A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL (3

3 “Plantas e árvores, para crescerem fortes, devem estender, firmemente suas raízes no solo. Da mesma forma a geração das crianças encontra-se...

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “Lato Sensu” CURSO DE PSICOPEDAGOGIA

A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL (3 A 4 ANOS)

RIO DE JANEIRO MARÇO / 2004

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ADRIANA BARBOSA LEAL

A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL (3 A 4 ANOS)

Monografia apresentada à Escola da Educação Mendes

da

Universidade

como

requisito

obtenção

da

Candido parcial

Pós-Graduação

à

“Latu

Sensu” em Psicopedagogia

Orientador (a): Profª. Fabiane Muniz

RIO DE JANEIRO MARÇO / 2004

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“Plantas e árvores, para crescerem fortes, devem estender, firmemente suas raízes no solo. Da mesma forma a geração das crianças encontra-se na época de firmar as raízes no curso da vida. Todos

os

esforços

diários,

seja

estudando

ou

fortalecendo o corpo, transformam-se em raízes da vida.” Daisaku Ikeda

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Dedicatória

Novamente dedico à minha afilhada, Maria Eduarda, que é, e sempre será, a razão de todo o meu trabalho.

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Agradecimentos

Agradeço aos meus pais que me apoiaram e estiveram todo esse tempo ao meu lado. Ao amigo presente em todos os momentos da minha vida. Aquele que nunca me abandonou, meu Deus.

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Sumário Página INTRODUÇÃO

1

1. UM POUCO DE HISTÓRIA

2

1.1 Introdução à História da Educação Física

2

1.2 Grécia: Onde tudo começou

4

1.3 Relação com as grandes divisões da História da Educação Física

4

1.4 Educação Física no Brasil

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2. EDUCAÇÃO FÍSICA E A EDUCAÇÃO INFANTIL

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2.1 O que é Educação Infantil?

8

2.2 Objetivos da Educação Infantil

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2.3 Objetivos da Educação Física para a Educação Infantil

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3. CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS E NECESSIDADES BÁSICAS DA CRIANÇA

11

3.1 Características psicológica e de comportamento (3 e 4 anos)

11

3.2 Características das crianças de 3 a 4 anos

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3.2.1 Crianças de 3 a 4 anos

16

7

3.3 Aspectos do desenvolvimento integral das crianças de 3 a 4 anos

16

3.4 Esquemas do desenvolvimento Infantil

17

4. DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

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4.1 a Educação Infantil e a LDB

21

4.2 A Criança e seu crescimento

21

4.3 O movimento da Educação Infantil

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4.4 Práticas pedagógicas na Educação Infantil

24

CONCLUSÃO

26

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

27

8

INTRODUÇÃO

No início de sua vida escolar, a criança necessita ressignificar seus movimentos vivenciados até então.

O conhecimento de seu próprio corpo diferencia-se de acordo com a experiência pessoal de cada uma, levando-se em conta as oportunidades vividas dentro do seu primeiro grupo social (família), ou seja, de que brincavam, com quem conviviam, se exploravam ou não diferentes tipos de espaço.

A ação educativa durante os primeiros anos da Educação Infantil, dirige-se à criança e emprega o conhecimento e controle do seu próprio corpo descobrindo suas habilidades de maneiras distintas e em situações lúdicas da vida cotidiana. Neste período, ela começa a construir uma imagem positiva de si mesma mediante a exploração de diferentes movimentos e posturas do corpo.

É preciso ressaltar que os jogos têm um papel importante nesta etapa da educação.

Por um lado, têm um forte caráter motivador e por outro lado fornecem possibilidades para que as crianças estabeleçam relações significativas de caráter global, de acordo com as suas experiências.

Nos capítulos a seguir, serão desenvolvidos aspectos que esclarecerão a grande importância que a Atividade Física possui para crianças que iniciam sua vida escolar, mais especificamente crianças de 3 a 4 anos, objeto do estudo apresentado.

A partir dessa questão, dá-se início a inúmeros questionamentos. E esta pesquisa terá o papel de constatar a importância e os benefícios que estas crianças irão adquirir no decorrer da vida escolar.

1. UM POUCO DE HISTÓRIA

1.1 Introdução à História da Educação Física

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A história poderá ser definida pelos sucessos que constituem a vida política, econômica, intelectual e moral de um povo. Quando analisamos ou interpretamos os principais fatos ocorridos no domínio da filosofia ou das artes, ou ainda de alguma ciência, estamos fazendo história da filosofia, ou a história das artes ou história da ciência considerada.

Assim, o método de que nos valemos para a constituição da história, será aplicado à ciência em que estamos interessados. A história da educação física apresenta os principais sucessos no campo pedagógico, e traduzirá os estudos relacionados aos exercícios físicos, considerados no tempo, e no espaço.

Para iniciarmos os principais fatos ocorridos na vida do homem na Terra, caracterizaremos a fase denominada como de pré-história.

Sabe-se que a terra existia há dois bilhões de anos, como planeta em formação. O aparecimento de vida na Terra tem servido de tema para muitas teorias científicas e religiosas.

Somente na época cenozóica (idade glacial), aparecem seres com aparência quase humana; assim, na ilha de Java, encontraram-se um pedaço de crânio, e vários dentes e ossos, pertencentes a um homem – macaco, ou macaco-homem, capaz de caminhar na posição vertical, e que passou a ser conhecido como Pitecantropus erectus.

Mais tarde é encontrada, em um areal de Helderberg, uma mandíbula considerada quase humana, que constituiu o chamado “Homem de Helderberg”. A descoberta do homem de Neanderthal, exemplar mais parecido com o homem atual, e de certos utensílios de que se utilizava, permitiu estimar sua existência há uns cinqüenta ou sessenta mil anos. Já nesta época, tais seres viviam em cavernas, protegiam-se do frio, ascendendo fogueiras, cobriam-se com peles de animais, porém eram incapazes de opor o polegar aos demais dedos, característica fundamental do homem. Quanto às condições de alimentação, possivelmente seriam vegetarianos.

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Os homens de Neanderthal dominaram, durante alguns milênios, grande parte da Europa, mas acabaram vencidos e expulsos por invasores vindos do sul e do leste, que eram mais inteligentes e tinham mais conhecimentos. Estes invasores tinham caixa craniana, polegares, pescoço, dentes anatomicamente iguais aos nossos; seus restos foram encontrados nas cavernas de Cro-Magnon e de Grimaldi, e são os mais antigos restos humanos que se conhecem. E é aqui que começam as primeiras informações sobre a humanidade.

Em Broken Hill (África do Sul), foram encontrados um crânio e vários ossos de uma terceira espécie de homem, com características intermediárias entre o Neanderthal e o homem verdadeiro, que se dominou de homem Rodésio.

É porém na Europa Ocidental, principalmente na Espanha e na França, que os mais preciosos achados se têm realizado. Ossos, armas, utensílios, pinturas nas paredes das cavernas são provas de vida verdadeiramente humana, que deverá datar de uns trinta mil anos.

A História Antiga compreende o estudo das civilizações cujo início se situa desde que o homem produziu documento escrito até a queda do Império Romano no ocidente (476). Todavia, a fixação da data inicial, responsável pelo aparecimento deste fato, é objeto de controvérsias, e várias opiniões surgem, caracterizando o que se chama de cronologia longa, curta e extracurta. A cronologia longa admite que este fato de produzir documento escrito ocorreu no ano de 5000 a.C. a curta repousa do fato no ano de 3500 a.C. e a extracurta o situa no ano de 1500 a.C.

A História Medieval começa exatamente com a queda de Rômulo Augusto (476) e termina com a queda do Império Romano no Oriente (1453).

A História Moderna vem de 1453 até a Revolução Francesa (1789).

A História Contemporânea parte da Revolução Francesa e vem até os nossos dias.

1.2 Grécia: Onde tudo começou

Sem dúvida nenhuma a civilização que marcou e desenvolveu a Educação Física foi a grega, através da sua cultura. Nomes como Sócrates, Platão, Aristóteles e Hipócrates contribuíram muito para a Educação Física e a Pedagogia atribuindo conceitos até hoje aceitos na ligação corpo e alma, através das atividades corporais e da música. “Na música, a simplicidade torna a alma

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sábia; na ginástica, da saúde ao corpo” Sócrates. É de Platão o conceito de equilíbrio entre corpo e espírito ou mente.

1.3 Relação com as grandes divisões da História da Educação Física

As chamadas épocas geológicas não têm nenhum interesse para a História da Educação Física. Esta começa a ser considerada a partir da idade da pedra, quando, em face das descobertas realizadas, poderemos supor as condições de vida do homem pré-histórico. A documentação que constitui a mais importante das fontes históricas aparece apenas no período que classificamos como História Antiga (antes de Cristo), que dista de nossa época mais ou menos de seis a oito mil anos. É como os chineses, hindus, egípcios, persas e mesopotâmicos que começa realmente a História da Educação Física, que relaciona os principais fatos ocorridos neste campo. Com os gregos e romanos, a História da Educação Física, assume maior precisão, em face de um conhecimento melhor das condições de sua civilização. A Idade Média é o período de obscuridade da Educação Física, que ressurge com o movimento conhecido como Renascença. Os períodos moderno e contemporâneo são os mais ricos em informações e constituem os de maior interesse para o nosso estudo. CHINESES Eles se preocupavam muito com a postura correta, com a ginástica curativa e, muito em especial, com a higiene. Faziam continuamente tratamento pela água, e a prática de exercícios físicos e massagens, para a sua vitalidade.

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EGÍPCIOS Realizavam os exercícios físicos em cerimônias religiosas, funerais e no treinamento de seus guerreiros. Não conheciam a natação, embora habitassem as margens do rio Nilo. HINDUS Utilizavam os exercícios físicos, a massagem e a respiração como medidas de higiene e saúde. Tinham muita aptidão e interesse para com as danças e jogos.

GREGOS Na Antiga Grécia, os atletas eram tidos como deuses, exemplos seguidos por todos e principalmente na educação dos jovens, na preparação física. Da Grécia surgiram muitas práticas atléticas, que até os dias de hoje, consagram-se como o evento mais importante: os Jogos Olímpicos. ROMANOS Um povo muito guerreiro, que desenvolvia a arte militar, utilizando as corridas de biga, o duelo de gladiadores e muitas encenações. IDADE MÉDIA Na Idade Média, a Educação Física não era muito utilizada, por isso, quase foi abandonada. Utilizavam apenas os combates de lança (justa), e os torneios praticados somente pelos nobres. IDADE CONTEMPORÂNEA A Educação Física passou a Ter importância, principalmente nas escolas, pois era necessária à educação das crianças. Novas modalidades esportivas foram

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sendo introduzidas, como o basquetebol, voleibol e o handebol. Foi o Barão de Coubertin que fez renascer os Jogos Olímpicos, que, a partir daí passaram a divulgar o esporte como meio de integração entre todos os povos.

1.4 A Educação Física no Brasil

Os índios utilizavam a Educação Física de modo natural, quando tinham que caçar, remar, lutar, correr, pescar e nadar. Eram excelentes nadadores e canoeiros. Os negros também contribuíram para a Educação Física, pois trouxeram a dança e suas práticas naturais, incluída aí a capoeira. Até o final do século passado, a Educação Física era muito diferente da que conhecemos em nossos dias. Os soldados eram treinados através de exercícios naturais como correr, pular, saltar, arremessar e lutar. A Associação Cristã de Moços (A.C.M.), em 1983, estabeleceu-se no Brasil, onde começou a incentivar a prática da ginástica e desportos, como os jogos de basquetebol e voleibol. A Missão Militar francesa veio para o Brasil em 1907, trazendo consigo o método francês de ginástica, onde sua aplicabilidade foi introduzida pela Força Pública de São Paulo. Surge assim, a Escola de Educação Física da Política Militar, a mais antiga do país. Em 1920, o Brasil enviou a primeira equipe de atletas para os Jogos Olímpicos. A necessidade da Educação Física foi se tornando cada vez mais clara, até que em 1931 tornou-se obrigatória nas escolas brasileiras, e os estudantes

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passaram a ter condições de receberem melhor preparo e mais conhecimentos. Atualmente, a prática desportiva é fundamental, tanto que cada vez mais se difunde a Educação Física, cresce o número de adeptos e diminui-se o número de doenças, graças à atividade física praticada desde a mais terna idade até os mais idosos. Tudo isso se deve aos profissionais da Educação Física, que estão sempre empenhados em transmitir as últimas novidades, através de estudos e conhecimentos adquiridos ao longo de sua vida profissional. Em 1998, a profissão de Educação Física foi aprovada e reconhecida pela Câmara, e agora esses profissionais terão o C.R.E.F. (Conselho Regional de Educação Física), para atuarem com mais entusiasmo e seriedade.

2. EDUCAÇÃO FÍSICA E A EDUCAÇÃO INFANTIL

2.1 O que é Educação Infantil?

Tendo em vista os primeiros anos de vida serem de fundamental importância para o desenvolvimento subseqüente da criança, fica mais do que evidente a relevância e o papel da Educação Infantil, na formação integral do indivíduo, para uma sociedade em contínua mudança. A Educação Infantil, nesse caso, é um recurso benéfico, enquanto se propõe a ser um ambiente intermediário, entre o lar e a escola, num período de vida em que a personalidade começa a se formar. Cabe ao professor, proporcionar um ambiente agradável que facilite a adaptação da criança, nesse primeiro contato com a escola, demonstrando que gosta dela e se interessa por ela, uma vez que

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a transição produz um impacto muito grande e, por isso mesmo, exigirá tanto do professor como dos pais, grande compreensão e paciência. Cabe, aqui, ressaltar, que a Educação Infantil, deve vir de encontro às necessidades básicas da criança, partindo daquilo que já conhece para chegar às aprendizagens subseqüentes, evitando-se “pular” etapas, pois a aprendizagem é um processo contínuo e, como tal, tem uma trajetória que pressupõe o domínio de pré-requisitos. Em suma, deve-se oferecer à criança, nesta fase, oportunidades de ser estimulada e motivada, no momento conveniente e respeitar o tempo necessário para ela amadurecer e, portanto, deixar que uma aquisição tão marcante como é a da leitura e escrita, ocorra quando a criança estiver pronta para adquiri-la, com interesse e sucesso. Assim sendo, a Educação Infantil é um poderoso processo educativo e até civilizatório, levando a criança a desenvolver sua criatividade, promovendo, também, o seu equilíbrio geral.

2.2 Objetivos da Educação Infantil

OBJETIVO GERAL Desenvolver, harmonicamente, os aspectos: Físico, Emocional, Social, Intelectual; e compensar o possível atraso no desenvolvimento do aluno, ocasionado pela carência cultural. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

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-

Propor condições para o desenvolvimento da capacidade sensório motora e perceptiva;

-

Estimular a capacidade criadora e interpretativa;

-

Favorecer a aquisição das regras de higiene e a formação de atitudes para a conservação da saúde;

-

Aumentar a capacidade de expressão e de compreensão;

-

Prosseguir o desenvolvimento das capacidades sensório motrizes e perceptivas;

-

Intensificar a conservação das atitudes morais e das atitudes do convívio social;

-

Desenvolver a maturidade psicológica;

-

Melhorar a capacidade de expressão, pela linguagem, como meio de comunicação e de interpretação;

-

Aumentar as capacidades sensórias e perceptivas;

-

Intensificar o desenvolvimento da capacidade de criação e de interpretação;

-

Reforçar a maturidade psicológica, com vistas a integração na Educação Básica.

2.3 Objetivos da Educação Física para a Educação Infantil

OBJETIVOS GERAIS

17

-

Desenvolvimento corporal harmônico (físico-mental);

-

Aquisição do controle corporal;

-

Desenvolvimento de habilidade motora;

-

Condicionamento dos sistemas orgânicos, a suprir demandas diárias de emergência;

-

Assunção de responsabilidade crescente, no seu próprio bem-estar;

-

Desenvolvimento da habilidade de utilização do movimento, como instrumento de comunicação e expressão;

-

Utilização sadia das horas de lazer;

-

Aquisição de comportamentos e valores referentes ao ajustamento pessoal e social;

-

Desenvolvimento de atitudes favoráveis à atividade física.

3. CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS E NECESSIDADES BÁSICAS DAS CRIANÇAS

3.1 Características psicológicas e de comportamentos 3 ANOS

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Com 3 anos, a criança já possui conhecimentos e atitudes recebidos do meio familiar, cuja consolidação depende, em parte, de estimulação e receptividade do meio em que estará. Ela começa a organizar as emoções e expressá-las como sentimentos; sendo criada uma confiança mútua, o ambiente propicia que ela externalize seus sentimentos e temores. Muitos medos se ligam à incapacidade de distinguir entre fantasia e realidade interior e exterior. É mais independente, uqerendo fazer tudo sozinha, procurando imitar os adultos, com quem convive, em palavras e atitudes. Em muitas coisas nos surpreende com sua criatividade e originalidade. Já tem um melhor controle esfincteriano, dia e noite. Assim como dos seus acessos

de

raiva,

seus

impulsos

de

esmurrar,

morder

ou

chutar,

indiscriminadamente. Ainda não apresenta constância em suas ações, podendo, às vezes, se comportar como um bebê de 1 ou 2 anos. Nesta idade, a criança distrai-se facilmente, tendo dificuldades para manter sua atenção por um longo tempo, e se prender a regras de jogos (devido ao pensamento egocêntrico). Jogam como se estivessem sozinhas. Não existe o sentido de competição. Suas imagens não são, necessariamente, organizadas. Seu raciocínio é pré-operacional, preconceitual, e seu pensamento é mágico. Seus conceitos são concretos, baseados em suas percepções imediatas. A ausência prolongada da mãe é ruim. Está começando a adquirir uma identidade, para si própria, na família e é um indivíduo com direitos adquiridos. 4 ANOS

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A criança de 4 anos, está interessada e preparada em aprender o que é real e o que “faz de conta”, devido a sua imaginação. Suas brincadeiras refletem a maneira como oscila entre estes dois mundos, ajudando-a, assim, a compreender melhor a diferença entre eles. A indagação atinge o auge. É no fim desse período que se localiza a idade dos “porquês”. O pensamento, nessa idade, não tem objetividade, por duas razões: -

Porque a criança não distinguiu exatamente o verdadeiro do falso;

-

Porque é exatamente subjetiva, isto é, dá as cores do seu desejo, conforme a idéia do momento. Ainda não é capaz de dedução e indução. Seu pensamento trabalha por

analogia; exemplo: “um caroço é como uma pedrinha”. As crianças, nessa idade, estão começando a entender algo de como sentem as outras pessoas, e iniciam as brincadeiras participantes. Lutam para compreender a si mesmas e distinguirem-se de outras pessoas. A

representação teatral é a brincadeira mais importante nesta idade.

Mudança de papéis, a criança expressa suas necessidades, desejos e ansiedades. Isto ajuda a ser sociável. Ela pensa o que vê e não ultrapassa os dados da percepção. “O concreto é tomado, às vezes, ao pé da letra”. Mas, ainda necessita estar só e sonhar acordada, por exemplo: com companheiros imaginários. Tenta explicar, por magia, o que não compreende. Daí, a importância das histórias de fadas, pois, estas histórias expressam, em palavras, suas próprias palavras e ansiedades. Nesta idade, a criança tem grande prazer em sentir que pode ajudar e esta ajuda, às vezes, representa o desejo de copiar.

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Geralmente, a maioria delas confia, acima de tudo, em sua mãe, quanto ao amor e proteção, mas a necessidade de afeição e aprovação do pai não deve ser subestimada. Começa a compreender o que implica em ser homem ou mulher. Começa a fase de identificação e, por estar mais segura de sua identidade, divide afeição, tolera mais as coisas que devem ser partilhadas. É um grande passo para a maturidade e para se libertar da possessividade da infância. Uma maior independência se torna possível, devido a uma maior compreensão. Devemos ter o cuidado em não pensar que, pelo fato da criança usar as mesmas palavras que nós, ela não compreende necessariamente o seu sentido da mesma maneira. A escola a favorece a interagir, em sua vida, com outras pessoas que não seus pais. Isto a leva, às vezes, a expressar seus sentimentos para com um adulto com quem tem menos intimidades e convivência. Enquanto brincam, descobrem, por exemplo, as propriedades dos materiais, quais sejam: duro, macio, grande, pequeno, cores; discriminam pesos, medidas. Desta maneira, descobrem como, fazendo uma coisa, outra pode acontecer e assim, simplesmente, iniciam a compreensão da causa e efeito. Depende dos adultos para que a ajudem a controlar seus impulsos e se sente aterrorizada quando percebe que não mantém o controle. Nesta fase, podem se tornar “mandonas e dominadoras” e ficarem desapontadas quando alguma atividade não sai como planejaram.

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A afeição de outras pessoas, às vezes, é repelida pela maioria das crianças de 4 anos, pois têm menos necessidades de contatos físicos e o sentem como uma restrição, quando estão brincando. Só em momentos de tensão é que voltam à necessidade dessa primitiva forma de afeição. As crianças variam quanto a isto, e algumas são mais carinhosas do que outras. Mesmo as crianças mais obedientes podem atravessar uma fase em que usam muito o “não”. Ainda pensam de modo muito concreto,; suas idéias ainda estão muito relacionadas com os objetos reais, que elas podem ver e tocar. As brincadeiras com areia e água são importantíssimas nesta idade, pois dão oportunidades de exploração, em vários sentidos e domínio em algumas substâncias básicas, sem exigir técnicas ou habilidades especiais. Pintar também é importante, geralmente quando iniciam, não têm idéia formada em mente. Exigir-lhes boas maneiras é impossível, mas gostam de ajudar nos trabalhos domésticos e distinguem um comportamento aceitável de um não aceitável. Nota-se o sentimento de inferioridade para com os maiores e de superioridade para com os menores. Aprende o conceito de escuro e o considera como descritivo de uma classe absoluta de cores: o preto e todas as demais tonalidades escuras. Amareloescuro não lhe faz sentido. Também não entende o valor relativo dos números. Não compreende reversibilidade.

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A cooperação toma forma de auxílio, sugestão e crítica. É nesta idade que a criança aprende que o combate físico não é o melhor método para resolver disputas e conflitos.

3.2 Características das crianças de 3 a 4 anos

Faz-se necessário conhecer a criança de acordo com as características de sua faixa etária, para que se possa elaborar um trabalho compatível que permita atendê-la de maneira satisfatória.

3.2.1 Crianças de 3 a 4 anos -

É desajeitada, mostra movimentos ineficientes;

-

Visão biocular é desenvolvida vagarosamente;

-

Caminha bem, mas tem dificuldade com outras habilidades locomotoras;

-

A habilidade de trepar precisa ser desenvolvida;

-

Habilidades de equilíbrio estão se desenvolvendo;

-

Começa a desenvolver padrões de arremesso;

-

Pode apresentar dificuldades com o controle visual;

-

Crescimento físico diminui vagarosamente;

-

Começa a desenvolver agilidades no movimento;

-

Começa a gostar de jogos de pequena organização;

23

-

Habilidade de agarrar (segurar) começa a amadurecer.

(Borges, C.J. Educação Física para a Educação Infantil, 1987)

3.3 Aspectos do desenvolvimento integral das crianças de 3 a 4 anos

Quando pensamos em Educação Infantil, não podemos nos limitar em preparar ou simplesmente limitar uma série de itens específicos que poderiam ser assimilados pelas crianças, mas sim uma lista de situações e atividades que favoreçam o desenvolvimento da criança em seus vários aspectos; psicomotores, lingüísticos, sociais e cognitivos.

3.4 Esquemas do Desenvolvimento Infantil



Coordenação Global, Equilíbrio e Conhecimento Corporal

3 ANOS -

Apresenta postura automatizada e melhor equilíbrio.

-

Pode correr, saltar, pular e subir escadas (com um pé em cada degrau).

-

Reconhece as diferentes partes do corpo e sabe nomeá-las.

-

Coloca o sapato correspondente em cada pé.

24

-

Pára com um pé só por uns momentos.

-

Salta sobre uma corda estendida no solo.

-

Sabe se é menino ou menina.

-

Tenta desenhar uma pessoa.

4 ANOS -

Apresenta integração do automatismo corporal.

-

Pode andar de bicicleta, jogar bola, aprender a nadar.

-

Ficar de pé sobre uma perna só, salta para frente com os pés juntos, dá saltos no mesmo lugar, caminha na ponta dos pés.

-

Reconhece as diversas partes do corpo e interessa-se pelas roupas e gestos dos adultos.

-

Demonstra curiosidade pelos órgãos genitais, pelo nascimento dos bebês e pelas diferenças sexuais.



Lingüística

3 ANOS -

Entra na fase dos porquês.

-

É muito curiosa.

-

Sabe sua idade.

-

Não discrimina realidade e fantasia.

25

-

Fala consigo mesma e com pessoas imaginárias.

-

Forma frases completas.

-

Nomeia o que constrói.

-

Sabe dizer seu nome e sobrenome.

-

Pode passar por fase de gagueira.

4 ANOS -

Aumenta rapidamente seu vocabulário.

-

Não pára de fazer perguntas.

-

Fala sozinha.

-

Tem imaginação fértil.

-

Apresenta curiosidade aumentada.

-

Sabe dizer nome, sobrenome e idade quando lhe perguntam.

-

Canta bem pequenas canções.

-

Gosta de palavras bobas, sem sentido e palavrões.



Físicas e Cognitivas

3 ANOS -

Pesa de 13 a 16 quilos.

26

-

Necessita de repouso após o almoço.

-

Concentra a atenção por aproximadamente 10 minutos.

-

Reconhece cores primárias.

-

Observa detalhes, começa a identificar, classificar e comparar.

-

Mostra mais conformismo com a rotina.

-

É ainda ritualista.

-

Passa pela fase das birras e dos gritos.

4 ANOS -

Desenvolve o sentido do “eu”.

-

Tem mais noção dos limites.

-

Segrega os sexos nos jogos.

-

Demonstra autoritarismo, expansividade e iniciativa.

-

Tem grande capacidade de imitação.

-

Adora ser elogiada e se elogia.

-

É fisicamente afetuosa.

-

Demonstra alguns medos.

-

Suas emoções são extremas: gosta muito / detesta muito.

-

Gosta de exageros: “maior que o céu”.

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Enfim,

as

atividades

físicas

na

Educação

Infantil

contribuem

expressivamente no desenvolvimento integral da criança. “Nas classes de Educação Infantil, quanto maiores forem as oportunidades de trabalho e descobertas que o professor oferecer à criança, maiores serão as suas chances de um desenvolvimento harmonioso e compatível com suas possibilidades. As atividades que envolvem o lúdico são desencadeadoras de uma atividade prazerosa e significativa”. (Signoretti, 1988) Melhorar o desempenho das estruturas psicomotoras de base possibilitando à criança a oportunidade de vivenciar diferentes situações consigo mesma, com outras crianças, com o mundo que a cerca, é o principal objetivo das atividades físicas na Educação Infantil.

4. DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

4.1 A Educação Infantil e a LDB

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a 9394/96, explicita no art.29, Seção II o seguinte: “A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, tem como finalidade o desenvolvimento físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.” (LDB, 1988) As diretrizes do MEC para a Educação Infantil estão centradas em eixos. E o eixo que está ligado a parte das Atividades Físicas diz que é oferecido para a Educação Infantil um trabalho paralelo com a ação da família; o que isso tem uma grande importância para o desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e social, para que haja a estimulação pelo processo de transformação. Ainda não existe uma Lei que obrigue as escolas a incluírem em seus currículos, a Educação Física para a Educação Infantil

4.2 A criança e seu crescimento

Ao se falar em freqüentar a escola desde os primeiros anos de vida, faz-se necessário um estudo mais profundo das atividades físicas mais importantes para as crianças de 3 a 4 anos. “ A Educação Infantil, visa à criação de condições para satisfazer as necessidades básicas da criança, oferecendo-lhe um clima de bem estar físico, afetivo e intelectual, mediante a proposição da atividades lúdicas, que promovam

a

curiosidade

e

a

espontaneidade,

estimulando

descobertas e o estabelecimento de novas relações”. (Borges, 1987)

novas

xxix

A

concepção

conseqüentemente

de

criança

é

uma

noção

historicamente

construída

e

vem mudando ao longo dos anos, não se apresentando de forma

homogênea nem mesmo no interior de uma mesma sociedade e época. Assim, é possível que numa mesma cidade existam diferentes maneiras de se considerar as crianças pequenas, dependendo da classe social a qual pertençam. Uma grande parte das crianças pequenas brasileiras enfrentam um cotidiano bastante adverso que as conduz desde muito cedo à precárias condições de vida e ao trabalho infantil, ao abuso e exploração por parte dos adultos. Outras crianças são protegidas de todas as maneiras, recebendo de suas famílias e da sociedade em geral, todos os cuidados necessários ao seu desenvolvimento. Com isso, percebendo a contradição e conflito de uma sociedade que não resolveu ainda as grandes desigualdades sociais presentes no cotidiano. A criança, como todo o ser humano, é um sujeito social e histórico, fazendo parte de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento histórico. A criança tem na família, biológica ou não, um ponto de referência fundamental, apesar da multiplicidade de interações sociais que estabelecem com outras instituições sociais. As crianças possuem uma natureza singular que as caracterizam como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio. Nos relacionamentos que estabelecem com as pessoas mais próximas, as crianças revelam seu esforço para compreender o mundo em que vivem, as relações contraditórias que presenciam, e por meio das brincadeiras explicitam as condições de vida a que estão submetidas, seus anseios e desejos. Na escola, a criança terá maior possibilidade em desenvolver suas potencialidades, já que existe uma preocupação em atender as necessidades básicas da sua faixa etária que é manter atividades dentro de seu nível de maturação proporcionando experiências de manejo de objetos, combinações de movimentos e desafios. “Com 3 anos, a criança já possui potenciais recebidos do meio familiar, cuja consolidação depende em parte da estimulação e receptividade do meio que as expressam.” (Borges, 1987) Ao iniciar as atividades físicas na Educação Infantil, a criança estará sendo estimulada para o conhecimento integral do seu próprio corpo. “Ao longo da atividade lúdica, a criança vive uma motricidade total, ao por em jogo todos os seus componentes: motores, afetivos e cognitivos. Estas informações provém de uma infinidade de estímulos como: o seu próprio corpo, o meio ambiente e os objetos utilizados”. (Silva, 1987)

Será através das atividades lúdicas que a criança irá começar a entrar em contato com outras crianças da mesma faixa etária e desenvolver o espírito esportivo.

xxx

“Brincadeira – a criança desenvolve para seu prazer e sua recreação essa atividade que permite a ela entrar em contato com os outros: os adultos, os pais e os camaradas de sua idade, e também com o meio ambiente e com a cultura no qual vive”. (Brougere, 1998)

4.3 O movimento e a Educação Infantil

O movimento é uma importante dimensão do desenvolvimento e da cultura humana. As crianças se movimentam desde que nascem adquirindo cada vez mais controle sobre seu próprio corpo e se apropriando das possibilidades de interação com o mundo. Engatinham, caminham, manuseiam objetos, correm, saltam, brincam sozinhas ou em grupo, com objetos ou brinquedos, experimentando sempre novas maneiras de utilizar seu corpo e seu movimento. Ao movimentar-se, a criança expressa sentimentos, emoções e pensamentos, ampliando as possibilidades do uso significativo de gestos e posturas corporais. O movimento humano, portanto, é mais do que simples deslocamento do corpo no espaço: constitui-se em uma linguagem que permite às crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio do seu teor expressivo. As maneiras de andar, correr, arremessar, saltar, resultam das interações sociais e da relação dos homens com o meio; são movimentos cujos significados têm sido construídos em função das diferentes culturas em diversas épocas da história. Ao brincar, jogar, imitar e criar ritmos e movimentos, as crianças também se apropriam do repertório de inúmeras práticas expressivas e comunicativas produzidas através do movimento na qual estão inseridas. O trabalho com o movimento contempla a multiplicidade de funções e manifestações do ato motor, propiciando um amplo desenvolvimento de aspectos específicos da motricidade da criança, abrangendo uma reflexão acerca das posturas corporais implicadas nas atividades cotidianas, bem como atividades voltadas para a ampliação da cultura corporal de cada criança. A estrutura espacial se dá quando se percebe as posições, direções, distâncias, tamanho, o movimento e a forma. Para a criança, a noção de orientar-se no espaço se dá quando ela escolhe o material e dispõe esse material, segundo as regras estabelecidas. O jogo possibilita desenvolver esta etapa. “O que caracteriza o jogo é a iniciativa da criança, portanto um espaço de jogo é um espaço onde a criança pode desenvolver sua iniciação, inclusive organizando, escolhendo sua brincadeira e tendo acesso ao material de jogo”. (Brougere, 1998)

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4.4 Práticas pedagógicas na Educação Infantil

As diferentes práticas pedagógicas que caracterizam o universo da Educação Infantil, refletem diferentes concepções quanto ao sentido e funções atribuídas ao movimento no cotidiano das creches e da Educação Infantil. É muito comum que, visando garantir uma atmosfera de ordem e de harmonia, algumas práticas educativas procurem suprimir o movimento, impondo às crianças rígidas restrições posturais. Isso se traduz, por exemplo, na imposição de longos momentos de espera (em fila ou sentada) em que a criança deve ficar quieta, sem se mover; ou na realização de atividades mais sistematizadas, como de desenho, escrita ou leitura, em que qualquer deslocamento, gesto ou mudança de posição pode ser visto como desordem ou indisciplina. Além do objetivo disciplinar, a exigência de contenção motora pode estar baseada na idéia de que o movimento impede a concentração e a atenção da criança, ou seja, que as manifestações motoras atrapalham a aprendizagem. Todavia, a julgar pelo papel que os gestos e as posturas desempenham junto à percepção e à representação pode-se concluir que, ao contrário, é a impossibilidade de mover-se ou de gesticular que pode dificultar o pensamento e a manutenção da atenção. As conseqüências dessa rigidez podem contribuir tanto para o desenvolvimento de uma atitude de passividade nas crianças como para instalação de um clima de hostilidade, perdendo-se o controle das manifestações motoras infantis. No caso em que as crianças, apesar das restrições, mantêm o vigor de sua gestualidade, podem ser freqüentes as situações em que elas percam completamente o controle sobre o corpo, devido ao cansaço provocado pelo esforço de contenção que lhes é exigido. Outras práticas, apesar de também visarem o silêncio e a contenção de que dependeriam a ordem e a disciplina, lançam mão de recursos didáticos, propondo, por exemplo, seqüências de exercícios ou de deslocamentos em que a criança deve mexer seu corpo, mas desde que em estrita conformidade a determinadas orientações. Ou ainda reservando curtos intervalos em que a criança é solicitada a se mexer para distender sua energia física. Essas práticas, mesmo permitindo certa mobilidade às crianças, podem até ser eficazes do ponto de vista da manutenção da ordem, mas limitam as possibilidades de expressão da criança em tomar suas próprias iniciativas. As manifestações motoras organizadas dentro do espaço passam a ser expressivas deixando de serem vistas quase sempre como sinônimos de turbulência, e por isso mesmo indesejáveis dentro do âmbito escolar. “Para organizar o ambiente (espaço e materiais) e o tempo na instituição de educação infantil, de modo a auxiliar que as manifestações motoras das crianças se dêem

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em harmonia com diversas atividades da rotina, desde as de cuidado com a saúde até os projetos de trabalho em áreas específicas do conhecimento, o professor no conjunto dessas atividades deve refletir sobre os espaços, os objetos materiais e o tempo de contenção motora ou manutenção de uma mesma postura”. (Zurawski, 1998)

CONCLUSÃO

Para as crianças que iniciam sua vida escolar na Educação Infantil, as atividades

físicas

possuem

uma

grande

importância.

Sendo

estas

trabalhadas paralelamente com as atividades de sala de aula, a criança evolui com mais rapidez em diversos aspectos. O desenvolvimento da coordenação motora, por exemplo, é um dos aspectos em que a criança mais necessita para que possa realizar suas atividades com mais segurança. As brincadeiras viabilizam o crescimento corporal de força, resistência física, de coordenação percepto-motora. Contribuem para a vida afetiva, pela satisfação encontrada na atividade voluntária e pelo alívio de tensões que permitem um clima de aprovação, bem como pelos sentimentos estéticos que despertam. Observamos então que a infância é o período onde se inicia a aprendizagem necessária à vida adulta. A brincadeira e a atividade física têm um importante papel na formação do indivíduo, integrando as várias dimensões de personalidade: afetiva, cognitiva e motora. No pátio da escola elas precisam ter suficiente liberdade de movimento e serem orientadas para manter-se ao ar livre. Para finalizar, o movimento é o responsável por fazer a ligação entre a criança e a sociedade, tão importante para o cotidiano de qualquer indivíduo. Devemos participar e respeitar esse mundo lúdico em que ela vive fazendo com que tenham um desenvolvimento integral e adequado para que se tornem saudáveis, inteligentes, de personalidade e principalmente felizes sem deixar para trás a “ludicidade” de sua vida.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORGES, C. J. Educação Física para o Pré-escolar. Rio de Janeiro: Sprint, 1987.

BROUGERE, G. O que é brincadeira?. Revista Criança - do professor de educação infantil. n.31, nov., Brasília, 1998.

CARNEIRO, M. A. LDB fácil. Rio de Janeiro: Vozes, 1998.

LE BOULCH, J. O desenvolvimento psicomotor do nascimento até 6 anos. 5.ed. Porto Alegre, 1981.

SIGNORETTI, A. Educação Infantil através do lúdico: a criança realiza aprendizagem significativa. Revista do Professor. n.54, abr-jun, p.5-7, 1998.

SILVA, E. N. Educação Física na Escola. Rio de Janeiro: Sprint, 2000.

ZURAWSKI, M. P. O corpo e o movimento da criança de 0 a 6 anos. Revista Criança - do professor de educação infantil. n.31, nov. Brasília, 1998.