A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NO CONTEXTO ESCOLAR

4 TERMO DE APROVAÇÃO LILIANI PEREIRA COSTA DOS REIS A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NO CONTEXTO ESCOLAR Monografia aprovada como requisito parcial para conc...

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS I PEDAGOGIA /ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

LILIANI PEREIRA COSTA DOS REIS

A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NO CONTEXTO ESCOLAR

Salvador 2010

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LILIANI PEREIRA COSTA DOS REIS

A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NO CONTEXTO ESCOLAR

Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção da Graduação em Pedagogia no Departamento de Educação da Universidade do Estado da Bahia.

Orientadora: Doutora Tânia Regina Dantas.

Salvador 2010

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FICHA CATALOGRÁFICA – Biblioteca Central da UNEB Bibliotecária – Jacira Almeida Mendes, CRB:5/592 Reis, Liliani Pereira Costa dos A participação da família no contexto escolar / Liliani Pereira Costa dos Reis . – Salvador, 2010. 61f. Orientadora: Tânia Regina Dantas. Trabalho de Conclusão de Curso(Graduação) – Universidade do Estado da Bahia. Departamento de Educação. Colegiado de Pedagogia. Campus I. 2010. Inclui referências, apêndices e anexos. 1. Educação. 2. Educação de crianças - Participação dos pais. 3. Família. 4. Lar e escola. I. Dantas, Tânia Regina. II. Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação. CDD: 370

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TERMO DE APROVAÇÃO

LILIANI PEREIRA COSTA DOS REIS

A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NO CONTEXTO ESCOLAR

Monografia aprovada como requisito parcial para conclusão de curso de Graduação em Pedagogia com habilitação em Anos Iniciais, pela Universidade do Estado da Bahia, pela seguinte Banca Examinadora:

__________________________________________ Profª. Drª. Tânia Regina Dantas (Orientadora) – UNEB

__________________________________________ Profª. Ms. Maria do Socorro da Costa e Almeida – UNEB

_______________________________________________________ Profª. Ms. Maria Helena B. Amorim

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Dedicatória

Dedico este trabalho a minha família pelo incentivo e amizade. E ao meu marido e minha filha pela compreensão e amor. Vocês são a razão de minha vida. Amo Vocês!

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Agradecimentos

Inicialmente, agradeço a Deus por me manter lúcida para concluir essa pesquisa e me dando força para enfrentar os obstáculos que surgiram no processo. A minha família, que mesmo não estando ao meu lado, estão sempre presente em sintonia, com pensamentos positivos e que são meu porto seguro. Tudo o que sou hoje, agradeço a vocês!A meu marido, que sempre esteve ao meu lado, me dando força e que sempre acreditou no meu potencial. A minha filha, por se disponibilizar para ajudar, quando tinha muitos trabalhos para digitar e por suportar meu enjôo. Amo você filha! Não poderia deixar de agradecer a minha companheira de estágio e amigona Sara Pinheiro, quem eu tive a oportunidade de conhecer de perto e perceber que podemos ter amizades sinceras mesmo a meio de tantas correrias e que me ajudou a ver o mundo diferente. A Minha amiga Elizângela, amiga para todas as horas. Amiga para ri, chorar, fazer resenha, tomar todas e principalmente para ficar acordada até altas horas para concluir monografia. Obrigada amiga! Agradeço ao amigo Almeida por empresta sua digníssima esposa Tommy, que também é minha amiga e com sua tranqüilidade tentou me passar confiança. Não poderia deixar de agradecer a Ramona, pelos conselhos nas decisões importantes relacionada a Faculdade, pela paciência em suportar todas as horas na Secretaria Acadêmica. A professora Heloísa Lopes, que foi a pessoa que iniciou comigo esse projeto e me deu inspiração para transformá-lo em monografia. A professora de Estágio Virginia Vaz, que mesmo com os transtornos causados pela turma eu não deixei de admirar. A professora Tânia Regina Dantas, pelos livros, conselhos e por sua paciência em me ver chorar.

Desejo a todos vocês que já concluíram parabéns! E aos que ainda vão começar força.

A todos vocês meu muito obrigado!

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“O que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano”

Isaac Newton

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RESUMO

Esta presente monografia realizou um estudo de campo na instituição de ensino de 1º Grau Getúlio Vargas, no bairro Barbalho, Salvador (BA). O objetivo foi analisar a importância da participação da família no contexto escolar. Para a avaliação deste trabalho, foram realizadas uma observação de campo e coleta de dados em forma de entrevista. A pesquisa investigou a possível existência da participação escolar dos pais, qual a participação que a escola espera da família, a relação da família com a escola, de que forma a família participa da educação escolar dos seus filhos e as opiniões dos pais em relação à importância da família. Os resultados mostram que pais e professores se aproximam do entendimento do que seja participação, e que falta pouco para essa parceria acontecer.

Palavras-chave: Educação, Família, Escola e Participação.

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ABSTRACT

This is a qualitative research with pedagogical characteristics which was conducted as a field study at the Fundamental Education Institution Getulio Vargas, in the suburb of Barbalho, Salvador (Bahia, Brazil). The purpose of this study is to analyze the importance of the family involvement in the school context, based on classroom notes gathered during the observation step of this work and data collection through interviews with parents and teachers. The research has investigated the possible existence of parents' school participation, what sort of participation that the school expects from the family, how the family can participate in the education of their children and also, what are the parents' beliefs and opinions about the importance of the family. The results show that parents and teachers are getting close of the real meaning of what constitutes participation and it´s not going to take long for this partnership happen.

Keywords: education, family, school e participation

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................10 2. OS CONCEITOS E SEU QUADRO TEÓRICO ....................................................12 2.1. Ninguém escapa da educação....... ............................................................................12 2.2. Família: base da sociedade........................................................................................15 2.3. Escola: raiz da vida social ou diversidade humana.......................................,,..........18 2.4. Família e Escola: um ponto em comum..........................................................,.........20 2.5. Participação: uma mudança na relação entre pessoas...............................................22 3. CONTEXTO DO BAIRRO........................................................................................26 3.1. Barbalho: um bairro que é pura história....................................................................26 3.2. Contexto escolar.........................................................................................................27 3.3. Trabalho de campo.....................................................................................................28 4. TRAJETÓRIA PERCORRIDA NA PESQUISA......................................................31 4.1. O que os sujeitos da pesquisa acreditam.....................................................................31 4.1.1. O entendimento sobre o conceito de participação e a importância da família no contexto escolar...............................................................................................................32 4.1.2 Opinião dos pais e do educador sobre a participação na escola..............................34 4.1.3. Deveres dos pais e do professor referente à educação escolar...............................36 4.1.4 Relação dos pais e do educador com a escola.........................................................38 5. CONCLUSÃO..............................................................................................................39 6. REFERÊNCIAS...........................................................................................................42 7. APÊNDICES................................................................................................................44 8. ANEXO........................................................................................................................59

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1.

INTRODUÇÃO

Tradicionalmente, a família tem sido apontada como parte fundamental do sucesso ou fracasso escolar. A busca de uma harmonia entre família e escola deve fazer parte de qualquer trabalho educativo que tem como foco a formação de um indivíduo autônomo. Essa harmonia entre escola e família baseia-se na divisão do trabalho de educação de crianças, jovens e adultos, envolvendo expectativas recíprocas. Levando em consideração que o ser humano aprende o tempo todo, nos mais diversos interesses que a vida lhe apresenta, o papel da família é essencial, pois é ela que determina, desde cedo, o que seus filhos precisam aprender, quais são instituições que devem freqüentar, o que é necessário saberem para tomarem as decisões que os beneficiem no futuro. Com o passar do tempo, parecem não ter o mesmo objetivo em relação à educação da criança. O objetivo deste presente trabalho compreender se é possível à escola caminhar sem a participação da família e analisar quais são fatores que contribuem e influenciam nessa participação e que, de certa forma, influenciam na educação da criança. É possível observar sem muitos estudos, em famílias de classe média, as mães que acompanham assiduamente o aprendizado e o rendimento escolar do filho, que organizam seus horários de estudo, verificam o dever de casa diariamente, conhecem a professora e freqüentam as reuniões escolares. No estágio realizado, foi possível também observar o discurso freqüente no âmbito da escola pública que atende às famílias de baixa renda, as reclamações das professoras insatisfeitas com as dificuldades de aprendizagem de seus alunos e que reclamam da falta de participação dos pais. Durante essas observações de campo realizadas no Colégio Adroaldo Ribeiro Costa, localizado no bairro do Resgate, no município de Salvador, percebeu-se que professores e coordenadores sentem falta do acompanhamento dos pais nas atividades escolares de seus filhos/dependentes. Por isso, nasceu o interesse de entender qual é a participação que a escola espera da família e o que a família espera da escola. Que participação é essa tão almejada por ambas? Esse tema estudado é relevante devido à necessidade que a sociedade contemporânea está passando, percebe-se os apelos que uma boa parte da sociedade faz para as autoridades e

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comunidades, numa tentativa de resgatar a família e seus valores. Participação familiar é uma necessidade contemporânea e almejada por todos que fazem parte do contexto escolar. Daí a importância voltada para identificar essa possível falta de participação da família no contexto escolar. Porque educar é uma função de todo nós e quando a família participa da educação da criança, elas podem sair-se muito melhor na escola e na vida. Este trabalho monográfico está dividido em quatro capítulos. O primeiro capítulo apresenta conceitos relevantes sobre as concepções de educação, família, escola e participação, tendo como base os teóricos: Brandão (2004), Moraes (1997), Libâneo (2002), Morin (2006), Tiba (1996), Heidrich (2009), Perrenoud (2000), Demo (2001), Teixeira (2000), Bordenave (1983). O segundo capítulo, trata sobre as informações coletadas durante o trabalho de campo. Retrata um breve histórico do bairro Barbalho, onde está localizado o colégio e os sujeitos da pesquisa. Também discorre sobre os recursos metodológicos usados durante o estudo. A pesquisa se caracterizou como estudo de caso, o campo de atuação explorado foi o Colégio de 1º Grau Getúlio Vargas, e os sujeitos da pesquisa, foram os pais dos alunos da 3ª série do ensino fundamental, uma turma composta por 21(vinte e um) alunos, do turno matutino. O terceiro capítulo retrata a análise de dados coletados durante a pesquisa, utilizando o método indutivo e de caráter qualitativo. A abordagem metodológica tomou como base, um estudo de caso, preconizado por Ludke e André (1986), que está ligado à pesquisa etnográfica, o estudo de caso serve para estudar o funcionamento de uma instituição, determinar focos de mudanças ou de intervenção. Precisa-se que o objeto de estudo seja escolhido e bem delimitado, é nesse sentido que o estudo de caso veio a ser utilizado neste estudo. E nas considerações finais, apresenta a conclusão dos dados obtidos, com comentários críticos acerca da pesquisa desenvolvida.

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2.

OS CONCEITOS E SEU QUADRO TEÓRICO

Este capítulo apresenta conceitos relevantes sobre as concepções de educação, família, escola e participação. A escola também exerce uma função educativa junto aos pais, discutindo, informando, aconselhando, encaminhando os mais diversos assuntos, numa tentativa conjunta de promover a educação. Não podemos escapar dela, somente pela educação podemos sofrer transformações contínuas. É uma ação intencional, pessoal e comunitária, é um elemento essencial e permanente na vida do ser humano.

2.1 NINGUÉM ESCAPA DA EDUCAÇÃO

Segundo a LDB de 1996, a educação passou a ser um direito da criança assegurado legalmente. Até os seis anos de idade, a freqüência às creches e pré-escolas é uma opção dos pais, cabendo ao Estado o dever de oferecer vagas nestes espaços. No ensino fundamental, por volta dos sete anos de idade, a educação torna-se obrigatória. O Estado não pode deixar de atender à demanda por vagas de toda a população infantil que nele ingressa e nem os pais devem deixar os filhos sem freqüentar a escola, estando ambos sujeitos à penalidade legal. Heidrich (2009, p.14) reconhece: ―todos tem o direito de aprender. Ela deve visar o pleno desenvolvimento da personalidade humana e capacitar todos a participar efetivamente de uma sociedade livre”. Fica claro então que crianças, jovens devem ter seus direitos assegurados não só pela família como também pela sociedade e pelo Estado. Conceituar educação não é nada fácil, já que ela envolve uma série de conceitos e se amplia a diversas áreas como antropologia, sociologia, economia, psicologia, biologia, história e pedagogia. Libâneo (2002, p.70), especifica essa amplitude quando diz que ―para uns importa mais a educação como instituição social; para outros, a educação como processo de escolarização”. Portanto, é possível dizer que cada um conceitua educação de acordo com sua área de atuação. Libâneo (2002) enfatiza ainda que:

Talvez seja útil partirmos do sentido etimológico. Alguns autores que se ocupam em esclarecer o conceito apontam a origem latina de dois termos: educare (alimentar, educar, criar, referindo tanto às plantas, aos animais,

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como às crianças); educere (tirar para fora de, conduzir para, modificar um estado). (LIBÂNEO, 2002, p.72)

De acordo com Brandão (1978, p.8-9), ―educação são todos os processos sociais da aprendizagem, não há uma forma nem único modelo de educação, a escola não é um o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor (...)”. Para ele, a educação existe onde não há escola, pois a educação é um fragmento do modo de vida dos grupos sociais que criam e recriam entre tantas outras invenções de sua cultura em sociedade, a educação é dinâmica. A educação participa do processo de criação e idéias, de qualificações e especialidades que envolvem as trocas de símbolos, bens e poderes que em conjunto constroem tipos de sociedades. Brandão (1982) refere-se também ao pensamento que o educador tem sobre a educação, afirmando que o educador acredita que entre homens, a educação é o que dá a forma e o polimento para que, a partir daí, a pessoa possa se construir. A saber:

―Na medida em que se transforma, pelo desafio que aceita e que lhe vem do meio para o qual volta sua ação, o homem se educa. E, na medida em que comunica os resultados de sua experiência, ele ajuda os outros homens a se educarem, tornando-se solidário‖ (ROMANELLI 2007,p. 23). No entanto, a educação tem a possibilidade de nos dar um norte para chegar onde queremos, pois já nascemos inclinados a aprender, com uma potencialidade enorme, só precisamos de motivação, estímulos. Estímulos estes que podem vir de professores, pais e amigos. Educação é um processo que se inicia com o nascimento e nos acompanha em todos os momentos da nossa vida. É vivência. É aprender a ser, no convívio com o outro, nas relações entre seus conhecimentos e na vida cotidiana. A educação pode existir livre e pode também ser imposta por um sistema centralizado de poder, reforçando ainda mais a desigualdade social. Alguns autores acreditam que educação e política não deveriam andar juntas, pois uma interfere na outra. Apesar disso, muitas opiniões variam a esse respeito. Quando se fala em educação, há uma tendência em relacioná-la à escola, predominando a idéia de que a escola é a única responsável pela educação do indivíduo. A educação está em constante crescimento, embora possua permanentes atributos (transmissão de saberes), encontrando-se em constante variação, para se adaptar às

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necessidades que vão surgindo no meio social. Acontece de modos diferentes, nos mais diferentes lugares e ainda assim, todos participam dela, como afirma Moraes (1997):

Para tanto, a educação deverá oferecer instrumentos e condições que ajudem o aluno a aprender a aprender, a aprender a pensar, a conviver e a amar. Uma educação que ajuda a formular hipóteses, construir caminhos, tomar decisões, tanto no plano individual quanto no plano coletivo. (MORAES, 1997, p. 211)

A educação associa-se, pois, a processos de comunicação e interação pelos quais os membros de uma sociedade assimilam saberes, habilidades, técnicas, atitudes, valores existentes no meio culturalmente preparado e, com isso, ganham o patamar necessário para produzir outros saberes, técnicas e valores. Devemos aprender, sobretudo, a lidar com uma requilibração permanente das sensibilidades, das emoções, da racionalidade, dos conhecimentos. Por que nunca somos a mesma pessoa depois de ter aprendido alguma coisa significativa, por menor que seja. Segundo Gadotti (1997, p. 162): ― A mudança de qualidade nas relações que mantêm a sociedade ativa é fruto de uma lenta e por vezes violenta maturação quantitativa, no interior dessas mesmas relações. É uma guerra surda, cotidiana, e, até certo ponto, inglória. É o trabalho muitas vezes anônimo, do professor, por exemplo. A educação só pode ser transformadora nessa luta surda, no cotidiano, na lenta tarefa de transformação da ideologia, na guerrilha ideológica travada na escola.‖

É notório que o mundo na contemporaneidade pensa em educação e isso é importante para que haja uma mudança real e profunda. E para que esta mudança ocorra é necessário que cada um, Estado, sociedade, escola e família assumam suas responsabilidades.

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2.2 - FAMÍLIA: BASE DA SOCIEDADE

―Família: conjunto de parentes por consangüinidade ou por afinidade; descendência, linhagem, estirpe; conjunto de pessoas da mesma seita, fé, sistema, profissão, etc‖. Esse é o significado de família o qual o dicionário Aurélio nos mostra. É notório que no ambiente familiar, as pessoas também se unem, por amor, situação financeira e pela sobrevivência. A família sempre nos foi apresentada como instância formadora e socializadora da criança. Battaglia apud NOBRE (1987) conceitua a família dizendo que a família pode também ser considerada como:

(...) um sistema aberto em permanente interação com seu meio ambiente interno e/ou externo, organizado de maneira estável, não rígida, em função de suas necessidades básicas e de um modus perculiar e compartilhado de ler e ordenar a realidade, construindo uma história e tecendo um conjunto de códigos (normas de convivências, regras ou acordos relacionais, crenças ou mitos familiares) que lhe dão singularidade. (NOBRE, 1987, p.118-119).

Dessa forma, escolher a escola adequada às esperanças da família e que, ao mesmo tempo, seja do agrado da criança, é um empreendimento cujo sucesso depende, em grande parte da habilidade dos pais ao avaliarem diferentes propostas. Estar atento ao projeto educativo e ao perfil disciplinar da instituição que auxilia a optar por aquela cujos valores e embasamento mais se assemelhem aos da família em termos de exigências, posturas, visão de mundo. Conhecer as dependências e possibilidades da escola, seus diferenciais, bem como os profissionais que estarão encarregados da educação de seu filho, é importante para os pais avaliarem a escola. Segundo Falcão (2007, p.07), ―(...) a Família foi perdendo seus principais atributos, de tal forma e com tanta rapidez que se chegou a proclamar o seu fim. Atualmente, observase que não existe um modelo tradicional de família, mas apenas uma estruturação familiar e que dentre essa nova realidade, pode-se incluir pais que trabalham por uma necessidade de sustentar família e os que deixaram de estudar antes mesmo de serem alfabetizados, o que dificulta a participação desejada no desenvolvimento escolar do filho. A participação da família é uma necessidade contemporânea, almejada por todos que fazem parte do contexto escolar, independente de ser ensino fundamental ou educação

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infantil. Lidar com famílias hoje, é lidar com a diversidade. Famílias intactas, famílias em processos de separação e muitas outras. Pode-se observar, que existe, sem dúvida, uma alteração radical no modelo tradicional de família, em que o homem era o único provedor, ficando evidente a mudança do papel da mulher na família. Conforme Battaglia, pode-se dizer: Como construções sociais relativamente recentes, estas complexas reformulações familiares encontram-se sem modelo preestabelecido. Sendo assim, cada família necessita lidar com seus padrões e conceitos preestabelecidos para deles fazer emergir uma maneira original de constituir um grupo familiar com funções, direitos e deveres que atendam aos que dele participam. Nesta reformulação, as questões de gênero são inevitavelmente questionadas e pressionadas a transformarem-se. (BATTAGLIA, 2002, p,

7) A família tem um papel imprescindível na vida de seus filhos; é onde acontece o desenvolvimento das primeiras habilidades, os primeiros ensinamentos através da educação doméstica na qual o filho aprende a respeitar os outros, a conviver com regras que foram criadas e reformuladas no decorrer da formação da sociedade. E a escola, ela vem para reforçar esses valores primeiros, acrescentando, mas não assumindo para si o papel inicial da família. Dessa forma, podemos dizer que: Teoricamente, a família teria a responsabilidade pela formação do indivíduo, e a escola, por sua informação. A escola nunca deveria tomar o lugar dos pais na educação, pois os filhos são para sempre filhos e os alunos ficam apenas algum tempo vinculados às instituições de ensino que freqüentam. (TIBA, 1996, p. 111).

Família e escola são pontos de apoio e sustentação ao ser humano, são marcos de referência existencial. Quanto melhor for a parceria entre ambas, mais positivos e significativos serão os resultados na formação do sujeito. A participação dos pais na educação formal dos filhos deve ser constante e consciente. Vida familiar e vida escolar são simultâneas e complementares e é importante que pais, professores, filhos/alunos compartilhem experiências, entendam e trabalhem as questões envolvidas no seu cotidiano sem cair no julgamento ―culpado x inocente‖, porém buscando compreender as nuances de cada situação. A educação é responsável pela herança cultural, compreendendo assim, um processo de socialização, uma vez que:

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A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontrem ainda preparadas para a vida social; tem por objeto suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, no seu conjunto, e pelo meio especial que a criança particularmente se destine. (DURKHEIM, 1978, p, 41)

Percebe-se que alguns pais usam desculpas, dizem que tem pouco tempo para os filhos e não tem tempo para educá-los, usando essa desculpa como argumento. E para recompensar o tempo que não estão disponíveis, os pais usam da lei da compensação, quando estão juntos, no pouco tempo que tem, deixam os filhos fazerem tudo o que querem, sem nenhuma cobrança. Tiba (2007) ressalta que o tempo deveria ser usado para reforçar a educação dos filhos e não deseducá-los. Enquanto que Oliveira (1999) vem alertar que se deve utilizar a compensação de forma positiva e educativa quando diz que:

Quando um indivíduo adota, por exemplo, os mesmos valores organizacionais e comunga o conhecimento transmitido pela organização, ele é recompensado de diversas maneiras: o elogio afetuoso, a recompensa valiosa ou o alívio de ter escapado ao castigo. (OLIVEIRA, 1999, p.77).

Muitos deles não sabem que o processo educativo começa ali mesmo, no seio da família, a partir do momento em que a criança nasce. Afinal de contas, a família é o primeiro ambiente de formação de valores, idéias e comportamento. Os pais convivem com as crianças e muitas vezes não se dão conta de que suas atitudes poderão influenciar positivamente ou negativamente na formação de seu filho. Conforme Brandão (1982, p.12), “a educação existe sob tantas formas e é praticada em situações tão diferentes, que algumas vezes parece ser invisível”. Fazendo-nos, compreender que a vida é essencialmente educativa. Tanto a convivência quanto o relacionamento familiar são fatores fundamentais para o desenvolvimento individual. Entender o indivíduo como parte de um sistema de um todo organizado, com elementos que interagem entre si, influenciando cada parte e sendo por ela influenciado, traz uma luz à compreensão acerca do desenvolvimento humano, contribuindo para a reflexão sobre os contextos familiar e escolar, que tanto podem ser elementos de moderação, inclusão e segurança.

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Uma criança que vive num ambiente familiar harmonioso, com pais compreensivos, certamente desenvolverá atitudes positivas em relação a ela e aos outros que estão ao seu redor. Mas se isso não ocorre, existe uma grande probabilidade dela se tornar uma criança sem personalidade e insegura, o que poderá afetar a sua vida social. Com um olhar atento, pode-se perceber quando uma criança está sendo pressionada ou passando por algum problema familiar. Durante a fase de observação, constatou-se que algumas crianças ficam inseguras durante as atividades avaliativas, outras mostram comportamento e rejeição nas atividades e deixam como se quisessem, de alguma forma chamar a atenção de alguém, confirmando a importância de um bom relacionamento familiar no processo educativo.

2.3 – ESCOLA: RAIZ DA VIDA SOCIAL OU DIVERSIDADE HUMANA

Nem sempre houve escola e nem sempre ela foi do jeito que a conhecemos. Em vários momentos da história, tipos diversos de sociedades criaram diferentes caminhos para percorrer a estranha aventura de lidar com o saber e os poderes que ele carrega consigo. A escola atual vem sendo objeto de estudo, críticas e projetos que muitas vezes não levam em consideração os que fazem parte dela. A Lei de Diretrizes e Bases - LDB (1996) determina que a escola deve vincular-se ao mundo do trabalho e às práticas sociais. Desta forma, espera-se que a educação escolar prepare o estudante para a vida e que o inspire nos princípios de liberdade e em ideais de solidariedade humana. Tais princípios e valores são universais e devem orientar toda a ação educativa da escola, das organizações sociais, das famílias e de outros segmentos que queiram colaborar com a educação escolar. É notório que a presença dos pais na escola muitas vezes causa um certo desconforto. Quando participam ou solicitam explicações, era entendido como queixa e até como invasão. Hoje, a presença dos pais e da comunidade está sendo considerada como uma ampliação das possibilidades de uma boa relação, tanto da escola quanto das famílias. O papel da escola, assim como o da família é ajudar no desenvolvimento e formação da criança. A escola em todos os lugares representa o saber, a cultura e às vezes se confunde com a própria educação. No conceito de muitas pessoas, a escola é o lugar onde nasce a

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educação. Para Heidrich (2009, p.25), ―a escola foi criada para servir à sociedade. Por isso, ela tem a obrigação de prestar conta de seu trabalho, explicar o que faz e como conduz a aprendizagem das crianças e criar mecanismos para que a família acompanhe a vida escolar dos filhos”,mas não é apenas a escola que educa. A sociedade também tem uma parcela de contribuição nesse processo, com as mais variadas manifestações culturais que exercem, de algum modo, influência sobre o ser humano e segundo Tiba (1996, p. 121) ―Cada aluno traz dentro de si sua própria dinâmica familiar, isto é, seus próprios valores (em relação a comportamento, disciplina, limites, autoridades, etc.) cada um têm suas características psicológicas pessoais.

A formação do caráter e personalidade do indivíduo ocorre ainda na infância e as principais instituições responsáveis por este desenvolvimento são, sem dúvida, a escola e a família. A escola, como segunda instância, oferece um maior grau de socialização que a família. É lá que a criança passa a conviver com outras crianças, experimenta um ambiente novo, com novas regras e novos conceitos educativos. É um lugar para formar pessoas inteligentes. Segundo Morin (2006, p.24), ―a escola, em sua singularidade, contém em si a presença da sociedade como um todo”. É um local que possibilita novas experiências, uma vivência social diferente daquele grupo familiar, no sentido de proporciona um contato com o conhecimento sistematizado e com um universo de interações com pessoas e ambientes diferentes, capazes de provocar transformações no processo de desenvolvimento e formação. Tiba (2007, p. 189), ainda complementa dizendo que “a escola oferece também atividades especificas conforme a idade das crianças, o que geralmente não acontece em casa”. A escola é, como qualquer outra instituição social, uma disseminadora de saberes e ideologias e o professor que não é mais visto como um transmissor de conhecimento e sim como um gestor de conhecimento, alguém que dá a direção na aprendizagem e na relação da escola com esse aluno. Libâneo (2002), coloca que as práticas educativas é que, verdadeiramente, podem determinar as ações da escola e seu comprometimento social com a transformação. E o professor é fonte de informação, dentre outras tantas que estão discutidas atualmente, é também transmissor de ideologia e o seu papel na sociedade é fundamental. O papel do professor na sociedade seria o de um profissional que pode colaborar para que os alunos tenham uma visão crítica do mundo, levando-os a ter uma postura autônoma. E para um bom funcionamento desse papel, é conveniente que haja uma ligação direta dessa instância com o educando.

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Ter consciência da importância da educação é estabelecer um canal de comunicação com as famílias, para criar confiança entre pais e escola. Segundo Moraes (1997, p. 209), ―a paz e a solidariedade, harmonia é alguma coisa que se aprende sim na escola, e a escola é profundamente responsável por isso, não através dos conteúdos que ela cria para pessoas e principalmente para as crianças”. A escola é importante para o convívio em sociedade, mas é necessário também estar preparado para aceitar a atualidade e os novos paradigmas. E Gadotti(1997, 160) vem ressaltar que:

―A educação hoje está se repensando a partir de outra concepção que os educadores estão tendo dela: longe de ser um lugar imutável, ela está sendo descoberta como um lugar provisório, inacabado, precário, prolongamento de uma sociedade. E descobrindo sua precariedade abre-se para o profissional do ensino uma situação extremamente desconfortante, conflitante‖. A precariedade está por toda parte. Ajudando ao aluno adquirir a entender e participar socialmente e politicamente dos problemas de sua comunidade.

2.4 – FAMÍLIA E ESCOLA: UM PONTO EM COMUM

É um ponto em comum entre a escola e a família a necessidade de se buscar formas de articulação entre a família e a escola. Fácil falar sobre ela, difícil construí-la. Além do mais, hoje se vê a educação como algo permanente, por toda vida, um processo continuado e não mais como uma etapa a ser realizada. Talvez o atual desejo da escola como instituição seja a família mais próxima dela, para enfrentar as atuais dificuldades, as intencionalidades e obrigações decorrentes para efetivar a parceria desejada. Essa relação não diz respeito apenas aos filhos/alunos, mas a todos, familiares, professores e comunidade em geral. Para que uma casa, uma comunidade, uma família ou uma escola, funcione é necessário que cada uma execute bem a sua respectiva função da melhor forma possível, para que os objetivos sejam atingidos. Alguns atuam sozinhos e outros em equipe, mas todos atuam em alguma parte da instituição de ensino, seja vigilante, bibliotecário, merendeira e outros que também fazem parte do contexto escolar. São todos educadores, apesar de, muitas vezes, não saberem disso.

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A escola, com certeza, não quer que a família seja responsável pelos conteúdos dados, mas que estimule ao filho em suas atividades. É uma parceria entre instituições distintas. O papel da família seria o de estimular no filho o comportamento de estudante e cidadão e o da escola seria orientar aos pais nos objetivos que a escola espera que o aluno atinja e de criar momentos para que essa integração aconteça. Embora Perrenoud (2000, p.104) afirme que não seria possível essa cooperação dos que fazem parte do contexto escolar se não houvesse uma facilitação do diretor. Para Içami Tiba (2007, p.63), ―as crianças precisam ser protegidas e cobradas de acordo com suas necessidades e capacidades, protegidas nas situações das quais não seguem se defender, e cobradas naquilo que estão aptas a fazer”. Por essa razão, escola e família possuem funções que se assemelham e se aproximam, funções estas que poderiam se resumir, sinteticamente, em como proteger e educar, dar autonomia à criança, pode permanecer no espaço da troca e de suplementariedade, sem cair na armadilha da disputa, buscando acertos e corrigindo erros. E entender que a relação que o aluno mantém com a escola está relacionada não só com o tipo de família, como, também com as relações que seus membros mantêm entre si. Porque é no momento que o filho é colocado na escola que o sistema familiar fica exposto. Por esses motivos, a parceria entre essas duas instituições é fundamental para que o processo de aprendizagem tenha sucesso. Se as desejamos eficazes temos de reconhecer as características de cada uma e descobrir as pontes possíveis existentes para essa parceria. Ambas estão em ―crise‖, sendo criticadas pelo que ―não‖ fazem e deveriam fazer numa realidade de grandes transformações, embora em meio de tantas críticas, ambas ainda sejam instituições valorizadas. Podem ser compreendidas a escola e a família ou consideradas como sistemas humanos em constantes interações que possuem como elemento de união o filho-aluno. O aluno chega à escola com seus modelos, seus medos, dificuldades e desejos, tendo que aprender os valores da instituição e conviver com a diversidade. É um momento rico e delicado para ele, sua família e para a escola. A busca de uma boa relação entre família e escola deve fazer parte de qualquer trabalho educativo que tem como foco a criança. Além disso, a escola também exerce uma função educativa junto aos pais, discutindo, informando, aconselhando, encaminhando os mais diversos assuntos, para que família e escola, em colaboração mútua, possam promover uma educação integral da criança. Uma relação baseada na divisão do trabalho de educação de crianças e jovens, envolvendo expectativas recíprocas.

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Quando se fala em parceria desejável e convoca-se os pais na participação na educação, principalmente pelo ―dever de casa‖ que é uma estratégia de promoção de sucesso escolar, não se leva em consideração as mudanças históricas e as diversidades culturais nos modos de educação e reprodução social. Os professores da rede pública que trabalham com crianças das classes populares têm reclamado muito do acúmulo de funções que estão tendo que exercer. As questões sociais atingem diretamente a escola: crianças com fome, guardando a merenda para levar para casa, crianças doentes ou com piolho, que sofrem maus tratos, que revezam cadernos e materiais escolares com os irmãos, junto com crianças arrumadas, penteadas, falantes, bem alimentadas. Com o art.18 do Estatuto da Criança e do adolescente (E.C.A) rege que,―é dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor‖(2004, p.13). Dessa forma, quando a escola básica é, concebida como um campo em que estão em jogo as conjunturas políticas, sociais e econômicas sobrepostas na produção e disseminação dos códigos culturais e hegemônicos. Significa envolver com o dado ampliador em que estão implicados o poder e suas múltiplas dependências com o saber. Não se pode deixar de citar algumas informações dadas por Heidrich (2009, p. 26-30), conselhos que certamente podem auxiliar nessa participação tão almejada por todos. São eles: acolhimento; apresentar a escola e os funcionários à família; fazer uma entrevista com os pais e os alunos; assegurar a participação no projeto político pedagógico. Essa clareza e exposição da situação deixam todos mais tranqüilos e conscientes dos problemas e das possíveis soluções e imprevistos que poderiam aparecer no caminho nos quais todos estariam ali, para dar sugestões e escolher juntos possíveis soluções.

2.5 - PARTICIPAÇÃO: UMA MUDANÇA NA RELAÇÃO ENTRE PESSOAS

A participação tão desejada possui características de ser um processo, de ter um meio e um fim. É um caminho para alcançar seus objetivos. Segundo Demo (2001), ―dizemos que participação é conquista para significar que é um processo, no sentido legítimo do termo: infindável, em constante vir-a-ser, sempre se fazendo‖. (DEMO, 2001, p.18)

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No entanto, é possível acabar com esse jogo de culpado e inocente se a família e a escola buscarem ações coordenadas, o que poderia garantir a ela que os problemas seriam resolvidos ou, pelo menos, teriam um parceria, mas para que isso aconteça é necessário que os professores sejam conscientizados em relação às novas formações familiares e qual é o papel da família. E em contrapartida, a família deveria conhecer melhor a escola na qual o seu filho será inserido e procurar a melhor forma para ajudá-lo no seu desenvolvimento. De acordo com Palato (2009, p. 102-104), seria positivo se a família em conversas com professores e coordenadores explicasse sua situação e qual seria a melhor forma de participação para a educação de seu filho, com certeza tudo poderia ser bem melhor. Ela relata que alguns mitos deveriam ser revistos ou deixarem de existir. Neste trabalho, serão citados apenas três dos mitos considerados mais importantes. O primeiro seria conceber a família desestruturada como problema, quando não é formada por pai, mãe e filhos; a dinâmica familiar mudou muito, hoje existe uma diversidade familiar muito grande. É homossexual, mono parental, união livre, mas isso não que dizer que o filho não esteja bem e que a família independente de qualquer formação, não seja capaz de dar um suporte para a escola, acredito que essa postura é uma questão de escolha. O segundo mito seria a responsabilidade da família no aprendizado escolar dos filhos. É do conhecimento que a família é responsável por boa parte da educação e a escola ficaria com a menor parte. A família e a escola compartilham da educação só que ambas com focos diferentes. A escola se responsabiliza pela formação e a família compartilha da educação informal. O terceiro mito seria dizer que os pais nunca estão presentes em atividades escolares, mas como contar com pais se os horários não são adequados para o seu comparecimento e não são promovidos trabalhos pedagógicos. Demo (2001) aponta a problemática entre participação e envolvimento:

Muitas desculpas são justificativas do comodismo, já que participação supõe compromisso, envolvimento, presença em ações por vezes arriscadas e até temerárias. Por ser um processo, não pode também ser totalmente controlada, pois já não seria participativa a participação tutelada, cujo espaço de movimento fosse previamente delimitado. (DEMO, 2001. p.19-20).

Quando Demo (2001) fala em participação, ele mostra uma realidade que a maioria das escolas públicas, os pais, professores e coordenadores não enxergam, ou acham melhor não perceber para não ter que tomar uma posição que muitas vezes é trabalhosa. Se os pais

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percebessem que a escola pública também tem sua colaboração, que também é contribuição recolhida com seus impostos, ficaria mais fácil perceber que a escola pública não é ―de graça‖, sendo que se os impostos fossem somados, sairiam bem mais caros que uma escola particular. E o mais impressionante, é que pais e responsáveis muitas vezes não acreditam que podem cobrar da escola pública, o mesmo comportamento não acontece com os pais das escolas particulares, pois consideram um alto investimento o pagamento das mensalidades escolares. Conforme Bordenave (1983), desde o começo da humanidade, os homens têm participação no meio social, no meio familiar, nas tarefas de subsistência e nos cultos religiosos. E essas participações são por ele definidas como: participação de fato, a espontânea, a imposta, a voluntária, a provocada e a concedida, uma vez que:

A participação social é transferida deste modo da dimensão superficial do mero ativismo imediatista, em geral sem conseqüência sobre o todo, para o âmago das estruturas sociais, políticas e econômicas. Em harmonia com o conceito, se uma população apenas produz e não usufrui dessa produção, ou se ela produz e usufrui, mas não toma parte da gestão, não se pode afirmar que ela participe verdadeiramente. (BORDENAVE, 1983, p.25).

Se todos que fazem parte da escola pública começassem a cobrar do Governo e dos integrantes da escola o que lhe é de direito, a escola pública seria muito mais valorizada. Como justifica Bordenave (1983), quando se refere à educação e à qualidade da participação: ―A qualidade da participação se eleva quando as pessoas aprendem a conhecer sua realidade; a refletir; a superar contradições reais ou aparentes; a identificar premissas subjacente; a antecipar conseqüência; a entender novos significados das palavras; a distinguir efeitos de causas, observações de inferência e fatos de julgamentos‖. (BORDENAVE, 1983, p.72-73).

É essa participação que se faz necessária, uma participação coerente e consistente. É o poder que se tem nas mãos. Os pais das escolas públicas têm que resistir ao processo histórico que nos impõe tais condições, como se pode ver: Quem acredita em participação, estabelece uma disputa com o poder. Tratase de reduzir a repressão e não de montar a quimera de um mundo naturalmente participativo. Assim, para realizar participação, é preciso encarar o poder de frente, partir dele, e, então, abrir os espaços de participação, numa construção arduamente levantada, centímetro por centímetro, para que não se recue nenhum centímetro. (DEMO, 2001, p. 20)

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A escola deveria trabalhar a participação como proposta que oriente os caminhos que possam ser construídos e percorridos pela comunidade escolar, juntamente com a família e com outros grupos que podem apoiar o trabalho realizado por todos os envolvidos no desenvolvimento cognitivo, psicológico, afetivo do filho/aluno. Não é tarefa fácil mudar uma cultura, leva tempo, mas deve-se tentar, afinal. Como foi dito anteriormente, ―participação é um processo‖, como afirma Teixeira (2000): Não obstante, é necessário delimitar o conceito de participação. Para isso, é fundamental na sua caracterização o elemento poder político, que não se confunde com autoridade nem com Estado, mas supõe uma relação em que atores, usando recursos disponíveis nos espaços públicos, fazendo valer seus interesses, aspirações e valores, construindo suas identidades, afirmando-se como sujeitos de direitos e obrigações. (TEIXEIRA, 2000, p.37).

Essa participação deve ser vista como uma ampliação das possibilidades de acertos na educação do filho/aluno sendo uma esperança de fazer ficar visível à criança com seus problemas e potencialidades. Afinal, a escola é um lugar que possibilita novas experiências, uma vivência social diferente daquela do grupo familiar, no sentido, em que proporciona um universo de interações pessoais e ambientes diferentes, capazes de provocar transformações no processo de desenvolvimento e na formação do indivíduo.

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3. CONTEXTO DO BAIRRO

Neste capítulo abordo a história do bairro e um apresento um breve histórico acerca da Escola de 1º Grau Getulio Vargas, na qual foi realizada está pesquisa.

3.1 – BARBALHO: UM BAIRRO QUE É PURA HISTÓRIA

O Bairro Barbalho é um bairro tradicional do Centro de Salvador. Segundo o site da Emtursa (órgão de turismo da capital baiana), o nome do bairro vem das terras que antigamente pertenciam a Luiz Barbalho Bezerra. Em seu entorno, podemos também apreciar o Forte de Nossa Senhora do Monte do Carmo, também conhecido Forte do Barbalho, localizado à Rua Aristides Àtico, e foi erguido por receio de um segundo ataque dos holandeses às trincheiras de Santo Antônio, o Capitão pernambucano Luis Barbalho Bezerra. Durante a guerra da Independência do Brasil (1822 - 1823) com a retirada das tropas portuguesas sob o comando de Inácio Madeira de Melo, a 2 de julho de 1823, esta foi a primeira fortificação a arvorar a Bandeira do Brasil em Salvador. Segundo o site do Jornal ATARDE, a 18 de maio de 1638, foi destroçada definitivamente a tropa de Maurício de Nassau, na qual foi colocada uma placa no Forte, essa placa existe no Forte até hoje, todos esses acontecimentos deram o início deste histórico bairro e enfatizando sua participação como um dos principais apoios na expulsão dos holandeses da Bahia, no século XVII. Com tudo isso, fica fácil perceber que o bairro traz uma grande história. O Forte foi transformado em um depósito de lixo, seus equipamentos foram sucateados e para aumentar a degradação, o Forte sofreu uma intervenção arquitetônica. Atualmente, já não percebemos a presença de imóveis históricos, foram demolidos para dar lugar a prédios e casas. A maior riqueza do bairro é ter um aglomerado de escolas, uma área educacional com cerca de 10 mil alunos da rede pública e pouca área de assistência médica. Atualmente, o bairro, junto com outros do centro, possui escolas de alto nível, tanto públicas como particulares, como o Instituto Central de Educação Isaias Alves - ICEIA, com 3 mil alunos e o Centro Federação de Educação Tecnológica - CEFET, Colégio Prática

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Cultural (particular), Escola de 1º grau Getúlio Vargas com 2,8 mil alunos e pelo Colégio Estadual Professora Suzana Imbassahy com 551 alunos. Devido à essa grande movimentação e evolução, apareceu o lado negativo para o bairro, pois que ladrões começaram a surgir e a agir. O bairro comporta uma população de classe média e classe baixa, oferece uma estrutura de lazer e de saúde precária. Muitos dos filhos fazem parte das escolas próximas a sua residência e grande parte dos pais é analfabeta ou tem pouco estudo. Pais que possuem mesmo pouca ou nenhuma escolarização, incentivam seus filhos a ter uma boa educação, para que no futuro próximo possam ter um futuro melhor.

3.2

Contexto escolar

A escola utilizada na pesquisa tem como missão assegurar uma educação de qualidade para formação dos cidadãos críticos, solidários, conscientes e preparados para os desafios do mundo moderno. O Getúlio Vargas é uma escola que comporta alunos com toda sua diversidade, são crianças com transtornos, com Síndrome de Donw, deficiente auditivo e visual. Ouso dizer que é uma escola da diversidade humana. Seus objetivos estratégicos seria melhorar o desempenho acadêmico dos alunos, assegurar um desempenho de excelência na gestão, fortalecer a integração escola, pais e comunidade. Trazendo excelência, igualdade, criatividade e inovação como valores. A visão do futuro do Getúlio Vargas é continuar sendo uma escola de referência na cidade de Salvador e no Estado, pela qualidade de ensino que ministram, pela maneira como atendem os alunos e pela competência profissional da sua equipe. Pretende ser uma escola voltada para a qualidade no atendimento a todos que necessitem de seus serviços, de maneira eficaz, segura e responsável. Fazem parte de sua equipe escolar, gestores, coordenação pedagógica, corpo docente do ensino fundamental 1º e 2º segmento.

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Nesta pesquisa utilizei a escola mencionada devido o estágio realizado, na qual ocorreu inicialmente uma observação na sala de aula, numa tentativa de verificar a teoria com a prática e foi possível observar que a teoria e a prática apresentavam certo distanciamento. No capítulo seguinte pretendo discorrer sobre como foi feita a análise de dados, o método escolhido e as estratégias da pesquisa.

3.3. Trabalho de campo

O método escolhido foi o indutivo, ou seja, a cadeia do raciocínio que estabelece conexão ascendente do particular para o geral. Por ter escolhido como campo de observação a escola de 1º Grau Getúlio Vargas, localizado no bairro Barbalho, na 3ª série do ensino fundamental. Este trabalho se caracterizou como estudo de caso. Segundo Ludke e André (1986, p.17) o estudo de caso ―é sempre bem delimitado, devendo ter seus entorno claramente definidos no desenrolar. O caso Pode ser similar a outros, mas é ao mesmo tempo distinto, pois tem um interesse próprio, singular”. E que, de acordo com Ludke e André (1986), possuem características fundamentais, são elas: visa a descoberta; enfatiza a interpretação do contexto; busca retratar a realidade de forma completa e profunda; usa uma variedade de fontes de informações; revela experiência vicária e permite generalização naturalista; procura representar os diferentes e às vezes conflitantes pontos de vista numa situação social e utiliza uma linguagem acessível. As estratégias utilizadas foram as observações realizadas durante o período do estágio na escola selecionada para a pesquisa e as entrevistas aplicadas aos professores e pais de alunos. A observação é uma estratégia que abrange não só a observação direta, mas todo um conjunto de técnicas metodológicas implicando uma grande inclusão do pesquisador na situação estudada. A estratégia de aplicação de entrevista foi escolhida pela necessidade de ouvir os pais, suas opiniões e reações ao serem questionados, pois segundo Lakatos & Marconi (2002):

A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma

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conversação de natureza profissional, é um procedimento utilizado na investigação social, para a coleta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social‖. (LAKATOS & MARCONI, 2002, p.92)

Sendo assim, a entrevista é uma estratégia que exige disponibilidade de tempo do entrevistador e do entrevistado, pois de acordo com Thompson (1992), afirma o seguinte: O argumento em favor de uma entrevista completamente livre em seu fluir fica mais forte quando seu principal objetivo não é a busca de informações ou evidências que valham por si mesmas, mas sim fazer um registro ―subjetivo‖ de como um homem, ou uma mulher, olha para trás e enxerga a própria vida, em sua totalidade, ou em uma de suas partes. (THOMPSON, 1992, p.258).

Foi realizada uma pesquisa de campo por meio de entrevista com oito pais, cujos filhos fazem parte da Escola Municipal do 1º Grau Getúlio Vargas, situada no bairro Barbalho. Essa escola foi escolhida como objeto do estudo qualitativo, durante o período de julho de 2009 a novembro 2009, referente à participação no estágio de regência proporcionado pela Faculdade para conclusão de curso de Graduação em Pedagogia. Os sujeitos desta pesquisa foram: uma professora que leciona na terceira série do ensino fundamental e oito pais de alunos da escola selecionada. De início, minha intenção era selecionar pais que participam do contexto escolar dos filhos e, em contrapartida, os pais que não tinham essa mesma participação. Contudo, devido às férias de fim de ano e o atraso no retorno às aulas, poucos pais foram entrevistados, o critério de seleção ficou sendo aleatório. Para a realização da entrevista, utilizei um gravador, por saber que a memória é falha e não gostaria de perder nenhum dado importante que surgisse no percurso. Thompson (1992, p.264) diz que: “algumas pessoas podem rejeitar tal tecnologia e pode deixar a pessoa entrevistada limitada” e tal afirmação foi comprovada no momento em que realizava a entrevista, pois ao desligar o gravador os entrevistados sentiam-se mais a vontade e revelavam dados importantes. Essa entrevista se caracterizou em sete questões relacionadas aos pais e ao educador. Concernentes às questões relacionadas aos pais, temos: O que é participação? O que você acha que a escola espera de você? O que você espera da escola? Como é sua relação com a escola de seu filho? Quais são os seus deveres como responsável por seu filho? De que forma

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você participa da educação escolar de seu filho? Qual é a importância da família na educação escolar de seu filho? Referente às questões relacionadas ao educador, temos: O que é participação? O que você acha que a escola espera de você? Quais são os seus deveres como professor na escola? De que forma você incentiva a participação dos pais na escola? Qual é a participação que você espera da família? Na sua época de escola, como era a participação da família na escola? As questões aplicadas na entrevista foram escolhidas de modo a perceber o que realmente estava por trás da pergunta chave: participação no contexto escolar. Segundo Lakatos & Marconi (2002, p. 88) afirma que: ―não consiste apenas em ver ou ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar”. E o objetivo dessa entrevista foi chegar o mais perto possível da resposta e da confirmação de algumas questões levantadas na observação de campo realizada.

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4. TRAJETÓRIAS PERCORRIDAS NA PESQUISA

Este capítulo trata das trajetórias percorridas durante o estudo, realizada na Escola de 1º Grau Getúlio Vargas, onde se analisa as respostas dos entrevistados a partir de várias categorias de análise. As categorias de análise foram divididas em quatro: o entendimento sobre o conceito de participação e a importância da família no contexto escolar; opiniões dos pais e dos educadores sobre a participação na escola; deveres dos pais e do professor referentes à educação do filho/aluno; relação dos pais e educadores com a escola. A análise de dados está presente em vários estágios da investigação, tornando-se mais sistêmica e mais formal após o encerramento da coleta de dados. Para a análise de dados, foi escolhido um critério de seleção dos nomes a serem usados para proteger a identidade dos participantes. Foram usadas as iniciais dos nomes dos filhos com as iniciais dos pais entrevistados. Como afirma Ludke e André (1986, p.48):

―O primeiro passo nessa análise é a construção de um conjunto de categoria descritiva. O referencial teórico do estudo fornece geralmente a base inicial de conceitos a partir dos quais é feita a primeira classificação dos dados. (Ludke e André 1986). Com isso, as categorias de análise foram dividas em quatro: o entendimento sobre o conceito de participação e a importância da família no contexto escolar; opiniões dos pais e dos educadores sobre a participação na escola dos pais e do professor referente à educação do filho/aluno; a relação dos pais e educadores com a escola.

4.1 O que os sujeitos da pesquisa acreditam

Neste tópico será apresentado o que os sujeitos da pesquisa acreditam, suas indagações, experiências e esperanças.

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4.1.1 O entendimento sobre o conceito de participação e a importância da família no contexto escolar

Ao tratarmos ser questionado sobre o conceito de participação, o pai LH disse que ―é você tá presente nos momentos de dificuldade dele (...) é participar do lazer, das coisas que ele venha fazer e desenvolver na escola, em casa ou na rua‖, para MG é ― é tá presente‖ e LY diz que ―é está presente no dia-a-dia não só da criança, (...) na sociedade também. (...) é está presente em tudo, em reuniões de escola, nos afazeres do colégio ou qualquer tipo de afazeres que a crianças venham ter‖. Enquanto que a mãe MM não sabe definir. Para o mãe LI é ―acompanhar cada desenvolvimento, cada tarefa, cada matéria. É está sempre ali, atento a casa situação, a cada trabalho que eles têm que fazer‖ e DD dizem que é acompanhar os filhos nas atividades escolares. Para a mãe AC, ―(...) para que os pais venham saber como foi e como não foi! Porque que foi que aconteceu e porque foi que aconteceu‖ (Apêndice A). Em relação ao professor, participação é ―estar em comum acordo nas normas e nas regras, aqui dentro da escola. É ajudar na compreensão e fazer aquilo que deve ser feito para ajudar não só o professor, mas também à escola‖ (Apêndice H). Ao tratarmos da importância da família no contexto escolar, o pai LH diz que ―é importante para dar apoio à escola nas dificuldades do filho‖, a mãe MG ―para saber se ela está estudando, se está freqüentando a escola‖, LI comenta ―que achava importante que os pais viessem a escola pelo menos o primeiro dia, e acredito que muitas violências que ocorrem nas escolas é porque os pais não acompanham o filho e que as famílias deixam os filhos ―soltos‖. AC relata que ―a família tem que corrigir os erros da criança, sabe! Ou em casa ou na escola. (...) O pior erro é a mãe dá cobertura as certas coisas que o filho faz e outras não gostam quando falam alguma coisa e fazem logo um barraco! (...) Ai tem que chamar a atenção‖. A mãe MM diz: ―eu acho que é muito importante no desenvolvimento da criança na escola‖. Para LY ―Oh! E como é importante! Você fica sabendo o que a professora passa o ano todo com o aluno e sabe Deus o comportamento da criança! É tanto que eles sabem se a criança é desenvolvida, porque na realidade eles prestam bastante atenção nos alunos. Então é importante!‖A mãe DD fala que ―a presença da família é fundamental, porque a educação começa em casa, a base que ele leva da família é o que ele vai se dedicar lá fora, a escola só é um vínculo e também um meio para que ele possa se instruir e procurar se instruir, adquirir aprendizado para competir com o mundo aqui fora. Agora a base de tudo é a família ―(Apêndice G).

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Observando os depoimentos desses pais, pode-se perceber que eles têm um entendimento do que seja participação, embora de forma restrita. O pensamento deles se aproxima do conceito dado por Demo (2001) quando confirma o que esses pais vêm dizendo durante toda essa pesquisa, que participação é um processo e como processo precisa de acompanhamento diário e inacabado, mas não podemos achar que a participação é algo corriqueiro, que acontece sem obstáculos. Observa-se que o professor não comunga da mesma opinião dada pelos pais dos alunos. Ele percebe a participação como um cumprimento de regras e normas e como ajuda. Não vê a participação como um processo diário e voluntário. Os pais AC, MM, DD e LY falam que a participação da família na escola é importante para dar um bom desenvolvimento escolar das crianças. O pai LH acha que é importante para dar apoio nas dificuldades e LI acredita que diminui a violência na escola. Para a mãe MG é importante para saber se o filho está estudando e freqüentando a escola. Com esses depoimentos, pode-se observar que os pais acreditam que é importante a participação da família no contexto escolar e da sua importância para o desenvolvimento de seu filho. O que precisa ficar claro para esses pais é que a escola e a família educam de forma diferente, não há como uma substituir a outra. A escola visa a formação intelectual e profissional do aluno e a família a formação do caráter. É no lar que a criança aprende a controlar seus impulsos e emoções, respeitando pai, mãe, irmãos e as regras familiares para em seguida transferir para as autoridades. Estudos nos mostram a importância da presença da família na escola, as crianças que pais participam têm um desenvolvimento melhor do que aqueles no qual os pais pouco freqüentam. A troca de experiência entre família e escola favorece ainda mais o desenvolvimento da criança. Como foi dito anteriormente por Tiba (2007), é na família que a criança adquirir seus primeiros ensinamentos e é fundamental, pois é ela quem vai ensinar as regras de convivência em sociedade e seus valores. Compartilhando do mesmo pensamento a mãe DD no depoimento diz que: ―(...) a educação começa em casa, e a base que ele leva da família é o que ele vai se dedicar lá fora (...)‖. Quando os pais relatam sobre a importância da família no contexto escolar, pode-se observar que eles sentem uma necessidade de participação maior, tanto dos pais como dos professores.

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4.1.2- Opiniões dos pais e dos educadores sobre a participação na escola

Ao perguntar aos pais como eles participam da educação escolar do seu filho, o pai LH participa (...) ―ajudando na lição, é dando o lazer, porque para que ele sinta que como eu não só trabalho, ele também não pode só estudar. É tirando da rua, porque se a rua fosse boa e tivesse boas coisas a violência não existia e assim a gente vai ajudando a mãe com educação, educando e dando bons exemplos, chamando atenção(...)Para você cobrar, você tem que dar o exemplo. E lá em casa a gente trabalha assim. A gente cobra quando a professora dele fala assim, cobra, pega no pé mesmo.(...) Ele faz a parte dele e a gente faz a nossa. A dele é estudar e a nossa é fazer com que os momentos de lazer dele valham a pena todo o estudo. (...)Ele tem o que merece, se estudar ele tem direito a tudo, mas se não estudar, não tem direito a nada! Para MG, ―eu incentivo a ela estudar para ter uma boa educação para amanhã ele ter um futuro na vida dela‖. LI diz que:―eu tento participar da melhor maneira possível, aquilo que eu vou fazendo e aquilo que eu posso fazer, eu faço! De está ali tentando, ali orientando, olhe é por aqui, não é por aqui! Você tem que obedecer, não pode ficar conversando na sala de aula, prestar a atenção a cada palavra que está sendo dita, tem que obedecer a seus professores‖. A mãe AC ao ser questionada responde de forma incoerente para essa pergunta, dizendo: ―tem professoras que é muito nervosa, que belisca e diz que não belisca. E elas estão ali para ensinar para que eles sejam mais educados. E a mãe também, quando ela vier reclamar, falar também que eles sejam educados!‖A mãe MM relata que: ―participo indo para às reuniões, levando ela todos os dias para a escola, acompanhando os deveres dela e eu acho que é isso!‖ Segundo a mãe LY, ela participa ―olhando as atividades escolares, conversando com ela para que ela tenha disciplina, para que ela seja uma menina educada (...)‖. DD diz que: ―ajudando ele nas atividades de casa, os trabalhos que a professora passa para casa (...). Procuro ajudar pontualmente nas atividades dele, que são acompanhadas por mim, porque eu não o coloquei em banca nenhuma! Eu que o acompanho durante o ano todo em todas as atividades que ele realiza.‖ (Apêndice D) Analisando os dados, o pai LH diz que participa ajudando nas atividades escolares, dando lazer, tirando da rua, educando e dando bons exemplos. AC, MM, DD, LY,e LI entendem que participa ajudando nas atividades escolares. E MM acrescenta que participa indo às reuniões e levando a filha todos os dias à escola.

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Perguntei aos pais o que eles acham que a escola espera deles, o pai LH disse que a escola espera ―(...) sempre acompanhando ele, sempre vindo às reuniões, quando eu não posso a mãe vem, às vezes vem os dois, e procurar ajudar na escola no que for necessário para que ele, quero dizer eles, não só ele, como também os colegas deles(...), a mãe MG diz que a escola ―espera participação, dedicação e que acompanhe a criança‖. Segundo a mãe LI, a escola espera:― (...) que eu tenha mais participação. É participar do desenvolvimento do aluno, não só pegue e eles colocam na escola e deixam que a escola faça tudo (...). A mãe AC diz que a escola espera ―uma boa educação para os filhos, uma boa educação para ela‖. A mãe MM responde simplesmente que a escola espera ―que eu seja uma boa mãe!‖ LY responde que a escola ―espera que eu me dedique, que eu saiba tudo sobre seu filho, vê o que ele anda fazendo nas atividades diárias da criança‖. DD diz que a escola espera que ―eu participe da vida dele ativamente, que compareça às reuniões e de todas as reuniões do ano letivo e que eu participe da vida escolar dele efetivamente e pelo menos saber como é que estão as notas dele, o andamento da aprendizagem dele. Tudo o que acontecer com ele, em relação a ele o professor, conhecer o professor, ter um bom relacionamento com os professores (...)‖ (Apêndice B). Pode-se observar que os pais LH, MG, DD, LY e LI compartilham do mesmo pensamento, dizendo que a escola espera que eles acompanhem e participem das reuniões. Enquanto que a Mãe AC acredita que a escola espera uma boa educação para sua filha. A mãe MM diz que a escola espera que ela seja uma boa mãe. Ao questionar o pai sobre o que você espera da escola de seu filho, LH respondeu: ―eu espero que cumpram com o projeto pedagógico que eles tanto falam e que tanto pedem. (...). É só isso que eu espero da escola, uma boa educação‖, MG espera ― que ela seja uma boa escola e que tenha bons professores para eles e que ensinem a ela melhor‖, LI diz: ― espero que eles ensinem bem, um bom ensino, um bom desenvolvimento e que cada criança e cada aluno que estiver aqui venha a aprender, venham somar e não diminuir.‖ A mãe AC espera ―que dê bons estudos, boa educação e reparar como é que as crianças estão se comportando e o que ela acha das crianças. Espero boa educação! Que eles eduquem as crianças‖. A mãe MM espera ―que seja uma boa escola!‖ A mãe LY pensa um pouco, mas responde: ―espero que tenha um bom ensino, que eles tenham um excelente trabalho com a criança. (...) um bom ensino é fundamental (...)‖ e DD espera da escola― que ela dê ele uma boa formação, uma boa base no ensino fundamental, para que ele tenha uma boa condição para competir aqui e fora com qualquer outro aluno, seja de escola particular ou pública, de qualquer outra escola‖(Apêndice C).

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Foi observado que todos os pais desejam que a escola tenha um bom ensino, no entanto o pai LH deseja também que a escola cumpra com o que promete e a Mãe DD deseja de que a escola dê ao seu filho uma boa base de ensino para competir no mercado. Segundo Tiba (2007), ao falar da parceria entre escola e família, ele retrata que quando ambas falam a mesma linguagem todos lucram. A família e a escola devem demonstrar coerência e segurança, o que favorece o desenvolvimento do aluno/filho. Com isso, a educação é uma ação ou soma de atos educativos encadeados em função do desenvolvimento do ser humano, em vista de um fim.

4.1.3-Deveres dos pais e do professor referente à educação escolar.

Perguntei aos pais quais são os seus deveres como responsável pelo seu filho, cada pai mostrou sua particularidade. LH disse que ―meus deveres é dar boa alimentação, dar uma boa educação doméstica, para que quando ela chegar aqui na escola ele não peque, porque os filhos são o espelho dos pais. É dar carinho, amor, afeto que ele tem e a senhora já teve a oportunidade de ver. E o meu dever com ele é trabalhar para dar uma boa educação‖. MG diz que ―é perguntar ao Colégio como ela está saindo no Colégio, como é o relacionamento dela com os colegas, se está recebendo uma boa educação, acho que é isso. É um direito meu chegar ao Colégio e perguntar!‖ A mãe LI respondeu que ―é incentivar a estudar, incentivar na educação. Porque não adianta a gente pegar e colocar na escola e esperar que a escola faça o seu papel! Eu tenho que fazer a minha parte!‖ Para a mãe AC ―é tomar conta, saber como ela está andando na escola, como é a convivência dela mais a pró, com a diretora, com quem for!(...), MM disse com risos: ―acho que é acompanhar ela e ajudando sempre ela a fazer as tarefas de casa e eu acho que só!‖Para a mãe LY: ―As perguntas se configuram todas como uma só! Meu dever como mãe é mandar para a escola, olhar as atividades, e mandar que ela respeitar aos coleguinhas, respeitar os professores (...), para DD é ―acompanhar nas atividades escolares‖ (Apêndice E). Os pais apresentam diferentes pensamentos. O pai LH fala que seus deveres estão relacionados a dar uma boa alimentação, educação doméstica, carinho, amor e afeto. As mães AC e MG compartilham o mesmo pensamento, dizendo que seus deveres são cuidar e saber da sua convivência com professores e colegas. A mãe MM, DD e LI dizem que seus deveres estão ligados ao acompanhamento nas atividades escolares. MG comenta que seus deveres

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como responsável do aluno é saber como o aluno está no colégio e seu relacionamento com colegas e professores. LY ao ser questionado ele diz que seus deveres são orientar em relação ao respeito ao próximo, manter a freqüência na escola e olhar as suas atividades. De acordo como o artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 2004):

é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade a efetivação dos direitos referente à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade, e à convivência familiar e comunitária (ECA, 2004, p.11). Observa-se que o discurso dos pais condiz com o Estatuto quando se refere aos deveres em relação ao aluno/filho. Porque segundo o Estatuto, a sociedade, a família, a comunidade e o poder público têm o dever de acompanhar o desenvolvimento da criança para que os pais tenham uma visão melhor do filho em relação à escola, é necessário que ele esteja bem informado e escutar à professora com toda sua experiência em sala de aula, com alunos que têm a mesma idade de seus filhos pode ser útil para a família, pois ambas podem trabalhar juntas as dificuldades e o melhoramento do filho/aluno. E Tiba (2007, p.189, 190) afirma ao falar da escola, que deveria ser um trabalho em conjunto, no qual poderia ser ouvida a voz do coração e a voz da razão dos personagens da educação: a mãe, o pai e a escola. O professor ao ser entrevistado, respondeu que seus deveres seriam ―atender todas as mães, transmitir para eles pra os alunos aprenderem ajudar no que for possível dentro do Regulamento, dentro do que eles vêm para obter e que eu estou aqui para transmitir conhecimentos; e fazer o possível para transmitir o máximo para eles‖. Observa-se que o professor entrevistado tem uma visão restrita do seu papel como educador, acreditando que ele é apenas um mero transmissor de conhecimentos e informações, sabe-se que o papel do professor é também refletir sobre o seu compromisso social e ético. Conforme Libâneo (2002), a característica mais importante da atividade profissional do professor é o intermédio entre o aluno e a sociedade, entre as condições de origem do aluno e sua destinação social na sociedade, papel que cumpre provendo às condições e os meios que respaldem o encontro do aluno com as matérias estudadas. Esses objetivos educacionais estão ligados uns aos outros, pois “o processo de ensino é ao mesmo tempo um processo de educação.” (LIBÂNEO, 1991, p. 71) Ainda de acordo com Libâneo (1991), a didática e as tarefas do professor buscam os seguintes objetivos primordiais: assegurar ao aluno domínio do conhecimento científico mais

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seguro e duradouro; criar meios para desenvolver habilidades e capacidades intelectuais, para dominarem os métodos de estudo e de trabalho intelectual para uma futura autonomia; e orientar as tarefas de ensino com o objetivo educativo da formação da personalidade.

4.1.4- Relação dos pais e do educador com a escola

Para finalizar a entrevista com os pais, perguntei sobre a sua relação com a escola de seu filho, o pai LH diz que tem uma ―boa, muito boa! Primeiro porque eu sou funcionário da escola, e depois porque eu gosto daqui, eu gosto da escola‖ (...). MG: ―tenho uma boa relação‖. LI disse: ―bem, estou sempre acompanhando! Cada reunião quando posso eu estou presente e quando eu não posso, eu venho procurar saber depois! (...). A mãe AC ―eu acho ótima, eu acho bom! Além da educação da escola, eu acho a escola ótima ―(...). A mãe MM diz que tem ―uma boa relação‖, LY ―a minha relação com a escola é normal, (...). Para a mãe DD a sua relação com a escola ―é a mais amigável possível. Procuro logo conhecer a professora dele, para ter um bom relacionamento e saber como é que ela trabalha com ele (...) (Apêndice F). Pode-se observar que LH, AC, MM, MG e DD comentam que têm uma boa relação com a escola. Enquanto que LY diz que sua relação é só quando é chamada a escola ou em reunião escolares, relata que o pai tem mais participação. A mãe LI diz que participa das reuniões e solicita informação na escola sobre seu filho. Segundo Tiba (2007,p.187), ―a educação escolar é diferente da educação familiar. Não há como uma substituir a outra, pois ambas são complementares. Não se pode delegar à escola parte da educação familiar, pois está é única e exclusiva, voltada à formação do caráter e aos padrões de comportamentos familiares”. A escola é um ambiente importante de convívio no qual recebem estímulos, espaço para a socialização e tem o objetivo de preparar o aluno profissionalmente.

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5 CONCLUSÃO

O procedimento da pesquisa proporcionou observar além das possibilidades teóricas ou estereotipadas do ensino público e da participação dos pais no contexto escolar. Como foi apresentado nos capítulos anteriores que a educação precisa ser vista a partir de novas concepções que precisam ser transformadas, para assumir seu papel nesse contexto atual como agente de mudanças, uma educação geradora de mudanças, de conhecimentos, de formação de sujeitos independentes e habilitados para intervirem e agirem na sociedade de forma crítica e, principalmente, criativa. A família e a escola são as pontes para ajudarem ao aluno perceber, através do espaço e do tempo, essas mudanças ocorridas no mundo, sem prejuízo para seu desenvolvimento humano. Participação familiar é uma necessidade contemporânea e desejada por todos que fazem parte do contexto escolar. Quando da minha primeira vontade de fazer Pedagogia aflorou em mim profissionalmente, foi a necessidade que tinha em trabalhar com comunidades carentes que envolvessem crianças. Sempre considerei importante o valor que a família tem em relação a tudo e por acreditar que uma boa parte da solução do que vem ocorrendo no mundo seria minimizada se a família estivesse por perto. A falta de participação da família no contexto escolar já foi debatida no meio acadêmico, tratado por diversos autores consagrados na área da Pedagogia, Psicologia e Educação, além de ainda ser pano de fundo para várias questões abordadas pela LDB, mas percebemos que ainda não foi dada a resposta para essa questão sobre a participação dos pais na escola pública. Portanto, o objeto de estudo deste trabalho, a Escola de 1º grau Getúlio Vargas, vem apontar não para realidades estáticas ou conclusivas, mas vem propor algumas diretrizes, de como ainda será possível encontrar elementos motivadores dessa relação Escola-Família. Com base na observação in loco, nas informações levantadas e nos dados obtidos, pode-se avaliar que a referida escola está composta por alguns professores que já não têm mais o estímulo para conviver com crianças, já não conseguem acompanhar o ritmo das novas crianças, em que estão sendo educadas na era da tecnologia e da informação. O professor não é visto mais como o único mediador da educação formal, a criança está aprendendo fora dela, o que muitas vezes dificulta o controle da escola e da família.

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Com as análises das falas dos pais, percebi que há um desejo enorme em dar uma educação aos filhos e que eles não estão conseguindo atingir: uma educação para um futuro melhor. Um futuro em que as crianças disponham de um sistema de ensino público efetivo e eficiente, onde possam se sentir seguras e capazes de ―competir com as crianças das escolas particulares‖ (esta frase foi dita por uma das mães entrevistadas durante o levantamento de dados). Ao ouvir os pais sinto que o real desejo deles é que se criem escolas, não diria mais no modelo tradicional, mas que tenham uma postura mais séria, de comprometimento com o ensino de qualidade e que sejam profissionais capacitados, no intuito de garantir para as crianças da rede pública condições para competir no mercado. O que percebo é que participação sempre vai existir e existe nessa escola, apenas alguns pais participam mais do que outros. E muitas vezes, a postura de alguns professores frente à essa falta de participação pode ser vista como senso comum, como se incomodasse ou interferisse no comodismo da sala de aula. Ainda tenho uma inquietude em relação a essa questão: será que os professores, realmente querem essa participação? Chego à conclusão de que o conceito de participação é muito complexo, que envolve conceitos sociais, pessoais, históricos, dentre tantos outros. Os pais dos alunos e os professores têm uma compreensão do que é participação. Pude perceber que os pais sabem muito bem quais são seus deveres perante à escola de seus filhos, ao mesmo tempo em que eles têm consciência da participação que a escola espera da família. Participação essa, que segundo a mãe SL usou de muita simplicidade e coerência quando disse que participação ―é estar sempre presente em tudo, em reuniões de escola, nos afazeres do colégio ou em qualquer tipo de afazeres que as crianças venham ter‖. É realmente acompanhar o desenvolvimento da criança não só na escola, mas em sua vida, como já foi dito anteriormente, quando foi escrito o significado de participação, no qual Demo (2001) confirma o que essas mães vêm dizendo durante toda essa pesquisa, que participação é um processo e como processo precisa de acompanhamento diário. Observa-se que o professor não comunga da mesma opinião dada pelos pais dos alunos. Ele percebe a participação como cumprimento de regras e normas e como ajuda, não vê a participação como um processo diário e voluntário. Assim, reafirmo a importância dessa parceria entre essas duas instituições (escola e família) para o desenvolvimento e para o benefício de algo que ambas têm em comum, isto é, a educação dos alunos/filhos. Sem pensar em facilidade, mas em simplicidade, assim como

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fez o pai de LH, ao dar um motivo para que o menino de 09 anos estudasse a tabuada para uma prova no dia seguinte na escola. Em casa, fez com que entrasse no quarto e olhasse ao seu redor. O pai disse para o filho: ―Vê tudo isso que você tem aqui? É seu. Imagine como se o seu quarto fosse um castelo e você, o príncipe. Imagine que para você sair daqui, terá que conquistar muitos reinos.‖ E explicou mais claramente que para ele passar de ano sem recuperação, ele teria que estudar a tabuada e as outras disciplinas para não perder o que já tinha conquistado anteriormente. Usou uma didática de dar inveja a qualquer um. O resultado desse diálogo entre pai e filho, foi excelente, que surpreendeu a todos, inclusive sua própria professora. Esse exemplo mostra o quanto é importante a relação direta e firme, ao mesmo tempo, terna e positiva, entre pais, filhos e a escola. A família e a escola necessitam uma da outra, é uma parceira que ainda vale à pena. Espero que este trabalho possa ter continuidade, pois esse tema gera muitas discussões e é inesgotável. E que as escolas, principalmente as públicas olhem para seus direitos e democraticamente busquem melhorar o ensino e ter profissionais qualificados para a nova geração que vem passando por grandes mudanças. E aos que acreditam na parceria entre família/escola, que procurem seguir exemplos daquelas que com muito trabalho e força de vontade conseguiram trazer os pais à escola.

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6 REFERÊNCIAS

BATTAGLIA, Maria do Céu Lamarão. Terapia de família centrada no sistema. Rio de Janeiro, 2002. Disponível em: www.rogeriana.com/battaglia/mestrado/tese02.htm, acessado em 17 de fevereiro 2010. BORDENAVE, Juan E. Díaz. O que é participação? São Paulo: Brasiliense, 1983. (Coleção Primeiros Passos). BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação? São Paulo: Brasiliense, 1982. (Coleção Primeiros Passos). BRASIL, Estatuto da Criança e do Adolescente/Ministério da Educação, Assessoria de Comunicação Social. – Brasilia: MEC, ACS, 2004. DEMO, Pedro. Participação é conquista. São Paulo: Cortez, 2001. DURKHEIM, Émile. Educação e sociologia. 11ª ed. São Paulo: Melhoramentos, 1978. FALCÃO, Djalma Desafio da família: como formar líderes. In Revista da Escola de Pais nº28. Seccional de Salvador. Desafios da família. Salvador: Publigraf, 2007.p. 07 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 3ª ed.Curitiba: Positivo, 2004. HEIDRICH, Gustavo. O direito de aprender.Revista Nova Escola/ Guia do Ensino Fundamental de 9 anos. n.225, Abril. São Paulo: 2009, p.14 __________, A escola da família. .Revista Nova Escola/ Guia do Ensino Fundamental de 9 anos. n.225, Abril. São Paulo: 2009, p.25 LAKATOS, Eva M.; MARCONI, Maria de A. Fundamentos de Metodologia Científica. São Paulo: Atlas, 1993.

LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e Pedagogos, para quê? São Paulo: Cortez, 2002. _________, Didática. São Paulo: Cortez, 1991. (Coleção Magistério 2º Grau)

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LUDKE, Menga e ANDRE, Marli. E. D. A – Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. MARCONI, Marina de Andrade. e LAKATOS, Eva Maria - Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisa, amostragem e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. 5 ed.São Paulo: Atlas, 2002. MORAES, Maria Cândida. Paradigma Educacional Emergente.-5ª edição. Campinas: Papyrus, 1997. NOBRE, L. F. Terapia familiar: uma visão sistêmica. In. Py, L A.et all. Gruppo sobre grupo. Rio de Janeiro. Rocco, 1987. OLIVEIRA, Sidney Nilton. Família e educação escolar no contexto neoliberal. Revista da FAEEBA/Universidade do estado da Bahia, Faculdade de educação do Estado da Bahia – ano 8, nº11, jan./jun., Salvador:UNEB,1999, p. 77. PALATO, Amanda. Sem culpar o outro. Revista Nova Escola/ Guia do Ensino Fundamental de 9 anos. São Paulo n.225,Abril. set.2009, p. 102-104. PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar/ trad. Patricia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. SEVERINO. Antônio J. Metodologia do Trabalho Científico. 21ed. rev. e ampl. São Paulo: Cortez, 2000. TEIXEIRA, Elenaldo Celso. Sociedade Civil e participação cidadã no poder local.-Salvador: EDUFBA, 2000. THOMPSON, Paul. A voz do passado: história oral. Rio de Janeiro: Paz e Terra S.A, 1992. TIBA, Içami. Disciplina, limite na medida certa. - 1ª edição. São Paulo: Editora Gente, 1996. VIEIRA FILHO, Raphael Rodrigues. (org). Orientações para apresentação de trabalhos acadêmicos: monografia de conclusão de curso. Salvador: Portfolium, 2008. www.atarde.com.br, acessado, em 10 de dezembro de 2009. www.http://pt.wikipedia.org/wiki/forte_de_Nossa_Senhora_do_Monte_do_Carmo, acessado em 10 de dezembro de 2009.

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7 APÊNDICES

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APÊNDICE A

PRIMEIRA QUESTÃO: O QUE É PARTICIPAÇÃO PARA VOCÊ? RESPOSTA DOS PAIS

LH: ―Participação é você tá presente nos momentos de dificuldades dele, se ele tiver uma dificuldade procurar ajudar, também participar do lazer dele, das coisas que ele venha fazer e desenvolver na escola, em casa ou na rua‖.

MG: ―Participação pra mim é que tem que tá presente‖.

LI: ―Pra mim participação é acompanhar cada desenvolvimento, cada tarefa, cada matéria. É está sempre ali, atento a cada situação, a cada trabalho que eles tem que fazer, cada pesquisa. Participação é isso!‖

AC: ―Porque o erro da criança ela comunica aos pais, para que os pais venham saber como foi e como não foi! Porque foi que aconteceu e porque foi que não aconteceu! MM: ―Não sei!‖

LY: ―É a gente estar presente no dia-a-dia na vida não só da criança, não só na vida dos filhos, na sociedade também. Para mim participação é isso! É estar sempre presente em tudo, em reuniões de escola, nos afazeres do colégio ou qualquer tipo de afazerer que as crianças venham ter‖.

DD: ―Participação é quando ele sair da escola, olhar a mochila, olhar se veio algum aviso para mim, olhar o caderno é ter que participar todos os dias das atividades da escola dele. Porque sou eu mesmo que ensino, ele não faz banca nenhuma.‖

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APÊNDICE B

SEGUNDA QUESTÃO: O QUE VOCÊ ACHA QUE A ESCOLA ESPERA DE VOCÊ? RESPOSTA DOS PAIS LH: ―Espero o que eu venho fazendo, sempre acompanhando ele, sempre vindo as reuniões, quando eu não posso a mãe vem, às vezes vem os dois, e procurar ajudar na escola no que for necessário para que ele, quero dizer eles, não só ele, como também os colegas deles possam ter uma escola mais, como posso falar: uma escola mais unidade, mais junta, mais completa, porque eu sempre achei que a escola é a extensão da casa. Então se ele vem de casa, eu trabalho aqui para fazer com que ele venha de casa e aqui ele estaria no quintal, se assim posso dizer!‖.

MG: ―Espera participação, dedicação e que acompanhe a criança‖.

LI:―Eu acho que a escola espera de mim, é que eu tenha mais participação. É participar do desenvolvimento do aluno, não só pegue e eles colocam na escola e deixam que a escola faça tudo, mas está sempre ali procurando saber como ele está, como está meu filho e como não tá. Pra mim participação é isso!‖

AC:―Uma boa educação para os filhos, uma boa educação para ela‖.

MM ―Que eu seja uma boa mãe!‖

LY: ―Espera que eu me dedique, que eu saiba tudo sobre seu filho, vê o que ele anda fazendo nas atividades diárias da criança. Não sou aquela mãe que participa muito, o pai participa mais.‖ DD:―Ela espera que eu participe da vida dele ativamente, que compareça as reuniões e de todas as reuniões do ano letivo e que eu participe da vida escolar dele ----e pelo menos saber como é que estão as notas dele, o andamento da aprendizagem dele. Tudo o que acontecer com ele, em relação a ele -------ter um bom relacionamento com os professores----- como se encontra o comportamento dele.‖

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APÊNDICE C

TERCEIRA QUESTÃO: O QUE VOCÊ ESPERA DA ESCOLA DE SEU FILHO? RESPOSTA DOS PAIS

LH: ―Eu espero que cumpram com o projeto pedagógico que eles tanto falam e que tanto pedem. Eles pedem a participação da gente e ai, eu como pai, eu quero que eles cumpram com que eles prometeram. Porque nós como pais vão participar e eles como professores já vivem nessa situação. Eu sei que às vezes é muito chato, o salário é pouco, mas quando eles escolheram essa área, eles escolhem por amor, não é pelo valor. Se fosse para falar do valor, eles seriam médicos advogados, doutores. E o que eu espero da escola é isso, que eles cumpram com que eles prometem fazer, para que meu filho amanhã ou depois o meu filho venha a ser professores se eles quiserem, ou escolha outra área. acho que ele tem uma base de educação. É só isso que eu espero da escola, uma boa educação‖

MG: ―Espero que ela seja uma boa escola e que tenha bons professores para eles e que ensinem a ela melhor‖.

LI:―Eu espero que eles ensinem bem, um bom ensino, um bom desenvolvimento e que cada criança e cada aluno que estiver aqui venha a aprende, venham somar e não diminuir.‖

AC:“Espero que dê bons estudos, boa educação e reparar como é que as crianças estão se comportando e o que ela acha das crianças. Espero boa educação! Que eles eduquem as crianças‖.

MM: ―Espero que seja uma boa escola!‖

LY: ―Ah meu Deus! O que eu espero da escola? (riso) Espero que tenha um bom ensino, que eles tenham um excelente trabalho com a criança, por cuidar ninguém cuida, né! E um bom ensino, porque eu acho que é fundamental. Porque hoje em dia, colocar um menino na escola pública é muito difícil, porque a gente sabe que alguns colégios são péssimos, mas ai, até que o ensino é bonzinho, os professores pegam no pé, chamam atenção do aluno, o mandam ele ir para casa. Eu mesmo gostei! Esse ano é o

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segundo ano de L aqui, e eu gostei mesmo. A outra vez quando veio a outra filha estava brincando muito e a professora veio e reclamou, mandou me chamar porque queria conversar comigo então, isso foi muito importante.

DD:―Espero da escola, que ela dê

ele uma boa formação, uma boa base no ensino

fundamental, para que ele tenha uma boa condição para competir aqui e fora com qualquer outro aluno, seja de escola particular ou pública, de qualquer outra escola.‖

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APÊNDICE D

QUARTA QUESTÃO: DE QUE FORMA VOCÊ PARTICIPA DA EDUCAÇÃO ESCOLAR DE SEU FILHO? RESPOSTA DOS PAIS

LH: ―Já falei que eu já trabalho aqui, é vindo, é ajudando na lição, é dando o lazer, porque para que ele sinta que como eu não só trabalho, ele também não pode só estudar. É tirando da rua, porque se a rua fosse boa e tivesse boas coisas a violência não existia e assim a gente vai ajudando a mãe com educação, educando e dando bons exemplos, chamando atenção. Agora não adianta você chamar a atenção do filho e errar, --- e brigar. Então o que está fazendo para poder ....na minha casa é! A gente trabalha assim, dessa forma. A gente erra, todo casal discuti, mas a gente sempre atenção dele para que quando ele crescer não fique pensando que aquilo é um habito. Porque o que a gente ou o que os pais aprenderam é que eles hoje são o espelho dos pais deles e o filho dele é o espelho dele. Então não adianta eles exigirem, por um exemplo: um pai que é usuário de droga, quando o filho estiver usando dizer que não pode.ele como pai não vai ter a moral para dizer que está errado, que o filho não pode usar! Assim mesmo é o pais que bate. Se o pai dele bate na mãe dele, e o filho dele bater na filha de alguém ou a filha dele apanhar de alguém ele não vai poder falar! Pra você cobrar, você tem que dar o exemplo. E lá em casa a gente trabalha assim. A gente cobra quando a professora dele fala assim, cobra, pega no pé mesmo. É duzentos dias que ele passa sem moleza para quando chegar na vez dele ele também ter direito de dar uma saidinha. Ele faz a parte dele e a gente faz a nossa. A dele é estudar e a nossa é fazer com que os momentos de lazer dele valam apena todo o estudo. Dessa forma a gente acha que é a forma correta. Porque eu acho que cada pai age de uma forma de educar correta, e eu acho essa forma correta. Ele tem o que merece, se estudar ele tem direito a tudo, mas se não estudar, não tem direito a nada!

MG: ―Eu incentivo a ela estudar para ter uma boa educação para amanhã ele ter um futuro na vida dela‖.

LI:―Eu tento participar da melhor maneira possível, aquilo que eu vou fazendo e aquilo que eu posso fazer, eu faço! De tá ali tentando, ali orientando, olhe é por aqui, não é por aqui!

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Você tem que obedecer, não pode ficar conversando na sala de aula, prestar a atenção a cada palavra que está sendo dita, tem que obedecer seus professores. É assim que eu faço!‖

AC: ―Tem professoras que é muito nervosa, que bilisca e diz que não bilisca. E elas estão ali para ensinar para que eles sejam mais educados. E a mãe também, quando ela vier reclamar falar também que eles sejam educados!‖

MM: ―Participo indo para as reuniões, levando ela todos os dias para a escola, acompanhando os deveres dela e eu acho que é isso!‖

LY: ―Participo olhando as atividades escolares, conversando com ela para que ela tenha disciplina, para que ela seja uma menina educada. Porque eu sei que é ela é uma criança muito afoita, não é que ela seja uma menina mal educada, elas são umas meninas educadas, todas duas. Tanto ela quanto a irmã, agora L tem um problema muito serio de ansiedade, ela é muito pra frente, muito afoita, tudo ela quer se meter. Às vezes a gente está conversando daqui a pouco ela entre. Às vezes ela está no quarto e a gente na sala, ai ela está ligada, ela está fazendo alguma coisa, mas ligado no que a gente está conversando e eu não dou ousadia. estou sempre chamando a atenção: minha filha você é uma criança, você tem que se comportar como criança. Então eu estou sempre chamando a atenção para ver se ela muda o jeito dela, sei lá! Porque eu mesmo não consigo! Olhe que eu a chamo assim mesmo, não dou ousadia, porque filho a gente não tem que dar ousadia! Acho um absurdo o filho fazer o que quer. Mãe eu quero isso e a mãe vai lá e dar! Mãe eu quero fazer isso e a mãe vai lá e faz! Lá em casa não tem isso, não existe isso‖!

DD: ―Ajudando ele nas atividades de casa, os trabalhos que a professora passa para casa eu procuro ajudar no que ela mandar. Procuro ajudar pontualmente nas atividades dele, que são acompanhadas por mim, porque eu não o coloquei em banca nenhuma! Eu que o acompanho durante o ano todo em todas as atividades que ele realiza.‖

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APÊNDICE E

QUINTA QUESTÃO: QUAIS SÃO SEUS DEVERES DE RESPONSÁVEL PELO FILHO? RESPOSTAS DOS PAIS

LH: ―Meus deveres é dá boa alimentação, dá uma boa educação doméstica, para que quando ela chegar aqui na escola ele não peque, porque os filhos são o espelho dos pais. É dá carinho, amor, afeto que ele tem e a senhora já teve a oportunidade de ver. E o meu dever com ele é trabalhar para dar uma boa educação‖.

MG: ―É perguntar ao Colégio como ela está saindo no Colégio, como é o relacionando dela com os colegas, se está recebendo uma boa educação, acho que é isso. É um direito meu chegar ao Colégio e perguntar!‖

LI: ―É incentivar a estudar, incentivar na educação. Porque não adianta a gente pegar e colocar na escola e esperar que a escola faça o seu papel! Eu tenho que fazer a minha parte!‖

AC: ―É tomar conta, saber como ela está andando na escola, como é a convivência dela mais a pró, com a diretora, com quem for! Saber que a turminha é responsabilidade deles com ela‖.

MM: ―(risos) Acho que é acompanhar ela e ajudando sempre ela a fazer as tarefas de casa e eu acho que só!‖

LY: ―As perguntas se configuram todas como uma só! Meu dever como mãe é mandar para a escola, olhar as atividades, a mandar ela respeitar os coleguinhas, respeitar os professores. Eu fico sempre falando a ela que sua professora é como se fosse uma segunda mãe. Então lá você tem que obedecer, respeitar e prestar atenção nas atividades. Falo para ela que na hora do recreio que ela tenha um bom comportamento, para não andar com meninos, saber separar as coisas. Fico sempre orientando‖.

DD: ― Acompanhar nas atividades escolares‖.

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APÊNDICE F

SEXTA QUESTÃO: COMO É A SUA RELAÇÃO COM A ESCOLA DE SEU FILHO? RESPOSTA DOS PAIS

LH: ―Boa, muito boa! Primeiro porque eu sou funcionário da escola, e depois porque eu gosto daqui, eu gosto da escola. A educação não aqui, mas no modo geral vem passando por mudanças----já vai fazer oito anos. E a gente vem acompanhando. No meu caso como eu ainda sou aluno também, ainda cria um vinculo, a gente fica com um diferencial do que eu aprendi com o que eu venho aprendendo. A metodologia é muito diferente, às vezes a gente quer ajudar em casa, mas não sabe, porque antigamente fazia português e na gramática tinha que aprender aqueles verbos todos e hoje em dia não, a forma é totalmente diferente, é um ensino totalmente diferente. Eu mesmo, no meu, eu às vezes me pego assim pensando: será que vou fazer uma avaliação boa, mas eu estou gostando‖.

MG: ― tenho uma boa relação‖.

LI: ―Bem, estou sempre acompanhando! Cada reunião quando posso eu to presente e quando eu não posso, eu venho procurar saber depois! Eu procuro o assunto, porque às vezes acontece que tenho que sair e não posso está presente! Mas sempre estou obtendo informações.

AC:― Eu acho ótima, eu acho bom! Além da educação da escola, eu acho a escola ótima. O ruim da escola são os maus elementos que não tem tipo de princípio, não tem educação. Não sei se é porque a mãe não ensina! Menino vem para a escola de tesoura, de faca, e esculhamba os outros. Critica as coisa do colega, então não olhe e não veja, não chame a atenção da escola, não chame o público atenção! Não é para abafar, é chamar os pais e conversar e dizer como é que os filhos estão agindo! Se a escola não faz isso hoje, amanhã o que é que acontece? Vai dá um tiro em uma criança, vai e dá uma facada em outro, ai dá um soco em um, e fica por isso mesmo, porque os pais não vem corrigir. Ai eles vão corrigir e dão suspensa. Suspensão não vai adiantar, porque ai vão ficar pior! E muitas vezes os pais justificam dizendo que os filhos são doentes. Se ele é doente, deixe a doença em casa e seja educado na escola. a escola deveria, quando acontecesse algo com as crianças fizesse uma reunião com as mães, com os pais responsáveis do aluno, ou tia, com quem ele conviva. Tem

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que chamar aqueles meninos maiores, não tem nada que chamar as crianças para reclamar! Tem que chamar os pais, tio, mãe ou vó. Para vê o que eles vão fazer, se eles observarem que ele não está obedecendo, dá suspensão ou tirem seus filhos da escola. às vezes tem mais a ganhar com os outros. Deixar os outros que se comportam melhor‖.

MM: ―Uma boa relação‖

LY: ―A minha relação com a escola é normal, de vez em quando eu venho trazer, porque quem mais trás é o pai. E quando tem reunião, eu procuro participar, procuro sempre participar das reuniões. Tem vezes que quando um não vem eu venho conversar com a professora para saber como é que ela está. O comportamento de L e de sua irmã como é que está para poder ajudar em casa no que eu poder‖.

DD: ―A minha relação com a escola é a mais amigável possível. Procuro logo conhecer a professora dele, para ter um bom relacionamento e saber como é que ela trabalha com ele. E trabalho em casa as dificuldades que ele tem na escola. eu sempre ajudo em casa.‖

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APÊNDICE G

SÉTIMA QUESTÃO: QUAL A IMPORTANCIA DA PRESENÇA FAMILIAR NA VIDA ESCOLAR DAS CRIANÇAS? PRESPOSTA DOS PAIS

LH:― É importante para dar apoio a escola nas dificuldades do filho‖.

MG: ―Para saber se ela está estudando, se está freqüentando a escola‖

LI: Após parar de gravar, essa mãe ficou muito mais descontraída e eu mais atenta as coisas eu ela dizia. Ela desabafou dizendo que os alunos não respeitam o professores e que algumas famílias que ela já presenciou, não aceita ser chamado a atenção por causa de seus filhos. Que sempre dão razão a seus filhos e disse: ―se as professoras bem soubessem, gravariam o que as crianças fazem, para mostrar aos pais‖ e continuou desabafando: ― e acredito que educação e algumas situações de comportamento do aluno vem de. A escola deveria ter uma psicóloga, para dar suporte a algumas crianças que tem problemas ou estão passando por alguma dificuldade emocional.‖ Ela disse que achava importante que os pais viessem a escola pelo menos o primeiro dia, e acredita que muitas violências que ocorre nas escolas é porque os pais não acompanham o filho e que as famílias deixam os filhos ―soltos‖.

AC: ―Tem que corrigir os erros da criança, sabe! Ou em casa ou na escola. Porque às vezes a criança briga, elas tem que comunicar as mães para darem conselhos, para que as mãe chegue ao filho e diga assim: filho, não é assim que age, não vá pela cabeça dos outros, porque assim vocês se dão bem! Tem criança que quando a professora fala o aluno responde que depois a senhora vai lhe pagar, então a senhora fica com medo, constrangida! O pior erro é a mãe dá cobertura as certas coisa que o filho fazem e outras não gosta quando falam alguma coisa e fazem logo um barraco! Você coloca um filho na escola e chega um colega e fica chamando seu filho de sapatona. viado, olhão. Ai a senhora vai e reclama, e ai, ela não gosta! Você não vai gostar, ou vai tirar seu filho da escola ou vai deixar seu filho apanhar. Ai tem que chamar atenção‖.

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MM: ―Eu acho que é muito importante no desenvolvimento da criança na escola‖.

LY:―Oh! E como é importante! Você fica sabendo o que a professora passa o ano todo com o aluno e sabe Deus o comportamento da criança! É tanto que eles sabem se a criança é desenvolvida, porque na realidade eles prestam bastante atenção nos alunos. Então é importante!‖

DD: ―A presença da família é fundamental, porque a educação começa em casa a base que ele leva da família é o que ele vai se dedicar lá fora, a escola só um vínculo e também um meio para que ele possa se instruir e procurar se instruir, adquirir aprendizado para competir com o mundo aqui fora. Agora a base de tudo é a família.‖

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APENDICE H

RESPOSTAS DO PROFESSOR ENTREVISTA COM PROFESSOR

1. QUAIS SÃO OS SEUS DEVERES COMO PROFESSORES NA ESCOLA?

―É atender todas a mães, transmitir pra eles –pra os alunos aprenderem -- ajudar no que for possível dentro do regularmente, dentro do eles que vem para obter e que eu estou aqui para transmitir; agora é faze o possível para transmitir o máximo que possível para eles;

2. O QUE É PARTICIPAÇÃO PARA VOCÊ?

―É está em comum acordo nas normas e nas regras, aqui dentro da escola. É ajudar na compreensão e fazer aquilo que deve ser feito para ajudar não só o professor, mas também a escola.

3. DE QUE FORMA VOCÊ INCENTIVA A PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NA ESCOLA?

―----tarefas e atividades dos filhos,’’’’o que acontece na escola, está sempre presente na escola procurando saber como é que está o filho para tentar ajudar também. Se não ---saber o que está acontecendo na escola, porque ele sempre dá razão ao filho errado.

4. O QUE VOCÊ ACHA QUE A ESCOLA ESPERA DE VOCÊ?

―Que eu cumpra com as minhas obrigações, que eu faça aquilo que eu vim aqui para fazer! A ajuda, a compreensão com as normas da escola também, ajudando também na escola, não só na sala de aula, mas na escola como um todo

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5. QUAL A PARTICIPAÇÃO QUE VOCÊ ESPERA DA FAMÍLIA?

―É estar atento com o que ocorre na escola, procurando sempre saber sobre o seu filho com o professor, a professora dele---e ajudando também nas suas atividades e nas tarefas‖.

6. NA SUA ÉPOCA DE ESCOLA, COMO ERA A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NA ESCOLA?

―Na nossa época não existia tanta violência nas escolas, tantos problemas, como existe hoje! Então, no meu caso, como estudante, eu nunca dei trabalho a minha mãe é semi analfabeta, apenas sabia ensinar o seu nome. Ela era da chapeira da Serdisc e meu pai trabalhava na previdência, mas não tinha problema. Ele sempre ia ou iam os dois para as reuniões e voltavam do mesmo jeito, porque graças a Deus eu só recebia elogios. Então quando não tinha reunião eles iam reclamar porque não tinha reunião, ai sempre a secretário do diretor que me conhecia, dizia assim: enquanto tem reunião e seus pais vêem, mas têm muitos outros que não vem. Então graças a Deus não tinha problema. Meus pais nas atividades sentavam e fazia—eu não tinha muito auxilio de pai e mãe ------eu já disse aos meus alunos que se eles continuam estudando tudo fica fácil, ------se você prestar atenção na aula, eles são capazes de sentar e fazer sozinho as atividades, então quando eu digo na escola particular. Participar da aula a mãe disse assim, meu filho chegou em casa pedindo para lhe ensinar, mas tem tanto tempo que não estudo, agora ....mas eu faço as atividades com eles, ai quando eu chego pra ensinar as atividades a eles daquele jeito que eu aprendi, ai ele diz que não mãezinha a pro me ensinou assim-----então porque ele vai ficar----porque ele prestou a atenção! Então a mãe vai ensinar pelo método dela, mas ai, pelo que aprendeu antes anterior, mas ai ele prestou atenção a aula e vai dizer que se faz assim, que a pro me ensinou assim....então se eles prestarem a tenção na aula eles vão saber fazer, vão errar? Vão! É claro!Mas ai fica fácil de corrigir, porque ele aprendeu e errando você vai aprender mais ainda, porque se você aprendeu..então que bom ....você vai aprender mais ainda ....você fez sozinho, você consertou, você nunca mais vai esquecer. Então naquele tempo eu tinha... da minha mãe.... minha irmã que estudava.... não tínhamos problemas com isso, graças a Deus. Hoje não, cada um tem um problema...tem uns que é bom, presta atenção, mas tem ouros

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conversa demais, tem outros que não presta atenção... todos já fazem atividades assim.... tem a irmã que já fez por ele....pra ele. Não vou dizer que não existia alunos assim, mas no meu caso não.

7. QUAL É A SUA ATITUDE AO SER QUESTIONADA POR UM PAI EM RELAÇÃO ÀS ATIVIDADES DO ALUNO?

Geralmente quando os pais vem ...achando que tem razão. Os pais não chegam pra gente para questionar uma atividade ou que .....que é mentira. O aluno não copia a atividade, ai quando os pais vêem .... não tá passando atividades não? O que está acontecendo que na está levando para casa? Ai .... estão serve assim como agressão....ai se a gente pudesse também agiria da mesmo jeito (riso) ai procura saber ....procure saber dos colegas deles se alguém fez a atividade tal dia assim. Ele não copiou.... pergunte a ele se eu não reclamei com ele por ele não copiou o dever e todos copiaram.

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8. ANEXO

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No contexto da segunda das Invasões holandesas do Brasil (1630-1654), o capitão pernambucano Luís Barbalho Bezerra (c. 1600-1644), receando um segundo ataque holandês às trincheiras de Santo Antônio, fez erguer um reduto no local (1638).

Durante a Guerra da Independência do Brasil (1822-1823) com a retirada das tropas portuguesas sob o comando de Inácio Madeira de Melo, a 2 de julho de 1823, esta foi a primeira fortificação a arvorar a bandeira do Brasil em Salvador.

Em 1837 o seu comando aderiu à Sabinada e, no ano seguinte (1838), ofereceu resistência às forças imperiais, tendo, após sua queda, aí sido detidos cerca de duzentos revoltosos. Utilizado desde 1828 como Cadeia Pública de Salvador, sofreu reparos em 1853 (GARRIDO, 1940:92), sendo utilizada a partir de 1855 como enfermaria de coléricos do Lazareto de São Lázaro. Em 1886, sofreu novos reparos (GARRIDO, 1940:92) e foi utilizada como Centro de Isolamento de variolosos.

De 1892 a 1920 serviu como Quartel de Artilharia. Tomou parte no bombardeio da cidade, juntamente com o Forte de São Marcelo e o Forte de São Pedro, no contexto da Política das Salvações do presidente da República, Hermes da Fonseca.

Em 1904, sediava o 5º Batalhão de Artilharia de Posição, passando a ser guarnecido, à época da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) pelo 4º Batalhão de Artilharia de Posição (1915), ocasião em que recebeu um canhão Krupp L/28. Em 1958, o forte aquartelava a 4ª Companhia de Guarda e a 6ª Companhia de Polícia, da 6ª Região Militar (op. cit., p. 180).

De propriedade da União, o imóvel encontra-se tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde 1957, administrado pelo Governo do Estado da Bahia, que ali abrigava um Quartel da Polícia Militar.

Recentemente, visando recuperar e reformar a estrutura física do imóvel, o Governo do Estado da Bahia, através do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), acompanhou a elaboração de projeto de restauro, com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Aguardava-se, entre fins de 2004 e início

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de 2005, a aprovação final pelo IPHAN, definindo os critérios para que as mesmas pudessem ser licitadas. A Companhia de Desenvolvimento Urbano (CONDER), que acompanhou o processo desde o início, deveria ser o órgão executor da reforma, estando, à época, já providenciando pequenos reparos no imóvel, enquanto não se iniciavam as obras. Wikipedia article: http://pt.wikipedia.org/wiki/Forte_de_Nossa_Senhora_do_Monte_do_Carmo acessado em 17 de dezembro de 2009