CONTROLE DE ARMAZENAMENTO DE ALIMENTOS EM ÁREA HOSPITALAR

6 fluxos de entrada e de saída, de modo a obter a maior produtividade possível, sem ocasionar gargalos (RODRIGUES, 2010). Integração e planejar a...

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CONTROLE DE ARMAZENAMENTO DE ALIMENTOS EM ÁREA HOSPITALAR ESTADUAL Luiz Armando T. Ribeiro1, Marília de Oliveira2 Juliano Munhoz Beltani3 1,2

Acadêmicos do Curso de Logística da Faculdade de Tecnologia de Lins Prof. Antônio Seabra - Fatec, Lins-SP, Brasil 3 Docente do Curso de Logística da Faculdade de Tecnologia de Lins Prof. Antônio Seabra - Fatec, Lins-SP, Brasil.

RESUMO Este artigo vem apresentar especificações sobre a logística, sua origem definições e atualidades, aborda a armazenagem, suas definições e funções, instalações, custos, tipos de armazenagens, voltado para o controle de armazenamento de alimentos em área hospitalar estadual, visando demonstrar como são realizadas todas as etapas deste controle, buscando alcançar melhorias no armazenamento, manipulação, distribuição e produção destes alimentos, expondo como é feita a fiscalização por parte dos órgãos responsáveis que no caso são: vigilância sanitária e tribunal de contas, analisando o método de pesquisa que foi um estudo de caso com o objetivo de demonstrar o funcionamento deste tipo de controle. Palavras-chave: Alimentos. Armazenagem. Controle. Fiscalização. Logística.

ABSTRACT This paper presents details on the logistics, their definitions and updates origin, addresses the storage, their definitions and functions , facilities, costs, types of stockpiles , facing the food storage control at the state hospital area in order to demonstrate how they are performed all stages of this control, seeking to achieve improvements in storage, handling , distribution and production of feed, exposing how is the inspection by the bodies responsible in the case are: health surveillance and audit office , analyzing the research method that was a case study in order to demonstrate the operation of this type of control. Keywords: Food. Storage. Control. Surveillance. Logistics.

INTRODUÇÃO A logística vem evoluindo através dos anos e abrange várias funções entre elas a função de armazenar. A armazenagem tem como objetivo estocar produtos acabados através de um processo de distribuição. Quando se ouve falar em armazenagem ela está relacionada a operações e processos aos ciclos produtivos, como em todo o processo de distribuição tem vantagens e desvantagens. Neste trabalho realizou-se uma abordagem referente ao gerenciamento de estoque, seu conceito, a função do controle de estoque, o objetivo do controle de estoque, a classificação ABC, a avaliação dos estoques, custo de estoque, o lote econômico de compras, a previsão de estoque, o ponto de pedido e tempo de reposição do estoque, o estoque de segurança, o estoque máximo e o giro de estoque. Tratou-se de explanar e

4 mostrar diferentes autores sobre o processo de armazenagem e movimentação dos materiais, mostrando sua definição, o objetivo do armazenamento e da movimentação dos materiais, os tipos de estrutura de armazenagem, o layout do local de armazenagem, a localização dos materiais, e o equipamento de movimentação dos materiais. Esta pesquisa utilizou como método um estudo de caso buscando gerar conhecimentos para aplicações práticas dirigidas á solução de problemas específicos na área do controle de armazenamento de alimentos em área hospitalar estadual. Este trabalho tem por objetivo analisar o funcionamento do controle de armazenagem em área hospitalar estadual, especificamente no setor alimentício, abordando os aspectos de fiscalização como no caso do tribunal de contas na parte da fiscalização contábil, financeira orçamentária, operacional e patrimonial, assim como no caso da legislação vigente por parte da vigilância sanitária e outros orgãos de controle e fiscalização no ramo alimentício.

1 LOGÍSTICA 1.1 A ORIGEM O significado da palavra logística tem origem francesa do verbo militar loger, que significa a arte de transportar, abastecer e alojar as tropas. Os primeiros registros da utilização da logística estão nas antigas organizações militares. Na França do século XVII, existia um general de logís responsável pelo suprimento e pelo transporte do material bélico na batalha (REISSMANN, 2009). Foi nessa época que os militares perceberam o potencial estratégico que o sistema logístico oferecia através de atividades de deslocamento de soldados, transporte de munições e socorro médico entre outras atividades, após adotarem esse sistema operacional (REISSMANN, 2009). O interesse de estudos nessa área surgiu após os resultados da segunda guerra mundial aproximadamente em 1950. O primeiro a utilizar esse termo logístico foi o general Von Claussen de Frederico da Prússia, posteriormente o conceito foi desenvolvido com os professores da Harvard juntamente com a Agência Central de Inteligência (CIA) e ingressa como disciplina na grade curricular do curso de Engenharia e Administração de Empresas da Universidade da Harvard (REISSMANN, 2009). O desenvolvimento da logística empresarial vem evoluindo através de três eras, antes de 1950, de 1950 entre 1970 e após 1970. Antes da década de 1950 não havia um conceito estabelecido sobre logística no ambiente empresarial, pois era um período de desenvolvimento, entre 1950 e 1970 começou algumas mudanças houve alterações econômicas e tecnológicas (REISSMANN, 2009). Após 1970, as empresas já começavam a obter resultados da logística integrada. Entretanto, a preocupação das organizações ainda estava mais voltada para obtenção de lucro que para a redução de custo. Era comum o tamanho e a expansão de mercado encobrirem as ineficiências na produção ou distribuição (REISSMANN, 2009). A logística após 1980 sofre um redescobrimento foi quando ocorreram as transformações mais significativas desde a revolução industrial, entre elas estão a revolução da informação, comercialização do microcomputador, desenvolvimento de alianças e parcerias estratégicas (REISSMANN, 2009). 1.1.1 Definições e atualidades A gestão de operações logística é forçada a adaptar-se ao ambiente competitivo e estratégico. O sistema logístico formado por todos os membros da cadeia global de suprimentos estão buscando integrar suas atividades. Essa integração assume diferentes

5 configurações, dependendo de como os fatores ambientais afetam as empresas envolvidas (DORNIER et al, 2012). Dividimos a integração em três tipos: geográfica, funcional e setorial. Esses três tipos formam a base de nossa metodologia de operações/logística globais. As empresas devem definir métodos específicos de gestão e organização para tomar possíveis esses três tipos de integração. Tomados em sua totalidade, formam o que chamamos logística e operações globais (DORNIER et al, 2012). Os negócios hoje são definidos em um ambiente global. Esse ambiente global está forçando as empresas, independente de sua localização ou base de mercado e estratégia competitiva. As empresas não podem isolar-se ou ignorar fatores externos, tais como tendências econômicas, situações competitivas ou inovação tecnológica em outros países (DORNIER et al, 2012).

2 SISTEMA DE ARMAZENAGEM SUAS DEFINIÇÕES E FUNÇÕES A História da Armazenagem vem evoluindo desde 1860 (MOURA, 2008).A armazenagem de materiais não acrescenta nada ao valor do produto. Acrescenta muito ao custo dele e todo centavo ganho na armazenagem é lucro (MOURA, 2008). E a melhor forma de guardar materiais é aquela que maximiza o espaço disponível nas três dimensões do prédio: comprimento, largura e altura (MOURA, 2008, p.3). Armazenagem é a atividade que diz respeito á estocagem ordenada e á distribuição de produtos acabados dentro da própria fábrica ou em locais destinados a este fim, pelos fabricantes, ou através de um processo de distribuição (MOURA, 2008, p.3). A armazenagem é constituída por um conjunto de funções de recepção, descarga, carregamento, arrumação e conservação de matérias-primas, produtos acabados ou semi-acabados. Uma vez que este processo envolve mercadorias, este apenas produz resultados quando é realizada uma operação, nas existências em trânsito, com o objectivo de lhes acrescentar valor (DIAS, 2005, p.189).

Geralmente as funções da armazenagem são recebimento, identificação e classificação, conferência, endereçamento para o estoque, estocagem, remoção do estoque, acumulação de itens, embalagem, expedição e registro das operações (MOURA, 2008). A armazenagem é uma função que consiste, no seu sentido mais geral, em uma atividade ampla e complexa, sob o ponto de vista operativo, a serviço do processo produtivo e da organização distributiva (MOURA, 2008). As funções do armazém nao se limitam ao simples recebimento e conservação, muitas vezes a armazenagem compreende muitas operações e processos aos ciclos produtivos (MOURA, 2008). Planejamento, avaliar previamente a àrea de armazenagem antes de aceitar a contratação de um determinado lote a ser armazenado, verificando a existência de efetivas condições físicas e técnicas para receber, armazenar, controlar e entregar adequadamente, observando natureza, peso, dimensões unitárias, características de manuseio e de segurança (RODRIGUES, 2010). Flexibilidade operacional, promover a adaptabilidade de corredores, docas, portas e equipamentos disponíveis em uma área de armazenagem, de modo a receber com facilidade, simultânea ou sucessivamente, produtos com diferentes características de movimentação (RODRIGUES, 2010). Simplificação, desenvolver, adaptar e/ou implantar o arranjo físico de uma área de armazenagem, levando em conta as características dos equipamentos disponíveis e a localização de docas, portas e corredores, com o objetivo de simplificar ao máximo os

6 fluxos de entrada e de saída, de modo a obter a maior produtividade possível, sem ocasionar gargalos (RODRIGUES, 2010). Integração e planejar a integração simultânea do maior número de atividades possível, organizando e coordenando todas as operações simultâneas. Otimização do espaço físico é o armazenamento técnico e seguro, para possibilitar a fácil movimentação da maior quantidade possível de mercadorias em uma única área de armazenagem, observando a resistência estrutural do piso e a capacidade volumétrica da área (RODRIGUES, 2010). Otimização de equipamentos e mão-de-obra é analisar, dimensionar, desenvolver, padronizar, sistematizar e implantar um conjunto de procedimentos direcionados à racionalização dos equipamentos de movimentação e equipes de trabalho (RODRIGUES, 2010). Verticalização é aproveitar os espaços verticais de melhor maneira possível sem perder de vista a segurança da movimentação (RODRIGUES, 2010). Mecanização é avaliar as reais necessidades, possibilidades e relação custobenefício passíveis de serem obtidas com a mecanização dos procedimentos de movimentação de mercadorias (RODRIGUES, 2010). Automação é avaliar a real necessidade e a relação custo-benefício de automatizar o gerenciamento da armagenagem, sistema de controle e demais sistemas administrativos (RODRIGUES, 2010). Controle é planejar, implantar e acompanhar metodicamente um adequado sistema com os registros de recebimentos, tempos de permanência das cargas armazenadas, entregas e controle sobre o inventário físico de mercadorias, possibilitando a sua identificação e retirada imediatas (RODRIGUES, 2010). Segurança é dotar a área de armazenagem de sistemas que garantam a integridade física das mercadoria armazenadas, mão-de-obra, segurança das instalações e equipamentos, e a saude financeira da empresa, mantendo as equipes de trabalho devidamente treinadas para eventuais emergências (RODRIGUES, 2010). Preço é garantir a compatibilidade das tarifas de armazenagem, calculadas a partir de uma estrutura de custo real com o praticado pelas empresas congêneres no mercado, se o preço obtido estiver em de acordo com a média do mercado, obviamente não houve uma avaliação correta do cenário e o planejamento deverá ser revisto, considerando outras variáveis (RODRIGUES, 2010). Existem vários tipos de sistemas de armazenagem, utilizados de acordo com o tipo de produto a armazenar e área disponível, entre outros parâmetros (GUERRA, 2007). O layout de armazém é utilizado nas áreas de armazenagem de um armazém, de forma a utilizar todo o espaço existente da melhor forma possível, verificando a coordenação entre os vários operadores, equipamentos e espaço. O layout ideal é aquele que procura minimizar a distância total percorrida com uma movimentação eficiente entre os materiais, com custos de armazenagem reduzidos (TOMPKINS, 1996). Este tipo de layout procura satisfazer as exigências do estoque a curto e longo prazo, tendo em conta as existências e as flutuações da procura é necessário ter toda a informação relativa ao espaço a planejar, ou seja, é importante saber qual a área de armazenagem, o stock máximo e médio, o volume de expedição/recepção, qual a política de reposição de stock e também o método de movimentação dentro do armazém (LEMOS, 2003). Para fazer um layout de um local de armazenagem é preciso saber que materiais ela ira colocar naquele lugar, quais os transportes irá usar, tudo isso tem que ser levado em conta para que o mesmo seja bem projetado. A realização de uma boa armazenagem depende muito de um bom layout, que determina, tipicamente, o grau de acesso ao material, os modelos de fluxo de material, os locais de áreas obstruídas, a eficiência da mão-de-obra e a segurança do pessoal e do

7 armazém, para que tudo ocorra da melhor forma possível. Os objetivos do layout de um armazém geralmente devem ser o de assegurar a utilização máxima do espaço de forma a propiciar a mais eficiente movimentação de materiais, fazendo a estocagem mais econômica, em relação às despesas de equipamento, espaço, danos de materiais e mãode-obra do armazém. A metodologia geral, para projetar um layout de um armazém, consiste em cinco passos que podemos observar como: definir a localização de todos os obstáculos, localizar as áreas de recebimento e expedição como as áreas primárias e secundarias de separação de pedidos e de estocagem, assim como definir o sistema de localização de estoque e avaliar as alternativas de layout do armazém (VIANA, 2002).

3 GERENCIAMENTO DE ESTOQUE É de conhecimento geral de que todas as organizações devem ter um almoxarifado, um controle de seus pertences, seus estoques, para poder administrar bem tudo que entra e saí na organização. Por isso o gerenciamento de estoque é importantíssimo para as organizações. O gerenciamento de estoque surgiu para suprir uma necessidade das empresas de controlar tudo que se passava com os materiais, o período de cada um dentro dos armazéns, a quantidade mantida em cada compartimento, quando pedir novamente aquele produto. No Brasil os estudos modernos de gerenciamento de estoque só começaram na década de 50 e até hoje os resultados são muito satisfatórios. Em qualquer empresa, os estoques representam componentes extremamente significativos, seja sob aspectos econômicos financeiros ou operacionais críticos (VIANA, 2002). O gerenciamento de estoque é o processo integrado pelo qual são obedecidas às políticas da empresa e o que a empresa visa de importante. A abordagem reativa ou provocada usa a demanda dos clientes para deslocar os produtos por meio dos canais de distribuição. Uma filosofia alternativa é a abordagem de planejamento, que projeta a movimentação e o destino dos produtos por meio dos canais de distribuição, de conformidade com a demanda projetada e com a disponibilidade dos produtos. Uma terceira abordagem, híbrida é uma combinação das duas primeiras, resultando numa filosofia de gerenciamento de estoques que responde aos ambientes de mercado e dos produtos. Em qualquer empresa, a preocupação da gestão de estoques está em manter o equilíbrio entre as diversas variáveis componentes do sistema, tais como: custos de aquisição, de estocagem e de distribuição; nível de atendimento das necessidades dos usuários consumidores etc (BOWERSOX, 2001). 3.1 CONTROLE DE ESTOQUE O Controle de estoque surgiu para suprir uma necessidade das organizações de controlar melhor seu material. Antigamente era controlado manualmente através de fichas de prateleiras ou por fichas de controle, inclusive ainda existem empresas que trabalham com esses sistemas, assim com o desenvolver das informações e tecnologias a era da informática aprimorou o controle de estoque substituindo os antigos, por informatizados. É necessário a plena observância das rotinas em prática a fim de se evitar problemas de controle, com conseqüências no inventário, que acabam em resultar prejuízos para a empresa. Controle de estoque é o procedimento adotado para registrar, fiscalizar e gerir a entrada e saída de mercadorias e produtos seja numa indústria ou no comércio. O controle de estoque deve ser utilizado tanto para matéria prima, mercadorias produzidas e/ou mercadorias vendidas (VIANA, 2002). 3.2 CURVA ABC

8 A curva ABC é um método de classificação de informações, para que se separem os itens de maior importância ou impacto, os quais são normalmente em menor número (CARVALHO, 2002, p 226). Tal classificação estatística de materiais, baseada no princípio de Pareto, é baseada nas quantidades utilizadas e no seu valor. Também pode ser utilizada para classificar clientes e consumidores em relação aos seus volumes de compras ou em relação à lucratividade proporcionada; classificação de produtos da empresa pela lucratividade proporcionada, etc (CARVALHO, 2002). Sobre à análise de clientes, a curva ABC serve para analisar a dependência ou risco, ou ainda para que tipo de clientes a organização precisa focar. Consiste em ordenar os clientes por ordem decrescente da sua contribuição para a empresa, de modo a se poder segmentar por grau de dependência, de risco ou ainda por outro critério a definir (CARVALHO, 2002). Numa organização, a curva ABC é muito utilizada para a administração de estoques, para o estabelecimento de prioridades e programação de produção. Para a administração de estoques, por exemplo, o administrador a usa como um parâmetro que informa sobre a necessidade de aquisição de itens mercadorias ou matériasprimas essenciais para o controle do estoque, que variam de acordo com a demanda do consumidor (CARVALHO, 2002). Na avaliação dos resultados da curva ABC, percebe-se o giro dos itens no estoque, o nível da lucratividade e o grau de representação no faturamento da organização. Os recursos financeiros aplicados na aquisição do estoque poderão ser definidos pela análise e aplicação correta dos dados fornecidos com a curva ABC (PINTO, 2002). 3.2.1 Parâmetros de observação da curva ABC

Figura 3.1 - Curva ABC Fonte: CORRÊA. Planejamento, programação e controle da produção. São Paulo: Editora Atlas, 2009.

A curva ABC, no caso de administração de estoques, apresenta resultados da demanda de cada item nas seguintes áreas:  Giro no estoque;  Proporção sobre o faturamento no período;  Margem de lucro obtida. Os itens são classificados como:  De Classe A: de maior importância, valor ou quantidade, correspondendo a 20% do total;

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De Classe B: com importância, quantidade ou valor intermediário, correspondendo a 30% do total;  De Classe C: de menor importância, valor ou quantidade, correspondendo a 50% do total (CARVALHO, 2002). Os parâmetros acima não são uma regra fixa, pois podem variar de organização para organização nos percentuais descritos. A definição das classes A, B e C obedece apenas a critérios a serem estabelecidos e é definida pelo gestor (CARVALHO, 2002). A análise destes parâmetros propicia o trabalho de controle de estoque do analista cuja decisão de compra pode se basear nos resultados obtidos pela curva ABC. Os itens considerados de Classe A merecerão um tratamento preferencial. Assim, a conseqüência é a otimização da aplicação dos recursos financeiros ou materiais da organização, evitando desperdícios ou aquisições indevidas e favorecendo o aumento da lucratividade (CARVALHO, 2002). 3.3 AVALIAÇÃO DE ESTOQUE Uma atividade importante dentro do conjunto da gestão de estoque é prever o valor do estoque em intervalo de tempo adequado e gerenciá-lo da melhor maneira, comparando-o com o planejado, e tomar as devidas ações quando houver desvios de rota. Os fatores que justificam a avaliação de estoque são: a) assegurar que o capital imobilizado em estoque seja o mínimo possível; b) assegurar que estejam de acordo com a política da empresa; c) garantir que o valor desse capital seja uma ferramenta de tomada de decisão; d) evitar desperdícios como absolescência, roubos, extravios e etc (POZO, 2002). Portanto, torna-se indispensável uma perfeita avaliação financeira do estoque para proporcionar informações exatas e atualizadas das matérias-primas e produtos em estoques sob responsabilidade da empresa. Essa avaliação é feita com base nos preços dos itens que se tem em estoque. O valor real de estoque que dispomos é feito por dois processos; um por meio das fichas de controle de cada item de estoque, e o segundo por meio de inventário físico (POZO, 2002). No primeiro processo, a empresa o utiliza para estipular o preço de seu produto e valorização contínua de seu estoque e, também, para controlar a gestão integrada da empresa. Nesse procedimento, podemos avaliar os estoques pelos métodos de custo médio, Peps ou Fifo e Ueps ou Lifo, conforme a seguir: Fifo ou Peps este método é baseado na cronologia das entradas e saídas. O procedimento de baixa dos itens de estoque é feito pela ordem de entrada do material na empresa, o primeiro que entrou será o primeiro que saíra, e assim utilizarmos seus valores na contabilização do estoque. Lifo ou Ueps esse método também é baseado na cronologia das entradas e saídas, e considera que o primeiro a sair deve ser o ultimo que entrou em estoque, portanto, sempre teremos uma valorização do salto baseado nos últimos preços. É um procedimento muito utilizado em economias inflacionárias, facilitando a contabilização dos produtos para definição de preços de vendas e refletindo custos mais próximos da realidade de mercado. Custo médio a avaliação por este método é muito freqüente, pois seu procedimento é simples e ao mesmo tempo age como um moderador de preços, eliminando as flutuações que possam ocorrer. Esse processo tem por metodologia a fixação de preço médio entre todas as entradas e saídas. É baseado na cronologia das entradas e saídas. O procedimento de baixa dos itens de estoque é feito normalmente pela quantidade da própria ordem de fabricação e os valores finais de saldo são dados pelo preço médio dos produtos (POZO, 2002). É fundamental buscar desenhar alguns cenários para auxiliar na avaliação, e este processo realmente não é fácil, pois depende da análise de muitas variáveis. Existem importantes fatores que devem ser esboçados como realizar análise dos níveis de

10 estoque dos concorrentes, analisar a disponibilidade de recursos e verificar o tamanho do ciclo operacional da organização. Os três procedimentos citados são fundamentais em qualquer planejamento de estoque. Cabe ressaltar que o objetivo principal ao se selecionar um dos métodos deve ser o de escolher aquele que, de acordo com as circunstâncias, reconheça e leve em consideração as peculiaridades da atividade e do tipo de entidade ou do produto (POZO, 2002). 3.4 O LOTE ECONÔMICO DE COMPRAS Lote econômico é a quantidade ideal de material a ser adquirida em cada operação de reposição de estoque, onde o custo total de aquisição e os custos de estocagem são mínimos para o período considerado (VIANA, 2002). O lote econômico chamado LEC pode ser calculado pela seguinte fórmula: LEC = raiz [(2 x D x P) / M] onde: * D = quantidade do período em unidades; * P = custo de pedir, por pedido = custo unitário do pedido de compra; * M = custo de manter estoque no período, por unidade; * M = CMA custo de manter armazenado; * PU = preço unitário do material (VIANA, 2002). Quando temos estoque-reserva toda vez se aumenta a quantidade a ser comprada, aumentamos o estoque médio de nossa empresa, e isso propicia, também aumento de custos de manutenção de armazenagem. Por outro lado, aumentando-se as quantidades de lote de compra, diminuem-se os custos de pedido de compra, o custo por unidade comprada, de mão-de-obra e manuseio. O resultado é que teremos dois focos de forças nos afetando. O lote econômico de compra é a quantidade que equilibra o custo do pedido e o custo de armazenagem (POZO, 2002). 3.5 PREVISÃO DE ESTOQUE Todo o início de estudo dos estoques está pautado na previsão do consumo do material. A previsão de consumo ou da demanda estabelece as estimativas futuras dos produtos acabados comercializados pela empresa, esta previsão deve sempre ser considerada como hipótese mais provável dos resultados. As informações básicas que permitem decidir quais serão as dimensões e a distribuição no tempo da demanda dos produtos acabados podem ser classificadas em duas categorias: quantitativas e qualitativas (DIAS, 1993). a) Quantitativas: Evolução das vendas no passado; Variáveis cuja evolução e explicação estão ligadas diretamente às vendas. Variáveis de fácil previsão, relativamente ligadas às vendas (populações, renda, PNB); e Influência da propaganda. b) Qualitativas: Opinião dos gerentes; Opinião dos vendedores; Opinião dos compradores; e Pesquisa de mercado. As técnicas de previsão do consumo podem ser classificadas em três grupos: a) Projeção: são aquelas que admitem que o futuro será repetição do passado ou as vendas evoluirão no tempo; segundo a mesma lei observada no passado, este grupo de técnicas é de natureza essencialmente quantitativa. b) Explicação: procura-se explicar as vendas do passado mediante leis que relacionam as mesmas com outras variáveis cuja evolução é conhecida ou previsível. São basicamente aplicações de técnicas de regressão e correlação. c) Predileção: funcionários experientes e conhecedores de fatores influentes nas vendas e no mercado estabelecem a evolução das vendas futuras (DIAS, 1993). 3.6 PONTO DE PEDIDO E TEMPO DE REPOSIÇÃO

11 Uma das informações básicas de que se necessita para calcular o estoque mínimo é o tempo de reposição, isto é, o tempo gasto desde a verificação de que o estoque precisa ser reposto até a chegada efetiva do material no almoxarifado da empresa. Este tempo pode ser desmembrado em três partes: a) Emissão do pedido: Tempo que leva desde a emissão do pedido de compra pela empresa até ele chegar ao fornecedor. b) Preparação do pedido: Tempo que leva o fornecedor para fabricar os produtos, separa os produtos, emitir faturamento e deixá-los em condições de serem transportados. c) Transporte: Tempo que leva da saída do fornecedor até o recebimento dos materiais encomendados (DIAS, 1993). Em virtude de sua grande importância, este tempo deve ser determinado de modo, mas realista possível, pois as variações ocorridas durante esse tempo podem alterar toda estrutura do sistema de estoques. Existem determinados materiais e/ou fornecedores cujo tempo de reposição não pode ser determinado com certeza. Constata-se que determinado item do estoque necessita de um novo suprimento, quando o estoque atingir o ponto de pedido, ou seja, quando o saldo disponível estiver abaixo ou igual à determinada quantidade chamada ponto de pedido. O ponto de pedido é o saldo do item em estoque; pode ser calculado pela seguinte fórmula: PP = C x TR + EMn onde: PP = Ponto de Pedido TR = Tempo de Reposição C = Consumo Médio Mensal Emn = Estoque Mínimo (DIAS, 1993). Ponto de pedido é quando seu estoque está quase terminando e é necessário fazer um outro pedido para repor esse estoque de materiais, para que não falte produto nos armazéns para o consumo dos clientes (DIAS, 1993). É Necessário determinar quando fazer um novo pedido de compra para reposição do item em estoque é um dos grandes problemas do Administrador de Materiais. A quantidade em estoque que, quando atingida, deve acionar um novo processo de compra ou fabricação é chamada de ponto de pedido. Com umas periodicidades adequadas, diárias, semanais ou mensais, a área de estoque deve fazer uma verificação para saber se o estoque está igual ou abaixo do ponto de pedido. O tempo de reposição do estoque é definido como o período entre a detecção de que o estoque de determinado item precisa ser reposto até a efetiva disponibilidade do item para consumo (FRANCISCHINI, 2002). 3.7 ESTOQUE DE SEGURANÇA O estoque de segurança é caracterizado pelo ato de manter níveis de estoque suficientes para evitar faltas de estoque diante da variabilidade da demanda e a incerteza do ressuprimento do produto quando necessário. Estoque de segurança é aquele estoque que a organização tem em seus armazéns para que não falte produto para os consumidores. Portanto são aqueles produtos armazenados para qualquer eventualidade de falta de produto ou atraso nas entregas (FRANCISCHINI, 2002). Estoque mínimo é uma quantidade mínima de peças que tem que existir no estoque com a função de cobrir as possíveis variações do sistema, que podem ser: eventuais atrasos no tempo de fornecimento por nosso fornecedor, rejeição do lote de compra ou aumento na demanda do produto. Sua finalidade é não afetar o processo produtivo e, principalmente, não acarretar transtornos aos clientes por falta de material e, conseqüentemente, atrasar a entrega de nosso produto ao mercado (POZO, 2002). Para determinarmos o nível do estoque de segurança, existem alguns modelos matemáticos para essa finalidade como:

12 Método do Grau de Risco (MGR): Este é o método mais simples e fácil de utilizar, e não requer nenhum conhecimento profundo de matemática. Tal modelo usa um fator de risco dado em porcentagem, que é definido pelo administrador em função de sua sensibilidade de mercado e informações que colhe junto a vendas e suprimentos. ES = C x K onde: ES = Estoque de Segurança; C = Consumo médio no período; K = Coeficiente de grau de atendimento; Método com Variação de Consumo e/ou Tempo de Reposição (MVC): Este modelo somente é utilizado quando as variações de demanda e/ou o tempo de reposição foram maiores que os dados definidos, ou seja, quando houver atrasos na entrega do pedido e/ou aumento nas vendas. ES = (Cm – Cn) + Cm x Ptr onde: ES = Estoque de segurança; Cn = Consumo normal do produto; Cm = Consumo maior previsto do produto; Ptr = Porcentagem de atraso no tempo de reposição (POZO, 2002). 3.8 ESTOQUE MÁXIMO (EM) Estoque Máximo é a quantidade máxima de estoque permitida para o material. O nível máximo pode ser atingido quando a emissão de um pedido de compra. Assim, a finalidade principal do estoque máximo é indicar a quantidade de ressuprimento (VIANA, 2002). Estoque Máximo é o resultado da soma do estoque de segurança mais o lote de compra. O nível máximo de estoque é normalmente determinado de forma que seu volume ultrapasse a somatória da quantidade do estoque de segurança como lote em um valor que seja suficiente para suportar variações normais de estoque em face de dinâmica de mercado, deixando margem que assegure, a cada novo lote, que o nível máximo de estoque não cresça e onere os custos de manutenção de estoque. Emax = ES + LC onde: Emax = Estoque Máximo; ES = Estoque de Segurança; LC = Lote de Compras (POZO, 2002). 3.9 GIRO DE ESTOQUE Giro de Estoque (GE) ou “Rotatividade dos Estoques”, é o número (velocidade) de vezes que um produto ou mercadoria é reposto nas prateleiras de um estabelecimento durante um período de tempo, no decorrer de um ano. Quanto maior for o GE maior será, certamente, o volume de vendas e a margem de lucratividade (FRANCISCHINI, 2002). Para determinar-se o GE, quando se tem um controle físico das mercadorias, aplica-se a fórmula: GE = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final Estoque (Médio) Giro ou rotatividade de estoque é definido como número de vezes em que o estoque é totalmente renovado em um período de tempo, geralmente anual (FRANCISCHINI, 2002).

4 CUSTOS DE ARMAZENAGEM

13 Na armazenagem os custos envolvidos são geralmente fixos e indiretos, percebendo-se desde logo a dificuldade da gestão das operações e principalmente o impacto dos custos. Por outro lado, a alta parcela dos custos fixos na armazenagem fazem com que os custos sejam proporcionais à capacidade existente no armazém, isto é, independentemente deste estar vazio ou cheio, os custos continuarão os mesmos uma vez que o espaço, os trabalhadores, os equipamentos e outros investimentos continuam a existir. O custo deve-se começar pela identificação dos itens responsáveis, que podem ser equipamentos, alugueis de armazém e outros, e prosseguir com o cálculo dos mesmos (DIAS, 2005). É importante ficar clara a diferença entre o custo de manter estoque e o custo de armazenagem. Os custos de armazenagem são aqueles diretamente relacionados ao acondicionamento e à movimentação das mercadorias, tais como o aluguel do armazén, a mão-de-obra utilizada e respectivos encargos sociais, a depreciação das instalações e equipamentos, o custo das apólices de seguros, etc, já o custo de estoque (bens armazenados) esta diretamente relacionado ao custo financeiro de sua posse, bem como às possibilidades reais de perdas, roubos, furtos, obsolescência e avarias (RODRIGUES, 2010). A maior parte dos custos de armazenagem é fixa e indireta, dificultando o seu gerenciamento e sua correta alocação, não importa se o armazém esta vazio ou movimentando a menos que o projetado, a maioria dos custos de armazém continuará acontecendo, uma vez que está diretamente relacionada ao espaço físico, equipamentos de movimentação, equipe de controle e investimentos em tecnologia, tambem é importante lembrar que a demanda de armazenagem não é constante ao longo dos meses e nem dos dias, isso nos induz a superdimensionar a capacidade, nos levando a avarias e atrasos (RODRIGUES, 2010). Neste trabalho foi impossível demonstrar em planilhas ou tabelas os custos de armazenagem existentes por não existirem fontes sobre este aspecto para exposição ou demonstração de tais reais custos.

5 PORTARIA CVS 5, DE 09 DE ABRIL DE 2013 De acordo com a Portaria CVS 5, de 09 de abril de 2013 que rege sobre o regulamento técnico de boas práticas para estabelecimentos públicos e comerciais de alimentos e para serviços de alimentação. 5.1 OBJETIVO Art. 5º Este Regulamento tem como objetivo estabelecer os requisitos essenciais de Boas Práticas e de Procedimentos Operacionais Padronizados para os estabelecimentos públicos e comerciais de alimentos e para os serviços de alimentação, a fim de garantir as condições higiênico-sanitárias dos alimentos. 5.2 ABRANGÊNCIA Art. 6º Este Regulamento se aplica aos estabelecimentos públicos e comerciais de alimentos e serviços de alimentação. 5.3 DEFINIÇÕES Art. 7º Para efeito deste Regulamento Técnico são adotadas as seguintes definições:

14 I - alimento: toda substância ou mistura no estado sólido, líquido, pastoso ou qualquer outra forma adequada, destinada a fornecer ao organismo humano os nutrientes necessários para sua formação, manutenção e desenvolvimento, e satisfazer as necessidades sensoriais e sócio-culturais do indivíduo; II - alimento preparado: aquele manipulado em serviços de alimentação, exposto à venda, embalado ou não; III - antissepsia: operação destinada à redução de microorganismos presentes na pele, em níveis seguros. IV - antisséptico: São substâncias aplicadas à pele para reduzir o número de agentes da microbiota transitória e residente; V - autoridade Sanitária: funcionário público investido de função fiscalizadora, competente para fazer cumprir as leis e regulamentos sanitários na sua demarcação territorial, com livre acesso a todos os locais sujeitos à legislação sanitária, observados os preceitos constitucionais; VI - Boas Práticas: procedimentos que devem ser adotados para garantir a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos; VII - contaminantes: substâncias de origem biológica, química ou física, estranhas ao alimento, que comprometem sua integridade e que são nocivas à saúde humana; VIII - contaminação cruzada: transferência da contaminação de uma área ou produto para áreas ou produtos anteriormente não contaminados, por meio de superfícies de contato, mãos, utensílios e equipamentos, entre outros; IX - controle: condição obtida pelo correto cumprimento dos procedimentos e do atendimento dos critérios estabelecidos; X - controle integrado de vetores e pragas urbanas: sistema de ações preventivas e corretivas, incluindo medidas físicas, químicas e biológicas destinadas a impedir a atração, o abrigo, o acesso e ou a proliferação de vetores e pragas urbanas, que comprometam a qualidade higiênico-sanitária e a segurança do alimento; Dentre outros fatores que compreendem esta portaria. 5.4 ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS Art. 26. As matérias-primas, os ingredientes, as embalagens e outros produtos devem ser armazenados em local limpo, organizado, ventilado, sem receber luz solar direta, livre de entulho ou material tóxico, e de acordo com as características intrínsecas do alimento e as recomendações do produtor. Armazenar separadamente dos alimentos, os materiais de limpeza, embalagens e descartáveis. Art. 27. As embalagens de madeira e de uso único, provenientes diretamente do fabricante ou produtor, utilizadas para o acondicionamento de peixes salgados e secos e alguns tipos de frutas, devem apresentar rotulagem e ser armazenadas em equipamento de refrigeração exclusivo. Na impossibilidade, as mesmas devem ser separadas dos demais produtos. Ficam vetados outros tipos de caixas de madeira nas áreas de armazenamento. Caixas de papelão podem permanecer sob refrigeração ou congelamento, se armazenadas em local delimitado, ou num equipamento exclusivo para este fim e não devem apresentar sinais de umidade ou bolores. Art. 28. Os alimentos, ou recipientes com alimentos, não devem estar em contato direto com o piso. As matérias primas, os ingredientes e as embalagens devem ser armazenados sobre paletes, prateleiras e ou estrados, estando estes obrigados a manter distâncias necessárias do forro, das paredes e do piso, para garantir adequada ventilação, limpeza e quando for o caso, a desinfecção do local ou a circulação de pessoas. Os paletes, prateleiras e ou estrados devem ser de material liso, resistente, impermeável e lavável. Dentre outros fatores que compreendem esta portaria.

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6 O PAPEL DOS SERVIÇOS DE ALIMENTAÇÃO NA PREVENÇÃO DE INFECÇÕES O departamento de serviços de alimentação em um hospital é responsável por fornecer uma alimentação que satisfaça as necessidades nutricionais e dietéticas dos pacientes (SLAVISH, 2012). Para fazer isso sem colocar as vidas dos pacientes em risco, esse departamento deve implantar várias estratégias para evitar enfermidades transmitidas por alimentos servidos no hospital. Fornecer áreas de armazenamentos e trabalho limpas e adequadamente ocupadas para satisfazer os padrões estaduais e locais (SLAVISH, 2012). Adquirir alimentos saudáveis de fontes confiáveis, que satisfaçam os padrões regulatórios e receber e armazenar alimentos sob condições que reduzam o risco de contaminação (SLAVISH, 2012). Manter políticas e procedimentos por escrito para limpeza e sanitização de equipamentos, utensílio e áreas de trabalho e garantir o descarte adequado do lixo de acordo com os princípios e regulamentos sanitários (SLAVISH, 2012). Além dessas atividades, todos os trabalhadores desse setor devem compreender as causas de enfermidades transmitidas pelos alimentos e as estratégias preventivas para reduzir o risco. O treinamento sobre segurança alimentar é a parte importante dos programas de gerenciamento de risco, pois há, nesses departamentos, uma rotatividade muito grande da equipe (SLAVISH, 2012). Um dos mais importantes objetivos do aprendizado está relacionado com a higiene das mãos. Qualquer um que manipule alimentos deve ser treinado sobre higiene eficaz e adequada das mãos (SLAVISH, 2012). 6.1 COMPRA, ARMAZENAMENTO, PREPARO E DISTRIBUIÇÃO DOS ALIMENTOS O processo de fornecimento de alimentos a pacientes, e outras pessoas no hospital envolve várias etapas, incluindo compra, armazenamento, preparo e distribuição. Cada uma dessas etapas apresenta riscos específicos (SLAVISH, 2012). O alimento deve ser adquirido apenas de fornecedores confiáveis e ser inspecionados por uma pessoa indicado para garantir que as embalagens estejam fechadas e intactas. Todo item entregue em recipientes danificados deve ser rejeitado (SLAVISH, 2012). Qualquer alimento capaz de suportar o crescimento microbiano deve ser armazenado em temperatura adequada. A temperatura e o tempo são fatores, importantes para o crescimento bacteriano nos alimentos. A maioria das bactérias patogênicas cresce entre 5° C e 60° C. Essa faixa é comumente chamada de “faixa de temperatura perigo”. Os hospitais devem estar familiarizados com temperaturas seguras de armazenamento para os vários tipos de alimentos incluindo os secos, os refrigerados e os congelados e garantir que sejam armazenados de forma consiste nessas temperaturas. Os guias de temperaturas adequadas estão disponíveis em vários departamentos de saúde locais (SLAVISH, 2012). O alimento deve ser armazenado apenas em áreas adequadas. Os itens devem ser claramente rotulados, marcados com data de recebimento e data de validade de fácil leitura. Para evitar a contaminação, eles devem ser armazenados pelo menos 15 cm acima do chão e afastados das paredes. Outro ponto importante é usar o conceito “first in, first out”, ou seja, o alimento adquirido depois. Além disso, são necessárias verificações de rotina para averiguar as datas de validade. O alimento deve ser armazenado em uma área limpa, organizada, livre de pragas e de fácil limpeza (SLAVISH, 2012).

16 Outra prática de armazenamento importante é separar o alimento cozido do alimento cru. Esses tipos de alimentos devem ser armazenados e preparados em áreas diferentes da cozinha do hospital. Os refrigeradores para armazenar alimentos não devem ser usados para armazenar fármacos, vacinas, sangue ou amostras clínicas. O alimento destinado ao paciente (se o paciente tiver autorização para trazer alimento para o hospital) não deve ser armazenado perto dos alimentos da equipe para evitar possível contaminação cruzada (SLAVISH, 2012). Evitar a contaminação do alimento durante seu preparo é outra etapa importante. A contaminação do alimento durante o preparo pode vir de várias fontes, incluindo contaminação indireta de um alimento para o outro e dos funcionários com infecções aguda ou latente (SLAVISH, 2012).

7 FISCALIZAÇÃO A parte da fiscalização na armazenagem fica por conta da vigilância sanitária no caso de alimentos e materiais perecíveis,quando se fala de produtos perecíveis estamos a falar de matéria com um prazo de validade curto, porque o seu conteúdo é rápidamente degradado, logo o seu processo de armazenamento tem de ser controlado de outra maneira e tendo sempre em linha de conta a sua perda, já a fiscalização de aquisição, manutenção e controle dos materiais fica por conta do tribunal de contas. Ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo compete atuar na fiscalização contábil, financeira orçamentária, operacional e patrimonial do Estado de São Paulo e de seus Municípios, exceto o da Capital, bem como na das respectivas entidades de administração direta ou indireta e na das fundações por eles instituídas ou mantidas, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação de subvenções e renúncia de receitas. A jurisdição do Tribunal alcança administradores e demais responsáveis por dinheiro, bens e valores públicos, além das pessoas físicas ou jurídicas, que, mediante convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos congêneres, apliquem auxílios, subvenções ou recursos repassados pelo Poder Público. Missão: Fiscalizar e orientar para o bom e transparente uso dos recursos públicos em benefício da sociedade. Visão de Futuro: Fiscalizar, orientar e divulgar, em tempo real, o uso dos recursos públicos, priorizando a auditoria de resultados e a aferição da satisfação social, consolidando uma imagem positiva perante a sociedade.

8 METODOLOGIA Esta pesquisa foi realizada por meio de um estudo de caso que almeja gerar conhecimentos para aplicações práticas dirigidas á solução de problemas específicos na área do controle de armazenamento em área hospitalar estadual, especificamente no setor alimentício. O estudo de caso é um método qualitativo que consiste, geralmente, em uma forma de aprofundar uma unidade individual. Ele serve para responder questionamentos que o pesquisador não tem muito controle sobre o fenômeno estudado (YIN, 2001). O estudo de caso contribui para compreendermos melhor os fenômenos individuais, os processos organizacionais e políticos da sociedade. É uma ferramenta utilizada para entendermos a forma e os motivos que levaram a determinada decisão o estudo de caso é uma estratégia de pesquisa que compreende um método que abrange tudo em abordagens especificas de coletas e analise de dados, pelas quais as opniões e números serão traduzidos em informações as quais serão classificadas e analisadas (YIN, 2001).

17 Os objetivos serão alcançados de forma exploratória demonstrando as entrevistas realizadas com as pessoas envolvidas diretamente neste tipo de situação assim como a pesquisa bibliográfica. Pesquisa Bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Não recomenda-se trabalhos oriundos da internet (GIL, 2008).

9 ESTUDO DE CASO 9.1 O HOSPITAL O Hospital C foi inaugurado em Lins no dia 30 de setembro de 1955, com uma área construída de 33.000 m2 e uma área total de 240.000 m2, arborizada, ajardinada e gramada, foi criado para atendimento a portadores de Tuberculose. Em 1978 transformação de tisiologia para psiquiatria, que receberam pacientes portadores de deficiências físicas, visuais e idosos, provenientes do Juqueri, 1983 tem início a transformação da política de saúde mental alterando as formas de atendimento, pautando suas diretrizes na humanização do atendimento da não Hospitalização redirecionando a assistência para uma rede ambulatorial. Em 2000, foi inaugurada a Unidade Neurológica Infanto-Juvenil para atendimento a 60 pacientes. Atualmente o hospital conta com aproximadamente 270 pacientes moradores, 40 pacientes visitantes diários, 20 pacientes em RTs pela cidade e um quadro de 700 funcionários. O tipo de armazenagem utilizada pelo hospital é a armazenagem leve que são conhecidas também como estantes metálicas leves, constituídas por colunas em cantoneiras em “L” e prateleiras aptas a suportarem cargas máximas de aproximadamente 300kgf. Estas estantes são adequadas para armazenagem de itens considerados leves, de armazenagem manual. São utilizadas normalmente em almoxarifados de pequenas peças, arquivos mortos, etc. e de uma forma geral dispostas formando conjuntos com diversos módulos. O NND (Núcleo de Nutrição Dietética) é onde ficam armazenados os produtos alimentícios e perecíveis do hospital e também é onde são preparados para distribuição á pacientes e funcionários conta com armazém de produtos alimentícios perecíveis, armazém para produtos refrigerados, armazém de diétas enterais e armazém de produtos e alimentos em processo. O controle do estoque é realizado através de fichas de entrada e saída e por data de validade. A fiscalização é realizada pelo ministério público, controladoria, vigilância sanitária e pelo tribunal de contas. O sistema de compras é realizado por meio de pregão, bolsa eletrônica de compras ou chamada pública, as compras são realizadas a cada três meses, o prazo médio de duração dos estoques é por essa mesma quantidade de tempo, existindo assim um estoque de segurança e geralmente não ocorre perdas no estoque. O Governo do Estado de São Paulo lançou a Bolsa Eletrônica de Compras. Tratase de um sistema informatizado para apuração do melhor preço de materiais e serviços adquiridos pelo setor público, cujas compras são realizadas através de pregões eletrônicos na internet. A Chamada Pública é um processo para formalização de dispensa de licitação. O hospital visa melhorar sua forma de controle de armazenamento de alimentos e os seus tipos de armazenagem, procurando otimizar cada vez mais seus espaços e garantindo um controle mais eficaz e satisfatório.

18 O responsável pelo controle de armazenamento fica sendo o estoquista que repassa os acontecimentos do dia a diretoria do setor. A realização de investimentos para melhorias ou atualizações no modo de operar ocorre no período de um ano.

10 CONCLUSÃO O intuito deste artigo foi analisar a importância de um controle eficiente no armazenamento de alimentos na área hospitalar estadual baseando-se nos pré-requisitos derivados da logística e da armazenagem. Na apresentação do estudo de caso de um órgão estadual no qual possui normas e procedimentos regulamentadores a fim de controlar e executar suas ações de maneira objetiva e correta de acordo com suas especificações. Com todo o processo da pesquisa realizada pode-se concluir com base nas referências bibliográficas e no estudo de caso que em alguns parâmetros o hospital se mostrou capacitado e dentro das normas de exigência para o controle de armazenamento de alimentos, mas que é possível por meio do estudo realizado a obtenção de melhorias e processos padronizados já existentes. Espera-se que este artigo contribua para pesquisa sobre o controle de armazenamento de alimentos em área hospitalar estadual e que possa demonstrar a possível melhoria a ser realizada ou o padrão a ser seguido para que tal controle ocorra de uma forma correta e satisfatória para quem desejar colocá-lo em prática.

11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOWERSOX, Logística Empresarial. São Paulo Ed. Atlas, 2001. CARVALHO, José Mexia Crespo de - Logística. 3ª ed. Lisboa: Edições Silabo, 2002. CASADEVANTE. A Armazenagem na Prática. Lisboa: Editorial Pórtico, 1974. CORRÊA, Henrique Luis. Planejamento, Programação e Controle da Produção. São Paulo: Editora Atlas, 2009. DIAS. Administração de Matérias. 4 ed. São Paulo: Atlas S. A. 1993. DIAS.Logística Global e Macrologística. Lisboa: Edições Sílabo 2005. DORNIER, et al. Logística e Operações Globais: Texto e Casos. 1. ed. 10. São Paulo: Atlas, 2012. FRANCISCHINI, Paulino. Administração de Materiais e do Patrimônio. São Paulo, Pioneira, 2002. FRANCIS, et al. Facility Layout and Location an Analytical Approach. Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1974. GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008. GUERRA. Equipamentos de Armazenagem: Sistemas de armazenagem. São Paulo: Cláudio Sei Guerra, 2007. KRIPPENDORFF. Manual de Armazenagem Moderna. Lisboa: Editorial Pórtico, D.L. 1972. LEMOS. Almoxarifado: comparação entre a prática aplicada na empresa e a teoria existente. João Pessoa, PB: Universidade federal de Paraíba, 2003. MOURA. 1951 Manual de Logística: Armazenagem e distribuição física, 2. ed. São Paulo: IMAM, 2008. PINTO, Carlos Varela - Organização e gestão da manutenção. 2ª ed. Lisboa: Edições Monitor, 2002. POZO, Administração de recursos Materiais e Patrimoniais. São Paulo, Atlas, 2002. PORTARIA CVS 5. Disponivél em: Acesso em: 10 out. 2014. REISSMANN, Gestão de Logística. Curitiba, PR: IESDE Brasil, 2009. RODRIGUES. Gestão Estrategica da Armazenagem: 2 ed. São Paulo: Aduaneiras, informação sem fronteiras, 2010. SLAVISH. Manual de Prevenção e Controle de Infecções para Hospitais. Porto Alegre: Artmed, 2012 TOMPKINS, et al. Facilities Plaining.2ª ed. Nova Iorque: John Wiley& Sons, 1996. VIANA, Administração de Materiais. São Paulo: Atlas S. A. 2002.

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