Aroma Gosto Sabor vo - esac.pt

• Seres humanos: odores detectados ... papilas gustativas e (C) gomos gustativos. ... Se a soma dos diâmetros iónicos está abaixo do KBr (0,658 nm)...

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Os sentidos

Olfacto

Visão

Paladar Audição Tacto

Gosto, aroma, sabor, flavour sinó sinónimos? • Aroma: Aroma determinado pelos compostos voláteis dos alimentos percebidos pelo nariz, por via retronasal. • Gosto: Gosto sensações relacionadas com o paladar (por exemplo, ao apertar o nariz enquanto se prova determinado alimento). • Sabor: Sabor sensações mais complexas, que associam a estimulação dos gomos gustativos e células receptoras olfactivas, e dos elementos tácteis e térmicos da língua e da cavidade oral. • Flavour: conceito de análise sensorial que engloba, pelo menos, dois fenómenos, o gosto e o aroma.

Odor, aroma, sabor • Poucos aromas, e pouquíssimos alimentos permitem uma distinção clara entre odor e sabor. sabor

• O aroma de um alimento raramente depende de uma substância!

• Identificar substâncias responsáveis por elementos particulares do aroma.

• Cromatografia gasosa (GC) técnica analítica valiosa na detecção química dos aromas.

A quí química do olfacto • Eventualmente o primeiro sentido a ser desenvolvido pelo Homem;

• O olfacto foi durante muito tempo o mais enigmático dos nossos sentidos porque não se compreendiam os princípios básicos para reconhecer e recordar cerca de 10 000 odores diferentes;

• Olfacto depende de receptores sensoriais que respondem à presença de certas moléculas presentes na atmosfera.

A quí química do olfacto • Seres humanos: odores detectados no epité epitélio olfactivo (pequena porção de tecido amarelo localizado no topo da cavidade nasal, aproximadamente ao nível dos olhos)

Órgãos envolvidos na recepção de odores

A quí química do olfacto • Os odores são percebidos por células receptoras olfactivas distribuídas no epitélio olfactivo

Principais estruturas numa célula receptora olfactiva.

• Epitélio coberto de cílios e uma camada de muco • As moléculas gasosas entram no muco e interagem com os receptores

A quí química do olfacto Forma como as moléculas se deslocam através do muco até aos receptores ainda não está completamente esclarecida…

- moléculas de compostos odoríferos são solúveis água – difusão.

- transporte, através do muco, ser realizado por proteínas (OBPodour–binding proteins) que entregam as moléculas de odor às proteínas receptoras.

A quí química do olfacto

odor odor

Moléculas envolvidas na geração de impulsos eléctricos causados por odores

A estrutura da proteína receptora é alterada pela interacção com a molécula odorífera o que causa a activação ou da fosfolipasefosfolipase-C ou da adenil ciclase por parte das proteínas–G associadas aos receptores.

A quí química do olfacto FosfolipaseFosfolipase-C mensageiro: trifosfato de inositole ( IP3 – inisitol triphosphate) Adenil ciclase mensageiro: monofosfato de adenosina cíclica (c-AMP – cyclic adenosine monophosphate)

• Mensageiro activa o canal de Na+ ou de Ca+ o que provoca um potencial de despolarização ao longo da membrana da célula receptora. • Este impulso é transmitido pelos nervos ao cérebro que, interpretando também outros estímulos sensoriais, recebe o impulso como um odor. odor • Muitas vezes, o estímulo acciona áreas da memória que relacionam o particular odor com algo já experimentado anteriormente.

A quí química do olfacto Um determinado odor induz potenciais de acção em células receptoras olfactivas específicas. Esses potenciais originam um "mapa espacial" do padrão de células activadas, que é característico desse odor. A transposição desse "mapa" para estruturas olfactivas no cérebro (incluindo a memória) desencadeia a(s) resposta(s) motora(s) a esse odor.

A quí química do olfacto Características gerais da molécula de odor para poder provocar alterações sensoriais: - alguma solubilidade em água; - pressão de vapor considerável (o facto de serem compostos voláteis facilita a sua percepção); - solubilidade em lípidos; - massa molar não deve ser muito elevada (alguns investigadores garantem que não existe qualquer molécula de odor com massa molar superior a 294 g/mol.

Funcionamento do sistema olfactivo

Classificaç Classificação • Pode postular-se a existência de um certo número de “cheiros cheiros primá primários”, rios resultantes da excitação de certos tipos de células receptoras olfactivas.

• Várias classificações de cheiros primários; uma classificação correcta tem de depender de uma correlação entre propriedades químicas e físicas do composto odorífero e da quantidade do seu cheiro.

Classificaç Classificação Propostas de classificaç classificação de cheiros primá primários:

• gama de cheiros como misturas de cheiros fundamentais: etéreo, o aromático,

o

balsâmico,

o

ambrosíaco,

o

aliáceo,

o

empireumático, o caprílico, o repulsivo e o nauseante.

• redução a categorias como especiarias, flores, frutos, resinosos, queimado e fétido.

Os

restantes

odores

podem

ser

considerados

sobreposição da percepção desses “cheiros primários”.

como

uma

Exemplos percepç percepção olfactiva – vinhos FRUTADOS FRUTOS SECOS FRUTOS TROPICAIS FLORAL VEGETAL

uvas frescas, amoras, mirtilo, framboesa, limão, maça, cereja, pêssego, laranja, marmelo, groselha avelã, noz, amêndoa, uvas passas, ameixa seca ananás, melão, banana, lichias, maracujá rosas, violetas, gerânio, jasmim, flor de laranjeira, alecrim, giesta feno, cogumelo, erva, pimentos verdes, chá, cogumelo, trufa

EMPIREUMÁTICOS petróleo, fumo, hidrocarbonetos ESPECIARIAS

anis, canela, pimenta, cravinho, canela, baunilha

ANIMAL

veado, caça, pelo húmido, cabedal, suor de cavalo

BALSÁMICA

cânfora, cedro, cipreste, eucalipto, menta, caruma

QUEIMADO

alcatrão, café, tosta, manteiga, caramelo, tabaco, fumo

MINERAIS

quartzo, mina de lápis, iodo, naftalina

QUÍMICA

enxofre, sulfuroso, sulfídrico, acetato de etilo, TCA

Olfacto - problemas • Constipaç Constipação – obstrução das fossas nasais, menor percentagem de moléculas que atinge a mucosa. • Anosmia (“cegueira olfactiva”) – incapacidade parcial/total de detectar cheiros devido a lesões no nervo olfactivo

Factores que modificam a percepç percepção dos odores • A intensidade do estímulo é maior quando se inspira rapidamente e pelas duas narinas. • Temperatura da amostra que está relacionado com a pressão parcial da substância volátil (intensidade do estímulo).

Odor, aroma • Odor: Odor:

conjunto

de

sensações

olfactivas

devido às substâncias voláteis dos alimentos que entram no nariz através das fossas nasais. • Aroma: Aroma: conjunto de sensações olfactivas libertadas

pelos

apercebidas pelo

alimentos

na

boca

órgão olfactivo por

e via

retronasal. - os aromas são compostos voláteis que são detectados por receptores de odores no tecido olfactivo da cavidade nasal. Um só composto pode contribuir para um cheiro ou sabor típico de uma determinada comida, enquanto noutra comida pode contribuir para o efeito inverso.

Valor limiar

• Conceito de Valor Limiar de um odor: concentração mais baixa de um determinado composto que pode ser detectado pelo seu odor.

Os dados sobre concentrações limiares permitem a comparação de intensidades e potências de substâncias odoríferas.

Valor limiar Valor limiar de alguns aromas em água (20ºC)

Composto

Valor limiar (mg/l)

Pirazina

300

Etanol

100

Maltol

35

Hexanol

0,7

Vanilina

0,02

Limoneno

0,01

Valor limiar • A quantidade de substâncias voláteis nos alimentos é pequena e dentro dessas substâncias, nem todas são importantes para o aroma.

• Difícil distinguir os compostos voláteis responsáveis pelos aromas e outros contidos nos alimentos.

• Apenas algumas substâncias voláteis não provocam qualquer sensação e cheiro: - gases inertes (N2) • Outros compostos voláteis, para serem considerados aromas, têm que estar presentes no alimento numa concentração superior ao seu valor limiar.

A quí química do paladar A língua é o principal órgão do sentido do paladar!

Principais estruturas da (A) língua, (B) papilas gustativas e (C) gomos gustativos.

A quí química do paladar • Quando se ingere um alimento, as moléculas ligam-se aos receptores nas papilas gustativas que transmitem a informação ao cérebro que por sua vez, fornece a informação ao córtex. • No córtex a informação é combinada com a informação vinda dos receptores olfactivos sobre os aromas detectados. • Outros quimiossensores detectam a presença de químicos irritantes ou outros efeitos trigeminais, tais como a temperatura ou o picante (ex. o calor da pimenta e o fresco do mentol), e a nova informação é adicionada à anterior. A combinaç combinação destas sensaç sensações origina verdadeiramente a sensaç sensação de sabor !

Fisiologia do paladar

Percepç Percepção dos gostos Teorias principais para explicar o processo de tratamento da informação relacionada com o paladar: Pattern theory As células receptoras do gosto respondem distintamente (com diferentes sensibilidades e taxas de activação) aos cinco gostos básicos. O padrão de células activadas (“resposta fisiológica”) é único numa população de células receptoras

As respostas características de cada gosto/sabor.

Processo semelhante àquele descrito para o olfacto! Labelled line theory Os cinco gostos básicos são “percebidos” por cinco tipos diferentes de células receptoras do gosto que, por sua vez, activam centros nervosos do gosto distintos no cérebro através de "canais de comunicação" diferentes.

Percepç Percepção dos gostos

Paladar Em contraste com o olfacto, o gosto limita-se à percepção apenas de 5 sensações primárias, registados pelas papilas gustativas: • quatro sensaç sensações (tradicionais): (tradicionais) - o doce - o azedo (ou ácido) - o salgado - o amargo • umami O sentido do paladar está associado a receptores do gosto situados principalmente na língua.

Paladar

amargo

Mapa tradicional de sabores na língua

azedo

salgado

doce

Paladar • Substância que provoca o gosto salgado: ex: cloreto de só sódio (NaCl). • A substância que provoca o gosto azedo: ião de hidrogé hidrogénio (H+). A diferença entre ácidos orgânicos, tais como o ácido acético no vinagre e o ácido cítrico nos citrinos, é determinada pela diferente natureza dos aniões que provocam outras sensações sem ser o azedo.

• As substâncias que provocam o gosto doce: vasta classe de compostos: compostos - açúcares que diferem muito nas respectivas doçuras (ex. frutose, glicose, maltose); - α-aminoácidos; - por algumas substâncias inorgânicas (ex: sais de berílio, sais de chumbo). • As substâncias que provocam o gosto amargo: vasta classe de compostos: compostos Substâncias polares, solúveis em água e não voláteis

Sabor Sabor resulta de compostos divididos em duas classes: - Compostos responsáveis pela sensação do paladar; - Compostos responsáveis pelos odores.

Substâncias como os ácidos orgânicos de baixa massa molecular estão envolvidos tanto no odor como no sabor!

Sabor: doce Identificar o aspecto molecular (estrutura elementar comum) particular das substâncias doces: - açúcares - poliálcoois (sorbitol, manitol, xilitol) - edulcorantes sintéticos (sacarina, ciclamato de sódio, aspartame, acessulfame K…)

Mecanismo do aroma de Shallenberger

Sabor: doce Doce

Açúcares Doçura relativa (base massa)

Sacarose

1

Glicose

0,76

Frutose

1,52

Galactose

0,5

Manose

0,45

Maltose

0,43

Lactose

0,33

Rafinose

0,22

Ciclamato de sódio

30

Acessulfame K

140

Aspartame

200

Sacarina

300

Sabor: doce Shallenberger (1967)

“Mecanismo do Aroma”

Uma qualidade perceptível para sentir o aroma

Sabor: doce Mecanismo do aroma de Shallenberger

Representação esquemática da estrutura AH, B

Se AH e B estiverem próximos, formarão uma ligação de hidrogénio intermolecular entre eles e não com o receptor proteico. A conformação do anel do açúcar é crucial para a questão da doçura!

Sabor: doce Mecanismo do aroma de Shallenberger

Proteína receptora do sabor

A, B – átomos electronegativos X – parte apolar da molécula - - - ligações pontes de hidrogénio

Distância entre B e o átomo de H ligado a A : • Compostos doces: 2,5 - 4 Å • Compostos amargos: 1-1,5 Å Molécula doce Representação esquemática da estrutura AH/B/X

A conformação do anel do açúcar é crucial para a questão da doçura!

Sabor: doce

Sistema AH,B γ - Sítios lipofílicos

Sabor: doce Embora um açúcar possa ter mais de uma unidade do “mecanismo do aroma”, apenas uma de cada vez se liga verdadeiramente ao receptor. Polímeros de glicose de alto peso molecular quase não apresentam sabor doce (exemplo: amido).

Sabor: salgado Sabor estimulado pela maioria de sais inorgânicos de baixa massa molecular (ex: NaCl, KCl); Cloreto de sódio: potenciador do sabor Estudos sugerem que a distinção entre salgado do amargo de substâncias com metais alcalinos é o tamanho do composto! 0,658 nm) Se a soma dos diâmetros iónicos está abaixo do KBr (0,658 nm no qual o salgado e o amargo estão presentes, predomina o sabor salgado. Diâmetros iónicos: NaCl = 0,556 nm

Sabor salgado

KI = 0,706 nm MgCl2 = 0,850 nm Sabor amargo

Sabor: ácido ou azedo Acidez é normalmente atribuída a soluções de baixo pH! No entanto.. O ião H+ é menos importante para o sabor que as formas não dissociadas dos ácidos orgânicos que existem em alimentos ácidos.

Exemplos de ácidos dos frutos

Laranja

málico

cítrico





Limão





Uva





Cerejas

tartárico

isocítrico oxálico

√ √

Sabor: amargo Associado a classes distintas de substâncias químicas: - sais inorgânicos - compostos fenólicos: flavonóides (ex: narginina, limonina) -alcalóides (compostos orgânicos com nitrogénio no anel heterocóclico): ex: quinina, nicotina, atropina, emetina, cafeína.

Sabor (amargo) desejável: chá, café, cerveja Sabor (amargo) indesejável: vinho branco

Sabor: umami • O gosto da quinta sensação, o umami (nome nascido da língua japonesa), cujos receptores sensoriais na língua humana foram descobertos recentemente («tasle-mGluR4» - uma forma a de m-GluR4 em que falta um extremo da molécula): - certos aminoácidos, péptidos ou nucleótidos, combinados ou não sendo a principal substância responsável por este sabor o glutamato de sódio. • Substância presente em alimentos como: - alga marinha (Kelp) - carne - tomate - queijo - sardinha - leite humano e de vaca

Vias na formaç formação de aromas e odores Grande diversidade de estruturas responsáveis pelos aromas

Elevado número de reacções envolvidas na formação de compostos responsáveis por 5 sabores nos alimentos.

Vias na formaç formação de aromas e odores • Aromas nas frutas, nos vegetais, nas ervas e nas especiarias, especiarias são basicamente metabolitos secundários (compostos sintetizados por certas vias metabólicas pelos organismos, não tendo utilidade aparente nem sendo essenciais à sobrevivência). • Apesar da grande variedade de aromas encontrados nas células das plantas encontram-se semelhanças estruturais entre aromas de famílias de plantas muito diferentes. As plantas produzem esses compostos através de vias metabólicas semelhantes. • Em contraste com a diversidade aromática das plantas, a carne, o peixe, o leite e os cereais são, por si só pobres em aromas.

Vias na formaç formação de aromas e odores • Materiais vivos – aromas e sabores biossintetizados por diversos modos diferentes. • Dano ou morte de tecidos vivos e o armazenamento ou processamento de alimentos são acompanhados de alterações microbianas, enzimáticas, oxidativas ou térmicas, levando ao desenvolvimento de aromas. Exemplos: Degradação das gorduras Reacção de Maillard

Classificaç Classificação de aromas – segundo reacç reacção origem Não enzimá enzimática - Aromas desenvolvidos à temperatura ambiente, causados por reacções não enzimáticas que são detectados após o armazenamento dos alimentos. -reacções do metabolismo normal dos animais, plantas e microrganismos.

Enzimá Enzimática - reacções enzimáticas desencadeadas pela ruptura de tecidos (ex: corte de vegetais e frutas) são relevantes nos aromas. Enzimas podem ter um envolvimento indirecto na formação de intermediários de compostos com cheiro (aminoácidos a partir de proteínas; açúcares a partir de polissacarídeos, ou orto-quinonas a partir de compostos fenólicos.

Outras sensaç sensações Factores químicos que estimulam terminais nervosos de algumas membranas da cavidade bocal e nasal

Sensações de temperatura (frio/quente), adstringência, picante, sabor metálico.

Adstringência • Sensação relacionada com o amargo, sentida na cavidade oral e na língua. • Principais substâncias: polifenóis • A sensação adstringente surge porque os taninos precipitam as proteínas da saliva. • Característica desejável: frutas, sidras, vinho tinto e chá • Vinho e chá - teores de substâncias polifenólicas (taninos).

Picante • Sensação sentida ao longo da cavidade nasal • Características de temperos: Pimentas chilly, verdes e vermelhas: - capsaicinóides, capsaicina, diidrocapsaicina. Pimenta preta e branca - piperina Gengibre - gingeróis e shogaois Cravo da índia Rábano ….

OffOff-flavor, defeito de aroma • Aromas estranhos, normalmente não presentes nos alimentos, que podem surgir como resultado de perda de compostos de impacto, de uma alteração de concentrações de aroma, ou da alteração individual de compostos de aromas. • Pode ocorrer no processamento e/ou armazenamento de alimentos, embalagem, agentes de limpeza. Ex: Frutas e vegetais: acção das enzimas (lipoxigenase) durante o período de pós -colheita

OffOff-flavor, defeito de aroma • Alguns compostos responsáveis por off-flavor são produzidos como metabolitos secundários por microorganismos.

Cheiro fecal

Cheiro lamacento

Cheiro a mofo

Compostos offoff-flavor em alguns alimentos

Principais grupos de compostos de aromas e sabores Variedade vastíssima de classes de compostos responsáveis pelo aroma/sabor dos alimentos!

Compostos voláteis como: - álcoois - aldeídos - aminas - ácidos monocarbonílicos

Presentes em quase todos os alimentos

Principais grupos de compostos de aromas e sabores  Hidratos de carbono alifá alifáticos

Fraco aroma

Compostos mais importantes nesta classe: terpenos • frutas • vegetais • ervas • especiarias e vinho

Terpenos são biossinsetizados em plantas e alguns microrganismos e, em ambos, a biossintese é iniciada com a acetil-coenzima A.

Principais grupos de compostos de aromas e sabores  Hidratos de carbono alifá alifáticos Terpenos estimulam uma vasta gama de odores na sua maioria aromas agradáveis/desenvolvimento de maus cheiros em comida armazenada causada por oxidação de terpenos. Exemplo: γ-terpineno (presente no óleo do limão), oxida a p-cimeno

Principais grupos de compostos de aromas e sabores  Álcoois alifá alifáticos

não são determinantes no sabor

Mas presentes em quase todos os sabores de alimentos, e por vezes até são os componentes maioritários, exemplo: chá preto e mel. No entanto…os álcoois insaturados, como: odor banana madura demais

odor cogumelos

Principais grupos de compostos de aromas e sabores  Fenó Fenóis

compostos de maior relevância em muitos sabores, tal como no pão!

• Nos alimentos são gerados por degradação térmica de ácidos fenólicos ou lignina, ou por decomposição desses mesmos por microrganismos. • Ao usar o fumo de madeira queimada (pirólise de lignina) para fumar carnes ou peixes

enriquecer-se os alimentos com vapores de

fenol (podem penetrar no tecido muscular (peixe e carne)).

Principais grupos de compostos de aromas e sabores  Fenó Fenóis • Bebidas, tal como Scotch whisky, e manteiga têm

pequenas

quantidades de fenóis cuja presença é necessária para mascarar os seus aromas típicos.

Fenó Fenóis presentes na manteiga

• Pirólise de ácidos fenólicos : ex: ao torrar café café ou secar malte em estufas

Principais grupos de compostos de aromas e sabores Significativos nas frutas

 Ésteres

•Sintetizados em células intactas. • Durante a produção de sumo de fruta, os esteres são hidrolisados por enzimas e o aroma da fruta enfraquece. • Alguns

ésteres

de

ácidos

carboxílicos

também

detectados o café, no pão, na cerveja e no whisky.

podem

ser

Principais grupos de compostos de aromas e sabores  Ésteres Espirocí Espirocíclicos Típicos das framboesas pretas que se assemelham estrutura a “vitispirane” (sumo de uva, vinho, baunilha, amora) e a theaspirane” (framboesa, chá, rosa, marmelo) que têm aromas agradáveis.

“theaspirane”

“vitispirane”

Cheiro a fruta

Z: floral, cheiro a fruta E: floral, terra

Cheiro a framboesas pretas

Principais grupos de compostos de aromas e sabores  Ácidos carboxí carboxílicos

Encontrados

em

muitos alimentos! • relevantes na determinação de odores do queijo e da manteiga acastanhada e são ainda os responsáveis pelo cheiro rançoso da comida. •Alguns ácidos carboxílicos alifáticos são formados por biossí biossíntese ou da quebra de lílípidos. pidos

Principais grupos de compostos de aromas e sabores  Ácidos carboxí carboxílicos chá preto,  o café cacau têm em comum nitrilos como constituintes dos seus sabores. • Cianeto de hidrogénio formado na hidrólise enzimática de glicósidos cianogénicos está presente em diversos frutos tais como cerejas e pêssegos.

Principais grupos de compostos de aromas e sabores  Compostos de enxofre

contribuem notoriamente para aromas e sabores

• valores limiares muito baixos. • responsáveis por cheiros tanto extremamente agradáveis como irritantes e extremamente desagradáveis. • Um grande número de compostos de enxofre pode ser obtido da cisteí cisteína, cistina e metionina apenas por aquecimento dos alimentos que as contêm. • Compostos como o sulfureto de hidrogénio, metanotiol, sulfureto de dimetilo são formados principalmente, quando se aquecem carne, ovos, leite, tomate, batatas e morangos, juntamente com outros compostos de massas moleculares maiores.

Principais grupos de compostos de aromas e sabores  Compostos de enxofre  sulfureto de dimetilo

Aroma

 dissulfuretos e trissulfuretos

do café e do chá. Aroma

cebolas cozinhadas.

 Ácidos sulfé sulfénico e sulfí sulfínico e os isotiocianatos (óleos, mostarda) Sabor cebola, alho, alho francês, algumas variedades de couve, rabanete, mostarda e agrião.

Principais grupos de compostos de aromas e sabores  Aldeí Aldeídos

Presentes em praticamente todos os sabores de alimentos e, na sua maioria, são determinantes nos sabores já que têm aromas romas muito fortes. • Compostos são produzidos por quebra de ácidos gordos, ou aminoácidos, reacção de Maillard, caramelização ou decomposição fotossensível.

Principais grupos de compostos de aromas e sabores  Acetaldeido Principal constituinte do sabor do iogurte e é formado a partir do piruvato, noutros produtos do leite, mas com um odor menos intenso.

• Citrinos - aldeídos de cadeia longa (ex: como o 2-metilbutanal e o 2-hexenal) • Cheiro oleoso de alguns peixes - aldeídos com cadeias de 6 ou 7 carbonos • Sebo ranç rançoso - cadeias de 8 a 10 carbonos.

Principais grupos de compostos de aromas e sabores  Acetaldeido Aldeí Aldeídos aromá aromáticos, exemplo:  Benzaldeí Benzaldeído, do presente em inúmeras frutas

Cheiro a amêndoa amarga, à própria amêndoa ou à famosa bebida alcoólica amêndoa amarga  Vanilina: café café  destilados alcoó alcoólicos deixados em barris de madeira e em leite aquecido

Principais grupos de compostos de aromas e sabores  Cetonas • Metilcetonas responsáveis pelo sabor da manteiga, queijos, coco e leite fervido • Formadas a partir de ácidos gordos

Principais grupos de compostos de aromas e sabores  Lactonas

Grande variedade de estruturas e odores A maioria têm cheiros agradáveis

Principais grupos de compostos de aromas e sabores  Derivados de furano • Formados por reacção de Maillard e por degradação de hidratos de carbono ou ácido ascórbico. • Presentes em muitos alimentos que eventualmente terão sofrido aquecimento. • Especialmente as furanonas são responsáveis por uma vasta gama de aromas e sabores tal como café torrado ou sopas de carne e ananás, entre outras frutas.

Principais grupos de compostos de aromas e sabores  Pirazinas

Aromas poderosos

• Formadas pela reacção de Maillard ou por pirólise de alguns compostos aminados. • Compostos podem ser encontrados em diversas comidas processadas por aquecimento tais como café café torrado, carnes, pão, cacau, amendoins torrados e outros frutos secos torrados e até até batatas fritas. fritas • Algumas pirazinas podem ser formadas por reacções enzimáticas, por exemplo, a 2-isobutil-3-metoxipirazina (formada por biossíntese a partir da leucina) e é responsável pelo sabor quente a pimenta vermelha, ou paprica, presente nas malaguetas.

Aromatizaç Aromatizaçao de alimentos Aromatizantes - aditivos utilizados para melhorar os aromas e sabores dos alimentos, tornando-os mais apetitosos e atraentes aos consumidores. Definição mais exacta: substâncias químicas ou misturas acrescentadas a alimentos que realçam ou intensificam odores e sabores. • Estas substâncias são utilizadas porque uma boa parte dos produtos alimentares perdem parte do aroma e do sabor durante a fabricação e armazenamento. • Aromatizantes (naturais ou artificiais) são utilizados em todo o tipo de alimentos processados industrialmente: aperitivos, batatas fritas, bebidas, gelados, bolos, iogurtes, biscoitos, chás, enchidos, bebidas alcoólicas, etc. • Na indústria farmacêutica: usados em medicamentos para suplementar, modificar ou mascarar o sabor original.

Compostos aromatizantes • Fontes tradicionais de sabores naturais, ou aromatizantes naturais: - extractos de plantas, - óleos essenciais, - concentrados de frutos e compostos voláteis recuperados durante o processamento desses concentrados. • A utilização de aromas sintetizados/ aromas naturais é generalizada na indústria • Compostos sintéticos são réplicas idênticas de aromas naturais e só uma pequena percentagem de aromas sintéticos é que não são encontrados na natureza. • Consumo de aperitivos à base de batata, ou de milho, com sabores a tudo (bacon, queijo, molho tomate, cebola, etc.) excepto ao principal ingrediente que os constituem.

Compostos aromatizantes • Métodos tradicionais de extracção de aromas naturais das suas fontes: - Citrinos, sumos de fruta espremer as cascas dos citrinos de forma a obter o seu óleo (do pericárpio), sumos de frutas, essências de cascas de citrinos (do endocárpio) e óleos de sucos. - Hortelã-pimenta, ervas e especiarias destilação com arrastamento de vapor. Este método consiste em ferver o produto botânico (inteiro ou triturado) em água alimentada em vapor, na recolha dos óleos condensados juntamente com o vapor de água e, finalmente, na separação de fases.

Compostos aromatizantes Outras técnicas: •Hidrodifusão • Infusão • Extracção por álcool • Produção enzimática • Cultura de células • Extracção por dióxido de carbono supercrítico •…

Modos de apresentaç apresentação dos aromatizantes comerciais  estado líquido (mais comuns) requerem solvente (água, álcoois, óleos vegetais),  estado sólido Os componentes activos de aromatizantes sólidos são adsorvidos em suportes secos ou encapsulados em matrizes sólidas. O suporte para aromatizantes é muito variável. Suportes para ervas aromáticas: por exemplo, o sal ou o azeite. Outras aplicações: as misturas pré-preparadas secas de bolos ou gelatinas. Alguns hidratos de carbono são bons adsorventes de aminas, álcoois, cetonas e aldeídos, enquanto derivados de proteínas ligam-se particularmente bem a aminas aldeídos e cetonas.

Modos de apresentaç apresentação dos aromatizantes comerciais  emulsão componentes dos aromas não se encontram em solução, mas sim distribuídos uniformemente em microgotículas dispersas numa fase à base da água, e a emulsão é estabilizada por uma goma comestível, como por exemplo, goma arábica.  pasta mistura heterogénea de uma fase de gordura e óleo, que contém os componentes do aromatizante, com uma fase sólida. A fase sólida pode ser constituída por sal, carbonatos ou derivados de proteínas e é incompatível com os óleos. A ligação das duas fases, formando a pasta, é realizada sob arrefecimento. A aplicação mais comum de pastas é em carnes ou aperitivos.