Interação Família-Escola: saberes necessários ... - Estado do Paraná

RESUMO. O presente artigo objetiva evidenciar a necessidade de uma efetiva interação família-escola e, nesse processo, a importância da afetividade no...

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Interação Família-Escola: saberes necessários para a construção de relações transformadoras Josmary Firmino de Souza Steigenberg Professora Pedagoga PDE/2007 RESUMO O presente artigo objetiva evidenciar a necessidade de uma efetiva interação família-escola e, nesse processo, a importância da afetividade no ato de educar. A partir da dificuldade de relacionamentos existente entre pais e filhos, professores e alunos foi realizado um estudo com a intenção de levantar possibilidades de dissolução desta problemática. Será descrito esse trabalho e a realização dos encontros com pais e professores, onde ocorreram reflexões sobre a educação baseada no amor incondicional e na transmissão de valores morais e de conduta. Assim, conclui-se que a família e escola são as instituições capazes de, juntas, darem encaminhamentos satisfatório para o desenvolvimento de crianças e jovens saudáveis emocional e socialmente, refletindo positivamente na aprendizagem escolar. Palavras-chave: Interação. Família-escola. Afetividade. ABSTRACT The present abstract aims to highlight the necessity of an effective interaction family-school and, in this process, the importance of affectivity in the act of educating. From the difficult of relationship existing between parents and children, teachers and students, it was done a study with the intention to raise possibilities to solve this problem. It will be described some meetings with parents and teachers, where it happened discussions about the education based in unconditional love and in the transmission of moral values and behavior. Therefore it concludes that, family and school, are the institutions capable of continuing the satisfactory development of children and young people emotionally and socially healthy, reflecting positively in the school learning. Key words: Interaction. Family-school. Affectivity. Reflexão Introdutória O sindicato dos estabelecimentos de ensino do Rio de Janeiro – SINEPE/RJ – encomendou uma pesquisa ao Ibope, a qual foi intitulada “O jovem e sua visão de mundo”, e foi realizada no período de 28 de julho a 3 de agosto de 2006, com jovens cariocas, numa proporção igual de meninos e meninas, com idades de 14 a 18 anos, pertencentes as classes A/B, C, e D/E , residentes na região central e periférica da cidade do Rio de Janeiro.

Tal pesquisa, que foi analisada e comentada por Terezinha Saraiva, no artigo “O papel da família e da Escola”, publicado no periódico Folha Dirigida (RJ – 14 Jun de 2007), revelou o que os jovens pensam sobre o mundo em que vivem, o que eles esperam do futuro, em quem confia, quem os influencia e vários outros aspectos. A pesquisa mostra que o jovem está antenado com questões nacionais e atribuem à família (77%) e escola (48%) a maior responsabilidade por garantir-lhes um bom futuro. A boa formação educacional ficou em primeiro lugar como condição para ser bem sucedido na vida. Outro destaque para a família e escola foi quando perguntados sobre as pessoas que mais influenciam a construção de seus valores, responderam que são os pais (84%) seguidos dos professores (55%). Introdução Sabemos que a família e a escola não estão preparadas para desempenhar corretamente o seu papel. É preciso rever a escola básica brasileira, conferindo-lhe a qualidade e eficiência a que o jovem acredita nela existir. Quanto à família, também deixou de desempenhar sua missão. Ela modificou-se, a cada dia os pais se afastam mais dos filhos – e estes deles – por necessidade e incompreensão. A luta pela vida, a competição sem tréguas e brutal, a falta de um amor sólido dispersaram a família, núcleo primeiro e essencial à formação de nossas crianças e jovens. Já não existe mais a mesa de jantar (SARAIVA, 2007). Mesmo com a atual fragilidade apresentada por estas duas instituições, os jovens conferem à família e a escola as principais responsáveis pela educação dos jovens e crianças. E muitos estudiosos e professores comungam deste pensamento. A falta de limites e valores morais, éticos e religiosos apresentados atualmente pela quase totalidade dos alunos, traz intrínseco o descomprometimento. E os problemas de relacionamentos observados com professores, que resultam em indisciplina e de forma mais agravante, o desinteresse pelos estudos, na maioria das vezes, quando averiguado mais profundamente, é conseqüência de uma família

desestruturada

ou

inaptidão

da

escola

em

lidar

com

as

determinantes da atual prática social global. Percebemos comportamentos, desempenhos, métodos e técnicas de vários tipos de professores: o autoritário, que vê o ato de lecionar apenas como um complemento de salário; o crítico-reflexivo, que planeja suas aulas e investe na continuidade de sua formação; o permissivo; o “mãezona”, e tantos outros, em cujas atitudes pessoais não passam despercebidas pelos alunos. Os professores abrem mão da utilização de discursos de ameaças, chantagens emocionais, controle da indisciplina através do medo e autoritarismo, promovendo o não desenvolvimento cognitivo do aluno. Como agravante desta situação a escola considera que a família está alheia a essa realidade, delegando exclusivamente ao ambiente escolar a formação de caráter. É certo que a escola possui parcela significativa para a formação moral, ética e social, mas ainda é da família a maior responsabilidade. É explicito a necessidade de resgatar valores e estabelecer limites às crianças e adolescentes, redimensionar o papel do professor diante da existência de uma profunda crise nas relações humanas, onde para exercer sua função será preciso combinar autoridade, respeito e afetividade. Intensificar a relação família-escola com o objetivo de ajudar os pais a lidarem com suas dificuldades, pois se encontram sem saber como interferir positivamente na vida de seus filhos, trazendo o abandono intelectual, emocional e social. É urgente a adoção de ações dentro de uma perspectiva da compreensão das transformações sociais ocorridas historicamente e que trouxeram como conseqüência relações conflituosas no meio familiar e escolar. É preciso abordar a educação associada à afetividade e ao amor incondicional (WEBER, 2007), onde pais e professores, através da integração, possam buscar relações que contribuem para uma formação integral. O surgimento da educação escolar

Para a discussão e eventual construção desse tipo de interação família escola, é interessante conhecer e tirar lições de alguns aspectos do histórico dessa relação. Antes do surgimento da Escola como um lugar separado de educação formal, as crianças e jovens eram educados na família e na comunidade, com a inclusão de práticas e rituais coletivos. Na Europa prémoderna as crianças eram criadas por outros adultos que não os pais biológicos. A educação formal, sinal de distinção cultural e da classe, era exclusiva dos que tinham nascido no ápice da escala social. Nas sociedades modernas e democráticas, a educação escolar tornou-se o modo de educação predominante a partir da escolarização compulsória em fins do século XIX, com uma organização específica. Historicamente, a educação tornou-se sinônimo de escola. Entretanto, a educação deve ser distinguida de escolarização, pois a aprendizagem e o desenvolvimento humano ocorrem pela experiência e participação nas várias práticas e espaços sociais ao longo de toda a vida. Mudanças na educação trazidas pelo capitalismo Ainda que não exatamente focado no desenvolvimento acima descrito, na

modernidade

capitalista,

a

educação e

a

família

se

diferenciaram e especializaram. A família extensa transformou-se em família nuclear, restrita a pai, mãe, filhos. Gradualmente, as famílias se isolaram, e pais e mães passaram a trabalhar fora de casa, reduzindo suas funções reprodutivas, econômicas e educacionais. As escolas, lugar da educação pública (em contraste com a educação doméstica), foram encarregadas da reprodução cultural letrada (dominante), dos valores sociopolíticos e da qualificação para o trabalho, assumindo funções econômicas e ideológicas (CARVALHO, 2004). A escolarização tornou-se um modo sistemático e especializado de educação, sendo considerado o contexto central do desenvolvimento individual de crianças e jovens. A

instituição

de

um

sistema

estatal

de

escolaridade

compulsória, de massa, representou, de acordo com um historiador

britânico

(TYACK

apud

CARVALHO,

2004),

o

reconhecimento

da

obsolescência da família como educadora, sua inadequação para cuidar e treinar as crianças na sociedade moderna. Durkheim também apontou a superioridade da escola sobre a família na função de socialização para a vida moderna (BIDWELL apud CARVALHO, 2004). Assim, o advento da escola de massas representou uma solução para a reprodução social e educação individual na nova ordem urbano-industrial, substituindo a família e a comunidade. A escola atendeu as necessidades de cuidado, instrução e liberação das crianças – uma solução tanto para o lazer dos privilegiados quanto para a exploração dos pobres – à medida que o trabalho infantil era erradicado,

o

ingresso

dos

jovens

no

mercado

de

trabalho

era

crescentemente adiado, o trabalho das mães, além daquele dos pais, afastava-as de casa (CARVALHO, 2004). As crianças passaram a conviver mais tempo fora de casa do que conviver com os membros de sua família. O papel socializador da família passa a ser mais difuso e a responsabilidade dos filhos mais dividida, principalmente com a escola e com a família, ampliada pelos laços de parentesco – avós, tios, irmãos, por exemplo – e de vizinhança (SARTI apud REALI; TANCREDI, 2007). Nas primeiras décadas do século XX, ocorreu o afastamento da família da escola, resultante em boa parte da ação dos defensores e instituidores da escolarização, isso trouxe uma preocupação constante, inclusive dos mesmos agentes causadores (FARIA FILHO, 2000). Busca-se então, o desenvolvimento de ações visando a reaproximação. Foram ações com intenção colonizadora da família, onde a escola, voltada somente para sua realidade, atendia interesses próprios. A ação da família é vista como uma ação complementar a da escola e a ela subordinada. Pesquisas atuais comprovam que os pais não se interessam em participar da escola, pois percebe a idiossincrasia escolar e sentem-se afastados dela. Educação de filhos em nossos dias

Sem que houvesse solução para esse impasse na atuação da família e da escola junto às crianças, após revolução dos costumes dos anos 50, houve uma série de questionamentos quanto à maneira de educar1. Pais e professores tornam-se mais flexíveis a regras, passaram a conceder mais. No

entanto

para

conquistarem

este

novo

tipo

de

relacionamento, abriram mão, por muitas vezes de seu papel de educador. Muitos pais deixaram de estabelecer regras, esquecendo-se que são os modelos morais para seus filhos, passaram a usar a conversa de forma punitiva (horas de sermão e ameaças) e não como uma forma de reflexão. Romperam com a punição e se tornaram permissivos. Porém, isto acarretou conseqüências

inesperadas.

Os

filhos

ficaram

desobedientes,

não

respeitando seus pais e professores, muitas vezes deixando de estudar, não querendo assumir compromissos profissionais, tornando-se rebeldes e por via de conseqüência, alvo fácil de grupos desviantes (GOMIDE, 2004). Paulo Freire, em seu livro Pedagogia da Indignação (2000, p. 29) inicia sua primeira carta pedagógica com destaque para essa realidade: A mim me dá pena e preocupação quando convivo com famílias que experimentam a “tirania da liberdade" em que as crianças podem tudo: gritam, riscam as paredes, ameaçam as visitas em face a autoridade complacente dos pais que se pensam ainda campeões da liberdade.

Os pais possuem controle velado de seus filhos e estão tomando consciência disso. Porém sentem-se inseguros e não correspondidos ao colocar limites e regras. A escola pode contribuir com eles construindo uma relação família-escola voltada para a superação dessas dificuldades. Ela pode ajudar a fazer com que os pais sejam capazes de acreditar num futuro para seus filhos, com atitudes de carinho, respeito, compreensão, e principalmente com autoridade, mas não autoritário. Espera-se que pais e agentes escolares estejam aprendendo a viver com lucidez a difícil relação entre autoridade e liberdade, evidenciando que ambas comprometem-se na prática educativa.

1

Brandão (2007) afirma que hoje em dia, mais do que nunca, educar é humanizar – criar, conviver e partilhar a construção solidária de um mundo justo e feliz.

Tal prática aponta para uma

educação conseqüente da

aceitação lúcida e ética, dos limites e não da obediência medrosa e cega. Segundo Weber (2007, p. 95) “disciplinar não é só fazer obedecer; é mostrar as fronteiras entre o certo e o errado, os valores, os limites. Afinal, não queremos filhos que obedeçam sem pensar, que sejam somente subservientes.” Paulo Freire (2000) nos alerta para esta contextualização, onde exemplos fazem necessários. Filhos não devem imitar cegamente os pais, mas os mesmos devem testemunhar ações coerentes entre o que se prega e o que se faz, ficando clara a busca com humildade e com trabalho, da educação em uma perspectiva ética e democrática, não assumindo atitudes puritanas. “Moral, sim, moralismo não” (FREIRE, 2000, p. 38). Os conceitos, quando ilustrados pela conduta, afirmam-se e formam-se no interior da criança (VIEIRA, 2006). Educar pelo exemplo é postura a ser assumida tanto pelos pais como professores. Papel da escola na construção da interação com a família Por ser local de conhecimentos científicos a escola pode contribuir com a família para essa prática educacional mais abrangente. Para Comenius (2002) a educação não se resume a ensinar alguns conceitos. A educação é considerada como um processo ao longo de toda a vida e ao mesmo tempo uma maneira de reorganizar e reconstruir a sociedade. Ele afirma que não fomos colocados no mundo só para sermos expectadores,

mas

também

atores.

Seus

propósitos

pedagógicos

enfatizavam a formação do homem integral (envolvendo a vertente religiosa, social, político, racional, afetivo e moral), e a necessidade da interdisciplinaridade,

da

afetividade

do

educador

e

a

interações

educacionais entre família e escola. Esse grande educador propunha respeito dos estágios de desenvolvimento do aluno, construção do conhecimento através da experiência, da observação e da ação (os exemplos são mais úteis que as regras), diálogo, e não punição. Seu pensamento educacional remete ao

profissional

da

educação

a

incumbência

da

instrução,

sendo

conseqüentemente uma das ferramentas para a transformação social, a qual será realizada pelo homem. A relação estabelecida entre professores e alunos constitui o eixo central do processo pedagógico. É impossível desvincular a realidade escolar da realidade de mundo vivenciada pelos alunos, uma vez que ambos (professores e alunos) podem ensinar e aprender através de suas experiências. Assim, conhecer a realidade do aluno e sua família, respeitando suas experiências é princípio defendido por Rousseau (apud CERIZARA, 1990), quando afirma que para educar é preciso conhecer as duas formas de desigualdade da espécie humana: a natural ou física (estabelecida pela natureza como diferenças de idade, de saúde, de força corporal) e a moral ou política (estabelecida, ou pelo menos, autorizada pelos homens e consiste nos diferentes privilégios de que alguns homens gozam em prejuízos dos outros). Portanto é preciso considerar o homem tal como ele é e também tal como ele pode ser, mesmo que não seja possível precisar até onde ele pode ir. É necessário que o educador compreenda que os alunos possuem valores historicamente construídos, independentes de quais sejam, acolha as diferentes expressões e manifestações dos mesmos junto às suas famílias, valorize e respeite a diversidade, pois cada família constitui-se de experiências, histórias e diálogos diferentes, buscando desenvolver a capacidade de observar, ouvir e aprender. Segundo Gadotti (1999) para por em prática esse diálogo, o educador não pode colocar-se na posição de quem pretende ser detentor de todo o saber; antes, colocar-se com a humilde de quem sabe que não sabe tudo, reconhecendo, por exemplo, que o analfabeto não é um homem “perdido”, fora da realidade, mas alguém que tem toda a experiência de vida e por isso também é portador de um saber. Atualmente a escola, além de ter a função de ensinar o conhecimento sistematizado, passa a ser responsabilizada por desenvolver habilidades sociais que tradicionalmente eram consideradas apenas das

famílias. A escola tem tido dificuldade em aceitar essas novas atribuições conseqüentes das mudanças sociais. Fatos são conclusivos que a escola sozinha não superará suas dificuldades. A relação família-escola deve ocorrer buscando interações qualitativas positivas entre esses ambientes socializadores e educativos. A melhoria dessas relações é um caminho de mão dupla, mas devido a sua especificidade

educativa

deve

partir

preferencialmente

da

escola,

contemplando não apenas os problemas escolares, mas conhecer o modo de ser e de viver dos pais e alunos, sem descaracterizar os papéis das instâncias envolvidas. Nesse aspecto a escola deve criar um ambiente receptivo à participação, de modo que as famílias possam sentir-se aceitas, conhecer e compreender

o

trabalho

realizado

e

contribuir,

dentro

de

suas

possibilidades, com o trabalho escolar. A relação família-escola deve ser tratada com estratégias específicas para seu real contexto de ações voltadas para a educação integral da criança e adolescente. Ambiente escolar: disciplina e afeto Esse esforço na construção das respectivas ações está pautado na percepção de que nossos alunos gostam da escola. Basta observarmos como eles adoram a hora do intervalo, as conversas nos corredores, as idas para a quadra de esporte, as visitas propositais à biblioteca. Parece que eles não gostam é da sala de aula porque ela não é o seu espaço, ainda. A sala é o espaço do professor, onde por muitas vezes com sua autoridade autoritária2 tenta anular física e psicologicamente os seus alunos. Sobre essa postura equivocada, o psiquiatra Augusto Cury desafia, “para ser um professor fascinante é preciso conhecer a alma humana para descobrir ferramentas pedagógicas capazes de transformar a sala de aula num oásis, e não numa fonte de stress” (CURY, 2003, p. 62).

2

Vincula-se ao uso da força e da violência (GROPPA, 1999)

Ainda que haja discordância filosófica com o respectivo autor, não se pode ignorar que é importante a existência de afetividade, confiança, empatia e respeito entre professor e alunos. Entretanto professores não podem deixar que tais sentimentos interfiram no cumprimento ético de seu dever de professor. Não é certo, sobretudo do ponto de vista democrático, que serei tão melhor professor quanto mais severo, mais frio, mais distante e “cinzento” me ponha nas minhas relações com os alunos [...] A afetividade não se acha excluída da cognoscibilidade. O que não posso obviamente permitir é que minha afetividade interfira no cumprimento ético de meu dever de professor no exercício de minha autoridade. Não posso condicionar a avaliação do trabalho escolar de um aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele. (FREIRE, 1996, p. 159-60)

Nesse contexto a disciplina em sala de aula está diretamente ligada a prática docente, que deve ter autoridade por competência3, moral e técnica. Para Reali e Tancredi (2007) os professores muitas vezes se esquecem de que na maioria dos casos, a indisciplina e o desrespeito são provavelmente conseqüências do tratamento que dão aos alunos e ao conteúdo desenvolvido. Apesar de procurarem o apoio das famílias nessas situações conflituosas, os professores em geral resistem às interferências familiares, especialmente se essas direcionarem aos temas que ensinam, ao seu fazer pedagógico e, muito especialmente, se a interação é iniciada pelos pais. Acrescentam ainda, que as famílias e os alunos são responsabilizados por problemas que não são de sua competência, que ocorrem, no geral, na sua ausência, e em um espaço que não é a sua casa. Os professores devem dominar o conteúdo e não ter receio de admitir falhas; adaptar métodos e procedimentos em função da real necessidade de seus alunos; saber lidar com as diferenças individuais; estar aberto ao diálogo; e demonstrar dedicação profissional, senso de justiça, caráter, competência e hábitos pedagógicos didáticos necessários à organização escolar. Tudo não obstante de uma prática afetiva. O professor deve estar sempre pronto a refletir sobre sua metodologia, sua postura e a 3

Vincula-se à admiração nutrida nas relações a partir do prestígio e da competência (GROPPA, 1999)

replanejar sua

prática,

estimulando

a

aprendizagem,

a

motivação,

objetivando a formação de um aluno consciente, autônomo, digno, participativo da sociedade e transformador de sua realidade. Pais e professores: a busca da educação compartilhada – um relato de experiência Ciente da complexidade do processo acima descrito, o presente trabalho desenvolveu-se na perspectiva de contribuição para que essa afetividade fosse um pouco mais discutida entre pais e professores, e desencadeasse ações práticas. A necessidade da interação família-escola está baseada na busca coletiva de soluções para problemas evidentes nas escolas atualmente, como a falta de limites, valores e perspectiva de vida apresentada pelos alunos, traduzidos tão claramente pela indisciplina e dificuldade de relacionamento professor/alunos, refletindo negativamente no processo ensino-aprendizagem. Com o objetivo de promover a participação de familiares no processo educativo realizado pela escola, proporcionar aos familiares, momentos de reflexão sobre suas relações e dar oportunidade aos professores a resignificação de seu papel, no ano de 2008 aconteceram no Colégio Estadual Talita Bresolin – Ensino Fundamental e Médio, do município de Califórnia/PR, encontros com professores e familiares dos alunos. Nesse difícil trabalho um dos grandes alvos é agir para minimizar o caráter aversivo que tem a escola para a maioria dos pais. Ao propor os encontros, a intenção foi aproximar escola e família, lembrandoas que possuem o mesmo objetivo: fazer com que a criança ou adolescente se desenvolva em todos os aspectos e ter sucesso na aprendizagem. Dialeticamente,

investiu-se

para

possibilitar

aos

pais

e

professores discussões sobre a questão da decisão, da opção, da ética, da educação e de seus limites, viabilizando a manutenção de famílias sadias, comprometidas, amorosas e responsáveis entre seus membros, fazendo

com que professores dêem espaço a afetividade, adquirindo posturas em sala de aula, onde o aluno sinta-se querido no ambiente escolar. Paulo Freire (2000, p.33 e 39) nos permite confiar nas mudanças quando afirma que o que nos dá a possibilidade de novas ações é porque somos seres humanos e vivemos no mundo com ele e com os outros, e mudá-lo é tão difícil como possível. Assim, descrevem-se abaixo as ações realizadas. 1.

Verificação

da

viabilidade

da

realização

de

encontros

promovendo a interação família-escola a) Pesquisa Aplicada Em um período anterior a realização dos encontros houve uma verificação da viabilidade da proposta através da pesquisa aplicada. Utilizando como recurso um questionário, que foi distribuído aos pais e responsáveis participantes da terceira reunião bimestral do referido estabelecimento de ensino, no segundo semestre do ano de 2007. Compareceu a reunião 250 pais/responsáveis, sendo entregue o mesmo número de questionário, o qual foi levado para ser discutido em família. Houve o retorno de 153 questionários. Na ocasião da distribuição foi apresentada a finalidade do estudo, como preencher o questionário e comunicado que a devolução seria através dos alunos. No questionário (Anexo A) distribuído aos pais e responsáveis havia a descrição da proposta com objetivos e professor responsável. Era composto por quatro questões fechadas, havendo duas questões abertas. A questão inicial procurou verificar se a realização dos encontros de pais na escola seria importante para o aprendizado dos alunos, e 81% dos questionários preenchidos apontavam como sendo muito importante e 19% definia como importante. Quanto à periodicidade, 9% preferiam os encontros semanais, 25% quinzenais e 68% mensais.

Ao serem questionados sobre os possíveis assuntos para se estar discutindo nos encontros, os pais e responsáveis sugeriram temas sobre a adolescência, suas implicações e dificuldades. O estabelecimento de limites e regras, a inserção de valores (éticos, morais e religiosos) na vida da criança e adolescente, sexualidade, a utilização de drogas lícitas e ilícitas, papel dos pais e professores na escola, relações humanas na escola e família, direitos e obrigações na escola, violência urbana, a importância do saber escolar e evasão escolar. Tais respostas mostram que os pais e responsáveis estão preocupados com assuntos referentes tanto a vida escolar como social da criança e adolescente. Concluindo a pesquisa foi questionado se os pais e responsáveis participariam destes encontros, caso os mesmos fossem concretizados, 81% responderam que participariam e 6% que não participariam. Demonstrando que a maioria tem clara a necessidade de mudança de atitude, mostrando intenção de buscá-la. Contudo, ainda existem os que não se comprometem com novas ações. Após análise quantitativa e qualitativa dos dados observamos que os familiares não estão alheios aos problemas educacionais de hoje, os quais acontecem não somente na escola, mas também na família. Desejam um maior contato com a escola, pois muitos se consideram incapazes de lidar

com

situações

de

conflito,

depositando

neste

entrosamento,

expectativas de melhoria nas relações familiares. Verificou-se que é viável e necessária a implementação da proposta, sendo definido o seguinte: -

Seriam reuniões mensais para pais e professores, separadamente no início, e oportunamente juntos;

-

A participação seria espontânea, tanto de pais como professores;

-

Os encontros teriam duração de 2 horas, composto por dinâmica de grupo, leitura e reflexão de texto, discussão e comprometimento de ação;

-

As leituras seriam baseadas em produções científicas sobre a educação pela afetividade e exemplo; na transmissão de valores morais e de conduta; no amor incondicional;

-

As

discussões

seriam

momentos

em

que,

tanto

pais

como

professores, poderiam falar sobre suas dificuldades no ato de educar, abrindo-se para um diálogo de troca de experiências e conseqüente possibilidade de ajuda. b) GTR – Grupo de trabalho em Rede Outra proposta singular de verificação da viabilização da urgente interação família-escola foi o GTR – Grupo de Trabalho em Rede, que aconteceu de forma virtual, com professores de vários municípios do Estado do Paraná. Distantes visivelmente, mas próximos por buscarem o mesmo objetivo: o conhecimento para a construção de uma Escola Pública de Qualidade. Os membros desse grupo trouxeram grande contribuição para a pesquisa e implementação dos encontros com os pais/responsáveis e professores na Escola. Desde as análises realizadas pelos professores do GTR sobre o Plano de Trabalho elaborado no 1º Período do PDE/2007, até a atividade de elaboração de uma proposta de interação família-escola baseada em suas realidades, considerando seus anseios e dificuldades. Entre os resultados positivos do GTR, o principal foi a troca de experiências entre professores que vivenciam realidades diferenciadas sobre o tema, mas com problemas comuns, demonstrando o mesmo anseio em vislumbrar encaminhamentos para uma melhor interação família-escola e as sugestões de ações para os encontros de pais, fazendo com que a proposta adquirisse uma conotação de construção coletiva dos professores da rede estadual do Estado do Paraná. Assim, a contribuição do GTR para a verificação da viabilidade e realização da proposta foi extremamente significativa e indispensável. 2) Reflexões sobre os encontros na escola A dura rotina imposta da grande maioria da população brasileira traz conseqüências desastrosas para a formação do “cidadão brasileiro”, que cresce preocupado com sua sobrevivência e, quando adulto, frustra-se

com suas conquistas. Vivem sem tempo para o “ser” sendo impulsionado somente para o “ter”. Assim, as pessoas não têm tempo para olhar além das suas dificuldades e perceber o outro. Muitos pais estão nesta situação. Não conseguem posicionar-se na condição de responsáveis pelos filhos. Por muitas vezes situam-se alheios aos problemas apresentados pelos mesmos, justificando-se pelas dificuldades do dia-a-dia, negligenciando na atenção e afeto necessários. Quando interpelados demonstram não ter a exata noção dos prejuízos que essa prática traria para seus filhos, prontos para reconhecer suas falhas e abertos a ajuda. Associado a esse quadro, parece que professores também não possuem fundamentação, teórica e emocional, para lidarem com alunos imbuídos de problemas sociais e familiares. Nos encontros pedagógicos sempre citam a dificuldade de compreender atitudes agressivas dos alunos, mas ao mesmo tempo afirmam perceberem a carência afetiva em todos. Estão favoráveis a busca de alternativas e dispostos a tentarem investir mais na afetividade como colaboradora no processo educativo. Com os respectivos encontros esperava-se atingir, mesmo que modestamente, a realidade conflituosa das relações humanas presente nas escolas e famílias da sociedade atual, caracterizada por professores com dificuldade de relacionamento com seus alunos e assim, demonstrando-se desanimados com sua profissão. Pais sem saber como orientar seus filhos na inserção de valores como o respeito, solidariedade, agradecimento e no estabelecimento de limites para os mesmos. Crianças e adolescentes com inversão de valores, onde o mundo consumista passa a ocupar mais espaço sobrando pouco para a afetividade e compreensão, refletindo nas atitudes de desrespeito e descaso dispensadas por alunos e filhos. Atitudes incorretas tomadas por estes, tanto na escola como na família. Após a ocorrência dos encontros, a necessidade da continuidade dos mesmos foi reforçada pelos resultados positivos, demonstrados no comprometimento da mudança de postura, tanto de pais/responsáveis, como professores.

a) Os encontros com pais e responsáveis Esses encontros aconteceram em turnos diferentes e os professores eram sempre convidados a participar. Ao todo foram dez encontros, onde inicialmente tentou-se fazer com todos os pais em um mesmo horário, mas devido ao pouco aproveitamento, ocorreu a divisão por turnos. Os resultados foram melhores, tanto no comparecimento, como nas discussões. Nos encontros foi utilizado o Material Didático produzido no 2º Período do PDE/2007 (Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná), o qual é um material de apoio para professores pedagogos composto de “Orientações para grupo de reflexão para pais”, com a finalidade de dar subsídios com sugestões práticas. O material é composto por seis encontros proporcionando momentos de reflexão sobre a relação pais e filhos, abordando os temas amor incondicional, a transmissão de valores morais e de conduta determinando limites e a educação pelo exemplo. O relato sobre a dinâmica dos encontros, a seguir, tem o caráter de divulgação da experiência e, ao mesmo tempo, funcionar como sugestão para uma eventual aplicação em outra comunidade escolar. Cada encontro foi dividido em: Dinâmica: leituras de ilustrações e poesias que poderão ser exibidas em transparências ou equipamento multimídia, e brincadeiras de grupo. Todas as atividades deverão ser seguidas de discussão evidenciando seu objetivo. Leitura, desenvolvimento

do

reflexão tema

e

proposto

discussão: onde

o

momento pedagogo

para

terá

o

como

embasamento teórico às referências sugeridas. Comprometimento de Ação: é sugerido diretamente aos pais um comprometimento de ação, visando mudança de comportamento quando necessário. Conforme acima citado, outro material que foi utilizado é a “Cartilha para os Pais”, também elaborada como Material Didático do PDE, que possui sugestões simples e diretas de como os pais poderão agir com

seus filhos, para que os mesmos sintam-se amados e assim, seres mais felizes. Os familiares que participaram dos encontros sentiram-se bastante a vontade para expor suas dificuldades, deixando claro para o grupo as suas angústias em relação à experiência parental. Alguns disseram estar desanimados, pois suas tentativas de manter um relacionamento amoroso com seus filhos sempre eram fracassadas. Em suas colocações demonstravam o desejo de um apoio e a vontade de ter sugestões para novas ações. Inicialmente os assuntos tratados soavam como novidades, mas no fim dos trabalhos os pais e responsáveis presentes perceberam que o que estava acontecendo no cotidiano com os filhos era o esquecimento de detalhes; como dizer “filho eu te amo”, ou então de desejar uma “boa noite”. A dinâmica de motivação e a conversa informal que aconteceu no início do encontro contribuíram para a descontração do ambiente e para iniciar a reflexão do assunto do dia. A partir daí os familiares atentos, acompanhavam e participavam das atividades propostas. Em todos os encontros o que procurou evidenciar é que o interesse dos familiares pelo aluno faz toda a diferença. Deixar muito claro a criança ou adolescente que ele é amado. E uma das formas desta demonstração de amor é preocupar-se com sua vida escolar. Foi reforçada a verdade de que não somente nos momentos críticos, de notas baixas ou indisciplina deve-se estar junto dos filhos, mas fazer do acompanhamento um hábito diário. Para incentivar a presença nos encontros havia também a distribuição de brindes para os familiares, sendo sempre materiais escolares, que poderiam promover a interação responsável-aluno. Ao término dos encontros os familiares estavam visivelmente motivados e acreditaram que muito mais mudanças poderiam ser realizadas. Para efeito de ilustração a seguir o registro de alguns encontros de pais.

. Encontro com pais na quadra de esporte do C. E. Talita Bresolin

Foto: Josmary, 2008

Foto: Raquel, 2008

. Momento de uma das dinâmica de motivação propostas no encontro de pais

Foto: Josmary, 2008

Foto: Josmary, 2008

. Encontros de pais e responsáveis dos alunos do período vespertino, na sala de reuniões do C.E. Talita Bresolin, que contou com a presença do Profº Ms Juarez Gomes - UEL

Foto: Tamires, 2008

Foto: Tamires, 2008

Foto: Tamires, 2008

b) Encontro com professores e pedagogos Houve encontros específicos para professores do Colégio Estadual Talita Bresolin e pedagogos do município (escolas municipal e particular, centros de educação infantil e centros de contra-turno social). Os participantes refletiram sobre sua prática pedagógica, conscientizaram de que a família dos alunos é parceira importante para a aprendizagem. Lembrando que a criança é um ser social e, por isso, traz consigo vivências que comprometem suas atitudes e rotinas e, através do Modelo Sistêmico, conhecer a família dos alunos e a escola, fará com que todos se sintam mais integrados. O principal ponto dos encontros foi fazer com que professores e pedagogos planejem o seu fazer pedagógico dando mais espaço a afetividade. Demonstrar mais tal sentimento em seu trabalho, como também dar oportunidades aos alunos de desenvolverem suas próprias afetividades. Isto é importante porque o ser humano pensa, sente e age e mesmo que ele possua um quociente intelectual elevado, se o seu sentir estiver comprometido, o seu agir não acontecerá ou, quando muito será inexpressivo. Baseando-se neste princípio, podemos considerar a afetividade como base da vida. Se o ser humano não está bem afetivamente, sua ação como ser social poderá ser irrelevante. Portanto, reforçamos a importância

da escola em conhecer suas famílias, só assim professores e pedagogos se sentirão mais seguros e poderão desenvolver estratégias apropriadas para lidar com atitudes conflituosas dos alunos. Conhecer para ajudar e mudar, nesta situação, é essencial. Abaixo registro fotográfico do encontro com professores e pedagogos. . O Professor orientador Juarez Gomes – UEL, esteve presente em dois encontros e conduziu um deles

Foto: Josmary, 2008

Foto: Josmary, 2008

Foto: Josmary, 2008

Foto: Josmary, 2008

. Diretor do Colégio Est. Talita Bresolin, José Paulo Voltareli, Profº MS. Juarez Gomes, Diretora-Auxiliar Silene Apª N. dos Santos e Profª PDE Josmary F. S. Steigenberg em encontro com professores

Foto: Tamires, 2008

CONSIDERAÇÕES FINAIS: A pesquisa bibliográfica realizada reforça a importância de um envolvimento mais efetivo das instituições família e escola, para a formação de um indivíduo emocionalmente saudável. Para tanto é necessário transpor as dificuldades existenciais implícitas nas mesmas. Essa interação família-escola deve ocorrer de forma sistêmica e dialética, objetivando a minimização e, a médio/longo prazo, a dissolução da problemática disciplinar presente atualmente nestes ambientes. A realização de grupos de reflexão para pais/responsáveis e professores, demonstrou que são necessário e possível a efetivação de uma maior interação família-escola, a qual deve ocorrer sem julgamentos nem interferências, mas com respeito às culturas, sabendo ouvir e trabalhar coletivamente. A família deve ser incentivada a adotar atitudes que favoreçam o sucesso do aluno, como manter conversas sobre a importância de saber ler e escrever para vida pessoal e profissional, observando diariamente os materiais escolares, orientando nas tarefas de casa. Sempre que necessário e possível, freqüentando a escola, conversando com professores e equipe pedagógica sobre o trabalho escolar como um todo. Em casa, demonstrar incansavelmente e com atitudes adequadas, o amor que sente pela criança ou adolescente. A escola, por sua vez, deve desvincular-se do conceito de família desestruturada ou desajustada como justificativa dos problemas apresentados pelos alunos, pois uma família mesmo não correspondendo aos padrões tradicionais, pode ser capaz de cuidar da formação de seus descendentes. É primordial aceitar esta realidade eminente, conhecendo e acolhendo as reais necessidades das famílias e divulgando alternativas que favoreçam melhores relações familiares. Nunca esquecendo que a escola tem um retorno positivo e significativo quando há aumento da afetividade e responsabilidade entre os membros da família do aluno. Outra atitude importante que a escola deve ter é envolver a comunidade escolar na elaboração da proposta pedagógica e nas atividades

extraclasses. Enfim, adotar todas as ações possíveis na direção de tornar o ambiente escolar não aversivo para as famílias. Estar atento para essa complexidade é importante pelo fato que no início da implementação da proposta houve baixa participação dos pais/responsáveis, devido ao horário estabelecido (todos no período noturno) e principalmente pelo desinteresse das famílias. Desinteresse criado e alimentado pela realidade escolar e social, como estigmas da falta de tempo, da inoperância diante do sistema escolar e da posição de inferioridade no contexto da aprendizagem. A partir da sensibilidade para lidar com isso no decorrer dos encontros houve um aumento na participação de pais/responsáveis, atribuído a adequação do horário (por turnos e turmas) e principalmente pela repercussão dos encontros, que apresentavam uma pauta diferenciada das reuniões as quais os responsáveis comumente participam na escola. Não demorou para que professores passassem a refletir mais sobre a importância do amor incondicional e afetividade como ingredientes do processo educativo, não de forma somente empírica, mas também utilizando a literatura constituída cientificamente. Com apenas alguns encontros

(aconteceram

quatro

encontros

em

cada

período

de

funcionamento do Colégio, ou seja, matutino, vespertino e noturno) já foi é possível

perceber

resultados

satisfatórios quanto

à

construção

do

conhecimento escolar. Houve diminuição do número de alunos que não faziam tarefas de casa e de alunos faltosos em dia de avaliações, aumentando o número de comparecimento de familiares na escola, sempre que convocados ou por sua própria iniciativa, querendo saber como está o aprendizado da criança ou adolescente. Entende-se que isso tenha sido reflexo de um aumento de responsabilidade da família para com a criança ou adolescente. Para o Ano Letivo de 2009 os encontros de pais serão previstos no Calendário Escolar do Colégio Estadual Talita Bresolin – Califórnia/PR. A equipe pedagógica, a qual será devidamente capacitada por profissionais de diferentes áreas do saber, terá a responsabilidade de desenvolver os trabalhos.

Situar professor e alunos como agentes sociais do processo de aprendizagem, os quais são sujeitos inseridos e determinados socialmente, será essencial para considerarmos a família como parte importante para o sucesso

de

uma

aprendizagem

escolar.

Assim,

compreendendo

e

valorizando a educação, juntas, mas nunca misturadas, família-escola devem buscar a (re)construção de ações transformadoras, aprimorando o processo de desenvolvimento da criança ou adolescente e a aquisição do conhecimento na escola. A partir das experiências proporcionadas pelos encontros temse a convicção que uma interação família-escola satisfatória contribui para a qualidade do ensino público. Que tal prática pode ser implantada, com as devidas adequações, em todas as escolas do Estado do Paraná. Esses encontros com pais e professores focado na afetividade para as crianças e adolescentes, deverá ser somente o INÍCIO de um trabalho que pode ser PERMANENTE: a busca para transformar família e escola em verdadeiras parceiras na aprendizagem escolar.

REFERÊNCIAS ALVES, Giovanni. Reestruturação Produtiva, Novas Qualificações e Empregabilidade.

Disponível

em:


www.diaadiaeducacao.pr.gov.br> Acesso em: 20maio 2007. BARBOSA, Eliana. Relacionamento entre pais e filhos. Disponível em: Acesso em 17 abr. 2007. BENETT, Vicki. Mandando bem. Trad. Vera Whately e Nancy Campi. São Paulo: Ed. Fundamento Educacional, 2004. BERKENBROCK, Volney

J.

Petropolis: Ed. Vozes, 2003.

Dinâmicas para

encontros de

grupo.

BOLLMAN, Cleusa M.. et al. Interação Pais e Escola. Revista PEC, Curitiba, v. 1, n. 1, jul. 2000. BRANDÃO, Carlos R. O desafio de formar pessoas através da educação. Disponível em: Acesso em: 20maio 2007. CARR-GREGG, Michael. Criando Adolescentes. Trad. Márcia Claúdia Alves. São Paulo: Ed. Fundamento Educacional, 2003. CARVALHO, Maria E. P. Modos de educação, gênero e relação escola-família. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 34, n. 121, abr. 2004. CERIZARA, A. B.. Rousseau: a educação na Infância. São Paulo: Scipione, 1990. CHAPMAN, Gary e CAMPBELL, Ross. As cinco linguagens do amor das crianças. São Paulo: Mundo Cristão, 1999. COMENIUS. Didática Magna, trad. Ivone Castilho Benedetti, 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002. CURY, Augusto J. Pais brilhantes, professores fascinantes. São Paulo: Academia de inteligência, 2004. FARIA FILHO, L. M. Para entender a relação escola-família: uma contribuição da história da educação. São Paulo em Perspectiva. São Paulo, v. 14, n. 2, abr/jun. 2000. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Indignação: Cartas Pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Ed. UNESP, 2000. GADOTTI, M. Convite à leitura de Paulo Freire. São Paulo: Scipione, 1999. GOMES, Juarez. Escola e família: a educação de filhos através das “cinco linguagens do amor”, uma proposta de prática escolar. In: Semana da Educação, n. IX, 2007. Londrina:UEL. GOMIDE, Paula I.C. Pais presentes, pais ausentes: regras e limites. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004. GROPPA, Julio (org.) Autoridade e Autonomia na Escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Ed. Summus, 1999. HICKMANN, Roseli. Escola e família: às voltas com os tênues limites da disciplina. Disponível em: . Acesso em: 04 jun.2007. OLIVEIRA,

Sergio.

Limites.

Disponível

em:

Acesso em 17 abr. 2007. REALI, Aline M. M.; TANCREDI, Regina M. S. P. Visões de professores sobre as famílias de seus alunos: um estudo na área da educação infantil. Disponível em: http://www.ced.ufsc.br. Acesso em: 04 jun. 2007. SARAIVA, Terezinha. O papel da família e da escola. Folha Dirigida, Rio de Janeiro, 14 jun. 2007. SZYMANSKI, Heloisa. A relação Família Escola: desafios e perspectivas. Brasília: Ed. Plano, 2001.

VIEIRA, Cristina C. L. Melhores pais, melhores filhos: educar pelo exemplo: reflexões para pais e professores. Petrópolis: Vozes, 2006. WEBER, Lídia. Eduque com carinho: equilíbrio entre amor e limites. Curitiba : Juruá, 2005. ZAGURI, Tânia. Relação Professor/Aluno, Disciplina Saber. Revista Pátio, São Paulo, ano 2, n. 8, 1999.

ANEXO

“ANEXO A” COLÉGIO ESTADUAL TALITA BRESOLIN – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Aluno:______________________________________ série:_____ turma:____ Pai/Responsável:__________________________________________________ (não é necessário a identificação) Maio/2007 PROJETO: “Grupo de reflexão para professores e pais: saberes necessários para a construção de relações transformadoras” RESPONSÁVEL PROFESSORA PDE– Josmary Firmino de Souza Steigenberg DESCRIÇÃO: Visa orientar famílias e educadores na prevenção de conflitos familiares e escolares, ajudando no desenvolvimento da criança e adolescente. Por favor, responda aos questionamentos. Este projeto será construído com a sua colaboração. Obrigada. Profª Josmary 1. Você acha que encontros com pais e professores para o aprendizado e esclarecimento sobre a educação e escola de seus filhos é: a) ( ) Muito importante b) ( ) Importante c) ( ) Pouco importante d) ( ) Sem nenhuma importância 2. Estes encontros , na sua opinião, deveriam ser: a) ( ) semanal b) ( ) quinzenal c) ( ) mensal

3. Quais assuntos seriam interessantes e necessários para estarmos conversando nos encontros? Marque quantas sugestões quiser. a) ( ) Adolescência: o que é e dificuldades b) ( ) Limites e Regras c) ( ) Valores d) ( ) Sexualidade e) ( ) Drogas f) ( ) Papel de pais e professores na Escola g) ( ) Relações humanas na família 4. Escreva sugestões sobre temas que poderiam ser discutidos nos encontros_____________________________________________________________________ _____________________________________________________________ 5. Você participaria destes encontros? ( ) SIM

( ) NÃO