A CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA GERENCIAL APLICADA EM UMA

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CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ FABRÍCIO CONSTANTE

A CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA GERENCIAL APLICADA EM UMA EMPRESA DO RAMO INDUSTRIAL-COMERCIAL

SÃO JOSÉ 2010

FABRÍCIO CONSTANTE

A CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA GERENCIAL APLICADA EM UMA EMPRESA DO RAMO INDUSTRIAL-COMERCIAL

Trabalho elaborado para a disciplina de Estágio III do Curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Municipal de São José – USJ Prof. Esp. Alfredo Lohn Braun.

SÃO JOSÉ 2010

FABRÍCIO CONSTANTE

A CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA GERENCIAL APLICADA A UMA EMPRESA DO RAMO INDUSTRIAL-COMERCIAL

Trabalho de conclusão de curso elaborado como requisito final para a aprovação no Curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Municipal de São José – USJ. Avaliado em 01 de dezembro de 2010 por: Membros da banca

______________________________________ Prof. Esp. Alfredo Lohn Braun Orientador

______________________________________ Prof. MSc Isair Sell

______________________________________ Prof. MSc. Humberto R. Francisco

Dedico este trabalho aos meus pais,

Pedro

Moisés

Constante

e

Zenaide Maria Silveira Constante pela educação, amor, força, ensinamentos, oportunidade e incentivo que sempre me deram para prosseguir nesta caminhada. Ao meu irmão Rafael Constante pela motivação em todos os meus feitos. À minha noiva, Sabrina Santos da Silva, por sempre estar ao meu lado, dando apoio, garra, força e amor para a conclusão deste.

AGRADECIMENTOS

O momento de escrever um trabalho como este é de suma importância, pois nos faz refletir sobre nosso passado, presente e futuro, trazendo a nossa frente um confronto entre os conhecimentos adquiridos na universidade e no ambiente de trabalho. Isso pode ser chamado de responsabilidade. A responsabilidade que bate a nossa porta, mostrando que já não somos mais um acadêmico, mas sim um profissional e que o peso da responsabilidade cai sobre nós, mas ao mesmo tempo trazendo uma satisfação jamais sentida. A satisfação de que vencemos um desafio, que chamo como o nosso primeiro degrau de uma escada composta de muitos deles, nos quais barreiras terão que ser enfrentadas e que com garra venceremos assim como vencemos o primeiro degrau de nossa escada. A toda esta satisfação, agradeço em primeiro lugar a Deus pelo dom da vida, aos meus pais e à minha noiva por sempre estarem ao meu lado dizendo que sim, você pode. E ao meu orientador por toda a força para a pesquisa de um caso real, dando a harmonia perfeita de união entre a teoria e a prática profissional à pesquisa realizada.

O estudo é um trabalho em que somos obrigados a pôr toda a nossa vontade para realizá-lo com o maior rendimento possível. Thomas Atkinson

RESUMO Esta pesquisa tem por objetivos justificar a necessidade da contabilidade gerencial para uma organização. Foram conceituadas neste a contabilidade e seus ramos, a contabilidade gerencial e a contabilidade de custos. Demonstrou-se através da pesquisa a relevância da informação alicerçada na contabilidade com a finalidade de orientar os gestores em suas decisões. A contribuição desta ferramenta ultrapassa às percepções de mera formação de preço, ajudando a desenvolver o entendimento de todo o processo produtivo da empresa, relacionando às entradas de recursos, à transformação destes e por fim à sua venda. Esta pesquisa científica foi elaborada sob a forma bibliográfica, documental e estudo de caso. Palavras-chave: Contabilidade gerencial. Contabilidade de custos. Informação.

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................10 2 JUSTIFICATIVA.....................................................................................................11 3 PROBLEMÁTICA E OBJETIVOS..........................................................................12 3.1 Pergunta de Pesquisa .......................................................................................12 3.2 Objetivos ............................................................................................................13 3.2.1 Objetivo Geral ..................................................................................................13 3.2.2 Objetivos Específicos .......................................................................................13 4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................................................14 4.1 Modalidade da pesquisa ...................................................................................14 4.2 Coleta de Dados ................................................................................................15 4.3 Análise e Interpretação .....................................................................................15 4.4 Ambiente de Pesquisa ......................................................................................15 5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................17 5.1 Pré-História Brasileira e Escrita Contábil........................................................17 5.2 Introdução da Contabilidade no Brasil............................................................17 5.3 O que é Contabilidade.......................................................................................18 5.3.1 Objetivos da Contabilidade...............................................................................18 5.3.2 Função da Contabilidade..................................................................................19 5.4 Informação Contábil para Alcance de Objetivos e Metas de uma Entidade 19 5.5 A Contabilidade e seus Usuários.....................................................................20 5.6 Contabilidade Gerencial ...................................................................................21 5.6.1 Contabilidade Gerencial versus Contabilidade Financeira ...............................22 5.6.2 Sistema de Gestão e Contabilidade .................................................................23 5.6.3 Conceito de Gestão..........................................................................................24 5.6.4 Análise SWOT..................................................................................................24 5.6.5 Áreas nas quais a Contabilidade Gerencial Pode Atuar...................................24 5.7 Contabilidade de Custos ..................................................................................25 5.7.1 Objetivos da Contabilidade de Custo ...............................................................27

5.7.2 Formação dos Custos ......................................................................................27 5.7.3 Custos Variáveis ..............................................................................................29 5.7.4 Custos Fixos.....................................................................................................29 5.7.5 Custos e Controle.............................................................................................29 5.7.6 Valor Final dos Custos para quem Produz e para quem Consome..................30 5.7.7 Métodos de Custeio..........................................................................................31 5.7.7.1 Custeio por Absorção ....................................................................................31 5.7.7.2 Custeio por Atividades – ABC .......................................................................32 5.7.7.3 Custeio Variável ............................................................................................32 5.8 Orçamento .........................................................................................................33 6 PLANO DE AÇÃO: CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA DE GESTÃO .....34 6.1 Itens etapa estrutural ........................................................................................36 6.2 Itens etapa aplicação ........................................................................................38 6.3 Itens etapa controle...........................................................................................39 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................41 8 REFERÊNCIAS......................................................................................................42

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1 INTRODUÇÃO

A competição globalizada entre os mercados faz com que as empresas busquem maior qualidade e melhorem seu desempenho, aproveitando melhor os recursos adquiridos, assim gerando melhores produtos. A contabilidade não pode ser utilizada somente como atendente das necessidades fiscais, mas como uma importante ferramenta para a gestão e tomada de decisão. As companhias buscam respostas no tempo certo, com qualidade. Tais respostas possibilitarão melhores performances. A contabilidade gerencial é apresentada como uma ferramenta fundamental, pois gera as informações de valor agregado para ajudar nas decisões do gestor. Os gestores encontram várias dificuldades durante o exercício de suas funções. Terão de Gerenciar subordinados e processos de produção. As informações necessárias para todas estas operações são fornecidas pela contabilidade. A presente pesquisa é aplicada com abordagem do problema de forma qualitativa. A coleta de dados foi realizada através de bibliografias em livros, sítios da Internet, artigos, revistas e documentos internos da empresa.

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2 JUSTIFICATIVA

A contabilidade gerencial, tema escolhido para esta pesquisa científica foi devido a necessidade dos resultados que são produzidos por esta área, bem como a sua importância como ferramenta para os gestores, onde eles necessitam de informações a respeito de suas atividades de forma organizada, com qualidade, para que possam tomar decisões mais ágeis, fazendo seus negócios de maneira mais competitiva. Porém para isso, é necessário que os gestores tenham a clara percepção e entendimento do que é contabilidade gerencial, para assim aplicar às empresas um modelo de gestão tendo como ferramenta a contabilidade, mais precisamente a contabilidade gerencial. A informação, dado trazido pela contabilidade, é o elemento necessário para a tomada de decisão com maior qualidade, trazendo resultado mais eficaz. Para Davis (Apud NAKAGAWA 2007, p. 60) “A informação é o dado que foi processado de uma forma compreensível para o seu recipiente e que apresente um valor real ou percebido para suas decisões correntes ou prospectivas”. A contabilidade gerencial consegue medir a situação econômica da empresa, bem como a rentabilidade de seus bens e serviços. Para Padoveze (2009, p. 36): Contabilidade gerencial é relacionada com o fornecimento de informações para os administradores, isto é, aqueles que estão dentro da organização e que são responsáveis pela direção e controle de suas operações. A contabilidade gerencial pode ser contrastada como contabilidade financeira, que é relacionada com o fornecimento de informações para os acionistas, credores e outros que estão de fora da organização.

A contabilidade gerencial participa integralmente do processo de gestão, analisa continuamente o fluxo dos recursos de uma empresa, do momento em que são adquiridos até o seu consumo. Portanto, esta pesquisa foi elaborada no intuito de demonstrar quanto é importante para o gestor ter o entendimento da contabilidade gerencial para as suas atividades, onde assim terá um maior controle perante suas atividades para que seu rendimento como gestor seja eficaz com resultado desejado alcançado, bem como elaborar e propor um modelo de gestão para a empresa em estudo.

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3 PROBLEMÁTICA E OBJETIVOS

A seguir serão traçados a problemática de pesquisa onde trás à tona os problemas vivenciados pelas empresas e os objetivos que na qual se espera alcançar.

3.1 Pergunta de Pesquisa

Os problemas vivenciados nas empresas são ocasionados pela falta de utilização das informações que deveriam ser produzidas pela contabilidade. Grande parte dos gestores, principalmente das pequenas organizações, cuja cultura lhe apresenta a contabilidade como mero meio de atendimento das obrigações fiscais, tem abdicado da oportunidade de melhorar seu desempenho quando da não utilização dos dados gerados pela contabilidade para a tomada de decisão. Há o entendimento que o profissional da área contábil é uma extensão do fisco. Como capitulado na introdução, a contabilidade, em sua essência, é fundamental para a imposição e manutenção de uma vida saudável à organização. A aplicação da contabilidade, com a função gerencial e de controle, cria transparência, sistematiza os processos, o que melhora a qualidade das ações do gestor, criando valor e com este a satisfação de todo o meio ambiente que o cerca. Uma empresa que não tem controle de sua gestão pode acabar ficando sem recursos financeiros, o que se considera como um dos problemas mais comuns que as microempresas e empresas de pequeno porte encontram. Esta pesquisa traz a contabilidade de gestão como tema principal. Sua aplicação aconteceu em uma pequena empresa no ramo do comércio e indústria situada em São José (SC). O mercado impõe suas exigências, maior qualidade em seus bens e serviços produzidos. Sendo assim, se o gestor aplicar à organização um sistema de gestão eficaz, ele poderá fazer novos investimentos, e assim proporcionar o aumento de sua riqueza. Criará diferencial para seus clientes, aumentando a capacidade de atingir outras parcelas do mercado.

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Como a gestão influencia fortemente nos resultados de uma empresa, veio a seguinte proposta de trabalho: Como elaborar um modelo de Contabilidade de Gestão para uma pequena empresa do segmento industrial-comercial?

3.2 Objetivos 3.2.1 Objetivo Geral Elaborar um modelo de análise dos dados em nível gerencial para uma pequena empresa industrial e comercial. 3.2.2 Objetivos Específicos •

Conceituar contabilidade gerencial demonstrando como é importante a sua

utilização para os gestores; •

Contemplar atividades da empresa dentro do sistema de gestão;



Sugerir a implantação de uma contabilidade em nível gerencial como

ferramenta para os gestores.

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4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste item será apresentado o tipo de metodologia, traçando a linha de estudo para a elaboração desta pesquisa científica. 4.1 Modalidade da pesquisa Do ponto de vista da natureza da pesquisa, foi utilizado a forma aplicada, pois tem o interesse de aplicar as descobertas na prática da empresa. Sendo assim, tendo o interesse em resolver problemas através das descobertas. Teve como procedimento técnico a pesquisa bibliográfica, utilizando como base material já publicado, como livros, artigos e até mesmo informações disponibilizada na Internet, pelo seu fácil acesso. Segundo Köche (1997, p. 122) a pesquisa bibliográfica “é a que se desenvolve tentando explicar um problema, utilizando o conhecimento disponível a partir das teorias publicadas em livros ou obras congêneres”. Essa forma de pesquisa se dará através de obras publicadas que se caracterizarem no tema abordado. A pesquisa bibliográfica para Fachin (2006, p. 122) “são todas as obras escritas, bem como a matéria constituída por dados primários ou secundários que possam ser utilizados pelo pesquisador ou simplesmente pelo leitor”. Também foi utilizada a pesquisa documental, isto é, documentos internos da própria empresa, como balancetes, balanços, demonstração do resultado do exercício e planilhas de estoque. Esta pesquisa é um estudo de caso, onde se aprofunda em uma forma mais completa no caso a ser pesquisado. Gil (1999, p. 73) explica que: O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir conhecimentos amplos e detalhados do mesmo, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos considerados.

O estudo de caso faz o pesquisador obter várias fontes de informações para a coleta de dados, fazendo aparecer novos elementos para a indagação do desenvolvimento da pesquisa.

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4.2 Coleta de Dados A coleta de dados se deu inicialmente através de conversas informais com o gestor da empresa no intuito de obter as primeiras informações, como a história de como e porquê do surgimento da empresa, e principalmente com a coleta de informações através das demonstrações e relatórios contábeis disponibilizados pela organização para a obtenção de dados para a elaboração do mapeamento da forma a ser aplicada na organização.

4.3 Análise e Interpretação Os dados obtidos foram analisados e interpretados na forma qualitativa, no intuito de aplicar os resultados na atual situação em que a empresa se encontra. Ou seja, fazer que o processo de produção da empresa tenha maior qualidade através desta pesquisa. Os livros, artigos e materiais publicados na Internet tiveram sua importância no tocante da teoria, ou seja, para assim melhor avaliar e analisar os dados, relacionando a teoria com a prática da empresa.

4.4 Ambiente de Pesquisa1 O sócio-administrador da empresa começou sua vida profissional trabalhando como autônomo, porém percebeu que precisava de um salário fixo, para poder assim alcançar seus objetivos. Foi, então, que surgiu uma proposta de emprego em meados da década de 80 para trabalhar com vendas em uma determinada empresa. Trabalhou como vendedor interno, único da empresa trabalhando nesta área e foi adquirindo conhecimento e experiências, pois os demais vendedores eram externos.

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Informações coletadas através de conversas informais com o administrador da empresa, Delmo dos Santos, em São José – Santa Catarina, em 21 de novembro de 2009.

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Pelo seu profissionalismo, começaram a surgir novas ofertas de emprego, motivo da sua saída após quase três anos na empresa em que, até então, trabalhava, indo trabalhar em uma empresa que fabricava lavajato, direcionado ao setor de mangueiras. Como não havia muitos vendedores nesta área de mangueiras e conexões, resolveu sair da empresa para trabalhar novamente como autônomo. Com os rendimentos obtidos foi comprando materiais e armazenando na residência de seus pais, onde morava. Trabalhava até tarde, não deixando nenhum cliente sem seus produtos. Com o aumento da carta de clientes, que estavam cada vez mais satisfeitos com seus produtos sentiu a necessidade de formalizar-se, constituindo então em 01 de setembro de 1997 na casa de seus pais, bairro do Balneário do Estreito – Florianópolis/SC uma firma individual. Com o crescente aumento de seus clientes, houve a necessidade de um espaço maior, alterando assim seu endereço para o bairro Serrarias, São José/SC, onde seu pai tinha uma fábrica de sabão já desativada. Adequou o local para estabelecer sua empresa. Em 18 de junho de 2003, resolveu fechar a empresa para abrir uma empresa limitada no mesmo local. Houve falta de capital de giro, então, toda receita obtida foi utilizada para investimento na empresa. Hoje, sua carteira de clientes está em aproximadamente 6.000 (seis mil) clientes. Um de seus objetivos é terminar sua nova sede, que está em construção no mesmo terreno da atual, até o final do ano 2011.

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5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nesta parte origina-se o referencial teórico de pesquisa, para trazer conhecimento, visando mais clareza e entendimento para a elaboração do estudo de caso. 5.1 Pré-História Brasileira e Escrita Contábil A contabilidade surge na época em que os homens habitavam cavernas, onde através de desenhos, pinturas e sinais repetitivos por traços, pontos, grades e similares, registravam o controle de seus mantimentos (SÁ, 2008). No território nacional, estendem-se os maciços de rochas calcárias, onde existem grandes números de grutas, servindo de abrigo para o homem primitivo. Dentre estas grutas, temos a de São Domingos em Minas Gerais, no vale do rio Urucuia. Nesse maciço, localizam-se mais de 40 grutas onde se encontram formas gráficas rupestres e pinturas. Ali, encontram-se várias pinturas que se identificam com natureza contábil, devido às formas das contas encontradas na Europa. Segundo Sá (2008, p. 16): Os signos, desenhos e pinturas que foram identificadas nas grutas de Montalvânia, no Vale do Peruaçu, em Minas Gerais, aquelas das lápides em Pedra Furada no Parque das Antas no Piauí, evidenciam uma vida primitiva muito antiga, possuindo, todavia, acentuada semelhança com os signos das grutas européias.

As inscrições brasileiras são fortes indícios de evolução racional e é considerado como um ato de inteligência direcionado ao patrimônio (SÁ, 2008).

5.2 Introdução da Contabilidade no Brasil O cargo de contador já existia em Portugal deste os meados de 1319. O mais alto cargo do Governo, Contador-Mor, foi instituído desde 1389, com a criação do primeiro, pode se dizer, tribunal de contas, onde era feita a contabilidade do Rei.

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Com a transferência da corte de Portugal para o Brasil, este traz junto o ensino contábil. A criação do Conselho da Fazenda para administração, arrecadação, distribuição, contabilidade e assentamento do real patrimônio e fundos públicos do Estado do Brasil e Domínios Ultramarinos foi em 1808. 5.3 O que é Contabilidade

A contabilidade pode ser resumida como a escrituração dos atos e fatos ocorridos nas entidades e a informação gerada referente a atual situação econômico-financeira das entidades para auxiliar os gestores nas tomadas de decisões, bem como mensurar o real valor dos patrimônios das entidades. Válido salientar que a contabilidade não é uma ciência exata, mas sim uma ciência social aplicada. Para Gouveia (1975, p. 1): Contabilidade é uma arte. É a arte de registrar todas as transações de uma companhia, que possam ser expressas em termos monetários. E, é também a arte de informar os reflexos dessas transações na situação econômicofinanceira dessa companhia.

A contabilidade estabelece em sua parte teórica, os princípios e regras de conduta a serem seguidas pelos profissionais da área contábil, assim padronizando procedimentos por eles adotados. Segundo Ferreira (2004, p. 1), a contabilidade em perspectiva teórica pode ser definida como “a ciência que estuda o patrimônio do ponto de vista econômico e financeiro, bem como os princípios e as técnicas necessárias ao controle, à exposição e à análise dos elementos patrimoniais e de suas modificações.”.

5.3.1 Objetivos da Contabilidade A contabilidade objetiva detalhar a situação do patrimônio e analisar a sua evolução. Para Iudícibus, Martins e Gelbcke (1994, p. 58), a contabilidade tem por objetivo “um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários

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com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização.” 5.3.2 Função da Contabilidade A contabilidade tem como função controlar o patrimônio, apurar o lucro ou o prejuízo. Segundo Iudícibus, Martins e Gelbcke (1989, p. 60), “sua função principal é a mensuração do lucro e o reporte da posição patrimonial em determinados momentos.” A contabilidade registra todos os fatos e atos ocorridos. Ela os controla de forma a organizá-los, posteriormente os analisa através dos demonstrativos, com a finalidade de obter a situação econômico--financeira que a organização apresenta em determinado período.

5.4 Informação Contábil para Alcance de Objetivos e Metas de uma Entidade Segundo Horngren, Sundem e Stratton (2004, p. 5): Para realmente saber se uma informação contábil ajuda ou não uma entidade a alcançar seus objetivos e metas é necessário que sejam respondidas três tipos de questões: 1. Questões de registro: Estou agindo bem ou insatisfatoriamente? Scorekeeping (manter um registro) é a acumulação e classificação dos dados. Esse aspecto da contabilidade permite aos usuários internos e externos avaliar o desempenho organizacional. 2. Questões de direção de atenção: Quais problemas devo examinar? Direção de atenção significa relatar e interpretar informações que ajudam os gestores a focalizar problemas, imperfeições, ineficiências e oportunidades operacionais. Dirigir a atenção associa-se, geralmente, com planejamento e controle atuais e com análise e investigação de relatórios contábeis internos rotineiros e recorrentes. 3. Questões de solução de problemas: Das diversas maneiras de fazer um trabalho, qual é a melhor? O aspecto da solução de problemas da contabilidade quantifica os resultados prováveis dos possíveis cursos de ação e, frequentemente, recomenda o melhor curso a seguir.

A contabilidade somente trará informações com importância valia para a tomada de decisão se os documentos forem lançados adequadamente e que o registro dos atos e fatos seja feitos coerentemente.

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5.5 A Contabilidade e seus Usuários A contabilidade gera informações e estas são utilizadas para diversas questões, pois diversos são seus usuários. Caso uma empresa necessite pedir empréstimo junto ao banco, esta fará uso dos relatórios contábeis para mostrar ao banco como está a sua atual situação financeira e econômica. Podemos citar também o governo e as entidades públicas a ele relacionadas, os funcionários da organização, os fornecedores, os clientes. Para Horngren, Sundem Stratton (2004, p. 4), os usuários da informação contábil enquadram-se em três categorias: 1. Gestores internos que usam a informação para o planejamento e controle, a curto prazo, de operações rotineiras. 2. Gestores internos que usam a informação para tomar decisões não rotineiras (por exemplo, investir em equipamentos, determinar o preço de produtos e serviços, decidir a que produtos dar relevo ou não) e formular as políticas gerais e planos de longo prazo. 3. Usuários externos, tais como investidores e autoridades governamentais, que usam a informação para tomar decisões a respeito da empresa.

Independente de serem usuários internos ou externos, ambos usam as informações contábeis, porém cada um a sua maneira,

que se aplica a sua

necessidade. Segundo Horngren, Sundem e Stratton (2004): Os usuários externos como acionistas, fornecedores, bancos e agências regulatórias do governo utilizam as informações geradas pela contabilidade financeira enquanto que os usuários internos utilizam as informações geradas pela contabilidade gerencial.

Para suporte externo, como por exemplo: a empresa necessita de um financiamento, se a empresa ter sua contabilidade em dia será mais fácil para que ela consiga o financiamento. E certamente, se a empresa não ter uma boa contabilidade que traga demonstrativos de como está a sua situação para que ela, a empresa, possa tomar suas decisões, não haverá quem queira investir.

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5.6 Contabilidade Gerencial A contabilidade gerencial é tratada como ferramenta voltada para a gestão das empresas, que ao utilizar destes mecanismos prospectam a eficácia de seus processos. Os gestores necessitam de tomadas de decisões com agilidade, para que não acabe deixando passar uma oportunidade que a organização poderia ter. Para isso há a necessidade de informações provindas da contabilidade. Mas não é o que, em muitos casos, temos visto nos escritórios de contabilidade, pois o que vemos são contadores atendendo o fisco. Isso acaba passando para os usuários da contabilidade que o contador seja apenas um atendente do fisco. Mostra uma visão de contabilidade sutil, sem saber a sua verdadeira importância, que na qual são os auxílios para a tomada de decisão. Conforme Atkinson et al (2008, p. 37) “Sistemas de contabilidade gerencial eficazes podem criar valor considerável pela informação a tempo e com precisão sobre as atividades exigidas para o sucesso das organizações de hoje.” Os gestores almejam chegar ao resultado esperado, mas para isso as atividades devem ser bem controladas. Um sistema de contabilidade gerencial possibilita o controle destas atividades, para que assim, os resultados almejados sejam alcançados. Segundo Iudícibus (1986, p. 15): A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório.

Sendo assim, a contabilidade gerencial tem como característica colocar os dados das diferentes áreas da contabilidade de forma que sirva como informação aos gestores para que possam, tomar suas decisões com a menor margem de erro possível. Para Iudícibus (1986, p. 16): De maneira geral, portanto, pode-se afirmar que todo procedimento, técnica, informação ou relatório contábil, feitos ‘sob medida’ para que a

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administração os utilize nas tomadas de decisões entre alternativas conflitantes, ou na avaliação de desempenho, recai na contabilidade gerencial.

A informalidade, a corrupção ativa e passiva, são limitadores da utilização da contabilidade em sua plenitude. Para Barbosa (2006, p. 17) “Não se pode imaginar o gerenciamento eficaz de uma célula social sem a presença da informação contábil”. A contabilidade gerencial tem função de auxilio na controladoria das organizações, melhorando o controle operacional, bem como analisando os custos melhorando os níveis estratégicos. Jiambalvo (2002 p. 4) diz que a contabilidade gerencial “enfatiza as informações que são úteis aos gerentes internos para o planejamento, o controle e a tomada de decisão.” Ao utilizar dados da contabilidade para criar informações relevantes para tomada de decisão, os gestores geram benesses para as suas organizações, resultando

em

ganhos

de

qualidade

que

melhoram

os

processos

e

conseqüentemente o seu desempenho. Para o gestor, tem grande valia a contabilidade gerencial, pois ela irá auxiliar em tomadas de decisões com maior qualidade, para que assim, o gestor tenha um retorno desejado, um resultado que na qual foi planejado. Através da contabilidade gerencial há mais chance de chegar ao resultado planejado do que meramente o gestor tomar decisões baseadas em fatos não organizados, gerando informações confusas, tornando essas informações de pouca valia para o alcance do resultado esperado. A contabilidade gerencial, portanto, organiza os dados, analisa-os, mensuraos, para que o gestor tenha o devido entendimento do que está passando sobre um todo, para que assim tome decisões mais concretas e até mesmo nortear o gestor para que saiba aonde investir e também se houver algum problema, identificando este problema, trazendo assim para a organização, uma contabilidade como ferramenta gerencial, fazendo a controladoria de fato da organização. 5.6.1 Contabilidade Gerencial versus Contabilidade Financeira

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A contabilidade gerencial, identifica, analisa as informações financeiras e econômicas convertendo-as em informação de valor agregado para a tomada de decisão. A contabilidade financeira fornece informação sobre a entidade para os usuários externos, como os acionistas, investidores, bancos e outros. Segue quadro referente às distinções entre a contabilidade gerencial e a contabilidade financeira:

Usuários primários

Liberdade de escolha

Implicações comportamentais

Contabilidade Gerencial Gestores da organização em vários níveis. Sem restrições, exceto custos em relação a benefícios de melhores decisões gerenciais. Preocupação com a influência que as mensurações e os relatórios exercerão sobre o comportamento cotidiano dos gestores.

Contabilidade Financeira Usuários externos, como investidores e agências governamentais, mas também gestores das organizações. Restringida pelos princípios de contabilidade geralmente aceitos. Preocupação em mensurar e comunicar fenômenos econômicos. As considerações comportamentais são secundárias, embora a compensação dos executivos baseada em resultados relatados possa ter impacto em seu comportamento. Orientação para o passado: avaliação histórica. Ex.: desempenho real de 20x2 comparado com o desempenho real de 20x1. Menos flexível, geralmente um ano ou um trimestre. Resumidos; preocupam-se primeiramente com a entidade como um todo.

Orientação para o futuro: uso formal de orçamentos, bem como Enfoque de tempo de registros históricos. Ex.: orçamento de 20x2 comparado com o desempenho real de 20x1. Flexível, com uma variação que vai Horizonte de tempo de horas a 10 ou 15 anos. Detalhados; preocupam-se com detalhes de partes da entidade, Relatórios produtos, departamentos, territórios etc. Campo de ação se define com Campo de ação se define com menos precisão. Uso mais intenso maior precisão. Menor uso de Delineamento de de disciplinas como economia, disciplina afins. atividades ciências de decisão e comportamentais. Quadro 1 Distinção entre a contabilidade gerencial e a contabilidade financeira. Fonte: Horngren, Sundem e Stratton (2004, p. 5)

5.6.2 Sistema de Gestão e Contabilidade Os gestores se beneficiam, quando a contabilidade fornece informações que auxiliem suas tomadas de decisões. Horngren, Sundem e Stratton (2004, p. 8) dizem que: O processo de gestão compreende uma série de atividades em um ciclo de planejamento e controle. Tomada de decisão – a decisão com propósito de selecionar entre um conjunto de cursos alternativos de ação projetados para atingir algum objetivo – é o núcleo do processo de gestão. As decisões

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variam entre rotineiras (programar a produção diária) e não-rotineiras (lançar uma nova linha de produtos).

Então, pode ser dito que o processo de gestão é dividido em dois tipos, o primeiro em planejamento e o segundo em controle. Cabe ressaltar que quando se tratar de gestão, é importante atenção em uma das duas partes, para assim simplificar a análise. 5.6.3 Conceito de Gestão Segundo Nakagawa (2007, p. 39), “gestão é a atividade de se conduzir uma empresa ao atingimento do resultado desejado (eficácia) por ela, apesar das dificuldades”. Gestão é o ato de gerir, método utilizado por um indivíduo para chegar ao resultado desejado dentro de uma organização. 5.6.4 Análise SWOT É importante que uma empresa em sua gestão saiba mensurar quais são seus pontos fracos e fortes bem como quais são as suas ameaças e oportunidades. A análise SWOT é a área que trata sobre esses aspectos. Conforme Megginson, Mosley e Pietri (1998, p. 179): A análise SWOT é uma forma útil para ajudar as organizações a identificarem fatores externos e internos, assim como salientar oportunidades em potencial. A análise SWOT é o processo de identificar sistematicamente as forças (strengths), fraquezas (weaknessas), oportunidades (opportunities) e ameaças (threats).

Sendo assim, a análise SWOT auxilia no conhecimento dos pontos internos e externos que a empresa convive. 5.6.5 Áreas nas quais a Contabilidade Gerencial Pode Atuar Conforme apresentado anteriormente, a contabilidade gerencial atua dentro das organizações dando auxílio para a tomada de decisão no âmbito de suas atividades.

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Conforme Padoveze (2009, p. 39), as áreas de atuação da contabilidade gerencial são divididas em três blocos de informações para suprir cada um dos níveis hierárquicos, como segue: 1. Gerenciamento contábil, objetivando canalizar informações que sejam apresentadas de forma sintética, em grandes agregados, com a finalidade de controlar e planejar a empresa dentro de uma visão de conjunto; 2. Um segundo bloco de informações que suprirão a média administração, ou, caso necessário, seguimentos que a empresa definiu em termos de divisões ou linhas de produtos. São informações para canalizar os conceitos de contabilidade por responsabilidade. Denominamos esse segmento de gerenciamento contábil setorial. 3. Um terceiro bloco de informações para gerenciar cada um dos produtos da companhia, de forma isolada. Denominamos esse segmento da contabilidade gerencial de gerenciamento contábil específico. São informações que descem a um grau maior de detalhamento, em nível operacional.

Ao entender, a contabilidade gerencial deve atender todas as atividades da empresa, mas cada área deve ser particularmente apreciada a ponto de elencar qual a parcela de contribuição que cada uma oferece na geração de um todo.

5.7 Contabilidade de Custos A contabilidade de custos é uma área da contabilidade que estuda o comportamento dos custos inerentes à produção dos bens e serviços. O resultado de sua aplicação contribui na qualificação dos processos sendo importante ferramenta para o controle do desempenho. Segundo Leone (1985, p. 12) “as técnicas de Contabilização dos Custos constituem um poderoso instrumento nas mãos do administrador para o eficiente desempenho de suas funções”. Conforme Cashin e Polimeni (1982, p. 573): No estudo de gerência, aquele que toma as decisões deve compreender a relação entre o custo para fazer negócios e a receita gerada pelas vendas da empresa. A relação é importante porque em sua forma mais simples é a definição de lucro. Os contadores são os únicos qualificados para desenvolver e usar esta relação.

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Por vezes, a contabilidade gerencial e a contabilidade de custos se confundem. Acredita-se mesmo que tenham funções semelhantes e que a própria contabilidade gerencial seja o que chamamos de contabilidade de custos. Conforme Atkinson et al (2000, p. 125) Sistemas de contabilidade coletam e analisam dados de custo para servir de apoio às tomadas de decisão gerencial. Custo é definido como o valor monetário de bens e serviços gastos para se obter benefícios reais ou futuros.

A contabilidade de custos gera diversas informações em níveis gerenciais para uma empresa, pois quando os gestores têm o conhecimento de qual é o custo que ele detém para produzir uma determinada mercadoria ou para prestar um serviço, há como precificar seus produtos a um valor acessível, sem diminuir a sua qualidade. Para Leone (2006, p. 19): A contabilidade de Custos é o ramo da contabilidade que se destina a produzir informações para diversos níveis gerenciais de uma entidade, como auxílios às funções de determinação de desempenho, de planejamento e controle das operações e de tomada de decisões.

A contabilidade de custos nos traz informações relacionadas ao custo da mão-de-obra aplicada na produção de uma determinada mercadoria, ou na prestação de serviços, quanto ao número de horas trabalhadas para a produção destes. Leone (2006, p. 20) relata que: Outra particularidade da contabilidade de Custos é que ela trabalha dados operacionais de vários tipos: os dados podem ser históricos, estimados (futuros), padronizados e produzidos. Aqui reside, também, uma das fortes vantagens da Contabilidade de Custos. Ela pode (e deve) fornecer informações de custos diferentes para atender as necessidades gerenciais diferentes. São muitas as necessidades gerenciais. Apenas como forma de atender a uma exigência didática, os estudiosos classificaram as necessidades gerenciais em três grandes grupos: 1. informações que servem para a determinação da rentabilidade e do desempenho das diversas atividades da entidade; 2. informações que auxiliam a gerência a planejar, a controlar e a administrar o desenvolvimento das operações; 3. informações para a tomada de decisões.

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Uma das informações geradas pela contabilidade de custos é a combinação de dados monetários e físicos que produzem indicadores gerenciais importantes para o processo de gestão da organização. 5.7.1 Objetivos da Contabilidade de Custo Os objetivos da contabilidade de custos varia conforme cada necessidade das empresas, variando conforme suas atividades. Leone (2006, p. 21) nos traz que: Os objetivos da Contabilidade de Custos serão fixados de acordo com as necessidades apresentadas pelos diversos níveis gerenciais. Embora o contador de custo não estabeleça previamente quais são os objetivos de sua atividade, a grande maioria dos estudiosos do assunto os estabelece apenas para atender as exigências de ordem didática, uma classificação de objetivos em três grandes grupos, já citados anteriormente. São eles: (a) o objetivo da determinação da rentabilidade, esta num sentido bem amplo, que considera o desempenho da entidade e de seus componentes em todos os sentidos; (b) o objetivo que se traduz pelo controle dos custos das operações de cada atividade no sentido de minimizá-los pela comparação constante entre os dados previamente estabelecidos (como orçamentos, estimações e padrões) e os dados que realmente ocorreram. A procura pela redução de custos deve passar obrigatoriamente pela análise das causas das variações ocorridas. Tais causas sempre são decorrência de disfunções operacionais. O objetivo final é descobrir esses erros, avaliá-los economicamente e propor medidas corretivas; (c) o objetivo de fornecer informações, normalmente não recorrentes, aos diversos níveis gerenciais que as solicitam para atender a suas funções de planejamento e de tomada de decisões.

A contabilidade de custos como instrumento de controladoria auxilia na busca de problemas eventuais, encontrando suas causas e assim podendo sugerir as unidades corretivas. 5.7.2 Formação dos Custos Para haver produção é necessária a aquisição de recursos que denominamos de matéria-prima aliados a outros componentes que sofrerão o processo de transformação que posteriormente será vendida. Este processo envolve uma série de pessoas desde o fornecimento, a elaboração até a venda, em alguns casos na pós-venda. Para Horngren, Datar e Foster (2004, p.26)

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A apropriação de custos é um termo geral que engloba (1) o rastreamento de custos acumulados que tenham relacionamento direto com o objeto de custo e (2) apropriação de custos acumulados que tenham relacionamento indireto com um objeto de custo.

Para a efetiva acumulação dos custos, utilizam-se os métodos de custeio. Antes, porém, se faz necessário a apresentação de algumas nomenclaturas que facilitarão o seu entendimento. Nomenclatura dos custos I. Receitas: entrada de bem e ou direito (recursos) no Patrimônio Líquido, correspondendo à venda de um produto ou à execução de um serviço. II. Gastos: é o sacrifício que uma empresa deve tomar para que seja possível a obtenção de produto e ou serviço. Os gastos dividem-se em: Custos, Despesas e Investimentos.  Custo: é o gasto necessário na produção de um produto ou serviço. Assim sendo, custo é o gasto envolvido na produção, como exemplo, temos a mão-de-obra envolvida na produção de um produto.  Despesa: é o gasto necessário sob a forma direta ou indireta para adquirir receita. Ou seja, as despesas são relativas à administração, como exemplo, temos a depreciação do computador do gerente financeiro.  Investimento: é o gasto que vai diretamente para o ativo e que é “baixado” apenas no momento da venda, consumo ou desvalorização. Os investimentos, em seu primeiro momento, serão colocados no estoque (ativo) para depois serem transferidos para o resultado, originando um custo ou uma despesa. Exemplo: aquisição de um computador para o gerente financeiro (primeiro momento investimento, ao passar para o resultado virará despesa).

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5.7.3 Custos Variáveis São os custos que variam com a quantidade de mercadorias a ser produzida, como, por exemplo: matéria-prima, mão-de-obra por unidade, energia elétrica pelo consumo que aumenta, quando o volume a ser produzido aumenta. Conforme Martins (2000, p. 54): O valor global de consumo dos materiais diretos por mês depende diretamente do volume de produção. Quanto maior a quantidade fabricada, maior seu consumo. Dentro, portando, de uma unidade de tempo (mês, nesse exemplo), o valor do custo com tais materiais varia de acordo com o volume de produção; logo, materiais diretos são Custos Variáveis.

Sendo assim, como exemplo: para a fabricação de 20 camisas são necessários 120 botões, agora se a produção de camisas aumentar em 50% (cinqüenta por cento) a quantidade de botões aumentará para 240 botões. 5.7.4 Custos Fixos São os custos necessários para haver uma produção, mas que não estão diretamente relacionados a ela. Ou seja, independente do volume a ser produzido, o custo continuará com valores constantes, como exemplo pode ser citado o aluguel da fábrica, salário do supervisor, serviço de vigilância, entre outros. Segundo Martins (2009, p. 50) “o aluguel da fábrica em certo mês é de determinado valor, independentemente de aumentos ou diminuições naquele mês do volume elaborado de produtos. Por isso, o aluguel é um Custo Fixo.”. 5.7.5 Custos e Controle A contabilidade de custos é uma área que está relacionada à gestão de controle de uma empresa. Segundo Martins (2009, p. 22), “O conhecimento dos custos é vital para saber se, dado o preço, o produto é rentável; ou, se é possível reduzi-los (os custos)”. A contabilidade de custos apresenta uma proposta de controle, fatores como preço, quantidade e qualidade dos bens e serviços estão intrinsecamente relacionados aos métodos de custeio aplicados. Para Martins (2009, p. 305), “Controlar significa conhecer a realidade, compará-la com o que deveria ser, tomar

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conhecimento rápido das divergências e suas origens, e tomar atitudes para sua correção”. Porém, Martins (2009, p. 305) também fala que: Nenhum Sistema de Custo, por mais completo e sofisticado que seja, é suficiente para determinar que uma empresa tenha total Controle deles. Principalmente, porque a fase mais importante do ciclo para essa finalidade é a tomada de decisões com respeito à correção dos desvios. Mas podemos concluir que um Sistema de Custos pode ser de grande importância para que se consiga obter Controle, desde que devidamente completado por essa fase de correção. Podemos até dizer que dispor de um bom sistema de custos é condição não suficiente, mas necessária.

Um sistema de custeio bem definido para a empresa, a leva para um nível de controle essencial para uma produção sadia, agregando qualidade ao produto desenvolvido. 5.7.6 Valor Final dos Custos para quem Produz e para quem Consome Quanto maior for o lucro que o produtor tiver, maior serão os seus custos, pois aumentará a mão-de-obra, aquisição de matéria-prima, salário do pessoal, entre outros. Porém, para que o produto seja vendido, há a necessidade de perceber quem será seu público alvo, pois se o preço do produto for elaborado para atender as pessoas de renda alta, mas as necessidades dos produtos serem para os de baixa renda, os produtos não serão vendidos. Portanto, é de suma importância que antes de estabelecer os preços, deve ser feito um estudo para desmistificar quem serão seus consumidores, para que os produtos sejam além de necessários, fáceis de vender. Agora o que fazer, se o produto não for bem aceito pelos consumidores devido o preço ser elevado? Aí se o produto não deixar de existir, o seu preço terá que ser menor, mas para a redução do preço terá de reduzir os custos, como, por exemplo, o corte de salários dos funcionários, entre outros. Conforme Florentino (1981, p. 15): Não havendo possibilidade de venda do produto, por falta de receptividade dos consumidores, ou o produto desaparecerá do mercado, ou então o seu preço de custo será reduzido com sacrifício de uma das remunerações (redução dos salários, dos lucros, dos juros e aluguéis ou dos impostos).

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Quando os produtos não são bem recepcionados pelos consumidores, existem outros métodos a utilizar, como diz Florentino (1981, p. 15): Quando as empresas não têm receptividade de seus produtos, elas utilizam os seguintes métodos: a) racionalizar a produção e combater desperdícios; b) aumentar a quantidade produzida, com os mesmos elementos que possuem, planejando a melhor utilização desses elementos.

A contabilidade de custos para redução de desperdícios é uma peça fundamental, pois ela avalia e controla os custos necessários para a produção de uma determinada mercadoria. 5.7.7 Métodos de Custeio Custear é apropriar os custos ao processo de produção, ou uma forma de alocar os custos aos produtos. Há diferentes critérios para ratear os custos aos produtos, como custeio por absorção, variável, ABC, RKW, este último originou o custeio por absorção, entre outros. 5.7.7.1 Custeio por Absorção Esta forma de custeio, única aceita pelo fisco, apropria todos os custos da produção aos produtos. De acordo com Viceconti e Neves (2003, p. 33): Custeio por absorção é um processo de apuração de custos, cujo objetivo é ratear todos os seus elementos (fixos ou variáveis) em cada fase da produção. Logo um custo é absorvido quando for atribuído a um produto ou unidade de produção, assim cada unidade ou produto receberá sua parcela no custo até que o valor aplicado seja totalmente absorvido pelo Custo dos Produtos Vendidos ou pelos Estoque Finais.

Conforme Sá (1990, p. 109) custeio por absorção é a: Expressão utilizada para designar o processo de apuração de custos que se baseia em dividir ou ratear todos os elementos do custo, de modo que, cada centro ou núcleo absorva ou receba aquilo que lhe cabe por cálculo ou atribuição.

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Sendo assim, neste custeio são considerados inventariáveis todos os custos, sejam fixos ou variáveis como diretos e indiretos. 5.7.7.2 Custeio por Atividades – ABC É um custeio que surge devido às necessidades das organizações se atualizarem às novas tecnologias de produção. E tendo como foco reduzir as distorções causadas pelos custos indiretos fixos (CIF), ou seja, alocar os custos indiretos fixos aos produtos e serviços prestados. Conforme Martins (2009, p. 87): Com o avanço tecnológico e a crescente complexidade dos sistemas de produção, em muitas indústrias os custos indiretos vêm aumentando continuamente, tanto em valores absolutos quanto em termos relativos, comparativamente aos custos diretos (destes, o item Mão-de-obra Direta é o que mais vem decrescendo).

No custeio por atividades, os recursos não são consumidos por seus produtos e sim por suas atividades. Segundo Nakagawa (apud LEONE 2006, p. 255): No método de custeio baseado em atividades, ou ABC, assume-se, como pressuposto, que os recursos de uma empresa são consumidos por suas atividades e não pelos produtos que ela fabrica. Os produtos surgem como consequências das atividades consideradas estritamente necessárias, expectativas e anseios de clientes.

Neste sistema de custeio, temos então que, as mercadorias se originam a partir do momento que há uma atividade exercida. 5.7.7.3 Custeio Variável Neste custeio, aparecem apenas como custos de fabricação os custos variáveis, independentemente de serem diretos ou indiretos. Custeio variável, para Horngren, Foster e Datar (2000, p. 211), “é o método de custeio de estoque em que todos os custos de fabricação variáveis são considerados custos inventariáveis. Todos os custos de fabricação fixos são excluídos dos custos inventariáveis: eles são custos do período em que ocorreram”.

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Já para SÁ (1990, p. 108), custeio variável é “o processo da apuração de custo que exclui os custos fixos”.

5.8 Orçamento Esta tem sua importância como uma ferramenta de controle dentro de uma organização. Interage diretamente com o custo-padrão. Conforme Martins (2009, p. 319) “O custo-padrão não deixa de ser uma espécie de orçamento, apenas que tende a forçar o desempenho da produção por ser normalmente fixado com base na suposição de melhoria de aproveitamento dos fatores de produção”. Tendo o custo-padrão inserido na organização, acaba ficando fácil a elaboração do orçamento para a produção, pois custo-padrão é o mesmo que dizer ser o custo ideal de produção de um bem ou serviço. Segundo Martins (2009, p. 329), “vemos que acaba o Custo-padrão podendo servir também como elemento de base para a elaboração daquela peça de controle global tão importante; simplificando-lhe sobremaneira a própria construção”.

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6 PLANO DE AÇÃO: CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA DE GESTÃO

A empresa, já qualificada nesta pesquisa, não utilizava os dados produzidos pela contabilidade. A gestão da organização era uma extensão do modelo aplicado à vida de seus sócios. Quanto às decisões, pode-se afirmar que eram tomadas sem a aplicação dos conceitos e critérios conhecidos. Sendo as decisões tomadas com base nas especulações informais e meios paliativos, que outrora tiveram uma razão relativa, mas que agora não fazem mais sentido (Exemplo: Comprar mercadorias em quantidade e ou valor superior ao giro em razão dos níveis de estoque, considerando o gestor, possíveis aumentos de preço ou a falta destes itens). Embora

fisicamente

existam

departamentos,

verificou-se

a

falta

da

departamentalização contábil sistêmica. Sua estrutura física está compreendida em aproximadamente 80 m², no qual comporta as atividades de compra, recebimento das mercadorias, vendas, execução de montagens e consertos, remessa de mercadorias, emissão de notas fiscais de vendas dos bens e serviços. O empreendedor vem investindo na nova estrutura física, que comportará todos os setores existentes da empresa e outros, especificamente, os de controle. É importante afirmar que esta preocupação sempre esteve compreendida no conjunto de objetivos do empreendedor. A organização possui um controle de estoque2 desordenado e arbitrário. As decisões, acerca dos mesmos, também são arbitrárias sem uma justificativa científica pertinente. Diante do que foi contextualizado, de acordo com o embasamento teórico estudado, traçou-se um plano de nível gerencial para que este venha a servir de ferramenta estratégica, tornando as ações do gestor mais racionais e equilibradas. O termo racional pressupõe que antes da ação é necessário medir quais são os objetivos quando da utilização dos recursos da empresa, enquanto o equilíbrio medirá se o que se deseja consumir será suficiente para atingir os objetivos propostos. Segue abaixo modelo de gestão: 2

Os estoques não possuem controle automatizado sendo feito o controle periódico uma vez a cada término de exercício. Testes efetuados pela contabilidade demonstram falhas nos procedimentos de contagem manual.

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Figura 1: Proposta de Modelo de Gestão. Fonte: Elaborado pelo Autor

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A coleta dos dados se dará a cada trimestre. O método de análise deste modelo de gestão se dará da seguinte forma: 1. Estrutural: Irá mensurar se as condições tanto internas quanto externas estão sendo satisfatórias para a empresa. 2. Aplicação: Identificará dentro do processo de produção os problemas e as qualidades, onde no controle terá as respostas para a resolução dos problemas. 3. Controle: Analisará por meio de índices financeiros como a empresa está em dado momento, bem como se o estoque está suprindo satisfatoriamente as necessidades da empresa. Investigará como alcançar as oportunidades e como conviver com as ameaças, melhorar os pontos fortes e evitar os pontos fracos, para assim obter os resultados esperados, buscando com a retroalimentação, produtos com maior qualidade e assim solucionar os problemas encontrados.

6.1 Itens etapa estrutural 1. Concorrentes: Medirá a quantidade de concorrentes e os níveis de qualidade, satisfação de cada um deles. Forma de avaliação: Quantidade de novos concorrentes e os níveis de concorrência em: Competitivo, intermediário e não competitivo. 2. Fornecedores: Mensurará se os preços são justos pela mercadoria adquirida, bem como identificar novos fornecedores para ter o conhecimento sobre o preço das mercadorias. Forma de avaliação: Mostrará os preços dos fornecedores por unidade de mercadoria. 3. Clientes: Medirá os níveis de satisfação dos clientes, sendo de atendimento e qualidade dos produtos; Forma de avaliação: Excelente, bom, satisfatório e ruim.

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4. Processo produtivo: Analisará todo o processo de produção, buscará passar para seus funcionários o entendimento de todo o processo. Investigará custos desnecessários. Forma de avaliação: Dirá se houve entendimento ou não dos funcionários frente ao processo de produção. E mostrará se houve custos desnecessários ou não, os apresentando, quando tiver. 5. Mão-de-obra: Irá analisar se está satisfazendo ou não a demanda. Forma de avaliação: Mostrará o rendimento de cada funcionário em: Excelente, bom e ruim. 6. Matéria-prima: Medirá se os produtos são de boa qualidade. Forma de avaliação: Boa qualidade, má qualidade e encontrado novo fornecedor. 7. Equipamentos: Analisará se estão em boas condições de uso, para trazer produtos seguros e de qualidade, segurando as boas condições dos trabalhadores. Forma de avaliação: Boas condições, em condições e troca de equipamento. 8. Tempo de produção: Identificará se o tempo de produção realmente é o tempo necessário. Forma de avaliação: Apresentará os dados em horas por produção. 9. Manutenção de equipamentos: Obterá informações referente ao tempo de manutenção e quantas vezes cada equipamento teve que ir para manutenção, apresentando relatório dos custos por manutenção. Forma

de

avaliação:

Quantidade

de

horas

de

equipamentos

em

manutenção, anexando relatório dos custos de cada manutenção por equipamento. 10.Ambiente: Analisará se o ambiente de trabalho está em condições de segurança para os funcionários. Forma de avaliação: Perfeitas condições, boas condições e necessário melhorias no ambiente.

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6.2 Itens etapa aplicação 1. Estudo dos custos: Análise para a descoberta se haverá algum custo que poderá ser reduzido ou cortado da produção. Forma de avaliação: Apresentará os custos que estão sendo reduzidos ou cortados da produção. 2. Política de compras: Equilíbrio entre as saídas e as demandas. Forma de avaliação: Mostrará em dados financeiros (moeda) a quantidade de entradas (compras) para o estoque. 3. Política de vendas: Apresentará a quantidade de recebimento à vista e a prazo. Forma de avaliação: terá de ser elaborado um relatório apresentando o montante de recebimento a vista e, quando a prazo, mostrando os dias de recebimento e em quantas vezes foram feitas as vendas. 4. Mensuração de entradas de recursos: Medir a quantidade de recursos que estão entrando na empresa. Forma de avaliação: em números. 5. Mensuração de produtos em elaboração: Equilíbrio da produção, entrando aqui o item “6” Mensuração de produtos elaborados e o item “7” Demanda de produção, para assim haver o equilíbrio entre demanda e produção. Forma de avaliação: Diagnóstico da quantidade de produtos em elaboração com os já elaborados, para satisfazer a demanda. Apresentando os números de produtos elaborados e em elaboração juntamente com o número de pedidos. 8. Inovações tecnológicas: Buscar se atualizar referente a novos equipamentos, buscando um diferencial para aumentar o nível de competitividade.

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Forma de avaliação: Apresentará se houve inovações, se sim, colocar qual equipamento, trazendo um relatório mostrando suas principais mudanças quanto ao processo de produção agregando qualidade ao produto. 9. Bloqueio dos funcionários frente ao modelo de análise: Como todo processo de mudança, de quebra de conceito existente dentro de uma empresa, sempre há uma barreira a ser quebrada. Forma de Avaliação: Pensando nisso, este item trás a identificação de quais funcionários não estão concordando com o novo método de controle. Procurando entender o lado do funcionário, ouvindo-o para que assim sejam resolvidos os desvios, os bloqueios. 10. Treinamento e suporte técnico aos funcionários: Busca o aprendizado do funcionário para o novo método. Aqui entra também para se houver novas tecnologias para os equipamentos, dando curso aos funcionários e suporte técnicos. Forma de avaliação: Avaliará se os funcionários estão evoluindo frente as mudanças através dos seguintes níveis: Ótimo, bom, satisfatório, ruim.

6.3 Itens etapa controle 1. Controle do estoque: Elaborar pela média ponderada a quantidade de estoque no final de cada trimestre. Forma de avaliação: Colocará a quantidade de estoque em cada trimestre. 2. Orçamento: Analisar bem antes de passar o orçamento, para não acabar passando um valor inferior ou superior, e cuidar dos descontos concedidos. Forma de avaliação: Fará a observação dos orçamentos passados equivocadamente e a porcentagem de descontos concedidos. 3. Oportunidades: Identificará as oportunidades que a empresa vem a ter. Forma de avaliação: Quantas oportunidades a empresa teve, quantas ela aproveitou e quantas deixou de aproveitar e quais foram.

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4. Ameaças: Identificação das ameaças ocorridas na empresa. Forma de avaliação: Quais foram as ameaças e se algumas delas teve influência na empresa. 5. Pontos fortes: Identificará os pontos fortes da empresa, e tão depois buscar melhorar esses pontos fortes. Forma de avaliação: Referente ao melhoramento: Ótimo, relevante e ruim. 6. Pontos fracos: Identificará quais pontos podem trazer riscos a empresa. Forma de avaliação: Apresentará quais são os pontos que a empresa deve ter cuidado em especial para evitar de incorrer riscos. 7. Controle de entradas – Financeiro: Mostrará qual foi a entrada total de receita durante cada trimestre. E mostrará como está sendo distribuído este valor para a empresa. Forma de avaliação: Colocará de fato o valor de receita no trimestre. 8. Controle de saídas – Financeiro: Apresentará para onde estão indo as entradas (receita). Forma de avaliação: Apresentará em porcentagem pra cada destino da receita, identificando cada destino. 9. Controle de qualidade: Identificar se estão havendo melhorias no processo de produção, agregando qualidade aos produtos. Forma de avaliação: Em “SIM” ou “NÃO”. 10. Retorno das informações de controle (feedback): Buscar junto aos clientes respostas referente ao atendimento e a qualidade do produto. Forma de avaliação: Neste item o gestor colocará as opiniões dos seus clientes sobre seu produto, para assim dar mais zelo e qualidade ao seu produto. Este é um modelo flexível de gestão, ou seja, havendo a necessidade de mudança, por qualquer motivo que demonstre ser necessário para a melhor gestão da empresa, será feito.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através desta pesquisa científica, foram apresentados conceitos importantes para utilização da contabilidade em nível gerencial; gerou-se conhecimento acerca da gestão da organização; estudou-se a contabilidade gerencial como uma ferramenta que conduz a geração de valor. Valor este que aumenta a saúde da empresa e por conseguinte a longevidade. Analisou-se, ainda, que a tomada de decisão sem aproveitamento das informações geradas pela contabilidade, inevitavelmente, conduz a empresa ao fracasso. Sob o aspecto do aproveitamento das informações da contabilidade, estas sendo gerenciais, pode-se dizer que reduzirá os riscos, dando assim um nível de segurança para a empresa, com tomadas de decisões alicerçadas e fundamentadas. Assim, os aspectos de controle evidenciados pela qualidade das informações, ficam mais transparentes, facilitando a visualização dos objetivos por parte dos gestores. Com este modelo de gestão, a empresa pode

conhecer seus aspectos

positivos e negativos, tendo a possibilidade de fornecer melhores produtos e serviços, com maior valor agregado. Ao se propor um modelo de gestão, concebeu-se a possibilidade de medir periodicamente o desempenho da empresa em seus níveis distintos (Estratégico, Tático e Operacional). Este trabalho científico não se restringe apenas a esta empresa, pois abre mais uma possibilidade de pesquisa continuada, podendo contribuir para futuros estudos. Sugere-se, no entanto que sejam aplicados modelos semelhantes na intenção de colher seus resultados, com a finalidade de aperfeiçoá-lo, criando fonte sólida de pesquisa e de aplicação.

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