A Justiça e o Amor em Aristóteles - eses.pt

dádiva, partilha e companheirismo. É acima de tudo, o amor desinteressado como o amor que uma mãe tem pelo filho. O amor erótico, designado...

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ÉTICA E DEONTOLOGIA DA COMUNICAÇÃO  Docente: Professor Doutor Ramiro Marques   

A Justiça e o Amor em Aristóteles    Discente: Pedro Ricardo Carvalho Gonçalves ‐  n.º 143 

 

                2º Ano/Diurno  ‐  2008/2009 

  Aristóteles  (384‐322  A.C)  foi  um  filósofo  grego  nascido  na  cidade  de  Estagira,  Macedónia.  Filho  de  Nicômaco, Aristóteles foi criado ao lado de um grupo de médicos, amigos de seu pai. Aos dezoito anos foi  para Atenas onde entrou na Academia, tornando‐se seguidor de Platão, o que marcaria profundamente sua  biografia.  Aristóteles  está  entre  os  mais  influentes  filósofos  gregos  contribuindo  em  diversas  áreas  do  conhecimento,  evidenciando‐se  na:  física,  política,  ética,  metafísica,  lógica,  psicologia,  biologia,  zoologia…  Por ter sido influente em várias áreas do conhecimento, Aristóteles foi apelidado de “o estagirita”, pela sua  terra natal, Estagira.    Tendo  em  conta  a  tarefa  solicitada,  o  meu  trabalho  desenrola‐se  tendo  como  base  um  documento  extraído da página Web do Professor Doutor Ramiro Marques que trata precisamente “A Justiça e o Amor  em Aristóteles”.  Desta  forma  será  conveniente  começar  pela  definição  de  conceitos  que  abordam  este  mesmo  tema.  Reportando‐nos  ao  título  do  documento,  segundo  o  autor,  o  termo  “justiça”  vem  do  latim  “justitia”  que  significa conformidade com o direito e sentimento de equidade.   Aristóteles analisa esta virtude como sendo única e exclusiva da sociedade. Toda a cidadania está ligada a  um conceito de justiça.Considera esta como sendo a virtude ética mais importante.  Neste sentido interessa uma definição o mais correcta e exacta possível do termo Justiça que pode ser  dada pelo filósofo Santo Agostinho, como sendo a virtude que dá a cada um aquilo que lhe é devido.  Assim, justo é aquele que cumpre a lei como aquele que realiza igualdade.  

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Sendo  a  justiça  a  base  da  sociedade,  o  julgamento  constitui  a  ordem  da  sociedade.  O  julgamento  é  a  aplicação da justiça.  Para Aristóteles, a justiça denota legalidade e igualdade entre o forte e o fraco, entre o que tem o poder  e o que não tem.  Assim,  o  conceito  justiça,  aplica‐se  tanto  em  relação  à  justiça  em  geral  (tem  como  objectivo  o  bem  comum)  como  à  justiça  particular  (nos  casos  particulares  em  que  existe  riquezas  passíveis  de  divisão.  Havendo pessoas diferentes envolvidas, é possível que não haja uma distribuição igualitária de bens).  A justiça é uma virtude que uma pessoa justa respeita quando faz acções justas não retirando proveito  para  si  mas  sim  provocando  um  equilíbrio  entre  ambas  as  partes.  Numa  acção  injusta,  obter  demasiado  benefício é sofrer injustiça, e pelo contrário, obter benefício em demasia é cometer injustiça. O contrário da  justiça é a injustiça que é caracterizada por uma desproporção no que é benéfico ou prejudicial para si ou  para o outro. O injusto, agindo conscientemente, viola a lei e falta à igualdade. Assim, se as acções forem  produto do imprevisto, as acções podem‐se considerar justas ou injustas mas quem as praticou não pode ser  assim  chamado.  Como  refere  o  autor,  na  obra  de  Aristóteles  (Ética  a  Nicómaco),  existem  dois  tipos  de  justiça:  a  justiça  distributiva  que  é  aquela  que  consiste  na  repartição  ou  distribuição  de  bens  segundo  os  méritos  de  cada  um  e  como  tal  não  se  aplica  a  igualdade.  Quanto  à  justiça  comutativa,  esta  consiste  em  contratos  gerais  tal  como  empréstimos,  compras  e  vendas.  Este  tipo  de  justiça  deve  respeitar  a  igualdade  entre os bens trocados.  Quando falamos em amor (do latim: “amore”) apontamos para um desejo ou afeição.   Segundo o autor, os gregos utilizavam diversos vocábulos para designar o conceito amor. Desta maneira  eram atribuídos três sinónimos (amizade, amor erótico, amor  divino). Assim,  a amizade era descrita como  “Philos” ou “Philia”. Para Aristóteles, este conceito era considerado o mais importante, pois a amizade é a  virtude mais necessária à vida. A amizade é a condição da felicidade, forma de fugir à infelicidade, ao mesmo  tempo  é  útil,  agradável  e  boa.  A  amizade,  o  amor  desinteressado  pelo  outro,  a  amizade  entre  pessoas  virtuosas  que  desejam  o  bem  entre  elas  e  não  pensam  em  retirar  utilidade,  torna  este  conceito  o  mais  utilizado. Assim, a “philia” pode ser descrita como o amor ternura, o amor expansivo que se fundamenta na  2   

dádiva, partilha e companheirismo. É acima de tudo, o amor desinteressado como o amor que uma mãe tem  pelo filho.  O  amor  erótico,  designado  pelos  gregos  como  “eros”,  era  visto  como  o  amor  carnal,  sexual,  fundamentando‐se no desejo pelo outro, isto é, a paixão amorosa.  O  amor  divino  era  designado  como  “agapé”.  Este  refere‐se  ao  amor  dado  sem  contrapartida,  isto  é,  representa o amor incondicional pela vontade e pelo pensamento do homem.  Tendo em conta os diferentes tipos de amizade que Aristóteles classifica, destacam‐se aqueles que mais  se aproximam com o significado de “philia”. A amizade entre iguais e diferentes. Existem amizades baseadas  no  bem  e  aquelas  baseadas  simplesmente  na  utilidade  e  no  prazer.  Este  último  tipo  de  amizade  constitui  uma forma incompleta de amizade uma vez que um dos elementos da relação apenas se aproveita do outro  para tirar proveito dele. Existe uma amizade por interesse que se funde na diferença. Um exemplo bastante  prático deste tipo de amizade prende‐se por exemplo com o rico e o pobre. O pobre é amigo do rico por não  ter aquilo que o rico tem e desta forma tenta tirar proveito do rico. Uma amizade fundada no proveito e no  prazer  rapidamente  acaba  assim  que  se  deixa  de  ter  necessidade  desse  mesmo  prazer.  Pelo  contrário,  a  relação  de  amizade  entre  pessoas  de  bem,  é  a  amizade  mais  perfeita  e  que  exige  generosidade  das  duas  partes.  Mesmo  provocando  prazer,  este  tipo  de  amizade  não  é  utilitário.  Só  o  bem  pode  dar  origem  à  amizade autêntica e perfeita. Assim, fica provado que só a amizade entre pessoas de bem, que partilhem os  mesmos  interesses  e  que  sejam  mutuamente  generosas,  é  que  podem  atingir  o  patamar  da  amizade  perfeita. Porém, o amor dos pais para com os filhos traduz‐se numa relação de desiguais. Neste caso, sendo  uma  causa  biológica,  uma  vez  que  os  filhos  são  obra  dos  pais  e  fruto  da  sua  relação  e  como  tal  descendentes, este tipo de amizade, ainda que entre pessoas diferentes, pode aspirar à perfeição.             

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Webgrafia  •

http://www.eses.pt/usr/ramiro/docs/etica_pedagogia/A%20JUSTIÇA%20E%20O%20AMOR%20EM% 20ARISTÓTELES.pdf  



http://pt.wikipedia.org/wiki/Aristoteles 



http://miguelblogportugal.blogspot.com  



http://images.google.pt/imgres?imgurl=http://alandroal.weblog.com.pt/arquivo/rosa.bmp&imgrefu rl=http://flaviasilva.wordpress.com/2008/04/20/simbologia‐da‐ rosa/&usg=__Jk9LOd9oqJyRCVtfiEViuAFMiRo=&h=371&w=440&sz=479&hl=pt‐ PT&start=1&um=1&tbnid=umJvZVvfRUnKkM:&tbnh=107&tbnw=127&prev=/images%3Fq%3Drosa% 26hl%3Dpt‐PT%26sa%3DN%26um%3D1  

 

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