CÍRCULO DE CULTURA: POSSIBILIDADES DA PEDAGOGIA DA

considerado como ciberespaço, o diálogo se propaga por ... As tecnologias da inteligência: o futuro do ... A inteligência coletiva: por uma antropolog...

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CÍRCULO DE CULTURA: POSSIBILIDADES DA PEDAGOGIA DA VIRTUALIDADE. Márcia Cristina Barragan Moraes ToledoI Resumo: Entendendo o Círculo de Cultura como um espaço dinâmico, de interação e acolhimento e principalmente com foco no diálogo em que todos que participam tem a possibilidade de ensinar e aprender, neste estudo tem-se por objetivo apresentar e refletir sobre as possibilidades da pedagogia da virtualidade em um Círculo de Cultura. Em um novo espaço, considerado como ciberespaço, o diálogo se propaga por um grupo de alunos da pósgraduação que parte do presencial, no qual participavam 12 alunos matriculados na disciplina Tecnologias da Informação na Educação, ofertada no segundo semestre de 2012 no programa de mestrado e doutorado profissional e acadêmico em educação de uma universidade de São Paulo, capital. O diálogo realizado em torno da experiência com o Círculo de Cultura iniciouse na sala de aula e difundiu-se para o espaço virtual por meio do blog Pedagogia da Virtualidade. Para iluminar essa temática, buscamos por meio da pesquisa bibliográfica, ideias e reflexões contemporâneas de dois conceituados autores: Paulo Freire e Pierre Levy e outros seguidores contemporâneos. Além da consulta bibliográfica, em livros e na internet, foram utilizados os registros das discussões dos próprios Círculos de Cultura, presencial e virtual. Palavras-chave: Cultura, Círculo de Cultura e Pedagogia da virtualidade. Introdução O cenário proposto para o estudo se faz presente em nosso cotidiano e é marcada pela era virtual, partindo do espaço pedagógico presencial denominado instituição escolar, atravessando os seus muros acompanhando os educandos em sua própria cultura rumo à construção de novos conhecimentos. Partindo desta premissa, apresentamos as ferramentas da internet, destacando neste estudo o blog, como um dos espaços de Círculo de Cultura Virtual. Essa experiência partiu do presencial em que Freire (2011) nos apresenta o Círculo de Cultura como possibilidade de transformação, em que o professor não é o detentor do conhecimento, mas, sim aquele que participa estimulando outros participantes e tem a intenção de trocar saberes por meio de diálogos em grupo. Romão (2006) cita a proposta pedagógica freiriana, o educador como um animador cultural, criando condições para a aprendizagem dos seus educandos, desafiando-os na descoberta dos temas e desse modo, de novas palavras geradoras. Dentro deste contexto, o que se verifica, é que as características dos Círculos de Cultura são o diálogo, o respeito ao outro e o trabalho interativo em grupos oriundos e transformadores da própria cultura. O interesse pelo estudo em questão partiu de uma experiência presencial com um grupo de alunos de pós-graduação e ganhou o espaço virtual que Levy (2010) conceitua como ciberespaço, momento em que professores e alunos dialogam na construção de novos textos e conexões com outros, manifestando os mesmos interesses conscientes de uma prática cultural, mobilizados por questões sociais, políticas, filosóficas e éticas. Nos primeiros encontros, os interesses do grupo surgiam baseados em suas pesquisas permitindo a dinâmica do Círculo de Cultura. Assim, a experiência individual e coletiva de aprendizagem foi mediada pela professora em um total de 15 encontros semanais presenciais no qual participavam 12 alunos matriculados na disciplina Tecnologias da Informação na Educação, ofertada no segundo semestre de 2012. A disciplina ofertada faz parte do programa de mestrado e doutorado profissional e acadêmico em educação de uma universidade de São Paulo, capital. Deste modo, iniciamos as discussões nos encontros presenciais levantando os interesses e expectativas, aconteciam mediadas pelos próprios alunos e professora e registradas por um dos alunos do grupo, inscrito como relator a cada encontro semanal. A partir destas discussões presenciais, surgiu a necessidade da criação do blog que também foi acordado e decidido pelo I

Universidade Nove de Julho – São Paulo, capital. Doutoranda em Educação e Mestre em Psicologia Escolar. Email: [email protected]

grupo, e assim após apresentar e discutir o tema com o grupo, o educando construía um texto e postava no blog para dar continuidade ao diálogo durante a semana, tecendo novas considerações e produzindo conhecimentos e novas leituras do mundo. Metodologia A partir de uma pesquisa bibliográfica realizada, como também nos registros das discussões e construção do blog ficou explícito a questão da aprendizagem de forma colaborativa, a participação de todos os colaboradores e visitantes de forma democrática que se interessam pelo assunto e interagem motivados pelas questões que surjam durante os diálogos. Os Círculos de Cultura, neste estudo, também foram utilizados como metodologia de pesquisa, de objeto da pesquisa a método epistemológico (Romão, 2006). Para iluminar essa temática, buscamos por meio da pesquisa bibliográfica, ideias e reflexões contemporâneas de dois conceituados autores: Paulo Freire e Pierre Levy e outros seguidores contemporâneos. Além da consulta bibliográfica, em livros e na internet, foram utilizados os registros das discussões dos próprios Círculos de Cultura, presencial e virtual. Considerações Iniciamos o presente estudo tendo por objetivo apresentar e refletir sobre as possibilidades da pedagogia da virtualidade em um Círculo de Cultura. Segundo Gomez (2004), a Pedagogia da Virtualidade se sustenta em três princípios básicos: a educação popular freiriana, o desenho e aprendizagem colaborativa e a rede como rizoma procurando incorporar o sujeito como social e histórico cultural, resultado da própria práxis. No modelo aqui apresentado, o Círculo de Cultura é reinventado, como Freire fez questão de deixar ao seu legado, não para ser copiado, mas, sim para uma nova possibilidade, como um ato poético que rompe o presencial e surge como Círculo de Cultura Virtual. O diálogo não termina ao final da disciplina, mas propicia uma conectividade de saberes em que todos são convidados a vivenciar, a vivenciar a rede e participar do Círculo de Cultura Virtual. Referências Bibliográficas: FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. _______. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. _______. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011. GOMEZ. Margarita Victoria. Educação em Rede: uma visão emancipadora. São Paulo: Cortez, 2004. ________. Cibercultura, formação e atuação docente em rede. Brasília: LiberLivro, 2010. LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993. ______. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. São Paulo: Loyola, 1998. ______. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 2010. MARINHO, Andrea Rodrigues Barbosa. Circulo de cultura: origem histórica e perspectivas epistemológicas. 2009. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. ROMÃO, José Eustáquio e outros. Círculo Epistemológico: Círculo de Cultura como Metodologia de Pesquisa. In: Educação e Linguagem: Globalização. Número 13, São Paulo: Universidade Metodista de São Paulo, 2006.