIA
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CAPÍTULO 9 > O PODER DO MASTER MIND
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CAPÍTULO 10 > A SEXUALIDADE
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CAPÍTULO 11 > O SUBCONSCIENTE
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CAPÍTULO 12 > O CÉREBRO
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CAPÍTULO 13 > O SEXTO SENTIDO
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NOTA FINAL :: OS SEIS FANTASMAS DO MEDO
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:: INTRODUÇÃO ::
Os pensamentos são coisas O homem que “pensou” o seu caminho para se tornar sócio de Thomas A. Edison
De facto, “os pensamentos são coisas” e são poderosos quando misturados com a definição de objectivos, a persistência e o desejo ardente da sua concretização em riquezas ou outros bens materiais. Há alguns anos, Edwin C. Barnes descobriu como é de facto verdade que os homens realmente pensam e ficam ricos. A sua descoberta não apareceu de uma assentada. Foi feita a pouco e pouco, começou com um desejo ardente de se tornar parceiro de negócios do grande Edison. Uma das principais características do Tanto a pobreza desejo de Barnes era ser bem definido. como a riqueza são fruto Ele queria trabalhar com Edison e não do pensamento. trabalhar para ele. Preste muita atenção ao modo como ele transformou o desejo em realidade e irá perceber melhor os princípios que conduzem à riqueza. Quando este desejo ou impulso do pensamento surgiu pela primeira vez na sua mente, ele não tinha meios para o pôr em prática. Tinha duas dificuldades no seu caminho. Não conhecia Edison e não tinha dinheiro suficiente para pagar um bilhete de comboio até West Orange, em New Jersey, onde estava localizado o famoso laboratório de Edison. As dificuldades seriam suficientes para desencorajar a maioria das pessoas a tentarem concretizar o seu desejo. Mas este não era um desejo qualquer!
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PENSE E FIQUE RICO
O INVENTOR E O VAGABUNDO Edwin C. Barnes apresentou-se pessoalmente no laboratório de Edison e revelou que vinha para entrar no negócio do inventor. Anos mais tarde, ao falar do primeiro encontro que teve com Barnes, Edison disse: “Ele estava diante de mim, com o aspecto de um comum vagabundo, mas havia algo na sua expressão facial que me deu a impressão de estar determinado a conseguir aquilo de que tinha vindo à procura. Eu tinha aprendido, ao longo de anos de experiência com os homens, que quando um homem deseja realmente uma coisa tão profundamente que está disposto a arriscar todo o seu futuro num simples tiro no escuro, é garantido que ele vai conseguir alcançar essa coisa. Dei-lhe a oportunidade que ele pedia porque percebi que estava decidido a ficar até ser bem sucedido. Os acontecimentos subsequentes provaram que não foi um erro.” Não pôde ter sido a aparência do jovem a permitir-lhe o arranque no escritório de Edison, pois isso jogava inteiramente contra ele. O que pesou foi aquilo que ele pensava. Barnes não conseguiu tornar-se sócio de Edison logo no primeiro encontro. Conseguiu a oportunidade de trabalhar no escritório de Edison com um salário muito baixo. Os meses passaram. Não acontecia nada que aproximasse Barnes da meta desejada, que ele tinha estabelecido como o seu mais importante e categórico objectivo. Mas algo essencial estava a passar-se na mente de Barnes. Intensificava constantemente o desejo de se tornar sócio de Edison. Os psicólogos afirmaram correctamente que “quando uma pessoa está verdadeiramente preparada para algo, essa coisa acontece”. Barnes estava preparado para uma sociedade com Edison. E estava determinado a manter-se preparado até conseguir aquilo que procurava. Ele não disse para si próprio: “Ora, para que é que serve isto? Acho que vou mudar de ideias e tentar um lugar de vendedor.” Mas disse: 18
INTRODUÇÃO :: OS PENSAMENTOS SÃO COISAS
“Eu vim para entrar no negócio com Edison e irei alcançar esta meta, nem que leve o resto da minha vida.” Estava mesmo decidido a isso! Como seria diferente a história contada pelos homens, se ao menos tivessem estabelecido um objectivo preciso e mantido esse objectivo até ele, com o tempo, se tornar uma completa obsessão. Talvez o jovem Barnes não o soubesse na altura, mas a sua determinação, tenacidade e a sua persistência em se concentrar num único desejo, estavam destinadas a deitar abaixo toda a oposição e a trazer-lhe a oportunidade que ele procurava. Quando a oportunidade chegou, esta apareceu-lhe de uma forma e vinda de uma direcção diferentes daquelas que Barnes tinha esperado. Essa é uma das artimanhas da oportunidade. Ela tem o hábito matreiro de entrar despercebidamente pela porta das traseiras e, muitas vezes, vem disfarçada sob a forma de azar ou derrota temporária. Talvez seja por isso que muita gente não consegue reconhecer a oportunidade. Edison tinha acabado de aperfeiçoar um novo instrumento de escritório, conhecido na altura como “O Dictafone de Edison”. Os seus vendedores não estavam entusiasmados com a máquina. Não acreditavam que a conseguissem vender sem grande esforço. Barnes viu a sua oportunidade disfarçada sob a forma de uma máquina de aspecto estranho, que não interessava a mais ninguém a não ser a Barnes e ao seu inventor. Barnes sabia que conseguiria vender o Dictafone de Edison e disse-o a Edison. O inventor decidiu dar-lhe essa oportunidade. E ele conseguiu mesmo vender a máquina. De facto, vendeu-a com tanto sucesso que Edison ofereceu-lhe um contrato para a distribuir e comercializar em todo o país. A partir desta sociedade, Barnes tornou-se rico, mas fez algo infinitamente maior. Provou que uma pessoa pode realmente pensar e ficar rica. Não tenho forma de saber a quantidade de dinheiro que rendeu esse primeiro desejo de Barnes. Talvez lhe tenha trazido dois ou três milhões de dólares, mas a quantia, qualquer que ela seja, torna-se insignificante se comparada com o maior bem que ele conquistou: o conhecimento decisivo de que um impulso intangível do pensamento pode ser transformado em recompensas materiais através da aplicação de princípios conhecidos. 19
PENSE E FIQUE RICO
Barnes literalmente pensou nele próprio como sócio do grande Edison! Pensou nele próprio rico. E não tinha nada com que começar, excepto saber o que queria e a determinação para se manter firme no desejo até o realizar.
A UM METRO DO OURO Uma das causas mais comuns do falhanço é o hábito de se desistir quando se é assaltado por uma derrota temporária. Todas as pessoas cometem este erro, num ou noutro momento. Um tio de R.U. Darby foi apanhado pela “febre do ouro” na época da corrida ao ouro e foi para o oeste do Colorado escavar e tornar-se rico. Ele nunca ouvira dizer que tinha sido retirado mais ouro das mentes dos homens do que da terra. Reclamou os direitos sobre um pedaço de terra e pôs-se a trabalhar com uma pá e uma picareta. Depois de semanas de trabalho, foi recompensado com a descoberta de um minério brilhante. Precisava de maquinaria para trazer o minério à superfície. Discretamente, cobriu a mina e regressou a casa em Williamsburg, em Maryland. Contou aos seus familiares e alguns vizinhos o seu achado. Em conjunto, juntaram o dinheiro necessário para a maquinaria e enviaram-na para a mina. R. U. Darby decidiu juntar-se ao tio, e regressaram ao trabalho na mina. O primeiro carro com minério foi carregado e enviado para uma fundição. Os resultados provaram que eles tinham uma das mais ricas minas do Colorado. Mais alguns carros com aquele minério chegariam para pagar as dívidas. Depois iriam começar os lucros. As brocas enterraram-se nas profundezas e as esperanças de Darby e do tio cresceram. Então, uma coisa aconteceu. O veio de ouro desapareceu! Tinham chegado ao fim do arco-íris e o pote de ouro já lá não estava. Continuaram a escavar, a tentar desesperadamente apanhar outra vez o veio de ouro – sem qualquer proveito. Finalmente, decidiram desistir. Venderam a maquinaria a um ferro-velho por algumas centenas de dólares e apanharam o comboio de regresso a casa. O ferro-velho pediu a um engenheiro de minas para dar uma olhadela à mina e 20
INTRODUÇÃO :: OS PENSAMENTOS SÃO COISAS
fazer alguns cálculos. O engenheiro informou que o projecto tinha falhado porque os proprietários não estavam familiarizados com o terreno. Os seus cálculos mostraram que o veio poderia ser encontrado apenas a um metro do sítio onde os Darby tinham parado de escavar. Foi exactamente aí que foi encontrado! O ferro-velho retirou milhões de dólares da mina porque sabia bem que era necessário pedir o conselho de especialistas antes de desistir. Muito mais tarde, Darby refez-se desta perda uma quantidade de vezes, quando fez a descoberta de que o desejo pode ser transmutado em ouro. A descoberta surgiu depois de ele ter entrado no negócio da venda de seguros de vida. Recordando-se de que tinha perdido uma enorme fortuna por ter parado a um metro do ouro, Darby lucrou com esta experiência na área de trabalho a que se dedicara. Simplesmente disse para si mesmo: “Eu parei a um metro do ouro, mas jamais irei parar só porque os homens me dizem não quando lhes ofereço um seguro.” Darby passou a fazer parte de um restrito grupo de homens que venderam anualmente mais de um milhão de dólares em seguros de vida. A sua firmeza deveu-se à lição que tinha aprendido com a desistência no negócio da mina de ouro. Antes do êxito surgir na vida de qualquer pessoa, é garantido que ela irá enfrentar bastantes derrotas temporárias e, talvez, algum falhanço. Quando a derrota domina uma pessoa, a coisa mais fácil e lógica a fazer é desistir. É exactamente isso que a maioria faz. Mais de cinco centenas dos homens de maior sucesso que este país alguma vez teve disseram-me que o seu maior êxito surgiu apenas um passo além do ponto em que a derrota os teria assolado. O falhanço é um vigarista com um apurado sentido de ironia e de manha. O seu maior prazer é passar uma rasteira a alguém quando o êxito está quase a ser alcançado.
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PENSE E FIQUE RICO
UMA LIÇÃO DE CINQUENTA CÊNTIMOS SOBRE PERSISTÊNCIA Pouco tempo depois de Darby ter recebido o seu diploma na “Universidade dos Grandes Azares”, testemunhou uma situação que lhe demonstrou que não nem sempre significa NÃO. Uma tarde, encontrava-se a ajudar o tio a moer trigo num velho moinho. O tio explorava uma grande quinta na qual vivia um grande número de rendeiros negros que ficavam com parte das colheitas. A porta abriu-se silenciosamente e uma pequena criança negra, a filha de um rendeiro, entrou e pôs-se junto à porta. O tio ergueu os olhos, viu a criança e rosnou-lhe asperamente: “O que é que queres?” Submissa, a criança respondeu: “A minha mamã diz para lhe mandares cinquenta cêntimos.” “Não mando”, o tio retorquiu. “Vai já para casa.” Mas ela não se mexeu. O tio prosseguiu com o trabalho sem reparar que ela não se tinha ido embora. Quando ergueu os olhos e a viu ainda ali, gritou-lhe: “Eu disse-te para ires para casa! Vai já ou dou-te com o chicote.” Mas ela não arredou pé. O tio largou uma saca de cereais que estava prestes a despejar no funil de carga do moinho e avançou em direcção à criança. Darby susteve a respiração. Ele sabia que o tio tinha um temperamento feroz. Quando o tio chegou ao sítio onde a criança permanecia, ela deu rapidamente um passo em frente, olhou-o nos olhos e gritou a plenos pulmões: “A minha mamã tem de ter os cinquenta cêntimos!” O tio parou, olhou para ela durante um minuto, meteu a mão ao bolso, tirou meio dólar e deu-lhe a moeda. A criança pegou no dinheiro e lentamente recuou em direcção à porta, sem nunca tirar os olhos do homem sobre quem ela tinha acabado de levar a melhor. Depois de ela se ter ido embora, o tio sentou-se numa caixa e ficou mais de dez minutos a olhar para o vazio através da janela. Estava a reflectir seriamente sobre a derrota que tinha acabado de sofrer. 22
INTRODUÇÃO :: OS PENSAMENTOS SÃO COISAS
Darby também reflectia. Tinha sido a primeira vez em toda a sua experiência de vida que tinha visto uma criança dominar deliberadamente um adulto. Como é que ela o conseguira fazer? O que é que acontecera ao seu tio para perder a ferocidade e tornar-se dócil como uma ovelha? Que estranho poder esta criança usou que a tornou senhora da situação? Estas questões passaram pela mente de Darby, mas não encontrou qualquer resposta até anos mais tarde, quando me contou esta história. Estranhamente, esta invulgar experiência foi-me contada no velho moinho, no mesmo lugar onde o tio tinha sofrido a sua derrota. Quando estávamos naquele moinho bafiento, Darby repetiu a história da invulgar conquista e terminou com a pergunta: “O que é que pensa disto? Que estranho poder usou aquela criança para derrotar completamente o meu tio?” A resposta a esta pergunta será encontrada nos princípios descritos neste livro. A resposta é completa e detalhada. contém detalhes e instruções suficientes para permitir a qualquer pessoa perceber e usar a mesma força que a pequena criança encontrou por acidente. Mantenha a sua mente alerta e perceberá exactamente que estranho poder veio em auxílio da criança. Poderá ter um vislumbre deste poder neste capítulo ou poderá surgir-lhe na mente num capítulo posterior. Se se mantiver alerta, haverá a possibilidade de encontrar algures neste livro a ideia que irá acelerar as suas capacidades receptivas e colocar sob o seu comando este poder irresistível. Poderá surgir sob a forma de uma ideia simples ou aparecer como um plano completo ou um propósito. Poderá até levá-lo a regressar às suas experiências passadas de falhanços e derrotas e, dessa forma, trazer à superfície algumas lições através das quais poderá recuperar tudo aquilo que perdeu com a derrota. Depois de ter explicado a Darby o poder que a criança utilizou sem o saber, ele rapidamente reconstituiu os seus trinta anos de experiência como vendedor de seguros de vida. Ao fazê-lo, tornou-se claro para ele que o seu sucesso se devia, em larga medida, à lição aprendida com aquela criança. Darby destacou: “Sempre que um potencial cliente tentava afastar-me sem comprar, eu via aquela criança a manter-se firme no 23
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velho moinho, com os grandes olhos a olharem furiosamente em desafio, e dizia para mim, ‘Eu tenho de fazer esta venda.’ A maior parte das vendas que fiz foram feitas depois de as pessoas terem dito não.” E relembrou também o seu erro por ter parado a apenas um metro do ouro. “Mas”, disse ele, “essa experiência foi uma bênção camuflada. Ensinou-me a continuar a insistir independentemente das dificuldades em seguir em frente, uma lição que precisei de aprender antes de conseguir ter êxito em qualquer coisa.” As experiências de Darby foram comuns e simples, mas continham a resposta ao destino da sua vida. Na verdade, elas foram tão importantes para ele como a própria vida e ele conseguiu lucrar com as duas dramáticas experiências porque as analisou e encontrou a lição que elas encerravam. Mas o que acontece se você não vir os acontecimentos da sua vida como sendo experiências de significado tão profundo? E o que é que acontece ao jovem que ainda não teve o mais pequeno falhanço para analisar? Onde e como é que ele irá aprender a arte de converter a derrota em degraus rumo à oportunidade? Foi por isso exactamente que este livro foi escrito – para responder a estas perguntas. Para dar a minha resposta elaborei treze princípios. Estes princípios funcionam individualmente ou em conjunto como catalisadores. A resposta específica de que você anda à procura pode já estar na sua mente. A leitura destes princípios pode ser o catalisador que faz com que a sua resposta lhe surja subitamente sob a forma de uma ideia, de um plano ou de um objectivo. Uma ideia sólida é tudo quanto precisa para ter êxito. Estes treze princípios contêm os melhores e mais eficazes meios de criar ideias.
CONSCIÊNCIA DO ÊXITO Antes de avançarmos na descrição destes princípios, julgo que tem direito a saber o seguinte: quando as riquezas começam a aparecer, surgem tão rapidamente e em tão grande abundância que uma pessoa 24
INTRODUÇÃO :: OS PENSAMENTOS SÃO COISAS
pergunta onde é que elas estiveram escondidas durante todos estes anos estéreis. Esta é uma afirmação espantosa, sobretudo quando tomamos em consideração a crença popular de que as riquezas só são alcançadas por aqueles que trabalham longa e arduamente. Quando começar a pensar e a ficar rico, irá observar que as riquezas têm início num estado de espírito, na definição precisa de objectivos, e com pouco ou nenhum trabalho árduo. O que precisa de saber é como chegar a esse estado de espírito que irá atrair as riquezas. Eu passei 25 anos a pesquisar a resposta a essa questão porque também queria saber “como é que os homens ricos se tornaram ricos”. Aquilo que irá aprender é que assim que começar a dominar os princípios desta filosofia e começar a seguir as instruções para aplicar esses princípios, verificará que a sua condição financeira começa a melhorar. Todas as coisas em que tocar irão transformar-se em vantagens para si. Impossível? De modo nenhum! Uma das principais fraquezas do homem comum é a excessiva familiaridade com a palavra impossível. Conhecemos todas as regras que não vão resultar. Sabemos todas as coisas que não podem ser feitas. Este livro foi escrito para aqueles que procuram as regras que trouxeram o sucesso a outros e que estão dispostos a apostar tudo nessas regras. O sucesso é alcançado por aqueles que despertam a consciência para o sucesso. O falhanço é para aqueles que se entregam à consciência do falhanço. O objectivo deste livro é ajudar todos os que procuram o sucesso a aprenderem a arte de mudar nas suas mentes a consciência do falhanço em consciência do êxito. Outra fraqueza é o hábito de medir tudo e todos a partir das suas próprias impressões e crenças. Algumas pessoas que lerem isto não acreditam que podem pensar e ficar ricas porque os seus hábitos de pensamento estão mergulhados na pobreza, na miséria, no falhanço e na derrota. Este tipo de pensamento faz-me lembrar a história de um homem que veio da China para estudar na Universidade de Chicago. Um dia, o reitor Harper encontrou-se com este jovem no campus da universidade 25
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e ficou a conversar com ele por alguns minutos. Perguntou-lhe qual era a característica que ele tinha achado ser a mais notável do povo americano. “Ora!”, exclamou o estudante, “a estranha forma dos vossos olhos.” É tudo uma questão de perspectiva e de hábito. O mesmo é verdade em relação à crença naquilo que uma pessoa consegue atingir. Se você criou o hábito de ver a vida apenas a partir da sua perspectiva pessoal, poderá cometer o erro de acreditar que as suas limitações são, de facto, a medida de todas as limitações.
O “IMPOSSÍVEL” MOTOR FORD V-8 Quando Henry Ford decidiu produzir o seu famoso motor V-8, optou por construir um motor com os oito cilindros fundidos num só bloco. Ford ordenou aos seus engenheiros que produzissem um plano do motor. O plano foi posto no papel, mas os engenheiros consideraram que seria humanamente impossível fundir numa só peça um bloco de motor com oito cilindros. Ford disse: “Produzam-no de qualquer maneira.” “Mas”, responderam eles, “é impossível!” “Avancem”, ordenou Ford, “e continuem a trabalhar até terem sucesso, leve o tempo que levar.” Os engenheiros avançaram. Passaram-se seis meses e nada aconteceu. Mais seis meses e ainda nada tinha acontecido. Os engenheiros tentaram todos os planos concebíveis para cumprirem as ordens, mas estas pareciam estar fora de alcance. “Impossível!” No final do ano, Ford encontrou-se com os engenheiros e mais uma vez eles informaram-no de que não tinham encontrado nenhuma forma de conseguirem cumprir as suas ordens. “Avancem”, disse Ford, “Eu quero e vou consegui-lo.” Eles prosseguiram e então, num golpe de magia, o segredo foi descoberto. A determinação de Ford tinha vencido uma vez mais! Henry Ford alcançou o sucesso porque percebeu e aplicou os princípios do sucesso. Um deles é o desejo: saber claramente aquilo que 26
INTRODUÇÃO :: OS PENSAMENTOS SÃO COISAS
se quer. Lembre-se da história de Ford e distinga as linhas através das quais o segredo desta estupenda proeza foi descrito. Se conseguir fazê-lo, se conseguir apontar com o dedo o grupo particular de princípios que tornaram Henry Ford rico, poderá igualá-lo nas suas proezas em quase todos os aspectos para que estiver talhado.
A RAZÃO POR QUE VOCÊ É “O SENHOR DO SEU DESTINO” Quando o famoso poeta inglês William Henley escreveu estas linhas proféticas, “Eu sou o senhor do meu destino, sou o comandante da minha alma”, deveria ter-nos dito que somos os senhores dos nossos destinos, os comandantes das nossas almas porque temos o poder de controlar os nossos pensamentos. Ele deveria ter-nos dito que tal acontece porque, de certo modo, os nossos cérebros ficam “magnetizados” com os pensamentos dominantes que mantivermos na nossa mente e é como se as nossas mentes magnetizadas atraíssem as forças, as pessoas, e as circunstâncias da vida que estão em sincronia com os nossos pensamentos dominantes. Ele deveria ter-nos dito que antes de conseguirmos acumular riquezas em grande abundância, temos de magnetizar as nossas mentes com um desejo intenso de riqueza, temos de nos tornar “conscientes do dinheiro” até que o desejo por dinheiro nos conduza a criar planos precisos para o adquirirmos. Mas, sendo um poeta, Henley ficou satisfeito em apresentar uma grande verdade de forma poética, deixando para aqueles que vieram depois dele a interpretação do significado filosófico daquelas linhas. A pouco e pouco, a verdade revelou-se, até eu ter a certeza de que os princípios descritos neste livro contêm o segredo do domínio do nosso destino económico.
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PENSE E FIQUE RICO
PRINCÍPIOS QUE PODEM MUDAR O SEU DESTINO Estamos prontos para examinar o primeiro destes princípios e, à medida que o fizermos, peço-lhe que mantenha uma atitude de mente aberta. Lembre-se, à medida que for lendo, que estes princípios não são uma invenção minha, nem são uma invenção de qualquer outra pessoa. Estes princípios funcionaram literalmente com milhões de pessoas. Também você poderá colocá-los em prática em seu próprio benefício. Irá achar muito fácil e nada difícil fazê-lo. Há alguns anos, fiz a palestra de entrega dos diplomas na Universidade de Salem, em Salem, na West Virginia. Realcei com tanta veemência a necessidade de ter um desejo ardente que um dos alunos diplomados ficou completamente convencido e fez disso a pedra basilar da sua própria filosofia. Esse jovem tornou-se congressista e um elemento importante da administração de Franklin D. Roosevelt. Ele escreveu-me uma carta na qual apresentava tão claramente a sua opinião sobre o princípio do desejo abordado no próximo capítulo, que decidi publicá-la como introdução ao próximo capítulo. Meu caro Napoleon: Tendo-me dado o meu cargo no Congresso um conhecimento profundo dos problemas dos homens e das mulheres, venho escrever-lhe para oferecer uma sugestão que poderá ser útil a centenas de pessoas que a mereçam. Em 1922, quando fez a palestra da entrega dos diplomas na Universidade de Salem, eu era um dos alunos diplomados. Nessa palestra, fez brotar na minha mente uma ideia que foi responsável pela oportunidade que agora tenho de servir as pessoas do meu Estado, e será responsável, em maior medida, por todo o sucesso que eu venha a ter no futuro. Lembro-me, como se fosse ontem, da maravilhosa descrição que fez do método com o qual Henry Ford chegou ao topo, mesmo com pouca escolaridade, sem um tostão e sem amigos influentes. Decidi nessa altura, mesmo antes de ter terminado o discurso, que iria conquistar o meu lugar, independentemente das dificuldades que tivesse de superar. 28
INTRODUÇÃO :: OS PENSAMENTOS SÃO COISAS
Milhares de jovens irão terminar os seus estudos neste e nos próximos anos. Cada um deles estará à procura de uma mensagem prática de encorajamento como aquela que recebi de si. Quererão saber para onde se hão-de virar, o que fazer, como iniciar a vida. O senhor poderá dizer-lhes porque ajudou a resolver os problemas de muita, muita gente. Hoje em dia, há milhares de pessoas na América que gostariam de saber como converter as ideias em dinheiro, pessoas que têm de começar do zero, sem financiamentos, e precisam de recuperar as suas perdas. Se alguém as pode ajudar, é o senhor. Se publicar o livro, gostaria de ter o primeiro exemplar que for impresso, autografado pessoalmente por si. Com os meus mais sinceros cumprimentos, JENNINGS RANDOLPH Desde 1922, vi Jennings Randolph progredir até se ter tornado num dos maiores gestores de companhias áreas, num grande e edificante orador e senador da West Virginia. Trinta e cinco anos depois de ter feito aquele discurso, tive o prazer de regressar, em 1957, à Universidade de Salem e fazer o discurso de formatura. Nessa altura, recebi o grau honorário de Doutor de Literatura da Universidade de Salem.
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