I. Mensagem do Governador II. Conselho de Administração do Banco Nacional de Angola III. Corpo Directivo, Delegações Regionais e Centro de Desenvolvimento de Competências PARTE I – CONTEXTO ECONÓMICO-FINANCEIRO 1. Evolução da Economia Internacional a. Crescimento da Economia Mundial b. Comércio Internacional c. Preços d. Mercado Monetário e. Mercado Cambial f. Mercado Accionista g. Mercado das Commodities h. Perspectivas 2. Evolução da Economia Nacional a. Produto Interno Bruto b. Índice de Produção Industrial c. Indicador de Clima Económico d. Preços 3. Sector Fiscal a. Receita b. Despesa c. Saldos d. Financiamento 4. Contas Externas a. Balança de Pagamentos i. Conta Corrente ii. Conta de Capital e Financeira b. Reservas Internacionais Líquidas c. Taxa de Câmbio i. Taxa de Câmbio Nominal PARTE II – SISTEMA BANCÁRIO ANGOLANO 5. Desempenho do Sistema Bancário a. Activo b. Passivo c. Rendibilidade d. Liquidez e. Solvabilidade
11 12 13 15 16 16 18 19 20 21 23 24 25 25 25 27 28 28 30 31 32 33 33 33 33 34 35 35 36 36 37 38 38 39 40 40 40
6. Sistema de Pagamentos a. Estrutura do Sistema de Pagamentos de Angola b. Regulamentação dos Instrumentos de Pagamento c. Sistema de Liquidação por Bruto em Tempo Real – SPTR d. Subsistemas de Compensação e. Controlo das Reservas Obrigatórias PARTE III – RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 7. Actividades do Banco Nacional de Angola 7.1. Áreas de Negócio a. Comités Colegiais i. Política Monetária 1. Decisões sobre as Taxas de Juro Directoras 2. Análise do Panorama Monetário 3. Comportamento da Inflação ii. Estabilidade Financeira iii. Investimento b. Emissão Monetária c. Supervisão Comportamental 7.2. Actividades Corporativas a. Desenvolvimento Organizacional b. Gestão de Risco c. Recursos Humanos d. Tecnologias de Informação PARTE IV – DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 8. Demonstrações Financeiras Notas às Demonstrações Financeiras em 31 de Dezembro de 2013 e 2012 Relatório e Parecer do Conselho de Auditoria do BNA Relatório do Auditor Independente Glossário
41 41 41 41 44 47 49 50 50 50 50 50 57 60 63 64 64 65 73 73 74 75 76 77 78 81 135 139 141
Gráfico 1: Evolução das Exportações (%) Gráfico 2: Evolução das Importações (%) Gráfico 3: Taxas de Juro de Referência (%) Gráfico 4: Taxas de Juro a 3 meses Gráfico 5: Taxas de Juro de Longo Prazo (10 anos) Gráfico 6: Taxa de Câmbio das Moedas das Principais Economias Desenvolvidas face ao USD Gráfico 7: Índices Accionistas das Principais Economias Desenvolvidas Gráfico 8: Preços Internacionais das Matérias-Primas Energéticas Gráfico 9: Índice de Preços dos Alimentos Gráfico 10: Evolução do Indicador de Clima Económico Gráfico 11: Comportamento da Inflação Gráfico 12: Contribuição das Classes de Despesas na Inflação Gráfico 13: Receitas Fiscais (% do PIB) Gráfico 14: Estrutura das Receitas em 2013 Gráfico 15: Despesas Fiscais (% do PIB) Gráfico 16: Estrutura das Despesas Fiscais em 2013 Gráfico 17: Saldos Fiscais em 2013 Gráfico 18: Conta Corrente Gráfico 19: Conta Financeira Gráfico 20: Evolução das Reservas Internacionais Líquidas Gráfico 21: Estrutura do Activo Total Gráfico 22: Crédito Vencido/Crédito Total Gráfico 23: Estrutura do Passivo Total Gráfico 24: Rácio de Solvabilidade Gráfico 25: Estrutura do SPA, Situação Actual e Perspectivas Gráfico 26: Número de Operações no SPTR em 2013 Gráfico 27: Valor das Operações SPTR em 2013 Gráfico 28: Evolução Anual do SPTR Gráfico 29: Número e Montante de Documentos Compensados do SCV Gráfico 30: Número e Valor das Transferências Efectuadas no STC Gráfico 31: Número de Operações Multicaixa, por mês Gráfico 32: Número de Cartões e de Operações Financeiras (Médias Mensais) Gráfico 33: Base Monetária (Milhões de Kz) Gráfico 34: Resumo Geral de Emissão de Títulos em 2013 Gráfico 35: Resumo Geral de Resgate de Títulos em 2013 Gráfico 36: Pagamento de Juros em 2013
18 19 20 20 21 22 23 24 24 28 28 29 31 31 32 32 33 34 35 36 38 39 39 40 41 42 43 44 45 46 46 47 51 52 53 53
Gráfico 37: Stock de Títulos em 2013 Gráfico 38: Evolução das Taxas de Juro do Mercado Primário em 2013 Gráfico 39: Evolução da LUIBOR em 2013 Gráfico 40: Venda de Divisas e Taxas de Câmbio em 2013 Gráfico 41: Activos Externos Líquidos Gráfico 42: Activos Internos Líquidos Gráfico 43: Crédito à Economia Gráfico 44: Meios de Pagamento Gráfico 45: Representação Financeira (Milhões de Kz) da Emissão vs Circulação Monetária em 2013 Gráfico 46: Evolução Homóloga das Contas e Cartões Gráfico 47: Evolução Homóloga das Contas Bankita e Bankita a Crescer Gráfico 48: Contas por Províncias Gráfico 49: Tipologia de Documentos Gráfico 50: Tipologia de Movimentos em Contas Bankita Gráfico 51: Estrutura por Género Gráfico 52: Estrutura Etária Gráfico 53: Estrutura por Actividade Profissional Gráfico 54: Evolução da Taxa Estimada de Bancarização Gráfico 55: Contribuição das Contas Bankita para a Bancarização, 2012 e 2013 Gráfico 56: Reclamações por Tipo de Bancos (Estrutura Percentual) Gráfico 57: Recepção de Reclamações por Tipo de Entidade (Estrutura Percentual) Gráfico 58: Motivo da Reclamação (Estrutura Percentual) Gráfico 59: Carteira de Projectos em Curso Gráfico 60: Antiguidade por Número de Trabalhadores Gráfico 61: Idade dos Trabalhadores Gráfico 62: Formação Académica dos Trabalhadores
54 55 55 56 57 58 58 59 64 66 66 67 68 68 69 69 70 71 71 72 72 73 74 75 75 76
Quadro 1: Evolução do Produto Interno Bruto Quadro 2: Inflação (%) Quadro 3: Indicadores Macroeconómicos Quadro 4: Taxas de Crescimento do PIB Real (%) Quadro 5: Estrutura Percentual do Produto Interno Bruto (%) Quadro 6: Índice de Produção Industrial (%) Quadro 7: Execução Fiscal 2013 - Informação Preliminar Quadro 8: Taxa de Câmbio e Variação Cambial Anual Quadro 9: Número de Operações Liquidadas no SPTR em 2013 Quadro 10: Valor das Operações Liquidadas no SPTR em 2013 (Kz Mil Milhões) Quadro 11: Número e Valor (Kz Mil Milhões) de Operações Liquidadas no SPTR Quadro 12: Evolução dos Subsistemas de Compensação Quadro 13: Histórico das Decisões do CPM em 2013 Quadro 14: Componentes das Séries Temporais Identificados na Inflação Quadro 15: Balanços em 31 de Dezembro de 2013 e 2012 (Proforma) e em 1 de Janeiro de 2012 (Abertura) Quadro 16: Demonstrações dos Resultados para os Exercícios Findos em 31 de Dezembro de 2013 e 2012 (Proforma) Quadro 17: Demonstrações das Alterações nos Capitais Próprios para os Exercícios Findos em 31 de Dezembro de 2013 e 2012 (Proforma) Quadro 18: Demonstrações dos Resultados e do Outro Rendimento Integral para os Exercícios Findos em 31 de Dezembro de 2013 e 2012 (Proforma) Quadro 19: Demonstrações dos Fluxos das Operações em Moeda Estrangeira para os Exercícios Findos em 31 de Dezembro de 2013 e 2012 (Proforma)
17 19 25 26 26 27 30 36 42 43 44 45 50 61 78 79 79 80 80
Mensagem do Governador .11
O ano de 2013 foi caracterizado por um maior dinamismo da economia mundial, sobretudo no último trimestre, ocasião em que foram divulgados dados animadores sobre a retoma do crescimento económico nas principais economias. No contexto interno, destaca-se o crescimento real do PIB acima da média dos exercícios imediatamente precedentes, sem perturbação da estabilidade macroeconómica. A taxa de inflação situou-se em 7,69% em Dezembro de 2013, tendo mantido o curso decrescente dos últimos anos. Uma nova família do Kwanza entrou em circulação em 2013, destacando-se não apenas o enquadramento entre traços identificativos da cultura nacional e o potencial hidrográfico do país que as novas notas realçam, mas o facto de se ter reintroduzido moedas metálicas na economia. De facto, depois de uma ausência de mais de 15 anos, a moeda metálica voltou a retomar o seu curso, facilitando o pagamento de pequenos valores e a obtenção do troco certo, mas também permitindo uma gestão mais equilibrada do meio circulante. A implementação do Novo Regime Cambial para o Sector Petrolífero tem sido bem sucedida, sendo de destacar a terceira fase no início do segundo semestre do ano, ocasião em que os bens e serviços contratados pelas empresas operadoras do sector petrolífero passaram a ser pagos em moeda nacional. O BNA deixou de ser o único provedor de divisas ao mercado, tendo-se tornado normal observar períodos em que o volume de transacções de divisas no mercado secundário foi superior ao do mercado primário. Ao longo do ano, a taxa de câmbio de referência do Kwanza face ao dólar norte-americano, registou uma depreciação de apenas 1,85%. O nível de reservas internacionais líquidas cifrou-se em USD 30.945,30 milhões no final de 2013, permitindo que o rácio de meses de importação se situasse em cerca de 8 meses, acima do patamar de 6 meses, um dos indicadores de convergência macroeconómica da SADC. O sistema bancário angolano expandiu em 2013. Em Dezembro, o activo total cifrava-se em Kz 6.649.316,21 milhões, um crescimento de 11% face a Kz 5.982.813,20 milhões registados em Dezembro de 2012. Este crescimento foi motivado principalmente pelo aumento da carteira de crédito em cerca de Kz323.619 milhões (13,52%). O sistema, como um todo, manteve a sua solidez financeira, ao registar um rácio de solvabilidade de 19,47%, acima do limite mínimo exigido, de 10%. No que diz respeito à regulamentação do sistema bancário, mereceu especial atenção, a governação das instituições financeiras bancárias, designadamente o respeito das boas práticas. Com efeito, foram publicados pelo Banco Nacional de Angola, Avisos relacionados com a Governação Corporativa e com o Sistema de Controlo Interno. Não menos importante foi a publicação do Guia sobre a Implementação do Combate ao Branqueamento de Capitais e Financiamento ao Terrorismo. A nível do sistema de pagamentos, procurámos trazer mais eficiência e qualidade ao nosso sistema. Todas as transferências interbancárias a crédito, passaram a ser obrigatoriamente efectuadas através do Subsistema de Transferências a Crédito (STC) ou do Sistema de Pagamentos em Tempo Real (SPTR). A robustez e qualidade do sistema bancário é importante para que o processo de inclusão financeira decorra normalmente, sendo de registar que cerca de 50% da população adulta é titular de conta bancária. Durante o ano de 2013, o Banco Nacional de Angola ajustou os seus procedimentos de tratamento e divulgação da informação contabilística às melhores práticas internacionais, ao apresentar as primeiras Demonstrações Financeiras de acordo com as Normas Internacionais de Contabilidade e Relato Financeiro (IFRS). A adopção deste referencial contabilístico, atendeu às especificidades e características dos bancos centrais, nomeadamente nos seguintes aspectos: (i) natureza e função dos bancos centrais, enquanto autoridade monetária e cambial; (ii) Legislação nacional, no que se refere à constituição de reservas e distribuição de resultados e (iii) a inexistência de normas específicas para o tratamento contabilístico do Ouro e das notas e moedas em circulação. Os resultados alcançados em 2013 foram possíveis com o empenhamento e devoção de todo o colectivo de responsáveis e trabalhadores do BNA, sendo justo deixar aqui uma palavra de apreço e reconhecimento. Todavia, o futuro impõe-nos desafios cada vez maiores, sendo por isso crucial manter o espírito de equipa, empenhamento e dedicação, visando o melhor contributo para o crescimento sustentável de Angola. O Plano Nacional de Desenvolvimento prevê metas ambiciosas em todos os quadrantes da vida económica e social do país. O BNA procurará participar no seu alcance, através da condução de uma política monetária propiciadora de um ambiente de estabilidade macroeconómica, condição que cremos ser fundamental para o desenvolvimento económico sustentável e para a melhoria das condições de vida das nossas populações. O presente relatório procura resumir a actividade económica internacional e doméstica, as principais actividades e os resultados financeiros do Banco Nacional de Angola, no ano de 2013.
José de Lima Massano Governador
12. Relatório e Contas 2013
GOVERNADOR José de Lima Massano VICE-GOVERNADORES Ricardo Viegas D’Abreu s António André Lopes ADMINISTRADORES António Ramos da Cruz s Cristina Van-Dúnem s Vitor Costa e Silva s Manuel António
Corpo Directivo .13
Gabinete do Governador Ana Maria de Oliveira
Departamento de Estatísticas Manuel Tiago Dias
Gabinete de Comunicação Institucional Amélia Borja Neto
Departamento de Operações Bancárias Marta Barroso Chiquito Paixão e Silva
Gabinete de Desenvolvimento Organizacional Maria Adelaide Coelho Pires de Almeida
Departamento Jurídico Hernâni Santana
Departamento de Auditoria Interna Maria Filomena Domingos António de Sousa
Departamento de Recursos Humanos Tavares André Cristovão
Departamento do Meio Circulante Domingos Pinto
Departamento de Tecnologias de Informação João Fernando Quiúma
Departamento de Mercados de Activos Ana Paula José Alves Coelho
Departamento Administrativo Ana Maria Cardoso Policarpo Gaspar Martins
Departamento de Sistemas de Pagamentos João Romão Coje
Departamento de Património e Serviços Maria Madalena João Disso
Departamento de Gestão de Reservas David Mauro Figueiredo de Carvalho
Departamento de Contabilidade e Gestão Financeira Lúcia Nkengue Domingos Elisa
Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras Beatriz Ferreira de Andrade dos Santos
Departamento de Gestão de Risco Sérgio Serrão
Departamento de Controlo Cambial Marília de Fátima Trindade Viana Poças
Departamento de Supervisão Comportamental Avelino Caridade dos Santos
Departamento de Estudos Económicos Pedro Castro e Silva
Delegação Regional de Cabinda Sebastião Franque Banganga
Delegação Regional de Malange José Baptista
Delegação Regional da Huíla Joaquim Dias dos Santos Neto
Delegação Regional do Huambo Rafael Bumba
Delegação Regional de Benguela Luís Henrique da Silva
Centro de Desenvolvimento de Competências Daniela Sousa
16. Relatório e Contas 2013
1. Evolução da Economia Internacional O ano de 2013 ficou marcado pelos sinais de recuperação da economia norte-americana, pelo fim da recessão da Zona Euro e pela vulnerabilidade das economias emergentes à queda dos preços das commodities nos mercados internacionais e ao programa de estímulos monetários da Reserva Federal norte-americana, causando fortes desvalorizações das moedas dos países emergentes e perdas nos índices bolsistas.
a. Crescimento da Economia Mundial Ao longo de 2013 sucederam-se revisões em baixa dos cenários de expansão económica. As economias emergentes foram afectadas de forma mais expressiva, tendo sido desanimador o crescimento do produto interno bruto. O FMI divulgou no “World Economic Outlook” de Janeiro de 2014 informação recente sobre a actividade económica mundial, tendo sido revisto em alta para 3,00% em 2013 e 3,70% em 2014, assente nos dados relativos ao IV trimestre de 2013. Esta revisão em alta justifica-se pelo desempenho acima das expectativas das principais economias desenvolvidas, com destaque para os EUA, Zona Euro, Reino Unido e Japão. Contudo, o FMI alerta para a possibilidade de uma multiplicidade de riscos, nomeadamente, especulação nos mercados, pressões inflacionistas, assim como da saída de fluxos de capital das economias emergentes, em resultado da redução gradual do programa “quantitative easing” (QE) da Reserva Federal norte-americana.
Contexto Económico-Financeiro .17
Quadro 1 - Evolução do Produto Interno Bruto Evolução da Economia Mundial1
2011
2012
2013
2014
2015
Economia Mundial
3,90
3,10
3,00
3,70
3,90
Economias Desenvolvidas
1,70
1,40
1,30
2,20
2,30
(variação percentual, salvo indicação em contrário) Crescimento do PIB
Previsões
EUA
1,80
2,80
1,90
2,80
3,00
Zona Euro
1,50
-0,70
-0,40
1,00
1,40
Alemanha
3,40
0,90
0,50
1,60
1,40
França
2,00
0,00
0,20
0,90
1,50
Itália
0,40
-2,50
-1,80
0,60
1,10
Espanha
0,10
-1,60
-1,20
0,60
0,80
Japão
-0,60
1,40
1,70
1,70
1,00
Reino Unido
1,10
0,30
1,70
2,40
2,20
6,20
4,90
4,70
5,10
5,40
Rússia
4,30
3,40
1,50
2,00
2,50
China
9,30
7,70
7,70
7,50
7,30
Índia
6,30
3,20
4,40
5,40
6,40
2,70
1,00
2,30
2,30
2,80
ASEAN
4,50
6,20
5,00
5,10
5,60
América Latina e Caraíbas
4,60
3,00
2,60
3,00
3,30
Médio Oriente, Norte de África, Afeganistão e Paquistão
3,90
4,10
2,40
3,30
4,80
África Subsaariana
5,50
4,80
5,10
6,10
5,80
SADC
5,36
4,75
5,07
5,70
…
Economias Desenvolvidas
4,70
1,00
1,40
3,40
4,10
Economias Emergentes e em Desenvolvimento
8,80
5,70
5,30
5,90
6,50
Economias Desenvolvidas
5,70
2,00
2,70
4,70
…
Economias Emergentes e em Desenvolvimento
6,80
4,20
3,50
5,80
…
Petróleo
31,60
1,00
-0,90
-0,30
-5,20
Não Petrolíferas
17,90
-10,00
-1,50
-6,10
-2,40
Economias Desenvolvidas
2,70
2,00
1,40
1,70
1,80
Economias Emergentes e em Desenvolvimento
7,10
6,00
6,10
5,60
5,30
Economias Emergentes e em Desenvolvimento
Brasil 2
Comércio Mundial Importação
Exportação
Preço das Commodities (USD)
Índice de Preços ao Consumidor
Fonte: FMI, World Economic Outlook (Update), Janeiro 2014; Indicadores de Convergência da SADC. 1 Correspondem a taxas de crescimento anualizadas. 2 Grupo de cinco países: Indonésia, Malásia, Filipinas, Tailândia e Vietname.
18. Relatório e Contas 2013
Os novos dados do FMI, que actualizam parcialmente os divulgados em Outubro de 2013, reflectem o maior dinamismo das economias denominadas como “avançadas”, especialmente aeconomianorte-americana onde agora é esperado que em 2013e 2014 o PIB real acelere para1,90% e 2,80%, a Japonesa para 1,70% em ambos os períodos e o Reino Unido para 1,70% e 2,40%, respectivamente. No caso da Zona Euro, as perspectivas de crescimento são mais moderadas (passando a taxa de crescimento de -0,4% em 2013 para 1,0% em 2014). Em relação às economias emergentes, as previsões também sofreram poucas alterações, com uma revisão do crescimento económico da China (de 7,60% para 7,70% em 2013 e 7,50% em 2014) e Índia (de 3,80% para 4,40% em 2013 e 5,40% em 2014). Contudo, prevê-se uma revisão em baixa no caso do Brasil (de 2,50% para 2,30% em 2013 e 2014) e uma manutenção na Rússia (em 1,50% em 2013 e uma subida para 2,0% em 2014). Em contrapartida, a África Subsaariana apresenta um crescimento económico robusto e elevado. Apesar de constrangimentos internos em vários países, terá crescido 5,1% em 2013 devido ao aumento das exportações de petróleo. Em geral, a região ficou marcada pela queda da produção de petróleo da Nigéria e pelo aumento da insegurança na República Centro-Africana. A procura interna, os fluxos de investimento directo estrangeiro em crescimento (43 mil milhões de dólares em 2013, contra 37 mil milhões de dólares em 2012) e os baixos níveis de inflação devem ajudar a sustentar o crescimento regional de 6,1% em 2014. A região é relativamente indiferente ao aumento das taxas de juros globais, mas muito vulnerável a possíveis quedas nos preços das commodities e a riscos internos relacionados com choques agrícolas e políticos. Em relação à região da SADC, prevê-se uma taxa de crescimento do PIB de 5,07% em 2013 e 5,70% em 2014.
b. Comércio Internacional Pela primeira vez em dois anos, verificou-se uma recuperação do crescimento do comércio mundial, com as exportações e importações dos principais blocos económicos a crescerem, embora a um nível inferior ao observado em 2011.
Gráfico 1 - Evolução das Exportações (%) 10,00% 9,00% 8,00% 6,80
7,00% 6,00%
5,80
5,70
5,00%
4,70
4,20
4,00%
3,50 2,70
3,00% 2,00
2,00%
Economias Desenvolvidas
1,00% Economias Emergentes e em Desenvolvimento
0,00% 2011
2012
2013
Previsões 2014
Fonte: FMI, World Economic Outlook Update, Janeiro 2014. Obs: São taxas de crescimento anualizadas.
Em 2013, o total de exportações das economias desenvolvidas cresceu em média 2,70%, mais de 0,70 p.p. em relação ao ano anterior, enquanto que o total de exportações das economias emergentes e em desenvolvimento registou um crescimento de 3,50%, menos 0,70 p.p. relativamente a 2012. Observa-se uma desaceleração nas economias emergentes e em desenvolvimento, no entanto o seu crescimento continuou a ser superior ao das economias desenvolvidas, e de acordo com os últimos dados do FMI (WEO, Janeiro de 2014), tenderá a retomar elevadas taxas no ano de 2014 (para 5,80%).
Contexto Económico-Financeiro .19
Gráfico 2 - Evolução das Importações (%) 10,00% 8,80
9,00% 8,00% 7,00%
6,50
5,00%
5,90
5,70
6,00%
5,30
4,70 4,10
4,00%
3,40
3,00% 2,00%
1,40
1,00
1,00%
Economias Desenvolvidas Economias Emergentes e em Desenvolvimento
0,00% 2011
2012
2013
Previsões 2014
Previsões 2015
Fonte: FMI, World Economic Outlook Update, Janeiro 2014. Obs: São taxas de crescimento anualizadas.
Relativamente ao total das importações no ano 2013, as economias desenvolvidas apresentaram uma subida de 0,40 p.p. para 1,40%. As economias emergentes e em desenvolvimento, por seu lado, registaram uma redução de cerca de 0,40 p.p. face a 2012. A redução das importações é resultante da desaceleração do crescimento das principais economias emergentes, limitadas por constrangimentos do lado da oferta, sobretudo ao nível de infra-estruturas. A contribuição destas economias para o crescimento mundial tenderá a diminuir, sendo compensado pelo crescimento das economias desenvolvidas.
c. Preços Face aos reduzidos níveis de inflação, o FMI considera a deflação como um dos riscos mais importantes para as economias desenvolvidas, nomeadamente para alguns países da Zona Euro, num momento em que a política monetária está limitada pelas taxas de juro próximas de zero. Neste contexto, o FMI recomenda ao Banco Central Europeu (BCE) a continuação de uma política monetária expansionista.
Quadro 2 - Inflação (%) Índice de Preços ao Consumidor 2011
2012
2013
2014
2015
Economias Desenvolvidas
2,70
2,00
1,40
1,70
1,80
Economias Emergentes e em Desenvolvimento
7,10
6,00
6,10
5,60
5,30
Previsões
Fonte: FMI, World Economic Outlook, Update, Janeiro 2014.
Especificamente, as economias desenvolvidas registaram uma diminuição dos níveis de inflação de 2,00% para 1,40% (menos 0,60 p.p.), devido a ajustamentos estruturais em algumas economias com peso a nível mundial, e à queda dos preços das commodities energéticas, em particular do petróleo. Na Zona Euro, assiste-se a um processo de redução da inflação, enquanto a economia japonesa caminha para um cenário de inflação. Na verdade, a recuperação da actividade económica, o aumento da procura e a melhoria do mercado de trabalho, contribuem para a lenta aceleração da subida dos preços ao consumidor no Japão. As economias emergentes e em desenvolvimento registaram uma ligeira subida da taxa de inflação em 2013, de 6,00% para 6,10% (mais 0,10 p.p.), continuando a apresentar taxas superiores em relação às economias desenvolvidas. Dentro deste conjunto de economias destaca-se a economia brasileira, por ter registado uma aceleração da inflação anual de 0,07 p.p. para 5,91%, em consequência da subida dos preços do sector dos transportes, da área de saúde e dos produtos alimentares e bebidas.
20. Relatório e Contas 2013
Em 2013, foi observado na maioria dos países da SADC um abrandamento do índice de preços do consumidor, destacando-se: Malawi ao ter registado uma diminuição de 11,60 p.p. (para 23,50%), Tanzânia 5,90 p.p. (para 6,20%), Botswana 3,40 p.p. (para 4,10%), Seychelles 2,50 p.p. (para 3,40%), Swazilândia 2,20 p.p (para 4,40%) e Zimbabwe 2,18 p.p (0,33%). Na África do Sul a variação de preços manteve-se no patamar de 5,40%.
d. Mercado Monetário No período em análise, os principais bancos centrais das economias desenvolvidasdecidiram manter as suas taxas de juro de política monetária, à excepção do BCE que reduziu por duas vezes a sua taxa de referência em 25 p.b., uma no mês de Maio e outra no mês de Novembro, enquanto que o BoE, a FED e o BoJ mantiveram as suas taxas de referência e os programas de estímulos económicos.
Gráfico 3 - Taxas de Juro de Referência 1,50
1,25
1,00
0,75
0,50
Jan’11 Fev’11 Mar’11 Abr’11 Mai’11 Jun’11 Jul’11 Ago’11 Set’11 Out’11 Nov’11 Dez’11 Jan’12 Fev’12 Mar’12 Abr’12 Mai’12 Jun’12 Jul’12 Ago’12 Set’12 Out’12 Nov’12 Dez’12 Jan’13 Fev’13 Mar’13 Abr’13 Mai’13 Jun’13 Jul’13 Ago’13 Set’13 Out’13 Nov’13 Dez’13
0,25
Fonte: Bloomberg.
JPY
UK
EUA
ZONA EURO
Nas principais economias emergentes (BRICS), os bancos centrais decidiram manter as suas taxas de juro directoras, à excepção do Banco Central do Brasil (BCB) e da Índia (RBI). No caso do Brasil a taxa de juro de referência subiu de 7,25% em Janeiro para 10,00% em Dezembro (mais 2,75 p.p.). O BCB subiu seis vezes a taxa “Selic”, com vista a controlar a inflação. O RBI reviu a taxa de juro de referência em 2013 por cinco vezes, três em baixa, de 8,00% em Dezembro para os 7,25% em Maio; e duas em alta, de 7,25% em Maio para 7,75% em Outubro de 2013, sempre ao ritmo de 25 p.b. O Banco Central da África do Sul manteve ao longo de 2013 a sua taxa de juro de referência em 5,00%, apesar do défice da conta corrente se ter agravado (de 3,4% do PIB em 2012 para 6,3% do PIB em 2013). De salientar que a África do Sul registou o maior défice comercial dos últimos 4 anos, acompanhado por uma desvalorização da moeda, por greves e uma diminuição da procura global pelos seus produtos de exportação.
Gráfico 4 - Taxas de Juro a 3 meses 2,00
1,50
1,00
0,50
Fonte: Bloomberg.
Libor EUA - 3M
Euribor - 3M
Libor UK - 3M
Libor JPY - 3M
Nov’13
Set’13
Jul’13
Mai’13
Mar’13
Jan’13
Nov’12
Set’12
Jul’12
Mai’12
Mar’12
Jan’12
Nov’11
Set’11
Jul’11
Mai’11
Mar’11
Jan’11
0,00
Contexto Económico-Financeiro .21
O ano em análise ficou marcado pelo excesso de liquidez no mercado monetário. Num contexto de taxas de juro nominais em níveis próximos de zero, as principais autoridades monetárias recorreram a medidas alternativas de política monetária com o intuito de reduzir os custos de financiamento e fomentar o crescimento económico.Perante as políticas acomodatícias dos principais bancos centrais mundiais, as principais taxas de juro de curto prazo (Euribor e Libor nas diversas moedas a 3 meses) no mercado monetário apresentaram em 2013 um comportamento estável, embora com uma tendência ligeira de queda.
Gráfico 5 - Taxas de Juro de Longo Prazo (10 anos) 4,00 3,50
Percentagem
3,00 2,50 2,00 1,50 1,00
Jan’11 Fev’11 Mar’11 Abr’11 Mai’11 Jun’11 Jul’11 Ago’11 Set’11 Out’11 Nov’11 Dez’11 Jan’12 Fev’12 Mar’12 Abr’12 Mai’12 Jun’12 Jul’12 Ago’12 Set’12 Out’12 Nov’12 Dez’12 Jan’13 Fev’13 Mar’13 Abr’13 Mai’13 Jun’13 Jul’13 Ago’13 Set’13 Out’13 Nov’13 Dez’13
0,50
Gilts UK - 10 anos
Bonds Japão - 10 anos
Treasuries EUA - 10 anos
Bunds Alemanha - 10 anos
Fonte: Bloomberg.
A subida das taxas de juro das obrigações de tesouro no ano 2013,sinalizou um cenário mais favorável de crescimento, de diminuição de riscos e de expectativas de evolução da política monetária nas principais autoridades. Nos EUA e no Reino Unido, o comportamento foi mais acentuado, antecipando a possibilidade de no próximo ano, as yields das obrigações soberanas a 10 anos se situaremno intervalo entre 3,5% e 4,0%. Na Alemanha, que serve de referência para a Zona Euro, as yields situar-se-ão num intervalo entre 2,5% e 3,0%,enquanto que as Obrigações de Tesouro do Japão apresentaram uma tendência de queda, numa economia que tem tentado sair de uma zona deflacionista que a tem caracterizado nas últimas duas décadas. Os programas introduzidos no início do ano, incidindo sobre as compras de activos e cedências ilimitadas de liquidez ao sector bancário, contribuíram para manter uma tendência de queda nas taxas de juro ao indicar ao mercado a presença de um comprador de última instância (“buyeroflast resort”). De igual forma, a sinalização do comportamento expectável para as taxas de juro de referência (“forward-guidance”), tendo em conta as metas prosseguidas por cada banco central, foi também importante para manter as taxas do mercado monetário próximas de zero. Para 2014, poderá ser esperado um menor ritmo de expansão monetária acompanhado por uma recuperação da economia real. No entanto, a transmissão da política monetária à economia real continua limitada por vários factores, impedindo uma recuperação mais rápida destas economias, sugerindo a manutenção de taxas de juro em níveis reduzidos por um longo período de tempo.As políticas monetárias divergentes por parte dos bancos centrais podem condicionar as taxas de juro de curto e de longo prazo.
e. Mercado Cambial Em 2013, o dólar norte-americano apreciou-se contra a maior parte das moedas (com excepção da moeda única europeia), decorrente, sobretudo, da incerteza quanto à aprovação do orçamento norte-americano e do início da redução do programa QE. Contra a libra esterlina, o dólar valorizou 2% no ano, tendo em conta que foi uma moeda igualmente com grande procura pelos investidores, sobretudo com o objectivo de cobertura face ao risco de fuga de capitais de algumas economias emergentes. Todavia, foi contra o iene que o dólar registou a maior apreciação, cerca de 20%, em resultado da fragilidade mostrada pela moeda nipónica, devido fundamentalmente à implementação de uma política monetária ultra-expansionista por parte do banco central. O Euro mostrou-se mais fortalecido com o fim da crise da dívida soberana de algumas economias periféricas, evidenciado pelo fim dos programas de ajuda financeira à Irlanda e pela conclusão muito próxima do de Portugal. Após um período de forte volatilidade, o Euro apreciou-se em 2013, encerrando o ano com valorizações em relação a quase todas as moedas internacionais. A paridade EUR/USD registou uma apreciação de 4,37%, tendo fechado o ano com a moeda única cotada em USD 1,379, um máximo histórico nos últimos 2 anos.
22. Relatório e Contas 2013
Gráfico 6 - Taxas de Câmbio das Moedas das Principais Economias Desenvolvidas face ao USD 1,8
120
1,7
100 80
1,5 1,4
60
1,3
USD/JPY
USD/EUR e USD/GBP
1,6
40
1,2 20
1,1
0 Jan’11 Fev’11 Mar’11 Abr’11 Mai’11 Jun’11 Jul’11 Ago’11 Set’11 Out’11 Nov’11 Dez’11 Jan’12 Fev’12 Mar’12 Abr’12 Mai’12 Jun’12 Jul’12 Ago’12 Set’12 Out’12 Nov’12 Dez’12 Jan’13 Fev’13 Mar’13 Abr’13 Mai’13 Jun’13 Jul’13 Ago’13 Set’13 Out’13 Nov’13 Dez’13
1
Fonte: Bloomberg.
USD/EUR
USD/GBP
USD/JPY
Com a alteração das expectativas dos investidores acerca da continuidade da política de flexibilização monetária da FED, deu-se início à saída de capitais das economias emergentes para as economias avançadas, agravando alguns problemas estruturais das principais economias emergentes (exceptuando a China), nomeadamente os jáelevados défices correntes, abrandamento da actividade económica e deterioração das contas públicas. De acordo com o Instituto de Finanças Internacionais (IFI), em 2012 o valor líquido dos capitais privados nos mercados emergentes era de 1.215 mil milhões de dólares, enquanto que em 2013 esse montante reduziu-se em 153 mil milhões de dólares, situando-se em 1.062 mil milhões de dólares.
Painel 1 - Taxas de Câmbio das Moedas das Principais Economias Emergentes face ao USD 75
6,60 12.000
10.000
50 9.000
45
USD/CNY
55
USD/IDR
11.000
60
10
6,50
65
6,40
9
6,30 8
6,20 6,10
7
6,00
40
USD/INR (Índia)
5,90
6 Jan’11 Abr’11 Jul’11 Out’11 Jan’12 Abr’12 Jul’12 Out’12 Jan’13 Abr’13 Jul’13 Out’13
Jan’11 Abr’11 Jul’11 Out’11 Jan’12 Abr’12 Jul’12 Out’12 Jan’13 Abr’13 Jul’13 Out’13
8.000
USD/IDR (Indonésia)
USD/CNY (China)
3,00
7,00 6,50
2,50 2,00
5,50 5,00
1,50
4,50
1,00
4,00 0,50
3,50 3,00 Jan’11 Abr’11 Jul’11 Out’11 Jan’12 Abr’12 Jul’12 Out’12 Jan’13 Abr’13 Jul’13 Out’13
0,00
Fonte: Bloomberg.
USD/ARS (Argentina)
USD/BRL (Brasil)
USD/BRL
USD/ARS
6,00
USD/ZAR (África do Sul)
USD/ZAR
70
USD/INR
11
6,70
13.000
Contexto Económico-Financeiro .23
Durante o exercício de 2013, as principais moedas das economias emergentes que mais depreciaramface ao dólar foram o peso argentino (com uma depreciação de 32,5%) e a rúpia indonésia (com uma queda de 26%). O rand sul-africano perdeu ao longo do ano cerca de 22% em relação ao dólar, o real brasileiro desvalorizou 14% e a rúpia indiana 12%. De realçar que nestes três países as autoridades monetárias tiveram que intervir no mercado cambial, através da venda de reservas ou através da subida das taxas de juro de referência, por forma a conter a depreciação das suas moedas e controlar a inflação. O renminbi foi das poucas moedas que se apreciou face ao dólar, 2,9% ao longo de 2013, numa altura em que a economia chinesa cresceu menos do que o esperado. No final do ano, o Banco Popular da China (PBoC) injectou mais moeda para o sistema bancário para tentar aliviar a agitação no mercado, no entanto as taxas retomaram a tendência de subida.
f. Mercado Accionista O ano que termina foi excepcional para as principais bolsas mundiais, tendo sido liderado pelas bolsas norte-americanas.
Gráfico 7 - Índices Accionistas das Principais Economias Desenvolvidas 160
120
80
40
Jan’11 Fev’11 Mar’11 Abr’11 Mai’11 Jun’11 Jul’11 Ago’11 Set’11 Out’11 Nov’11 Dez’11 Jan’12 Fev’12 Mar’12 Abr’12 Mai’12 Jun’12 Jul’12 Ago’12 Set’12 Out’12 Nov’12 Dez’12 Jan’13 Fev’13 Mar’13 Abr’13 Mai’13 Jun’13 Jul’13 Ago’13 Set’13 Out’13 Nov’13 Dez’13
0
S&P 500 (EUA)
EuroStoxx 600 (Europa)
FTSE 100 (Reino Unido)
IBovespa (Brasil)
FTSE/JSE (África do Sul)
Shangai Composite Index (China)
Nikkey 225 (Japão)
BSE Sensex 30 (Índia)
Fonte: Bloomberg.
O índice S&P 500 fechou o ano com um ganho de 26% para 1.848,36 pontos. O índice Nikkei 225 obteve um desempenho excepcional, tendo registado uma subida de 45% no ano, dadas as boas condições económico-financeiras verificadas no país, com uma taxa de inflação e de juro próximas de zero. No período em análise, o índice EuroStoxx 600 cresceu 16%, tendo fechado o ano em 328,26 pontos, enquanto que o índice FTSE 100 do Reino Unido subiu 13% para 6.749,09 pontos. Nas praças financeiras sedeadas nas principais economias emergentes os resultados apresentaram-se mistos. Enquanto que na África do Sul (JSE 40) e na Índia (BSE Sensex 30) valorizaram 18% e 9%, no Brasil (IBovespa) e na China (Shangai Composite 50 Index) registaram quedas de 17% e 7%, respectivamente. Em suma, a expectativa de crescimento económico mundial oferece suporte aos mercados de capitais, traduzindo-se num sinal positivo em termos de ganhos acrescidos para as empresas, que possivelmente estarão a aumentar os seus lucros. Outro factor que torna atractiva as bolsas das economias avançadas,é o facto de as taxas de juro se encontrarem em níveis próximos de zero. Os riscos surgem do lado das economias emergentes que podem não conseguir alcançar as metas de crescimento, conforme projectado pelo FMI e pelo Banco Mundial.
24. Relatório e Contas 2013
g. Mercado das Commodities No sector energético, a evolução do preço do petróleo reflectiu um ambiente de baixo crescimento, reduzida inflação nas principais economias e manutenção da oferta de petróleo sem interrupções, diante da possibilidade cada vez mais remota,de uma intervenção militar na Síria. Os valores máximos do ano no Brent e no WTI foram 119,75 (no dia 12 de Fevereiro) e 112,24(no dia 28 de Agosto) dólares por barril, respectivamente. O consumo total de crude em 2013 (91,2 milhões de barris por dia) foi ligeiramente superior ao verificado em 2012 (90 milhões de barris por dia), e a Agência Internacional de Energia (AIE) espera uma média de 92,4 mb/d em 2014. A oferta foi sempre superior, acima dos 92 mb/d, com 34,0% da produção concentrada na Rússia, EUA e Árabia Saudita. Por outro lado, os dados económicos positivos nos EUA (queda da taxa de desemprego para 6,7%) e da China (exportações a crescerem acima das previsões de Novembro, elevando-se 12,7% face ao mesmo mês do ano anterior), sinalizam que o ritmo de crescimento económico está a recuperar. Quanto ao gás natural, a sua produção aumentou no final do ano, devido ao frio que se fez sentir nos países desenvolvidos. Ao longo do ano o contrato Henry Hub subiu cerca de 22% para os 4,23 dólares/MMBut.
Gráfico 8 - Preços Internacionais das Matérias-Primas Energéticas 6,00
120
5,00
110
4,00
100
3,00
90
2,00
80
1,00
70
Jan’11 Fev’11 Mar’11 Abr’11 Mai’11 Jun’11 Jul’11 Ago’11 Set’11 Out’11 Nov’11 Dez’11 Jan’12 Fev’12 Mar’12 Abr’12 Mai’12 Jun’12 Jul’12 Ago’12 Set’12 Out’12 Nov’12 Dez’12 Jan’13 Fev’13 Mar’13 Abr’13 Mai’13 Jun’13 Jul’13 Ago’13 Set’13 Out’13 Nov’13 Dez’13
USD/Barril
O preço WTI mais alto em 2013 foi atingido a 28 Ago.
USD/MMBut
O preço Brent mais alto em 2013 foi atingido a 12 Fev.
130
Brent
WTI
Gás Natural (Henry Hub)
Fonte: Bloomberg. Obs.: Gás Natural está expresso em USD/milhões de BTU; Brent e WTI estão expressos em USD/barril.
No que respeita aos bens alimentares, o Índice de Preços dos Alimentos da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) encontrou-se em termos médios em 206,7 pontos em Dezembro de 2013, registando uma queda anual de 3,60%. As reduções dos preços estiveram associadas ao aumento das quantidades para exportação destes produtos, devido aos elevados stocks, à fraca procura em alguns meses do ano, bem como às boas colheitas. No entanto, o preço dos lacticínios atingiu valores recorde (+25,39%), pelo facto de a procura por produtos lácteos permanecer firme, especialmente na China, Norte de África, Médio Oriente e Rússia.
Gráfico 9 - Índice de Preços dos Alimentos 400 225
350
200
300 250
175
200 150 Jan’11 Fev’11 Mar’11 Abr’11 Mai’11 Jun’11 Jul’11 Ago’11 Set’11 Out’11 Nov’11 Dez’11 Jan’12 Fev’12 Mar’12 Abr’12 Mai’12 Jun’12 Jul’12 Ago’12 Set’12 Out’12 Nov’12 Dez’12 Jan’13 Fev’13 Mar’13 Abr’13 Mai’13 Jun’13 Jul’13 Ago’13 Set’13 Out’13 Nov’13 Dez’13
150
Fonte: FAO.
Índice de alimentos da FAO
Índice de preço dos lacticínios
Índice de preço dos cereais
Índice de preço do óleo
Índice de preço do açúcar
Índice de preço da carne
Contexto Económico-Financeiro .25
h. Perspectivas Para 2014, as economias desenvolvidas como os EUA, a Zona Euro, o Reino Unido e o Japão deverão aumentar as taxas reais de crescimento económico. Apesar de as economias emergentes se depararem com uma posição externa menos favorável à medida que forem reduzidos os estímulos monetários, continuarão a ser o grupo de economias com maior contribuição para o crescimento mundial. No entanto, e apesar das expectativas optimistas de retoma económica, o período que se aproxima para o sistema financeiro global será acompanhado por um aumento de riscos, nomeadamente especulação nos mercados, pressões inflacionistas, assim como asaída de capitais das economias emergentes. Em 2014, o processo de redução da liquidez introduzida mensalmente pela FED, poderá ser determinante no comportamento do dólar norteamericano em relação às principais moedas internacionais. O carácter acomodatício da política monetária manter-se-á nas economias avançadas, nomeadamente nos EUA e na Zona Euro. No entanto, o sistema financeiro global deverá preparar-se para um novo paradigma, caracterizado pela redução dos estímulos monetários concedidos ao longo dos últimos anos. A redução de liquidez deverá continuar a depender dos progressos nos principais indicadores económicos. Conseguir definir o timing apropriado para a redução dos estímulos será o ponto central de 2014. Reduzi-lo demasiado cedo, poderá colocar em risco a recuperação das economias, sobretudo as mais periféricas; por outro lado, fazê-lo demasiado tarde, poderá resultar numa acumulação de desequilíbrios financeiros, constituindo riscos acrescidos de inflação e que poderão colocar em causa a própria credibilidade dos bancos centrais. As taxas de juro das obrigações de tesouro deverão manter a tendência de aumento ao longo de 2014, assumindo um cenário de crescimento económico optimista, níveis reduzidos de inflação e de prolongamento do ciclo de políticas monetárias flexíveis. Nos EUA e no Reino Unido, o movimento de subida das yields será ligeiramente mais acentuado do que na Zona Euro, antecipando-se a possibilidade de, no prazo de um ano, as Treasuries e as Gilts a 10 anos se situarem num intervalo entre 3,5%-4,0%. Por outro lado, na Zona Euro, as taxas de juro deverão situar-se entre 2,5% e 3,0%. Ainda na Zona Euro, mas nos países periféricos, o movimento de queda dos prémios de risco exigidos pelos investidores deverá sentir-se significativamente, dependendo da capacidade destas economias corrigirem os seus desequilíbrios orçamentais.
2. Evolução da Economia Nacional a. Produto Interno Bruto Estima-se que em 2013 o Produto Interno Bruto (PIB) tenha crescido 7,43% em termos reais, o que representa um aumento de 2,25 p.p. entre os anos de 2012 e 2013. Este crescimento resulta sobretudo da performance favorável do sector não petrolífero que terá crescido 11,54% em termos reais, compensando a contracção observada no PIB petrolífero (-0,33%).
Quadro 3 - Indicadores Macroeconómicos Indicadores Macroeconómicos
Inflação
2011
2012
2013
Dif 13/12
11,38
9,02
7,69
-1,33
Crescimento do PIB (%)
3,86
5,18
7,43
2,25
Sector Petrolífero
-5,57
4,31
-0,33
-4,64
Sector não Petrolífero
9,74
5,64
11,54
5,89
Fonte: Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial / INE.
26. Relatório e Contas 2013
Quadro 4 - Taxas de Crescimento do PIB Real (%) Taxas de Crescimento do PIB Real 2011
2012
2013
9,17
-22,50
47,61
Pescas e Derivados
17,23
9,70
9,80
Diamantes e Outros
-0,69
0,33
6,56
Petróleo
-5,57
4,31
-0,33
Indústria Transformadora
13,02
14,00
8,00
Construção
12,02
11,70
7,60
3,46
10,40
22,40
Serviços Mercantis
9,47
13,40
5,30
Outros
9,56
8,35
5,00
Sector Primário Agricultura
Sector Secundário
Energia Sector Terciário
Fonte: Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial / INE.
Na evolução do PIB Não-Petrolífero, destaca-se o desempenho do sector da Agricultura com um crescimento estimado de 47,61%, dos Diamantes e Outros, que terão passado de um crescimento de 0,33% em 2012 para 6,56% em 2013, e do sector Energético que terá expandido 22,40% em 2013, face a 10,40% registado em 2012.
Quadro 5 - Estrutura Percentual do Produto Interno Bruto (%) Estrutura Percentual (%) 2011
2012
2013
59,05
54,96
52,91
Agricultura
9,28
7,05
10,24
Pescas e Derivados
0,23
0,25
0,27
Diamantes e Outros
0,93
0,81
0,80
Petróleo
48,60
46,86
41,59
Sector Secundário
Sector Primário
14,09
15,56
16,53
Indústria Transformadora
6,12
6,83
7,27
Construção
7,86
8,60
9,11
Energia
0,11
0,12
0,15
Sector Terciário
26,86
29,49
30,56
Serviços Mercantis
19,86
22,05
22,87
7,01
7,43
7,69
Outros Fonte: Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial / INE.
O quadro acima apresenta o PIB global divido pelos sectores primário, secundário e terciário. Nota-se que o sector primário da economia mantém o maior peso na estrutura do PIB em 2013, com 52,91%, seguido do sector terciário com 30,56%. Apesar de ser aquele com menor peso no PIB global, o sector secundário da economia tem apresentado contribuições crescentes em detrimento do sector primário, reflectindo o esforço dirigido à diversificação da economia.
Contexto Económico-Financeiro .27
b. Índice de Produção Industrial Em 2013, os sectores das Indústrias Transformadoras e de Produção e Distribuição de Electricidade, Gás e Água foram os que apresentaram um maior crescimento, apesar do índice total que reflecte a evolução da actividade industrial Angolana, o IPI, ter decrescido em 0,53%, devido principalmente ao comportamento do sector de Petróleo, Gás e Serviços (-0,79%).
Quadro 6 - Índice de Produção Industrial (%) Variação Trimestral - Índice de Produção Industrial 2011
2012
2013
INDÚSTRIA TOTAL
1,60%
0,41%
-0,53%
Indústrias Extractivas
1,88%
0,08%
-0,71%
Petróleo, Gás e Serviços
1,69%
0,11%
-0,79%
Diamantes
5,81%
-1,86%
1,43%
Resto Indústrias Extractivas
0,02%
18,96%
0,49%
Indústrias Transformadoras
-0,20%
1,09%
0,85%
Indústrias Alimentares, Bebidas e Tabaco
1,96%
4,50%
0,15%
27,38%
-9,12%
0,19%
Indústrias Alimentares Indústrias das Bebidas e do Tabaco
4,75%
3,63%
1,33%
Fabricação de Têxteis, Vestuário e Calçado
4,87%
-5,35%
1,83%
Indústrias de Madeira
2,09%
3,56%
1,39%
Fabric. Pastas de Papel, Edição e Impressão
0,73%
1,84%
0,27%
Fabric. de Prod. Petrolíferos, Químicos e Outros
1,95%
1,86%
0,95%
Indústrias Metalúrgicas
-0,75%
10,73%
3,02%
Fabri. de Máquinas, Equipam. e Aparelhos
7,90%
-1,07%
-0,13%
Fabricação de Mobiliário
3,71%
20,27%
42,24%
Produção e Distrib. de Elect., Gás e Água
-0,79%
26,19%
6,24%
Electricidade, Gás, Vapor
-1,67%
3,39%
11,06%
Tratamento de Água
2,13%
63,50%
35,67%
Fonte: INE.
28. Relatório e Contas 2013
c. Indicador de Clima Económico O Indicador de Clima Económico (ICE) mede a percepção dos empresários sobre o desempenho dos sectores da economia num determinado período de tempo que se pretende de curto prazo, neste caso, sendo trimestral. Este é calculado com base numa recolha de dados realizada através de um Inquérito de Conjuntura dos Sectores da Indústria Extractiva, Indústria Transformadora, Construção, Comércio, Turismo e Transportes nas províncias de Luanda, Benguela, Huíla e Kwanza Sul.
Gráfico 10 - Evolução do Indicador de Clima Económico 14
13
12 10 8
10,25
11 8,75
6 2011
2012 Média
2013 ICE
Fonte: INE.
Caixa 1: Indicador de Clima Económico O Instituto Nacional de Estatísticas (INE) pretende retratar a situação económica actual na óptica dos agentes económicos através da compilação de um indicador de confiança. O Indicador de Clima Económico (ICE) é um instrumento de avaliação das expectativas dos empresários sobre a evolução da economia no curto prazo. Este indicador é resultado da média aritmética simples dos saldos das respostas extremas (SER) das mesmas variáveis que compõem os diferentes indicadores de confiança (IC) sectoriais após a sua normalização e aplicação da média móvel (Fonte: INE). Como pode ser observado no gráfico acima, o ICE tem demonstrado uma tendência crescente, tendo em 2013 se situado acima da média dos últimos 3 anos. A evolução positiva deve-se aos comportamentos positivos das indústrias transformadora e extractiva, o que terá permitido o aumento do ICE de 10,25 em 2012, para 13 em 2013.
d. Preços A taxa de inflação é medida pela variação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da cidade de Luanda e, em 2013, foi de 7,69% (final do ano), abaixo da taxa de inflação observada em 2012 (9,02%).
Contexto Económico-Financeiro .29
Gráfico 11 - Comportamento da Inflação
16,00% 14,00% 12,00% 10,00% 8,00% 6,00% 4,00% 2,00%
Homóloga
Dez‘13
Nov‘13
Out‘13
Set‘13
Ago‘13
Jul‘13
Jun‘13
Mai‘13
Abr‘13
Mar‘13
Fev‘13
Jan‘13
Dez‘12
Nov‘12
Out‘12
Set‘12
Ago‘12
Jul‘12
Jun‘12
Mai‘12
Abr‘12
Mar‘12
Fev‘12
Jan‘12
0,00%
Média dos últimos 12 meses
Fonte: INE
O gráfico anterior apresenta o comportamento da inflação nos últimos dois anos, sendo evidente a sua trajectória descendente ao longo desse período.
Gráfico 12 - Contribuição das Classes de Despesas na Inflação Ano 2012
Ano 2013
0% 0%
2%
3%
7%
8% 2%
4%
4%
3%
3%
3% 7% 54%
9%
11%
52%
7% 7%
9% 2%
3%
Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas
Vestuário e Calçado
Mobiliário, Equipamento Gás e Combustíveis
Transportes
Hotéis, Cafés e Restaurantes
Bebidas Alcoólicas e Tabaco
Habitação, Água, Electricidade, Gás e Combustíveis
Saúde
Lazer, Recriação e Cultura
Bens e Serviços Diversos
Fonte: INE.
A classe da Alimentação e Bebidas Não-Alcoólicas, devido ao seu maior peso no IPC, continua a ser a que mais contribuiu (52%) para a variação dos preços em Angola. A classe Vestuário e Calçado bem como a classe Mobiliário, Equipamento Doméstico e Manutenção também contribuíram consideravelmente para a inflação em 2013, conforme indica o gráfico acima.
30. Relatório e Contas 2013
3. Sector Fiscal Quadro 7 - Execução Fiscal 2013 - Informação Preliminar
Em Mil Milhões de KZ
Em Percentagem do PIB (%)
2011
2012
2012
2013
2013
2011
2012
2013
2013
Exec
Exec
OGE
OGE
prel.
Exec
Exec
OGE
prel.
RECEITAS
4.775,6
5.053,8
3.760,7
4.570,4
4.249,1
48,79
46,47
38,24
35,33
Impostos
4.527,7
4.825,9
3.564,3
4.400,9
4.065,8
46,26
44,37
36,82
33,80
Petrolíferos
3.817,1
4.102,7
2.559,9
3.281,8
3.247,0
39,00
37,72
27,46
26,99
Não Petrolíferos
710,6
723,2
1.004,4
1.119,2
818,8
7,26
6,65
9,36
6,81
Contribuições Sociais
89,9
106,6
71,7
72,4
87,7
0,92
0,98
0,61
0,73
2,4
1,6
0,2
0,1
1,2
0,02
0,01
0,00
0,01
Doações Outras Receitas
156,2
119,8
124,5
97,0
94,4
1,60
1,10
0,81
0,78
3.773,8
4.329,2
3.500,7
4.975,8
4.494,7
38,56
39,81
41,63
37,37
Despesas Correntes
2.928,3
3.184,7
2.578,4
3.336,4
3.334,1
29,92
29,28
27,92
27,72
Despesas de Capital
845,5
1.144,5
922,2
1.639,4
1.160,6
8,64
10,52
13,72
9,65
1.002,3
724,6
260,0
-405,4
-245,6
10,24
6,66
-3,39
-2,04
150,4
289,0
0,0
0,0
679,6
1,54
2,66
0,00
5,65
Despesa Total
Saldo Global (Óptica de Compromisso) Variação de Atrasados Saldo Global (Óptica de Caixa)
1.152,7
1.013,6
260,0
-405,4
434,0
11,78
9,32
-3,39
3,61
Financiamento Líquido
-1.152,6
-1.013,6
-260,0
405,4
-434,0
-11,78
-9,32
3,39
-3,61
Financiamento Interno (líquido)
-1.203,5
-1.231,5
-323,8
-190,5
-330,0
-12,30
-11,32
-1,59
-2,74
Financiamento Externo (líquido)
50,8
217,9
63,8
595,9
-104,0
0,52
2,00
4,99
-0,86
Variação Percentual (%)
RECEITAS Impostos Petrolíferos
Peso de cada Sector (%)
2011
2012
2013
2013
2011
2012
2013
2013
Exec
Exec
OGE
prel.
Exec
Exec
OGE
prel.
44,91
5,83
21,53
-15,92
-
-
-
-
46,31
6,59
23,47
-15,75
94,81
95,49
96,29
95,69
52,66
7,48
28,20
-20,86
79,93
81,18
71,81
76,42
Não Petrolíferos
19,61
1,77
11,43
13,22
14,88
14,31
24,49
19,27
Contribuições Sociais
18,92
18,58
0,98
-17,73
1,88
2,11
1,58
2,06
Doações
-5,26
-33,33
-50,00
-25,00
0,05
0,03
0,00
0,03
Outras Receitas
26,48
-23,30
-22,09
-21,20
3,27
2,37
2,12
2,22
Despesa Total
35,81
14,72
42,14
3,82
-
-
-
-
Despesas Correntes
43,11
8,76
29,40
4,69
77,60
73,56
67,05
73,56
Despesas de Capital
15,41
35,36
77,77
1,41
22,40
26,44
32,95
26,44
94,26
-27,71
-255,92
-133,89
-
-
-
-
Saldo Global (Óptica de Compromisso) Variação de Atrasados
1.170
92,15
0,00
135,16
-
-
-
-
160,47
-12,07
-255,92
-57,18
-
-
-
-
Financiamento Líquido
160,47
-12,06
-255,92
-57,18
-
-
-
-
Financiamento Interno (líquido)
162,49
2,33
-41,17
-73,20
104,42
121,50
-46,99
76,04
Financiamento Externo (líquido)
219,50
328,94
834,01
-147,73
-4,41
-21,50
146,99
23,96
Saldo Global (Óptica de Caixa)
Fonte: Ministério das Finanças – Programação Macro Fiscal 2014.
Contexto Económico-Financeiro .31
Os dados preliminares disponibilizados pelo Ministério das Finanças indicam que em 2013 a execução orçamental foi de 92,97% para a receita e 90,33% para a despesa. A taxa de execução das despesas de capital face ao OGE para 2013 foi apurada em 70,79%.
a. Receita As receitas totais preliminares registaram uma diminuição de 7,03% face ao previsto no OGE para 2013, correspondendo a Kz 321,3 mil milhões e 15,92% face a 2012. Entre as rubricas que compõem as receitas fiscais, as receitas petrolíferas obtiveram uma taxa de execução de 98,94% face ao OGE de 2013. No entanto, esta rubrica registou uma diminuição de 20,86% em comparação com o ano anterior. As receitas não petrolíferas, por seu lado, contaram com uma taxa de execução de 73,16% face ao OGE de 2013, tendo registado, contudo, uma expansão de 13,22% face ao executado em 2012, dando um sinal positivo do largamento da base tributária.
Gráfico 13 - Receitas Fiscais (% do PIB) 45 40 35
% PIB
30 25 20 15 10 5
Impostos Petrolíferos Impostos não Petrolíferos
0 2011 Exec
2012 Exec
2013 OGE
2013 Prel.
Fonte: Ministério das Finanças - Programação Macro Fiscal 2014.
Gráfico 14 - Estrutura das Receitas em 2013 4,31%
19,27% Petrolíferos Não Petrolíferos Outros
76,42%
Fonte: Ministério das Finanças - Programação Macro Fiscal 2014.
32. Relatório e Contas 2013
No ano em análise, as receitas petrolíferas corresponderam a 26,99% do PIB, contra 37,72% do PIB em 2012. Relativamente ao seu peso sobre as Receitas Totais, estas representam 76,42%. Em 2012, as receitas petrolíferas representavam 81,18% do total das receitas fiscais.
b. Despesa Estima-se que a execução das despesas totais em 2013 tenha sido de Kz 4.494,7 mil milhões, cerca de 37,37% do PIB estimado para 2013, o que representa um aumento de 3,82% comparativamente ao ano anterior. Este aumento deve-se principalmente à expansão das despesas com pessoal e em bens e serviços. No entanto, as despesas totais ficaram aquém do valor projectado no OGE, correspondente a Kz 4.975,8 mil milhões devido, essencialmente, à taxa de execução das despesas de capital. Em percentagem do PIB, as despesas correntes em 2013 correspondem a 27,72% contra 29,28% em 2012 e as despesas de capital em 2013 correspondem a 9,65%, contra 10,52% apurados no ano anterior.
Gráfico 15 - Despesas Fiscais (% do PIB) 35
30
25
% PIB
20
15
10
5 Despesas Correntes Despesas de Capital
0 2011 Exec.
2012 Exec.
2013 OGE
2013 Prel.
Fonte: Ministério das Finanças - Programação Macro Fiscal 2014.
Gráfico 16 - Estrutura das Despesas Fiscais em 2013
25,82% Despesas correntes Despesas de Capital
74,18%
Fonte: Ministério das Finanças - Programação Macro Fiscal 2014.
Contexto Económico-Financeiro .33
Em termos de peso nas despesas totais de 2013, as despesas correntes continuam a representar uma maior fatia, correspondendo a 74,18%, contra 25,82% das despesas de capital. Em 2012 a estrutura das despesas apresentava-se semelhante, contando com um peso de 73,56% das receitas correntes nas receitas totais e um peso de 26,44% das receitas de capital. c. Saldos O saldo global de caixa, que é constituído pelo saldo global de compromisso e pela variação de atrasados, situou-se em Kz 434,0 mil milhões. Por sua vez, o saldo primário não petrolífero apresentou um deficit de Kz 3.406,7 mil milhões. No entanto, o saldo primário não petrolífero em percentagem do PIB não petrolífero situou-se em 47,15% face ao peso de 55,51% apurado em 2012, evidenciando uma melhoria na performance dos sectores não petrolíferos na economia.
Gráfico 17 - Saldos Fiscais em 2013
3.000 2.000
Kz Mil Milhões
1.000 0 -1.000 -2.000 -3.000 -4.000 2011 Exec.
2012 Exec.
2013 Prel.
Saldo Corrente
Saldo Global (caixa)
Saldo Primário não Petrolífero
Saldo Global não Petrolífero
Fonte: Ministério das Finanças - Programação Macro Fiscal 2014.
d. Financiamento O resultado superavitário obtido na execução fiscal de 2013 permitiu uma diminuição considerável do financiamento líquido, calculado em 57,18% face a 2012, tendo este passado de Kz 1.013,6 mil milhões em 2012 para Kz 434,0 mil milhões em 2013. Este financiamento foi garantido na sua maioria através de desembolsos internos, por via da emissão de Bilhetes do Tesouro bem como pela utilização de recursos acumulados e consignados em períodos anteriores. Já os desembolsos externos resultaram da mobilização de linhas de crédito com parceiros bilaterais de forma a assegurar o financiamento do programa de investimentos públicos.
4. Contas Externas a. Balança de Pagamentos A informação preliminar da Balança de Pagamentos reflecte o conjunto de transacções reais e financeiras realizadas por Angola com o resto do mundo durante o ano de 2013.
34. Relatório e Contas 2013
O comportamento do preço do barril de petróleo, ao longo do ano em análise, reflectiu-se negativamente na posição externa da economia nacional, ainda assim o sector externo da economia fechou o ano em análise com um superavit da conta corrente que permitiu cobrir o défice da conta financeira. A Balança Global revelou-se excedentária em USD 68,52 milhões, sendo que o excedente foi garantido pelo saldo positivo da Conta Corrente, ainda que esta tenha sofrido uma contracção de USD 4.817,73 milhões comparativamente ao ano de 2012. i. Conta Corrente Em 2013, a Conta Corrente (CC) da Balança de Pagamentos, registou um superavit de USD 9.035,54 milhões, apresentando uma contracção de 34,78% face a 2012 - cujo superavit foi de USD 13.853,27 milhões. Esta contracção verificada ao nível da Conta Corrente relativamente ao ano transacto está associada, por um lado, à contracção registada em 6,97% na Conta de Bens devido ao aumento das importações conjuntamente com a diminuição das exportações, e por outro à contracção da Conta de Serviços (Líquida) em 8,76% face a 2012. As receitas de exportações contabilizaram USD 69.761,97 milhões, correspondendo a uma contracção de 1,87% face ao ano de 2012. Para esta redução das receitas de exportação contribuiu a contracção das receitas provenientes do sector petrolífero, calculada em 2,02%. As receitas provenientes do sector não petrolífero cresceram em 5,44%, mas pouco impacto tiveram no total das exportações dado o elevado peso do sector petrolífero. Por outro lado, as importações sofreram um aumento de USD 23.716,96 milhões em 2012 para USD 25.471,98 milhões em 2013, representando uma variação de 7,40%. Para as demais contas que compõem a Conta Corrente, verificou-se um agravamento na ordem dos 8,76% e 7,64%, para os Serviços e Transferências Correntes, respectivamente, e uma melhoria na Conta de Rendimentos calculada em 2,62% em relação ao ano transacto.
Gráfico 18 - Conta Corrente
60.000,00 50.000,00 40.000,00
USD Milhões
30.000,00 20.000,00 10.000,00 0,00 Estimado -10.000,00 2009
2010
2011
2012
2013
-20.000,00 -30.000,00 Conta Corrente Fonte: DES/BNA.
Bens
Serviços (líq.)
Rendimentos (líq.)
Transferências Correntes (líq.)
Contexto Económico-Financeiro .35
ii. Conta de Capital e Financeira A Conta de Capital e Financeira apresentou um agravamento do saldo deficitário na ordem dos 0,94%, ao passar de um saldo deficitário de USD 8.883,64 milhões em 2012 para USD 8.967,01 milhões em 2013. Esta evolução está associada principalmente à recuperação do investimento directo, que em 2013 atingiu um défice de USD 6.430,63 milhões, contra USD 9.638,71 milhões registados em 2012, e ao agravamento dos fluxos de capitais de Médio e Longo Prazo e de Outros Capitais. No que respeita ao endividamento externo, os Desembolsos sofreram um aumento significativo calculado em 26,08%, passando de USD 5.538,30 milhões em 2012 para USD 6.982,68 milhões em 2013. Por seu lado, as amortizações registaram um agravamento do seu défice em 21,89%, provocando uma posição líquida de USD 2.142,68 milhões em 2013, contra USD 1.567,50 milhões do período anterior de 2012.
Gráfico 19 - Conta Financeira
4.000,00
2.000,00
0,00
USD Milhões
Estimado -2.000,00
2008
2009
2010
2011
2012
2013
-4.000,00
-6.000,00
-8.000,00
-10.000,00 Conta de Capital e Financeira
Conta de Capital
Rendimentos (líq.)
Fonte: DES/BNA.
b. Reservas Internacionais Líquidas Em 2013 as Reservas Internacionais Líquidas expandiram ligeiramente face a 2012 em 1,02%, tendo aumentado para USD 30.945,30 milhões em 2013 face a USD 30.632,33 milhões em 2012. De referir que durante o primeiro semestre do ano as RIL assumiram uma tendência crescente, tendo invertido a tendência no segundo semestre.
36. Relatório e Contas 2013
Gráfico 20 - Evolução das Reservas Internacionais Líquidas
38.000,00 37.000,00 36.000,00 35.000,00
USD Milhões
34.000,00 33.000,00 32.000,00 31.000,00 30.000,00 29.000,00 28.000,00 27.000,00 Reservas Brutas
Reservas Internacionais Líquidas
Fonte: DES/BNA.
c. Taxa de Câmbio i. Taxa de Câmbio Nominal O ano de 2013 foi caracterizado pela entrada em vigor do novo regime cambial aplicável ao sector petrolífero, que veio trazer alguma volatilidade na taxa de câmbio entre Julho e meados de Dezembro.
Quadro 8 - Taxa de Câmbio e Variação Cambial Anual
Mercado Primário
dez-11
dez-12
dez-13
95,282
95,826
97,619
Variação Média
2,85%
0,57%
1,85%
Mercado Secundário
96,754
97,672
98,807
Variação Média Mercado Informal Variação Média Casas de Câmbio Variação Média
3,12%
0,95%
1,16%
102,417
104,833
104,667
1,15%
2,36%
-0,16%
100,375
101,053
101,920
3,68%
0,68%
0,85%
Fonte: DES/BNA.
No mercado primário, a taxa de câmbio média do Kz/USD registou, em termos anuais, uma depreciação de 1,85%. No mercado secundário, o Kwanza depreciou-se em 1,16% face ao USD e nas Casas de Câmbio a depreciação foi de 0,85%. O mercado informal foi o único a registar uma apreciação do Kwanza face ao dólar, calculada em 0,16%.
38. Relatório e Contas 2013
5. Desempenho do Sistema Bancário a. Activo Em Dezembro de 2013, o Activo Total do sistema bancário totalizou Kz 6.649.316,21 milhões, contra Kz 5.982.813,20 milhões registados em Dezembro de 2012, correspondendo a um aumento absoluto de Kz 666.503,01 milhões, ou seja, 11,14%, motivado principalmente pelo aumento da carteira de crédito em cerca de Kz 323.619 milhões (13,52%). As rubricas de maior peso na estrutura do activo total continuam a ser o crédito líquido com 40,86% e os Títulos e Valores Mobiliários com 18,48%. Do total do Activo, Kz 4.169.121,13 milhões (62,7%) estavam expressos em moeda nacional e Kz 2.480.194,87 milhões (37,3%) em moeda estrangeira.
Gráfico 21 - Estrutura do Activo Total
Estrutura do Activo Total em Dez. 13
Outros Valores 3,29%
Estrutura do Activo Total em Dez. 12
Imobilizações 5,22%
Outros Valores 3,44%
Imobilizações 4,73%
Disponibilidades 15,63%
Créditos 40,86%
Disponibilidades 16,29%
Aplicações de Liquidez 15,83%
Aplicações de Liquidez 15,85% Créditos 41,83%
Títulos e Valores Mobiliários 18,48%
Operações Cambiais 0,26%
Créditos no Sistema de Pagamentos 0,44%
Títulos e Valores Mobiliários 17,23%
Operações Cambiais 0,14%
Créditos no Sistema de Pagamentos 0,48%
Fonte: DSI/BNA.
No final do exercício de 2013, a carteira de crédito do sistema bancário aumentou Kz 323.619 milhões (13,52%), ao passar de Kz 2.393.104 milhões em Dezembro de 2012, para Kz 2.941.790,27 milhões em 2013. Deste total, Kz 1.831.067,72 milhões (62,24%) corresponde a crédito concedido em moeda nacional e Kz 1.110.722,55 milhões (37,76%) em moeda estrangeira. O crédito vencido agravou-se de Kz 286.564,16 milhões para Kz 323.619 milhões, representando um aumento de Kz 41.303,03 milhões (14,41%). Por conseguinte, o rácio do crédito vencido sobre o total do crédito deteriorou-se de 8,51% em Dezembro de 2012, para 11,18% em Dezembro de 2013, representando um acréscimo de 2,70 p.p.
Contexto Económico-Financeiro .39
Gráfico 22 - Crédito Vencido/Crédito Total 3.500.000 12,19%
11,27%
3.000.000
14,00%
12,71%
12,65%
12,29%
11,68%
12,10%
12,16%
11,97%
11,64%
10,94%
11,21%
10,00% 8,54%
8,00% Rácio
Kz Milhões
2.500.000 2.000.000
12,00%
1.500.000
6,00%
1.000.000
4,00%
500.000
2,00% 0,00%
0 Dez‘12
Jan‘13
Fev‘13
Mar‘13
Abr‘13
Crédito Total
Mai‘13
Jun‘13
Jul‘13
Crédito Vencido
Ago‘13
Set‘13
Out‘13
Nov‘13
Dez‘13
Crédito Vencido / Crédito Total
Fonte: DSI/BNA.
O aumento do crédito vencido e a ligeira diminuição das provisões constituídas de Kz 92.847,89 milhões em Dezembro de 2012 para Kz 92.150,53 milhões em Dezembro de 2013 (-0,75%), resultaram na diminuição do rácio de cobertura do crédito vencido por provisões de 42,26% em Dezembro de 2012 para 28,01% em Dezembro de 2013.
b. Passivo Em 2013, o Passivo Total cifrou-se em Kz 5.915.813,66 milhões, representando uma expansão de Kz 556.751,95 milhões (10,39%) face a Kz 5.359.061,71 milhões registados em Dezembro de 2012. Esta variação resultou, fundamentalmente, do aumento dos depósitos em cerca de Kz 690.790,72 milhões (17,46%). Os depósitos mantêm-se como a maior fonte de captação de recursos das instituições financeiras bancárias, representando cerca de 78,57% do passivo total, sendo Kz 2.489.914,13 milhões referente a depósitos à ordem, Kz 2.137.688,11 milhões de depósitos a prazo e Kz 20.178,96 milhões em outros depósitos. Do total do Passivo, cerca de Kz 3.373.585,85 milhões (57,03%) correspondiam a passivos em moeda nacional e Kz 2.542.227,80 milhões (42,97%) a passivos em moeda estrangeira.
Gráfico 23 - Estrutura do Passivo Total Estrutura do Passivo Total em Dez. 13
Estrutura do Activo Total em Dez. 12
Depósitos 78,60%
Depósitos 73,92%
Provisões para Responsabilidades Prováveis 0,35%
Outras Obrigações 1,75% Outras Captações 5,15%
Fonte: DSI/BNA.
Captações para Liquidez 12,32%
Operações Cambiais 0,79%
Provisões para Responsabilidades Prováveis 0,40%
Outras Obrigações 4,47% Obrigações no Sistema de Pagamentos 1,00%
Captações para Liquidez 13,77%
Outras Captações 4,72%
Operações Cambiais 1,08%
Obrigações no Sistema de Pagamentos 1,64%
40. Relatório e Contas 2013
c. Rendibilidade O sistema bancário encerrou o exercício económico de 2013 com desempenho financeiro positivo, situando-se o resultado líquido na ordem de Kz 94.500 milhões, representando um aumento de Kz 2.272,44 milhões (2,46%) em relação a Kz 92.227,13 milhões registados no período homólogo. O acréscimo do resultado foi motivado pelo aumento da margem financeira de Kz 209.448 milhões em Dezembro de 2012 para Kz 233.411 milhões em Dezembro de 2013, resultante sobretudo do aumento dos proveitos de créditos em cerca de Kz 24.228 milhões e proveitos de aplicações de liquidez em cerca de Kz 4.563 milhões, bem como pela diminuição dos custos com provisões para crédito de liquidação duvidosa e prestação de garantias de Kz 95.857,87 milhões para Kz 74.693,77 milhões, isto é, Kz 21.164,10 milhões (-22,08%). Apesar do aumento do resultado líquido, a rendibilidade dos capitais (ROE) e da rendibilidade do activo (ROA), diminuíram de 12,45% e 1,56% em Dezembro de 2012, para 10,89% e 1,43%, em Dezembro 2013, respectivamente, devido ao aumento proporcionalmente maior dos fundos próprios regulamentares e do volume de negócios da banca.
d. Liquidez No período em análise os activos líquidos do sistema totalizaram Kz 2.002.727,74 milhões, tendo aumentado Kz 403.769,98 milhões (25,25%) em relação aos Kz 1.598.957,75 milhões registados no período homólogo. Por conseguinte, o rácio de liquidez imediata (medido pela relação entre os activos líquidos e os passivos de curto prazo) aumentou de 33,96% para 36,89%. Contrariamente, o rácio de liquidez geral (medido pela relação entre os activos líquidos mais os activos remunerados sobre os passivos remunerados) reduziu de 109,66% para 106,87%, devido ao crescimento proporcionalmente inferior dos activos líquidos e dos activos remunerados em relação ao crescimento dos passivos remunerados. Todavia, de um modo geral, os bancos continuam a apresentar níveis de liquidez satisfatórios (acima de 100%), o que não põe em causa o cumprimento das obrigações perante terceiros.
e. Solvabilidade No mês de Dezembro de 2013 os indicadores de capital do sistema bancário continuaram a registar níveis adequados para absorver potenciais riscos inerentes à sua actividade. No conjunto, os Bancos possuíam Fundos Próprios Regulamentares avaliados em Kz 902.951,31 milhões, Activos Ponderados pelo Risco de Kz 4.278.686,80 milhões e exigência de capital para o risco cambial de Kz 35.995,40 milhões, perfazendo um rácio de solvabilidade de 19,47%, acima do limite mínimo de 10% estabelecido no Aviso Nº05/07, de 12 de Setembro.
Gráfico 24 - Rácio de Solvabilidade
20,00%
4.500.000 19,47%
4.000.000
19,50%
3.500.000 18,62%
3.000.000
18,69%
19,00%
18,68%
18,11%
18,13%
18,02%
2.000.000
18,50% 18,04%
17,98%
18,08%
Rácio
Kz Milhões
18,38% 2.500.000
18,00%
17,79%
18,00%
1.500.000 17,50% 1.000.000 17,00%
500.000
16,50%
0 Dez‘12
Jan‘13
Fev‘13 ECRC
Fonte: DSI/BNA.
Mar‘13
Abr‘13 FPR
Mai‘13
Jun‘13 APR
Jul‘13
Ago‘13
Set‘13
Out‘13
Nov‘13
Rácio de Solvabilidade
Dez‘13
Contexto Económico-Financeiro .41
6. Sistema de Pagamentos a. Estrutura do Sistema de Pagamentos de Angola O Sistema de Pagamentos de Angola (SPA) é composto por 4 subsistemas de compensação de pagamentos, nomeadamente: o Serviço de Compensação de Valores (SCV), o Subsistema Multicaixa (MCX), o Subsistema de Transferências a Crédito (STC) e o Subsistema de Liquidação por bruto em Tempo Real, o SPTR, onde são liquidados os saldos das compensações, bem como as operações efectuadas no Sistema de Gestão de Mercado de Activos (SIGMA).
Gráfico 25 - Estrutura do SPA, Situação Actual e Perspectivas
Subsistemas de Liquidação de Títulos
Subsistemas de Pagamentos
Subsistemas de Compensação Instrumento / Operação
0AG tos -VEIS
Débitos Directos
Cheques
Operador Subsistema
(a definir)
EMIS SDD
EMIS SCC
BNA SCV
Liquidação por bruto
Transf. Crédito
Cartões
EMIS STC
EMIS MCX
Subsistema em funcionamento
Mercado de Títulos
s #OMPRA 6 -% s "ANCO A "ANCO s 6ALOR ELEVADO s
BT / OT / TBC
Acções E $¤VIDA 0RIVADA
BNA SPTR
BNA SIGMA
(a definir)
Subsistema em definicão ou planeado
Fonte: DSP/BNA.
b. Regulamentação dos Instrumentos de Pagamento No âmbito das suas funções de regulador, o BNA manteve consultas com os intervenientes do SPA através de reuniões do Conselho Técnico do Sistema de Pagamentos de Angola (CTSPA). No ano, destaca-se a extinção do Documento de Crédito (DC), estabelecendo-se que todas as transferências interbancárias a crédito, passíveis de serem executadas mediante Documento de Crédito, passam a ser obrigatoriamente efectuadas através do Subsistema de Transferências a Crédito (STC) ou do Sistema de Pagamentos em Tempo Real (SPTR). Foi definida a obrigação de emissão de documento comprovativo de instrução de transferência, os termos e condições de elementos de informação e os requisitos para a sua certificação pela instituição financeira ordenante, bem como estabelecidoo novo limite (Kz9.999.999,99 -nove milhões novecentos e noventa e nove mil, novecentos e noventa e nove Kwanzas e noventa e nove cêntimos) para a emissão de cheques, conferindo-se maior segurança a nível do Sistema de Pagamentos.
c. Sistema de Liquidação por Bruto em Tempo Real – SPTR A disponibilidade do SPTR, enquanto veículo de circulação de recursos financeiros denominados na moeda nacional entre as instituições financeiras, é imprescindível para o pleno funcionamento do sistema de pagamentos, assim como para a estabilidade do sector financeiro.
42. Relatório e Contas 2013
Em termos operacionais, o SPTR funcionou durante 240 dias úteis, cujos horários médios de abertura e fecho foram das 07h49 às 17h28. Em termos de evolução mensal, assinala-se o aumento no número de operações pelo SPTR, especialmente através de mensagens MT103 num total de 217 mil mensagens.
Quadro 9 - Número de Operações Liquidadas no SPTR em 2013
TOTAL SCV/MCX/STC* Clientes
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
18.806
17.555
23.697
22.266
22.523
21.907
26.449
25.336
24.007
26.839
26.098
28.486
1.572
1.318
1.457
1.522
1.591
1.515
1.672
1.647
1.501
1.706
1.476
1.659
13.777
13.199
19.042
17.256
17.081
16.536
20.798
19.521
18.466
20.672
20.428
22.486
SIGMA/ITB
588
631
709
634
728
865
554
477
460
392
423
310
SIGMA/BNA
771
521
572
710
793
619
837
731
766
865
802
936
0
1
0
0
0
0
0
2
6
0
0
0
Intradiário SNM
1.411
1.168
1.199
1.300
1.600
1.536
1.762
1.772
1.650
2.006
1.725
1.798
C/V Divisas
262
283
242
335
278
280
347
335
279
334
266
266
Outras
425
434
476
509
452
556
479
851
879
864
978
1.031
Fonte: DSP/BNA.
Gráfico 26 - Número de Operações no SPTR em 2013
30.000
25.000
Kz Mil Milhões
20.000 Outras
15.000
C / V divisas SNM
10.000
Intradiário SIGMA / BNA SIGMA / ITB
5.000
Clientes SCV / MCX / STC*
Jan
Fonte: DSP/BNA.
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Contexto Económico-Financeiro .43
No que se refere ao valor das liquidações mensais, o perfil surge em função dos totais mensais de operações do SIGMA, sendo que as operações entre bancos comerciais apresentam totais mais elevados no primeiro semestre. Quadro 10 - Valor das Operações Liquidadas no SPTR em 2013 (Kz mil milhões)
Total
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
5.625
4.748
4.265
6.659
7.198
4.356
8.935
7.442
6.527
6.987
6.462
7.294
95
78
91
113
113
117
135
129
115
150
134
147
SCV/MCX/STC* Clientes
316
275
373
464
433
434
571
600
489
644
550
593
SIGMA/ITB
2.755
2.470
1.976
1.612
3.017
1.857
1.709
1.843
1.892
865
1.760
1.502
SIGMA/BNA
2.110
1.226
1.083
3.563
2.608
1.405
5.887
4.505
3.655
4.812
3.485
4.605
0
6
0
0
0
0
0
0
3
0
0
0
SNM
155
122
163
169
175
150
175
185
160
195
208
247
C/V Divisas
126
139
152
189
184
160
201
130
160
202
155
152
70
431
427
549
669
232
258
50
53
120
169
48
Intradiário
Outras Fonte: DSP/BNA.
Gráfico 27- Valor das Operações SPTR em 2013
10.000 9.000 8.000 7.000
Kz Mil Milhões
6.000 Outras
5.000
C / V divisas SNM
4.000
Intradiário
3.000
SIGMA / BNA
2.000
SIGMA / ITB
1.000
Clientes SCV / MCX / STC*
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Fonte: DSP/BNA.
Apesar da migração das transacções de clientes (MT102 e MT103) para o STC, em 2013, o número de operações liquidadas no SPTR aumentou 30,23% face ao ano de 2012, em resultado das transacções de clientes feitas com recurso a mensagens MT102 e MT103. O total das transacções liquidadas no ano de 2013 foi de Kz 76.497.199 milhões, o que representou um crescimento de 19,32% face ao total de 2012, em virtude da evolução verificada ao nível das operações do SIGMA - cujo montante foi de Kz 62.201.219 milhões (mais 50% do que em 2012). Em 2013 foram realizadas 9 operações de crédito intradiário no montante total Kz 9.000 milhões.
44. Relatório e Contas 2013
Quadro 11 - Número e Valor (Kz mil milhões) de Operações Liquidadas no SPTR
Número
TOTAL SCV/MCX/STC Clientes
Montante
2011
2012
2013
2011
2012
2013
235.850
223.584
283.969
48.506
64.112
76.497
10.936
15.860
18.636
912
964
1.416
191.881
168.363
219.262
4.204
4.531
5.743
SIGMA/ITB
4.629
5.293
6.771
14.816
24.334
23.259
SIGMA/BNA
5.781
8.881
8.923
20.258
28.382
38.942
98
0
9
2.396
0
9
Intradiário SNM
13.795
15.548
18.927
1.798
2.014
2.103
C/V Divisas
3.375
3.472
3.507
1.464
1.779
1.949
Outras
5.355
6.167
7.934
2.658
2.108
3.075
Fonte: DSP/BNA.
Gráfico 28 - Evolução Anual do SPTR 300.000 90000 80000
Outras C / V divisas
200.000
SNM
150.000
Intradiário SIGMA / BNA
100.000
SIGMA / ITB
50.000
Clientes SCV / MCX / STC
0 2011
2012
2013
70000 Montante (Kz Mil Milhões)
Número de Operações
250.000
60000 50000 40000 30000 20000 10000 0 2011
2012
2013
Fonte: DSP/BNA.
d. Subsistemas de Compensação Em 2013, os subsistemas de compensação do SPA obtiveram um crescimento de 28,25% no número de operações e 22,65% no seu valor total, registando-se uma predominância do subsistema Multicaixa em termos de número de operações (99,02% do total) e do SCV em termos de valor (65,59% do montante global).
Contexto Económico-Financeiro .45
Quadro 12 - Evolução dos Subsistemas de Compensação
Subsistema
Número
Valor das Operações (Kz milhões)
Tipo
2011
2012
2013
2011
2012
2013
SCV
529.422
608.122
647.326
1.774.101
2.206.553
2.485.361
Cheques
474.319
544.723
595.460
1.477.176
1.930.511
2.184.156
24.070
27.749
4.110
44.625
50.074
9.675
Documentos de Crédito Ordens de Saque MCX
31.033
35.650
47.756
252.300
225.969
291.530
57.891.921
81.030.643
103.827.331
534.252
796.473
1.075.284
Levantamentos
44.716.958
60.267.381
72.644.452
414.529
598.285
747.095
Pagamentos
13.174.963
20.763.262
31.182.879
119.723
198.188
328.189
STC
n.a.
122.460
383.336
n.a.
86.557
228.668
Transferências a Crédito
n.a.
122.460
383.336
n.a.
86.557
228.668
Fonte: DSP/BNA.
Em 2013, o cheque continuou a ser o instrumento de pagamento de referência do SCV, correspondendo a 91,99% das quantidades e 87,88% dos montantes deste subsistema.
Gráfico 29 - Número e Montante de Documentos Compensados do SCV
700.000
3.000.000
600.000
2.500.000
2.000.000 Valor (Kz Milhões)
Número de Operações
500.000 400.000 300.000
1.500.000
1.000.000 200.000 Ord.Saque
500.000
100.000
D. Crédito Cheques
0 2011
2012
2013
0 2011
2012
2013
Fonte: DSP/BNA.
O STC é um subsistema com grande potencial para melhoria da eficiência nos pagamentos de salários por crédito em conta. Em 2013, o subsistema de transferências electrónicas a crédito (STC) processou 383.336 transferências no montante de Kz 228.668 milhões, mais 38% em relação ao ano de 2012.
46. Relatório e Contas 2013
Gráfico 30 - Número e Valor das Transferências Efectuadas no STC
60.000
35.000
50.000
30.000 25.000 Valor (Kz milhões)
Número de Operações
40.000 30.000 20.000
20.000 15.000 10.000
0
0
31 Ja n 28 Fe v 31 M ar 30 Ab r 31 M ai 30 Ju n 31 Ju l 31 Ag o 30 Se t 31 Ou t 30 No v 31 De z
5.000
31 Ja n 28 Fe v 31 M ar 30 Ab r 31 M ai 30 Ju n 31 Ju l 31 Ag o 30 Se t 31 Ou t 30 No v 31 De z
10.000
Fonte: DSP/BNA.
À rede Multicaixa corresponde o maior número de operações processadas nos subsistemas do SPA, reflectindo assim as suas características de subsistema de operações de retalho, com valor unitário reduzido por comparação com os demais subsistemas do SPA. Em 2013, foram processadas 103,33 milhões de operações financeiras realizadas com cartões Multicaixa, predominantemente levantamentos em numerário em caixas automáticas (72,15 milhões).
Gráfico 31 - Número de Operações Multicaixa, por mês
14.000.000
12.000.000
10.000.000
8.000.000
6.000.000
4.000.000
2.000.000
Levantamentos
Compras (Incl. Dev.)
Outros Pagamentos
Out. Operações
Fonte: DSP/BNA
1
Entende-se por operação financeira aquela que implica um débito/crédito na conta associada ao cartão utilizado para a sua realização, independentemente de qualquer tarifa operacional que possa existir.
Dez-13
Out ‘13
Ago ‘13
Jun ‘13
Abr ‘13
Fev ‘13
Dez ‘12
Out ‘12
Ago ‘12
Jun ‘12
Abr ‘12
Fev ‘12
Dez ‘11
0
Contexto Económico-Financeiro .47
Em termos de operações no Multicaixa, a quota relativa à utilização dos cartões para compras e outros pagamentos representam cerca de 20,00% do total das operações em 2013. Embora se esteja a verificar um crescimento gradual das quotas de compras e outros pagamentos, as mesmas são ainda diminutas no total de operações efectuadas em 2013, pelo que a rede Multicaixa é ainda, e fundamentalmente, uma rede de distribuição de numerário
Gráfico 32 - Número de Cartões e de Operações Financeiras (médias mensais)
9 8,6 8
7 6,8 6
5 Milhões
4,8
4 3,3
3
2,0
2,1
2
1,5 1,6
1
0
1,4 1,1
0,9
1,3
0,4
0,5
0,7
0,9
2008
2009
2010
2011
Activos
Não Activos
1,2
1,4
2012
2013
Operações Financeiras
Fonte: DSP/BNA.
Ainda no âmbito da rede Multicaixa, o crescimento de operações registado no ano de 2013 foi o resultado da afirmação da tendência já verificada em anos anteriores. Esta evolução resulta do aumento da quota de cartões activos e do aumento de operações efectuadas por cartão.
e. Controlo das Reservas Obrigatórias No âmbito do controlo das reservas obrigatórias, o nível de exigibilidade total (MN e ME) médio foi de Kz 645.327 milhões, contra Kz 635.672 milhões em 2012, representando um aumento de cerca de 1,5%. Por seu lado, a reserva livre média cifrou-se em Kz 36.111 milhões, contra Kz 37.705 milhões do ano anterior, representando uma diminuição de cerca de 4,2%.
2
Tendo como referência um mês, os cartões activos são aqueles que realizam operações nesse espaço de tempo.
50. Relatório e Contas 2013
7. Actividades do Banco Nacional de Angola 7.1 Áreas de Negócio a. Comités Colegiais O Banco Nacional de Angola, segundo a Lei n.º 16/10, de 15 de Julho, tem como principais funções assegurar a preservação do valor da moeda nacional e participar na definição das políticas monetária, financeira e cambial. Neste âmbito, compete ao Banco Nacional de Angola a execução, acompanhamento e controlo das políticas monetárias, cambial e de crédito, a gestão do sistema de pagamentos e administração do meio circulante no âmbito da política económica do País. Por forma a estabelecer directrizes que levem à cabal implementação das suas principais atribuições, o Banco Nacional de Angola tem instituídos três comités colegiais, nomeadamente o Comité de Política Monetária, o Comité de Estabilidade Financeira e o Comité de Investimentos. i. Política Monetária Tendo em conta não só a evolução da economia mundial como também a evolução da economia nacional, o Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola (adiante designado por CPM) tem como objectivo definir o curso da Política Monetária e estabelecer a Taxa Básica de Juros – a Taxa BNA – bem como as taxas de facilidade permanente de cedência e de absorção de liquidez, que concorram para a manutenção da estabilidade de preços na economia nacional. O Comité é constituído pelo Governador do Banco Nacional de Angola, que o preside, e pelos Vice-Governadores e pelos Administradores do BNA. Como participantes nas reuniões de periodicidade mensal do CPM constam também os Directores dos Departamentos de Estudos Económicos (que exercem a função de secretariado), de Mercados de Activos e de Estatística do Banco Nacional de Angola. 1. Decisões sobre as Taxas de Juro Directoras Ao longo do ano de 2013, o Comité de Política Monetária acompanhou a evolução da conjuntura económica, quer a nível nacional quer a nível internacional, com base nas quais tomou decisões no âmbito das suas funções. A evolução da taxa de inflação, que em termos homólogos se situou abaixo da meta dos 9% prevista para 2013, assim como a perspectiva de manutenção dessa tendência descendente verificada ao longo dos últimos anos, foi um dos indicadores que justificou a redução das taxas de juro directoras ao longo do exercício. O quadro abaixo demonstra o histórico das decisões que foram tomadas em cada uma das reuniões realizadas no decorrer do ano de 2013. Quadro 13 - Histórico das Decisões do CPM em 2013
Data
FAO
Taxa BNA
28-dez-12 28-jan-13 25-fev-13 25-mar-13
1,25% 1,25% 1,00% 1,00%
10,25% 10,00% 10,00% 10,00%
11,50% 11,25% 11,25% 11,25%
29-abr-13 28-mai-13 28-jun-13 29-jul-13 30-ago-13 30-set-13 28-out-13 25-nov-13 23-dez-13
1,00% 1,00% 1,00% 1,00% 0,75% 0,75% 0,75% 0,75% 0,75%
10,00% 10,00% 9,75% 9,75% 9,75% 9,75% 9,75% 9,25% 9,25%
11,25% 11,25% 11,25% 11,25% 11,25% 11,00% 11,00% 11,00% 10,25%
Fonte: DEE/BNA
FCO
Relatório de Actividades .51
A Base Monetária Ampla (BMA), que inclui as reservas obrigatórias em moeda estrangeira, sofreu uma expansão de Kz 153.428,78 milhões em 2013 (15,24%), tendo o seu stock passado de Kz 1.006.829,67 milhões em 2012 para Kz 1.160.258,44 milhões em 2013. Por outro lado, a Base Monetária em moeda nacional (BMMN), que representa (em média) ¾ da Base Monetária Ampla, expandiu-se em Kz 123.172,12 milhões (16,94%) com o seu stock a variar entre Kz 727.236,35 milhões e Kz 850.408,47 milhões, neste período. A expansão da BM MN foi observada com maior incidência no último trimestre, o que veio a reflectir-se numa expansão das Notas e Moedas em Circulação em cerca de Kz 74.676,82 milhões (22,26%), devido a factores sazonais como o décimo terceiro mês dos funcionários públicos e a quadra natalícia.
Gráfico 33 - Base Monetária (milhões de Kz)
1.400.000,00
1.200.000,00
1.000.000,00
800.000,00
600.000,00 BM Ampla
400.000,00
BM MN
200.000,00
Reserva Bancária MN Reserva Bancária ME
0,00 2012
2013
Fonte: DES/BNA.
Mercado Monetário A regulação de liquidez por parte do Banco Central teve enfoque nas Operações de Mercado Aberto (OMA) como instrumento preferencial e adicionalmente as emissões de TBC, conjuntamente com os demais instrumentos de regulação de liquidez. O impacto agregado das operações monetárias foi de expansão sobre a Base Monetária, decorrente da emissão de TBC, que se concentrou sobretudo no segundo trimestre do ano e das Operações de Mercado Aberto (OMA) com regular frequência ao longo do ano. A operacionalização da política monetária, através da combinação dos vários instrumentos disponíveis, permitiu em paralelo estruturar de forma equilibrada a maturidade do stock vincendo dessas operações em 2013, evitando-se a sua concentração temporal.
Emissão de Títulos Públicos A emissão de títulos em 2013 ascendeu a Kz 489.909,34 milhões, sendo Kz 30.246,14 milhões em Títulos do Banco Central (TBC), Kz 296.072.72 milhões em Bilhetes do Tesouro (BT) e Kz 163.590,49 milhões em Obrigações do Tesouro (OT). Comparativamente a 2012, o volume das emissões em 2013 foi inferior em cerca de 49%. Relativamente às emissões dos Títulos do Banco Central para regulação de liquidez, a sua realização foi fundamental no segundo trimestre de 2013. No restante período do ano, essas operações foram substituídas por Operações de Mercado Aberto (OMA), suportadas por títulos da carteira do Banco Central. O uso de TBC para regulação de liquidez no segundo semestre foi facultativo e complementar. As emissões do Tesouro visaram a criação de receita em moeda nacional para a cobertura das despesas correntes e de investimento do Estado, através da emissão de dívida interna titulada, em conformidade com as definições orçamentais, e através da antecipação de receita.
52. Relatório e Contas 2013
O volume das emissões em 2013 foi de Kz 459.663,20 milhões, sendo Kz 296.072,72 milhões em Bilhetes do Tesouro (BT) e Kz 163.590,49 milhões em Obrigações do Tesouro (OT). Comparativamente a 2012, o volume das emissões em 2013 foi inferior em cerca de 106%. Do volume de dívida interna emitida em 2013, cerca de 19%, correspondente a Kz 87.399,85 milhões, destinou-se à cobertura de responsabilidades com credores do Estado.
Gráfico 34 - Resumo Geral de Emissão de Títulos em 2013
160,00 140,00
Kz Mil Milhões
120,00 100,00 80,00 60,00 40,00
OT
20,00
BT TBC
I Trim
II Trim
III Trim
IV Trim
Fonte: DMA/BNA.
Operações de Mercado Aberto (OMA) O volume de Operações de Mercado Aberto (OMA) para absorção de liquidez, foi de Kz 844.112,04 milhões, numa média mensal de Kz 76.737.457,93 milhões. O seu impacto foi de expansão de liquidez em Kz 31.994,86 milhões. O volume de Operações de Mercado Aberto (OMA) de cedência de liquidez foi de Kz 575.485,83 milhões, numa média mensal de Kz 143.871.458,38 milhões. O seu impacto foi de contracção de liquidez sobre a base monetária em Kz 7.456,50 milhões. Em termos globais o impacto dessas operações foi de expansão de liquidez em Kz 24.538,36 milhões.
Facilidades Permanentes de Liquidez O recurso à Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez (FCO) permitiu que as instituições bancárias acedessem ao financiamento intradia e/ ou overnight do BNA nos termos regulamentados. O volume dessas operações ascendeu à média mensal de Kz 38.905.425,15 milhões, com maior incidência no segundo trimestre de 2013. De modo inverso, as instituições bancárias puderam aplicar os seus recursos excedentários de tesouraria em depósitos overnight no Banco Central, em volume médio mensal de Kz 282.850,25 milhões. Estas operações tiveram preponderância, em termos de volume diário, no segundo semestre do ano, em decorrência das condições de liquidez no mercado. Em termos globais, o efeito líquido dessas operações na liquidez foi de contracção de Kz 78.887,87 milhões.
Resgates de Títulos Públicos Os resgates de títulos ocorridos no período totalizaram Kz 454.963,23 milhões, sendo Kz 109.139,53 milhões de TBC e Kz 345.823,70 milhões de Títulos do Tesouro, dos quais Kz 143.784,31 milhões de BT e Kz 202.039,38 milhões de OT. Comparativamente a 2012, o volume de resgates foi inferior em 63%, fundamentalmente para os TBC, em consequência da reduzida emissão em 2013.
Relatório de Actividades .53
Os fluxos expansionistas de liquidez resultantes destas operações foram atenuados com as emissões nos mesmos períodos e com as Operações de Mercado Aberto para o caso de Títulos do Banco Central.
Gráfico 35 - Resumo Geral de Resgate de Títulos em 2013
120,00 100,00
Kz Mil Milhões
80,00 60,00 40,00 OT
20,00
BT TBC
I Trim
II Trim
III Trim
IV Trim
Fonte: DMA/BNA.
Pagamento de Juros Os juros assumidos com as emissões de TBC realizadas em 2013 foram de Kz 219,28 milhões. Os juros pagos no período totalizaram Kz 1.349,96 milhões, dos quais Kz 1.192,88 milhões correspondentes à emissão de 2012. O pagamento de juros relativamente às emissões de BT em 2013 foi de Kz 4.280,63 milhões, dos quais Kz 3.950,03 milhões corresponderam à emissão de 2012. Relativamente às OT, o montante de juros pagos em 2013 foi de Kz 46.185,69 milhões, respeitantes a emissões de 2012. O montante global de juros corresponde a cerca de 11,39% do montante da dívida pública interna titulada resgatada em 2013.
Gráfico 36 - Pagamento de Juros em 2013
50,00 45,00 40,00 Kz Mil Milhões
35,00 30,00 25,00 20,00 15,00
OT
10,00 BT
5,00
TBC
Juros Assumidos Emissão 2013
Juros Pagos Emissão 2013
Juros Pagos Emissão 2012
Total Juros Pagos em 2013
Fonte: DMA/BNA.
Efeito Líquido das Operações com Títulos O efeito líquido das emissões de TBC foi de expansão de cerca de Kz 78.893,39 milhões, face ao maior volume de resgates em relação à emissão, em resultado da descontinuação das emissões no segundo semestre e substituição por Operações de Mercado Aberto. Relativamente aos Títulos
54. Relatório e Contas 2013
do Tesouro (BT e OT), o efeito líquido das emissões foi de contracção de cerca de Kz 67.451,04 milhões, pelo facto de o Tesouro ter apresentado uma maior necessidade de financiamento em 2013. No entanto, o endividamento público correspondeu a cerca de 50% da previsão anual.
Stock de Títulos O stock de títulos em moeda nacional a 31 de Dezembro de 2013 situou-se em Kz 1.135.284,21 milhões, dos quais cerca de Kz 9.300,00 milhões (0,82%) correspondentes a TBC. Do stock de títulos do Tesouro, cerca de Kz 265.792,92 milhões (23,41%) compunha a carteira de BT e Kz 860.191,29 milhões (75,77%) a de OT. Comparativamente ao ano de 2012 observou-se em 2013 um aumento do stock em cerca de 28%, em resultado de um maior volume de emissão em relação aos resgates. O crescimento do stock teve como factor de impacto o nível de emissão do Tesouro em 2013. O stock de títulos em moeda estrangeira foi de USD 2.149,52 milhões, respeitante a emissões do Tesouro Nacional em anos anteriores, para cobertura de investimentos específicos.
Gráfico 37 - Stock de Títulos em 2013
1.000,00 900,00 800,00
Kz Mil Milhões
700,00 600,00 500,00 400,00 300,00 OT
200,00
BT
100,00
TBC
I Trim
II Trim
III Trim
IV Trim
Fonte: DMA/BNA.
Taxas de Juro do Mercado Primário As taxas de juro do mercado primário mantiveram uma tendência de estabilidade, em todas as maturidades das emissões de títulos públicos, embora com ligeiras variações nominais, induzidas pelas condições da oferta e procura por esses activos financeiros. No final do ano de 2013 os níveis nominais das taxas de juro dos Bilhetes do Tesouro situavam-se em 3,64% aa, 4,60% aa e 5,75% aa para as maturidades, respectivamente, de 91, 182 e 364 dias. As taxas de emissão de Títulos do Banco Central (TBC) tiveram igual trajectória em conformidade com os objectivos da gestão coordenada das políticas monetárias e fiscais. Relativamente aos títulos de médio prazo, a estrutura de taxas de juro das Obrigações do Tesouro indexadas à taxa de câmbio, emitidas para financiamento à execução do OGE/2013, manteve-se ao longo do ano nos níveis pré-fixados, entre 7,00% aa e 8,25% aa para as maturidades entre 2 e 5 anos. Por outro lado, no terceiro trimestre de 2013 o Tesouro Nacional emitiu Obrigações Não Reajustáveis com taxas de juro variáveis que se situaram entre 7,05% aa e 8,25% aa para as maturidades entre 2 e 5 anos.
Relatório de Actividades .55
Gráfico 38 - Evolução das Taxas de Juro do Mercado Primário em 2013
7,00% 6,00% 5,00% 4,00% 3,00% 2,00% 1,00%
TBC - 63 dias
TBC - 182 dias
BT - 91 dias
BT - 182 dias
Dez’13
Nov’13
Out’13
Set’13
Ago’13
Jul’13
Jun’13
Mai’13
Abr’13
Mar’13
Fev’13
Jan’13
0,00%
BT - 364 dias
Fonte: DMA/BNA.
Taxas de Juro do Mercado Interbancário As taxas de juro de referência do BNA, designadamente a taxa BNA e as taxas de juro das Facilidades Permanentes de Liquidez, em 2013, situaram-se em 9,25% aa no caso da taxa BNA, 10,25% no caso da taxa de facilidade de cedência de liquidez e 0,75% no caso da taxa de facilidade de absorção de liquidez. Comparativamente a 2012 observou-se redução de 1,00%, 1,12% e 0,75%, respectivamente. Neste contexto observou-se igual comportamento da LUIBOR, a taxa de juro média de referência das operações de liquidez, não garantidas, no mercado interbancário. Com efeito, a estrutura da LUIBOR consolidou uma tendência de estabilidade ao longo de todo o ano de 2013, com um intervalo entre 4,71% aa na maturidade overnight e 9,34% aa na maturidade de 12 meses. Comparativamente a 2012, a variação anual observada na LUIBOR overnight foi de 1,26 pontos percentuais, tendo sido mais evidente a redução no segundo semestre. As maturidades intermédias de 1, 3, 6 e 9 meses mantiveram idêntica tendência, situando-se em 6,99% aa, 7,50% aa, 8,12% aa e 8,82% aa, em média, em 2013 e com reduções entre 0,54 e 1,21 pontos percentuais face a 2012.
Gráfico 39 - Evolução da LUIBOR em 2013
12,00% 10,00% 8,00% 6,00% 4,00%
Overnight Fonte: DMA/BNA
1 Mês
3 Meses
6 Meses
9 Meses
Dez’13
Nov’13
Out’13
Set’13
Ago’13
Jul’13
Jun’13
Mai’13
Abr’13
Mar’13
Jan’13
0,00%
Fev’13
2,00%
12 Meses
56. Relatório e Contas 2013
Mercado Monetário Interbancário As operações de cedência de liquidez entre instituições bancárias ascenderam a um volume médio mensal de Kz 993.379,39 milhões em 2013, com maior incidência no primeiro trimestre do ano, período em que o volume transaccionado representou cerca de 30,95% das operações no ano, observando-se um ligeiro aumento de cerca de 5,55%, face às operações realizadas em 2012.
Mercado Cambial Em 2013, o volume total de divisas vendidas à economia para as transacções com o exterior do país foi de USD 19.296,80 milhões, com particular enfoque para o terceiro e quarto trimestres do ano, devido à sazonalidade das operações. O provimento desse montante de recursos cambiais à economia permitiu absorver liquidez em moeda nacional, no montante de Kz 1.868.355,04 milhões ao longo do ano e suprir as necessidades de pagamentos de bens e serviços ao exterior do país. A taxa de câmbio média de referência da economia, apurada com base nas transacções do mercado cambial primário, situou-se ao final de 2013 em 97,619 Kz/USD, sendo esta moeda o principal instrumento financeiro utilizado nas relações comerciais da economia angolana com o resto do mundo. Em 2013, a variação cambial acumulada do Kwanza face ao Dólar americano foi de 1,85%, superior à observada em 2012, de 0,57%, mas em nível confortável com a estabilidade da moeda nacional e da economia.
Gráfico 40 - Venda de Divisas e Taxas de Câmbio em 2013
96,200
2.500
96,100 96,000
2.000
95,900 95,800
1.500
95,700 95,600
1.000
95,500 95,400
500
95,300 95,200
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Compras ao BNA
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Taxa de Câmbio
Fonte: DMA/BNA.
Mercado Cambial Interbancário No mercado interbancário as instituições bancárias transaccionaram o montante aproximado de USD 1.200,15 milhões, segmento de mercado com perspectiva de crescimento face aos ajustamentos do quadro regulamentar em curso, com particularidade para o novo regime cambial do sector petrolífero. Paralelamente as vendas de clientes decorrentes dos ajustamentos do quadro regulamentar, com destaque igualmente para o sector petrolífero, ascenderam ao montante de USD 10.988,95 milhões. A taxa de câmbio média do mercado secundário ao final de 2013 situou-se em 100,152 Kz/USD, com uma variação acumulada de 4,25% face a 2012.
Relatório de Actividades .57
Operações Cambiais Executadas O volume de operações cambiais executadas com o exterior do país, em 2013, apurado com base em informação regulamentar reportada ao Banco Central pelo sistema bancário, foi de USD 32.026,18 milhões, cuja cobertura foi fundamentalmente garantida, em cerca de 60,3%, pelas vendas de divisas do Banco Central, através das sessões regulares de leilão de divisas, e cerca de 34,3% pelas compras a clientes dos bancos.
2. Análise do Panorama Monetário Entre Dezembro de 2012 e Dezembro de 2013 os Activos Externos Líquidos registaram uma contracção de 1,51%, correspondendo em termos absolutos a Kz 47.749,06 milhões, decorrente de uma redução dos Outros Activos Externos Líquidos, calculada em 58,43%. As Reservas Internacionais Líquidas cresceram a uma taxa de 1,02%, tendo encerrado o mês de Dezembro de 2013 com o valor de USD 30.945,30 milhões.
Gráfico 41 - Activos Externos Líquidos
3.600.000,00
3.115.593,83
3.322.756,21
3.349.161,76
3.378.928,27
3.286.030,78
3.386.534,58
3.447.748,28 3.216.122,64
3.194.793,38
3.157.299,08
3.000.000,00
Jan‘13
3.100.000,00
3.163.342,89
3.200.000,00
3.280.450,28
3.300.000,00
Dez‘12
Activos Externos Líquidos Fonte: DMA/BNA.
Dez‘13
Nov‘13
Out‘13
Set‘13
Ago‘13
Jul‘13
Jun‘13
Mai‘13
Abr‘13
Mar‘13
2.900.000,00 Fev‘13
Kz Milhões
3.400.000,00
3.509.577,99
3.500.000,00
58. Relatório e Contas 2013
No mesmo período, os Activos Internos Líquidos registaram um aumento de 84,62%, tendo passado de Kz 712.649,67 milhões em Dezembro de 2012 para 1.315.729,27 milhões em Dezembro de 2013. Esta forte expansão justifica-se com o incremento nesse período de 31,32% do Crédito Líquido ao Governo Central e de 9,94% do Crédito à Economia, principalmente ao Sector Privado (em MN).
Gráfico 42 - Activos Internos Líquidos
870.186,97
791.184,61
807.238,01
664.470,90
555.094,51
400.335,53
532.750,94
200.000,00
557.991,45
400.000,00
662.240,83
600.000,00
739.737,21
800.000,00
712.649,67
Kz Milhões
1.000.000,00
1.067.644,66
1.200.000,00
1.315.729,27
1.400.000,00
Nov‘13
Dez‘13
Out‘13
Set‘13
Ago‘13
Jul‘13
Jun‘13
Mai‘13
Abr‘13
Mar‘13
Fev‘13
Jan‘13
Dez‘12
0,00
Activos Internos Líquidos Fonte: DMA/BNA.
Gráfico 43 - Crédito à Economia
3.500.000,00
3.000.000,00
1.743.877,41
1.717.016,15
1.685.723,11
1.101.325,32
1.076.066,19
1.668.733,90
1.101.315,80
Jun‘13
1.130.265,43
Mai‘13
1.110.278,00
1.650.918,45
Abr‘13
1.114.246,77
1.632.079,63 1.120.840,78
1.623.293,90 1.096.888,42
1.584.727,28
1.094.092,42
1.572.225,59
1.101.866,02
1.544.443,96
1.093.043,74
1.488.008,24
500.000,00
1.115.962,25
1.000.000,00
1.507.130,52
1.500.000,00
1.853.240,70
2.000.000,00
1.157.217,22
Kz Milhões
2.500.000,00
Ago‘13
Set‘13
Out‘13
Nov‘13
Dez‘13
0,00 Dez‘12
Jan‘13
Fev‘13
Mar‘13
Crédito em MN Fonte: DMA/BNA.
Crédito em ME
Jul‘13
Crédito à Economia
Relatório de Actividades .59
Analisando a concessão de crédito por sectores de actividade, a expansão foi mais expressiva nos sectores das Pescas, Famílias com Empregados Domésticos, Outras Actividades de Serviços Colectivos, Sociais e Pessoais, Alojamento e Restauração, e Actividades Imobiliárias, Alugueres e Serviços de Prest. às Empresas, que evoluíram 50,21%, 86,31%, 35,64%, 29,30% e 12,56%, respectivamente. Por outro lado, os sectores de Organismos Internacionais e Outras Instituições Extra-Territoriais, Saúde e Acção Social, Indústria Extractiva, e Actividades Financeiras, Seguros e Fundos de Pensões contraíram, respectivamente, 79,74%, 40,15%, 13,89% e 8,93%.
Gráfico 44 - Meios de Pagamento
5.000.000,00 4.500.000,00 4.000.000,00
Kz Milhões
3.500.000,00 3.000.000,00 2.500.000,00 2.000.000,00 1.500.000,00 M3
1.000.000,00 M2
500.000,00
M1
Dez‘13
Out‘13
Set‘13
Ago‘13
Jul‘13
Jun‘13
Mai‘13
Abr‘13
Mar‘13
Fev‘13
Jan‘13
Dez‘12
0,00
Fonte: DES/BNA.
Os meios de pagamento foram influenciados pelo crescimento das reservas internacionais líquidas, pela execução fiscal e pelo aumento do crédito à economia. Em 2013, o agregado M3 cresceu cerca de 14,33%, passando de Kz 3.875.992,56 milhões em Dezembro de 2012 para Kz 4.431.323,10 milhões em Dezembro de 2013. Este crescimento foi impulsionado principalmente pelo crescimento do agregado M2 (15,26%). Em 2013, o M2 cresceu Kz 579.727,40 milhões, tendo passado de Kz 3.799.314,74 milhões em Dezembro de 2012 para Kz 4.379.042,14 milhões em Dezembro de 2013. O crescimento do M2 foi principalmente influenciado pela expansão de 16,21% do Agregado Monetário M1, mais especificamente pela expansão dos Depósitos à Ordem em Moeda Nacional, que se registou em 2013 ou 2012 (40,47% face a Dezembro de 2013). Para além disso, o crescimento do M2 foi também influenciado pela expansão de 13,93% registada pela Quase-Moeda, mais precisamente dos Depósitos a Prazo em Moeda Nacional que cresceram 24,19% no período em análise.
60. Relatório e Contas 2013
3. Comportamento da Inflação Abaixo encontra-se representada a decomposição do IPC que permitiu demonstrar de forma clara a tendência do comportamento das componentes da inflação de 2011 a 2013.
Painel 2 - Decomposição do IPC em 2013
Componente Irregular presente na Inflação
Componente Sazonal presente na Inflação
INF_IR
2013M10
2013M07
2013M10
2013M07
2013M04
2013M01
2012M10
2012M07
2012M04
2012M01
2011M10
2011M07
2011M04
2013M10
0,00
2013M07
0,00 2013M04
0,20 2013M01
0,40
0,20
2012M10
0,60
0,40
2012M07
0,60
2012M04
0,80
2012M01
0,80
2011M10
1,00
2011M07
1,00
2011M04
1,20
2011M01
Componente Tendencial e Cíclica presente na Inflação
1,20
2011M01
2013M04
INF_SF
Inflação Ajustada da Componente Sazonal
INF_SA
2013M01
2013M10
2013M07
2013M04
2013M01
2012M10
2012M07
2012M04
2012M01
2011M10
2011M07
2011M04
2011M01
0,00
2012M10
0,20
2012M07
0,40
2012M04
0,60
2012M01
0,80
2011M10
1,00
2011M07
1,20
2011M04
1,80 1,60 1,40 1,20 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 0,00
1,40
2011M01
1,60
INF_TC
Fonte: INE e DEE/BNA.
Como se pode observar nesses gráficos a componente irregular presente na inflação foi mais acentuada em Outubro de 2012. Em 2013, esta componente registou uma variação média anual de 1%. A componente sazonal continua a apresentar uma sazonalidade no fim de cada ano, revelando-se indiferente do comportamento registado nos anos passados, bem como no fim de cada trimestre. Em 2013, a componente sazonal registou uma variação média anual de 0,63%, menos 0,10 p.p. que em 2012.
Relatório de Actividades .61
Em 2013, no que respeita à componente cíclica e tendencial, registou-se uma variação média anual de 0,63%, valor inferior ao verificado no ano passado em 0,09 p.p. Esta diminuição é um sinal positivo para os agentes económicos, dado tratar-se de um elemento determinante para a formação de expectativas nos mercados em termos de retornos esperados ou compromissos futuros a honrar. Quadro 14 - Componentes das Séries Temporais Identificados na Inflação
Inf. Sa.
Inf. Tc.
Inf. Ir.
Inf. Sf.
Inf.
dez-10
0,94
1,04
0,91
1,75
1,65
jan-11
0,79
1,00
0,79
0,80
0,63
fev-11
0,92
0,97
0,95
0,90
0,83
mar-11
0,91
0,94
0,96
0,86
0,78
abr-11
0,98
0,92
1,07
0,93
0,92
mai-11
0,98
0,91
1,08
1,00
0,98
jun-11
1,05
0,90
1,17
1,00
1,05
jul-11
0,79
0,89
0,88
0,95
0,75
ago-11
0,81
0,88
0,92
0,89
0,73
set-11
0,87
0,87
1,00
0,87
0,76
out-11
0,84
0,85
0,99
0,96
0,81
nov-11
0,77
0,83
0,93
1,11
0,86
dez-11
1,03
0,81
1,27
1,69
1,73
Média
0,90
0,90
1,00
1,00
0,90
jan-12
0,90
0,79
1,14
0,81
0,73
fev-12
0,75
0,77
0,97
0,92
0,69
mar-12
0,70
0,74
0,94
0,86
0,60
abr-12
0,75
0,72
1,04
0,93
0,70
mai-12
0,63
0,71
0,89
1,03
0,65
jun-12
0,68
0,69
0,98
1,00
0,68
jul-12
0,72
0,69
1,05
0,91
0,66
ago-12
0,67
0,69
0,97
0,89
0,60
set-12
0,62
0,70
0,89
0,88
0,55
out-12
0,97
0,71
1,36
0,94
0,91
nov-12
0,83
0,73
1,14
1,12
0,93
dez-12
0,59
0,74
0,80
1,66
0,99
Média
0,73
0,72
1,01
1,00
0,72
jan-13
0,73
0,75
0,98
0,84
0,61
fev-13
0,88
0,75
1,18
0,93
0,82
mar-13
0,77
0,74
1,04
0,86
0,66
abr-13
0,65
0,72
0,90
0,92
0,60
mai-13
0,83
0,69
1,20
1,05
0,87
jun-13
0,62
0,66
0,94
1,00
0,63
jul-13
0,59
0,62
0,94
0,90
0,52
ago-13
0,60
0,59
1,03
0,89
0,54
set-13
0,57
0,55
1,03
0,89
0,50
out-13
0,44
0,52
0,84
0,94
0,41
nov-13
0,46
0,49
0,94
1,13
0,52
dez-13
0,45
0,46
1,00
1,64
0,75
Média
0,63
0,63
1,00
1,00
0,62
Fonte: INE e DEE/BNA. 3
O termo “mercado” é aplicado nesta frase de forma mais abragente para que englobe: mercado de bens e serviços; mercados financeiros; mercado cambial; mercado de factores produtivos.
Obs.: Inf. Sa.: Inflação com Ajustamento Sazonal; Inf. Tc.: Componente Tendencial e Cíclica da Inflação; Inf. Ir.: Componente Irregular da Inflação; Inf. Sf.: Componente Sazonal da Inflação; Inf.: Inflação Cheia. Fonte: INE e DEE/BNA.
62. Relatório e Contas 2013
Evolução Anual do Núcleo da Inflação Os cinco indicadores do núcleo de inflação escolhidos apresentaram uma tendência decrescente. Para o ano de 2013, os indicadores do núcleo de inflação atingiram as seguintes cifras médias anuais:
s / )0# CHEIO ALISADO . VARIOU EM s / )0# EXCLUINDO #ARNE . VARIOU EM s / )0# EXCLUINDO 4ÖXI #OLECTIVO . VARIOU EM s / )0# EXCLUINDO 6ESTUÖRIO E #ALÀADO . VARIOU EM s / )0# EXCLUINDO 6ESTUÖRIO #ALÀADO E 0RODUTOS !DMINISTRADOS . VARIOU EM
Importa frisar que todos os indicadores do núcleo de inflação de 2013 apresentaram taxas de variação médias anuais inferiores às registadas no ano anterior.
Painel 3 - Núcleo de Inflação em 2013
Variação do IPC Cheio (Alisado) - (N1) vs Variação do IPC (Homóloga)
Variação do IPC Excluindo Carne (Alisado) - (N2) vs Variação do IPC (Homóloga)
16,00
16,00
14,00
14,00 12,00
12,00
7,84
10,00
7,84
10,00 8,00
8,00
6,00
IPC
N1
IPC
16,00
16,00
14,00
14,00
Jan‘14
Dez‘13
Out‘13
Nov‘13
12,00
7,84
10,00
N2
Variação do IPC Excluindo Vestuário e Calçados (Alisado) - (N4) vs Variação do IPC (Homóloga)
Variação do IPC Excluindo Táxi Colectivo (Alisado) - (N3) vs Variação do IPC (Homóloga)
12,00
Set‘13
Jul‘13
Ago‘13
Jun‘13
Mai‘13
Abr‘13
6,92
Jan‘13
Jan‘14
Dez‘13
Out‘13
Nov‘13
Set‘13
Ago‘13
Jul‘13
Jun‘13
Abr‘13
0,00 Mai‘13
2,00
0,00 Mar‘13
2,00 Fev‘13
4,00
Jan‘13
4,00
Mar‘13
7,83
Fev‘13
6,00
7,84
10,00 8,00
14,00 12,00
7,97
10,00 8,00 6,00
7,84
4,00 2,00
N5
Jan‘14
Out‘13
Jul‘13
Abr‘13
Out‘12
Jan‘13
Jul‘12
Abr‘12
Jan‘12
Out‘11
Jul‘11
0,00 Abr‘11
Fonte: INE e DEE/BNA.
N4
Out‘13
Jul‘13
Abr‘13
Jan‘13
Out‘12
Jul‘12
Abr‘12
Jan‘12
Out‘11
IPC
16,00
Jan‘11
Jul‘11
N3
Variação do IPC Excluindo Vestuário, Calçado e Produtos Administrados (Alisado) - (N5) vs Variação do IPC (Homóloga)
IPC
Abr‘11
Jan‘14
Out‘13
Jul‘13
Abr‘13
Jan‘13
Out‘12
Jul‘12
Abr‘12
Jan‘12
Out‘11
0,00 Jul‘11
2,00
0,00 Abr‘11
2,00 Jan‘11
4,00
IPC
7,65
6,00
7,77
4,00
Jan‘11
6,00
Jan‘14
8,00
Relatório de Actividades .63
De salientar que no quarto trimestre de 2013, os 5 indicadores do núcleo da inflação começaram a apresentar um comportamento inverso ao demonstrado nos três primeiros trimestres do ano.
ii. Estabilidade Financeira O Comité de Estabilidade Financeira (COMEF), constituído através do despacho nº 46/2012, é um órgão de consulta do Conselho de Administração do Banco Nacional de Angola no domínio de estabilidade financeira, cujo objectivo é a definição de directrizes e estratégias para a mitigação do risco sistémico, bem como a promoção e adopção de políticas macro prudenciais em articulação com as demais entidades de supervisão do sistema financeiro nacional. O COMEF é presidido pelo Governador do Banco Nacional de Angola e é integrado pelos membros do Conselho de Administração e pelos Directores dos Departamentos de Supervisão Prudencial (DSI), Supervisão Comportamental (DSC), Estudos Económicos (DEE), Estatísticas (DES), Mercado e Activos (DMA), Controlo Cambial (DCC) e Sistema de Pagamentos (DSP). O COMEF reúne com uma periocidade trimestral e extraordinariamente sempre que for convocado pelo Presidente. Durante o ano de 2013 foram realizadas 4 (quatro) reuniões do COMEF, onde foram analisados o relatório de estabilidade financeira anual de 2012 e do primeiro semestre de 2013, bem como os relatórios trimestrais sobre as “Vulnerabilidades do Sistema Financeiro Angolano”, que retrataram os riscos inerentes à actividade económica e financeira e as acções implementadas para a mitigação dos diferentes riscos, ao nível da conjuntura macroeconómica, sector externo, mercado monetário e sistema financeiro, com destaque para os seguintes temas:
s !NÖLISE DA %CONOMIA )NTERNACIONAL 6ULNERABILIDADE %XTERNA #ONDIÀµES -ACROECONMICAS )NTERNAS #ONDIÀµES -ONETÖRIAS E &INANCEIRAS