ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS Lotes Econômicos
Objetivos
•Compreender: • Lote econômico de Compra (LEC); • Lote econômico de Fabricação (LEF); • Críticas ao sistema de Lotes econômicos.
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Lote Econômico de Compra • Em aulas anteriores, quando abordamos os custos envolvidos na estocagem dos materiais, vimos que o custo total de estocagem era a soma dos custos diretamente proporcionais ao estoque médio, com os custos inversamente proporcionais e com os custos independentes do estoque médio, que também poderia ser escrito da seguinte forma:
CT = (Ca + i x P) x (Q/2) + (Cp) x (D/Q) + Ci + D x P onde (Ca + i x P) = Cc • Vamos relembrar com um exemplo:
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Lote Econômico de Compra EXEMPLO • A Empresa VendeMais vende um produto cuja demanda anual é de 40.000 unidades. O custo de emissão de um pedido de compra é de R$ 30,00 por pedido. Os custos anuais de manutenção dos estoques são de R$ 0,30 por unidade. Sabendo-se que os custos independentes para esse item são de R$ 50,00 por ano, calcular o custo total (CT) decorrente de se manter os estoques para lotes (Q) de 2.500, 2.600, 2.700, 2.800, 2.900, 3.000, 3.100 e 3.200 unidades. • D = 40.000 unidades • Cc = custos de carregamento = R$ 0,30 x Q . 2 • Cp = custos de preparação, ou de obtenção = R$ 30,00 x D . = 30 x 40.000 Q Q • Ci = custos independentes = R$ 50,00/ano
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Lote Econômico de Compra Vamos ver os cálculos na tabela apresentada abaixo Lote (Q)
Cc = 0,30 x Q . 2
Cp = 30 x 40.000 Q
CT = (Cc + Cp + Ci)
2.500
0,30 x 2.500 / 2 = 375,00
30 x 40.000 / 2.500 = 480,00
375,00 + 480,00 + 50,00 = 905,00
2.600
0,30 x 2.600 / 2 = 390,00
30 x 40.000 / 2.600 = 461,54
390,00 + 461,54 + 50,00 = 901,54
2.700
0,30 x 2.700 / 2 = 405,00
30 x 40.000 / 2.700 = 444,44
405,00 + 444,44 + 50,00 = 899,44
2.800
0,30 x 2.800 / 2 = 420,00
30 x 40.000 / 2.800 = 428,57
420,00 + 428,57 + 50,00 = 898,57
2.900
0,30 x 2.900 / 2 = 435,00
30 x 40.000 / 2.900 = 413,79
435,00 + 413,79 + 50,00 = 898,79
3.000
0,30 x 3.000 / 2 = 450,00
30 x 40.000 / 3.000 = 400,00
450,00 + 400,00 + 50,00 = 900,00
3.100
0,30 x 3.100 / 2 = 465,00
30 x 40.000 / 3.100 = 387,10
465,00 + 387,10 + 50,00 = 902,10
3.200
0,30 x 3.200 / 2 = 480,00
30 x 40.000 / 3.200 = 375,00
480,00 + 375,00 + 50,00 = 905,00
O que vocês observam nesta tabela? 5
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Lote Econômico de Compra • Observem que os Cc aumentam com o aumento do tamanho do lote de compra e, consequentemente, com o aumento do estoque médio. Os Cp diminuem com o aumento do tamanho do lote de compra e, consequentemente, com o aumento do estoque médio. Os Ci não variam com o tamanho do lote. • Observem, também, que o CT diminui até atingir um valor mínimo e cresce logo em seguida. • Vamos ver este comportamento graficamente.
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Lote Econômico de Compra • O gráfico abaixo nos mostra o comportamento de cada um dos custos
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Lote Econômico de Compra • Para se deduzir a expressão do lote econômico de compra (LEC), basta igualarmos os Custos de Carregamento (Cc) com os Custos de Preparação (Cp)
Resolvendo a equação temos o Lote Econômico de Compra (LE)
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Lote Econômico de Compra EXEMPLO • Calcular o LEC do exemplo anterior D = 40.000 unidades/ano Cp = R$ 30,00/pedido Cc = R$ 0,30/unidade.ano Ci – R$ 50,00/ano
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Lote Econômico de Fabricação • O lote de fabricação se aplica quando uma empresa, normalmente manufatureira, fabrica internamente itens, peças ou componentes utilizados em outra parte do processo produtivo. Assim, podemos considerar três casos: V > D, V = D e V < D, sendo: V = velocidade D = demanda
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Lote Econômico de Fabricação Nos casos onde a D > V, é necessário que a empresa compre de terceiros a diferença do que ela consegue produzir, ou seja D – V. Neste caso, quando a empresa comprar o item, ela estará gerando estoque; Uma vez gerado o estoque, este terá um custo. A expressão abaixo calcula os custos totais (CT) decorrentes deste estoque
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Lote Econômico de Fabricação • Igualando o Cc com o CP, temos:
• Temos que observar que os custos de preparação (Cp) neste caso referem-se aos custos de preparação das ordens de fabricação (custo de emissão das ordens de fabricação mais custos de preparação das máquinas – setup). Temos que observar, também, que enquanto no LEC o “P” referia-se ao preço de compra do item, no caso do LEF o “P” refere-se ao custo de fabricação do item.
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Lote Econômico de Fabricação EXEMPLO: Uma empresa manufatureira produz uma peça usinada que é utilizada na fabricação de seu produto final, cuja demanda mensal é de 2.500 unidades. A peça é fabricada a um custo unitário de R$ 1,50 em um centro de usinagem CNC a uma cadência de 300 unidades por hora. O custo de programação do centro de usinagem para a fabricação da peça é estimado em R$ 25,00 por preparação. Os demais custos de emissão da ordem de fabricação são estimados em R$ 8,00 por ordem. A empresa trabalha em média 20 dias por mês em um único turno de 8 horas. O custo do capital imobilizado em estoque é de 2,5% ao mês, e os custos mensais de armazenagem são de R$ 0,10 por unidade. Determine o lote econômico de fabricação. D = 2.500 unidades/mês V = 300 unidades/hora 300 un/h x 20 dias/mês x 8 h/dia = 48.000 un/mês P = R$ 1,50/unidade Cp = R$ 25,00/preparação + R$ 8,00/ordem = R$ 33,00/preparação Ca = R$ 0,10/unidade.mês i = 0,025 LEF = ??
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Lote Econômico de Fabricação EXEMPLO:
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Críticas ao LEC e LEF São várias as críticas à aplicação dos cálculos na determinação dos lotes econômicos de compra e de fabricação: Primeiro, o relacionamento entre o pessoal de compras da empresa e os fornecedores dá-se mais em função das parcerias estabelecidas e seus interesses recíprocos do que em função de eventuais vantagens de compras em lotes econômicos. Segundo, como já vimos, a tendência das empresas é fabricar o estritamente necessário para o uso imediato. Com base no just-in-time, o lote ideal é aquele de uma única peça e não o econômico. A tendência das empresas é que elas invistam na melhoria de seus esquemas de distribuição justamente para que possam trabalhar com menores estoques e, portanto, menores lotes de compra. Terceiro, a curva do CT é extremamente achatada nas imediações do Lote Econômico, o que nos mostra que valores diferentes de lotes podem trazer quase que o mesmo custo mínimo. Além disso, o modelo de lote econômico pressupõe demanda constante durante o intervalo de tempo de estudo e a avaliação dos custos de carregamento, como o aluguel da área ocupada pelo item utiliza critérios de rateio discutíveis, sendo que a avaliação dos custos de obsolescência, de furtos e roubos e quebras de material é muito difícil. 15
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Críticas ao LEC e LEF EXEMPLO: • A demanda anual de um item de estoque de uma empresa comercial é 15.000 unidades. Os custos de carregamento e de obtenção são, respectivamente, de R$ 0,80/unidade.ano e R$ 35,00/pedido. Supondo os custos independentes como R$ 15,00/ano, determinar o lote econômico de compras (LEC). Depois, considerando as variações no tamanho do lote de ± 10%, ± 20% e ± 30%, analisar as correspondentes variações percentuais no custo total
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Críticas ao LEC e LEF SOLUÇÃO: Cp = R$ 35,00/pedido D = 15.000 Cc = R$ 0,80/unidade.ano Ci = R$ 15,00/ano
LEC = 1.145,64 unidades/pedido CT = R$ 931,52/ano ± 10% 1.145,64 x 0,9 e 1.145,64 x 1,1 ± 20% 1.145,64 x 0,8 e 1.145,64 x 1,2 ± 30% 1.145,64 x 0,7 e 1.145,64 x 1,3 17
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1.031,08 e 1.260,20 916,51 e 1.374,77 801,95 e 1.489,33 Prof. Fábio Spregiaro
Críticas ao LEC e LEF Variação no tamanho do lote
Lote Q
Cc (35 x Q/2)
Cp (0,8 x 15.000/Q)
Ci
CT Cc + Cp + Ci
Variação no Custo Total
-30%
801,95
320,78
654,65
15,00
990,43
6,33%
-20%
916,51
366,60
572,83
15,00
954,43
2,46%
-10%
1.031,08
412,43
509,17
15,00
936,60
0,55%
1.145,64
458,26
458,26
15,00
931,52
+10%
1.260,20
504,08
416,60
15,00
935,68
0,45%
+20%
1.374,77
549,91
381,88
15,00
946,79
1,64%
+30%
1.489,33
595,73
352,51
15,00
963,24
3,41%
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Críticas ao LEC e LEF • Pela tabela anterior, podemos verificar a baixa sensibilidade dos custos totais a variações no tamanho do lote. Se, por exemplo, dobrarmos o tamanho do lote (um aumento de 100%), a variação no custo total (CT) será de apenas 24,60%
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Bibliografia BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos / Logística Empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. 616p. CORRÊA, Henrique L.; GIANESI, Irineu G. N.; CAON, Mauro. Planejamento, Programação e Controle da Produção. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 452p. PETRÔNIO, Garcia Martins; ALT, Paulo Renato Campos. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. 1. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2003. 353p.
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