ENADE Comentado 2008 – Geografia - ebooks.pucrs.br

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Ficha Catalográfica elaborada pelo Setor de Tratamento da Informação da BC-PUCRS...

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ENADE COMENTADO 2008 Geografia

Chanceler Dom Dadeus Grings Reitor Joaquim Clotet Vice-Reitor Evilázio Teixeira Conselho Editorial Ana Maria Lisboa de Mello Bettina Steren dos Santos Eduardo Campos Pellanda Elaine Turk Faria Érico João Hammes Gilberto Keller de Andrade Helenita Rosa Franco Ir. Armando Bortolini Jane Rita Caetano da Silveira Jorge Luis Nicolas Audy – Presidente Jurandir Malerba Lauro Kopper Filho Luciano Klöckner Marília Costa Morosini Nuncia Maria S. de Constantino Renato Tetelbom Stein Ruth Maria Chittó Gauer EDIPUCRS Jerônimo Carlos Santos Braga – Diretor Jorge Campos da Costa – Editor-Chefe

Ana Regina de Moraes Soster Teresinha Maria Furlanetto Marques (Organizadoras)

ENADE COMENTADO 2008 Geografia

Porto Alegre 2011

© EDIPUCRS, 2011 CAPA Rodrigo Valls REVISÃO TEXTUAL Patrícia Aragão EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Gabriela Viale Pereira

Edição revisada segundo o novo Acordo Ortográfico. Questões retiradas da prova do ENADE 2008 da Geografia.

EDIPUCRS – Editora Universitária da PUCRS Av. Ipiranga, 6681 – Prédio 33 Caixa Postal 1429 – CEP 90619-900 Porto Alegre – RS – Brasil Fone/fax: (51) 3320 3711 e-mail: [email protected] - www.pucrs.br/edipucrs

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) E56

ENADE comentado 2008 [recurso eletrônico] : geografia / Ana Regina de Moraes Soster, Teresinha Maria Furlanetto Marques (Organizadoras). – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : EDIPUCRS, 2011. 94 p. Sistema requerido: Adobe Acrobat Reader Modo de Acesso: ISBN 978-85-397-0118-6 (on-line) 1. Ensino Superior – Brasil – Avaliação. 2. Exame Nacional de Cursos (Educação). 3. Geografia – Ensino Superior. I. Soster, Ana Regina de Moraes. II. Marques, Teresinha Maria Furlanetto. CDD 378.81

Ficha Catalográfica elaborada pelo Setor de Tratamento da Informação da BC-PUCRS.

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, especialmente por sistemas gráficos, microfílmicos, fotográficos, reprográficos, fonográficos, videográficos. Vedada a memorização e/ou a recuperação total ou parcial, bem como a inclusão de qualquer parte desta obra em qualquer sistema de processamento de dados. Essas proibições aplicam-se também às características gráficas da obra e à sua editoração. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos, do Código Penal), com pena de prisão e multa, conjuntamente com busca e apreensão e indenizações diversas (arts. 101 a 110 da Lei 9.610, de 19.02.1998, Lei dos direitos Autorais).

SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ..................................................................................................... 7 Ana Regina de Moraes Soster e Teresinha Maria Furlanetto Marques COMPONENTE ESPECÍFICO − QUESTÕES OBJETIVAS QUESTÃO 11 ........................................................................................................... 10 Antônio Carlos Castrogiovanni QUESTÃO 12 ........................................................................................................... 12 Teresinha Maria Furlanetto Marques QUESTÃO 13 ........................................................................................................... 14 Teresinha Maria Furlanetto Marques QUESTÃO 14 ........................................................................................................... 17 Roberto Heemann QUESTÃO 15 ........................................................................................................... 21 Ana Regina de Moraes Soster e Teresinha Maria Furlanetto Marques QUESTÃO 16 ........................................................................................................... 24 Roberto Heemann QUESTÃO 17 ........................................................................................................... 26 João Marcelo Ketzer QUESTÃO 18 ........................................................................................................... 29 Roselane Zordan Costella QUESTÃO 19 ........................................................................................................... 32 Teresinha Maria Furlanetto Marques QUESTÃO 20 ........................................................................................................... 35 Ana Regina de Moraes Soster e Teresinha Furlanetto Marques QUESTÃO 21 ........................................................................................................... 37 Teresinha Maria Furlanetto Marques QUESTÃO 22 ........................................................................................................... 40 Ana Regina de Moraes Soster e Teresinha Maria Furlanetto Marques QUESTÃO 23 ........................................................................................................... 42 Ana Regina de Moraes Soster QUESTÃO 24 ........................................................................................................... 44 Ana Regina de Moraes Soster QUESTÃO 25 ........................................................................................................... 47 Ana Regina de Moraes Soster QUESTÃO 26 ........................................................................................................... 51 Ana Regina de Moraes Soster QUESTÃO 27 ........................................................................................................... 55 Ana Regina de Moraes Soster e Teresinha Maria Furlanetto Marques

QUESTÃO 28 ........................................................................................................... 57 Ana Regina de Moraes Soster e Teresinha Maria Furlanetto Marques QUESTÃO 29 ........................................................................................................... 59 Roberto Heemann QUESTÃO 30 ........................................................................................................... 62 Ana Regina de Moraes Soster e Teresinha Maria Furlanetto Marques QUESTÃO 31 ........................................................................................................... 64 Ana Regina de Moraes Soster e Teresinha Maria Furlanetto Marques QUESTÃO 32 ........................................................................................................... 67 Teresinha Maria Furlanetto Marques QUESTÃO 33 ........................................................................................................... 70 Antônio Carlos Castrogiovanni QUESTÃO 34 ........................................................................................................... 72 Regis Alexandre Lahm QUESTÃO 35 ........................................................................................................... 75 Regis Alexandre Lahm QUESTÃO 36 ........................................................................................................... 79 Regis Alexandre Lahm e Roselane Zordan Costella QUESTÃO 37 ........................................................................................................... 82 Antônio Carlos Castrogiovanni COMPONENTE ESPECÍFICO − QUESTÕES DISCURSIVAS QUESTÃO 38 – DISCURSIVA ................................................................................. 86 Roselane Zordan Costella QUESTÃO 39 – DISCURSIVA ................................................................................. 88 Antônio Carlos Castrogiovanni QUESTÃO 40 – DISCURSIVA ................................................................................. 91 João Marcelo Ketzer LISTA DE CONTRIBUINTES ................................................................................... 93

APRESENTAÇÃO

O ENADE comentado de 2008 da prova específica de Geografia é uma realização dos professores do Curso de Geografia, da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Este trabalho teve como objetivo contribuir para a análise crítica desta prova. Os professores, ao resolverem as questões, seguiram o seguinte padrão:

Tipo de Questão Gabarito Autor Comentários: Identificação dos conteúdos implicados na questão; referência a competências/habilidades envolvidas; justificativa para a alternativa correta; justificativa das razões para inadequação das demais alternativas; considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos na questão, da realidade acadêmica e profissional do estudante. Referências Bibliográficas Esta prova foi constituída de 30 questões de diversos tipos, tais como: asserção e razão, escolha simples, escolha combinada de resposta simples, questões dissertativas, além da análise de gráficos, gravuras, mapas e imagens. De um modo geral, as questões articularam mais de uma área do conhecimento geográfico, exigindo do aluno a competência leitora, a competência lógicomatemática, habilidades para estabelecer relações com as questões do cotidiano, clareza a respeito das problemáticas presentes no mundo em geral e no Brasil, em particular, análise, interpretação e resolução de problemas, incluindo-se a localização espacial. É relevante destacar que algumas questões apresentaram enunciados pouco claros, induzindo ao erro. Ao final de cada questão disponibilizou-se uma referência bibliográfica referente ao conteúdo trabalhado.

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Os professores esperam que este trabalho auxilie os alunos que irão realizar a prova do ENADE 2011, contribuindo para uma reflexão dos conhecimentos construídos durante o curso. Bom trabalho!

Ana Regina de Moraes Soster Teresinha Maria Furlanetto Marques

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

COMPONENTE ESPECÍFICO QUESTÕES OBJETIVAS

QUESTÃO 11 Em 1994, Manuel Correa de Andrade escreveu acerca do processo de globalização: “o contexto da universalidade dos problemas e da mobilidade das transformações forçará o geógrafo a pensar com mais rapidez e dinamismo; a procurar adaptar e readaptar o seu pensamento e a sua reflexão cada vez que houver um desafio; a repensar a sua formação filosófica, epistemológica e ideológica e procurar atuar de forma menos corporativa, mais interdisciplinar.” Não corrobora com esse pensamento a ideia de que

(A)

a geografia não poderá realizar sua tarefa somente com descrições, mas terá de realizar um esforço de comparações e de generalizações que lhe permita concluir a respeito da globalização.

(B)

a geografia manterá o status de ciência interdisciplinar caso adote, na análise ambiental, uma abordagem geossistêmica.

(C) a geografia dos naturalistas e funcionalistas deverá passar por uma modernização inegável, tornando-se mais preparada para interpretar a complexidade do espaço geográfico. (D) a geografia da racionalidade científica dominará o cenário das pesquisas, subvertendo a noção expressa pela relação homem-meio da geografia tradicional. (E)

o estudo da geografia deverá optar pela compreensão da complexidade do espaço a fim de equilibrar dialeticamente a especialização com a generalidade.

Tipo de Questão: escolha simples de resposta correta Gabarito: alternativa (D) Autor: Antônio Carlos Castrogiovanni Comentários:

Identificação dos conteúdos implicados na questão: - Epistemologia da Geografia - História do pensamento geográfico - Metodologia Referência a competências/habilidades envolvidas: Compreender questões epistemológicas da geografia e da história do pensamento geográfico, a fim de relacioná-las em seu momento histórico, suas metodologias e suas proposições.

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

Justificativa para a alternativa D ser a correta: A questão requer a alternativa que não está de acordo com a proposta da citação, nesse caso é a alternativa D, pois esta remete a um momento do pensamento geográfico anterior à proposta feita por Manuel Correa de Andrade.

Justificativa das razões para inadequação das demais alternativas: As outras quatro alternativas estão incorretas, pois todas dissertam sobre tendências do pensamento geográfico relacionadas com a ideia que Manuel Correa de Andrade propõe nesse trecho.

Considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos na questão, da realidade acadêmica e profissional do estudante: Questão de importância vital para profissionais da Geografia, pois exige que o avaliado possua um conhecimento epistemológico da sua ciência e seus métodos. Além disso, demanda que seja compreendida a história do pensamento geográfico. É imprescindível que acadêmicos e profissionais da área possuam um conhecimento epistemológico de sua ciência para que compreendam as funções a serem exercidas.

Referências CASTRO, Iná Elias de & outros. Explorações geográficas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998. MENDONÇA, Francisco; KOZEL, Salete (Org.). Elementos de epistemologia da geografia contemporânea. Curitiba: Editora da UFPR, 2002. MORAES, Antonio Carlos Robert. Geografia: pequena história crítica. São Paulo: Hucitec, 1999.

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QUESTÃO 12 Entre os conceitos-chave da ciência geográfica, figura o de região, que, marcado por diferentes acepções conforme a época ou a corrente do pensamento geográfico, frequentemente, ocupa lugar central nos debates acadêmicos. Acerca desse conceito, assinale a opção correta.

(A)

Conceitualmente, região natural, neste século XXI, ainda constitui, do ponto de vista espacial, referência-chave para explicar diferenças no processo de desenvolvimento socioeconômico.

(B)

Nos anos 50 do século passado, prevalecia a ideia de que região corresponderia à área de ocorrência de uma mesma paisagem cultural, caracterizada, portanto, como região-paisagem, ou landscape.

(C) Conceitualmente, o termo região tem sido empregado para designar uma classe de área que apresenta grande uniformidade interna e grande diferença em relação ao seu entorno. (D) Após a década de 80 do século XX, no âmbito da geografia cultural, região passou a ser entendida como organização do processo social vinculada ao modo de produção capitalista. (E)

Conceitualmente, do ponto de vista da geografia crítica, a região assumiu o caráter de conjunto específico de relações culturais no qual a apropriação simbólica do espaço geográfico é determinada pelo grupo social.

Tipo de Questão: escolha simples de resposta correta Gabarito: alternativa (C) Autor: Teresinha Maria Furlanetto Marques Comentários: Identificação dos conteúdos implicados na questão: O conteúdo avaliado nesta questão é trabalhado na disciplina de Geografia Regional e refere-se ao tema-chave para a ciência geográfica, que é o conceito de região e seu significado. Além disso, também considera a utilização do conceito como critério para a regionalização de áreas.

Referência a competências/habilidades envolvidas: A questão exige do candidato a competência leitora e a habilidade de analisar as proposições apresentadas nas opções, relacionando-as com as diferentes

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

escolas de pensamento geográfico, que se sucederam ao longo do tempo, desde o século XIX. Cada escola de pensamento geográfico apresenta um conceito particular de região e diferentes formas de regionalização do espaço. Justificativa para a alternativa C ser a correta: A pista para a escolha da opção correta encontra-se nas caracterizações de região, nas cinco alternativas. A resposta certa é o conceito de região baseado na geografia quantitativa, teorética ou nova geografia. Fundamentada no positivismo lógico. Segundo Correa (1986) a região é definida como um conjunto de lugares em que as diferenças internas entre esses lugares são menores do que as existentes entre eles e qualquer elemento de outro conjunto de lugares. São as técnicas matemáticas e estatísticas que possibilitam obter as diferenças e as semelhanças entre os lugares. Essa forma de individualizar regiões aboliu toda ideia de processo, de gênese, de origem. Definir regiões passa a ser um problema de aplicação eficiente da estatística. São, pois, os propósitos do pesquisador que norteiam os critérios a serem selecionados para a divisão regional (LENCIONI, 2003).

Considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos na questão, da realidade acadêmica e profissional do estudante: Questão relevante para profissionais da Geografia, pois exige que o avaliado possua um conhecimento epistemológico da sua ciência e seus métodos. É imprescindível que o futuro profissional tenha o domínio do conceito de região e das matrizes do pensamento que sustentam suas diferenciações. Referências CASTRO, Iná Elias de; GOMES, Paulo César; CORRÊA, Roberto Lobato. BRASIL: Questões atuais do território. São Paulo: Bertrand-Brasil, 1996. CORRÊA, Roberto Lobato. Região e Organização espacial. São Paulo: Ática, 1986. LENCIONI, Sandra. Região e Geografia. São Paulo: Edusp, 2003.

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QUESTÃO 13 “Não pensamos que a região haja desaparecido. O que esmaeceu foi a nossa capacidade de reinterpretar e de reconhecer o espaço em suas divisões e recortes atuais, desafiando-nos a exercer plenamente aquela tarefa permanente dos intelectuais, isto é, a atualização dos conceitos”, dizia Milton Santos em 1994. Em 1999, o geógrafo afirmava: “a região continua a existir, mas com um nível de complexidade jamais visto pelo homem. Agora, nenhum subespaço do planeta pode escapar ao processo conjunto de globalização e fragmentação, isto é, de individualização e regionalização”. Se existe hoje um resgate ou uma continuidade teoricamente consistente para os estudos regionais e os métodos de regionalização, ele deve pautar-se em uma reconstrução do conceito de região a partir de suas articulações com os processos de globalização. Cabe-nos, portanto, à guisa de conclusão, corroborar plenamente o pensamento de Milton Santos: devemos empreender uma atualização do conceito de região levando em consideração alguns aspectos. HAESBAERT. In: GEOgraphia, ano I, n. 1, 1999, p. 32 (com adaptações).

Com base nas ideias apresentadas no texto acima, é correto afirmar que os aspectos a serem observados na atualização do conceito de região incluem I

o grau de complexidade muito maior na definição dos recortes regionais, atravessados por diversos agentes sociais que atuam em múltiplas escalas;

II

a interação entre os elementos da natureza e os recortes espaciais definidores de ambientes uniformes;

III

a mutabilidade muito mais intensa, que altera mais rapidamente a coerência ou a coesão regional;

IV

a inserção da região em processos concomitantes de globalização e fragmentação.

Estão certos apenas os itens (A)

I e II.

(B)

I e III.

(C) II e IV. (D) III e IV. (E)

I, III e IV.

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

Tipo de Questão: escolha combinada de resposta correta. Gabarito: alternativa (E) Autor: Teresinha Maria Furlanetto Marques Comentários: Identificação dos conteúdos implicados na questão: O conteúdo avaliado nesta questão é trabalhado na disciplina de Geografia Regional e que tem como objetivo estudar a evolução do conceito de região e a sua aplicação em estudos regionais. É tema-chave para a ciência geográfica; além disso, o texto e as afirmativas consideram a evolução do conceito regional e a inserção desse conceito no sistema capitalista, que inclui ao mesmo tempo os processos de globalização e a fragmentação das regiões. Referência a competências/habilidades envolvidas: A questão exige do candidato a competência leitora e a habilidade de analisar o texto e o estabelecimento de relações com as afirmativas. A proposição conduz o acadêmico em busca da resposta correta. Justificativa para a alternativa E ser a correta: A pista para a escolha da opção correta encontra-se no texto de Rogério Haesbaert e nas quatro afirmativas sobre a evolução do conceito de região, ao longo do tempo. O conteúdo desta questão é trabalhado na disciplina de Geografia Regional, que tem como objetivo trabalhar a evolução do conceito de região e a sua aplicação em estudos regionais. O estudo do conceito de região é pertinente não só para os alunos da Academia como também para as escolas de ensino médio, pois os Parâmetros Curriculares Nacionais identificam a necessidade de dar atenção à discussão conceitual e explicam os conceitos como sendo ... a representação das características gerais de cada objeto pelo pensamento. Conceituar significa a ação de formular uma ideia que permita, por meio de palavras, estabelecer uma definição, uma caracterização do objeto a ser conceituado. Tal condição implica reconhecer que um conceito não é real em si, e sim uma representação desse real, construída por meio do intelecto humano (PCN, 1999).

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O desenvolvimento e a aceleração do processo de globalização dão a impressão de que o mundo caminha cada vez mais para uma economia unificada, uma dinâmica cultural hegemônica, uma sociedade que só poderá ser compreendida como um processo de reprodução social global. Gomes (1995) comenta que alguns autores chegam a anunciar o fim das regiões devido à homogeneização dos espaços e à uniformização dos processos sociais. No entanto, o geógrafo Milton Santos destaca a universalidade do fenômeno da região afirmando que “nenhum subespaço do planeta pode escapar ao processo conjunto de globalização e fragmentação, isto é, individualização e regionalização” (1988, p. 64-65). As regiões são entendidas como o suporte e a condição das relações globais, sem os quais estas não se realizam. Considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos na questão, da realidade acadêmica e profissional do estudante: Como referido na questão 12 que também aborda temas da Geografia Regional, a questão é relevante para profissionais da Geografia, pois exige que o avaliado possua um conhecimento epistemológico da sua ciência e seus métodos. É imprescindível que o futuro profissional tenha o domínio do conceito de região e das matrizes do pensamento que sustentam suas diferenciações. Referências: BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais/Secretaria de Educação Fundamental - Brasília: MEC/SEF, 1999. GOMES, Paulo César da Costa. O conceito de região e sua discussão. In: CASTRO, Iná Elias; ______; CORREA, Roberto Lobato. Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995. LISBOA, Sarah S. A importância dos conceitos de Geografia para aprendizagem dos conteúdos escolares. Revista Ponto de Vista, Viçosa, v. 4. SANTOS, M. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo: HUCITEC, 1988.

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

QUESTÃO 14

Com uma área de 6.000 km2, o município X apresenta inúmeras nascentes, que originam rios cristalinos, constituindo um grande potencial hídrico da região. A degradação dos ecossistemas onde estão essas nascentes seguramente causará a diminuição do volume de água do rio Y, que corta a cidade. Com base nessas informações, na análise do balanço hídrico do município X (gráfico I), considerada a média de 30 anos, bem como na variação temporal dos totais de precipitação pluvial, ao longo de seis anos, no município X, e na variação temporal da vazão do rio Y durante os mesmos seis anos (ambas no gráfico II), julgue os itens seguintes. I

O período seco, no município X, diminui sensivelmente o aporte de água do rio Y, o que exige maior controle não só na distribuição como também na fiscalização dos poços artesianos, cuja proliferação poderá causar grandes danos ao abastecimento em geral, visto que, a cada perfuração realizada, diminui a pressão subterrânea que regula o fluxo da água nas nascentes.

II

No gráfico II pode-se observar que o potencial hídrico do rio Y acompanha a sazonalidade das chuvas e apresenta o limite de consumo de suas águas para abastecimento humano, comércio, agricultura e outros usos. O limite inferior expressa o ponto crítico de controle da demanda para se evitar colapso no sistema de abastecimento.

III

O potencial hidrológico do município X, ao longo do ano, apresenta-se uniforme; portanto, a disponibilidade de água para os diversos usos humanos é garantida mesmo com as intervenções humanas na região.

IV

O comportamento da precipitação pluvial determina a curva de vazão do rio Y, com um pequeno deslocamento no tempo, devido à dinâmica de infiltração das águas superficiais no solo até serem incorporadas ao curso d’água, como demonstrado no gráfico II.

V

A variabilidade temporal da precipitação pluvial no município X, representada no gráfico II, pode ser considerada baixa, característica identificável no balanço hídrico, mostrado no gráfico I.

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Estão certos apenas os itens (A)

I e II.

(B)

III e IV.

(C) I, II e IV. (D) II, III e V. (E)

III, IV e V.

Tipo de Questão: escolha combinada de resposta correta Gabarito: alternativa (C) Autor: Roberto Heemann Comentários: Identificação dos conteúdos implicados na questão: Águas superficiais (nascentes, precipitação pluvial e balanço hídrico), águas subterrâneas (taxas de infiltração, zonas de recarga e área de influencia da bacia) e hidrogeologia. Avaliação integrada do contexto hidrológico 3D (sistema superficial e aquífero) e 4D (fator tempo – períodos secos e sazonalidade das chuvas).

Referência a competências/habilidades envolvidas: Competência lógico-matemática e relacional para análise e interpretação de representações gráficas associadas a modelos de precipitação e cursos d’água. Justificativa para a alternativa C ser a correta: O item I faz referência à relação entre o período seco (município X) e a redução do aporte de água do rio Y, fato confirmado pela análise dos gráficos I e II. Com relação à segunda parte da afirmativa, “... o que exige maior controle não só na distribuição como também na fiscalização dos poços artesianos, cuja proliferação poderá causar grandes danos ao abastecimento em geral, visto que, a cada perfuração realizada, diminui a pressão subterrânea que regula o fluxo da água nas nascentes.”, ela também é verdadeira, porém é importante ressaltar que em qualquer cenário, época e contexto hidrogeológico o controle e a fiscalização de poços são fundamentais. O item II está correto porque, por meio da interpretação dos gráficos I e II, se confirma que o potencial hídrico do rio Y acompanha a sazonalidade das chuvas e apresenta o limite de consumo de suas águas. O limite inferior (período de maio a

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setembro) expressa o ponto crítico de controle da demanda para se evitar uma potencial situação de colapso no sistema de abastecimento. O item IV é verdadeiro, pois, por meio da interpretação do gráfico II, o comportamento da precipitação pluvial está relacionado com a curva de vazão do rio Y, com um pequeno deslocamento no tempo, devido à dinâmica de infiltração das águas superficiais no solo (e nos demais horizontes e substrato rochoso) até serem incorporadas ao curso d’água.

Justificativa das razões para inadequação das demais alternativas: O item III não é correto, pois o potencial hidrológico do município X, ao longo do ano, não é uniforme; portanto, a disponibilidade de água para os diversos usos humanos depende das taxas de precipitação, vazões, balanço hídrico e do monitoramento e da fiscalização (entre outros fatores), considerando-se os limites da bacia hidrográfica em questão. O item V não é verdadeiro, pois a variabilidade temporal da precipitação pluvial no município X (gráfico II) não é baixa, variando até valores >350 mm. Também é importante apontar que o balanço hídrico considera a variação do volume de água que entra (fluxos positivos – precipitação) e a saída de água (fluxos negativos – evaporação e descarga) de uma determinada área durante um intervalo de tempo específico, representando a variação no armazenamento.

Considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos na questão, da realidade acadêmica e profissional do estudante: A referida questão aborda tópicos fundamentais relacionados ao ensino acadêmico aplicado a questões práticas, as quais farão parte da rotina dos futuros profissionais no mercado de trabalho. A análise temporal de bancos de dados hidrológicos e sua respectiva visualização e interpretação são tarefas frequentes executadas em autarquias administrativas, de fiscalização e planejamento. A aplicação dos conceitos de balanço hídrico e bacia hidrográfica são fundamentais para o estudante elaborar relações entre o meio físico e as interações urbanas e rurais de consumo, demanda e preservação ambiental.

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Referências: PINTO, N.S., MARTINS, J.A.; HOLTZ, A.C.T. Hidrologia de superfície. São Paulo: Edgar Blucher, 1973. TUCCI, C.E.M. (Org.). Hidrologia – Ciência e Aplicação. São Paulo: EDUSP, 1993. TUCCI, C.E.M.; HESPANHOL, I.; CORDEIRO NETO, O.M. Gestão de água no Brasil. Brasília: UNESCO, 2001. VILLELA, S.M.; MATTOS, A. Hidrologia aplicada. São Paulo: McGrawHill do Brasil, 1975.

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

QUESTÃO 15 Ao informatizar os dados referentes a internações e atendimentos ambulatoriais em sua rede hospitalar a partir do ano 2000, a secretaria de saúde de uma cidade observou aumento gradativo no número de atendimentos a pacientes com doenças respiratórias no período de outono-inverno, tendo verificado, ainda, que os mais afetados eram crianças e idosos. A fim de melhor compreender o fenômeno e traçar políticas públicas de combate às patologias do aparelho respiratório, o governo local optou por contratar um geógrafo para analisar as causas ambientais do problema. Em sua análise, o profissional precisará lidar com uma série de variáveis interligadas.

Em face da situação apresentada, o procedimento mais completo a ser adotado pelo geógrafo é

(A)

Utilizar dados referentes aos totais mensais de atendimentos a pacientes com doenças respiratórias, separados por tipo de patologia, local de residência e faixa etária dos pacientes; dados diários sobre material particulado, fumaça e ozônio em suspensão no ar; dados referentes a temperaturas médias, pressão atmosférica e umidade relativa do ar.

(B)

Obter dados do local de moradia dos pacientes atendidos, levando em consideração as condições de saneamento básico e verificar se os níveis de poluição do ar estão acima daqueles definidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).

(C) Obter os seguintes dados: número diário de atendimentos a pacientes com doenças respiratórias; local de residência e idade dos pacientes; níveis diários de material particulado em suspensão no ar, fumaça e ozônio, medidos nos pontos mais movimentados da cidade; dados de umidade relativa do ar, temperatura, precipitação e pressão atmosférica dos horários sinóticos. (D) Estabelecer a relação entre os episódios de inversão térmica na cidade e o número de atendimentos médicos a pacientes com doenças respiratórias nos dias em que ocorreu o fenômeno atmosférico, relacionando esse fato ao local de moradia dos pacientes e aos níveis de poluição definidos como aceitáveis pela Lei Federal n. 9.436/1997. (E)

Submeter os pacientes com doenças respiratórias a questionários a fim de verificar as condições ambientais a que estão expostos, realizar medições de poluentes e partículas em suspensão nas áreas centrais da cidade e estabelecer coeficiente de correlação entre as respostas dos pacientes, as medições realizadas e as condições atmosféricas da cidade.

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Tipo de Questão: escolha simples de resposta correta Gabarito: alternativa (C) Autor: Ana Regina de Moraes Soster e Teresinha Maria Furlanetto Marques

Comentários: Os conteúdos avaliados nesta questão estão associados às disciplinas de Estudos de População, Geografia Ambiental, Climatologia. Referência a competências/habilidades: A questão exige do aluno competência leitora e relacional. A habilidade exigida do aluno remete a sua capacidade de reconhecer as variáveis mais adequadas para o cruzamento de informações e sua posterior interpretação.

Justificativa para a alternativa C ser a correta: A alternativa C está correta porque o geógrafo, na sua tomada de decisão, cruzou as seguintes informações: o perfil etário da população atendida no posto de saúde (crianças e idosos), o local de residência dos pacientes, os dados de poluentes presentes na atmosfera nos locais de maior fluxo e os dados atmosféricos. Com esse banco de dados, o profissional tem condições de verificar se as doenças respiratórias têm como causa as condições de microclima, nas áreas de residência da população. Justificativa das razões para a inadequação das demais respostas: Na letra A, embora apresente variáveis pertinentes para análise, os valores mensais são muito genéricos e não permitem a precisão acurada das correlações. A letra B não apresenta as variáveis mais indicadas para a análise, porque o saneamento básico é relevante para a saúde pública, mas não é determinante para as doenças respiratórias. Na letra D, a inversão térmica, embora possa contribuir para os problemas respiratórios, constitui-se em fenômeno eventual e de ampla área de abrangência, o que não seria suficiente para explicar o aumento de atendimentos a partir de 2000. Na letra E a referência à coleta na área central pode não significar a área de residência dos doentes. Além disso, submeter os pacientes à coleta de informação demanda um tempo muito maior sem a garantia de obtenção de dados confiáveis.

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

Considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos: O conteúdo da questão é de suma importância para os geógrafos, pois exige a capacidade de analisar, cruzar e avaliar informações e assim auxiliar na solução de problemas ambientais que afetam a população em áreas urbanas. Referências: CONTI, José B. Clima e Meio Ambiente. São Paulo: Atual, 1998. MENEGAT, Rualdo; ALMEIDA, Gerson (Orgs.). Desenvolvimento Sustentável e Gestão Ambiental nas cidades – Estratégias a partir de Porto Alegre. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004. MONTEIRO, Carlos A. de F.; MENDONÇA, Francisco. Clima urbano. São Paulo: Contexto, 2003. SANTOS, Milton. O trabalho do geógrafo no terceiro mundo. São Paulo: Hucitec, 1986.

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QUESTÃO 16 No contexto atual, com o crescimento das preocupações em relação ao planejamento ambiental ou territorial, a geomorfologia assume um novo lugar entre as geociências. Embora caracterizada como ambiental ou aplicada, ela mantém-se voltada ao tratamento dos processos erosivos que ocorrem ao longo da vertente, dos cursos d’água ou da costa e litoral. A esse respeito, analise as asserções a seguir.

O objetivo da geomorfologia aplicada não é prevenir ou reduzir o desenvolvimento e uso dos recursos naturais, mas, em vez disso, otimizar tal uso, para a redução tanto dos custos quanto dos impactos ambientais

porque

o uso prático da geomorfologia deve priorizar e minimizar as distorções topográficas e entender os processos inter-relacionados, tão necessários à restauração e à manutenção do equilíbrio natural.

Acerca dessas asserções, assinale a opção correta.

(A)

As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.

(B)

As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda não é uma justificativa correta da primeira.

(C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. (D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. (E)

As duas asserções são proposições falsas.

Tipo de Questão: asserção e razão Gabarito: alternativa (B) Autor: Roberto Heemann Comentários:

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

Identificação dos conteúdos implicados na questão: Os conteúdos implicados na questão são relativos às disciplinas de Geomorfologia e Planejamento Urbano Ambiental.

Referência a competências/habilidades envolvidas: A questão exige do candidato competência leitora e relacional e a habilidade de interpretar e analisar criticamente as asserções apresentadas.

Justificativa para a alternativa B ser a correta: O objetivo da geomorfologia aplicada é otimizar o aproveitamento dos recursos naturais, porém, apesar de verdadeira, a asserção " o uso prático da geomorfologia deve priorizar e minimizar as distorções topográficas e entender os processos interrelacionados, tão necessários à restauração e à manutenção do equilíbrio natural" não justifica a asserção anterior, pois o entendimento dos processos morfogenéticos e o equilíbrio natural são características básicas dos estudos das ciências geomorfológicas.

Considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos na questão, da realidade acadêmica e profissional do estudante: Os conteúdos presentes na questão são relevantes para os graduandos em Geografia, pois dizem respeito à importância e às aplicações da geomorfologia para o entendimento dos processos morfogenéticos e no planejamento urbano e ambiental. Referências: GUERRA, A.J.T.; CUNHA, S.B. Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995. 372 p. GUERRA, A.J.T.; CUNHA, S.B. Geomorfologia e Meio Ambiente. Bertrand Brasil. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996. 372 p.

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QUESTÃO 17 Com relação ao fenômeno da desertificação, analise as asserções a seguir.

Embora a desertificação seja concebida como um fenômeno climático, pode-se distinguir outro tipo desse mesmo fenômeno, o ecológico, porque a desertificação, do ponto de vista ecológico, pode se desenvolver até mesmo em ambiente úmido, podendo o elemento clima não sofrer variação tão perceptível quanto aquela do manto vegetal e do solo.

Acerca dessas asserções, assinale a opção correta.

(A)

As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.

(B)

As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda não é uma justificativa correta da primeira.

(C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. (D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. (E)

As duas asserções são proposições falsas.

Tipo de Questão: asserção e razão Gabarito: alternativa (A) Autor: João Marcelo Ketzer Comentários:

Identificação dos conteúdos implicados na questão: Os conteúdos presentes na questão dizem respeito aos processos de desertificação, trabalhado em disciplinas como Águas Continentais e Geografia do Rio Grande do Sul.

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

Referência a competências/habilidades envolvidas: A questão exige do candidato competência leitora e relacional e a habilidade de interpretar e analisar criticamente as asserções apresentadas. Justificativa para a alternativa A ser a correta: Esta questão é confusa e induz o aluno ao erro. Considerando o conceito físico de deserto, está errada, inclusive. O conceito de deserto está relacionado a um fenômeno climático, em que precipitação anual e taxa de evaporação são variáveis fundamentais. Deserto é uma região em que a precipitação é inferior a 250 mm/ano. Existe, de forma simples, um “déficit” de umidade. Desertos podem ser frios ou quentes, mas sempre muito secos. A causa da baixa precipitação anual pode ser variada, com barreiras geográficas à umidade como cadeias de montanhas, correntes oceânicas frias, por exemplo. A desertificação é, portanto, um fenômeno que leva à formação de um deserto como descrito acima (essa seria uma definição geológica, com fenômenos de longo prazo). Ao contrário do que induz a questão, os desertos podem ter uma grande biodiversidade. Levando em consideração o exposto acima, a resposta correta seria a “E”, sendo as duas asserções falsas. O conceito de desertificação, no entanto, tem sido utilizado de forma mais ampla (e por isso a questão induz ao erro), no sentido de degradação ambiental, notadamente com causas antrópicas. Assim, deserto pressupõe (contrária a uma definição física), por exemplo, uma perda de biodiversidade. De acordo com as Nações Unidas, a desertificação é a degradação de terra em regiões de clima árido, semiárido e subúmido seco. Ainda de acordo com a ONU, “é um processo gradual de perda de produtividade do solo e cobertura vegetal causada por atividades humanas e variações climáticas”. Mesmo considerando esta definição da ONU, a questão acima induz ao erro, pois aceita a desertificação em regiões de clima úmido. Assumindo a definição da ONU, a resposta correta poderia ser a “C”, na qual a primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa, mas não a “A”.

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Considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos na questão, da realidade acadêmica e profissional do estudante: Os conteúdos presentes na questão são relevantes para os graduandos em Geografia, pois as questões ambientais não podem ser desconsideradas nas diferentes escalas do planejamento territorial, área na qual a atuação do geógrafo se faz cada vez mais presente. Referências: SUERTEGARAY, Dirce. Deserto Grande do Sul - Controvérsia. Porto Alegre: Ed. da Universidade/UFRGS, 1998. VERDUM, Roberto, BASSO Alberto; SUERTEGARAY, Dirce. (Orgs.). Rio Grande do Sul - Paisagens e Territórios em transformação. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004. http://www.unccd.int/main.php>. Acesso em: 09 mar. 2010.

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

QUESTÃO 18 Na obra Domínios da Natureza no Brasil: Potencialidades Paisagísticas, Aziz Ab’Sáber discute as paisagens como heranças de processos fisiográficos e biológicos e como patrimônio coletivo dos povos que, historicamente, as herdaram como território de suas comunidades. A partir desse entendimento, pode-se refletir sobre a herança que a sociedade atual irá deixar para as gerações futuras. O mapa abaixo apresenta a situação atual das ações antrópicas nos biomas do Brasil, cujos percentuais são listados na tabela.

Com base nas informações apresentadas no texto, no mapa e na tabela ao lado deste, julgue os itens a seguir. I

O bioma Amazônia, por apresentar o menor percentual de antropização, é o que tem maiores chances de manter-se como herança.

II

A situação no bioma pampa se agravará se houver investimentos significativos nas atividades agrossilvopastoris.

III

O bioma Cerrado sofrerá fortes transformações com a expansão da agricultura em decorrência do cultivo de cana-de-açúcar.

Assinale a opção correta. (A)

Apenas um item está certo.

(B)

Apenas os itens I e II estão certos.

(C) Apenas os itens I e III estão certos. (D) Apenas os itens II e III estão certos. (E)

Todos os itens estão certos.

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Tipo de Questão: escolha simples Gabarito: alternativa (E) Autor: Roselane Zordan Costella Comentários: Identificação dos conteúdos implicados na questão: Vegetação, ocupação econômica, preservação ambiental e, de forma indireta, a aplicabilidade de conceitos ligados à ética ambiental e sustentabilidade.

Referência a competências/habilidades envolvidas: A competência relacional está evidenciada na questão por meio da reflexão, leitura espaço-ambiental e resolução de problemas. As habilidades exigidas são: localização, relação, reconhecimento de elementos que definem a ocupação socioeconômica e interpretação textual.

Justificativa para a alternativa E ser a correta: A Amazônia, apesar de apresentar um desgaste ambiental muito grande, não representa em relação aos outros biomas um percentual de agressão significativo. Pela consciência nacional, pautada na mata arbórea, como a principal fonte de recursos, a condição de fiscalização se torna maior, possibilitando maior herança no que diz respeito às reservas florestais. A massa biótica é intensa reforçando a ideia de que os refúgios florestais serão resgatados. Os Pampas, principalmente no sul do país, estão sendo utilizados de forma agressiva para o plantio de silviculturas, árvores silvestres como eucalipto, pínus, acácia..., e este evento ocupacional mudará a paisagem de forma significativa, alterando o solo e as condições naturais do bioma. O plantio deste tipo de cultura está voltado para a produção da indústria de celulose. O Cerrado está sendo ocupado pela expansão das lavouras de soja e canade-açúcar. O solo desta região é ácido e precisa de constante correção, provocando agressões e alterações ambientais, bem como a retirada da vegetação. A ocupação da agropecuária neste espaço reforça a condição de um país voltado para a produção de matérias-primas.

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

Considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos na questão, da realidade acadêmica e profissional do estudante: O conteúdo abordado na questão e as competências exigidas pela mesma representam parte significativa das reflexões de um futuro profissional em Geografia, pois aborda a leitura crítica e relacional do espaço. Referências: BRANCO, Samuel Murgel. O desafio amazônico. São Paulo: Moderna, 2007. CASTRO, Iná. Redescobrindo o Brasil. São Paulo: Bertrand Brasil, 2000. ROSS, Jurandyr L. S. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2008.

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QUESTÃO 19

Figura I – Paisagem urbana do litoral brasileiro.

Figura II – Paisagem de manguezal do litoral brasileiro.

Folha de S. Paulo. “Folha Turismo”, 30/10/2000, p. G-14.

Considerando as figuras I e II acima, e a relação homem-natureza no que se refere às questões ambientais, sociais e econômicas decorrentes da apropriação dos recursos naturais, julgue os itens seguintes. I

O fenômeno verificado na figura I não decorre de fato isolado, mas de um conjunto de acontecimentos interligados, resultantes do crescimento urbano e dos impactos deste sobre os ecossistemas.

II

O Estatuto das Cidades (Lei Federal n. 10.257, de 10 de julho de 2001) prevê a desocupação urbana de áreas de preservação permanentes, como a representada na figura II, previstas pela legislação de zoneamento ambiental.

III

Os manguezais, áreas especiais frágeis, são considerados de proteção permanente desde a aprovação do Código Florestal brasileiro.

IV

Os manguezais, que se estendem da foz do rio Amazonas até o delta do rio Parnaíba (PI), têm recebido monitoramento dos órgãos federais e estaduais competentes, que asseguram os limites de ocupação dessas áreas pela urbanização.

Assinale a opção correta. (A)

Apenas um item está certo.

(B)

Apenas os itens I e II estão certos.

(C) Apenas os itens I e III estão certos. (D) Apenas os itens II e III estão certos. (E)

Todos os itens estão certos.

Tipo de Questão: escolha combinada de resposta correta Gabarito: alternativa (C) Autor: Teresinha Maria Furlanetto Marques Comentários: 32

SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

Identificação dos conteúdos implicados na questão: Os conteúdos avaliados na questão se referem ao crescimento urbano, ao estatuto das cidades e à presença de manguezais no litoral, desde o estado do Amapá até o estado de Santa Catarina. Comenta ainda a relação entre a expansão urbana, a ocupação dos manguezais e os efeitos sobre esse ecossistema. O conteúdo desta questão é trabalhado nas disciplinas de Geografia do Brasil I e II e na disciplina de Geografia Urbana.

Referência a competências/habilidades envolvidas: A questão exige do candidato a competência de analisar as figuras I e II, estabelecendo relações com itens I, II, III e IV, além do julgamento dos referidos itens em busca da resposta correta. As pistas para a escolha da opção correta encontram-se nas duas figuras e nos quatro itens ali apresentados.

Justificativa para a alternativa C ser a correta: Segundo Guimarães de Araújo, Suely (2003) em seu relatório sobre O Estatuto da Cidade e a Questão Ambiental, as APPs em áreas urbanas não são respeitadas e são muitas vezes ocupadas por assentamentos humanos informais, sem estudo prévio de impacto ambiental. Essas áreas não podem ser regularizadas, pois as normas de proteção ambiental não permitem a concessão de licença nas áreas de APPs. A Constituição Federal de 1988 coloca acima dos interesses individuais ou de determinada comunidade, o direito das coletividades em relação ao ambiente ecologicamente equilibrado. Mas o Poder Público “não deve e nem de perto conseguiria desalojar incontáveis famílias em áreas ambientalmente protegidas” (GUIMARÃES DE ARAÚJO, 2003, p. 8). Como se pode observar, esta questão não prevê a desocupação, pura e simples, conforme consta no item II. Cada situação deve ser estudada em particular e tratada de tal forma que se busque uma alternativa para os assentamentos informais, mesmo que para isso seja necessário deslocar a população para outras áreas. Os manguezais são considerados como áreas de preservação permanente no Código Florestal Brasileiro, que data de 1965. Essas áreas incluem-se nas Zonas

ENADE Comentado 2008: Geografia

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Costeiras e, devido as suas características especiais em termos biológicos, o ecossistema manguezal está protegido legalmente contra a degradação. Mas, apesar das leis federais e estaduais existentes, os manguezais vêm sofrendo grande pressão com seu aterramento para a expansão urbana, desastres ecológicos por derramamento de petróleo, poluição por lançamento de esgotos, entre outros aspectos, o que se transforma em catástrofe contra essa área de proteção permanente e não evidencia controle por parte dos órgãos públicos.

Considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos na questão, da realidade acadêmica e profissional do estudante: O conteúdo abordado na questão e as competências exigidas pela mesma representam parte significativa das reflexões de um futuro profissional em Geografia, pois aborda a leitura crítica e relacional do espaço, analisando o processo de urbanização, seus efeitos sobre as áreas ocupadas a as políticas públicas. Referências: GUIMARÃES DE ARAÚJO, Suely. O Estatuto da Cidade e a Questão Ambiental (2003). Site consultado: bd.camara.gov.br./bd.estatutodacidade. A autora foi Consultora Legislativa da Área XI – Geografia Regional, Ecologia e Desenvolvimento Ambiental, Urbanismo, Habitação e Saneamento. ROSS, Jurandyr. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 1996. SANTOS, Milton; SILVEIRA, María Laura. O Brasil-Território e Sociedade no início do Século XXI. Rio de Janeiro, 2001.

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

QUESTÃO 20 A globalização é o processo de constituição de uma economia mundial, da crescente integração dos mercados nacionais e do aprofundamento da divisão internacional do trabalho. No que diz respeito a esse processo, assinale a opção incorreta.

(A)

A globalização de capitais, proporcionada pelas fusões transnacionais, gera gigantes econômicos.

(B)

A etapa atual da globalização fundamenta-se no aumento generalizado das barreiras mercadológicas.

(C) Intensificam-se, nesse processo, as trocas comerciais e a organização dos países em blocos econômicos. (D) O processo de globalização acentuou as diferenças entre países desenvolvidos e emergentes. (E)

Os megablocos econômicos contribuem para ampliar a escala das atividades econômicas e facilitar a centralização de capitais.

Tipo de Questão: escolha simples de resposta incorreta Gabarito: alternativa (B) Autor: Ana Regina de Moraes Soster e Teresinha Furlanetto Marques Comentários: Os conteúdos avaliados nesta questão estão associados às disciplinas de Geografia da Produção e do Consumo e Geografia Regional. Referência a competências/habilidades: A competência leitora – ler o mundo – é exigida na questão, e a habilidade para realizar esta competência é analisar o contexto econômico mundial.

Justificativa para a alternativa correta: A alternativa B está incorreta, porque a atual etapa da globalização fundamentase no rompimento das fronteiras e das barreiras mercadológicas. As outras opções oferecem informações que caracterizam o contexto mundial a partir dos anos 90, no mundo globalizado.

ENADE Comentado 2008: Geografia

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Considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos: Os conteúdos envolvidos nesta questão são relevantes tanto para o licenciado como para o bacharel em Geografia, pois a compreensão do mundo se constitui na sua ferramenta de trabalho. Referências: BRENNER, Jayme. O mundo pós-guerra fria. São Paulo: Scipione, 1994. HAESBAERT, Rogério. Blocos internacionais de poder. São Paulo: Contexto, 1991. HAESBAERT, Rogério; PORTO-GONÇALVES, Carlos W. A nova des-ordem mundial. São Paulo: Unesp, 2006. SENE, Eustáquio de. Globalização e espaço geográfico. São Paulo: Contexto, 2003.

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

QUESTÃO 21 Guerra fiscal tira 8,5 mil postos de trabalho do Paraná. A agressividade dos incentivos concedidos pelos estados do Amazonas, de Santa Catarina e da Bahia enfraquece setores da economia paranaense. Madeireiras, confecções e fábricas de plástico são as mais atingidas pela disputa. Os programas incluem desconto de até 90% do ICMS por 15 anos, desconto no pagamento do imposto de renda das empresas e doação de terrenos e infraestrutura; além disso, a mão de obra da região, em geral, é mais barata. Somente o setor plástico contabiliza 15 empresas locais que preferiram transferir investimentos, segundo o presidente do Sindicato da Indústria Plástica. “Essas empresas gerariam, para o estado, cerca de 6 mil empregos”, disse o presidente. Gazeta do Povo. Paraná, 8/9/2008 (com adaptações).

A partir das informações acima e com base no conceito de produção do espaço geográfico, conclui-se que a expansão do meio técnico-científico-informacional (A)

Apresenta-se como solução para as constantes disputas tributárias no cenário nacional.

(B)

Destaca-se nos setores da economia tradicional, pois mantém as diretrizes da sociedade local e regional.

(C) Caracteriza-se pelo aspecto social, visto que procura preservar os saberes tradicionais. (D) É seletiva, com reforço de algumas regiões e enfraquecimento relativo de outras. (E)

É ordenada e reforça os setores da economia de maneira equilibrada e dinâmica.

Tipo de Questão: escolha simples de resposta correta Gabarito: alternativa (D) Autor: Teresinha Maria Furlanetto Marques Comentários: Identificação dos conteúdos implicados na questão: Os conteúdos avaliados nesta questão estão relacionados com a economia brasileira e as disputas regionais para a atração de indústrias (guerra fiscal). A expressão “meio técnico-científico-informacional” foi cunhada por Milton Santos, um dos mais importantes geógrafos brasileiros. ENADE Comentado 2008: Geografia

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Referência a competências/habilidades envolvidas: A questão exige do candidato a competência leitora e a habilidade de analisar o excerto da Gazeta do Povo – PR e as informações ali contidas. Por outro lado, a presença de dados percentuais exige a utilização da competência lógico-matemática para completar o entendimento e favorecer o julgamento do acadêmico, de forma acertada. Justificativa para a alternativa D ser a correta: A pista para a escolha da opção correta encontra-se na raiz da questão e também na proposição, que deve ser completada com alternativa adequada. Após a Segunda Guerra Mundial, nos anos 70, observa-se uma profunda interação entre a ciência e a técnica nos países desenvolvidos e nos países subdesenvolvidos. Essa união entre técnica e ciência ocorre sob a responsabilidade do mercado. E o mercado, graças exatamente à ciência e à técnica, torna-se um mercado global. E a distribuição da ciência, da técnica e da informação não acontece em todos os lugares ao mesmo tempo; ela é seletiva e vai aparecer em alguns lugares em detrimento de outros. O tema “guerra fiscal” assume importância crescente, frente aos benefícios fiscais e financeiros que são concedidos pelos estados às grandes empresas, para que estas se instalem em seus territórios. Estes benefícios produzem uma concorrência predatória entre os estados, contribuindo para agravar a crise financeira em que se encontram. O que se tem, de fato, é um confronto entre interesses econômicos dos estados, os quais, através de concessão de benefícios, buscam o favorecimento de suas economias. Justificativa das razões para a inadequação das demais respostas: Na alternativa A, a expansão do meio técnico-científico e informacional não serve como solução para as constantes disputas tributárias entre os estados brasileiros. As alternativas B e C sugerem a utilização da ciência, da tecnologia e da informação na economia tradicional, na manutenção de uma sociedade local e na preservação dos saberes tradicionais. Na realidade, a utilização da tecnociência e da informação originam a globalização, a mundialização das ideias, a abertura ao novo e o descaso pelos saberes tradicionais. 38

SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

A alternativa E sugere que o uso da ciência, da técnica e da informação teriam como consequência a ordenação e o reforço da economia de maneira equilibrada e dinâmica. Nesse caso ocorre justamente o contrário, ocasiona o crescimento e o desenvolvimento de alguns em detrimento de outros. É a lógica do capitalismo.

Considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos na questão, da realidade acadêmica e profissional do estudante: O conteúdo desta questão, trabalhado na disciplina de Geografia Econômica e Geografia do Brasil, é muito pertinente, pois tem como objetivo a análise da realidade brasileira, base que não pode ser desconsiderada pelo acadêmico em Geografia. Referências: AFFONSO, Rui de Brito Alves. Guerra Fiscal no Brasil: três estudos de caso. Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná. Série Estudos de Economia do Setor Público. FAPESP. Edições FUNDAP, 1999. SANTOS, Milton. Técnica, espaço, tempo: globalização e meio técnico-científicoinformacional. São Paulo: Hucitec, 1994. SANTOS, Milton; SILVEIRA, María Laura. O Brasil-Território e Sociedade no início do Século XXI. Rio de Janeiro, 2001.

ENADE Comentado 2008: Geografia

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QUESTÃO 22 Analise as asserções a seguir. No século XX, os anos 70, no Brasil, foram marcados pela modernização da agricultura, influenciados pelo desenvolvimento do capitalismo agrário, pela expansão das fronteiras agrícolas para o Centro-Oeste e pela intensificação dos movimentos sociais no campo,

porque

houve, nessa época, a inserção de tecnologias para a agricultura de precisão, ampliação do acesso ao crédito agrícola e a forte mecanização em substituição à mão de obra tradicional. Acerca dessas asserções, assinale a opção correta. (A)

As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.

(B)

As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda não é uma justificativa correta da primeira.

(C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. (D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. (E)

As duas asserções são proposições falsas.

Tipo de Questão: asserção e razão Gabarito: alternativa (E) Autor: Ana Regina de Moraes Soster e Teresinha Maria Furlanetto Marques Comentários: Os conteúdos avaliados nesta questão estão associados às disciplinas de Geografia Agrária, Geografia do Brasil e Geografia da Produção e do Consumo. Referência a competências/habilidades: A questão é difícil e exige do acadêmico a competência leitora e relacional para articular no momento histórico identificado, anos 70 do século XX, a conjuntura

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

política nacional, a forte expansão tecnológica no contexto mundial e as políticas de crédito para o setor primário.

Justificativa para a alternativa E ser a correta: A letra E corresponde à alternativa correta: a primeira asserção está incorreta por afirmar que nos anos 70 houve a intensificação dos movimentos sociais no campo. Esse período histórico caracterizou-se pelo aprofundamento da ditadura militar no Brasil, impossibilitando a organização de movimentos sociais, tanto no campo como na cidade. A segunda assertiva é falsa, pois embora o período citado tenha se caracterizado pela introdução de novas tecnologias e mecanização, o acesso ao crédito agrícola não ocorreu de forma ampliada para todos os segmentos do setor. Nessa época o financiamento era destinado para a introdução de melhorias no armazenamento e/ou comercialização.

Justificativa das razões para a inadequação das demais respostas: As demais alternativas não são corretas, pois partem do pressuposto de que pelo menos uma das asserções é verdadeira.

Considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos: Os conteúdos envolvidos são pertinentes e relevantes, porque a compreensão da organização territorial do Brasil de hoje pressupõe o conhecimento do processo. Referências: OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. Modo capitalista de produção e agricultura. São Paulo: Ática, 1987. ______. Geografia das lutas no campo. São Paulo: Contexto, 1988. SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001.

ENADE Comentado 2008: Geografia

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QUESTÃO 23 Mediante o Decreto Presidencial n.º 6.040/2007, o governo brasileiro instituiu a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, que, no inciso I do seu art. 3º, assim caracteriza esses povos e comunidades tradicionais: grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição.

A política acima referida inclui, entre os princípios que a norteiam,

I

o reconhecimento e a consolidação dos direitos dos povos e comunidades tradicionais.

II

a articulação e integração com o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.

III

a preservação dos direitos culturais, o exercício de práticas comunitárias, a memória cultural e a identidade racial e étnica.

IV

a articulação com o Plano Nacional de Desenvolvimento Agrário e o Plano Nacional de Recursos Hídricos.

Estão certos apenas os itens (A)

I e II.

(B)

I e III.

(C) III e IV. (D) I, II e III. (E)

II, III e IV.

Tipo de Questão: asserção e razão Gabarito: alternativa (D) Autor: Ana Regina de Moraes Soster Comentários: Os conteúdos avaliados nesta questão estão associados às disciplinas de Geografia Cultural, Geografia Agrária e Estudos de População.

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

Referência a competências/habilidades: A questão exige do candidato a competência leitora e relacional e a habilidade de analisar as diferentes afirmações em cada uma das alternativas, envolvendo comunidades remanescentes do Brasil Colônia e as atuais políticas públicas de inclusão.

Justificativa para a alternativa D ser a correta: A letra D está correta ao identificar as assertivas I, II e III como corretas. As afirmativas I e III estão colocadas na raiz da questão ao esclarecer o Decreto Presidencial. A dúvida para o candidato estaria entre as afirmativas II e IV. A assertiva II está correta, uma vez que a sustentabilidade desses povos passa necessariamente, de um lado, pela garantia alimentar dos mesmos e, de outro, pelo aprendizado das relações e práticas por eles realizadas para a preservação da biodiversidade. A alternativa IV está errada, pois as políticas agrárias não fazem parte deste decreto.

Justificativa das razões para a inadequação das demais respostas: As demais alternativas estão incorretas, pois não contemplam como corretas as assertivas, I, II e II, ou indicam a assertiva IV como verdadeira.

Considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos: O conteúdo envolvido na questão é pertinente para o acadêmico em Geografia, pois tanto o licenciado quanto o bacharel precisam ter o conhecimento e a compreensão das diversidades socioambientais bem como das políticas nacionais. Referências: CLAVAL, Paul. A geografia cultural. Florianópolis: Ed. UFSC, 2005. CORRÊA, Roberto; ROSENDAHL, Zeny. Paisagem, imaginário e espaço. Rio de Janeiro: Ed. da UERJ, 2001. YÁZIGI, Eduardo. A alma do lugar. São Paulo: Contexto, 2002.

ENADE Comentado 2008: Geografia

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QUESTÃO 24 Analise as asserções a seguir.

No mundo, estima-se que metade da população viva em aglomerados urbanos, em um processo de incremento contínuo, no qual já são contabilizadas 17 megacidades com mais de 10 milhões de habitantes. As características da urbanização brasileira fazem que esse processo seja não só um gerador de problemas ambientais, mas também um problema ambiental em si

porque

a urbanização cria não apenas novas paisagens, mas também novos ecossistemas, dependendo de grandes áreas externas para obtenção de energia, alimentos, água e outros materiais.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.

(A)

As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.

(B)

As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda não é uma justificativa correta da primeira.

(C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. (D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. (E)

As duas asserções são proposições falsas.

Tipo de Questão: escolha simples de resposta correta Gabarito: alternativa (A) Autor: Ana Regina de Moraes Soster Comentários: Os conteúdos avaliados nesta questão estão associados à área de Geografia Urbana, Organização Territorial e Geografia do Brasil.

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

Referência a competências/habilidades: A competência leitora – ler o mundo – é exigida na questão e a habilidade para realizar essa competência é analisar o processo de urbanização e suas consequências.

Justificativa para a alternativa A ser a correta: A alternativa A está correta porque as duas assertivas são verdadeiras e a segunda é uma justificativa correta da primeira. O processo de urbanização é antigo, mas assumiu uma maior velocidade a partir do último quartel do século XX. Segundo Davis (2006, p. 13), “em 1950, havia 86 cidades no mundo com mais de 1 milhão de habitantes; hoje são 400 e em 2015 serão pelo menos 550.” Ainda de acordo com o referido autor, em tabela apresentada em sua obra (2006, p. 15), com dados de maio de 2004 obtidos em www.citypopulation.de/world.html, são 19 as cidades com mais de 10 milhões de habitantes, na seguinte ordem crescente: Pequim, Istambul, Teerã, Rio de Janeiro, Buenos Aires, Xangai, Lagos, Karachi, Manila, Cairo, Calcutá, Daca, Jacarta, Délhi, Mumbai, São Paulo, Nova Iorque, Seul e Cidade do México. Ao se observar as cidades listadas, verifica-se que a grande maioria são cidades presentes em países pobres como o Brasil. No caso brasileiro, o processo de urbanização resultou de contextos internos como a Lei de Terras (1850) e a abolição da escravatura (1888) que, articulados, orientaram no final do século XIX os primeiros movimentos de êxodo rural reforçados ao longo do século XX por reorganizações territoriais nas áreas rurais decorrentes entre outros fatores, dos modelos agrário e agrícola do país. À medida que há uma ampliação da população urbana de forma desordenada, a densificação resultante originou processos de favelização e ampliação das distâncias para obtenção das matérias-primas e energia necessárias para o atendimento das necessidades das mesmas. Os ecossistemas urbanos apresentam uma condição de equilíbrio instável, pela matriz de consumo hoje dominante, constituindo-se em problemas ambientais em si também pelo volume de produção de resíduos.

ENADE Comentado 2008: Geografia

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Justificativa das razões para a inadequação das demais respostas: As demais alternativas estão incorretas, pois informam que pelo menos uma das assertivas é falsa – letras C, D e E – ou mesmo quando se consideram as duas assertivas verdadeiras, caso da letra B, não se estabelece a relação entre ambas.

Considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos: A capacidade de ler o mundo, fazendo a relação entre os contextos internos e externos, bem como a compreensão dos efeitos desses processos, é papel do acadêmico de Geografia. Santos (1994, p. 69) coloca que “Nos conjuntos que o presente nos oferece, a configuração territorial, apresentada ou não em forma de paisagem, é a soma de pedaços de realizações atuais e realizações do passado.” Desse modo, a compreensão da cidade, que é o interno, só é possível se compreendermos os seus processos, os quais estão vinculados aos contextos externos. Referências: ACSELRAD, Henri (Org.). A duração das cidades. Sustentabilidade e risco nas políticas urbanas. Rio de Janeiro: DP&A, 2001. DAVIS, Mike. Planeta favela. São Paulo: Boitempo, 2006. SANTOS, Milton. Técnica, espaço e tempo: globalização e meio técnico-científico informacional. São Paulo: HUCITEC, 1994. SENE, Eustáquio de. Globalização e espaço geográfico. São Paulo: Contexto, 2003.

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

QUESTÃO 25

O cartograma acima, que representa a área de polarização de uma cidade categorizada como grande cidade média (lugar central), retrata a estrutura hierárquica e expressa a organização espacial da rede urbana, assim como a forte hierarquização da grande cidade média sobre os demais centros urbanos. Um dos propositores da ideia de centralidade dos lugares, consolidada na década de 30 do século passado, foi o geógrafo alemão Walter Christaller. Segundo sua teoria, a grande cidade média de hoje corresponderia à capital regional, assim como as cidades médias, a centros subregionais. A respeito da teoria das localidades centrais e da estrutura da rede urbana, representada no cartograma, julgue os itens a seguir.

ENADE Comentado 2008: Geografia

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I

Segundo Christaller, a centralidade dos lugares seria uma hierarquização da função desempenhada por uma cidade em um conjunto de cidades, que não seria, obrigatoriamente, uma região.

II

As pequenas cidades geram, via de regra, expressiva densidade de centros que se situam a uma pequena distância média entre si, ainda que esta possa variar de acordo com a densidade demográfica da região em que se localizam.

III

A hierarquia entre as cidades resultaria da tendência natural de centralização em uma rede de interdependência em que várias cidades menores estão ligadas à cidade central.

IV

No cartograma, observa-se que o número de pequenos centros é baixo em relação aos centros maiores, sendo elevada a distância média entre eles.

V

No cartograma, a localidade central de nível hierárquico mais elevado possui ampla região de influência: nela, estão contidos os centros de nível imediatamente abaixo.

Assinale a opção correta. (A)

Apenas os itens I e II estão certos.

(B)

Apenas os itens II, III e IV estão certos.

(C) Apenas os itens III, IV e V estão certos. (D) Apenas os itens I, II, III e V estão certos. (E)

Todos os itens estão certos.

Tipo de Questão: escolha combinada de resposta correta Gabarito: alternativa (D) Autor: Ana Regina de Moraes Soster Comentários: Os conteúdos avaliados nesta questão estão associados à área de Geografia Regional, Geografia Urbana e Organização Territorial. Referência a competências/habilidades: A competência leitora e relacional é exigida na questão, através da interpretação de um cartograma. A habilidade para realizar esta competência está no reconhecimento dos conceitos de região e de hierarquia urbana aplicados. Também será necessário que o aluno relacione esses conceitos com os processos de constituição das redes urbanas.

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

Justificativa para a alternativa D ser a correta: A alternativa D está correta, pois informa que as assertivas I, II, III e V estão corretas. A assertiva I é verdadeira, pois, de acordo com a Teoria das Localidades Centrais, todo núcleo urbano, independentemente de seu tamanho, é uma localidade central, porém, uma localidade central só terá uma condição de centralidade quando as funções centrais (bens e serviços) ali realizadas atenderem uma população externa (região complementar) relevante, estabelecendo uma área de influência (hinterlândia) significativa. Na época da elaboração desta proposta teórica (década de 30), as propostas teóricas predominantes estavam associadas ao determinismo ambiental e possibilismo. Para a primeira a região (região natural) era definida a partir da integração dos elementos da natureza, o que resultaria em uma certa uniformidade. Para a segunda, a chamada região geográfica, era resultado da interação entre os aspectos humanos e os aspectos de natureza, resultando em uma condição harmoniosa e visível, constituindo modos de vida. Tanto do ponto de vista do determinismo ambiental quanto do possibilismo, as regiões resultantes não coincidem necessariamente com o arranjo hierárquico de cidades articuladas a partir das funções centrais de uma delas. A assertiva II está correta, porque localidades centrais de pequeno porte, por apresentarem reduzida oferta de bens e serviços (funções centrais), complementamse umas às outras favorecendo a ocorrência de densificações. A assertiva III, por sua vez, é verdadeira, pois a Teoria das Localidades Centrais propõe os conceitos de alcance espacial máximo e alcance espacial mínimo. Nessa perspectiva, determinadas funções centrais podem ser replicadas em diferentes pontos de uma mesma localidade central e em todas as localidades centrais, como, por exemplo, é o caso de uma padaria ou farmácia, que apresentam alcance espacial mínimo. Porém, funções centrais, como hospitais ou universidades, cujo custo de implantação é muito elevado, serão implantadas, de modo geral, em localidades centrais com maior contingente populacional e/ou com um maior número de funções centrais, apresentando assim um alcance espacial máximo e uma região complementar ampliada.

ENADE Comentado 2008: Geografia

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A assertiva V está correta porque o cartograma expressa justamente os aspectos analisados nas assertivas anteriores, especialmente na III, pois a grande cidade média ali representada se constitui em uma centralidade, com funções centrais de alcance espacial máximo. A assertiva IV está errada porque o cartograma apresenta, ao contrário do que é informado, um elevado número de pequenos centros.

Justificativa das razões para a inadequação das demais respostas: A alternativa A está errada, pois não indica todas as assertivas que são verdadeiras. As alternativas B e C, além de não indicarem todas as assertivas corretas, indicam a assertiva IV (falsa) como verdadeira, assim como a E.

Considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos: Os conteúdos envolvidos na questão são muito pertinentes, pois o acadêmico de Geografia deve saber ler, analisar e interpretar a constituição das redes urbanas e os arranjos espaciais resultantes. Referências: CORRÊA, Roberto L. A Rede urbana. São Paulo: Ática, 1989. ______. Região e Organização espacial. 8. ed. São Paulo, 2007. SANTOS, Milton. A urbanização brasileira. São Paulo: HUCITEC, 1993.

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

QUESTÃO 26 Óia o rapa Tremenda correria Some com a mercadoria Sujou, sujou, sujou, rapaziada É penalty, é penalty Os home tão na área Levaram, levaram Levaram na mão grande É grande, é grande, é grande a confusão É um armário esse negão Derruba o tabuleiro Mais parece um caminhão Derruba o tabuleiro Que barra pesada Os cara tão aí E a tal turma do rapa Rapadura de engolir Que barra pesada Os cara tão aí E a tal turma do rapa Vai ser dura de engolir Batida, batida Não tem colhé de chá Batida, batida Não dá nem pra trampá Batida, batida Não tem colhé de chá Que bode de vida Não dá nem pra trampá Lenine e Sérgio Natureza.

A cena retratada nessa letra de música sugere que

ENADE Comentado 2008: Geografia

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(A)

A urbanização pretérita do Brasil não foi acompanhada pelo desenvolvimento industrial nem por políticas de controle de natalidade, por isso, predominam os subempregos e o mercado informal como alternativas de geração de renda para a população mais pobre.

(B)

A modernização industrial herdada dos países desenvolvidos foi anterior à urbanização, que resultou no surgimento de uma economia informal, caracterizada por mão de obra pouco qualificada, cujos serviços, nos países desenvolvidos, são oferecidos por empresas especializadas.

(C) As feiras nas metrópoles, apesar da modernização do espaço, ainda constituem um forte traço da cultura dos países com urbanização tardia, cujas cidades possuem espaços e culturas bastante diversificados. (D) A urbanização tardia gera problemáticas bastante diferenciadas nas cidades brasileiras, em que as grandes metrópoles enfrentam problemas bem menores que os enfrentados pelas cidades médias ou pequenas. (E)

A especulação em torno do espaço em todas as cidades, independentemente do porte que tenham, explicita a importância do valor da terra e da disputa por diferentes usos, ou seja, há uma tendência ao aperfeiçoamento das exigências funcionais dos espaços urbanos.

Tipo de Questão: escolha simples de resposta correta Gabarito: alternativa (B) Autor: Ana Regina de Moraes Soster Comentários: Os conteúdos avaliados nesta questão estão associados à área de Geografia Urbana e Organização Espacial. Referência a competências/habilidades: A competência leitora e relacional é exigida na questão. A habilidade para realizar esta competência está no reconhecimento dos processos de urbanização e de constituição das redes urbanas presentes nas organizações espaciais.

Justificativa para a alternativa B ser a correta: A letra da música de Lenine e Sérgio Natureza, na questão, pode ser associada a uma condição presente nas grandes metrópoles dos países pobres, como é caso do Brasil, e reflete o resultado de processos pretéritos cujos resultados ainda são visíveis, embora os contextos que os originaram apresentem hoje outra dinâmica, ainda muito excludente.

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A alternativa A está correta, pois contempla uma das variáveis (industrialização) responsável pelos processos de êxodo rural no Brasil, particularmente a partir da segunda metade do século XX, resultando na densificação populacional nas áreas urbanas das cidades brasileiras, ampliando e consolidando as estruturas de favelas, em particular no centro-sul do país inicialmente, gerando uma economia informal e o subemprego, que a partir da década de 70 ficou conhecida como hipertrofia do terciário.

Justificativa das razões para a inadequação das demais respostas: A alternativa A está errada, pois apesar da ocorrência de movimentos populacionais no final do XIX e início do XX, das áreas rurais para as áreas urbanas, particularmente de negros e imigrantes, até meados da década de 50 do século XX, o Brasil era um país predominante agrário e rural. Além disso, a aplicação de políticas de controle de natalidade não elimina o subemprego e a informalidade. A alternativa C está errada, porque as feiras são eventos periódicos, resultantes muitas vezes de ações do poder público, especialmente em países pobres, articuladas ou não com a iniciativa privada que ocorrem com o objetivo de transformar a oferta de bens e serviços de alcance espacial mínimo em alcance espacial máximo. Nesse sentido, a letra da música não retrata a realidade de contexto, pois os bens e serviços ali ofertados não apresentam uma condição de clandestinidade. A alternativa D está errada, uma vez que é justamente nas grandes metrópoles que a situação descrita na letra da música se faz mais presente. Ponto de chegada dos processos de êxodo rural e dos movimentos migratórios internos em diferentes momentos históricos, associados à ampliação do modo de vida urbano e da escala de bens e serviços ofertados, os processos de conurbação e a constituição das áreas metropolitanas a partir da década de 70 no Brasil, são, simultaneamente, causa e consequência dos problemas enfrentados pelas grandes metrópoles. A cidade polifônica (Canevacci) revela, entre muitas coisas, para quem a contempla, uma diversidade de problemas cujas raízes muitas vezes estão fora dali. A alternativa E está incorreta, pois, embora o valor da terra seja uma variável relevante para a questão da moradia, sendo responsável pela formação das áreas periféricas e das manchas de exclusão, nos processos de favelização, ele não é o principal responsável pelo contexto representado na letra da música.

ENADE Comentado 2008: Geografia

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Considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos: Os conteúdos envolvidos na questão são muito pertinentes, pois o acadêmico de Geografia deve saber ler, analisar e interpretar os processos responsáveis pelas organizações espaciais no espaço urbano, bem como o perfil resultante da população, em especial da população economicamente ativa. Referências: CORRÊA, Roberto L. A rede urbana. São Paulo: Ática, 1989. ______. Região e Organização Espacial. 8. ed. São Paulo, 2007. RODRIGUES, Arlete M. Moradia nas cidades brasileiras. São Paulo: Contexto, 1989. SANTOS, Milton. A urbanização brasileira. São Paulo: HUCITEC, 1993.

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

QUESTÃO 27 Com relação à atual dinâmica de organização espacial no campo, que tem sido considerada pelo Estado não só a partir da delimitação do território, mas, principalmente, pela real utilização deste, assinale a opção incorreta. (A)

As comunidades dos faxinais tiveram o seu reconhecimento oficial em 1997, no estado do Paraná, com a aprovação do Decreto Estadual n.º 3.446, mas, somente em 2005, passaram a fazer parte da Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável das Comunidades Tradicionais.

(B)

O reconhecimento de direitos específicos das comunidades quilombolas é algo relativamente recente no Brasil, tendo lhes sido reconhecida, pela Constituição Federal de 1988, a propriedade definitiva da terra que ocupavam, devendo o Estado, a partir de então, emitir-lhes os respectivos títulos de posse.

(C) Além do Brasil, países como Colômbia, Equador, Suriname, Nicarágua, Honduras e Belize possuem comunidades de afrodescendentes que se identificam como grupos étnicos e reivindicam seus direitos. Em todos esses países, tais comunidades já obtiveram o reconhecimento legal de seus direitos e a titulação de suas terras. (D) Historicamente, a formação das comunidades caiçaras só pode ser entendida no contexto da ocupação do litoral brasileiro e dos ciclos econômicos vividos pelas regiões Sul e Sudeste. O caráter predominantemente agrícola fez que as terras férteis, úmidas e quentes das baixadas fossem as mais ocupadas. (E)

As comunidades tradicionais convivem com a biodiversidade e são capazes de nomear e classificar as espécies vivas segundo suas próprias categorias e nomes. Exemplo desses saberes é a medicina popular brasileira como herança legada pelos índios.

Tipo de Questão: escolha simples de resposta incorreta Gabarito: alternativa (C) Autor: Ana Regina de Moraes Soster e Teresinha Maria Furlanetto Marques Comentários: Os conteúdos avaliados nesta questão estão associados às disciplinas de Geografia Regional, Geografia Cultural, Geografia da Produção e do Consumo, Geografia do Brasil. Referência a competências/habilidades: A questão exige do candidato a competência leitora e relacional e a habilidade de analisar as diferentes afirmações em cada uma das alternativas, envolvendo comunidades remanescentes do Brasil Colônia.

ENADE Comentado 2008: Geografia

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Justificativa para a alternativa C ser a correta: O objetivo da questão é assinalar a opção incorreta, que corresponde à letra C. As afirmações contidas nessa opção são incorretas, pois: em primeiro lugar, nem todos os países citados têm comunidades de afrodescendentes; em segundo lugar, mesmo aqueles que tenham recebido escravos negros, esses não estão politicamente organizados, no sentido de reivindicar o seu reconhecimento. Deve-se ainda considerar que há muito pouco tempo esses países começaram a se organizar internamente, enquanto unidades políticas autônomas. O reconhecimento da diversidade cultural em um país implica o amadurecimento da população como um todo.

Justificativa das razões para a inadequação das demais respostas: As demais opções trazem afirmações corretas sobre as comunidades tradicionais vinculadas às áreas rurais, como a dos quilombolas, a dos caiçaras e a dos faxinais, que somente a partir da Constituição de 1988 passaram a ser reconhecidas. O objetivo é de preservação da sua identidade cultural, fruto do contexto do Brasil Colônia, e de seus conhecimentos da biodiversidade resultantes da proximidade com a natureza. Considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos: Esse conteúdo é relevante para os estudos geográficos, pois o reconhecimento da diversidade cultural se impõe cada vez mais no mundo globalizado. Mas, ao mesmo tempo, esse tema nem sempre recebe o tratamento adequado nas leituras e debates realizados, porque os grupos minoritários têm uma reduzida visibilidade, particularmente, ao se localizarem nas áreas rurais. Referências: CLAVAL, Paul. A geografia cultural. Florianópolis: Ed. UFSC, 2005. CORRÊA, Roberto; ROSENDAHL, Zeny. Paisagem, imaginário e espaço. Rio de Janeiro: Ed. da UERJ, 2001. YÁZIGI, Eduardo. A alma do lugar. São Paulo: Contexto, 2002.

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

QUESTÃO 28 Analise as asserções a seguir.

O atual momento, caracterizado por análises sobre territórios agrícolas cada vez mais vastos, é o momento da criação do meio técnico, que substitui o meio natural,

porque

a modernização agrícola tem sido testemunhada não só quanto aos capitais, mas também quanto à tecnologia e às formas de organização do espaço agrário.

Acerca dessas asserções, assinale a opção correta (A)

As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.

(B)

As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda não é uma justificativa correta da primeira.

(C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. (D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. (E)

As duas asserções são proposições falsas

Tipo de Questão: asserção e razão Gabarito: alternativa (E) Autor: Ana Regina de Moraes Soster e Teresinha Maria Furlanetto Marques Comentários: Os conteúdos avaliados nesta questão estão associados às disciplinas de Geografia da Produção e do Consumo, e Geografia Agrária. Referência a competências/habilidades: A questão exige do candidato a competência leitora e relacional e a habilidade de analisar as diferentes afirmações em cada uma das alternativas relativas à organização do espaço agrário, à introdução de mudanças tecnológicas e ao aporte de recursos. ENADE Comentado 2008: Geografia

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Justificativa para a alternativa E ser a correta: A alternativa E está correta, pois as duas asserções contem informações que não procedem. A primeira assertiva está errada, pois embora o atual momento se caracterize por análises sobre os territórios agrícolas, esses não são “cada vez mais vastos”, ao contrário, o crescimento populacional, a expansão das áreas urbanas, os processos de desertificação resultantes de ações antrópicas, entre outros, têm favorecido a redução das áreas agrícolas. Pode-se ainda acrescentar que o momento atual não corresponde ao momento da “criação do meio técnico, que substitui o meio natural”, e sim da expansão do meio técnico-científicoinformacional, o qual ampliou de forma acelerada as articulações entre os elementos constitutivos da rede produtiva presente nas áreas agrícolas. A segunda assertiva é verdadeira ao afirmar a existência de uma modernização tecnológica e reorganizações no espaço agrário, porém está errada ao afirmar a modernização dos capitais, pois o que houve foi a modernização na forma como os capitais são investidos no setor, favorecida pelos avanços tecnológicos.

Justificativa das razões para a inadequação das demais respostas: As demais alternativas são inadequadas, uma vez que partem do pressuposto de que uma das assertivas é verdadeira.

Considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos: A compreensão dos processos de organização e reorganização do espaço rural é extremamente relevante para a leitura do mundo globalizado, uma vez que o acadêmico de Geografia, tanto licenciado como bacharel, deve ser capaz de relacionar e compreender os reflexos dos avanços tecnológicos no processo produtivo e na organização dos territórios. Referências: SANTOS, Milton. Meio técnico científico informacional. São Paulo: HUCITEC, 2004. SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil território e Sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001. OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. Modo capitalista de produção e agricultura. São Paulo: Ática, 1987. 58

SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

QUESTÃO 29 A adoção da bacia hidrográfica como área de trabalho para avaliação ambiental segue a orientação de um ato legal — a Resolução CONAMA n.º 1/2006, que, em seu art. 5º, item III, assim estabelece: “(...) definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos, denominada de área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza”. Na mesma linha, a FAO (Foods and Agriculture Organization) recomenda o planejamento adequado de bacias hidrográficas, considerado fundamental para a conservação de regiões tropicais. Rosely Ferreira dos Santos. Planejamento ambiental. Teoria e prática. São Paulo: Oficina de Textos, 2004 (com adaptações).

Diante do acima exposto, infere-se que

I

a previsão, o controle e o monitoramento dos efeitos ambientais a jusante das pequenas bacias, com a finalidade de outorga da cobrança e uso da água, são de fundamental importância;

II

a bacia hidrográfica deve ser avaliada como um sistema complexo, aberto, onde fluxos de matéria e energia circulam, criando redes contínuas e descontínuas;

III

a forma e o tamanho da bacia hidrográfica não apresentam grandes diferenças nos resultados dos estudos ambientais, mas a intensidade pluviométrica, sim.

Assinale a opção correta. (A)

Apenas um item está certo.

(B)

Apenas os itens I e II estão certos.

(C) Apenas os itens I e III estão certos. (D) Apenas os itens II e III estão certos. (E)

Todos os itens estão certos.

Tipo de Questão: escolha combinada de resposta correta Gabarito: alternativa (B) Autor: Roberto Heemann Comentários:

ENADE Comentado 2008: Geografia

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Identificação dos conteúdos implicados na questão: Águas superficiais (limites de bacias hidrográficas, montante e jusante), hidrogeologia e monitoramento ambiental. Referência a competências/habilidades envolvidas: A competência leitora e relacional está evidenciada na questão pela reflexão a respeito do conceito aplicado de limites de bacias hidrográficas e sua importância para o correto monitoramento ambiental.

Justificativa para a alternativa B ser a correta: O item I faz referência a previsão, controle e monitoramento dos efeitos ambientais a jusante das pequenas bacias, isto é, garante que potenciais fontes contaminantes serão detectadas em casos de descarga e/ou vazamentos. Portanto, esse monitoramento é de fundamental importância para a outorga da cobrança e uso da água. O item II também está correto, pois a bacia hidrográfica pode ser considerada como um sistema complexo, aberto, em que fluxos de matéria e energia circulam, criando redes contínuas e descontínuas.

Justificativa das razões para inadequação das demais alternativas: O item III não é verdadeiro porque a forma e o tamanho da bacia hidrográfica são fatores importantes nos resultados dos estudos ambientais, refletindo a abrangência de potenciais impactos, o alcance de medidas mitigadoras/contenção, bem como o mais adequado sistema de amostragem e monitoramento ambiental a ser utilizado. A intensidade pluviométrica é um entre vários fatores a serem considerados nos estudos ambientais.

Considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos na questão, da realidade acadêmica e profissional do estudante: A questão 29 relaciona o monitoramento ambiental com o correto enquadramento da bacia hidrográfica, permitindo a outorga da cobrança e uso da água pelos órgãos competentes. É de grande procedência para os estudantes

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

interpretarem o desafio do conceito de relação econômica e de fiscalização para o uso sustentável da água. Referências: PINTO, N.S.; MARTINS, J.A.; HOLTZ, A.C.T. Hidrologia de superfície. São Paulo: Edgar Blucher, 1973. SANTOS, Rosely Ferreira dos. Planejamento ambiental. Teoria e prática. São Paulo: Oficina de Textos, 2004 (com adaptações). TUCCI, C.E.M. (Org.). Hidrologia – Ciência e Aplicação. São Paulo: EDUSP, 1993. TUCCI, C.E.M.; HESPANHOL, I.; CORDEIRO NETO, O.M. Gestão de Água no Brasil. Brasília: UNESCO, 2001. VILLELA, S.M.; MATTOS, A. Hidrologia aplicada. São Paulo: McGrawHill do Brasil, 1975.

ENADE Comentado 2008: Geografia

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QUESTÃO 30 Analise as asserções a seguir.

Planejamento ambiental corresponde ao processo que leva ao estabelecimento de um conjunto coordenado de ações, visando à consecução de determinados objetivos, através de uma linha ética de desenvolvimento,

porque

envolve, como política pública, estudo detalhado e preciso do meio físico, biótico e socioeconômico de uma dada região, não constituindo, pois, uma simples planificação de ações.

Acerca dessas asserções, assinale a opção correta.

(A)

As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.

(B)

As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda não é uma justificativa correta da primeira.

(C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. (D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. (E)

As duas asserções são proposições falsas.

Tipo de Questão: asserção e razão Gabarito: alternativa (A) Autor: Ana Regina de Moraes Soster e Teresinha Maria Furlanetto Marques Comentários: Os conteúdos avaliados nesta questão estão associados às disciplinas de Geografia Ambiental, Geografia do Brasil e Paisagens Climato-Botânicas e Monitoramento Espaço Ambiental.

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

Referência a competências/habilidades: A competência relacional está evidenciada na questão por meio da análise das duas assertivas. Além disso, exige do candidato competência leitora.

Justificativa para a alternativa A ser a correta: A letra A corresponde à alternativa correta porque as duas asserções são verdadeiras, e a segunda é uma justificativa da primeira. O planejamento ambiental tem um caráter holístico e só é possível a partir de uma ação do estado embora deva articular os outros segmentos da sociedade, em particular

as

populações

envolvidas,

considerando-se

a

sustentabilidade

socioambiental. Exige ainda um estudo técnico detalhado e preciso dos aspectos físicos dos seres vivos e da sociedade. Nesse sentido além das condições socioeconômicas deve-se levar em conta os contextos culturais da área em estudo.

Justificativa das razões para a inadequação das demais respostas: As demais alternativas são inadequadas, pois partem do pressuposto de que uma das assertivas é falsa, alternativas C, D e E, e a alternativa B, embora apresente as duas proposições como verdadeiras, a segunda não é indicada como justificativa da primeira.

Considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos: O acadêmico de Geografia, em particular o bacharel, deve ter clareza a respeito das variáveis que compõem um planejamento ambiental de uma dada região. Deve considerar também as questões relacionadas à ética e à sustentabilidade socioambiental.

Referências: MENEGAT, Rualdo; ALMEIDA, Gerson (Orgs.). Desenvolvimento Sustentável e Gestão Ambiental nas cidades - Estratégias a partir de Porto Alegre. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004. ROSS, Jurandyr. Geomorfologia, Ambiental e Planejamento. São Paulo: Contexto, 2010. VITTE, Antonio Carlos; GUERRA, Antonio José Teixeira (orgs.). Reflexões sobre a geografia física no Brasil. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.

ENADE Comentado 2008: Geografia

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QUESTÃO 31 O Ministério do Meio Ambiente, com o objetivo de indicar áreas prioritárias e estratégias para a conservação da biodiversidade, apresentou dois estudos sobre nível de prioridade, cujos resultados, para anos distintos, estão resumidos nos mapas a seguir.

Pela observação dos mapas acima e com base na Política Nacional de Meio Ambiente, é possível constatar que (A)

As grandes áreas de reservas indígenas deixaram de ser contempladas no mapa I.

(B)

O aumento significativo de áreas prioritárias observado no mapa I deve-se à ampliação de políticas públicas.

(C) A gestão de áreas protegidas é limitada por organizações da sociedade civil de interesse público. (D) As áreas fragmentadas, em ambos os mapas, oferecem poucos riscos demográficos e genéticos, apesar dos efeitos de seu isolamento. (E)

O estabelecimento e o manejo das áreas protegidas restringem-se à composição local de espécies, ao aparecimento e desaparecimento de ecossistemas e à mudança da paisagem.

Tipo de Questão: escolha simples de resposta correta Gabarito: alternativa (B) Autor: Ana Regina de Moraes Soster e Teresinha Maria Furlanetto Marques Comentários:

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

Os conteúdos avaliados nesta questão estão associados particularmente à disciplina de Geografia Ambiental.

Referência a competências/habilidades: A questão exige do candidato a competência leitora e relacional através de uma leitura espaço-ambiental na qual é preciso que o aluno localize, reconheça os aspectos envolvidos na questão e os relacione para a interpretação.

Justificativa para a alternativa B ser a correta: A alternativa B está correta, pois pode-se afirmar que, a partir da década de 90, os conflitos existentes nas décadas anteriores, 70 e 80, dão origem a um conjunto de projetos alternativos possibilitados por um conjunto de redes internas e externas que priorizam a biodiversidade. As discussões a respeito das questões ambientais são ampliadas internamente acompanhando os movimentos ambientais existentes no mundo. Exemplo disso foi a Agenda 21, a Rio 92 e a criação do Ministério do Meio Ambiente, entre outros eventos que levaram à ampliação de políticas públicas referentes ao setor, particularmente na região amazônica, como as Reservas Extrativistas, as Unidades de Conservação e a demarcação das terras indígenas, correspondendo a 36% do território da região (BECKER; STENNER, 2008, p. 36). Deve-se destacar, porém, que embora as questões socioambientais estejam hoje em outro patamar, ainda são relevantes as dificuldades existentes na região, como bem referem Becker e Stenner (2008, p. 28), há, contudo, que se registrar os problemas (...) a dificuldade de inserção nos mercados, em virtude de carências gerenciais, e de problemas de acessibilidade e competitividade; a sua característica pontual, não alcançando escala significativa de atuação ao nível de tão vasta região; e, por consequência, sua falta de autonomia.

Justificativa das razões para a inadequação das demais respostas: A alternativa A está incorreta, pois as áreas indígenas apresentam prioridade extremamente alta. A alternativa C é incorreta, uma vez que o Estado se faz presente na região com geopolíticas específicas, em particular aquelas oriundas do MCT.

ENADE Comentado 2008: Geografia

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A alternativa D é incorreta ao afirmar que as condições de isolamento reduzem os riscos demográficos e genéticos na medida em que estas mesmas condições dificultam o controle e a proteção das áreas protegidas, e a alternativa E está incorreta porque as áreas protegidas não podem ser consideradas de forma isolada. Tanto do ponto de vista socioambiental como do econômico, estas áreas estão articuladas e precisam ser pensadas de forma contextualizada considerando aspectos e condições que muitas vezes extrapolam seus limites, como no caso dos recursos hídricos, por exemplo.

Considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos: Os conteúdos envolvidos na questão são extremamente relevantes para os graduandos em Geografia, tanto licenciados como bacharéis, pois o conhecimento do país pressupõe o reconhecimento das nossas diferenças, necessidades e características. Ao mesmo tempo, as questões geopolíticas e ambientais estão presentes nas tomadas de decisão para o planejamento e viabilização de políticas públicas nas quais o geógrafo tem papel relevante junto a equipes interdisciplinares. Referências: BRASIL. Política Ambiental Integrada para o Desenvolvimento Sustentável. Relatório de Gestão 2003:2006. Ministério do Meio Ambiente. BECKER, Berttha K.; STENNER, Claudio. Um futuro para a Amazônia. São Paulo: Oficina de Textos, 2008. CHRISTOFOLETTI, Antonio; BECKER, Bertha K.; DAVIDOVICH, Fany R.; GEIGER, Pedro P. (orgs.) Geografia e Meio Ambiente no Brasil. São Paulo: Hucitec e Annablume, 3. ed. 2002.

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

QUESTÃO 32 No artigo Os Biocombustíveis, o Etanol e a Fome no Mundo, Nelson Bacic Olic afirma que a expressiva alta dos alimentos nos últimos dois anos e a crise alimentar que vem afetando muitos países pobres como o Haiti, Burkina Faso e Níger, entre outros, levou vários especialistas ligados a organismos multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional, a afirmar que esses problemas poderiam se alastrar por outros países e eram causados pela expansão dos cultivos dedicados à produção de biocombustíveis (o etanol em particular) em detrimento daqueles dedicados à alimentação humana. Com relação a esse assunto, analise as asserções a seguir.

O problema da crise alimentar decorre de uma combinação de fatores que atuam de forma diferenciada em vários países

porque

a produção norte-americana do etanol já consome cerca de 20% do milho produzido no país e essa cultura vem avançando gradativamente sobre áreas de outros plantios.

Acerca dessas asserções, assinale a opção correta.

(A)

As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.

(B)

As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda não é uma justificativa correta da primeira.

(C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. (D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. (E)

As duas asserções são proposições falsas.

Tipo de Questão: asserção e razão Gabarito: alternativa (B) Autor: Teresinha Maria Furlanetto Marques Comentários:

ENADE Comentado 2008: Geografia

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Identificação dos conteúdos implicados na questão: Na questão 32 os conteúdos avaliados estão associados às disciplinas de Estudos de População, Geografia Econômica e Estudos Regionais.

Referência a competências/habilidades envolvidas: A questão exige do candidato a competência leitora e serve para medir níveis de comportamentos mais complexos como as habilidades intelectuais, especialmente a análise de relações.

Justificativa para a alternativa B ser a correta: As pistas para a resolução da questão estão no texto e na asserção e na razão. O acadêmico deve verificar primeiro a veracidade de cada proposição e, em seguida, verificar se existe entre elas relação de causa. As duas proposições são verdadeiras, mas não existe relação de causa/efeito entre elas. Nelson Bacic Olic, em seu artigo Os Biocombustíveis, o Etanol e a Fome no Mundo, na Revista Pangéa, em 29/04/2008, comenta que existe, em primeiro lugar, uma preocupação no mundo com a redução do lançamento de gases-estufa no ambiente. Em segundo lugar destaca a redução da dependência dos países em relação ao petróleo, então os biocombustíveis (etanol) apresentam-se como uma alternativa viável para o atendimento dessas questões. Os EUA são os maiores produtores mundiais de milho, e a decisão dos governos dos Estados Unidos e os governos da União Europeia em aumentar a produção de álcool acirra as discussões, pois significa a utilização de áreas agrícolas para a produção de biocombustíveis e não de alimentos, o que poderia aumentar a fome entre os países africanos, já tão afetados por esse flagelo. As duas asserções estão corretas e a segunda não é justificativa para a primeira, pois a fome no mundo é mais antiga e decorre de outros fatores, tais como preço, frustração de safras, má distribuição entre os consumidores, condições climáticas, água, entre outros, muito mais do que a produção de milho para o fabrico de etanol. Por outro lado, o aumento da lavoura de milho nos EUA para a produção de etanol, certamente, utiliza terras de outros plantios, o que poderia diminuir a oferta de alimentos para o mercado externo.

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

Referências: AYERBE, Luis Fernando. Estados Unidos e América Latina – A construção da hegemonia. São Paulo: UNESP, 2002. KARNAL, Leandro. Estados Unidos – A Formação da Nação. São Paulo: Contexto, 2005. SEBASTIÁN, Luis de. África, Pecado da Europa. Madrid: Trotta, 2006. VIZENTINI, Paulo F; RIBEIRO, Luiz D.; PEREIRA Ana Lúcia D. Breve história da África. Porto Alegre: Leitura XXI, 2007.

ENADE Comentado 2008: Geografia

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QUESTÃO 33 O colapso da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e da Iugoslávia e o caos praticamente total em países como Somália, Libéria, Serra Leoa e Afeganistão estão provocando a emergência de novas e preocupantes formas de violência. FONT, Joan Nogué e RUFI, Joan Vicent. Geopolítica, identidade e globalização. São Paulo: Annablume, 2006 (com adaptações).

Considerando as ideias do texto acima, julgue os seguintes itens. I

Os processos separatistas representam o avanço das ideias nacionalistas apoiadas pelos princípios do capitalismo.

II

Tanto nos países desenvolvidos como nos emergentes, a violência foi incrementada como resultado da polarização social.

III

O lado obscuro da globalização pode ser observado no incremento da violência e do crime.

Assinale a opção correta. (A)

Apenas um item está certo.

(B)

Apenas os itens I e II estão certos.

(C) Apenas os itens I e III estão certos. (D) Apenas os itens II e III estão certos. (E)

Todos os itens estão certos

Tipo de Questão: escolha combinada de resposta correta Gabarito: alternativa (D) Autor: Antônio Carlos Castrogiovanni Comentários: Identificação dos conteúdos implicados na questão: Os conteúdos trabalhados na questão são desenvolvidos particularmente nas temáticas de: Geografia Política, Tensões e conflitos mundiais e Globalização.

Referência a competências/habilidades envolvidas: É preciso conhecer a Geografia Política e seus principais conceitos, para compreender expressões como separatismo, nacionalismo, países emergentes, entre outras.

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

Relacionar os conceitos básicos da Geografia Política a uma situação de tensões e conflitos atuais permite interpretar possíveis tendências da organização do espaço mundial.

Justificativa para a alternativa D ser a correta: Trata-se de uma questão que exige a escolha combinada de resultados, e estão corretas duas afirmações propostas: as de números II e III. A afirmação II está correta, pois coloca a polarização social como uma das causas da incrementação da violência em países emergentes. A afirmação III está correta, pois cita pontos negativos da globalização: o aumento da violência e o crime.

Justificativa das razões para inadequação das demais alternativas: A afirmação de número I está incorreta, pois relaciona processos separatistas como consequência de pensamentos nacionalistas.

Considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos na questão, da realidade acadêmica e profissional do estudante: O conteúdo da questão é atual e exige conhecimentos vitais da Geografia Política; aborda algumas tensões que não são retratadas pela mídia com frequência, mas que demonstram tendências futuras. Referências: FONT, Joan Nogué; RUFI, Joan Vicent. Geopolítica, identidade e globalização. São Paulo: Annablume, 2006 (com adaptações). FRANCO, Paulo S. S. e MORAES, Marcos A. de. Geopolítica, Apocalipse do Século XX. Campinas, Átomo, 2000. MELLO, Leonel Itaussu Almeida. Quem tem medo da geopolítica? São Paulo, Hucitec, 1999.

ENADE Comentado 2008: Geografia

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QUESTÃO 34 Os gestores públicos do município X, atentos às transformações espaciais ocorridas no município e preocupados em garantir a qualidade dos recursos naturais da região, resolveram elaborar edital para a contratação de serviço técnico especializado para o município. Para a zona rural, são exigidos cadastros georreferenciados de todas as propriedades rurais de acordo com a legislação federal em vigor, mapeamento de todas as áreas de preservação permanente, mapeamento das áreas de reserva legal para todas as propriedades. No sítio urbano do município, exige-se o cadastro georreferenciado de todos os arruamentos, quadras, lotes, edificações, rede de energia elétrica, rede de saneamento básico. Considerando a situação hipotética acima apresentada, assinale a opção em que é apresentado o instrumental mais adequado, do ponto de vista técnico, para a execução do serviço. (A)

Imagens de sensoriamento remoto do satélite Landsat 5 TM; cartas topográficas na escala de 1:10.000; equipamento para posicionamento por satélites de navegação.

(B)

Aerolevantamento na escala de 1:20.000 para a área urbana, e de 1:2.000 para a zona rural; equipamento para posicionamento por satélites de navegação.

(C) Imagens de sensoriamento remoto do satélite Ikonos; cartas topográficas na escala de 1:10.000; equipamento para posicionamento por satélites de navegação. (D) Imagens de sensoriamento remoto do satélite CBERS II, cartas topográficas na escala de 1:10.000; equipamento para posicionamento por satélites geodésicos. (E)

Aerolevantamento na escala de 1:2.000 para a área urbana, e de 1:10.000 para a zona rural, equipamento para posicionamento por satélites topográficos.

Tipo de Questão: escolha simples de resposta correta Gabarito: alternativa (E) Autor: Regis Alexandre Lahm Comentários: Identificação dos conteúdos implicados na questão: Geoprocessamento, sensoriamento remoto, aerofotogrametria, cartografia, posicionamento por satélites, legislação ambiental, escalas cartográficas.

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

Referência a competências/habilidades envolvidas: Análise visual de produtos advindos da teledetecção, noções de escala cartográfica, posicionamento geodésico.

Justificativa para a alternativa E ser a correta: Para a consecução dos objetivos propostos previstos pela Legislação Federal, são necessários produtos cartográficos com escalas grandes, para visualização dos alvos, que podem ser provenientes de produtos de aerolevantamento ou de sensores de alta resolução ortorretificados. Também são necessários aparelhos de GPS com precisão e acurácia.

Justificativas para inadequação das demais alternativas: A – Imagens do sensor Landsat TM 5 não possuem a resolução espacial (que é a de 30m X 30m) adequada à observação de alvos, tais como arruamentos, quadras, lotes, edificações, rede de energia elétrica, rede de saneamento básico. Também não são as mais indicadas para a visualização de propriedades rurais que possuem pequenas superfícies. Do mesmo modo, as áreas de preservação permanente e as áreas de reserva legal de pequenas superfícies não são detectadas por esse tipo de sensor. Além disso, satélites de navegação não têm precisão geodésica para atingir os objetivos do edital. B – Nesta questão, além de as escalas para análise visual estarem invertidas (deveria ser escala maior de 1:2000 para área urbana e escala menor de 1:20.000 para área rural), os Satélites de navegação não têm precisão geodésica para atingir os objetivos do edital. C – As imagens do satélite Ikonos, desde que ortorretificadas, até poderiam servir para atender o edital, mas a resposta não faz menção à ortorretificação, e, ainda assim, satélites de navegação não têm precisão geodésica para atingir os objetivos

do

edital.

As

cartas

topográficas,

desde

que

oriundas

de

aerolevantamentos atuais, poderiam servir para consecução de parte do edital. Porém, a alternativa não faz menção a isto. D – O sensor CBERS II, com resolução espacial de 20 X 20m, não permite análise visual da área urbana e da área rural de maneira a atender o referido edital;

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ou seja, não podem ser observados em nível de detalhe alvos como arruamentos, quadras, lotes e propriedades rurais e áreas de preservação permanente com pequenas superfícies.

Considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos na questão, da realidade acadêmica e profissional do estudante: É de extrema importância que profissionais da área de Geografia saibam definir as resoluções espaciais adequadas, provenientes dos mais variados sensores que capturam imagens orbitais, bem como aerofotos verticais advindas de aerolevantamentos, para poderem detectar nos produtos oriundos da teledetecção, o que realmente pode ser observado a partir destes produtos. É importante também relacionar a escala cartográfica dos produtos mencionados visando a medição e a comparação entre as cartas topográficas e a superfície real do globo terrestre. Referências: MOREIRA, Maurício Alves. Fundamentos do sensoriamento remoto e metodologias de aplicação. 2. ed. Viçosa: UFV, 2003. NOVO, Evlyn Márcia Leão de Moraes. Sensoriamento remoto: princípios e aplicações. 3. ed. São Paulo: Adgard Blucher, 2008. 388 p. RAISZ, Erwin. Cartografía general. Barcelona: Omega, 1953. 453 p. RICCI, Mauro; PETRI, Setembrino. Princípios de aerofotogrametria e interpretação geológica. São Paulo: Nacional, 1965. ROCHA, Cézar Henrique Barra. Geoprocessamento: tecnologia transdisciplinar. Juiz de Fora: C. H. B. Rocha, 2000. 220 p. VALDÉS, Francisco Doménech. Prácticas de topografía, cartografía, fotogrametría. Barcelona: CEAC, 1997. 387 p.

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

QUESTÃO 35 Os mapas temáticos podem ser construídos levando-se em conta vários métodos; cada um deles apropriado às características e à forma de manifestação (em pontos, em linhas, em áreas) dos fenômenos considerados em cada tema, seja a abordagem qualitativa, ordenada ou quantitativa. Pode-se empreender também uma apreciação sob o ponto de vista estático ou dinâmico. Assim, é possível agrupar esses métodos em quatro categorias fundamentais de representação: qualitativa, ordenada, quantitativa e dinâmica.

De acordo com os métodos de representação e a forma de manifestação dos fenômenos geográficos, os mapas I, II e III, acima apresentados, são classificados, respectivamente, em: (A)

Mapa zonal e ordenado; mapa linear e quantitativo; mapa pontual e ordenado.

(B)

Mapa zonal e qualitativo; mapa linear e ordenado; mapa pontual e qualitativo.

(C) Mapa zonal e qualitativo; mapa linear e quantitativo; mapa pontual e quantitativo. (D) Mapa zonal e qualitativo; mapa linear e quantitativo; mapa pontual e ordenado. (E)

Mapa zonal e ordenado; mapa linear e qualitativo; mapa pontual e qualitativo.

Tipo de Questão: escolha simples de resposta correta Gabarito: alternativa (D) Autor: Regis Alexandre Lahm Comentários:

ENADE Comentado 2008: Geografia

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Conteúdos da Questão: Cartografia temática, representações gráficas, domínio dos códigos, semiologia gráfica, relações de similaridade/diversidade (percepção dissociativa, associativa e seletiva), ordem e de proporcionalidade, representação por pontos, linhas e áreas (zonais).

Referência a competências/habilidades envolvidas: Análise visual de mapas temáticos, interpretação de representações gráficas, emprego de representações de caráter zonal, linear e pontual, tradução de variáveis visuais, distinção entre variáveis qualitativas, quantitativas e ordenadas e identificação visual em um só golpe.

Justificativa para a alternativa D ser a correta: O mapa I apresenta polígonos fechados (abordagem zonal) com dimensão espacial

qualitativa

(representação

de

microrregiões);

são

as

microrregiões

estabelecidas pelo IBGE para o Estado do Amapá e que levam em consideração, como critérios, a presença de elementos do quadro natural, relações sociais e econômicas particulares, produção propriamente dita, distribuição, troca e consumo, tentando incluir as atividades urbanas e rurais em caráter totalizante (cf. IBGE, 1990, p. 8). O mapa II apresenta linhas graficadas de caráter quantitativo, pois a relação de proporção é imediata; quanto mais fina a linha, menor o fluxo de carros, informando assim o número de automóveis que percorrem as vias por dia (nº Carros/ dia). O mapa III não possibilita a leitura de sua legenda de forma clara (o tamanho da figura na questão não permite a leitura de sua legenda); o que poderia ser um problema, apresenta formas pontuais que evidenciam ordenação, visto que, na legenda, o que está sendo mostrado (apesar de pouco claro) é, provavelmente, e, por eliminação das demais alternativas, uma informação ordenada.

Justificativa para inadequação das demais alternativas: A – Esta alternativa apresenta o mapa I como sendo zonal e ordenado. Com base nos critérios apresentados (IBGE, 1990, p. 8) e na própria legenda no mapa, tal consideração não condiz com o referido mapa. Dito de outro modo, o

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mapa I não pode ser considerado como ordenado, pois as diferentes tonalidades apresentadas servem, nesse caso, apenas para diferenciar as microrregiões do IBGE

(similaridade/diversidade),

caracterizando-o

como

um

mapa

que

proporciona uma percepção seletivo-qualitativa. Assim, embora as outras proposições da alternativa, as respectivas aos mapas II e III (“‘mapa linear e quantitativo’ e ‘mapa pontual e ordenado’”) estejam corretas, os motivos aduzidos tornam incorreta a alternativa A. B – Esta alternativa é incorreta porque, apesar de o mapa I ser zonal e qualitativo e o mapa II ser linear, o que é correto, o mapa II não é ordenado, pois não ordena categorias e sim quantifica o nº carros/dia. Por sua vez, o mapa III é pontual (única afirmação não temerária acerca desse mapa). Porém, em virtude de sua legenda não estar clara não se pode afirmar se o mesmo é qualitativo (apresentando relações de similaridade/diversidade) ou ordenado (categorias se ordenando espontaneamente). Aparentemente, as categorias se ordenam de forma espontânea, o que o caracterizaria como um mapa pontual e ordenado. De todo modo, a dificuldade apresentada pela terceira parte desta asserção é eliminada em virtude de, repete-se, o mapa II ser quantitativo. C – Esta alternativa apresenta o mapa I como sendo zonal e qualitativo, o que é correto. O mapa II é apresentado como sendo linear e com atributo quantitativo, o que também é correto. O mapa III é apresentado como pontual, o que é verdadeiro, porém, pelas mesmas razões exemplificadas antes, aparentemente as categorias se ordenam de forma espontânea, o que o caracterizaria como um mapa pontual e ordenado, e não quantitativo. E – Esta alternativa apresenta o mapa I como sendo zonal, mas tal mapa não pode ser classificado como ordenado, pois as categorias, em uma visão de um só golpe, não se ordenam, mas sim se classificam segundo microrregiões do IBGE (1990), caracterizando-o como um mapa qualitativo. Do mesmo modo, o mapa II, que é linear, não pode ser considerado como qualitativo, visto que ele expressa atributos de quantidade (nº carros/ dia). A última proposição desta alternativa necessita de um esclarecimento: o mapa III é classificado como pontual; o que é verdadeiro. Porém, em virtude de a legenda do mapa não ser clara, ele pode ser classificado como um mapa que contém atributos qualitativos ou categorias que se

ENADE Comentado 2008: Geografia

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ordenam de forma espontânea. Ainda assim, a alternativa é incorreta porque as duas primeiras proposições (“mapa zonal e ordenado” e “mapa linear e qualitativo”) estão erradas.

Considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos na questão, da realidade acadêmica e profissional do estudante: A questão trabalha com conceitos (re)construídos na disciplina de Cartografia Temática, relações de similaridade/diversidade (percepção dissociativa, associativa e seletiva). Tal subárea da Cartografia procura capacitar para a leitura cartográfica, bem como para a representação cartográfica. São saberes e habilidades necessárias tanto ao bacharel quanto ao licenciado em Geografia, visto que ambos são profissionais que devem saber lidar com as formas possíveis e mais adequadas para a construção de sistemas de comunicação cartográfica (semiologia gráfica). Isso tudo passa pela utilização de símbolos e sinais, visando compor uma linguagem gráfica, bidimensional, atemporal e destinada à visão, o que permite a compreensão de variáveis geográficas através da visão em “um só golpe”. É importante lembrar que todos os atlas e mapas temáticos (escolares ou não) se utilizam destas representações, o que encaminha à importância de se trabalhar com esses saberes na Educação Básica e na atuação profissional. Referências: IBGE. Divisão Regional do Brasil em Mesorregiões e Microrregiões Geográficas, v.1, 1990, p. 8. LAHM, Regis Alexandre. Técnicas de Sensoriamento remoto e geoprocessamento aplicados à cartografia. In: CASTROGIOVANNI, A.C. Inquietações geográficas. Porto Alegre: Dos Autores, 2000. p. 65-75. MARTINELLI, Marcelo. Curso de cartografia temática. São Paulo: Contexto, 1991. ______. Cartografia Temática: caderno de mapas. São Paulo: EDUSP, 2003. 168 p. ______. Mapas da geografia e cartografia temática. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2005. 112 p. NOGUEIRA, Ruth E. Cartografia: representação, comunicação e visualização de dados. Florianópolis: UFSC, 2008. 314 p.

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

QUESTÃO 36 Com relação ao ensino da geografia, analise as asserções a seguir.

A localização e o mapeamento de dados e informações espaciais não encerram uma análise geográfica, ao contrário, marcam seu início

porque

tal análise ocorre quando o sujeito aprendiz se reporta ao processo de produção do espaço e, entre outras atividades, o confronta com a configuração espacial do mapa.

Acerca dessas asserções, assinale a opção correta. (A)

As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.

(B)

As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda não é uma justificativa correta da primeira.

(C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. (D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. (E)

As duas asserções são proposições falsas.

Tipo de Questão: asserção e razão Gabarito: alternativa (B) Autor: Regis Alexandre Lahm e Roselane Zordan Costella Comentários: Identificação dos conteúdos implicados na questão: Cartografia, localização, mapeamento, análise geográfica e metodologias de ensino.

Referência a competências/habilidades envolvidas: Localização espacial, análise geográfica.

ENADE Comentado 2008: Geografia

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A competência relacional envolvida na questão refere-se a aplicar metodologias de ensino na leitura e à compreensão do mapa em relação à produção do espaço. As habilidades desenvolvidas são: reconhecer o mapa como um instrumento de análise e não como um fim para a compreensão conceitual, relacionar dinamicamente a cartografia com a representação do espaço em mudanças e entender a lógica da complexidade existente entre o contexto geográfico, seu estudo e a capacidade de (re)ler a sua organização.

Justificativa para a alternativa B ser a correta: Questão extremamente difícil porque traz duas asserções que fazem proposições corretas acerca do ensino de Geografia, mas que não se complementam entre si. É verdade que uma análise geográfica não se caracteriza apenas pela localização e pelo mapeamento de dados e informações. Por outros termos, o mapa é uma ferramenta que ajuda no entendimento das dinâmicas e processos de produção do espaço (1º asserção). Logo (2º asserção), um aprendiz que queira fazer uma análise geográfica deve se referir ao processo de produção do espaço, mas depende do processo de produção do espaço, o que não necessariamente está diretamente ligado à configuração espacial de um mapa. Ou seja, à segunda proposição. A primeira asserção é verdadeira porque provoca a reflexão em relação ao comportamento do sujeito de analisar o espaço geográfico, levando em consideração que o levantamento de dados e suas compreensões estatísticas não representam o fazer geografia; os dados servem antes de tudo para serem lidos e interpretados, produzindo textualizações e interpretações analíticas. A segunda asserção é igualmente verdadeira porque o aprendiz deverá, além de compreender as análises espaciais propostas, confrontar essas análises com ferramentas cartográficas, propondo uma leitura do espaço e do mapa. A segunda asserção não justifica a primeira porque a análise e representação do espaço não se limitam à confrontação da realidade dos processos interpretativos com os dados emitidos num mapa, esta leitura é mais ampla e complexa. Enfim, o mapa é uma representação do espaço, assim devendo ser construído, reconstruído, analisado, interpretado e lido. Esse instrumento é um texto

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

em que o aprendiz constrói condições de leitura e (re)leitura. O aprendiz não se limita a confrontar informações para construir o conhecimento referente ao espaço, é necessário confrontar o conhecimento, que vai além das informações: o conhecimento, aqui referido, representa a produção do novo. Justificativa para inadequação das demais alternativas: A - Na alternativa A, a segunda asserção não é uma justificativa correta da primeira. C - As duas asserções são verdadeiras. D - As duas asserções são verdadeiras. E - As duas asserções são verdadeiras. Considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos na questão, da realidade acadêmica e profissional do estudante: É importante que o estudante e o profissional da Geografia tenham em mente que não bastam apenas a localização e o mapeamento de dados e informações para uma análise geográfica. É necessário a análise de diferentes aspectos geográficos referentes à área de estudo para que se possa analisá-la corretamente. O ensino da Geografia compreende processos que deverão ser dominados pelos alunos. A partir destes processos metodológicos se aproximam os conceitos acadêmicos da condição de ensinar, e assim torna-se indispensável compreender que aprender Geografia vai além do saber enciclopédico: representa o conhecimento com propriedade do espaço e suas razões epistêmicas de compor o objeto de estudo dessa disciplina. Referências: ALMEIDA, Rosângela Doin de; PASSINI, Elza Y. O espaço geográfico: ensino e representação 3. ed. São Paulo: Contexto, 2006. JOLY, Fernand. A cartografia. 8. ed. Campinas: Papirus, 2005. LAHM, Regis Alexandre. Técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento aplicados à cartografia. In: CASTROGIOVANNI, A.C. Inquietações geográficas. Porto Alegre: Dos Autores, 2000. p. 65-75. NOGUEIRA, Ruth E. Cartografia: representação, comunicação e visualização de dados. Florianópolis: UFSC, 2008. 314 p RAISZ, Erwin. Cartografía general. Barcelona: Omega, 1953. 453 p.

ENADE Comentado 2008: Geografia

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QUESTÃO 37 Segundo Rossato e Silva (2007), a geografia escolar ainda está longe da superação da lógica tradicional. A abordagem dos fenômenos naturais é meramente descritiva, classificatória e pouco cuidadosa, sendo desconsideradas as relações entre os elementos naturais e as inovações científicas sobre a temática, repetindo-se concepções ultrapassadas academicamente. Para romper com essa abordagem, o(a) professor(a) deve buscar práticas de ensino que incorporem contextualizações diferenciadas, a fim de proporcionar ao aluno a construção dos conceitos, a compreensão das dinâmicas dos fenômenos, e não a simples memorização. Nessa perspectiva, uma das formas de abordagem de temas relacionados à climatologia em sala de aula, por exemplo, é por meio da aproximação do conteúdo à realidade do aluno.

Considere como exemplo dessa prática a utilização da seguinte atividade.

Você vai fazer observações do tempo durante 10 dias. Para isso, utilize a tabela abaixo, escolha uma hora (que deverá ser sempre a mesma) para fazer as observações sobre o tempo e registre-as diariamente. Preencha todas as colunas, orientando-se pelas indicações apresentadas ao final da tabela.

Constitui(em) objetivo(s) que está(ão) de acordo com a atividade acima proposta

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

I

Promover um processo de ensino-aprendizagem facilitador da elaboração de conceitos ligados ao clima e associados ao cotidiano do aluno.

II

Despertar o interesse dos alunos pelas correntes teóricas específicas da área de climatologia.

III

Aplicar, sobre as condições meteorológicas, procedimentos pedagógicos que partam da vivência do aluno e avaliar sua eficiência na compreensão da dinâmica climática.

IV

Verificar a percepção dos alunos em relação ao avanço de massas de ar frias sobre a região observada.

V

Testar a aplicabilidade do registro das condições de tempo para a identificação da evolução dos sistemas meteorológicos sobre uma determinada área.

Estão certos apenas os itens (A)

I e III.

(B)

II e IV.

(C) I, II e IV. (D) II, III e V. (E)

III, IV e V.

Tipo de Questão: escolha simples de resposta correta Gabarito: alternativa (A) Autor: Antônio Carlos Castrogiovanni Comentários: Identificação dos conteúdos implicados na questão: Os conteúdos exigidos na questão referem-se às abordagens metodológicas do Ensino da Geografia. Os alunos precisam dominar os processos de aprendizagem que envolve a construção do conhecimento e o desenvolvimento de habilidades e competências que estruturem um novo pensar na educação. Referência a competências/habilidades envolvidas: A competência que se faz presente é o reconhecimento da leitura do espaço e da relação desta leitura com os conceitos que envolvem a Geografia. As habilidades exigidas são o conhecimento de metodologias adequadas ao ensino da Geografia e a compreensão de conceitos geográficos diante da apresentação de um recurso didático. ENADE Comentado 2008: Geografia

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Justificativa para a alternativa A ser a correta: As alternativas I e III estão corretas, pois as atividades relacionam os acontecimentos do lugar com os conceitos de Geografia, contemplando o que a raiz da questão evidencia quando se refere a um ensino balizado na construção e não somente na memorização. A atividade proposta representa uma análise de situações cotidianas que explicarão, certamente, as dinâmicas climáticas de forma significativa, já que parte de um contexto conhecido.

Justificativa das razões para a inadequação das demais respostas: As alternativas, II, IV e V não estão corretas, pois não condizem com os objetivos metodológicos do ensino da Geografia, e sim evidenciam outros conceitos que não estão presentes na questão: linha científica referente ao clima, evolução de sistemas meteorológicos e avanços de massas de ar. Essas alternativas não referenciam a relação aluno e contexto, e sim assuntos destacados de forma isolada.

Considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos na questão, da realidade acadêmica e profissional do estudante: Estudar os processos que envolvem a aprendizagem é de fundamental relevância para que formemos educadores em Geografia e não instrutores. As metodologias ligadas à importância da leitura do espaço e do contexto do aluno envolvem os estudos mais significativos para o ensino da Geografia. Conhecer as linhas metodológicas e saber aplicá-las torna o professor um mediador da aprendizagem, transformando as informações em conhecimento.

Referências: BECKER, Fernando. A epistemologia do professor – O cotidiano escolar. 20. ed. Petrópolis: Vozes, 2003. CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos (Org.). Ensino da Geografia: práticas e textualizações do cotidiano. Porto Alegre: Mediação, 2000. COLL, Cesar. O construtivismo na sala de aula. 6. ed. São Paulo: Ática, 2002.

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SOSTER, Ana Regina de M. e MARQUES, Teresinha M. F. (Orgs.)

COMPONENTE ESPECÍFICO QUESTÕES DISCURSIVAS

QUESTÃO 38 – DISCURSIVA

LE SANIN, J. G. Metodologia para introduzir a geografia no ensino fundamental. In: ALMEIDA, R. D. Cartografia escolar. São Paulo: Contexto, 2007, p. 107.

Tendo o esquema acima como referência, discorra acerca da geografia como ciência social voltada à organização do espaço. (valor: 10,0 pontos)

Tipo de Questão: Discursiva Gabarito: foram evidenciadas ideias indispensáveis para a realização da questão, já que não apresenta escolha simples Autor: Roselane Zordan Costella Comentários: Identificação dos conteúdos implicados na questão: Os conteúdos compreendidos e exigidos para a resolução da questão são: conceito de espaço, de tempo, de sistema, de escala, de representação e de outros que possam articular de forma epistêmica o objeto de estudo da Geografia. Referência a competências/habilidades envolvidas: A competência solicitada na questão é o desenvolvimento da capacidade de ler o mundo por meio das representações do sujeito. As habilidades para atingir esta competência estão articuladas no processo de reconhecimento de conceitos epistêmicos da Geografia, bem como na interpretação de gráficos ou figuras que simbolizam a aplicabilidade das relações deste conceito. Justificativa para que a questão fique correta: A questão evidencia um gráfico que, para interpretá-lo, o aluno precisa ter como referência reflexões que abordem: 86

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- o espaço como um sistema de ações e relações que resultam num conjunto de leituras complexas e interpretativas; - a leitura do espaço precisa levar em consideração o local e o global, promovendo a mobilidade do conhecimento das relações; - os conceitos de espaço, tempo e representação precisam estar articulados para compreender o conjunto de eventos, reconhecendo-os como um processo de continuidades, sem vazios e situações isoladas. A resolução desta questão envolve a condição do aluno de organizar o pensamento para textualizar a leitura do espaço como uma representação temporal, local, global, sistêmica e relacional.

Considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos na questão, da realidade acadêmica e profissional do estudante: É indispensável para um geógrafo ou um licenciado em Geografia saber os conceitos que embasam teoricamente esta ciência para que consigam ler o espaço trabalhado de forma articulada, responsável e competente. Tanto na pesquisa quanto no ensino, o entendimento da ciência promove o desenvolvimento da competência primordial de um profissional. Reconhecer as articulações que envolvem as ações evidenciadas no espaço capacita o aluno a aplicar este conhecimento em inúmeras análises, qualificando-o profissionalmente. Referências: CASTRO, Iná Elias de; GOMES, Paulo Cezar da Costa; CORRÊA, Roberto Lobato (Org.) Geografia, conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995. GOMES, Edvânia T.A.; CORRÊA, Roberto Lobato; ROSENDAHL, Zeni. Paisagem, imaginário e espaço. Rio de Janeiro: EDURJ. 2001. SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo. Razão e Emoção. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 1997.

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QUESTÃO 39 – DISCURSIVA Hoje, há uma crescente segmentação territorial das etapas do trabalho, intensificando-se as trocas e relações entre regiões. Esses intercâmbios frequentes e espessos não são obrigatoriamente entre áreas contíguas. Ao longo do tempo, cada lugar é alvo de sucessivas divisões do trabalho. Mas esse lugar, visto em um corte temporal, isto é, em um momento dado, acolhe simultaneamente várias divisões do trabalho. Como essas não se realizam independentemente dos fluxos, sobrepõem-se nele também diversos circuitos de produção. SANTOS, Milton e SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001, p. 143-44 (com adaptações).

Uma grande corporação multifuncional e multilocacional possui, no que se refere à sua espacialidade, não apenas diversas localizações, mas também intensas e complexas interações espaciais, envolvendo, de um lado, suas próprias localizações e, de outro, numerosas empresas e grupos. Em outras palavras, o espaço de atuação de uma grande corporação constitui um meio vital para sua existência e reprodução ampliada. Esse espaço é, por outro lado, submetido à ação da corporação, sendo diferencialmente alterado em suas dimensões e conteúdos social e econômico. CORREA, Roberto Lobato. Estudos sobre a rede urbana. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006, p. 163 (com adaptações).

Considerando os fragmentos de texto e as figuras acima apresentados, redija um texto dissertativo, analisando a dinâmica econômica e as novas territorialidades relacionadas à atividade econômica a que se referem os quadros. (valor: 10,0 pontos)

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Tipo de Questão: Discursiva Gabarito: Discursiva Autor: Antônio Carlos Castrogiovanni Comentários: Identificação dos conteúdos implicados na questão: São explorados conteúdos como Geografia Econômica, territorialidades, redes e fluxos e a partir das informações fornecidas pela questão, a partir dos quais, é necessário que o estudante escreva sobre esses assuntos.

Referência a competências/habilidades envolvidas: A competência solicitada na questão é o desenvolvimento da capacidade de ler o mundo. As habilidades para atingir esta competência estão articuladas no processo de reconhecimento de conceitos da Geografia econômica, bem como a interpretação de mapa e organograma que representam os fluxos e redes resultantes dos contextos apresentados.

Justificativa para que a questão fique correta: A questão discursiva exige primeiramente dos estudantes a leitura e interpretação das duas passagens de autores da Geografia, cada uma delas referese a determinado ponto, no entanto, ambas possuem um caminho comum e é a partir disso que se pode desenvolvê-la. Deve ser feita uma dissertação que de maneira clara e objetiva, que demonstre as novas tendências econômicas, sua espacialização e territorialidade e como elas se relacionam através de redes, com fluxos constituídos de maneira diferente do que se via anteriormente devido a novas opções de comunicação e transporte; devem ser abordadas também novas características de mão de obra e matéria-prima. Para sustentar as colocações, o aluno deve utilizar como base a indústria fumageira e sua atual estrutura locacional no Brasil, como demonstrado no organograma e no mapa apresentados.

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Considerações sobre a pertinência dos conteúdos envolvidos na questão, da realidade acadêmica e profissional do estudante: É imprescindível para um geógrafo ou um licenciado em Geografia ler o espaço trabalhado de forma articulada, responsável e competente. Tanto na pesquisa quanto no ensino, são necessários o entendimento dos processos econômicos e a constituição dos fluxos e redes nos territórios. O acadêmico deve reconhecer as articulações que envolvem as ações evidenciadas no espaço. Referências: CORREA, Roberto Lobato. Estudos sobre a rede urbana. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006. p. 163 (com adaptações). ______. Rede Urbana, São Paulo: Ática, série Princípios, 1989. SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001. p. 143-44 (com adaptações).

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QUESTÃO 40 – DISCURSIVA Compare as figuras a seguir.

Considerando as questões ambientais resultantes dos processos de apropriação dos recursos naturais, discorra sobre a construção de pequenas centrais hidrelétricas (PCH). (valor: 10,0 pontos)

Tipo de Questão: Discursiva Gabarito: Discursiva Autor: João Marcelo Ketzer Comentários: Identificação dos conteúdos implicados na questão: A temática na questão está relacionada a conteúdos trabalhados nas disciplinas da área da Geografia Ambiental, pois refere-se a: meio ambiente, impactos ambientais e águas continentais. Referência a competências/habilidades envolvidas: A competência solicitada na questão é o desenvolvimento da capacidade leitora – de ler o mundo – e a capacidade lógico-matemática para a interpretação dos dados representados nas figuras. As habilidades para atingir essa competência estão articuladas no processo de reconhecimento de conceitos da Geografia Ambiental e de Águas Continentais, bem como na interpretação das figuras que representam possibilidades de intervenção do homem no espaço. Justificativa para que a questão fique correta: A humanidade hoje demanda uma grande quantidade de energia, sendo que essa demanda aumenta juntamente com o desenvolvimento, acesso a bens de ENADE Comentado 2008: Geografia

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consumo e crescimento populacional. A utilização de combustíveis fósseis tem sido apontada como uma alternativa segura para o suprimento dessa demanda energética, porém causa danos significativos ao meio ambiente, incluindo a emissão de gases de efeito estufa, que causa a mudança de clima. Nesse sentido, a busca por fontes de energia renovável que possam contribuir para suprir a demanda energética torna-se ainda mais importante. O Brasil é um país com grande potencial hídrico para geração de eletricidade e dispõe, na atualidade, de grandes centrais hidrelétricas, onde a maior parte da energia elétrica do país é produzida. A construção (e licenciamento) de novas e grandes hidrelétricas, porém, tem enfrentado grande resistência de órgãos ambientais, devido à extensa e intensa modificação associada a sua implantação. Essas grandes centrais necessariamente precisam de um extenso reservatório a montante da barragem, formado a partir da inundação de uma grande área. A formação do reservatório pode trazer prejuízos, por exemplo, aos ecossistemas locais, ao microclima da região, às populações locais, e a emissão de gases de efeito estufa, notadamente o metano. A construção de pequenas centrais hidrelétricas, no entanto, não necessita da formação de um grande reservatório e, portanto, os impactos ambientais relacionados são sensivelmente reduzidos. Além disso, essas pequenas centrais geram energia de forma descentralizada e, quando amplamente distribuídas, têm sido apontadas como parte da solução para geração de energia e uso dos recursos naturais dentro de uma perspectiva de desenvolvimento sustentável.

Referências: TUCCI, C.E.M. (Org.). Hidrologia – Ciência e Aplicação. São Paulo: EDUSP, 1993. TUCCI, C.E.M.; HESPANHOL, I.; CORDEIRO NETO, O.M. Gestão de água no Brasil. Brasília: UNESCO, 2001. LEFF, Enrique e outros. A complexidade ambiental. São Paulo: Cortez, 2003. 342 p. PLANTENBERG, Clarita Müller; AB’SABER, Aziz Nacib. Previsão de impactos. São Paulo: Editora EDUSP, 2002. 573 p.

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LISTA DE CONTRIBUINTES

Ana Regina de Moraes Soster Antônio Carlos Castrogiovanni João Marcelo Ketzer Regis Alexandre Lahm Roberto Heemann Roselane Zordan Costella Teresinha Maria Furlanetto Marques

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