GESTÃO DE ESTOQUES E ARMAZENAGEM: ESTUDO DE CASO NA

5 Atividades de movimentação e armazenagem que facilitam o escoamento de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo...

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GESTÃO DE ESTOQUES E ARMAZENAGEM: ESTUDO DE CASO NA EMPRESA TITO EMBALAGENS NA CIDADE DE LINS/SP Elis Araújo de Souza ¹ Profª. Dra. Fabiana Ortiz Tanoue de Mello ² ¹ Acadêmico do Curso de Tecnologia em Logística da Faculdade de Tecnologia Prof. Antônio Seabra - FATEC, Lins – SP, Brasil. ² Docente do Curso de Tecnologia em Logística da Faculdade de Tecnologia Prof. Antônio Seabra - FATEC, Lins – SP, Brasil.

RESUMO Os processos logísticos passaram a ser parte imprescindível para as empresas poderem se organizar e melhorar seus custos e faturamento. Ao longo do tempo, as organizações deixaram de considerar a Logística apenas como a atividade de transporte, mas como parte da administração e gerenciamento, seja em compras, faturamento, estocagem e armazenagem. É importante ter um sistema que faça o controle de estoque para a realização de compras assertivas e realizar uma estocagem e armazenagem eficientes na chegada de mercadorias, para que não ocorram riscos de ter mercadorias obsoletas ou até mesmo não conseguir encontrá-las dentro do armazém. Baseado na importância dos itens acima citados, este trabalho tem como objetivo analisar o processo de gestão de estoques e armazenagem na empresa Tito Embalagens. Devido à falta de profissional especializado a empresa tem dificuldades de aplicar o controle de estoques com a utilização das ferramentas necessárias indicadas na teoria, como ponto de pedido, estoque mínimo, lote econômico de compras e classificação ABC. Embora a empresa já possua um software para aplicar esse controle de forma efetiva, não o utiliza. Como não aplica estas ferramentas de controle, ocorre com frequência a falta de produtos. Em relação à armazenagem, os itens não são codificados e classificados no sistema, o que dificulta também o planejamento e controle dos estoques da empresa, bem como a localização dos itens. Palavras-Chaves: Logística. Gestão de Estoque. Gestão de Armazenagem.

ABSTRACT The logistic processes have become an indispensable part for companies organize themselves and improve their costs and revenues. Over time, organizations no longer consider just how logistics transport activity, but as part of the administration and management, whether in procurement, invoicing, warehousing and storage. It is important to have a system that makes inventory control for performing assertions purchases and conduct an efficient storage and warehousing of goods on arrival, so that there are no risks of having obsolete products or even unable to find them inside the warehouse. Based on the importance of the items mentioned above, this paper aims to analyze the process of inventory management and storage company in Tito Embalagens. Due to lack of specialized professional company finds some difficulty in implementation of inventory control and non use of the tools needed within the inventory management and storage hinders the development of the whole chain. Which will be also analyzed the importance of this deployment and how it can influence the development and highlighted the company's market. The system to implement that control the company already has, but does not use

4 it after the course of this article came to the conclusion that there will be a considerable change in the flow of purchases and a significant decrease in the absence of products that the company needs it will be possible have a purchase schedule based on available stock. Keywords: Logistic. Inventory Management. Storage Management.

INTRODUÇÃO Atualmente, a logística tem se tornado uma peça crucial para as empresas, ela abrange vários setores que podem ter algum tipo de deficiência, desde a parte gerencial até o atendimento do cliente final. É crucial à empresa saber a previsão de entrega de produtos, pois isso pode acarretar o atendimento ou não do cliente. A gestão de estoque e armazenagem deve ser acompanhada com seriedade porque a má administração dos setores de compra e vendas pode gerar problemas de falta de produtos ou até mesmo de obsolescência de mercadorias. É necessário um acompanhamento minucioso desde a chegada dos produtos até a sua estocagem no armazém. A empresa Tito Embalagens, objeto do estudo de caso a ser realizado, tem uma tradição no comércio varejista de embalagens descartáveis e de presentes na cidade de Lins há 18 anos. Ela está situada em dois prédios na área central da cidade, onde um é a loja de varejo e o outro o armazém. Neste contexto, o principal objetivo desse trabalho é analisar o processo de gestão de estoques e armazenagem na empresa Tito Embalagens, identificando os pontos críticos nestas atividades logísticas e propondo medidas para melhorar estas atividades na empresa. Essas mudanças são cruciais para que a empresa consiga atingir crescimento no mercado, pois não terá mais faltas constantes de produtos e conseguirá atender os clientes de forma mais eficiente. Após esta introdução, o trabalho apresenta a revisão teórica sobre logística (conceito, evolução, importância e atividades envolvidas). Em seguida, apresenta os conceitos e as ferramentas de gestão de estoques, a evolução, importância e práticas da armazenagem e informações gerais sobre o setor de varejo. A metodologia encontra-se no sétimo item do trabalho, seguida pelo estudo de caso na empresa analisada e pelas considerações finais e referências bibliográficas.

1 CONCEITO, EVOLUÇÃO E IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA A logística se iniciou ligada as operações militares, pois os generais tinham a necessidade de reposição de armamento, alimentação, socorro médico na hora certa no campo de batalha. Desde os tempos bíblicos os líderes militares já se utilizavam da logística. As guerras eram longas e geralmente distantes, eram necessários grandes e constantes deslocamentos de recursos. Para transportar as tropas, armamentos e carros de guerra pesados aos locais de combate onde eram necessários um planejamento, organização e execução de tarefas logísticas, que envolviam a definição de uma rota, nem sempre a mais curta, pois era necessário ter uma fonte de água potável próxima, transporte, armazenagem e distribuição de equipamentos e suprimentos. (DIAS, 2009, p.27)

A logística foi, por muito tempo, confundida com transporte e armazenagem. Conforme foi evoluindo a fabricação e distribuição de produtos, o conceito logístico foi se modificando. Segue abaixo o que podemos definir como conceito de logística:

5 Atividades de movimentação e armazenagem que facilitam o escoamento de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável. (BALLOU, 2012)

Atualmente, a logística empresarial está em crescimento. Porém, não foi sempre assim. A evolução da logística empresarial é dividida em três eras, que serão tratadas a seguir. Antes de 1950: até esta data, a logística dentro das empresas era cuidada por setores distintos. Era comum o transporte ser comandado gerencialmente pela produção; estoques pelo marketing, finanças e produção; processamento de pedidos por vendas ou finanças. Dessa forma, resultava em conflito de objetivos e responsabilidades nas atividades logísticas. Segundo Ballou (2012, p.28): “Até cerca de 1950, o campo permanecia em estado de dormência. As empresas fragmentavam a administração de atividades-chave em logística”. Logo após a segunda guerra mundial, muito conceitos logísticos foram gerados e começaram a ser utilizados atualmente. Essa influencia durou poucos anos, mas em 1945 as empresas começaram a colocar o transporte e armazenagem na responsabilidade de um único gerente. Segundo Pozo (2010, p.04): “As forças armadas da América foram os primeiros a utilizar esse conceito de logística, na Segunda Guerra Mundial, e com sucesso [...] no inicio dos anos 50.” Entre 1950 e 1970 - o desenvolvimento: entre o início dos anos 50 e a década de 60 houve uma evolução muito grande da teoria e a prática da logística. Com essa evolução da teoria, professores de marketing e administração ficaram contrariados porque as empresas davam mais atenção à compra e venda do que à distribuição física. Depois de 1970 - anos do crescimento: a logística empresarial começou a colher os benefícios de seu uso, porém as empresas pareciam estar mais preocupas com lucros do que com controle dos custos. Muitas vezes essa evolução era mascarada pela ineficiência do mercado, tanto na distribuição quanto na produção. Segundo Bowersox e Closs (2001), “A logística empresarial, como campo da administração de empresas, entrou na década de 70 em estado descrito como de semimaturidade”. Alguns eventos foram fundamentais para essa evolução, como por exemplo, as indústrias petrolíferas, que a partir de 1973 aumentaram os preços do petróleo no decorrer dos setes anos seguintes, influenciando na diminuição do mercado e no aumento da inflação. Hoje a logística não é vista somente como distribuição de materiais, mas sim como administração de materiais e distribuição física. A ligação entre setores de produção, armazenagem, compras, financeiro e marketing se tornaram mais estreitas, aproximando, assim, o conceito e prática da logística que no inicio eram duas coisas distintas. A seguir serão descritas as principais atividades logísticas, dividas em primárias e de apoio.

2 ATIVIDADES PRIMÁRIAS 2.1 TRANSPORTE É uma das atividades logísticas mais importantes porque absorve em média de um a dois terços dos custos logísticos. Nenhuma empresa, mesmo as mais modernas, pode

6 trabalhar sem uma forma de transporte, porque ela sempre terá produtos acabados e terá que levá-los até o consumidor final. [...] absorve, em média, de um a dois terços dos custos logísticos. É essencial, porque nenhuma organização moderna pode operar sem providenciar a movimentação de suas matérias-primas ou de seus produtos acabados para serem levados, de alguma forma, até consumidor final. (POZO, 2010, p.10)

Transporte refere-se aos vários modais disponíveis para movimentação de matériaprima, materiais, produtos e serviços, são eles: rodoviário, ferroviário, hidroviário, dutoviário e o aeroviário. Segundo Pozo (2010, p.10), “Ele refere-se aos vários modelos disponíveis para se movimentar matéria-prima, materiais, produtos e serviços, e os modais utilizados são: rodoviário, ferroviário, hidroviário, dutoviário e o aeroviário.” O transporte adiciona valor de "lugar" ao produto e tem sua importância reconhecida em um grande número de empresas, tanto de pequeno quanto de grande porte. 2.2 MANUTENÇÃO DE ESTOQUES O estoque agrega valor de tempo ao produto, pois envolve a disponibilidade do mesmo a ser entregue para o consumidor final. É necessário manter estoques, porém sua administração se torna um desafio para as empresas, pois envolve manter níveis os mais baixos possíveis, pelo alto custo, mas ao mesmo tempo, tendo que prover a disponibilidade certa para atender aos clientes, e isso requer uma administração cuidadosa. Segundo Ballou (2012, p.24), “O uso extensivo de estoques resulta no fato de que, em média, eles são responsáveis por aproximadamente um a dois terços dos custos logísticos, o que torna a manutenção de estoques uma atividade - chave da logística”. Para uma agregação de valor dinâmico ao estoque, ele deve estar posicionado próximo aos consumidores ou às fábricas. Manter vários pontos de estoque gera um alto custo, fazendo com que os produtos armazenados tenham adicionados ao seu valor de mercado de 25 a 30% por ano, por isso requer uma administração bem cautelosa. 2.3 PROCESSAMENTO DE PEDIDOS Esta atividade primária que inicializa a movimentação de produtos e a entrega de serviço age como um gatilho para o atendimento das necessidades de demanda, com objetivo de obter o máximo de velocidade e precisão ao mínimo de custo. Segundo Pozo (2010, p.10), “Sua importância deriva do fato de ser um elemento crítico em termos do tempo necessário para levar bens e serviços aos clientes, em relação, principalmente, à perfeita administração dos recursos logísticos disponíveis”. Essas três atividades são consideradas primárias porque o objetivo do resultado final de um pedido é conseguir atender os clientes quando e onde eles quiserem e essas atividades são cruciais para cumprir essa missão. Ballou (2012, p.25) salienta que “O resultado final de qualquer operação logística é prover serviços por conseguir mercadorias para os clientes quando e onde eles quiserem [...]”.

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3 ATIVIDADES DE APOIO 3.1 ARMAZENAGEM Segundo Pozo (2010, p.11), “É o processo que envolve administração dos espaços necessários para manter os materiais estocados”. Esta atividade envolve fatores como localização, arranjo físico, equipamentos de movimentação e grande necessidade de recursos financeiros e humanos. Seus custos podem absorver de 10 a 40% das despesas logísticas, porém, se bem administrada, agrega valor ao produto, se diferenciando no atendimento aos clientes. 3.2 MANUSEIO DE MATERIAIS Esta atividade está relacionada à armazenagem e manutenção de estoques, relaciona-se à movimentação dos produtos do momento de sua chegada no armazém até o local da armazenagem e até o ponto de despacho da mercadoria. Essa atividade envolve movimentação de materiais no local de estocagem, que pode ser tanto estoques de matéria-prima como de produtos acabados. Pode ser a transferência de materiais do estoque para o processo produtivo ou deste para o estoque de produtos acabados, pode ser também a transferência de um depósito para outro. (POZO, 2010, p.12)

Para Ballou (2012) são considerados problemas importantes selecionar bem os equipamentos de movimentação, procedimentos para formação de pedidos e balanceamento da carga de trabalho por parte das empresas. 3.3 EMBALAGEM Seu objetivo é movimentar bens sem danificá-los, porém, com preços acessíveis a empresa. Noções exatas de empacotamento ajudam no manuseio e armazenagem eficiente. Segundo Pozo (2010, p.12), “Um bom projeto de embalagem do produto auxilia a garantir a perfeita e econômica movimentação sem desperdícios. Além disso, dimensões adequadas de empacotamento encorajam manuseio e armazenagem eficientes”. 3.4 OBTENÇÃO A obtenção é essencial na manutenção dos níveis de serviço ao cliente, pois a demora ou a impossibilidade de aquisição de um item poderá gerar uma ruptura no estoque que causará o não atendimento do cliente no momento desejado. É a atividade que proporciona ao produto ficar disponível, no momento exato, para ser utilizado pelo sistema logístico. É o procedimento de avaliação e da seleção das fontes de fornecimento, da definição das quantidades a serem adquiridas, da programação das compras e da forma pela qual o produto é comprado. É uma área importantíssima de apoio logístico e, também, um setor de obtenção de enormes reduções de custos da organização. (POZO, 2010, p.12)

É importante lembrar que compras não devem ser confundidas com obtenção, pois compras incluem procedimentos detalhados como negociação de preço e avaliação de vendedores, essas atividades não são relacionadas às tarefas logísticas. A obtenção

8 engloba programação da compra, além de dimensões geográficas e temporais que afetam os custos logísticos. (BALLOU, 2012) 3.5 PLANEJAMENTO Essa área é responsável pelo fluxo de saída de produtos, cuida da produção de quantidades agregadas que devem ser produzidas e quando e onde devem ser fabricadas, não tem relação com a programação detalhada feita diariamente pelos programadores de produção. Refere-se primeiramente às quantidades agregadas que devem ser produzidas bem como quando, onde e por quem devem ser fabricadas, é a base que servirá de informação à programação detalhada da produção dentro da fábrica. É o evento que permitirá o cumprimento dos prazos exigidos pelo mercado. (POZO 2010, p.12)

3.6 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO As funções logísticas dentro de uma empresa não poderiam ser eficientes sem as informações necessárias de custo e desempenho. Essas informações são essenciais para o planejamento e controle logístico. É a função que permitirá o sucesso da ação logística dentro de uma organização para que ela possa operar eficientemente, são as informações necessárias de custo, procedimentos e desempenho essenciais para correto planejamento e controle logístico. (POZO, 2010, p.12)

Com uma base de dados bem estruturados, as informações sobre clientes, vendas, padrões de entregas e níveis dos estoques e as disponibilidades físicas e financeiras servirão como base na eficiência da administração das atividades primárias e de apoio.

4 GESTÃO DE ESTOQUE A administração de estoques tem como objetivo maximizar o efeito feedback de vendas e ajustar o planejamento da produção. Deve-se diminuir sempre o capital investido em estoques, pois são caros e sempre estão aumentando. Não há possibilidade das empresas trabalharem sem estoques e quanto maior este estoque, mais responsabilidade. Os gerentes financeiros têm como meta prioritária a redução dos estoques. Dias (2009, p.7) destaca que “O objetivo, portanto, é otimizar o investimento, aumentando o uso eficiente dos meios financeiros, minimizando as necessidades de capital investido em estoques.” O controle de estoque dentro da logística estipula quais os níveis de materiais e produtos que as empresas devem manter dentro de seus parâmetros econômicos. O estoque é composto por diversos materiais e produtos como: matéria-prima, material auxiliar, material de manutenção, material de escritório, material e peças em processos e produtos acabados. Para Pozo (2010, p.26), “A razão pela qual é preciso tomar uma decisão acerca das quantidades dos materiais a serem mantidos em estoque está relacionada com os custos de estocar.”

9 A função principal da administração de estoque é maximizar os recursos da área logística da empresa, com grande efeito dentro dos estoques. Uma das razões por que muitas empresas mantêm estoques elevados, aos padrões modernos, é que essa atitude permite à firma comprar e produzir em lotes econômicos, que é a visão ultrapassada da produtividade. No entanto, qualquer que sejam os níveis de estoques, eles incorrem na análise de vários custos que estão correlacionados. (POZO 2010, p.26)

A administração de estoques foi recentemente integrada à logística. O fato de não ser inclusa antes está provavelmente relacionado a duas razões: os custos de movimentação de materiais tendem a ser menores que o custo de distribuição, que em média é de 3 a 10% das vendas e a distribuição física dos produtos têm custo duas vezes maior que os custos de materiais. A segunda razão é definir o local de materiais dentro das atividades logísticas, o que não é uma tarefa fácil, pois cria várias divergências e debates mesmo fazendo parte da logística. A seguir serão apresentados os tipos de estoque, custos de estoque e as principais ferramentas de controle dos estoques. 4.1 TIPOS DE ESTOQUES O almoxarifado de matérias-primas é responsável pela estocagem de peças que produzem os produtos acabados ou até mesmo produtos agregados aos acabados. Pozo (2010, p.29) defende que, “Por matéria-prima entende-se em geral o material básico que irá receber um processo de transformação dentro da fábrica, para, posteriormente, entrar no estoque de acabados como produto final”. Toda empresa necessita de estoque de matéria-prima e o que define qual quantidade deve ser estocada depende de quanto demora a reposição, da freqüência de uso, do investimento exigido e das características físicas do material. Segundo Dias (2009, p.14), “Outros fatores que afetam o nível das matérias-primas são certas características físicas, como tamanhos e durabilidade. Um item barato, que requer longo tempo de reposição [...], certamente estragaria ou se deterioraria antes de ser usada”. Almoxarifado de produtos em processo são todos os produtos que já passaram por processo fabril e por algum motivo não vai ser utilizado imediatamente. Percebe-se que quanto maior a produção maior será a estocagem de produtos acabados, lembrando que quanto maior os estoques maiores serão os custos. Um estoque maior acarreta maiores custos, pois o capital estará imobilizado durante um período de tempo mais longo. O ciclo total do estoque, que vai desde a compra da matéria-prima até a venda do produto acabado, deve ser minimizado e ao mesmo tempo as faltas de estoque mantidas ao mínimo possível. (DIAS 2009, p.15)

Uma administração eficiente reduz ao nível mínimo os estoques de produtos em processo, aumentando, assim, a rotatividade e diminuindo a necessidade de caixa. Almoxarifado de produtos acabados mantêm produtos finalizados, mas que ainda não foram vendidos, os estoques são minimizados a quase zero porque são produzidas as encomendas. Porém, existem empresas que produzem antes mesmo das vendas, a produção é baseada na previsão de vendas, processo produtivo e investimento exigido em produtos acabados.

10 Segundo Pozo (2010, p.30), “Este é o estoque dos produtos prontos e embalados que serão enviados aos clientes. O resultado do volume desse estoque é função da credibilidade de atendimento da empresa [...]”. O almoxarifado de produtos auxiliares e de manutenção é tão importante quanto o estoque de matéria-prima. Atualmente, os custos da interrupção da produção são constituídos pela mão-de-obra parada, por falta de produtos auxiliares ou equipamentos para manutenção de maquinário. A produção parada por qualquer um desses motivos pode acarretar alguns problemas como: adiantamento do prazo de entrega, perda ocasional da encomenda e até mesmo a perda do cliente. Atualmente, as empresas têm dado muito mais importância a esses tipos de estoques. 4.2 CUSTOS DE ESTOQUE Os custos de estoques estão diretamente relacionados à administração de estoques. A logística e a racionalidade podem ser utilizadas com êxito para resolução de problemas de estoque. Podemos dividir os custos em três principais tópicos: custo de estoque, custo de pedido e custo de falta de estoque. (BALLOU, 2012) Custo de manutenção de estoque são todos os custos para manter mercadorias estocadas, dentro do custo de estoque podemos fazer uma divisão como custo de oportunidade de capital, pois o mesmo permanece imobilizado ao invés de ser investido de alguma forma dentro ou fora da empresa. O segundo custo de armazenagem está relacionado a impostos e seguros, a taxa de impostos está diretamente ligada à quantidade de material e quanto tempo é necessário mantê-la estocada, já a taxa de seguro está indiretamente relacionada à quantidade de mercadoria mantida. A terceira indicação de custo de manutenção é o de armazenagem, que está diretamente ligada à quantidade de estoque mantido no armazém, além de existir também os riscos de manter o estoque como produtos deteriorados, obsolescência, danos e até mesmo furtos. Custos de pedido relacionam-se ao processo de aquisição de materiais para reposição do estoque. Quando ocorre a emissão de uma ordem de compra e chega ao fornecedor, acaba gerando mais custos como, por exemplo, custo de processamento de pedidos; custo de envio até o fornecedor; custo de preparação da produção; custo de desvio e por fim o preço da mercadoria. De acordo com Pozo (2010, p.30), “Os custos variáveis consistem nas fichas de pedido e no processo de enviar esses pedidos [...] o custo de pedido está diretamente determinado com base no volume das requisições ou pedidos que ocorrem no período”. Custo por falta de estoque ocorre literalmente por falta de produtos no estoque, havendo, assim, dois tipos de custos de falta: os de vendas perdidas, que ocorre quando se perde um pedido de cliente fazendo com que a imagem da empresa fique manchada, agregando também perda de lucros futuros pela má impressão deixada ao cliente. Na visão de Ballou (2012, p.213) “[...] é um tipo de custo de oportunidade, onde não há desembolso direto. É também difícil a mensuração, uma vez que exige a capacidade de prever as intenções futuras do cliente quanto às novas compras.” Temos também o custo de atraso que por mais que o cliente concorde com o atraso na entrega gera gastos adicionais com a administração, vendas no reprocessamento do pedido além de custos extraordinários de transporte e manuseio caso tenha que ser remanejado pra outro canal de distribuição. De acordo com Pozo (2010, p.31), “Tal fato, normalmente, ocorre por falta de um adequado planejamento e controle de estoque. Não entregar ou atrasar um produto por falte de um item causa enormes transtornos ao cliente.”

11 4.3 TEMPO DE REPOSIÇÃO (TR) Na emissão de um pedido de compra ocorre um espaço de tempo desde a solicitação ao almoxarifado até a liberação do lote para fabricação do produto solicitado. O TR é composto de três elementos: tempo de elaboração e confirmação do pedido junto ao fornecedor; tempo que o fornecedor levará para processar e entregar o pedido e, por fim, a liberação do pedido dentro da fábrica. Para Dias (2009, p.46), “Em virtude de sua grande importância, este tempo de reposição deve ser determinado de modo mais realista possível, pois as variações ocorridas durante esse tempo podem alterar toda a estrutura do sistema de estoques.” 4.4 PONTO DE PEDIDO É a quantidade de produtos que temos disponível no estoque para que possa suprir a produção sem ocorrer interrupções ou atraso na produção. Deve-se acompanhar sempre a diminuição do estoque, pois quando atingir o ponto de pedido é necessário fazer a reposição das peças, matérias-primas ou materiais usados na produção. Segundo Pozo (2010, p.52), “Isso quer dizer que quando um determinado item de estoque atinge seu ponto de pedido deve-se fazer o ressuprimento de seu estoque, colocando-se um pedido de compra”. 4.5 ESTOQUE MINÍMO É também conhecido como estoque de segurança, é responsável pela quantidade de produtos que se deve ter em estoque para dar inicio a execução do ponto de pedido. O estoque mínimo da empresa poderia ser muito alto para que nunca ocorra falta de produtos, porém, há muitas empresas que não tem capital e a maioria quer ter seu capital investido em estoques, por isso é importante que o estoque mínimo e o ponto de pedido sejam realizados com sucesso para que não ocorra falta de mercadoria. Dias (2009, p. 51) afirma que: “[...] deve ser atendida uma parte do consumo, isto é, que seja alcançado o grau de atendimento adequado e definido.” 4.6 LOTE ECONÔMICO DE COMPRA (LEC) É determinado pela exata quantidade de um produto que permite o equilíbrio de todos os custos. Para ter uma decisão acertada é necessário analisar as vendas passadas para se obter uma projeção e corrigidas estatisticamente para efetuar uma compra equilibrada. Na visão de Pozo (2010, p.53), “É a quantidade de peças especificadas no pedido de compra, que estará sujeita à política de cada empresa.” 4.7 CLASSIFICAÇÃO ABC Esse método é muito importante para se classificar os materiais por seu grau de importância. Ele pode ser usado em vários setores e diversas formas, porém é mais utilizado na administração de estoques. Segundo Dias (2009, p.73), “Uma vez que é obtida a sequência de itens e sua classificação ABC, disso resulta imediatamente a aplicação preferencial das técnicas de gestão administrativa, conforme a importância dos itens.” Os itens são definidos por classes A, B ou C. Sendo que a classe A são os itens mais importantes que devem ter uma atenção especial pela administração; classe B são

12 os itens de importância intermediária e já os da classe C são itens de menor importância, que não representam tanto no valor monetário da empresa. Dentro da logística empresarial e mais especificamente na administração materiais, a Curva ABC tem seu uso mais especifico para estudo de estoques de acabados, vendas, prioridade de programação da produção, tomada de preços em suprimentos e dimensionamento de estoque. Toda a sua ação tem como fundamento primordial tomar uma decisão e ação rápida que possa levar seu resultado a um grande impacto positivo no resultado positivo da empresa. (POZO, 2010, p.81)

5 GESTÃO DE ARMAZENAGEM 5.1 CONCEITO E EVOLUÇÃO Pode-se afirmar que a armazenagem foi descoberta pelo homem primitivo que sentiu a necessidade de guardar os produtos que sobraram para utilizar no futuro, ou ainda poderia trocar o produto que sobrou por aquele que não possuía, o famoso escambo. Aproximadamente há 3000 anos a.C, os egípcios construíram os primeiros armazéns para estocarem papiros e trigos excedentes para depois transportarem até os navios e fazerem a troca por madeiras do Líbano. Segundo Rodrigues (2011), os armazéns eram importantes para esses povos porque eles guardavam tudo que os faraós achavam importante para levarem para outra vida. Estocagem e armazenagem são duas palavras muito confundidas, tanto em suas definições quanto na prática. A matéria-prima e materiais são guardados em ordem de prioridade de uso e também peças que serão utilizadas na montagem dos produtos, sendo definida, assim, a estocagem. Já a armazenagem são todos os produtos acabados estocados na própria fábrica ou que serão distribuídos, também separados de forma ordenada. O objetivo da armazenagem é manter o abastecimento de produtos acabados, mantendo, assim, um sistema de alimentação controlado sabendo sempre as quantidades estocadas, permitindo que o setor de vendas possa trabalhar de forma objetiva e contínua, podendo atender os consumidores de forma eficiente. Segundo Moura (2008, p.5), “As funções do armazém não se limitam ao simples recebimento, conservação e expedição dos materiais, eles também incluem tarefas do tipo administrativo e contábil”. Além das funções administrativas e contábeis, os armazéns têm uma responsabilidade muito grande em relação à produção e ao consumidor ou até mesmo entre fornecedor e consumidor. Mesmo sabendo como atuar, ainda existem dúvidas de como os armazéns devem funcionar e como não trazer prejuízos para as empresas. Hoje eles são responsáveis por um investimento de 50 a 80% do capital e seus custos anuais podem variar entre 10 a 20% do valor estimado. Segundo Moura (2008, p.6), “Em contraste com o transporte, a armazenagem acontece, em primeiro lugar, nos pontos modais da rede de distribuição”. 5.2 A IMPORTÂNCIA DA ARMAZENAGEM A armazenagem aparece como uma das funções que se agrega ao sistema logístico, pois na área de suprimentos é necessário adotar um sistema de armazenagem racional de matérias-primas e insumos. No processo de produção, são gerados estoques

13 de produtos em processo, e, na distribuição, a necessidade de armazenagem de produto acabado é, talvez, a mais complexa em termos logísticos, por exigir grande velocidade na operação e flexibilidade para atender às exigências e flutuações do mercado. Segundo Moura (2008, p.6), “O processo de armazenagem está se tornando verdadeiramente complexo: são necessários estudos neste campo para aumentar a produtividade da superfície e do espaço e melhorar o aproveitamento do armazém.” A importância da armazenagem na logística é que ela leva soluções para os problemas de estocagem de materiais que possibilitam uma melhor integração entre as cadeias de suprimento, produção e distribuição. Além de reduzir custos e aumentar a satisfação do cliente, a armazenagem correta fornece muitos outros benefícios indiretos tais como centralização de remessas, o que aumenta a visibilidade dos pedidos, fornecendo informações que não eram capturadas. Os vários fatores a seguir mostram a necessidade da armazenagem: necessidade de compensação das diferentes capacidades das fases da produção; equilíbrio sazonal – pela dependência em que se encontram a fase de aquisição e a de armazenagem; garantia de continuidade da produção – é essencial regular a montagem dos produtos; custos e especulação – convém aguardar uma oportunidade de obtenção de ganhos ou de estabilização das conjunturas. (MOURA 2008, p.6 e 7)

Podemos utilizar o sistema de relatório de pedido em aberto e medir o impacto dos atrasos de produção em operações de remessas e atendimento ao cliente enquanto rastreamos questões de pedidos em aberto. Essas informações são usadas para identificar e corrigir problemas durante o processo de armazenagem, assim como para manter os clientes informados do status de seu pedido. Dessa forma, torna possível à empresa gerenciar as questões de pedidos em aberto, a equipe de vendas perde menos tempo resolvendo problemas, tendo, assim, mais tempo para vender. 5.3 LAYOUT A localização do armazém e sua estrutura interna e externa são muito importantes, por isso devemos saber exatamente quais as dimensões e pesos dos produtos que serão estocados. Segundo Rodrigues (2011, p.88), “[...] conhecimento das dimensões da área, condições do piso e o arranjo físico, além da posse de uma planta administrativa, são informações limitadas, totalmente eficientes para o gerenciamento técnico [...].” Tendo todas essas informações, podemos analisar a largura dos corredores, medidas e localização das docas, o pátio externo, a situação do piso para saber se vai ter condições de suportar peso e a passagem de equipamentos de movimentação, caminhões e até carretas. Rodrigues (2011, p.88) afirma que “denomina-se layout operacional ao arranjo físico de uma área de armazenagem, levando em conta a separação das pilhas, a acessibilidade dos volumes e os fluxos de tráfego de equipamentos.” Ao fazer a utilização de um armazém já construído e estruturado pode causar alguns problemas como, por exemplo: modificação no layout existente, readaptação do layout do prédio, a ampliação do mesmo e até um projeto de um novo armazém. 5.4 LOCALIZAÇÃO DE MATERIAIS Na armazenagem industrial um tipo de localização é a localização fixa, onde os produtos fabricados são sempre estocados no mesmo local. Se não há esse produto em

14 estoque o seu espaço permanece vazio até que ele seja produzido, acarretando a armazenagem de outros produtos nos corredores por falta de espaço. Assim, nesse sistema, ocorre muito desperdício de áreas da armazenagem por causa do fluxo de entrada e saída de matérias acarretando excesso de um produto e falta de outro. Também existe a localização flutuante ou livre, onde ao contrário da fixa, os materiais não têm local fixo para seu armazenamento, por isso seu método de controle deve ser extremamente perfeito ou pode ocorrer a perda de produtos dentro estoque. Rodrigues (2011, p.74) relata que: “O uso desse sistema exige que as áreas, corredores, travessas e coxias possuam denominações próprias, gerando coordenadas que indiquem o endereço de um determinado lote.” É de extrema importância que o endereçamento seja preciso e correto, senão dificultará a localização dos produtos, se tornando uma verdadeira caça ao tesouro. A armazenagem centralizada consiste nos materiais ficarem todos estocados em uma área central até que sejam usados. Nesse método, as áreas de estoques normalmente ficam distantes das áreas de produção, o que requer movimentação na chegada de produtos, na estocagem e na distribuição. Moura (2008, p.226) afirma que “As vantagens inerentes à estocagem centralizada se devem, em grau considerável, a um melhor controle.” Já a armazenagem descentralizada é utilizada em armazéns menores, diminuindo assim a distância entre armazéns e produção. Para Moura (2008, p. 226), “Nem sempre é necessário criar locais de armazenagem para conseguir a descentralização. Cada dia mais se generaliza o emprego de equipamentos e dispositivos portáteis, com intuito de facilitar a movimentação dos materiais.” 5.5 CLASSIFICAÇÃO E CODIFICAÇÃO DE MATERAIS A classificação de matérias dentro da filosofia Just-In-Time é responsável pela catalogação, simplificação, especificação, normalização e padronização de materiais facilitando, assim, o controle de estoque. A codificação é responsável por ter todas as informações necessárias por meio de números ou letras. Os mais comuns são por de meio alfabético, alfanumérico ou numérico, segundo Rodrigues (2011). Devido à modernização dos sistemas de leitura de código de barras, está se unificando a codificação de materiais através do Sistema de Geração de Códigos – SCG e do Sistema Para Alimentar Computadores – SAC.

6 VAREJO O comércio varejista tem crescido muito no Brasil e tem aumentado significativamente o faturamento das empresas, possibilitando o aumento de empregos e aumentando o desempenho no processo de venda. Parente (2000, p. 22) define varejo como sendo “todas as atividades que englobam o processo de venda de produtos e serviços para atender a uma necessidade pessoal do consumidor final”. O varejo se divide em alguns tipos mais importantes como: lojas especializadas; lojas de departamento; supermercados; lojas de conveniência; lojas de desconto; varejista de ponta de estoque e superlojas. Nesse mercado há necessidade de realizar compras em grandes volumes para se obter preço competitivo no mercado, além da variedade necessária para atingir o público. No varejo todos competem entre si, portanto o sucesso da empresa depende de sua boa administração.

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7 METODOLOGIA Este artigo tem como objetivo identificar os processos de gestão de estoques e armazenagem em uma empresa varejista de embalagens, identificando os pontos críticos nestes processos e indicando propostas de melhoria com base no referencial teórico. Portanto, será empregada a pesquisa qualitativa, o método de estudo de caso e a técnica de entrevista na empresa analisada, visando atender aos objetivos propostos. A técnica de pesquisa qualitativa é utilizada para percepção e entendimento sobre um tema em especifico e é desenvolvido pelo pesquisador conceitos, idéias e entendimentos a partir dos dados coletados. Godoy (1995, p.21) afirma que “[...] existe pelo menos, três diferentes possibilidades oferecidas pela abordagem qualitativa: a pesquisa documental, o estudo de caso e a etnografia.” Pesquisa descritiva coleta dados de fatos observados, registrados, analisados sem que o pesquisador faça qualquer tipo de alteração, esse tipo de pesquisa é solicitada com frequência por empresas comerciais para saber como foi à aceitação de um novo produto, nova marca ou embalagem, tem uma característica especifica na coleta de dados através de questionário e observação sistemática. Segundo Andrade (2010, p. 112) “Isso significa que os fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas não manipulados pelo pesquisados.” O método de estudo de caso caracteriza-se pela sua intensidade na compreensão do assunto investigado e é um estudo que destaca a tremenda importância de manter o assunto investigado intacto, quando há intensidade no estudo podem-se detectar fatos que talvez não fossem descobertos. Fachin (2006, p.45) relata que: “Todos os aspectos do caso são investigados. Quando o estudo é intensivo, podem até aparecer relações que, de outra forma, não seriam descobertos.” É responsável pela análise qualitativa e utilizado frequentemente para coleta de dados na área organizacional. Mesmo realizando pesquisas existem criticas em relação ao método, pois afirmam que o pesquisador pode manipular e escrever o que acha conveniente. Segundo Yin (2001) e Fachin (2001) “Estas questões podem estar presentes em outros métodos de investigação científica se o pesquisador não tiver treino ou as habilidades necessárias para realizar estudos [...]” As técnicas de entrevista são muito utilizadas hoje em trabalhos científicos porque abre um leque muito rico de informações pela quantidade muito grande de informações e dados que são extraídos. A técnica mais pertinente quando o pesquisador quer obter informações a respeito do seu objeto, que permitam conhecer sobre atitudes, sentimentos e valores subjacentes ao comportamento, o que significa que se pode ir além das descrições das ações, incorporando novas fontes para a interpretação dos resultados pelos próprios entrevistadores. (RIBEIRO 2008, p.141)

Existem três tipos de técnicas de entrevista: padronizada ou estruturada; despadronizada ou não estruturada e painel. Para planejar a entrevista é importantíssimo saber qual o principal objetivo, ajuda bastante na realização se conhecer o entrevistado e ter planejado se vai gravar ou entregar um questionário para ele responder. Segundo Andrade (2010, p.134) “O pesquisador deve ouvir mais do que falar, procurando não interromper o entrevistado, aguardando-o em suas hesitações, discretamente, a complementação das respostas.” Com base nas informações obtidas durante o estudo de caso será possível identificar pontos críticos no sistema de gestão de estoques e armazenagem da empresa analisada, e, posteriormente, indicar medidas de melhoria para estes pontos.

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8 ESTUDO DE CASO Para elaboração do estudo de caso foi aplicado um questionário na empresa Tito Embalagens situada na cidade de Lins - SP no ramo de comércio varejista de embalagem, com intuito de verificar como se é realizado o sistema de gestão de estoque e armazenagem. Com base no questionário o primeiro assunto a ser abordado é a gestão de estoques que se tornou ponto chave para lucratividade e competitividade no mercado. Visando ter um processo de estocagem vantajoso é necessário aplicar todas as técnicas, conceitos e princípios para se saber quais itens e quando pedir, quantos são necessários, como e onde serão armazenados. A empresa em analise não utiliza o método de classificação ABC, portando não se sabe qual importância dar aos itens que estão esgotados ou acabando no estoque, ou seja, qual deles precisará ser comprado primeiro e quais deles mesmo tendo esgotado ainda podem esperar para serem comprados. O estoque de segurança e ponto de pedido também não são utilizados pela empresa devido à falta de profissional especializado. O lote econômico de compra é aplicado, porém não de forma correta, pois não é analisada a venda de item a item para saber o LEC e sim é feito o levantamento mensal do faturamento geral da empresa para saber o quanto poderá ser utilizado para efetuar compras e o quanto vai ser usado para outros fins. O tempo de reposição também não tem uma aplicação satisfatória, pois muitas vezes é realizada a compra quando o produto já está esgotado, então não tem uma programação e acabam comprando uma quantia menor em um distribuidor que tem o preço maior que o da fábrica para não ficar sem o produto até que chegue a compra realizada. Devido a não implantação desse sistema e a quantidade de produtos que chega a mais de três mil itens, as faltas de produtos são inevitáveis. As faltas ocorrem semanalmente, mas não é sempre o mesmo produto, há uma variação dos itens faltantes, porém, sempre precisam fazer uma reposição de emergência. O entrevistado afirma que para fazer a reposição dos mesmos usa de sua experiência que foi adquirida no decorrer dos anos, ele foi acompanhando o consumo de cada produto e foi se baseando para a necessidade de aumento ou diminuição de compra de cada produto, afirma ainda que é uma forma “rudimentar” de realizar as compras, mas foi dessa forma que conseguiu detectar quais produtos tem mais ou menos giro. O tempo de reposição depende muito do prazo negociado com o fornecedor, eles têm um prazo médio de trinta e cinco dias, porém há empresas que tem um mínimo de compras mais alto do que o capital disponível pela empresa, nesse caso a reposição é realizada entre quarenta e cinco ou sessenta dias, mesmo tendo que pagar com trinta e cinco dias. Essas compras são realizadas para serem consumidas dentro do prazo de pagamento ou pelo menos trinta dias para que possam iniciar um novo processo de compras. Ainda segundo o entrevistado, as compras são realizadas levando em conta o feeling natural do mesmo e a comparação da compra anterior com o que esta faltando em estoque. Nessa analise em questão, a empresa afirmou que a não implantação da gestão de estoque deve-se a não ter um profissional especializado na área para poder aplicar todas as técnicas de estocagem ou que possa pelo menos auxiliar o estoquista para que ele realize uma estocagem correta e que traga benefícios a empresa. Dentro do questionário foi abordado também um segundo assunto que é em relação à armazenagem dos produtos na empresa. A armazenagem é um tópico importantíssimo para as empresas, pois ela define como o armazém vai ser otimizado para ter uma armazenagem correta, que utilize todos os espaços necessários e vai definir onde é o melhor local para alocação dos itens recebidos, pois esse é o primeiro passo a ser definido após o recebimento dos mesmos seja no armazém ou no centro de distribuição. Na empresa em questão a armazenagem é realizada em porta paletes e

17 alguns itens em paletes que ficam no chão, não é adotado um critério especifico para a realização da mesma, pois os itens não são codificados e classificados no sistema, portanto eles são armazenados a olho e quando chegam produtos novos tentam mantêlos no mesmo local onde os antigos estão alocados, mesmo sem a implantação do sistema pode-se considerar que é um sistema de armazenagem fixa, pois os produtos são alocados sempre nos mesmos lugares. A armazenagem adotada é a centralizada, a empresa possui um armazém que fica bem próximo da loja de varejo, portanto não gera custos excessivos. É feito uma relação de itens que estão esgotando na loja de varejo e é passado para o depósito onde esses itens são separados e transportados até o local da reposição. Essas listas são feitas manualmente, não é feito uma nota de saída no armazém para a loja isso acaba interferindo no controle do estoque, pois não há um controle do que entra e sai. Nesse armazém também é realizado vendas a consumidores finais, essas sim são registradas no sistema, porém não há um acompanhamento da diminuição do estoque, pois ele não é atualizado quando chegam mercadorias e quando são vendidas ou encaminhadas para a reposição da loja. A empresa não realiza inventários que é um método que ajudaria bastante a iniciar a implantação da gestão de estoques e armazenagem. O Tito Embalagens trabalha no ramo de embalagens descartáveis, produtos de higiene e limpeza e embalagens de presente. Não há estabelecido uma quantidade de produtos que se deve ter disponível em estoque, porém para não ficarem sem produtos contam com a colaboração dos funcionários para avisá-los quais os itens estão acabando, a partir disso, realizam um levantamento para iniciarem o processo de compra. Esse método não é satisfatório porque muitas vezes os funcionários não avisam que o produto está acabando ou até mesmo que já acabou e só ficam sabendo quando precisam realizar uma venda e não tem mais o produto disponível em estoque para atender o cliente. A empresa possui um armazém que foi projetado para esse fim com estruturas porta paletes sem maquinários, o armazenamento é realizado manualmente. A armazenagem é centralizada e não é aplicada nenhuma forma de classificação de materiais e codificação de produtos. Dentro do armazém os produtos são separados da seguinte forma: tudo que é papel que pode molhar, sujar, rasgar ficam armazenados em um único corredor; sacos plásticos, de lixo e tudo que esta relacionado a plástico em outro e produtos de limpeza que podem vazar, furar, corroer, etc. ficam em outro para que não haja perda de produtos ou avarias. Para localizar os produtos no armazém é necessário procurá-los sem auxilio do sistema, normalmente o responsável pela conferência na chegada e armazenagem é o único que realiza esta atividade, pois ele já conhece e sabe localizar os produtos com maior agilidade e rapidez. Na análise do questionário pode se observar que a empresa não tem um capital pré-definido para investimentos em estoque de mercadorias, o método utilizado para realização de compras é o estoque mínimo que o proprietário que é quem realiza as compras afirma que é através de um “feeling” natural, devido à experiência que ele tem no mercado e baseado no que ele comprou anteriormente, porém devido ao grande número de itens sempre ocorre falta de produtos mesmo realizando compras de emergência, pois não há um acompanhamento eficiente do estoque de produto. A empresa tem um software de gestão de estoque à disposição, mas não o utiliza porque não tem como fazer um investimento em profissionais especializados e mudanças que serão necessárias para aplicá-lo com eficácia e eficiência. No armazém há um funcionário responsável pelo recebimento de mercadorias e outro responsável por registrá-las no sistema, no recebimento de mercadorias, sendo o armazenamento realizado manualmente sempre no mesmo local e colocando os produtos novos sempre atrás ou embaixo dos antigos. Nesse mesmo sistema também fica

18 registrado todas as saídas de produtos por intermédio de vendas que são acompanhadas de notas que automaticamente vai baixando o estoque daquilo que foi cadastrado. Para a realização de compras é feito um levantamento manual semanalmente porque não há um calculo e é preciso analisar o consumo da semana para saber se é preciso efetuar uma nova compra ou não e muitas vezes o produto acaba antes da realização do mesmo. A classificação ABC não é aplicada para saber a importância dos produtos porque como não é realizado um inventário não há como analisar quais os produtos saem mais, quais os que têm vendas significativas e quais demoram mais tempo para serem vendidos, portanto as compras são sempre realizadas com base nos produtos que estão acabando ou já acabaram. Observou-se também que não sabem o quanto lhes custa o processo de armazenagem, quanto tem de produto obsoleto e quanto custa o descarte de produtos vencidos. A empresa relata também que ocorrem atrasos na entrega de mercadorias gerando alguns problemas com seus clientes, pois acabam não conseguindo entregar na data combinada e algumas vezes perdem a venda porque o cliente não quer esperar por mais tempo. Se houvesse a implantação de um sistema de gerenciamento do estoque eles tem ciência que agilizariam e muito a reposição de produtos de forma correta, evitando que acabassem no estoque para ainda terem que esperar o prazo de entrega do fornecedor para conseguir fazer a reposição. Devido a essa deficiência o proprietário afirma que tem muito prejuízo pois acaba efetuando compras em distribuidores que vendem praticamente no mesmo preço que ele e sua margem de lucro fica limitada até que consiga realizar a compra do produto faltante e sua chegada na empresa pra reposição do estoque. Essas compras emergenciais são realizadas com frequência, ele indaga que toda semana necessita efetuá-las porque se não o fizer terá uma perda de vendas ao consumidor final muito significativa o que interfere diretamente no seu faturamento mensal. Por fim, a empresa afirma que durante esses dezoito anos no mercado hoje vê uma grande necessidade de implantação de um sistema de estoque e armazenagem, pois ela esta em constante crescimento no ramo e cada vez mais tem problemas devido à falta de produtos para atender seus clientes. Essa implantação é de extrema importância para que ela possa continuar com seu crescimento e estabilidade no mercado.

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo desta pesquisa foi de analisar o processo de gestão de estoques e armazenagem na empresa Tito Embalagens. Verificar como o sistema de gestão de estoques e armazenagem funciona é importante para o desenvolvimento das empresas em geral, seja para organização ou crescimento. Verificou-se que a deficiência nesse sistema pode acarretar diversos problemas operacionais, além de não satisfazer a necessidade dos clientes. Foi constatado que a empresa não tem um sistema de gestão de estoques, e isso pode interferir negativamente no desenvolvimento e crescimento geral da empresa. Essa falta de acompanhamento do estoque os obriga a fazer um número muito grande de compras emergências e não conseguem ter definida qual a quantidade exata a ser comprada e qual a programação de compras ideal para reposição do mesmo, conseguindo, assim, evitar a falta de itens ou até mesmo zerá-las. Já na armazenagem a não implantação de uma classificação de materiais e sistema de localização de produtos dentro do armazém prejudica no atendimento eficiente porque pode ocorrer do responsável não estar na empresa por qualquer motivo que seja e quem for substituí-lo terá grande dificuldade de localizar os produtos armazenados. Estando cientes dessas falhas, a empresa carece de um sistema de planejamento e controle dos estoques que possa auxiliar na realização das compras, identificação do ponto de pedido, estoque de

19 segurança e da sistematização da armazenagem de seus produtos, proporcionado um atendimento ao cliente sem falhas. Com todos esses problemas verificados têm a expectativa que com a implantação do sistema os problemas poderão ser solucionados com a utilização efetiva do sistema que já existe na empresa. Esse sistema pode melhorar muito a organização do estoque. Sua utilização no armazém e na loja de varejo possibilitará cruzar as informações do estoque, tendo a possibilidade de dar uma informação imediata para o cliente se tem ou não o produto disponível ou até mesmo qual a previsão de chegada do mesmo. A contratação de um profissional treinado e especializado para a realização desse controle seria importante. Concluiu-se com esse estudo que a aplicação das ferramentas de controle de estoques e armazenagem pode auxiliar no desenvolvimento da empresa em questão e em diversas outras que passem por esse mesmo tipo de problema.

10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, Maria Margarida. Introdução a Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Atlas, 2010. BALLOU, R. H. Logística Empresarial: Transporte, Administração de Materiais e Distribuição Física. São Paulo: Atlas, 2012. BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D.J. Logística Empresarial: O Processo de Integração da Cadeia de Suprimentos. São Paulo: Atlas, 2001. DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: Princípios, Conceitos e Gestão. São Paulo: Atlas, 2009 FACHIN, Odília. Fundamentos de Metodologia. São Paulo: Saraiva, 2001. ____________. Fundamentos de Metodologia. 5ª edição. São Paulo: Saraiva 2006. GODOY, Arilda S. Introdução a Pesquisa Qualitativa e suas Responsabilidades. Revista de Administração de Empresas, 1995. MOURA, Reinaldo A. Armazenagem: Do Recebimento à Expedição em Almoxarifados ou Centros de Distribuição. São Paulo: IMAN, 2008. PARENTE, J. Varejo no Brasil: Gestão e Estratégia. São Paulo: Atlas, 2000. POZO, Hamilton. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais: Uma Abordagem Logística. São Paulo: Atlas, 2010. RIBEIRO, Elisa Antônia. A Perspectiva da Entrevista na Investigação Qualitativa. Evidência: Olhares e Pesquisa em Saberes Educacionais, Araxá: 2008. RODRIGUES, Paulo Roberto Ambrosio. Gestão Estratégica da Armazenagem. São Paulo: Aduaneiras, 2011. YIN, Robert K. Estudo de Caso – Planejamento e Métodos. Porto Alegre: Bookman, 2001.

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ANEXO A – FOTOS

Figura 1.1 – Fachada do Armazém do Tito Embalagens em Lins. Fonte: Elaborado pela autora.

Figura 1.2 – Armazém do Tito Embalagens em Lins. Fonte: Elaborado pela autora.

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ANEXO B – FOTOS

Figura 1.3 – Estruturas utilizadas para armazenagem. Fonte: Elaborado pela autora.

Figura 1.4 – Estruturas Porta Paletes. Fonte: Elaborado pela autora.

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ANEXO C – AUTORIZAÇÃO

AUTORIZAÇÃO

Eu Marcos Tadeu Correia da Silva portador do CPF: 107.444.598-85 residente a Rua Noroeste, 221 – Labate – Lins/SP e proprietário da empresa Correia, Silva & Cia Ltda. – Me. (Tito Embalagens) devidamente inscrita no CNPJ: 01.161.030/0001-42 com sede a Rua Rio Branco, 308 – Centro – Lins/SP venho através de esta autorizar o uso do nome e informações da minha empresa para a realização de um estudo de caso sobre gestão de estoques e armazenagem da aluna Elis Araújo de Souza portadora do CPF: 230.965.928-29 residente a Rua Guarantã, 862 – Vila Alta – Lins/SP acadêmica do 6º semestre do curso de Logística na FATEC de Lins.

Lins, 21 de Março de 2014.

______________________ Marcos Tadeu Correia da Silva CPF: 107.444.598-85

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ANEXO D – QUESTIONÁRIO 1. Há um capital pré definido para investimento em estoque? ( ) Sim ( ) Não 2. Qual o critério usado para realização das compras? 3. Qual a frequência de falta de mercadoria? 4. Faz compra de emergência ou deixa faltar o produto? 5. Já ocorreu o não atendimento das necessidades dos clientes por falta de mercadoria? ( ) Sim ( ) Não 6. Quando há o recebimento de produtos como é realizada a armazenagem dos mesmos no estoque? 7. Há algum sistema (software) para controle de entrada e saída de produtos? 8. Qual o planejamento para a realização de compras para que não haja falta de mercadorias? 9. Como é feito o acompanhamento do ponto de pedido? Como é calculado? 10. Quando se sabe que foi atingido o estoque mínimo? Como é calculado? 11. Há uma analise de vendas para que possa saber o lote econômico de compra? ( ) Sim ( ) Não 12. È utilizada à classificação ABC para saber quais os produtos mais importantes ou menos importantes no estoque? ( ) Sim ( ) Não 13. Se usa a Classificação ABC, quais os critérios usados para classificar os produtos em A, B ou C? 14. Há previsão de vendas para embasar o volume comprado de cada produto? Se sim, como é feita essa previsão? 15. Vocês conseguem saber quais os custos gerados pelo processo de armazenagem? ( ) Sim ( ) Não 16. Já houve atrasos na entrega de produtos para clientes por falta de entrega de produto na data combinada? ( ) Sim ( ) Não 17. Em relação ao layout do armazém, ele este estruturado de forma que facilite a localização e armazenagem dos produtos? ( ) Sim ( ) Não

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ANEXO E – CONTINUAÇÃO DO QUESTIONÁRIO 18. Qual o instrumento utilizado para armazenagem dos produtos? ( ) Empilhadeiras ( ) Manualmente ( ) Outro equipamento 19. Qual estrutura é utilizada para o armazenamento dos produtos? ( ) Estantes ( ) Porta Paletes ( ) Outro. Especificar 20. O armazém foi construído para armazenamento de produtos ou já foi comprado pronto e designado para essa atividade? 21. Qual a forma de localização de materiais utilizada no armazém? ( ) Fixa ( ) Livre 22. Se for utilizada a localização fixa, pode-se afirmar que ficam espaços ociosos no armazém? ( ) Sim ( ) Não 23. Se for a localização livre, ocorre a perda de mercadorias pela dificuldade encontrada para localizar os produtos? ( ) Sim ( ) Não 24. É usada alguma forma de classificação de matérias no armazém, se sim qual? 25. Qual é a forma de codificação utilizada para armazenagem de produtos? ( ) Alfabética ( ) Alfanumerica ( ) Numerica ( ) Código de Barras ( ) Nenhuma das alternativas 26. O estoque é centralizado ou descentralizado? Se for descentralizado, explique por quê?