UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
HUMBERTO SOARES DA ROCHA NETO
AVALIAÇÃO DOS ÍNDICES DE DESPERDÍCIOS DE MATERIAIS: ESTUDO DE CASO EM UMA OBRA DE EDIFICAÇÃO NA CIDADE DE FEIRA DE SANTANA-BA.
FEIRA DE SANTANA 2010
HUMBERTO SOARES DA ROCHA NETO
AVALIAÇÃO DOS ÍNDICES DE DESPERDÍCIOS DE MATERIAIS: ESTUDO DE CASO EM UMA OBRA DE EDIFICAÇÃO NA CIDADE DE FEIRA DE SANTANA-BA.
Monografia apresentada ao Departamento de Tecnologia da Universidade Estadual de Feira de Santana, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil, sob coordenação da Profª. MSc. Eufrosina de Azevedo Cerqueira. Orientador: Prof. MSc. Cristóvão César Carneiro Cordeiro
FEIRA DE SANTANA 2010
HUMBERTO SOARES DA ROCHA NETO
AVALIAÇÃO DOS ÍNDICES DE DESPERDÍCIOS DE MATERIAIS: ESTUDO DE CASO EM UMA OBRA DE EDIFICAÇÃO NA CIDADE DE FEIRA DE SANTANA-BA.
Monografia apresentada ao Departamento de Tecnologia da Universidade Estadual de Feira de Santana, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________ Profª. MSc. Eufrosina de Azevedo Cerqueira Coordenadora das disciplinas Projeto final I e II/ UEFS
_______________________________________ Prof. MSc. Cristóvão César Carneiro Cordeiro (Orientador-UEFS) Mestre em Engenharia Civil pela Universidade Federal Fluminense UFF
________________________________________ Prof. MSc. Eduardo Antônio Lima Costa (Membro convidado-UEFS) Mestre em Engenharia Civil pela Universidade Estadual de Feira de Santana UEFS
________________________________________ Prof. Esp. Carlos Antônio Alves de Queirós (Membro convidado-UEFS) Especialista em Gerenciamento da Construção pela Universidade Estadual de Feira de Santana UEFS Feira de Santana, 21 de janeiro de 2010.
Ao meu afilhado João Em Memória.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço a Deus pela proteção em toda a minha jornada. À minha família (meus pais, Miguel e Iracema, minhas irmãs, Bárbara e Malu a minha avó Araci e ao meu avô Eudes) por suas empolgações e por sempre acreditarem em mim, me apoiando nos momentos mais difíceis. Ao meu orientador, Professor Mestre Cristóvão César Carneiro Cordeiro, pela dedicação no desenvolvimento deste trabalho. À minha namorada, Caroline, pela paciência, dedicação e cuidados, e pelo total apoio, principalmente na reta final deste trabalho. A todos os amigos que se fizeram presente no decorrer de minha vida acadêmica, em especial a família da casa 50 e os Sutras. À empresa que gentilmente colocou seu canteiro de obras a disposição deste trabalho. E aos amigos de infância Francisco Xavier, David Lima e Yuri Sollua pela impaciência demonstrada nestes últimos meses.
RESUMO Devido à alta competitividade do mercado, um fator que venha a interferir na qualidade e no custo final do empreendimento, tem suma importância. Sabe-se que grande parcela das perdas são previsíveis e evitáveis. Esta pesquisa consiste em uma análise sobre desperdícios de materiais na construção civil, mais especificamente em uma obra de edificação na cidade de Feira de Santana-Ba. Inicialmente é apresentada uma revisão bibliográfica, onde são classificados os diferentes tipos de perdas de materiais e as possíveis origens de perdas detectadas em estudos anteriores. O objetivo principal deste trabalho consiste em determinar os índices de perdas na obra em estudo. O levantamento de dados ocorreu em uma única obra e num intervalo de tempo de aproximadamente sete meses. Os índices de perdas foram determinados através da razão entre a quantidade teoricamente necessária, calculada em projeto, e a quantidade realmente utilizada, verificada em campo. A pesquisa realizada demonstrou a variação dos índices de perdas para os diferentes tipos de insumos estudados no canteiro da obra. Os índices encontrados nesta pesquisa ficaram abaixo que os previstos na literatura. Este estudo demonstrou, também, que existem oportunidades de redução das perdas de materiais através de melhorias no manuseio e estocagem de materiais e, principalmente, através de aplicação de métodos que possibilitem a identificação e o controle das perdas durante o processo construtivo, porém nesta pesquisa ficou evidenciado que alguns desperdícios são inevitáveis devido a atualizações de projetos e mudanças de especificações no decorrer do processo executivo. Por fim, é apresentado um conjunto de diretrizes para a implementação de um sistema de controle de perdas de materiais, visando a redução das mesmas a patamares aceitáveis, bem como uma entrevista com o engenheiro residente avaliando o “feedback” do estudo tanto para obra quanto para a empresa estudada. Palavras-Chave: Desperdício, perdas de materiais de construção, indicadores globais.
ABSTRACT Due to the highly competitive market, a factor that may interfere with the quality and the final cost of the project, a critical component. It is known that a large portion of the losses are predictable and preventable. This research is an analysis of waste materials in construction, more specifically in a work of building the city of Feira de Santana-Ba. The article begins by reviewing the literature, which are classified in different types of losses of materials and the possible sources of losses detected in previous studies. The objective of this study is to determine the rates of loss in our study. Data collection occurred in a single work and a time interval of about seven months. The loss ratios were determined by the ratio of the amount theoretically necessary, calculated on the project, and the amount actually used, observed in the field. The survey showed the variation in losses for different types of inputs studied in the bed of the work. The rates found in this study were below those provided in the literature. This study also showed that there are opportunities for reducing losses of materials through improvements in handling and storage of materials and mainly through the application of methods that allow the identification and control of losses during the construction process, but this research was shown that some waste is inevitable due to project updates and changes in specifications during the enforcement process. Finally, it presents a set of guidelines for the implementation of a system for loss control materials, aimed at reducing them to acceptable levels, as well as an interview with the resident engineer evaluating the feedback from the study for both work and for the company studied. Keywords: Waste, loss of building materials, indicators global.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Diferentes fases de um empreendimento e as perdas de materiais .........18 Figura 2 - Etapas do processo da Construção Civil que originam desperdício .........27 Figura 3 - Etapas do processo de produção em canteiros de obra .......................... 29 Figura 4 - As perdas segundo seu momento de incidência e sua origem................. 33 Figura 5 - Piso cerâmico 41x41cm - Assentamento com juntas diagonais. Piso cerâmico 31x31cm utilizado como acabamento em tabeiras (encontro da parede com o piso) ................................................................................................................ 52 Figura 6 - Vista da laje nivelada com mestras de madeira, provável causador de variação de espessura...............................................................................................55 Figura 7 - Acabamento da superfície da laje com régua de alumínio ....................... 56 Figura 8 - Concreto usinado lançado através de bomba-lança (não havendo qualquer conferência do volume recebido) ................................................................ 58 Figura 9 - Aplicação de contrapiso em argamassa de cimento usinada (acabamento e nivelamento executados com régua de alumínio) ..................................................59 Figura 10 - Empilhamento de bloco cerâmico acima de 1,50m, e estocado em local provisório ...................................................................................................................66 Figura 11 - Corte de bloco cerâmico realizado com ferramenta não apropriada ...... 67
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Tipos de perdas segundo sua natureza, origem e incidência ..................34 Tabela 2 - Comparação dos índices de perdas em diferentes estudos ....................50 Tabela 3 - Avaliação de placas cerâmicas 41 x 41cm, em piso ................................ 51 Tabela 4 - Avaliação de placas cerâmicas 31 x 31cm, em piso ................................ 53 Tabela 5 - Avaliação de placas cerâmicas 31 x 31cm, em parede interna................ 54 Tabela 6 - Avaliação do concreto usinado ................................................................57 Tabela 7 - Avaliação do contrapiso usinado.............................................................. 60 Tabela 8 - Avaliação do bloco de 9x19x24cm ........................................................... 62 Tabela 9 - Avaliação do bloco de 11,5x19x24cm ..................................................... 63 Tabela 10 - Avaliação do bloco de 14x19x24cm .......................................................65 Tabela 11 - Causadores e inibidores de perdas do concreto usinado ...................... 68 Tabela 12 - Causadores e inibidores de perdas do bloco cerâmico .......................... 69 Tabela 13 - Causadores e inibidores de perdas do contrapiso usinado .............. 70 Tabela 14 - Causadores e inibidores de perdas das placas cerâmicas .............. 71
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO ..................................................................................................12
1.1 JUSTIFICATIVA...........................................................................................13 1.2 OBJETIVOS.................................................................................................15 1.2.1 Objetivo Geral ..................................................................................15 1.2.2 Objetivos Específicos.......................................................................15 1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO ....................................................................16
2
REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................17
2.1 DESPERDÍCIO E PERDAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ...............................17 2.2 ORIGEM DAS PERDAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ....................................26 2.3 CLASSIFICAÇÃO DAS PERDAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ......................30 2.4 INDICADORES DE PERDAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................35
3
MÉTODOS DA PESQUISA ...............................................................................40
3.1 TIPO DE ESTUDO ......................................................................................40 3.2 ETAPAS DA PESQUISA .............................................................................42 3.3 CRITÉRIOS DE MEDIÇÃO..........................................................................46
4
RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................49
4.1 PLACA CERÂMICA .....................................................................................50 4.2 CONCRETO USINADO ...............................................................................55 4.3 CONTRAPISO USINADO ............................................................................59 4.4 BLOCO CERÂMICO ....................................................................................61 4.5 LEVANTAMENTO DE CAUSAS E PROPOSIÇÃO DE DIETRIZES ............67
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................74
REFERÊNCIAS .........................................................................................................77
ANEXO A - DADOS E PLANILHAS REFERENTES À ANÁLISE DO BLOCO CERÂMICO ...............................................................................................................80
ANEXO
B
-
DADOS
E
PLANILHAS
REFERENTES
À
ANÁLISE
DO
REVESTIMENTO CERÂMICO (PAREDE E PISO)....................................................89
ANEXO C - DADOS E PLANILHAS REFERENTES À ANÁLISE CONCRETO USINADO, VIGAS E LAJES.....................................................................................101
ANEXO
D
-
DADOS
E
PLANILHAS
REFERENTES
À
ANÁLISE
DO
CONTRAPISO..........................................................................................................118
ANEXO E – CROQUIS 01 E 02, PLANTA BAIXA PAVIMENTO TÉRREO E SUPERIOR ..............................................................................................................128
ANEXO
F
–
ENTREVISTA
DE
AVALIAÇÃO
DO
ESTUDO
DE
CASO.......................................................................................................................130
1 INTRODUÇÃO
A engenharia civil é um ramo de grande amplitude dentro das engenharias, desenvolvendo diversas atividades em benefício da civilização. Talvez por este aspecto exerça significativa influência na organização da sociedade (COLOMBO; BAZZO, 1999).
Estima-se
que
o
setor
da
Construção
Civil
seja
responsável
por
aproximadamente 40% dos resíduos gerados em toda economia, por 75% de todo o resíduo sólido, por consumir 2/3 da madeira natural extraída e, por 20% a 50% do consumo dos recursos naturais totais extraídos no planeta (PIOVEZAN JÚNIOR; SILVA, 2007).
De acordo com Zordan (1997), o grande consumo de matérias-primas está diretamente
ligado
ao
grande
desperdício
de
material
que
ocorre
nos
empreendimentos, a vida útil das estruturas construídas e devido às obras de reparos e adaptações das edificações existentes.
Segundo Meseguer (1991), o desperdício advém, ou se origina, de todas as etapas do processo de construção civil, que são: planejamento, projeto, fabricação de materiais e componentes, execução e uso e manutenção.
A preocupação quanto ao uso excessivo de materiais e componentes em obras de construção de edifícios, há muito tempo, faz parte de debates quanto a este segmento industrial. O real conhecimento da situação vigente e uma proposta de caminhos para melhorar o desempenho do setor quanto ao eventual desperdício existente tornam-se indispensáveis no contexto atual de acirramento da competição entre as empresas e de crescentes exigências por parte dos consumidores de obras de edifícios (AGOPYAN et al, 2003).
Kuster (2007) afirma que o setor da construção civil deve pensar na diminuição do impacto ambiental causado pelos resíduos, através da adoção da
reciclagem ou reuso dos resíduos gerados. Mas com a enorme quantidade de resíduos gerados atualmente, o autor afirma que precisa-se ter mais alternativas.
A redução da geração de resíduos não ocorre mais através da solução de um problema localizado que proporciona, se solucionado, grandes economias. Assim, existe a necessidade de atuar de forma global no empreendimento, desde seu projeto até sua execução final, passando pelos fornecedores e serviços terceirizados contratados. Preocupações simples na fase de projeto, como modulação de alvenaria e acabamentos, reaproveitamento de fôrmas e caminhamento de sistemas prediais podem reduzir bastante a geração de resíduos.
A redução da quantidade de resíduos gerados tem como principais objetivos a redução de custo do material, já que com essa diminuição necessariamente, diminuise a quantidade de material utilizado para executar a mesma tarefa. Quanto menos resíduo for gerado, menos trabalho será necessário para gerenciar e tratar o mesmo, o que leva ao critério relacionado ao ganho ambiental, pois diminui a quantidade de resíduos a serem depositados no meio ambiente.
Este trabalho tem como intuito discorrer acerca do elevado desperdício que ocorre no ramo da construção civil, na cidade de Feira de Santana, demonstrando a importância da diminuição dos níveis de perda de recursos em canteiro.
O trabalho a ser realizado abordará uma análise da situação existente na construção de um templo religioso, avaliando para este empreendimento os seus respectivos níveis de desperdício e dificuldades existentes para controlá-los.
1.1 JUSTIFICATIVA
O debate quanto à detecção de caminhos para minimizar o consumo de recursos físicos de nosso planeta tem sido uma constante nos meios de comunicação. É assim que ações visando o reaproveitamento do lixo urbano, políticas para um
aproveitamento mais racional da água, campanhas para a redução do consumo de eletricidade, entre outras, têm sido cada vez mais valorizadas.
No que diz respeito à construção civil, tecnologias para o reaproveitamento dos resíduos gerados também têm sido discutidas. Há, no entanto, um caminho anterior a ser abordado, qual seja: o da redução do desperdício de materiais/componentes inerente ao próprio processo construtivo (SOUZA, 1994).
Devido à alta competitividade do mercado, uma avaliação sobre um fator que venha a interferir sobre custos e prazos do empreendimento tem suma importância para o ramo da construção civil. A identificação das causas reais de desperdício de insumos, constitui-se num dos pontos essenciais para a melhoria da qualidade e produtividade.
Grande parcela das perdas são previsíveis e podem ser evitadas através de medidas de prevenção, por isso é importante que o setor da construção civil mobilize-se no sentido de reduzir as perdas existentes, através da introdução de novos métodos e filosofias de gestão (AGOPYAN et. al, 1998)
Dessa forma, o trabalho tem sua importância pelo fato de que irá promover uma visão geral dos índices de desperdício para este tipo de empreendimento, observando as principais causas das perdas, propor um conjunto de diretrizes que venham a obter uma melhor racionalização de insumos.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar o estado atual dos índices de desperdícios de materiais em canteiros de obras de edificações de uso público em Feira de Santana, Bahia.
1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Determinar os índices de perda dos materiais analisados na obra em estudo: bloco cerâmico, concreto usinado, placas cerâmicas e contrapiso usinado;
Identificar e analisar criticamente as possíveis causas e formas de desperdício, comparando com as sugestões previstas na literatura técnica;
Apresentar um conjunto de diretrizes para um melhor aproveitamento dos recursos, prevenindo a ocorrência de desperdícios.
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO
O trabalho está estruturado em cinco capítulos. O primeiro capítulo apresenta uma breve introdução acerca do tema do trabalho, apresenta sua justificativa e seus objetivos.
O segundo capítulo, intitulado de referencial teórico, apresenta uma revisão da literatura acerca do tema, onde, serão abordados os seguintes tópicos: desperdício e perdas na construção civil; origem das perdas na construção civil; classificação das perdas na construção civil e indicadores de perdas na construção civil.
O terceiro capítulo apresenta os métodos de pesquisa utilizados neste trabalho, dividida em oito etapas as quais serão descritas detalhadamente.
O quarto capítulo expõe os resultados da pesquisa de campo e a discussão desses resultados e observações apresentando prováveis causas e um conjunto de diretrizes que visem inibi-las.
E por fim, o quinto capítulo apresenta as considerações finais e sugestões para estudos
futuros.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 DESPERDÍCIO E PERDAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Sabe-se que a Construção Civil destaca-se por ser um dos setores onde o desperdício é maior. Chega-se a afirmar que com a quantidade de materiais e mãode-obra desperdiçados em três obras, é possível a construção de outra idêntica, ou seja, o desperdício atingiria um índice de 33% (GROHMANN, 1998). Apesar dos progressos oriundos dos investimentos feitos nos últimos anos, o setor da Construção Civil ainda possui índices de desperdícios consideráveis.
Pinto (1995) identifica que os acréscimos nos custos da construção, advindos do desperdício, são de 6% e os acréscimos na massa de materiais atingem os 20%. O mesmo autor afirma que: na Bélgica, o acréscimo nos custos advindos do desperdício é de 17%; na França de 12%; e, no Brasil, de cerca de 30%.
Vargas et al (1997) apresenta outros dados alarmantes: o tempo de perda da mão-de-obra dos serventes pode atingir 50% do tempo total, 100% da argamassa é perdida; e, 30% dos tijolos e elementos de vedação se transformam em entulho. Estes dados demonstram e reforçam a gravidade do problema em questão.
Agopyan et. al (1998) ao contrário dos demais autores, constata em sua pesquisa que não existe um único valor que represente um índice de desperdício para diferentes materiais e serviços, pois para cada material e serviço existe uma faixa de índice de perda associado.
A preocupação quanto ao uso excessivo de materiais e componentes em obras de construção, há muito tempo, faz parte de debates quanto a este segmento industrial. O real conhecimento da situação vigente e uma proposta de caminhos
para melhorar o desempenho do setor quanto ao eventual desperdício existente tornam-se indispensáveis no contexto atual de acirramento da competição entre as empresas e de crescentes exigências por parte dos consumidores de obras (AGOPYAN et al. 2003).
Apesar disso, as perdas de material são destaque quando se trata de desperdício na construção civil, por ser a parcela visível e também porque o consumo desnecessário de material resulta numa alta produção de resíduos, causa transtornos nas cidades, reduz a disponibilidade futura de materiais e energia e provoca uma demanda desnecessária no sistema de transporte (COLOMBO; BAZZO, 1999).
Souza et al (1994) afirma é importante perceber que o consumo excessivo de materiais pode ocorrer em diferentes fases do empreendimento, de acordo com o autor existe a possibilidade de ocorrências de perdas em todas as fases numa obra em execução. A Figura 1 ilustra as diferentes fases citadas pelo autor, as perdas verificadas e as classifica de acordo com sua natureza.
Figura 1 – Diferentes fases de um empreendimento e as perdas de materiais.
Fonte: Adaptado de Souza et al (1994).
A falta de uniformização de nomenclatura e, principalmente, de uma metodologia consistente e disseminada, aliadas à escassez de dados confiáveis, têm gerado uma série de controvérsias relativas à quantificação e, especialmente, quanto à proposição de alternativas para se combater eventuais desperdícios existentes (SOUZA, 1997). O autor considera que o primeiro passo para romper tais barreiras é identificar de onde é gerado tal desperdício e quais fatores influenciam na produtividade do setor.
O conceito de perdas na construção civil é, com freqüência, associado unicamente aos desperdícios de materiais. No entanto, as perdas estendem-se além deste conceito e devem ser entendidas como qualquer ineficiência que se reflita no uso de equipamentos, materiais, mão de obra e capital em quantidades superiores àquelas necessárias à produção da edificação. Neste caso, as perdas englobam tanto a ocorrência de desperdícios de materiais quanto a execução de tarefas desnecessárias que geram custos adicionais e não agregam valor. Tais perdas são conseqüência de um processo de baixa qualidade, que traz como resultado não só uma elevação de custos, mas também um produto final de qualidade deficiente (FORMOSO et al, 1996).
Com efeito, desperdício não pode ser visto apenas como o material refugado no canteiro (rejeitos), mas sim como toda e qualquer perda durante o processo. Portanto, qualquer utilização de recursos além do necessário à produção de determinado produto é caracterizada como perda classificadas conforme: seu controle, sua natureza e sua origem (COLOMBO; BAZZO, 1999).
Para Vargas et al (1997), perda é todo e qualquer recurso que se gasta na execução de um produto ou serviço além do estritamente necessário (mão de obra, matéria-prima, materiais, tempo, dinheiro, energia, etc.). É um dispêndio extra acrescentado aos custos normais do produto. No caso da construção civil, o conceito de perdas envolve não só o desperdício de materiais, mas também qualquer ineficiência no uso de equipamentos, materiais e mão-de-obra.
Neste sentido, a construção enxuta apresenta uma nova visão das perdas. A produção enxuta é considerada uma combinação de práticas de produção contidas
em diversas filosofias, ferramentas e técnicas, que quando orientadas segundo os fundamentos da definição de valor de um produto e da determinação da cadeia de valor, do fluxo dos recursos produtivos, da produção puxada e da melhoria contínua, dentre outros aspectos, produzem resultados majorados, devido à sinergia obtida através da interação destes fatores (MACHADO; HEINECK, 1991).
Produção Enxuta, Mentalidade Enxuta e Sistema Toyota de Produção são de certa forma, termos associados, às vezes complementares e, em geral, dificilmente diferenciados na literatura e no uso corrente. A Produção Enxuta tem como base os conceitos, princípios e técnicas do Sistema Toyota de Produção. Quando se fala em Sistema Toyota de Produção associa-se Produção Enxuta e vice-versa. A forma de raciocínio em ambos os casos, ou seja, o conjunto de princípios, conceitos e técnicas formadoras dessa maneira particular de pensar, sobre administração da produção, é referido como Mentalidade Enxuta (SARCINELLI, 2008).
Womack et al (1990) definem essa filosofia de produção como sendo um sistema produtivo integrado, com enfoque no fluxo de produção, produção em pequenos lotes segundo a filosofia just-in-time e um nível reduzido de estoques; um sistema que envolve ações de prevenção de defeitos em vez da correção; que trabalha com produção puxada em vez da produção empurrada baseada em previsões de demanda; que é flexível, sendo organizada através de times de trabalho formados por mão-de-obra polivalente; uma filosofia que pratica um envolvimento ativo na solução das causas de problemas com vistas à maximização da agregação de valor ao produto final e que trabalha com um relacionamento de parceria intensivo desde o primeiro fornecedor até o cliente final.
Koskela (1992) afirma que esta nova filosofia de produção trata-se de uma síntese e da generalização de diferentes modelos de administração, oriundos de diversas propostas sustentadas fundamentalmente pelos movimentos do just-in-time e da qualidade. Para Koskela, este novo modelo de produção pode ser definido da seguinte forma: A produção é um fluxo de materiais e/ou informações desde a matéria -prima até o produto acabado. Nesse fluxo o material pode estar sendo processado, inspecionado ou movimentado, ou ainda estar esperando - pelo processamento, inspeção ou movimentação.
Tais atividades às quais o material pode ser submetido são inerentemente diferentes. O processamento representa o aspecto de conversão do sistema de produção; a inspeção, a movimentação e a espera representam os aspectos de fluxo da produção. Os processos referentes a fluxos podem ser caracterizados por tempo, custo e valor. Valor refere-se ao atendimento das necessidades dos clientes. Em grande parte dos casos, somente as atividades de processamento proporcionam a agregação de valor ao produto (KOSKELA, 1992).
Existem cinco princípios necessários para orientar a configuração de um sistema enxuto de produção:
1. A definição detalhada do significado de valor de um produto a partir da perspectiva do cliente final, em termos das especificações que este deveria ter, considerando aspectos relacionados às suas capabilidades, ao seu preço e ao tempo de produção;
2. A identificação da cadeia de valor para cada produto ou família de produtos e a eliminação das perdas;
3. A geração de um fluxo de valor com base na cadeia de valor obtida;
4. A configuração do sistema produtivo de forma que o acionamento da cadeia de valor seja iniciado a partir do pedido do cliente ou; em outras palavras, a utilização de uma programação puxada; 5. A busca incessante da melhoria da cadeia de valor através de um processo contínuo de redução de perdas.
Na Construção Enxuta a idéia central é perceber que os custos totais de qualquer produto levam consigo uma parte que é o custo que não agregam valor algum na percepção do cliente. O desafio da construção enxuta é eliminar tudo que não agrega valor, reduzindo assim os custos e gerando maior lucro. Encontramos na construção civil muitas atividades entendidas como não geradoras de valor. Tais
perdas estão escondidas em movimentos e transportes desnecessários, retrabalhos, entre outros (SARCINELLI, 2008).
Sua origem ocorre desde os projetos mal concebidos, desenvolvimento do planejamento executivo coordenado através de princípios obsoletos, predominância da individualidade de ações no canteiro, sendo essa manifestada por grupos ou pessoas, não havendo a idéia de conjunto. A noção pela gerência é que obtendo ganhos individuais, estarão somando um ganho maior do todo. De acordo com Koskela (1992) a construção deve considerar fundamentalmente os requerimentos esperados pelos consumidores dos produtos. Dessa forma a produção deve evitar a variabilidade, a inconstância em seus processos, de forma e evitar perdas. Os processos deverão ser simples e, esta simplificação deve ser buscada através de menor quantidade de componentes dos produtos e pela redução de etapas dos fluxos de materiais e informações (SARCINELLI, 2008).
Sabendo que tudo deve ser feito sem prejudicar a produção. Como mudanças geram desconforto para a maioria das pessoas, com relação aos conceitos de produção não é diferente. Passar do sistema tradicional para uma nova versão conceitual sobre como fazer, controlar e mudar a crença sobre o que é realmente importante, mudar paradigmas, é realmente um desafio. De maneira geral, pode-se dizer que os problemas enfrentados, tanto na manufatura quanto na construção, são os mesmos. A falta da visão sistêmica e os altos índices de desperdícios resultam nos altos custos, na baixa qualidade e nos atrasos na entrega dos produtos.
No campo teórico, a Construção Enxuta tem evoluído significativamente ao longo dos anos, com estudos que contemplam diferentes enfoques, que vão desde aspectos técnicos, que incluem o desenvolvimento de métodos de controle da produção ao longo de todos os empreendimentos (BALLARD; HOWELL, 1997), até aspectos político-sociais, como a identificação de barreiras para a introdução da Construção Enxuta (HIROTA; FORMOSO, 2000) e a identificação de aspectos promotores da Construção Enxuta (ALARCON; SEGUEL, 2002). Já no campo prático, a difusão da Construção Enxuta ainda é limitada. Como são poucas as construtoras envolvidas no processo de implementação, os esforços estão voltados, em grande parte, para o desenvolvimento de ferramentas de controle de produção.
Assim, para os teóricos da Construção Enxuta, as perdas estão relacionadas às atividades que tomam tempo, recursos e espaço, mas não agregam valor. Esse autor argumenta, porém, que os esforços direcionados para evitar as perdas devem ser realizados com certa cautela, pois algumas atividades tais como planejamento, contabilidade e prevenção de acidentes, não agregam valor, porém produzem valor para os clientes internos (KOSKELA, 1992).
Mesmo os teóricos do Sistema Toyota de Produção, como Ohno (1997) e Shingo (1996) citado por Sacomano et al (2004), argumentam que o movimento dos trabalhadores pode ser dividido em duas dimensões: a do trabalho e a das perdas. As perdas constituem-se dos movimentos realizados nas atividades desnecessárias. Já o trabalho pode ser subdividido em trabalho que agrega valor e trabalho que não agrega valor. O primeiro consiste em algum tipo de processamento, ou seja, mudar a forma da matéria-prima visando à obtenção dos produtos.
Outro autor ligado à construção enxuta, Alarcón (1997), de uma forma geral, associa as perdas a todas as atividades que produzem custos diretos ou indiretos, sem adicionar valor ou ajudar no avanço de um empreendimento. Esse autor também menciona um outro tipo de perda, relacionado com a eficiência dos processos e utilização dos equipamentos e pessoal, que é mais difícil de definir e medir, pois requer o conhecimento da eficiência máxima que pode ser atingida, e isto nem sempre é possível.
Já para os autores ligados ao aspecto contábil, como Martins (1996), as perdas não são um sacrifício financeiro realizado com intenção de obter receitas, apresentando, portanto, uma característica de anormalidade e involuntariedade. O mesmo autor afirma que o gasto com mão-de-obra durante um período de greve, por exemplo, consiste numa perda e não num custo de produção.
A indústria da construção civil, de acordo com Sarcinelli (2008) é um setor conhecido como sendo atrasado em relação aos processos produtivos e técnicas de gestão que usa, e por ser grande gerador de desperdícios, precisou adaptar-se para assimilar e difundir as premissas da produção enxuta, mesmo considerando as características peculiares que possui, tais como:
Característica nômade - a estrutura de produção produz e logo após é transferida para outro local;
É um setor muito resistente a mudanças, conservando métodos e processos antigos;
Na maior parte produtos únicos, devido a grande dificuldade para a produção em cadeia, pois a estrutura produtiva movimenta-se em torno do produto;
A mão de obra usada no setor não encontra motivação para produzir com alta qualidade e produtividade;
Elevados números de insumos, materiais e componentes; Alto grau de rotatividade da mão de obra; Dificuldade de padronização de procedimentos e existência de grande tolerância quanto à precisão de orçamento, dados de projetos, planejamento, tornando o sistema flexível demais.
O cliente deste setor geralmente adquire um único produto ao longo de sua vida;
Responsabilidade dispersa e pouco definida; Meseguer (1991) define os principais intervenientes do processo construtivo em uma obra, ressaltando que esses intervenientes participam de muitos setores com diferentes funções, gerando grande número de interfaces, definidas pelo autor como zonas de vulnerabilidade para a qualidade. Tais intervenientes são: o promotor da obra, o projetista, os fabricantes de materiais, o construtor, o empreiteiro, a empresa de gerenciamento, o proprietário, os laboratórios, as organizações de controle, a segurança na construção, a forma de contratação, a formação dos profissionais, e outros.
A atividade produtiva da construção de empreendimentos possui uma série de peculiaridades que, combinadas ao paradigma de produção tradicionalmente utilizado pelas empresas do subsetor, apresentam uma série de ineficiências. Como resultado dessas ineficiências, a construção de empreendimentos ficou muito conhecida devido aos altos índices de desperdícios, resultando em altos custos, baixa qualidade dos produtos e baixa capacidade de inovação.
Por fim, cabe ressaltar ainda a necessidade de buscar formas de minimizar e gerenciar os resíduos gerados na construção. Kuster (2007) afirma que o setor da construção civil deve pensar na diminuição do impacto ambiental causado pelos resíduos, através da adoção da reciclagem ou reuso dos resíduos gerados. Mas com a enorme quantidade de resíduos gerados atualmente, o autor afirma que há a necessidade de outras alternativas, tais como:
Redução de resíduos gerados, reduzindo tanto a massa a ser tratada como o consumo de materiais;
Do resíduo gerado anteriormente, reduzir a quantidade encaminhada para deposição final, reduzindo assim o impacto ao meio ambiente. Isso é feito através da limpeza e conseqüente segregação do resíduo para reciclagem, cuja avaliação será feita pela porcentagem do volume de resíduos enviado para reciclagem em relação ao volume total de resíduo;
Rastreabilidade, através de documentação, para que o envio de todo o resíduo para reciclagem ou deposição final foi feito cumprindo a legislação;
Redução do custo de tratamento do resíduo como um todo, mostrando a sua viabilidade financeira.
A redução da geração de resíduos não ocorre mais através da solução de um problema localizado que proporciona, se solucionado, grandes economias. Assim, existe a necessidade de atuar de forma global no empreendimento, desde seu projeto até sua execução final, passando pelos fornecedores e serviços terceirizados contratados. Preocupações simples na fase de projeto, como modulação de
alvenaria e acabamentos, reaproveitamento de fôrmas e caminhamento de sistemas prediais podem reduzir bastante a geração de resíduos.
Da mesma forma, através da conscientização dos fornecedores e equipes de trabalho, aliada a novos métodos construtivos, existe a possibilidade de reduzir ainda mais a geração de resíduos inerente à atividade. A redução da quantidade de resíduos gerado assume três principais objetivos. Inicialmente, é a redução de custo do material, já que com essa diminuição, necessariamente diminui-se a quantidade de material utilizado para executar a mesma tarefa. Quanto menos resíduo for gerado, menos trabalho será necessário para gerenciar e tratar o mesmo, o que leva ao critério relacionado ao ganho ambiental, pois diminui a quantidade de resíduos a serem depositados no meio ambiente.
2.2 ORIGEM DAS PERDAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
As perdas são o resultado de um processo de má qualidade, que tem como conseqüência tanto a elevação do custo da construção quanto a redução da qualidade do produto final (FORMOSO et al, 2007). O processo de produção na construção que apresenta má qualidade e organização precária tem seu início na base técnica insuficiente, que se reflete nos desencontros das equipes de trabalho e no desperdício de materiais (SOIBELMAN, 1993). No processo tradicional de produção da construção civil, cada etapa da obra interfere em outras subseqüentes.
Qualquer ineficiência que eleve o valor da obra por falta de cronograma, mal uso de equipamentos e materiais ou mão de obra ruim, também são considerados como desperdício. Ou seja, alem da perda de materiais, a falta de planejamento e a execução de tarefas de qualquer maneira também geram custos adicionais (KÜSTER, 2007). Segundo Meseguer (1991), o desperdício advém, ou se origina, de todas as etapas do processo de construção civil, que são: planejamento, projeto, fabricação de materiais e componentes, execução e uso e manutenção. A Figura 2 demonstra as etapas do processo de construção civil e seus respectivos responsáveis:
Figura 2 - Etapas do Processo da Construção Civil que originam desperdício.
Fonte: GROHMANN, 1998.
Na execução das obras da Construção Civil, os fatores que influenciam a produtividade
e
que,
conseqüentemente,
acarretam
desperdícios,
foram
identificados como:
a) Deficiências de projeto e planejamento que dificultam a construtibilidade da obra e que, normalmente, são causados pela falta de detalhamento no projeto;
b) Ineficiência da gestão administrativa que enfatiza a correção dos problemas ao invés da prevenção dos mesmos. Isto ocorre devido ao pouco envolvimento dos administradores com o processo produtivo;
c) Métodos ultrapassados e/ou inadequados de trabalho que não observam as experiências advindas de projetos anteriores, o que ocasiona a repetição dos erros;
d) Pouca vinculação da obra com as atividades denominadas de apoio, como: compras, estoques e manutenção; e) Problemas com os recursos humanos decorrentes da pouca especialização da mão de obra e alta taxa de turnover do setor;
f) Problemas com a segurança dos trabalhadores gerados, principalmente, pelo não fornecimento e/ou uso dos equipamentos de proteção individual ou coletivo;
g) Deficiências dos métodos utilizados para o controle de custos projetados e executados.
Para a melhor compreender esses conceitos, deve-se conhecer a natureza das atividades que compõem o processo de produção. Um processo pode ser entendido como um fluxo de materiais e informações desde a matéria prima até o produto final. Neste fluxo, os materiais são processados, inspecionados, movimentados ou estão em espera (GROHMANN, 1998). Assim, as atividades componentes de um processo podem ser classificadas em duas principais categorias:
Atividades de conversão: envolvem o processamento dos materiais em produtos acabados.
Atividades de fluxo: relacionam-se às tarefas de inspeção, movimento e espera dos materiais.
As novas filosofias de produção indicam que a eficiência dos processos pode ser melhorada e as suas perdas reduzidas não só através da melhoria da eficiência das atividades de conversão e de fluxo, mas também pela eliminação de algumas das atividades de fluxo (KOSKELA, 1992). Por exemplo, quando se desenvolve uma inovação tecnológica na construção deve-se eliminar ao máximo a necessidade de atividades de transporte, espera e inspeção de materiais (GROHMANN, 1998).
As atividades de fluxo são freqüentemente negligenciadas no processo de produção de edificações. Em geral. não são devidamente analisadas nas tarefas de orçamento e planejamento e nas iniciativas de melhorias de processo. O esforço para melhoria do desempenho na construção civil deve considerar o conceito mais amplo de perdas, isto é, visar à minimização do dispêndio de quaisquer recursos que não agregam valor ao produto, sejam eles vinculados às atividades de conversão ou fluxo (GROHMANN, 1998).
Küster (2007) afirma que em muitas obras os trabalhadores trabalham, param para esperar materiais, trabalham, desfazem o que fizeram, continuam trabalhando, e assim sucessivamente.
Um dos aspectos mais importantes a ser considerado num estudo sobre perdas consiste na necessidade de se estabelecer a situação prevista, a partir da qual todo o consumo excedente de recursos seja considerado como sendo perda, pois, dependendo da situação adotada podem assumir valores distintos. Isso pode ser visualizado no esquema da Figura 3.
Figura 3 - Etapas do processo de produção em canteiros de obra.
FONTE: Küster (2007).
Por isso, numa classificação paralela as comumente encontradas, Grohmann (1998) utiliza uma abordagem simplificada, o autor divide as formas de desperdício em: desperdício de materiais e desperdício de mão-de-obra.
O desperdício de materiais engloba os entulhos e os materiais incorporados à obra. Tacla (1984) define entulho em uma obra de Construção Civil como sendo todo o volume de materiais que sai da obra, sem nenhuma perspectiva de utilização futura. Englobam as sobras de concreto, argamassa, ferro, blocos de cerâmica, etc. O desperdício de materiais incorporados à obra refere-se ao excesso de materiais utilizados que, ao final do obra, não são percebidos ou pouco se percebe.
O
desperdício
de
mão-de-obra refere-se ao
tempo
empregado
pelos
trabalhadores em atividades que não incorporam valor ao produto final e que podem, facilmente, ser reduzidos ou eliminados sem causar nenhum prejuízo. Englobam: tempo de espera, de retrabalho, de transporte, etc.
2.3 CLASSIFICAÇÃO DAS PERDAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
As perdas na construção civil englobam tanto a ocorrência de desperdício de materiais quanto qualquer ineficiência relativa ao uso de equipamentos, mão de obra e execução de tarefas desnecessárias que geram custos adicionais e não agregam valor (SACOMANO et al, 2004). A literatura disponível acerca do tema em estudo apresenta diversas classificações, portanto as perdas podem ser classificadas de acordo com sua natureza, segundo a etapa onde ocorrem e onde se originam, segundo o controle, de acordo com o tipo de recurso consumido, de acordo com a unidade para sua medição, forma de manifestação, entre outras (FRANCHI et al, 1993; VARGAS et al, 1997; FORMOSO et al, 1996; COSTA, 1999; SOUZA, 2005; ROSÁRIO, 2008).
Sacomano et al (2004) afirma que foram identificadas nove categorias de perdas partindo-se da classificação proposta por Shingo, seriam as sete perdas de Shingo. As nove categorias são as perdas por superprodução, por substituição (de material), por espera, por transporte, no procedimento (a própria natureza das atividades do processo ou na execução), nos estoques, no movimento, pela elaboração de produtos defeituosos e outros (roubos, acidentes):
a) Perdas por superprodução: refere-se às perdas que ocorrem devido à produção em quantidades superiores às necessárias, como, por exemplo: produção de argamassa em quantidade superior à necessária para um dia de trabalho ou o excesso de espessura de lajes de concreto armado;
b) Perdas por substituição: decorrem da utilização de um material de valor ou características de desempenho superiores ao especificado, tais como: utilização de argamassa com traços de maior resistência que a especificada ou a utilização de tijolos maciços no lugar de blocos cerâmicos furados. c) Perdas por espera: relacionadas com a sincronização e o nivelamento dos fluxos de materiais e as atividades dos trabalhadores. Podem envolver tanto perdas de mão de obra quanto de equipamentos, como, por exemplo, paradas nos serviços originadas por falta de disponibilidade de equipamentos ou de materiais.
d) Perdas por transporte: as perdas por transporte estão associadas ao manuseio excessivo ou inadequado dos materiais e componentes em função de uma má programação das atividades ou de um layout ineficiente, como, por exemplo: tempo excessivo despendido em transporte devido a grandes distâncias entre estoques e o guincho, quebra de materiais devido ao seu duplo manuseio ou ao uso de equipamento de transporte inadequado.
e) Perdas no processamento em si: têm origem na própria natureza das atividades do processo ou na execução inadequada dos mesmos. Decorrem da falta de procedimentos padronizados e ineficiências nos métodos de trabalho, da falta de treinamento da mão de obra ou de deficiências no detalhamento e construtividade dos projetos. São exemplos deste tipo de perdas: quebra de paredes rebocadas para viabilizar a execução das instalações; quebra manual de blocos devido à falta de meios-blocos.
f) Perdas nos estoques: estão associadas à existência de estoques excessivos, em função da programação inadequada na entrega dos materiais ou de erros na orçamentação, podendo gerar situações de falta de locais adequados para
a estocagem dos mesmos. Também decorrem da falta de cuidados no armazenamento dos materiais. Podem resultar tanto em perdas de materiais quanto de capital, como por exemplo: custo financeiro dos estoques, deterioração do cimento devido ao armazenamento em contato com o solo e ou em pilhas muito altas.
g) Perdas
no
movimento:
decorrem
da
realização
de
movimentos
desnecessários por parte dos trabalhadores, durante a execução das suas atividades. São exemplos deste tipo de perda: tempo excessivo de movimentação entre postos de trabalho ou o esforço excessivo do trabalhador.
h) Perdas pela elaboração de produtos defeituosos: ocorrem quando são fabricados produtos que não atendem aos requisitos de qualidade especificados. Geralmente, originam-se da falta de integração entre o projeto e a execução, das deficiências do planejamento e controle do processo produtivo; da utilização de materiais defeituosos e da falta de treinamento dos operários. Resultam em retrabalhos ou em redução do desempenho do produto final, como, por exemplo: falhas nas impermeabilizações e pinturas, descolamento de azulejos.
i)
Outras: existem ainda tipos de perdas de natureza diferente dos anteriores, tais como roubo, vandalismo, acidentes, etc.
Por terem suas origens em disfunções dos processos produtivos, os sete tipos de perdas normalmente são vinculados entre si, motivo pelo qual estas devem ser atacadas de forma articulada e simultânea. Colombo e Bazzo (1999) afirmam que, em todos os casos, a qualificação do trabalhador está presente como importante elemento a ser considerado.
A origem das perdas pode estar tanto no próprio processo de produção quanto nos processos que o antecedem como fabricação de materiais, preparação dos recursos humanos, projeto, suprimentos e planejamento (FORMOSO et al,
1996). A Figura 4 apresenta um conjunto de exemplos de perdas, indicando a sua natureza, origem e momento de incidência.
Figura 4 - As perdas segundo seu momento de incidência e sua origem.
Fonte: FORMOSO
et al, 1996.
As perdas podem ainda ser classificadas em aparentes (ou diretas) e de natureza oculta (indiretas). Enquanto as diretas representam as “perdas que saem” (entulho), as indiretas, que representam as “perdas que ficam”, podem ser subdivididas em perdas por substituição, por imprevisão e por negligência. Quanto às perdas há ainda que se aplicar um raciocínio de caráter mais econômico ao se distinguir entre aquelas que são evitáveis das consideradas inevitáveis. Quanto a este último aspecto é que se define o desperdício de materiais, que é considerado a parcela de perdas evitáveis (SOUZA, 1994).
Vargas et al (1997) resume a classificação de perdas na Tabela 1 e traz um exemplo para cada tipo de perda.
defeituosos
Elaboração de produtos
Processamento
Movimento
Transporte
Espera
FONTE: Vargas et al, 1997.
desempenho do produto final.
esperada. Acabam resultando em retrabalho ou redução de
Quando os produtos fabricados não atendem à qualidade
hora/homem, hora/máquina, elevando os custos.
elaboração, acarretando grandes perdas de: materiais, tempo,
projeto e a execução, tendo que parte desta ser desfeita.
Erro na estrutura devido à falta de integração entre o
e construtibilidade do projeto.
Retrabalho de uma determinada tarefa devido à falta de detalhamento
às condições ergonômicas desfavoráveis.
acabam trabalhando em excesso, com menor produtividade.
Erro na concepção do produto e/ou nas diversas etapas de sua
Maior esforço do operário para fazer uma determinada tarefa devido
estocagem e o de transformação.
Dispêndio de tempo no transporte de materiais entre o local de
determinado material.
Espera para fazer um determinado serviço devido a falta de um
Armazenamento de materiais na obra muito antes da sua utilização.
concretagem de uma laje.
Produção de volume de concreto acima do necessário para a
EXEMPLO
Quando o processo de trabalho não é adequado os operários
de materiais.
extras. Está associado ao manuseio excessivo e inadequado
Desperdício de tempo que não agrega valor e gera custos
quanto de equipamentos.
executados. Podem envolver tanto perdas de mão-de-obra
Produtos ou serviços em fila esperando para serem
entrega do material.
Estoque em excesso, devido a falha de programação na
Produção além do necessário de um determinado serviço.
Superprodução
Estoque
CONCEITO
TIPO DE PERDA
Tabela 1 – Tipos de perda segundo sua natureza, origem e incidência.
Existem métodos de intervenção para a redução de perda e de tempos improdutivos em canteiros de obras. A realização dos diagnósticos pode envolver indicadores de qualidade e de produtividade, como detalhados no capítulo a seguir (SACOMANO et al, 2004).
2.4 INDICADORES DE PERDAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Após ter conceituado e classificado as perdas na construção civil, e tendo se detectado suas possíveis fontes, a próxima questão que surge, de acordo com Souza (1994) é como avaliar as perdas? Segundo o autor uma alternativa á a geração de indicadores de perdas. Tais indicadores são normalmente expressões quantitativas que, com base em dados levantados a partir do processo construtivo, permitem sua avaliação de uma maneira objetiva.
Os indicadores representam informações quantitativas ou qualitativas que medem e avaliam o comportamento de diferentes aspectos do objeto do estudo. Seu levantamento cria um sistema de informações que pode ser útil para ajudar no processo de tomada de decisões (SOUZA, 1994). Neste estudo os indicadores foram utilizados tanto para expressar quantitativamente a magnitude das perdas quanto para discutir as razões para sua manifestação.
Devido ao importante papel de indicadores de desempenho cumprido pelos indicadores de perdas, eles podem ser utilizados para diversos fins. Sua utilização mais comum é a de dar visibilidade ao baixo desempenho da construção civil em termos de qualidade e produtividade, permitindo o estabelecimento de prioridades em programas de melhoria da qualidade, indicando os setores da empresa nos quais intervenções são mais importantes e viáveis. Uma segunda função de um indicador é estabelecer o controle de um processo em relação a um padrão estabelecido (ROSÁRIO, 2008).
Este controle é feito a partir da elaboração de um planejamento que inclui o monitoramento de um indicador ao longo do tempo, permitindo a avaliação do
desempenho do processo, identificando desvios e corrigindo, em tempo hábil, as causas dos mesmos. Uma terceira função é o de estabelecer metas ao longo de um processo de melhorias, sendo indispensável num programa de melhoria da qualidade, permitindo a identificação das oportunidades de melhorias e a verificação dos impactos causados por intervenções no processo (FORMOSO, et al 1996).
Os índices de perdas cumprem um importante papel de indicadores de desempenho dos processos produtivos e, como tal, podem ser empregados para diferentes finalidades. A utilização mais comum dada aos índices de perdas de materiais na construção civil tem sido apenas chamar a atenção para o baixo desempenho global do setor construção em termos de qualidade e produtividade (FORMOSO et al, 1996).
Formoso et al (1996) afirma que um indicador pode ter a função de visibilidade, ou seja, demonstrar o desempenho atual de uma organização, indicando seus pontos fortes ou fracos ou chamando a atenção para suas disfunções. Este tipo de avaliação permite estabelecer prioridades em programas de melhoria da qualidade, indicando os setores da empresa nos quais intervenções são mais importantes ou viáveis.
Ainda para o autor, a segunda função de um indicador é o controle de um processo em relação a um padrão estabelecido. A partir da elaboração de um planejamento, o monitoramento de um indicador ao longo do tempo permite avaliar o desempenho do processo, identificando desvios e corrigindo a tempo as causas dos mesmos. Ou seja, um indicador é um instrumento indispensável para o estabelecimento de metas ao longo de um processo de melhoria contínua, componente indispensável de um programa para melhoria da qualidade. Este tipo de medição visa a identificar as oportunidades de melhorias e verificar o impacto de intervenções no processo.
Finalmente, os indicadores de desempenho cumprem um papel de fundamental na motivação das pessoas envolvidas no processo. Sempre que uma melhoria está sendo implantada é importante que um ou mais indicadores de desempenho associados à mesma sejam monitorados e sua evolução amplamente divulgada na
organização. Neste sentido, um projeto de melhoria visando à redução de perdas de materiais poderia inclusive ser empregado como um instrumento de marketing interno para um programa da qualidade (FORMOSO et al, 1996).
Assim, a incidência de perdas deve ser monitorada através de diversos indicadores, os quais podem ou não ser relacionados ao desperdícios de materiais. Entre os diversos indicadores de perdas na construção civil, podem ser citados como exemplos os seguintes:
(a)
Percentual de material adquirido em relação à quantidade teoricamente necessária;
(b)
Espessura média de revestimentos de argamassa;
(c)
Tempo de rotação de estoques;
(d)
Percentual de tempos improdutivos em relação ao tempo total, horashomem gastas em retrabalho em relação ao consumo total, etc. Cada processo, em geral, necessita de um ou mais indicadores para ter o seu desempenho avaliado.
Quando se mede um indicador de perdas é necessário ter valores de referência ou benchmarks para avaliar o desempenho em relação a outras empresas. Neste sentido, ao se divulgar um indicador de perdas, deve-se explicitar claramente o seu significado, isto é, o conceito adotado e o método de cálculo e os critérios de medição utilizados. É também necessário identificar as causas reais (não as aparentes) dos problemas que resultam em perdas, de forma a atuar de forma corretiva (FORMOSO et al, 1996).
Souza (1994) propõe que os indicadores de perdas podem ser compostos de diversas maneiras. Na maior parte das vezes se definirá uma situação de referência, se quantificará a situação real, e o indicador será constituído por uma relação percentual da discrepância da situação real com relação à de referência, como demonstrado na equação abaixo:
IND (%) = SREAL – SREF x 100 SREF Onde: IND = indicador de perdas, SREAL = situação real, SREF = situação de referência.
O autor ainda afirma que os indicadores podem ter caráter mais abrangente, sendo então chamados de “globais”, ou mais específico, sendo denominados “parciais”. Os indicadores de perdas podem ser utilizados de diversas maneiras: para comparação relativa entre situações semelhantes em obras diferentes; para avaliação e como subsídio para correção de indicadores de orçamento; para comparação entre diferentes “tecnologias”; etc. (SOUZA, 1994).
Agopyan et al (2003) afirma que os indicadores de perdas e consumos de materiais podem ser classificados segundo a sua abrangência, que está relacionada ao escopo do fluxograma elaborado e à natureza do material estudado. Esse aspecto fica evidenciado ao se compararem, por exemplo, o estudo das perdas do cimento e o do concreto usinado. Enquanto o fluxograma dos processos relativo ao segundo material contempla as etapas de recebimento, transporte e aplicação, o do primeiro contém, além destas etapas, a de estocagem e processamento intermediário para a conformação de uma argamassa ou concreto produzidos em obra.
De acordo com o autor, além desse fato, a argamassa, a qual possui cimento em sua constituição, pode ser utilizada em vários serviços simultaneamente. A partir de tais especificidades, a mensuração das perdas e consumos de materiais pode ser feita levando-se em consideração todas as etapas do fluxograma dos processos ou, ainda, levando-se em consideração apenas parte do mesmo. Isso significa dizer que se pode estabelecer indicadores abrangentes ou específicos, denominados, respectivamente, no presente trabalho, de globais e parciais.
Os indicadores globais podem expressar os valores de perdas de um determinado material na obra como um todo, apenas em um serviço ou, ainda, apenas nas etapas subseqüentes à sua estocagem. Tal abrangência depende da
complexidade do fluxograma dos processos, conforme exemplificado anteriormente. Nesse sentido, define-se indicador parcial como a expressão dos valores de consumo ou perda de materiais associados apenas a uma etapa do fluxograma dos processos. A expressão dos valores das perdas e consumos associada a mais de uma etapa do fluxograma dos processos denomina-se indicador global (AGOPYAN et al, 2003). O indicador global pode ainda ser classificado em:
(a)
Indicador global de perda de material por obra: consiste na expressão da perda total considerando o uso do material em todos os serviços executados durante o período de coleta, como, por exemplo, a perda de cimento em toda a obra;
(b)
Indicador global de perda ou consumo de material por serviço: consiste na expressão da perda ou do consumo de material num único serviço, abrangendo desde a etapa de recebimento até a de aplicação final, como, por exemplo, a perda de bloco no serviço de alvenaria ou o consumo de blocos por metro quadrado de alvenaria executada;
(c)
Indicador global de perda ou consumo de material por serviço pósestocagem: consiste na expressão do valor da perda ou de consumo de
material
considerando
apenas
as
etapas
do
fluxograma
subseqüentes ao estoque. Por exemplo, o caso das perdas de cimento no serviço de contrapiso, ou o consumo de cimento por metro quadrado de revestimento interno (emboço).
3. MÉTODOS DA PESQUISA
O presente trabalho trata-se de uma pesquisa a respeito da avaliação dos índices de desperdícios de materiais na construção de edificação para uso público. Para tanto, foi realizado um estudo de caso em uma obra de edificação a ser utilizada como templo religioso na cidade de Feira de Santana - Ba.
3.1 TIPO DE ESTUDO
Metodologicamente este trabalho caracteriza-se por ser um estudo de caso que segundo Yin (2005), representa uma investigação empírica que pesquisa um fenômeno contemporâneo dentro do seu contexto da vida real e que compreende um método abrangente, com a lógica do planejamento, da coleta e da análise de dados. O estudo de caso de acordo Silva (2001) é quando uma pesquisa envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento acerca do tema estudado.
Esta pesquisa monográfica consiste de um estudo de caso do tipo descritivo, que consiste na análise e descrição de características ou propriedades, ou ainda das relações entre estas propriedades em determinado fenômeno. Assim, para sua elaboração foram coletados e analisados dados através do levantamento de dados em uma obra de edificação na cidade de Feira de Santana; através da aplicação de planilhas para avaliação e quantificação dos índices de perdas reais existentes no canteiro de obra.
De acordo com Roesch (1996), neste tipo de projeto, é feita a realização de uma avaliação formativa, cujo propósito é melhorar ou aperfeiçoar sistemas ou processos. A avaliação formativa normalmente implica um diagnóstico do sistema atual e sugestões para sua reformulação; por isso requer certa familiaridade com o sistema, e idealmente, a possibilidade de implementar mudanças sugeridas e observar seus efeitos. Este trabalho se restringiu apenas a diagnosticar as causas e
inibidores das perdas dos materiais estudados na obra, não sendo possível a aplicação das mudanças sugeridas afim de minimizar os índices de perdas.
Inicialmente foi necessário realizar uma revisão bibliográfica utilizando-se livros, artigos e informações de sites oficias a fim de fundamentar o tema teoricamente. A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos, caracterizando a pesquisa exploratória, que, de acordo com Gil (2007), tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema em pesquisa, com vistas a torná-lo mais explícito e que na maioria dos casos assume a forma de pesquisa bibliográfica.
Como se fez necessário efetuar a análise de dados da obra em estudo, este trabalho consistiu de uma pesquisa documental que segundo Lakatos e Marconi (2006), caracteriza-se por ser uma pesquisa em que a fonte de coleta de dados está restrita a documentos escritos ou não. Para contemplar de forma mais completa a coleta dos dados durante a realização do estudo foi realizada uma entrevista com o engenheiro responsável pela execução e acompanhamento da obra, visando avaliar o retorno da pesquisa para a empresa e para a obra e obter informações sobre precauções e metodologias utilizadas para o controle de desperdícios.
A ferramenta básica de coleta de dados considerada na elaboração desta metodologia consistiu na observação crítica do uso dos materiais ao longo das etapas percorridas pelos mesmos, desde sua chegada até a sua aplicação final, no canteiro da obra em estudo. Mesmo tendo acompanhado todas as etapas de processamento dos materiais em estudo, os indicadores mensurados neste trabalho são apenas de caráter global, procurando estabelecer números relativos a um conjunto de etapas percorridas por estes materiais. No entanto, algumas verificações foram feitas na tentativa de indicar possíveis causadores de perda em algumas etapas do processo, como por exemplo, variações de espessura de laje e contra-piso, e variações de largura de vigas.
Para a obtenção das informações quantitativas elaborou-se um conjunto de planilhas (instrumento de coleta de dados), e para a obtenção de informações qualitativas utilizou-se planilhas de caracterização de serviços da pesquisa Alternativas para a Redução do Desperdício de Materiais em Canteiros de Obras conforme Agopyan
et.al.(1998), garantindo assim a padronização do estudo. Todas as ações necessárias para a aplicação da metodologia assim como os principais instrumentos de coleta de dados serão descritos no decorrer deste capítulo.
3.2 ETAPAS DA PESQUISA
A pesquisa foi divida em oito etapas, primeiro foi realizada a identificação da empresa e da obra, onde foi desenvolvido o estudo de caso, também foi realizada a escolha dos materiais a serem analisados, a caracterização dos serviços, o levantamento quantitativo em projeto dos serviços em estudo, o controle de recebimento de material (a coleta dos dados ,consumo real dos materiais), e por último a analise dos dados para mensuração das perdas.
3.2.1 Identificação da empresa e da obra
A empresa onde foi desenvolvido o estudo de caso foi fundada em 1998, e é uma empresa de engenharia especializada principalmente na área de edificações. É uma empresa de médio porte segundo os critérios SEBRAE, composta atualmente de 288 funcionários com carteira assinada, e mais de 10 empresas terceirizadas. Possui aproximadamente 55.000,00 m² construídos, e conta atualmente com quatro obras em andamento.
Possui os níveis de certificação de qualidade, QUALIOP, PBPQH, ISSO 9001. A empresa trabalha com construções de edificações para terceiros, principalmente em obras comerciais e hospitalares, iniciando também em construção de condomínios residenciais.
A obra consiste na construção de uma edificação de dois pavimentos a ser usada como templo religioso com aproximadamente 5000 m² construídos, o que inclui um auditório para 3 mil pessoas, aqui neste trabalho denominado como nave, um anexo de fundo onde se encontra toda a área administrativa, um anexo lateral
com escolas divididas por faixa etária no pavimento térreo e apartamentos no pavimento superior, conforme croquis 01, 02 Anexo E. Possui atualmente 105 funcionários registrados pela própria empresa, e com oito empresas terceirizadas para serviços especializados como refrigeração, sonorização, cobertura em estrutura metálica, forro em gesso acartonado e fibra mineral e circuito fechado de televisão, com 30 funcionários no total.
É uma obra de tecnologias convencionais, com vedações em alvenaria de bloco cerâmico, estrutura em concreto armado moldado no local e cobertura em estrutura metálica e telha metálica. Todo transporte horizontal é feito a mão ou com carrinho de mão, e o transporte vertical é feito a mão ou com carrinho de mão através de rampas, ou por roldanas e guinchos foguetes.
3.2.2 Materiais investigados
A escolha dos materiais analisados foi definida de acordo com os critérios listados abaixo:
Período de estudo: o material a ser avaliado deveria estar em execução no período em que foi realizada a coleta de dados;
Grau de significância (Custo): optou-se por estudar os materiais que incorporassem mais valores a obra, obedecendo à ordem decrescente da curva de insumos ABC;
Índices de perdas já estudados e relevantes: os materiais também foram escolhidos dando-se preferência aos materiais que supostamente tivessem índices de perdas relevantes, os quais já foram sido estudados e mensurados por Skoyles (1976) na Inglaterra, por Pinto (1989), Picchi (1993), Soibelman (1993) e Agopyan (1998) no Brasil e pela Hong Kong Polytechnic (1993).
Os materiais analisados neste estudo foram: bloco cerâmico, concreto usinado, placa cerâmica e contrapiso usinado que serão descritos abaixo.
3.2.2.1 Bloco cerâmico
Na obra em estudo, existia especificação de três diferentes tipos de bloco cerâmico. O bloco de 9 x 19 x 24cm foi utilizado para vedação interna, o bloco de 11,5 x 19 x 24 foi utilizado para vedações externas e o bloco de 14 x 19 x 24cm para a vedação de nave. Foram analisados todos os tipos de blocos, desde o início até o final do levante.
3.2.2.2 Concreto usinado:
Foi estudado neste estudo o lançamento de concreto usinado bombeável 25 Mpa, com abatimento do tronco de cone 100-+ 10mm em vigas e lajes, não sendo avaliado o índice de perda na concretagem de pilares, o motivo pelo qual será comentado no tópico 3.3.2.2 (cálculo da quantidade executada).
3.2.2.3 Placas cerâmicas
O revestimento cerâmico utilizado em obra foi em maior parte para piso, e nos cômodos com áreas molhadas também foi analisado o revestimento em paredes. As placas cerâmicas analisadas neste trabalho foram, para paredes, cerâmica 31 x 31cm, e para piso, cerâmica 41 x 41cm. Não foi possível estudar toda aplicação de cerâmica da obra, o detalhamento do motivo para tal acontecimento será explicado no tópico 3.3, intitulado de critérios de medição.
3.2.2.4 Contrapiso usinado
Consiste em uma argamassa de regularização para posterior assentamento cerâmico. Toda argamassa de contrapiso utilizado na obra em estudo foi usinada, constituído de, cimento e areia lavada na proporção 1:4. 3.2.3 Caracterização dos serviços
Para obtenção de uma análise qualitativa, aplicou-se para cada material estudado, uma ficha de verificação de serviços obtida da pesquisa “Alternativas para a Redução do Desperdício de Materiais em Canteiros de Obras” conforme Agopyan et.al.(1998). Os serviços e materiais avaliados na obra serão descritos no tópico referente ao detalhamento dos critérios de medição utilizados no presente estudo.
3.2.4 Levantamento quantitativo dos serviços em projeto
Este procedimento nada mais foi do que a realização dos cálculos de um consumo referência baseada em informações de projeto. Vale salientar que não foi investigada aqui a perda que pode existir desde a execução do projeto, que diz respeito à perda por super dimensionamento.
3.2.5 Controle de recebimento de material
Os materiais selecionados para realização do estudo não sofriam nenhum processamento intermediário, apenas duplo manuseio devido a estocagem em locais provisórios e recortes necessários para adequações em blocos e placas cerâmicas, assim sendo, da mesma forma que os materiais eram recebidos na obra destinavam-se a sua aplicação final. Nesta pesquisa o controle de recebimento de material diz respeito tanto a uma análise qualitativa e quantitativa. Este item será mais detalhado no tópico critérios de medição, análise quantitativa e análise qualitativa.
3.2.6 Análise dos resultados
Esta fase do estudo consistiu basicamente em avaliar os resultados encontrados, mensurando as perdas verificadas no canteiro de obras, as quais foram obtidas através da relação entre a variação do consumo executado e o consumo teórico, dividida pelo consumo teórico.
3.2.7 Entrevista
Foi elaborada uma entrevista semi-estruturada com o objetivo de identificar o aproveitamento da pesquisa tanto para a empresa como para a obra em estudo. A entrevista foi realizada com o engenheiro residente, que acompanhou passo a passo o andamento da pesquisa.
3.2.8 Levantamento de causas e proposição de diretrizes
Esta fase da pesquisa foi, possivelmente, a mais importante do trabalho. Consistiu, depois de mensuradas as perdas, na caracterização das possíveis causas de perdas de materiais, bem como da elaboração de um conjunto de diretrizes que visaram a redução das mesmas a patamares aceitáveis. Os valores encontrados foram comparados com os existentes na teoria, na tentativa de obtenção de valores razoavelmente
próximos. Paralelamente
a
todas
as
etapas
da
pesquisa,
principalmente nas verificações dos serviços, foram feitos registros fotográficos.
3.3 CRITÉRIOS DE MEDIÇÃO
O critério utilizado para a medição das perdas de materiais foi elaborado através da comparação entre o consumo real e a quantidade teoricamente necessária para a realização dos serviços estudados no decorrer da pesquisa.
3.3.1 Análise qualitativa
3.3.1.1 Caracterização dos serviços
Foram extraídas da pesquisa Alternativas para a Redução do Desperdício de Materiais em Canteiros de Obras conforme Agopyan et.al.(1998), as planilhas para verificação dos serviços. Estas visam caracterizar o tipo de mão de obra empregada, o transporte desde o recebimento até a aplicação, e todo processo executivo. Tais verificações denotam suas importâncias no momento das
discussões sobre as possíveis causas de perdas, como também na elaboração do conjunto de diretrizes para redução das mesmas. As planilhas de verificação de serviços encontram-se preenchidas no, Anexo A - Bloco cerâmico- planilha 01 e 01.1; Anexo B - Revestimento cerâmico- planilha 01, 01.1 e 01.2; Anexo C Concreto usinado - planilha 01 e 01.1 e Anexo D - Contrapiso usinado - planilha 01.
3.3.2 Análise quantitativa
3.3.2.1 Cálculo da quantidade de serviço
Para definir o consumo teoricamente necessário tomaram-se como base as especificações do projeto da obra em estudo e o orçamento realizado pela empresa.
3.3.2.2 Calculo da quantidade executada
Como os materiais escolhidos para o estudo foram materiais que não sofrem nenhum processamento intermediário dentro da obra (ex: o cimento que é utilizado em argamassa de assentamento, reboco, emboço entre outros), seu fluxograma consiste somente em: recebimento, armazenamento, transporte e execução. O consumo real foi obtido a partir do controle quantitativo do material recebido segundo planilhas 04, 04, 08 e 05 nos Anexos A,B,C e D respectivamente.
Conforme explicado no tópico 3.2.2 Materiais investigados, foram estudados três blocos cerâmicos na obra, pois para cada ambiente existia uma especificação determinada. A análise do bloco cerâmico foi completa, pois, a atividade de levante de alvenaria encaixou-se no mesmo período da coleta de dados.
Mesmo não tendo sido concluída a utilização das placas cerâmicas na obra em estudo, em tempo hábil para realização do estudo de caso, foi realizada a quantificação dos índices de perdas de placas cerâmicas. Tal fato só foi possível porque, percebido pelo observador que todo o material não seria concluído no período da pesquisa, criou-se uma planilha de requisição de materiais (Anexo B, planilha 09), na qual consta a descrição do material, quantidade, unidade e local de
destinação, sendo assim possível a verificação de consumo real utilizado em cada ambiente na obra em estudo.
Como mencionado no tópico materiais investigados, o estudo quantificou as perdas apenas em vigas e lajes. Isso se deve ao fato de que as concretagens de pilares eram muitas vezes realizadas com concreto dosado em obra, e na ausência do observador tal material não era quantificado corretamente, perdendo assim o grau de confiabilidade dos dados. Outro fato que levou a se optar por não estudar perda de concreto em pilares foi que durante o levantamento bibliográfico verificouse em alguns estudos de caso que, este tipo de serviço não gera perda significativa.
O início da pesquisa deu-se após as datas de concretagem das vigas e lajes do pavimento superior, porém foi possível o controle do consumo real do material utilizado porque o observador estava presente nessas atividades e realizava um mapa de concretagem, tendo assim o volume realmente utilizado nas peças analisadas.
Foi analisado apenas o contrapiso do pavimento térreo, pois não houve tempo hábil durante a pesquisa para avaliar todo volume que seria utilizado na obra. Sendo apenas avaliado o contrapiso do pavimento térreo, sabe-se que este índice não pode ser representativo para toda a obra, pois, o trajeto do contrapiso para o pavimento superior é maior, e o transporte é decomposto em duas partes (vertical e horizontal).
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Numa pesquisa de caráter qualitativo, de acordo com Roesch (1996) o pesquisador, ao encerrar sua coleta de dados, se depara com uma quantidade satisfatória de dados a serem analisados. De acordo com ele, o pesquisador deve buscar utilizar meios que possam facilitar a análise desses dados buscando seguir padrões da análise quantitativa descritas na metodologia adotada na pesquisa. E, para alguns autores, uma das formas de apresentar resultados, pode ser através de planilhas.
A avaliação dos dados, no presente trabalho, consistiu basicamente na aplicação da metodologia descrita para esse estudo. Foram avaliadas placas cerâmicas, concreto, contrapiso e bloco cerâmico. Tomando-se como referência o Projeto de Pesquisa FINEP, Agopyan et. al (1998), que foi até a presente data a maior e mais completa pesquisa já realizada nesta área, tendo assim um maior grau de confiabilidade para servir de parâmetro comparativo, os índices encontrados nesta pesquisa foram aceitáveis quando comparados com os previstos na literatura, exceto bloco cerâmico que apresentou um alto índice de desperdício, conforme Tabela 2 abaixo.
Tabela 2 – Comparação dos índices de perdas em diferentes estudos.
Tabela comparativa: perdas de materiais detectadas por este estudo e por outras fontes ESTUDO DE CASO
FINEP 1998
SOIBELMAN (1993)
PINTO (1989)
SKOYLES (1976)
Média
Média
Média
Média
Média
CONCRETO USINADO
9,75
9
13
1
5
2
BLOCO CERÂMICO
31,1
17
52
13
8,5
3 a 10
15,44
16
-
-
3
5 a 10
2,79
16
-
-
3
5 a 10
PLACA CERÂMICA 31x31cm, PAREDES
6,36
16
-
-
3
5 a 10
CONTRAPISO USINADO
15,88
79
-
-
-
-
MATERIAIS
PLACA CERÂMICA 41x41cm, PISO PLACA CERÂMICA 31x31cm, PISO
TCPO*
*Tabela de composição de preço de obras-PINI.
A avaliação para cada material em estudo segue descrita abaixo.
4.1 PLACAS CERÂMICAS
Foram estudados na pesquisa três diferentes tipos de placas cerâmicas utilizadas em pisos e paredes. Os resultados encontrados foram bastante divergentes, não se podendo tomar uma média como um valor representativo para o índice de perda de placas cerâmicas nesta obra. Os resultados encontrados foram aceitáveis e esperados conforme previsto na literatura, com exceção do piso 41x41cm que apresentou um alto índice de desperdício. A Tabela 3 apresenta os a análise dos dados referentes a avaliação do piso cerâmico 41x41cm.
Tabela 3 - Avaliação de placas cerâmicas 41 x 41cm, em piso.
Avaliação da Placa Cerâmica 41x41cm (piso interno) SERVIÇO - Revestimento cerâmico piso interno - placas cerâmicas - com conferência da quantidade recebida.
MATERIAL - Placa cerâmica 41x41cm INDICADOR GLOBAL DE PERDA/CONSUMO
POR SERVIÇO
Diferença entre a quantidade paga e recebida
15,44%
0,00%
INDICADORES PARCIAIS Percentagem de peças cortadas no piso
23,45%
VALORES DE REFERÊNCIA ADOTADOS – JUSTIFICATIVAS
Dimensão nominal 41x41cm, real 41,75x41,75cm, espessura da junta: teórica 3mm, real 5mm. FLUXOGRAMA DE PROCESSOS
Para piso cerâmico foram estudados dois tipos: 41x41cm e o 31x31cm. Para o material com dimensões 41x41cm verificou-se um índice de perda elevado (15,44%), em relação aos outros verificados na mesma obra. Dois fatos podem ser apontados como possíveis causas para estes índices. Primeiro, existia-se uma paginação para piso cerâmico de 31x31cm, porém o fabricante não possuía estoque do produto, e não iria fabricar a quantidade necessária em tempo hábil estabelecido pela empresa, de modo a não comprometer o prazo de entrega da obra.
Devido a este fato, em reunião empresa e cliente, fora decidida a mudança de especificação do piso cerâmico para um de características semelhantes só que em
dimensões diferentes, em 41x41cm. Sendo assim toda a paginação que tinha sido desenvolvida, visando o melhor aproveitamento das placas, para o piso de 31x31cm foi abortada e obedecido apenas o início do assentamento. Não havendo um estudo prévio para o piso 41x41cm, o excesso de recortes das placas foi provavelmente a principal causa das perdas deste material, assim a substituição do produto acabou gerando, conforme Shingo (1996) uma perda por processamento em si. O outro fato que pode ter levado ao alto índice foi execução em alguns ambientes com assentamento em juntas diagonais, que resulta em mais cortes conseqüentemente mais perdas.
Figura 5 – Piso cerâmico 41x41cm - Assentamento com juntas diagonais. Piso cerâmico 31x31cm utilizado como acabamento em tabeiras (encontro da parede com o piso).
Fonte: AUTOR.26.11.2009
A Tabela 4 apresenta os a análise dos dados referentes a avaliação piso cerâmico 31 x 31cm.
Tabela 4 - Avaliação de placas cerâmicas 31 x 31cm, em piso.
Avaliação da Placa Cerâmica 31x31cm (piso interno) SERVIÇO - Revestimento cerâmico piso interno - placas cerâmicas - com conferência da quantidade recebida. MATERIAL - Placa cerâmica 31x31cm INDICADOR GLOBAL DE PERDA/CONSUMO
POR SERVIÇO
2,79%
Diferença entre a quantidade paga e INDICADORES PARCIAIS
0,00%
recebida Percentagem de peças cortadas no piso
3,47%
VALORES DE REFERÊNCIA ADOTADOS – JUSTIFICATIVAS Dimensão nominal 31x31cm, real 31,05x31,05cm, espessura da junta: teórica 3mm, real 3mm. FLUXOGRAMA DE PROCESSOS
Na avaliação do piso cerâmico de 31x31cm verificou-se baixo índice de perda (2,97%). O valor muito baixo da taxa de desperdício é facilmente justificado pelo fato de que este piso era apenas decorativo, usado como tabeira, cuja dimensão coincidia com a da placa cerâmica, havendo assim poucos cortes neste material. A Tabela 5 apresenta os a análise dos dados referentes a avaliação da parede cerâmico.
Tabela 5 – Avaliação de placas cerâmicas 31 x 31cm, em parede interna.
Avaliação da Placa Cerâmica 31x31cm (parede interna) SERVIÇO - Revestimento cerâmico parede interna - placas cerâmicas - com conferência da quantidade recebida. MATERIAL - Placa cerâmica 31x31cm INDICADOR GLOBAL DE PERDA/CONSUMO
POR SERVIÇO
6,36%
Diferença entre a quantidade paga e INDICADORES PARCIAIS
0,00%
recebida Percentagem de peças cortadas nas paredes
17,66%
VALORES DE REFERÊNCIA ADOTADOS – JUSTIFICATIVAS Dimensão nominal 31x31cm, real 31,05x31,05cm, espessura da junta: teórica 3mm, real 3mm. FLUXOGRAMA DE PROCESSOS
Dentre as placas cerâmicas estudadas, a cerâmica 31x31cm usada em revestimento para paredes, apresentou o índice de perda mais coerente, 6,36%, situando-se abaixo em relação aos previstos na literatura (conforme comparativo da tabela 2 no início deste capítulo). Isto pode estar atrelado aos seguintes fatores: o material era adequadamente estocado, a empresa verificava todo material recebido pagando somente o que fora pedido, não havendo assim diferença entre a quantidade paga e recebida, a construção estava em esquadro havendo assim uma organização nos cortes.
4.2 CONCRETO USINADO
Mesmo sendo um material com elevado custo unitário, foi constatado um nível de perda de concreto usinado relativamente alto na obra estudada. Verificou-se que as perdas, da mesma forma que no estudo de Soibelman (1993), foram ocasionadas principalmente pelas variações dimensionais (Anexo C - Concreto usinado, planilhas 02, 03, 04, 05, 06 e 07) dos elementos estruturais, mais precisamente nas lajes, que devido à sua forma e ao elevado volume de material envolvido, ficou evidenciado que até mesmo pequenos aumentos na espessura acarretam grandes acréscimos no consumo total de concreto, caracterizando, segundo Shingo (1996) perda por superprodução.
Figura 6 - Vista da laje nivelada com mestras de madeira, provável causador de variação de espessura
Fonte: AUTOR. 15.07.2009
Figura 7 - Acabamento da superfície da laje com régua de alumínio.
Fonte: AUTOR.15.07.2009
A Tabela 6 apresenta os a análise dos dados referentes a avaliação do concreto usinado.
Tabela 6 – Avaliação do concreto usinado.
Avaliação do Concreto Usinado SERVIÇO - Estrutura de concreto - lançamento, cocreto usinado, com projeto específico, bombeado, formas de madeira, cimbramento de madeira, nivelada com mangueira de nível. MATERIAL - Concreto usinado 25MPa, slump 100 + 10mm INDICADOR GLOBAL DE PERDA/CONSUMO
POR SERVIÇO
9,75%
Diferença entre a quantidade paga e a
_
recebida Variação da espessura INDICADORES PARCIAIS
real média da laje em
2,40%
relação à de referência. Variação da largura real média da viga em relação
1,10%
à de referência. VALORES DE REFERÊNCIA ADOTADOS – JUSTIFICATIVAS 1 m³/m³ de forma FLUXOGRAMA DE PROCESSOS
Outros fatores secundários podem ser apontados como causadores de perdas:
- O material não era cubado no recebimento, podendo ter havido diferença entre a quantidade paga e recebida;
- Algumas concretagens ultrapassavam o expediente normal e os planos de concretagens secundárias não possuíam infra-estrutura (iluminação, equipe) adequada para a execução do serviço;
- Derramamento do concreto das formas durante a concretagem, em função de imperfeições das formas de madeiras;
- Descuido da mão de obra com a execução.
Figura 8 - Concreto usinado lançado através de bomba-lança (não havendo qualquer conferência do volume recebido).
Fonte: AUTOR.15.07.2009
4.3 CONTRAPISO USINADO
Analogamente ao concreto, o índice de perda de revestimento argamassado para contrapiso está principalmente relacionado ao excesso de espessura em relação à dimensão especificada (Anexo D - Contrapiso usinado, planilha 03 e 04). Este serviço também já foi abordado em estudos anteriores (Pinto, 1989; Soibelman, 1993) e verificou-se que estes números apontam para um problema crônico deste processo. Muitas das causas de variação de espessura de contrapiso estão relacionadas a problemas em atividades predecessoras, como deformação de lajes, caracterizando, de acordo com Shingo (1996) perda por superprodução. Ver Figura 9.
Figura 9 - Aplicação de contrapiso em argamassa de cimento usinada (acabamento e nivelamento executados com régua de alumínio)
Fonte: AUTOR.09.09.2009
A Tabela 7 apresenta os a análise dos dados referentes a avaliação do contrapiso usinado.
Tabela 7 – Avaliação do contrapiso em argamassa de cimento usinada.
Avaliação do Contrapiso em argamassa de cimento Usinada SERVIÇO - Contrapiso; argamassa usinada, sem projeto específico, nivelada por mangueira de nível. MATERIAL - Argamassa usinada de cimento e areia lavada, traço 1:4. INDICADOR GLOBAL DE PERDA/CONSUMO
POR SERVIÇO
15,88%
Variação da espessura média do contrapiso à de
9,97%
refenrência INDICADORES PARCIAIS Variação entre a quantidade paga e a
0,00%
recebida VALORES DE REFERÊNCIA ADOTADOS – JUSTIFICATIVAS Espessura de 3cm, resultando em um consumo de 0,03m³/m², especificado pelo Engenheiro responsável pela obra. FLUXOGRAMA DE PROCESSOS
Na obra em estudo verificou-se um aumento da espessura do contrapiso devido a atualizações e surgimento de novos projetos, principalmente instalações elétrica e hidráulica, que necessitavam passar pelo piso, demolindo parte do revestimento e forçando um aumento de espessura para cobrir as tubulações.
Outro fator também importante é o erro de nível, pois acaba gerando enchimentos e demolições. Alguns fatores secundários podem ser citados como causadores de perdas:
- Falta de controle da quantidade recebida;
- Falta de qualificação da mão de obra;
- Transporte horizontal por carrinho de mão, e transporte vertical por baldes suspensos por cordas.
4.4 BLOCO CERÂMICO
Dentre as principais causas das perdas de bloco cerâmico destacam-se a utilização de equipamentos de transporte inadequados (carrinhos de mão), que permitem a queda e muitas vezes a quebra de um número elevado de unidades; a falta de controle da quantidade recebida; a altura exagerada das pilhas, que por vezes superam três metros, acarretando quebras devido a quedas e esmagamentos. Porém, um outro fator que levou a obra o obter um alto índice de desperdício deste material foi a mudança de especificação dos tipos de blocos, no decorrer da execução da alvenaria.
Na obra foram analisados três tipos de blocos (9x19x24cm, 11,5x19x24 cm e 14x19x24cm). O bloco de 9x19x24cm foi utilizado para vedação interna e paredes duplas. O bloco de 11,5x19x24cm foi utilizado para vedações externas com paredes simples, e inicialmente em vedações com paredes duplas, junto ao bloco de 9cm. O bloco de 14x19x24cm foi utilizado para vedações externas da nave em paredes simples e vedações em paredes duplas junto com o bloco de 9x19x24cm. As Tabelas 8, 9 e 10 apresentam a análise dos dados referentes a avaliação de cada um desses blocos.
Tabela 8 – Avaliação do bloco de 9x19x24cm.
Avaliação do bloco cerâmico 09x19x24cm SERVIÇO - Alvenaria (m²), bloco cerâmico, sem projeto específico de alvenaria, sem conferência da quantidade recebida, local de estocagem plano, transporte com carrinho de mão, corte dos blocos com maquita. MATERIAL - Bloco cerâmico, retangular vazado, não segmentáveis, 06 furos, não passantes, sem função estrutural, 09x19x24cm. INDICADOR GLOBAL DE PERDA/CONSUMO
POR SERVIÇO
27,60%
Diferença entre a quantidade paga e a
____
recebida
INDICADORES PARCIAIS
Percentual de blocos quebrados no
1,34%
recebimento Percentual de blocos cortados nas paredes
7,34%
VALORES DE REFERÊNCIA ADOTADOS – JUSTIFICATIVAS Para o índice global de perdas de bloco, foram adotados espessuras de juntas nominais, H=2,0cm e V=0,0cm e as dimensões nominais dos blocos. FLUXOGRAMA DE PROCESSOS
O alto índice de perda deste tipo de bloco pode ser explicado devido ao fato deste ter sido o material de maior volume dentre os blocos e que mais sofria decomposição em seu transporte. Por ser usado em vedações internas foi o que sofreu mais recortes para amarração, abertura de portas e arestas de paredes, caracterizando, segundo Shingo (1996), perda pelo processamento em si.
Tabela 9 – Avaliação do bloco de 11,5x19x24cm.
Avaliação do bloco cerâmico 11,5x19x24cm SERVIÇO - Alvenaria (m²), bloco cerâmico, sem projeto específico de alvenaria, sem conferência da quantidade recebida, local de estocagem plano, transporte com carrinho de mão, corte dos blocos com maquita. MATERIAL - Bloco cerâmico, retangular vazado, não segmentáveis, 06 furos, não passantes, sem função estrutural, 11,5X19X24cm. INDICADOR GLOBAL DE PERDA/CONSUMO
POR SERVIÇO
34,42%
Diferença entre a quantidade paga e a
____
recebida
INDICADORES PARCIAIS
Percentual de blocos quebrados no
0,96%
recebimento Percentual de blocos cortados nas paredes
6,13%
VALORES DE REFERÊNCIA ADOTADOS – JUSTIFICATIVAS Para o índice global de perdas de bloco, foram adotados espessuras de juntas nominais, H=2,0cm e V=1,0cm e as dimensões nominais dos blocos. FLUXOGRAMA DE PROCESSOS
Conforme esclarecido de forma breve no início deste tópico, o bloco cerâmico de 11,5x19x24cm foi utilizado em vedações externas com paredes simples e seria utilizado também em vedações com paredes duplas, porém com a mudança de especificação do projetista fora decidido que as paredes duplas seriam executadas com o bloco de 14x19x24cm. Neste período grande parte de todo o bloco cerâmico
já se encontrava estocado no canteiro da obra, sendo possível modificar somente os cinco últimos pedidos do material, deixando assim o bloco de 11,5x19x24cm ocioso, caracterizando, segundo Sacomano et al (2004), sua perda por substituição e por estoque. Outro fator que acabou acarretando o maior índice de perda para este tipo de bloco foi a sua utilização para vedações externas, subindo através de roldanas e sofrendo muitos recortes para abertura de vãos de esquadrias, o que caracterizou , conforme Shingo (1996) sua perda por transporte e pelo processamento em si.
Tabela 10 – Avaliação do bloco de 14x19x24cm.
Avaliação do bloco cerâmico 14x19x24cm SERVIÇO - Alvenaria (m²), bloco cerâmico, sem projeto específico de alvenaria, sem conferência da quantidade recebida, local de estocagem plano, transporte com carrinho de mão, corte dos blocos com maquita. MATERIAL - Bloco cerâmico, retangular vazado, não segmentáveis, 06 furos, não passantes, sem função estrutural, 14X19X24cm. INDICADOR GLOBAL DE PERDA/CONSUMO
POR SERVIÇO
31,28%
Diferença entre a quantidade paga e a
____
recebida
INDICADORES PARCIAIS
Percentual de blocos quebrados no
0,30%
recebimento Percentual de blocos cortados nas paredes
3,17%
VALORES DE REFERÊNCIA ADOTADOS – JUSTIFICATIVAS Para o índice global de perdas de bloco, foram adotados espessuras de juntas nominais, H=2,0cm e V=1,0cm e as dimensões nominais dos blocos. FLUXOGRAMA DE PROCESSOS
Apesar deste material ser usado apenas em vedações externas da nave e em paredes duplas, e estas paredes possuírem poucas aberturas de portas e janelas, conforme croqui 01 e 02 Anexo E, este material apresentou um alto índice de desperdício. Este índice possivelmente esta ligado ao fato de que, as paredes onde
eram usados os blocos cerâmicos de 14x19x24cm tinham alturas que chegavam a doze metros, onde o transporte vertical, içando pilhas de blocos, era feito através de roldanas, ocasionando quedas e consequentemente quebras deste material, caracterizando segundo Shingo (1996) perda por transporte.
Figura 10 - Empilhamento de bloco cerâmico acima de 1,50m, e estocado em local provisório.
Fonte: AUTOR.04.08.2009
Figura 11 - Corte de bloco cerâmico realizado com ferramenta não apropriada.
Fonte: AUTOR.28.08.2009
4.5 LEVANTAMENTO DE CAUSAS E PROPOSIÇÃO DE DIRETRIZES
De uma maneira geral, em construções encontraram-se perdas físicas não desprezíveis. Porém há que se lembrar; que o desperdício seria apenas a parcela evitável de tais perdas; a quantificação dessa parcela passa, sem dúvida, por uma análise custo x benefício, isto é, estimativa de quanto se ganha minimizando as perdas e quanto isso custa. Não se deve menosprezar, porém, a importância de se reduzir as perdas. Tais perdas podem ser combatidas facilmente e, provavelmente na obra em estudo não tenham sido combatidas anteriormente por puro desconhecimento quanto à sua ocorrência. As tabelas, 11, 12, 13 e 14, abaixo sintetizam, para os materiais e serviços estudados na pesquisa, as possíveis causas de perdas e um conjunto de diretrizes que visam reduzir as mesmas a patamares aceitáveis.
Tabela 11 - Causadores e inibidores de perdas na avaliação do concreto usinado. TIPO
INIBIDORES DE PERDAS
CAUSADORES DE PERDAS - Não conferencia do volume recebido;
RECEBIMENTO
- Controle da quantidade
- Dificuldade de controle da quantidade
recebida;
recebida;
- Pagamento somente do
- Possíveis diferenças, para menos, da
que foi conferido;
quantidade recebida em relação à quantidade paga;
- Ajuste do último pedido de concreto; - Controle mais rigoroso, com aparelhos mais sofisticados visando reduzir LANÇAMENTO DE
ao máximo as variações
CONCRETO
dimensionais das peças estruturais; - Plano de ataque secundário, que vise aproveitamento do material não utilizado;
- Variação dimensional dos elementos estruturais, em função do mal cimbramento das formas; - Falta de controle rigoroso do nivelamento da forma da laje ocasionando variações de espessura; - Regularização imperfeita da laje ocasionando variações de espessura; - Descuido da mão de obra com a execução; - Escassez de mão de obra qualificada;
Tabela 12 - Causadores e inibidores de perdas na avaliação do bloco cerâmico. TIPO
INIBIDORES DE PERDA
CAUSADORES DE PERDA - Falta de controle da
RECEBIMENTO
- Não aceitação de blocos
quantidade recebida;
quebrados;
- Falta de controle para
- Controle da quantidade
verificação das características
recebida;
do bloco;
- Pagamento somente da
- Falta de controle da
quantidade realmente recebida
quantidade quebrada no recebimento;
ESTOCAGEM
- Local plano para estocagem
- Base irregular do terreno
com pilhas de no Maximo
aliada a pilhas superiores a
1,8m;
1,8m;
- Estocar próximo ao local de
- Duplo manuseio das peças
trabalho, evitando grandes
em função dos diversos pontos
percursos para transporte
de estocagem - Transporte horizontal sobre
- Descarregamento
terreno irregular com carrinho
TRANSPORTE ATÉ A
diretamente no pavimento de
de mão;
FRENTE DE TRABALHO
uso;
- Falta de planejamento, gerando mudanças de pontos de estocagem;
- Distribuição dos blocos nos pavimentos nas quantidades necessárias para execução do serviço; - Uso de serra circular portátil EXECUÇÃO
para corte das peças, podendo assim aproveitar as peças cortadas; - Projeto de paginação de alvenaria - Treinamento para qualificação de mão de obra
- Corte de blocos para passagem de tubulações e amarrações de alvenarias; - Quebra do bloco na ultima fiada para ajustar modulação, não sendo reaproveitada a outra parte; - Escassez de Mao de obra qualificada; - Equipamento impróprio para o corte das peças
Tabela 13 - Causadores e inibidores de perdas na avaliação do contrapiso usinado. TIPO
RECEBIMENTO
LANÇAMENTO DE ARGAMASSA
INIBIDORES DE PERDAS
CAUSADORES DE PERDAS
- Controle da quantidade recebida; - Pagamento somente do que foi conferido;
- Não conferencia do volume recebido; - Dificuldade de controle da quantidade recebida; - Possíveis diferenças, para menos, da quantidade recebida em relação à quantidade paga;
- Ajuste do último pedido de argamassa; - Controle mais rigoroso, com aparelhos mais sofisticados visando reduzir ao máximo as variações dimensionais das peças estruturais, conseqüentemente reduzindo a correção com argamassa de contrapiso;
- Falta de controle rigoroso do nivelamento das formas e regularização imperfeita da laje ocasionando imperfeições na estrutura que tende a ser corrigida pelo contrapiso; - Maior espessura em centros de vãos devido à deformação da estrutura; - Descuido da mão de obra com a execução; - Escassez de mão de obra qualificada;
Tabela 14 - Causadores e inibidores de perdas na avaliação das placas cerâmicas. TIPO
RECEBIMENTO
ESTOCAGEM
TRANSPORTE ATÉ A FRENTE DE TRABALHO
EXECUÇÃO
INIBIDORES DE PERDA
- Não aceitação de peças quebradas; - Controle da quantidade recebida; - Pagamento somente da quantidade realmente recebida; - Local plano para estocagem com pilhas respeitando a altura máxima de empilhamento descrita pelo fabricante; - Estocar próximo ao local de trabalho, evitando grandes percursos para transporte; Estocar em local plano e fechado usando-se base para apoio do empilhamento; - Empilhar por tipo de placa cerâmica;
- Descarregamento diretamente no pavimento de uso;
- Distribuição das placas cerâmicas nos pavimentos, por ambiente, nas quantidades necessárias para execução do serviço; - Treinamento para qualificação de mão de obra; - Reaproveitamento de peças cortadas;
CAUSADORES DE PERDA - Falta de controle para verificação das características das peças; - Falta de controle da quantidade quebrada no recebimento, não reposta pelo fornecedor;
- Má condições de empilhamento; - Duplo manuseio das peças em função dos diversos pontos de estocagem
- Transporte horizontal sobre terreno irregular com carrinho de mão; - Falta de planejamento, gerando mudanças de pontos de estocagem;
- Escassez de Mao de obra qualificada; - Equipamento impróprio para o corte das peças; - Falta de aproveitamento das peças cortadas; - Necessidade de cortes devido a projeto arquitetônico (aplicação na diagonal);
Os itens causadores de perdas são controláveis a partir da aplicação do conjunto de diretrizes de inibidores de perdas acima citados, tendo em vista que as informações da tabela acima estão diretamente ligadas à parte técnica da obra, parte essa que tange o alcance da empresa. As possíveis causas de perdas que podem não ser controladas, por não estar ao alcance da empresa, estão ligadas a
parte burocrática, relação cliente / empresa (mudança de projetos e especificações) e foram discutidas no item Resultados e discussão.
Acredita-se que, mais que ter os números das perdas de materiais atuais, seja importante que cada empresa/obra tenha uma contínua percepção dos consumos que ocorrem nos seus canteiros. Foi com este intuito que se desenvolveu uma entrevista, com o engenheiro responsável pela execução da obra em estudo, visando avaliar o retorno desta pesquisa para a empresa. O roteiro da entrevista esta contido no Anexo F, e serão aqui relatados os pontos mais relevantes da mesma. Sabia-se que nunca foi desenvolvido nenhum tipo de pesquisa sobre perdas na empresa. Os índices de perdas usados para orçamentação são extraídos do TCPO, não tendo quaisquer outras fontes para mensuração dos mesmos. Na entrevista ficou clara a satisfação do engenheiro, com o que os resultados da pesquisa possam vir a gerar para a empresa, principalmente porque esta poderá: Ajudar na melhoria do processo de orçamentação, na medida em que se deixaria de trabalhar com números médios, que podem até ser bons como representação do mercado, mas que podem deixar muito a desejar ao representar uma obra em particular; Detectar o desempenho da empresa, em relação ao resto do mercado, importante ferramenta estratégica; Poderá ajudar a empresa na escolha do processo tecnológico a ser empregado, analisando-o não apenas qualitativamente, mas também quantitativamente; Poderá ser criado um sistema de monitoramento e avaliação continua das perdas, visando determinar suas principais causas, enxugando ao máximo seus índices. “De forma geral o estudo foi proveitoso para a empresa para que posteriormente, em outras obras, possa tentar aplicar as soluções aqui
encontradas para minimizar as perdas. Não poderia dizer o mesmo para a obra, pois já não há mais tempo para executar mudanças.” “Não esperava que o índice de concreto fosse alcançar 10%, pois a única parte de material que é de fácil observação e te demonstra o desperdício, é a parcela que não é incorporada a edificação e sai da obra como entulho.” “Até o momento o meu pensamento como gestor de obras, era trabalhar com premiação por produtividade, porem o funcionário na tentativa maximizar o seu lucro não dava importância a um material que poderia ser reaproveitado, temos com exemplo a massa única da fachada que foi pago um certo valor por m² produzido, e toda argamassa que caia no “pé” da parede era perdida e no final do dia ainda tínhamos que colocar serventes para recolher a argamassa, gerando entulho.”
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como foi mensurado no início deste trabalho, o objetivo principal da presente pesquisa era avaliar o estado atual dos índices de desperdícios de materiais no canteiro de uma obra de edificações em Feira de Santana, Bahia. Com o decorrer da pesquisa foi detectado a necessidade de avaliar outros objetivos mais específicos como mensurar os índices de perdas dos materiais escolhidos para o estudo identificando suas possíveis causas e por fim propor um conjunto de diretrizes que visassem a redução das perdas a patamares mais aceitáveis.
De forma geral os índices de perdas dos materiais estudados, quando comparados com os índices de perdas do Projeto de Pesquisa FINEP, Agopyan et al (1998), foram aceitáveis, ficando situados quase sempre melhores que a média, com exceção do bloco cerâmico. A seguir, estão apresentadas as conclusões obtidas através de observações durante o período de coleta de dados no canteiro da obra em estudo e da análise dos resultados.
Os resultados referentes às placas cerâmicas mostraram que a maior parcela de perda deste material, neste estudo, foi devido a mudança de especificação do material diferindo totalmente do projeto de paginação cerâmica inicial e conseqüentemente resultando em um maior número de peças cortadas. Foi constatado também neste trabalho que, o assentamento de piso cerâmico em juntas diagonais gera muito mais corte, que o assentamento de piso cerâmico com juntas a prumo, e que para a confecção de rodapés cerâmicos só são aproveitados as faces opostas de uma mesma peça, sendo assim em uma peça de 41x41cm, eram aproveitados somente dez centímetros de cada face, inviabilizando o uso do restante da peça, caracterizando o desperdício de mais de 50% deste material para realização deste serviço.
Ficou evidenciado nesta pesquisa, assim como em estudos anteriores que, a principal causa de desperdício de concreto usinado em vigas e lajes, é a variação dimensional das peças, principalmente em lajes que uma pequena variação de espessura em um grande painel acabada gerando um acréscimo significativo no
consumo total de concreto. Outro fator que foi percebido pelo observador no canteiro da obra em estudo, era a falta de conferência da quantidade solicitada e paga em relação a recebida, o que pode ter acarretado perdas deste material.
Para o estudo de revestimento usinado argamassado para contrapiso foi verificado que as perdas geradas nestes serviços estão ligadas diretamente aos acréscimos de espessuras e à não conferência da quantidades paga em relação à recebida.
Assim como neste estudo, este serviço também já foi abordado em
estudos anteriores (Pinto, 1989; Soibelman, 1993) e foi constatado que as causas de variação de espessura de contrapiso estão relacionadas a problemas em atividades predecessoras, como deformação de lajes e cobrimento de tubulações em piso.
No avaliação de bloco cerâmico foram estudados blocos com dimensões diferentes, 9x19x24cm, 11,5x19x24cm e 14x19x24cm, e ficou evidenciado que a variação dimensional não esta atrelada aos índices de perdas. Foi verificado, no canteiro da obra em estudo durante o processo de coleta de dados, que os possíveis causadores de perdas destacam-se a utilização de equipamentos de transporte inadequados (carrinhos de mão e roldanas), a falta de controle da quantidade recebida. Na obra fazia-se o pedido do meio bloco para a amarração das paredes, reduzindo assim cortes em local, porém a falta de modulação no pé direito dos pavimentos fazia com que houvesse grande desperdício do material para adequações no encontro com lajes e vigas.
De maneira geral, mais do que mensurar os índices de perdas e propor um conjunto de soluções para as mesmas, este trabalho buscou disseminar o conhecimento sobre as perdas nos processos produtivos, tentando desenvolver uma capacidade de percepção das pessoas (engenheiros, arquitetos), para que estes consigam visualizar como as perdas se originam na realidade e que grande parcela delas são previsíveis e evitáveis, podendo assim combatê-las.
Por fim com base nas conclusões obtidas e descritas acima, é possível afirmar que, os objetivos propostos no inicio da presente pesquisa foram atingidos satisfatoriamente.
SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS
Com o andamento dessa pesquisa foram surgindo idéias a serem implementadas no trabalho, porém estas implementações demandavam um intervalo de tempo grande para concretização das mesmas, não sendo possível aplicação das idéias para a realização de um estudo mais completo. Foram então selecionadas algumas sugestões para futuros estudos possam dar continuidade ao presente trabalho.
a) avaliar as perdas, mensurando-as também financeiramente, para que possam causar um impacto maior, alertando mais a construção civil para os prejuízos causados;
b) desenvolvimento de métodos de controle de perdas que possam ser inseridos nos sistemas de informação das empresas, de forma que a visão mais ampla das perdas torne-se parte da cultura destas; c) implantar um programa política de prêmios à mão-de-obra baseada em racionalização de consumo de materiais, avaliando as suas conseqüências.
REFERÊNCIAS
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KUSTER, L. D. Sustentabilidade na construção civil: diminuição de resíduos em obras. UNASP-EC. 2007. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Técnicas de pesquisa. In:_____. Fundamentos da metodologia científica. 2. ed. São Paulo, 2006. MARTINS, E. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 1996. MESSEGUER, A. Controle e garantia da qualidade na construção. São Paulo: SINDUSCON, 1991. OHNO, T. O Sistema Toyota de Produção: além da produção em larga escala. Porto Alegre: Editora Bookman, 1997. PINTO, T. De volta à questão do desperdício. Construção. São Paulo, n.271, p.3435, dez. 1995. PIOVEZAN JUNIOR, G. T. A.; SILVA, C. E. Investigação dos resíduos da construção civil (RCC) gerados no município de Santa Maria-RS: um passo importante para a gestão sustentável. In: 24° Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, 2007, Belo Horizonte. Anais do 24° Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. , 2007. v.1. p.1 – 8. ROESCH, S. Projetos de estágio do curso de Administração: guia para pesquisas, projetos, estágios e trabalho de conclusão de curso. São Paulo: Atlas, 1996. ROSÁRIO, I. C. N. Avaliação da influencia do controle dimensional das alvenarias na racionalização construtiva: estudo de caso em empresas da construção civil na Bahia. Monografia apresentada ao curso de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Feira de Santana para a obtenção do titulo de Bacharel em Engenharia Civil. Feira de Santana, 2008. SACOMANO, J. B. et al. Administração de produção na construção civil: o gerenciamento de obras baseado em critérios competitivos. São Paulo: Arte e Ciência, 2004. SARCINELLI, W. T. Construção enxuta através da padronização de tarefas e projetos. Monografia apresentada à Universidade Federal de Minas Gerais para obtenção do título de especialista em Construção Civil. Vitória, 2008. SHINGO, S.: O Sistema Toyota de Produção do ponto de Vista da Engenharia de Produção. Bookman, Porto Alegre, RS, 1996a.
SILVA, E. L. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 3. ed. rev. atual. Florianópolis: Laboratório de Ensino a Distância da UFSC, 2001. SOIBELMAN, L. As perdas de materiais na construção de edificações: Sua incidência e controle. Porto Alegre, 1993. Dissertação (Mestrado em
Engenharia) - Curso de Pós-Graduação em Engenharia Civil - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. SOUZA, R. et al. Sistema de gestão da qualidade para empresas construtoras. São Paulo. PINI, 1994. SOUZA, U. E. L. et al. Perdas de materiais nos canteiros de obras: a quebra do mito. Qualidade na Construção, São Paulo, v. 13, p. 10 - 15, 30 dez. 1994. SOUZA, U. E. L. Redução do desperdício de materiais através do controle do consumo em obra. In: XVII ENEGEP, Gramado-RS, 1997. Anais (CD-ROM). Gramado, UFRGS, 1997. 8p. SOUZA, U. E. L. Como reduzir perdas nos canteiros: manual de gestão do consumo de materiais na construção civil. São Paulo: PINI, 2005. TACLA, Z. O livro da arte de construir. São Paulo: Unipress, 1984. VARGAS, C. et al. Avaliação de perdas em obras – aplicação de metodologia expedita. Anais do 17° Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Gramado, 1997. YIN, R. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005. ZORDAN, S. E. A utilização do entulho como agregado, na confecção do concreto. Campinas. 1997. 140p. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Engenharia Civil, UNICAMP. WOMACK, J. P. et al. A máquina que mudou o mundo. 2. Ed., Rio de Janeiro Editora Campus. 1990.
ANEXO A – DADOS E PLANILHAS REFERENTES À ANÁLISE DO BLOCO CERÂMICO DADOS RELATIVOS AOS MATERIAIS: TIJOLOS E BLOCOS PLANILHA Nº 01 A. Identificação da obra Observador: Humberto Soares
Data: B. Especificação do material
C. Serviços nos quais o material é utilizado Alvenaria x
Outro: _______________________o
D. Lista de verificação Item
Sim
Recebimento 1. Existe procedimento sistematizado do controle da quantidade no recebimento do
Não X
material 2. É feito algum ensaio ou verificação para aceitação do produto? Se sim, quais? oNBR 6136
X
oNBR 7173 oNBR 7171 ooutros: ___________ 3. Existe local de recebimento pré-definido no canteiro
X
4. O material é descarregado no local definitivo de armazenagem (não há duplo
X
manuseio) 5. Existe dispositivo para reduzir o esforço do operário no descarregamento?
X
Se sim, quais? o carrinhos
o pallets
o outros: ____________ Estocagem
6. A base de armazenamento é plana 7. O material está protegido de chuvas no local de estocagem
X X
Não se aplica
8. Há proteção contra umidade e solo na base
X
9. Altura máxima da pilha é menor ou igual a 1,5m
X
10. O material é paletizado
X
11. Cada pilha é constituída pelo mesmo tipo de componente (material e dimensões)
X
DADOS RELATIVOS AOS SERVIÇOS: ELEVAÇÃO DE ALVENARIA PLANILHA Nº 01.1 A. Identificação Observador: Humberto Soares
Data:
B. Características gerais do serviço Tipo de mão-de-obra contratada Forma de contratação dos serviços
xprópria
osubempreitada
xpor hora
opor tarefa Blocos / tijolos
Argamassa
Com decomposição de movimento Horizontal
Equipamento de
Vertical
Horizontal
Vertical
ojerica
oeleva
ojerica
oelevador
xcarrinho de mão
or
xcarrinho de mão
obra
ocarrinho
obra
ocarrinho c/ base plana e
oguincho
c/
base
de
transporte do
plana e quatro rodas
oguinch
quatro rodas
coluna (velox)
estoque/produção ao
ocarrinho porta-pallet
o
ocarrinho porta-pallet
xoutro Roldana
ooutro: _______
coluna
posto de trabalho
de
ooutro: _______
(velox) xoutro Roldana Sem decomposição de movimentos ogrua Equipamento e
o grua Marcação
obomba Elevação
de
de
ferramentas de marcação e elevação
onível laser
odesempenadeira estreita
onível alemão
oescantilhão
xnível de mangueira
oserra elétrica manual ou serra de bancada com disco refratário para corte de blocos oargamassadeira de eixo horizontal para mistura de argamassa industrializada no andar osuporte metálico provido de rodas para apoio dos caixotes xcavaletes e plataformas para andaimes (todos metálicos) obisnaga xcolher de pedreiro o_______________________ C. Projeto
ITENS DE VERIFICAÇÃO
Sim
1. Há projeto específico de alvenaria.
Não X
2. Caso afirmativo, anotar os itens que o compõe: oplanta específica identificando todas as interfaces com os subsistemas de instalações elétrica e hidráulicas; oElevação de cada alvenaria contendo as posições de eletrodutos e caixinhas de elétrica; oElevação de cada alvenaria contendo as posições das tubulações hidrosanitárias; oElevação de cada alvenaria contendo a definição de quais juntas verticais são argamassadas ou não; oPosição e detalhamento de ferro cabelo ou barras dobradas em “U”; oEspecificação do tipo e traço da argamassa a ser utilizada no assentamento; oPlanejamento da sequência de execução da alvenaria D. Planejamento e organização da execução ITENS DE VERIFICAÇÃO Logística 1. Existe um planejamento no sequenciamento da execução das alvenarias nos
X
pavimentos. 2. Em tendo-se o planejamento do sequenciamento da execução das alvenarias, em cada pavimento executam-se primeiramente as alvenarias de periferia e em torno das caixas dos elevadores. 3. Ainda, em tendo-se o planejamento do sequenciamento da execução das
X
Não se aplica
alvenarias, a execução das alvenarias internas inicia-se pelas mais distantes à s
X
mais próximas do local de descarregamento dos blocos no pavimento. 4. Realiza-se o planejamento do transporte da argamassa do local de produção ao local de aplicação, ou seja, existem caminhos previamente definidos para o
X
transporte horizontal de argamassa do local de produção ao local de aplicação. Organização do posto de trabalho 1. A quantidade de blocos/tijolos é levado ao pavimento na quantidade exata a ser
X
utilizada, visando não haver sobras. 2. Há um sistema de solicitação de argamassa ao local de produção que evite as
X
sobras no local de aplicação. 3. Os blocos/tijolos são armazenados próximos ao posto de trabalho, não há duplo
X
manuseio. Transporte dos materiais 1. Os caminhos, quando não estão protegidos pela estrutura, são protegidos da
X
ação da chuva. 2. As rampas existentes no trajeto (produção-aplicação) têm inclinação inferior a
X
10%. 3. As condições do trajeto são isentas de saliências ou depressões, ou seja, a base
X
está regularizada. E. Procedimentos de execução e controle Sim
Não
ITENS DE VERIFICAÇÃO
Não se aplica
1. Há procedimentos documentados de execução da alvenaria.
X
2. Há procedimentos documentados de verificação e controle da execução da
X
alvenaria F. Processo de execução ITENS DE VERIFICAÇÃO Marcação 1. Realiza-se a marcação da primeira fiada de elevação
Sim
Não
aplica X
2. Os eixos principais do edifício, os quais definirão a marcação da alvenaria, são
X
demarcados na laje através de uma mestra de argamassa nivelada. 3. Antes do assentamento da primeira fiada é realizado o mapeamento da laje com
X
auxílio do nível alemã o ou nível a laser a fim de se identificar o ponto mais alto, que será tomado como nível de referência para definir a cota da primeira fiada. 4. Antes do assentamento da primeira fiada, é realizada a distribuição dos blocos/tijolos da mesma, sem argamassa de assentamento, de maneira a verificar e
Não se
X
corrigir eventuais falhas de posicionamento de instalações embutidas. Elevação 1. É realizado o chapiscamento dos pontos da estrutura de concreto que ficará em
X
contato com a alvenaria 2. Esse chapiscamento é feito 72 horas antes da elevação da alvenaria nestes
X
pontos. 3. As juntas verticais de alvenaria são preenchidas com argamassa somente nos
X
seguintes casos: ofiadas de marcação; oblocos em contato com pilares (juntas de até 20 mm) e a junta vertical seguinte;
X
oblocos nas intersecções entre paredes e a junta vertical seguinte;
X
oparedes sobre lajes em balanço;
X
oparedes muito esbeltas (relação altura/espessura superior a 30);
X
oParedes sujeitas a empuxos (de subsolos por exemplo);
X
oparedes de fachadas (devem ser estanques);
X
oparedes com juntas maiores que 5 mm que receberão revestimento de pequena
X
espessura (gesso, por exemplo); oparedes de pavimentos superiores, em edifícios de mais de 20 andares, sujeitas a
X
intensos esforços de vento; oparedes com extremidade superior livre (platibanda, muros);
X
oparedes muito seccionadas (devido a cortes para embutimento de instalações, por
X
exemplo); otrechos de alvenaria com extremidade livre de comprimento menor que um terço
X
da altura da parede; 4. A colocação de ferro cabelo se dá nos seguintes casos: oparedes sobre lajes em balanço, mesmo com viga de borda;
X
oparedes com comprimento superior a 12 m;
X
otrechos de alvenaria com extremidade livre de comprimento menor que um terço
X
da altura da parede; oparedes com extremidade superior livre (platibandas, muros);
X
oparedes do primeiro pavimento sobre pilotis, em estruturas muito deformáveis;
X
osituações pouco comuns, com intensos esforços na interface laje-pilar.
X
5. Utiliza-se escantilhão para a elevação da alvenaria.
X
6. Em paredes com previsão de quadros ou caixas de instalações, utiliza-se
X
gabaritos de madeira ou similar do tamanho dos quadros ou das caixas para que o vã o fique moldado. 7. Eventuais desaprumos ou desalinhamentos da estrutura são corrigidos na definição do posicionamento da fiada de marcação, procurando-se sempre localizar o menor preenchimento para o lado externo (fachada) e minimizando a espessura
X
do revestimento. 8. Os blocos da 1ª fiada onde será fixado rodapé de madeira são preenchidos com
X
argamassas. Fixação da parede junto a estrutura 1. A fixação da alvenaria (ultima fiada junto a estrutura) é feita com argamassa, e
X
não através de encunhamento com tijolos maciços. 2. Em paredes internas, a camada de argamassa de fixação da alvenaria junto à
X
estrutura preenche totalmente a espessura da parede. 3. Em paredes externas, preenche-se com argamassa de fixação apenas 2/3 da
X
espessura da paredes, sendo que o 1/3 restante é preenchido durante o chapiscamento da fachada. 4. Existe anteparo junto à alvenaria, evitando que a argamassa caia no chão e
X
consequentemente possa ser reutilizada. 5. Realiza-se a fixação da última fiada à estrutura partindo-se dos pavimentos
X
superiores em direção aos inferiores.
PLANILHA 02 - QUANTIFICAÇÃO DE SERVIÇOS – BLOCO CERÂMICO OBRA:
CROQUI:
DESCRIÇÃO: BLOCO CERÂMICO 6 FUROS
OBSERVADOR: HUMBERTO SOARES
PAVIMENTO:
TÉRREO,
SUPERIOR
COBERTURA
E
DATA:
DIMENSÃO DO
COMPRIMENTO
BLOCO (cm)
(m)
9X19X24cm
88,95
3,80
338,01
11,5X19X24cm
39,67
3,50
138,85
9X19X24cm
66,79
3,80
253,80
11,5X19X24cm
74,5
3,50
260,75
NAVE
9X19X24cm
70,31
6,10
428,89
NAVE
14X19X24cm
123,16
8,00
985,28
AMBIENTE
ANEXO LATERAL PAV. TÉRREO ANEXO LATERAL ANEXO
FUNDO
TÉRREO ANEXO FUNDO
PAV.
ALTURA (m)
ÁREA (m²)
ATRIO PLATIBANDA
NAVE
E
ANEXOS PLATIBANDA SUBESTAÇÃO
11,5X19X24cm
25,97
7,70
199,97
11,5X19X24cm
264,34
2,75
726,94
11,5X19X24cm
50,6
0,80
40,48
9X19X24cm
122,19
3,60
439,88
9X19X24cm
24,57
3,25
79,85
ANEXO LATERAL PAV. SUPERIOR ANEXO
FUNDO
PAV.
SUPERIOR PILARETES
DO
TELHADO
14X19X24cm
136,8
OBS: A aréa utilizada para os pilaretes é ficticia, pois sabe-se que foram utilizados 3000,00 blocos para execução dos mesmos. PLANILHA 03 - RESUMO – QUANTIFICAÇÃO DE BLOCO CERÂMICO
DESCRIÇÃO
Bloco cerâmico 9X19X24cm Bloco cerâmico 11,5X19X24cm
QUANTIDADE
ÁREA 1
(m²)
BLOCO
1540,44
0,0504
33781,57
1366,98
0,0525
26037,70
985,28
0,0525
21176,19
Bloco cerâmico 14X19X24cm
UNIDADES
PLANILHA 04 - CONTROLE DE RECEBIMENTO DE MATERIAL – BLOCO CERÂMICO OBRA:
PAVIMENTO: SUPERIOR E COBERTURA
DESCRIÇÃO: BLOCO CERÂMICO 6 FUROS
OBSERVADOR: ANGELO BARRETO
DESTINO: PAREDES
DATA:
DESCRIÇÃO DO MATERIAL Bloco cerâmico de vedação, 6 furos Bloco cerâmico de vedação, 6 furos Bloco cerâmico de vedação, 6 furos Bloco cerâmico de vedação, 6 furos Bloco cerâmico de vedação, 6 furos Bloco cerâmico de vedação, 6 furos Bloco cerâmico de vedação, 6 furos Bloco cerâmico de vedação, 6 furos Bloco cerâmico de vedação, 6 furos Bloco cerâmico de vedação, 6 furos Bloco cerâmico de vedação, 6 furos Bloco cerâmico de vedação, 6 furos Bloco cerâmico de vedação, 6 furos Bloco cerâmico de vedação, 6 furos Bloco cerâmico de vedação, 6 furos Bloco cerâmico de vedação, 6 furos Bloco cerâmico de vedação, 6 furos Bloco cerâmico de vedação, 6 furos
DIMENSÕES
NÚMERO DA
DATA DO
QUANTIDADE
NOTA FISCAL
RECEBIMENTO
EM UNIDADES
11,5x19x24
1190
2/9/2009
4500,0
11,5x19x24
38254
2/9/2009
5000,0
9X19X24
38351
16/9/2009
6500,0
11,5x19x24
38365
17/9/2009
5000,0
14X19X24
38389
23/9/2009
4300,0
9X19X24
38421
26/9/2009
6500,0
9X19X24
38444
30/9/2009
5000,0
14X19X24
38458
1/10/2009
4300,0
9X19X24
38467
3/10/2009
3000,0
14/10/2009
5500,0
DO BLOCO (cm)
11,5x19x24
11,5x19x24
38603
24/10/2009
5000,0
11,5x19x24
38615
26/10/2009
5000,0
14X19X24
38635
28/10/2009
4300,0
4/11/2009
5000,0
9X19X24
14X19X24
38672
4/11/2009
2000,0
11,5x19x24
38672
4/11/2009
5000,0
9X19X24
38750
17/11/2009
6500,0
14X19X24
3541
17/11/2009
4300,0
Bloco cerâmico de vedação, 6 furos Bloco cerâmico de vedação, 6 furos Bloco cerâmico de vedação, 6 furos
9X19X24
18/11/2009
6500,0
14X19X24
19/11/2009
4300,0
14X19X24
4300,0
PLANILHA 05 - RESUMO – BLOCO CERÂMICO
QUANTIDADE DESCRIÇÃO DO MATERIAL
PREVISTA EM UNIDADES
QUANTIADE UTILIZADA EM UNIDADES
DIFERENÇA EM UNIDADES
DIFERENÇA EM %
Bloco cerâmico 9X19X24cm
30564,99
39000,0
8435,72
27,6
Bloco cerâmico 11,5X19X24cm
26037,70
35000,0
8962,30
34,42
Bloco cerâmico 14X19X24cm
21176,20
27800,0
6623,81
31,28
ANEXO B - DADOS E PLANILHAS REFERENTES À ANÁLISE DO REVESTIMENTO CERÂMICO (PAREDE E PISO) DADOS RELATIVOS AOS MATERIAIS: REVESTIMENTO CERÂMICO PARA PISO E PAREDE PLANILHA Nº 01 A. Identificação da obra Observador: Humberto Soares
Data: B. Especificação do material
C. Serviços nos quais o material é utilizado xRevestimento cerâmico para piso xRevestimento cerâmico para parede
Outros: ___________________________________
D. Lista de verificação Item de verificação Recebimento 1. Existe procedimento sistematizado do controle da quantidade no recebimento
Sim
Não
X
do material 2. É feito algum ensaio ou verificação para aceitação do produto? X
Se sim, quais? oNBR 5644 oNBR 6133 ooutros: ___________ oNBR 9457 3. Existe local de recebimento pré-definido no canteiro
X
4. O material é descarregado no local definitivo de armazenagem (não há duplo
X
manuseio) Estocagem 5. A base de armazenamento é plana
X
6. O local de estocagem está protegido de intempéries. (umidade e acúmulo de
X
pó) pois podem prejudicar as características de aderência) 7. Na mesma pilha só há um tipo de material
X
8. Na mesma pilha só há peças de mesmas dimensões
X
9. A altura da pilha é menor ou igual a 1,60 m.
X
10. Existem coisas sobre as pilhas de revestimento cerâmico. (Ex. Sacos de
X
cimento)
Não se aplica
11. O estoque do material é isolado, ou seja, de difícil acesso à maioria das
X
pessoas. (evitar roubos) DADOS RELATIVOS AOS SERVIÇOS: PAREDE - REVESTIMENTO CERÂMICO PLANILHA Nº 01.1 A. Identificação Observador: Humberto Soares
Data: B. Características gerais do serviço
Tipo de mão-de-obra contratada Forma de contratação dos serviços
xprópria
osubempreitada
xpor hora
opor tarefa
Com decomposição de movimento Vertical ojerica oelevador de obra xcarrinho de mão oguincho de coluna (velox) opallets ona mão ona mão Xoutro Roldana ooutro__________________ Horizontal
Equipamento de transporte do revestimento cerâmico do estoque ao posto de trabalho
Sem decomposição de movimentos ogrua xesquadro de alumínio xrégua de alumínio o ________________
Controle geométrico
xcolher de pedreiro xdesempenadeira dentada o ________________ o riscador com broca de vídia de ¼ ” o cortador mecânico x “makita” com disco adiamantado o serra-copo diamantada x martelo de borracha o _______________________________
Preparo e aplicação argamassa Equipamentos e ferramentas utilizadas na execução do revestimento cerâmico
Preparo e aplicação dos revestimentos cerâmicos
o rodo (com ou sem cabo) x espátula plástica
Rejuntamento
1
C. Projeto
ITENS DE VERIFICAÇÃO
Sim
As definições das características pertinentes à execução revestimento cerâmico
X
(parede) sã o previstas no projeto arquitetônico. Caso afirmativo, anotar os itens que o compõe:
Não
Não se aplica
oTipos de revestimento de parede a serem utilizados;
X
oMateriais e técnicas de fixação empregadas;
X
oCaracterização da natureza do substrato;
X
oEspecificação e caracterização dos detalhes construtivos.
X
oPaginação de cada parede a ser revestida
X
D. Planejamento e organização da produção ITENS DE VERIFICAÇÃO 1. O revestimento cerâmico é executado de tal forma que não haja o tráfego de
X
pessoas e equipamentos nos ambientes já revestidos. Organização do posto de trabalho 1. As dimensões do equipamento de transporte (tanto da argamassa quanto do
X
revestimento cerâmico) são compatíveis com as dimensões (largura) das portas. 2. Entrega-se o número mínimo de caixas de revestimento cerâmico em cada posto
X
de trabalho objetivando a menor sobra possível. 3. O pedreiro tem a paginação em mãos para a execução do revestimento cerâmico.
X
Transporte dos materiais 1. Os caminhos, quando não estão protegidos pela estrutura, são protegidos da ação
X
da chuva. 2. As rampas existentes no trajeto (estoque-aplicação) têm inclinação inferior a 10%.
X
3. O trajeto é isento de saliências ou depressões, ou seja, a base está regularizada.
X
4. Os componentes estão acondicionados na própria caixa (embalagem) em que
X
foram entregues. E. Procedimentos de execução e controle ITENS DE VERIFICAÇÃO 1. Há procedimentos documentados de execução do revestimento cerâmico.
x
2. Há procedimentos documentados de verificação e controle da execução do
x
revestimento cerâmico. F. Processo de execução ITENS DE VERIFICAÇÃO Condições para o início do serviço 1. O emboço a ser revestido está concluído há pelo menos 14 dias, apresentando
X
textura áspera. (geralmente obtida com sarrafeamento leve e desempeno com desempenadeira) 2. Os contramarcos estão chumbados.
X
3. Os batentes estão chumbados ou pelo menos estão com suas referências
X
definidas.
4. As instalações elétricas e hidráulicas estão concluídas.
X
5. As instalações elétricas e hidráulicas estão testadas.
X
6. Verifica-se o prumo das paredes, corrigindo qualquer irregularidade.
X
7. Verifica-se o esquadro das paredes, corrigindo qualquer irregularidade.
X
8. Verifica-se a planicidade das paredes, corrigindo qualquer irregularidade.
X
Execução da camada de fixação 1. Prepara-se a superfície a ser revestida removendo-se a poeira, partículas soltas, graxas e outros resíduos. (geralmente feito com o uso de lixas, vassouras e escovas).
X
2. Utiliza-se argamassa adesiva industrializada para o assentamento do revestimento.
X
3. No caso de assentamento das peças cerâmicas com argamassa adesiva, é
X
obedecido o tempo de descanso especificado pelo fabricante. 4. A argamassa adesiva é aplicada com desempenadeira dentada. (a aplicação dessa argamassa deve-se iniciar com o lado liso da desempenadeira, imprimindo-se uma
X
pressão suficientemente forte para que a argamassa adira ao substrato; a seguir, passa-se a desempenadeira com o lado dentado, formando cordões) Aplicação do revestimento cerâmico 1. Realiza-se o umedecimento para os revestimentos executados sob sol intenso ou
X
sujeitos a muito vento e baixa umidade relativa do ar. 2. As peças cerâmicas não são umedecidas antes do assentamento, a menos que
X
haja uma recomendação do fabricante. (antigamente as cerâmicas eram mais porosas, exigindo-se a prática de umedecê-las) 3. Caso as peças cerâmicas apresentem o tardoz recoberto por uma camada de pó, a
X
mesma é removida com um pano. 4. Utilizam-se espaçadores plásticos para garantir a uniformidade das juntas.
X
5. Os azulejos sã o assentados com uma folga de 5 mm em relação aos pisos, de
X
modo a evitar o remonte das peças sobre os pisos. Rejuntamento 1. Utiliza-se argamassa adesiva industrializada.
X
2. O rejuntamento das peças é feito após um período mínimo de 48 horas do
X
assentamento. 3. Em utilizando-se pasta de cimento ao invés de um produto industrializado
X
específico, a mesma é aplicada somente para juntas de espessura menor ou igual a 2 mm. 4. Para espessuras de juntas maiores que 2 mm e menores que 5 mm, utiliza-se
X
argamassa de cimento e areia fina na proporção em volume de materiais úmidos 1:1. (motivo: fissuração) 5. Para espessuras de juntas maiores que 5 mm, utiliza-se argamassa de cimento e
X
areia fina na proporção em volume de materiais úmidos 1:2. (motivo: fissuração) 6. As juntas sã o frisadas. (o frisamento das juntas proporciona maior compacidade
X
das mesmas, diminuindo a porosidade e consequentemente aumentando a estanqueidade; recomenda-se o uso de madeira ou fio elétrico encapado) DADOS RELATIVOS AOS SERVIÇOS: PISO REVESTIMENTO CERÂMICO PLANILHA Nº 01.2 A. Identificação Observador: Humberto Soares
Data:
B. Características gerais do serviço Tipo de mão-de-obra contratada Forma de contratação dos serviços
xprópria
osubempreitada
xpor hora
opor tarefa Com decomposição de movimento Vertical oelevador de obra oguincho de coluna (velox) ona mão Xoutro Roldana
Horizontal Equipamento de transporte do revestimento cerâmico do estoque ao posto de trabalho
ojerica xcarrinho de mão opallets ona mão ooutro___________
Sem decomposição de movimentos ogrua Controle geométrico
Equipamentos e ferramentas utilizadas na execução do revestimento cerâmico
xnível de mangueira onível a laser onível alemão xesquadro de alumínio o________________
Aplicação da argamassa xcolher de pedreiro xdesempenadeira dentada o ________________ Preparo e aplicação dos revestimentos cerâmicos
o riscador com broca de vídia de ¼ ” o cortador mecânico x “makita” com disco adiamantado o serra-copo diamantada x martelo de borracha o torquês o _______________________________
C. Projeto
ITENS DE VERIFICAÇÃO
Sim
Há projeto específico para o contrapiso sobre o qual se executará o piso cerâmico. No caso de não se ter projeto específico de contrapiso, as definições das características do revestimento de piso cerâmico sã o previstas no projeto de arquitetura.
Não X
X
Não se aplica
Em caso afirmativo (em pelo menos uma das perguntas anteriores), anotar os itens contemplados no(s) projeto(s): onível acabado de todos os ambientes;
X
otipos de revestimento de piso a serem utilizados;
X
omateriais e técnicas de fixação empregadas;
X
oindicação de áreas que serão impermeabilizadas e a sua espessura;
X
ocaracterização da natureza do substrato (contra piso ou laje acabada);
X
oespecificação e caracterização de detalhes construtivos.
X
opaginação de cada piso a ser revestido
X
D. Planejamento e organização da execução ITENS DE VERIFICAÇÃO Logística 1. O revestimento cerâmico é executado de tal forma que não haja o tráfego de pessoas e
X
equipamentos nos ambientes já revestidos. Organização do posto de trabalho 1. As dimensões do equipamento de transporte (tanto da argamassa quanto do
X
revestimento cerâmico) são compatíveis com as dimensões (largura) das portas. 2. Entrega-se o número exato de caixas de revestimento cerâmico em cada posto de
X
trabalho objetivando a menor sobra possível. 3. O pedreiro tem a paginação em mãos para a execução do revestimento cerâmico.
X
Transporte dos materiais 1. Os caminhos, quando não estão protegidos pela estrutura, são protegidos da ação da
X
chuva. 2. As rampas existentes no trajeto (estoque-aplicação) têm inclinação inferior a 10%.
X
3. As condições do trajeto são isentas de saliências ou depressões, ou seja, a base está
X
regularizada. 4. Os componentes estão acondicionados na própria caixa (embalagem) em que foram
X
entregues E. Procedimentos de execução e controle ITENS DE VERIFICAÇÃO 1. Há procedimentos documentados de execução do revestimento cerâmico.
X
2. Há procedimentos documentados de verificação e controle da execução do
X
revestimento cerâmico. F. Processo de execução ITENS DE VERIFICAÇÃO
Condições para o início do serviço 1. O substrato (contra piso) a ser revestido está concluído há pelo menos 14 dias. (nos
X
primeiros 7 dias após a execução do contra piso ocorre a maior parte das tensões de retração) 2. O substrato (contra piso/laje acabada) no qual será assentado o revestimento cerâmico
X
foi acabado com desempenadeira de madeira 3. A impermeabilização dos pisos que a requerem está concluída.
X
4. Nestes pisos, a impermeabilização está testada.
X
5. É verificado o nível do contra piso em toda área a ser revestida, visando eventuais
X
reparos ao substrato previamente ao assentamento. 6. Prepara-se a superfície a ser revestida removendo-se poeira, partículas soltas, graxas e
X
outros resíduos. (geralmente usam-se lixas, vassouras e escovas) 7. É feita a verificação dos rebaixos previstos em projetos em relação a outros pisos e
X
ou/ambientes. 8. É feita a verificação do esquadro do ambiente. (ortogonalidade entre vedações
X
verticais) 10. Verifica-se os caimentos necessários para os ralos e canaletas.
X
11. Executam-se juntas de movimentação do piso nos encontros com superfícies verticais
X
(paredes, pilares) 12. As possíveis juntas da estrutura de concreto sã o mantidas no piso cerâmico.
X
13. Essas juntas são preenchidas com material deformável.
X
14. Antes do assentamento do revestimento cerâmico propriamente dito, espalha-se sobre
X
a superfície a ser revestida (ambiente) duas fiadas ortogonais a fim de se acertar as dimensões das juntas e de modo a se ter o mínimo de recorte possível. Execução da camada de fixação 1. No caso de assentamento das peças cerâmicas com argamassa adesiva, é obedecido o
X
tempo de descanso especificado pelo fabricante 2. A argamassa adesiva é aplicada com desempenadeira dentada. (a aplicação dessa
X
argamassa deve-se iniciar com o lado liso da desempenadeira, imprimindo-se uma pressão suficientemente forte para que a argamassa adira ao substrato; a seguir, passa-se a desempenadeira com o lado dentado, formando cordões) 3. Para o caso de “contra piso zero”, onde as peças cerâmicas são assentadas sobre a
X
laje, é empregada argamassa colante flexível, formulada especialmente para obter-se maior capacidade de absorção de deformações. Aplicação do revestimento cerâmico 1. As peças cerâmicas não são umedecidas antes do assentamento, a menos que haja
X
uma recomendação do fabricante. (antigamente as cerâmicas eram mais porosas, exigindo-se a prática de molhá-las antes do assentamento) 2. Caso as peças cerâmicas apresentem o tardoz recoberto por uma camada de pó , a
X
mesma é removida com um pano. 3. A aplicação dos componentes cerâmicos sobre a argamassa adesiva ocorre antes da
X
formação de uma película esbranquiçada sobre os cordões. (essa película indica o término do tempo de abertura (assentamento), não sendo possível a aderência dos componentes cerâmicos com o substrato; uma boa argamassa adesiva deverá apresentar pelo menos um tempo de abertura de 20 minutos) 4. Em tendo-se pequenas variações toleráveis na ortogonalidade, procura-se “disfarçá-las”
X
o máximo possível, fazendo com que os arremates sejam realizados nos lugares menos visíveis (atrás das portas ou pias, vasos sanitários etc.) 5. Caso as peças cerâmicas sejam lavadas com água, as mesmas são utilizadas somente
X
quando estiverem totalmente secas. 6. Utilizam-se espaçadores plásticos para garantir a uniformidade das juntas.
X
Rejuntamento 1. Utiliza-se material industrializado para a execução do rejuntamento.
X
2. Em utilizando-se pasta de cimento ao invés de um produto industrializado específico, a
X
mesma é aplicada somente para juntas de espessura menor ou igual a 2 mm. 3. Para espessuras de juntas maiores que 2 mm e menores que 5 mm, utiliza-se
X
argamassa de cimento e areia fina na proporção em volume de materiais úmidos 1:1. (motivo: fissuração) 4. Para espessuras de juntas maiores que 5 mm, utiliza-se argamassa de cimento e areia
X
fina na proporção em volume de materiais úmidos 1:2. (motivo: fissuração) 5. As juntas são frisadas. (o frisamento das juntas proporciona maior compacidade das
X
mesmas, diminuindo a porosidade e consequentemente aumentando a estanqueidade; recomenda-se o uso de madeira ou fio elétrico encapado) 6. Para casos de “contrapiso zero”, houve a preocupação em se executar juntas com
X
espessuras maiores que a convencional objetivando aumentar a capacidade de absorção de deformações.
PLANILHA 02 - QUANTIFICAÇÃO DE SERVIÇOS – CERÂMICA (PAREDE E PISO) OBRA:
CROQUI:
DESCRIÇÃO: PLACAS CERÂMICAS
OBSERVADOR: HUMBERTO SOARES
PAVIMENTO: TÉRREO
DATA: PAREDE M²
AMBIENTE
PERIMETRO
ALTURA
ARÉA
EL. PISO
PISO M²
FORMA
URBANUS
CARGO
SLIM
GRAY
PLUS
BRANCO
41X41cm
BONE
31X31cm
SEGURANÇA
13,03
0,10
31X31cm
13,03
COPA
8,00
3,00
4,00
0,10
22,11
4,00
DESC.
8,46
3,00
4,15
0,10
BANH. 1
7,92
3,00
3,31
0,10
22,30
3,31
BANH. 2
8,03
3,00
3,37
0,10
22,62
3,37
COPA/A.SERV
13,10
3,00
10,47
0,10
34,86
10,47
IBURD
21,10
0,10
21,10
STA CEIA
29,33
0,10
29,33
7,34
4,15
4,07
OBREIRAS
13,08
3,00
10,53
0,10
35,85
10,53
3,91
OBREIRO
13,00
3,00
10,35
0,10
35,61
10,35
3,65
SANIT DEF.
7,95
2,75
3,92
0,35
20,18
3,92
SANIT. DEF.
7,95
2,75
3,92
0,35
20,18
3,92
SANT. MASC.
33,86
2,75
37,48
0,35
86,64
37,48
SANIT. FEM.
42,73
2,75
37,33
0,35
111,5
37,33
E.B.I. 04
24,34
0,35
24,34
SALA TIAS
9,92
0,35
9,92
BERÇARIO
30,23
0,35
30,23
E.B.I. 01
34,02
0,35
34,02
E.B.I. 02
32,18
0,35
32,18
E.B.I. 03
25,24
0,35
25,24
PLANILHA 03 - RESUMO – QUANTIFICAÇÃO DE SERVIÇO, CERÂMICA (PAREDE E PISO) DESCRIÇÃO
QUANTIDADE
QUANTIDADE (m²)
m²/CAIXA
413,21
1,50
275,47
348,22
1,50
232,15
18,97
1,50
12,65
FORMA SLIM BRANCO 31X31cm URBANUS GRAY 41X41cm CARGO PLUS BONE 31X31cm
CAIXAS
PLANILHA 04 - CONTROLE DE LIBERAÇÃO DE MATERIAL – CERÂMICA (PAREDE E PISO) OBRA:
PAVIMENTO: SUPERIOR E COBERTURA
DESCRIÇÃO: BLOCO CERÂMICO 6 FUROS
DESTINO: PAREDES
OBSERVADOR: ANGELO BARRETO DATA:
QUANTIDADE REALMENTE UTILIZADA CAIXAS AMBIENTE
FORMA SLIM BRANCO 31X31cm PAREDES
SEGURANÇA COPA
URBANUS GRAY
CARGO PLUS BONE
41X41cm PISO
31X31cm PISO
10,00 16,00
DESC.
3,00 4,00
BANH. 1
16,00
3,00
BANH. 2
17,00
3,00
COPA/A.SERV.
25,00
8,00
3,00
IBURD
15,00
STA CEIA
22,00
4,00
OBREIRAS
25,00
8,00
3,00
OBREIRO
25,00
8,00
3,00
SANIT DEF.
15,00
4,00
SANIT. DEF.
15,00
4,00
SANT. MASC.
60,00
28,00
SANIT. FEM.
78,00
28,00
E.B.I. 04
19,00
SALA TIAS
8,00
BERÇARIO
23,00
E.B.I. 01
26,00
E.B.I. 02
24,00
E.B.I. 03
20,00
PLANILHA 05 - RESUMO DA LIBERAÇÃO DO MATERIAL, PAREDE
DESCRIÇÃO
FORMA SLIM BRANCO 31X31cm
QUANTIDADE EM CAIXAS 293,0
PLANILHA 06 – RESUMO DA LIBERAÇÃO DO MATERIAL, PISO
DESCRIÇÃO
QUANTIDADE EM CAIXAS
URBANUS GRAY 41X41cm
268,0
CARGO PLUS BONE 31X31cm
13,0
PLANILHA 07 – RESUMO REVESTIMENTO CERÃMICO PAREDE
DESCRIÇÃO DO MATERIAL
FORMA SLIM BRANCO 31X31cm
QUANTIDADE
QUANTIADE
PREVISTA EM
UTILIZADA
CAIXAS
EM CAIXAS
275,5
293
DIFERENÇA
DIFERENÇA
EM CAIXAS
EM %
17,53
6,36
DIFERENÇA
DIFERENÇA
EM CAIXAS
EM %
PLANILHA 08 - RESUMO PISO CERÂMICO
DESCRIÇÃO DO MATERIAL
URBANUS GRAY 41X41cm CARGO PLUS BONE 31X31cm
QUANTIDADE
QUANTIADE
PREVISTA EM
UTILIZADA
CAIXAS
EM CAIXAS
232,1
268,0
35,85
15,44
12,6
13,0
0,35
2,79
ANEXO C - DADOS E PLANILHAS REFERENTES À ANÁLISE CONCRETO USINADO, VIGAS E LAJES DADOS RELATIVOS AOS MATERIAIS: CONCRETO USINADO PLANILHA Nº 01 A. Identificação da obra Observador: Humberto Soares
Data: B. Especificação do material
C. Serviços nos quais o material é utilizado xsuperestrutura de concreto
Outro: __________________________o
oinfraestrutura de concreto ocontrapiso D. Lista de verificação
Item
Sim Recebimento
1. É feita a verificação se as características constantes na N.F. estão de acordo com o prescrito na especificação. (módulo de elasticidade, resistência à compressão, consist6encia expressa pelo abatimento do tronco de cone etc.) 2. Para cada caminhão recebido, verifica-se o abatimento do tronco de cone (slump test). 3. Atenta-se para o horário de saída do caminhão da usina. (deve ter sido registrado pelo relógio de ponto da concreteira no campo da NF) 4. Verifica-se o lacre da betoneira. (a bica de descarregamento do concreto deve estar lacrada) 5. Faz-se a conferência quantitativa do volume de concreto entregue na obra. (cubicagem das fôrmas, contagem do número de jericas etc.) 6. Para o caso de concreto bombeado, as sobras do cocho são aproveitadas. 7. Em dias de concretagem há sempre um pano de concretagem de pouca importância estrutural por fazer a fim de se aproveitarem eventuais sobras (vergas, contravergas, contrapisos etc.)
DADOS RELATIVOS AOS SERVIÇOS: LANÇAMENTO DO CONCRETO
Não
Não se aplica
CONCRETO USINADO PLANILHA Nº 01.1 A. identificação Observador: Humberto Soares
Data:
B. Características gerais do serviço
Tipo de mão-de-obra contratada Forma de contratação dos serviços
xprópria
osubempreitada
xpor hora
opor tarefa Com decomposição de movimentos HORIZONTAL
Equipamento
Pilar
Viga
Laje
____________
Jerica
o
o
o
o
Carrinho de mão
o
o
o
o
_____________
o
o
o
o
VERTICAL Equipamentos de transporte
Equipamento
Pilar
Viga
Laje
____________
Elevador de obra
o
o
o
o
Moitão/balde 1
o
o
o
o
Sem decomposição de movimentos Equipamento
Pilar
Viga
Grua
o
o
Bomba
o
x
_____________
o
o
Laje
____________
o x
o o
o
o
oLajes convencionais (aquelas em que não existe, durante a execução, um controle efetivo do seu nivelamento e rugosidade superficial) xLajes niveladas (existe um controle do seu nivelamento de maneira que a Classificação das lajes quanto ao padrão de acabamento
camada de contrapiso seja aplicada com uma espessura mínima) oLaje acabada (leva em consideração, além dos aspectos de nivelamento, também a planeza e a rugosidade superficial, dispensando a camada de contrapiso ono pavimento tipo, podem existir dois ou os três tipos de laje. Neste caso, fazer um croqui identificando a classificação de cada uma
Equipamento de marcação, nivelamento e de prumo
Marcação
Nivelamento
oaparelho a laser
oaparelho a laser
oequipamento óptico
oequipamento
Prumo oequipamento óptico óptico
(teodolito)
xoutro Prumo de Peso
(teodolito)
(teodolito)
ooutro _______
onível alemão xoutro Mestras 1
o
Equipamentos utilizados no acabamento da laje
rolo
assentador
de
o desempenadeira metálica de cabo
agregado tipo “rollergug”
curto tipo “back end”
o desempenadeira de cabo
o desempenadeira metálica de cabo
longo tipo “bull float”
curto tipo “hand float”
o desempenadeira de cabo
o
longo tipo “blue steel”
“power float” ou “enceradeira” o
desempenadeira
desempenadeira
motorizada
motorizada
tipo
tipo
“power troweler” ou “helicó ptero” C. Projeto Não ITENS DE VERIFICAÇÃO
Sim
Não
se aplica
Existe projeto de produção para lançamento do concreto nas lajes
x
Em caso afirmativo, anotar os itens que o compõe: oplanta do pavimento contendo indicação do padrão de acabamento de cada ambiente ou painel de concretagem oplanta do pavimento contendo a definição dos painéis de concretagem oplanta do pavimento contendo o sentido geral de concretagem oplanta do pavimento contendo o sentido de concretagem em cada painel oplanta do pavimento contendo o posicionamento e nível das taliscas oplanta do pavimento contendo a posição das caixas de passagem oplanta do pavimento contendo os caminhos de concretagem, incluindo a posição inicial, remoção e relocação dos caminhos de concretagem (sistema de transporte composto por jericas e elevador de obras) D. Planejamento e organização da produção Não Logística
Sim
Não
se aplica
1. É feito o planejamento da concretagem do pavimento de forma que o lançamento do concreto termine junto à caixa de escada ou ao acesso de saída da laje
x
Organização do posto de trabalho 1. É feito o dimensionamento das equipes de trabalho, levando-se em consideração o ciclo do transporte horizontal inferior, transporte vertical e do transporte horizontal superior, no caso de concretagem com elevador de obras e jericas ou similar, ou
x
levando-se em consideração o ciclo de operação da grua. 2. As áreas de acesso do concreto, desde a descarga do concreto até o elevador
x
de obras estão delimitadas e/ou desobstruídas 3. Verifica-se as instalações elétricas e os equipamentos (vibradores, guinchos etc.)
x
4. Há um eletricista para a verificação da integridade das tubulações elétricas.
x
5. Há um carpinteiro por frente de trabalho trabalhando sob as fôrmas verificando a
x
integridade e o seu completo preenchimento (pilar e viga) com auxílio de um martelo de borracha. 6. É prevista um equipe de apoio para o controle e conferência dos níveis após o
x
desempeno da laje Transporte dos materiais 1. As condições da base do trajeto entre a estocagem dos materiais e produção
x
são providas de alguma melhoria. (existe algum tipo de nivelamento com concreto magro, tábuas entre outros) 2. Caso haja rampas no trajeto entre o estoque e o equipamento de mistura, as
x
mesmas possuem inclinação menor que 10 %. 3. No caso de se usar rampas de madeira, são pregados sarrafos a fim de evitar
x
que o operário e/ou equipamento escorreguem. E. Procedimentos de execução e controle 1. Há procedimentos documentados de execução do lançamento do concreto.
x
2. Há procedimentos documentados de verificação e controle da execução da
x
concretagem F. Processo de execução ITENS DE VERIFICAÇÃO Não Condições para início do serviço
Sim
Não
se aplica
1. Os pés dos pilares estão tamponados entre a fôrma e o gastalho. (evitar
x
escorrimento da nata). 2. É feita a vedação das juntas entre os painéis da fôrma com fita adesiva.
x
2. As armaduras são conferidas antes do início da concretagem.
x
3. Confere-se a posição dos gabaritos utilizados para o rebaixo de lajes.
x
4. Confere-se os gabaritos de locação dos furos na laje.
x
5. Confere-se a colocação dos ganchos para a fixação posterior de bandejas de
x
proteção e amarração de torres de guincho. 6. Confere-se o posicionamento dos eletrodutos na laje.
x
7. Confere-se se os mesmos estão devidamente amarrados à armadura positiva da
x
laje. 8. O equipamento de transporte do concreto (jerica, caçamba etc.) é molhado antes
x
da concretagem. 9. Para o caso do bombeamento do concreto, as curvas da tubulação são travadas
x
(evitar problemas de empuxo) 10. As fôrmas são molhadas antes da concretagem (limpeza da mesma)
x
Lançamento, adensamento do concreto 1. Tem-se o cuidado de não lançar grandes quantidades de concreto em pontos
X
isolados da fôrma. 2. Anteriormente à concretagem dos pilares, é lançada uma argamassa de cimento
X
e areia, objetivando impregnar a fôrma e a armadura e também formar uma camada de argamassa no “pé” do pilar. 3. Usam-se gabaritos para rebaixos de lajes. Em caso afirmativo, anotar o tipo: oMetálico
oMadeira
X
o outro _________________
4. Para a definição da espessura das lajes, utilizam-se taliscas. Em caso afirmativo, anotar o tipo:
X
otaliscas com base e haste de PVC e corpo metálico oargamassa ooutra Mestra de Madeira 5. As taliscas estão espaçadas entre si por uma distância máxima de 2 m.
X
(adequação ao comprimento da régua de sarrafeamento. 6. Entre as taliscas são executadas mestras de concretagem.
X X
7. As aberturas na laje para a passagem de tubulações hidrosanitárias são previstas com auxílio de cones metálicos. Caso negativo, anotar qual o dispositivo adotado: 11
Caixa de Madeira
8. A concretagem dos pilares é feita em camadas respeitando-se o comprimento da
X
agulha do vibrador. (aproximadamente, cada camada deve ter ¾ do comprimento da agulha) 9. Para alturas de queda livre superiores a 2,5 metros, a concretagem é realizada
X
por etapas de 2,5 metros ou utiliza-se bombas ou funis. 10. É feito o mapeamento das regiões em que foram lançados os concretos de cada
X
caminhão betoneira. 11. Para o adensamento do concreto, a agulha é introduzida e retirada lentamente,
X
de modo que a cavidade formada se feche naturalmente. LAJES ACABADAS 1. As fôrmas estão niveladas e conferidas com auxílio de um aparelho de nível a laser. (deve ser posicionado em local estratégico de modo a abranger toda a área
X
da laje) 2. O nível das taliscas é ajustado e conferido com o aparelho de nível a laser.
X
3. O nível das mestras é verificado com aparelho de nível a laser.
X
4. O nivelamento da laje, após o desempeno, é feito a cada faixa de 50 cm, com
X
auxílio de um aparelho de nível a laser. 5. Após o desempeno com madeira, aguarda-se cerca de uma hora para proceder
X
ao alisamento da superfície com o auxílio de um rodo-float.
PLANILHA 02 - VERIFICAÇÃO DE SERVIÇOS (VIGAS PAVIMENTOSUPERIOR) CROQUI:
OBRA: OBJETO: VIGAS
OBSERVADOR: HUMBERTO SOARES
PAV.: SUPERIOR
DATA:
DIMENSÃO cm)
LARGURA (cm)
e1 (cm)
e2 (cm)
e3(cm)
e média(cm)
VS 1
12X60
12,00
11,90
12,10
12,00
12,00
VS 2
12X50
12,00
12,00
12,00
12,00
12,00
VS 3
15X70
15,00
15,00
15,10
15,10
15,07
VS 4
15X60
15,00
14,90
14,90
15,00
14,93
VS 5
15X60
15,00
15,00
15,00
15,00
15,00
VS 6
17X70
17,00
16,90
17,10
17,00
17,00
VS 7
15X40
15,00
14,90
15,20
15,10
15,07
VS 8
15X40
15,00
15,00
15,10
15,20
15,10
VS 9
15X50
15,00
15,00
15,40
15,10
15,17
VS 10
17X70
17,00
17,00
17,00
17,50
17,17
VS 11
17X70
17,00
17,00
17,00
17,00
17,00
VS 12
15X60
15,00
15,00
15,00
15,00
15,00
VS 13
15X50
15,00
15,10
15,20
15,00
15,10
VS 14
12X60
12,00
12,40
12,40
12,20
12,33
VS 15
14X60
14,00
14,00
14,70
14,20
14,30
VS 16
20X60
20,00
20,60
21,00
20,50
20,70
VS 17
20X60
20,00
VS 18
12X60
12,00
VS 19
12X60
12,00
12,00
12,40
12,30
12,23
VS 20
19X60
19,00
19,20
19,40
19,40
19,33
VS 21
17X50
17,00
VS 22
17X50
17,00
VS 23
15X60
15,00
15,20
15,60
15,00
15,27
VIGA
VS 24
20X70
20,00
21,00
21,00
20,60
20,87
VS 25
20X70
20,00
VS 26
15X60
15,00
VS 27
15X60
15,00
VS 28
17X60
17,00
17,00
17,00
17,20
17,07
VS 29
12X40
12,00
VS 30
15X50
15,00
VS 31
15X50
15,00
VS 32
15X50
15,00
VS 33
12X50
12,00
VS 34
12X40
12,00
VS 35
15X50
15,00
VS 36
12X40
12,00
VS 37
15X50
15,00
VS 38
12X50
12,00
VS 39
15X50
15,00
15,30
15,00
15,00
15,10
VS 40
15X50
15,00
VS 41
17X60
17,00
17,20
17,40
17,00
17,20
VS 42
15X50
15,00
15,00
15,00
15,00
15,00
OBS: As larguras e1 e e3, correspondem as larguras das extremidades das vigas e e3 corresponde a largura do meio do vão. As vigas que se apoiam em mais de dois pilares, exemplo a viga VS3, possuem mais vão, logo as suas dimensões de larguras pós concretagem foram tomadas como a média dos seus vãos. PLANILHA 03 - VERIFICAÇÃO DE SERVIÇOS (VIGAS DA COBERTURA) OBRA:
CROQUI: OBSERVADOR:
OBJETO: VIGAS
HUMBERTO
SOARES
PAV.: COBERTURA
DATA: e
VIGA
DIMENSÃO(cm)
LARGURA(cm)
e1(cm)
e2(cm)
e3(cm)
média(cm)
VC 1
12X50
12,00
12,00
12,00
12,00
12,00
VC 2
15X70
15,00
15,10
15,30
15,00
15,13
VC 3
17X70
17,00
17,80
17,20
17,30
17,43
VC 4
15X50
15,00
15,00
15,40
15,00
15,13
VC 5
17X70
17,00
17,00
17,20
17,10
17,10
VC 6
25X70
25,00
25,00
25,50
25,20
25,23
VC 7
15X50
15,00
15,10
15,20
15,00
15,10
VC 8
14X60
14,00
14,00
14,00
13,90
13,97
VC 9
20X60
20,00
20,20
20,40
20,30
20,30
VC 10
20X60
20,00
20,30
20,30
20,20
20,27
VC 11
25x60
25,00
25,00
25,30
25,30
25,20
VC 12
12x25
12,00
12,00
12,00
11,90
11,97
VC 13
12x25
12,00
12,00
12,10
12,00
12,03
VC 14
15X60
15,00
15,00
15,30
15,10
15,13
VC 15
20X70
20,00
20,10
20,40
20,10
20,20
VC 16
20X70
20,00
20,00
20,30
20,00
20,10
VC 17
15X60
15,00
15,00
15,50
15,00
15,17
VC 18
15X60
15,00
15,10
15,10
15,20
15,13
VC 19
17X60
17,00
17,00
17,20
17,00
17,07
VC 20
15X50
15,00
15,00
15,40
15,20
15,20
VC 21
15X40
15,00
15,00
15,00
15,30
15,10
VC 22
15X50
15,00
15,10
15,50
15,00
15,20
VC 23
12x30
12,00
12,00
12,00
12,00
12,00
VC 24
12x30
12,00
12,00
12,00
12,00
12,00
VC 25
15X50
15,00
14,90
15,00
15,00
14,97
VC 26
12x30
12,00
12,30
12,10
12,00
12,13
VC 27
15X50
15,00
15,00
15,00
15,00
15,00
VC 28
12x30
12,00
11,90
12,40
11,90
12,07
VC 29
15X50
15,00
15,10
15,00
15,00
15,03
VC 30
25X50
25,00
25,30
25,50
25,00
25,27
VC 31
15X50
15,00
15,00
15,30
15,10
15,13
VC 32
17X60
17,00
17,40
17,20
17,00
17,20
CC3
12X25
12,00
12,00
12,00
12,20
12,07
OBS: As larguras e1 e e3, correspondem as larguras das extremidades das vigas e e3 corresponde a largura do meio do vão. As vigas que se apoiam em mais de dois pilares, exemplo a viga VS3, possuem mais vão, logo as suas dimensões de larguras pós concretagem foram tomadas como a média dos seus vãos. PLANILHA 04 - RESUMO LARGURA DE VIGAS
LARGURA DE PROJETO (cm)
MÉDIA DAS LARGURAS PÓS CONCRETAGEM (cm)
DESVIO
DIFERENÇA EM
DIFERENÇA
PADRÃO
CM
EM %
12,00
12,07
0,10
0,07
0,58
14,00
14,13
0,17
0,13
0,95
15,00
15,09
0,08
0,09
0,62
17,00
17,14
0,13
0,14
0,81
19,00
19,33
0,00
0,33
1,75
20,00
20,41
0,28
0,41
2,03
25,00
25,23
0,03
0,23
0,93
PLANILHA 05 - VERIFICAÇÃO DE SERVIÇOS (LAJES PAVIMENTO SUPERIOR)
OBRA:
CROQUI:
OBJETO: LAJES
OBSERVADOR: HUMBERTO SOARES
PAV.: SUPERIOR
DATA:
LAJE
ALTURA PROJETO (cm)
e1(cm)
e2(cm)
e3(cm)
e média(cm)
L2
12,00
12,50
L3
14,00
14,30
L4
14,00
14,00
L5
14,00
L6
14,00
14,30
14,60
14,45
L7
12,00
12,60
13,00
12,80
L8
14,00
14,40
14,70
L9
12,00
12,30
L10
12,00
12,90
11,80
12,35
L11
14,00
L12
14,00
14,40
13,90
14,15
L13
12,00
L14
12,00
12,40
12,00
12,35
12,25
L15
12,00
L16
14,00
L17
12,00
12,00
12,20
12,70
12,30
L18
12,00
12,50
12,00
L19
12,00
14,40
14,35 14,00
14,50
14,53 12,30
12,25
L20
12,00
L21
12,00
L22
12,00
L23
14,00
L24
16,00 16,00
L25 L26
12,00
12,30
12,15
12,70
12,70
16,70
16,10
16,00
16,30
16,40 17,00
16,43
14,00
PLANILHA 06 - VERIFICAÇÃO DE SERVIÇOS (LAJES DA COBERTURA) OBRA:
CROQUI:
OBJETO: LAJES
OBSERVADOR: HUMBERTO SOARES
PAV.: COBERTURA
DATA:
LAJE
ALTURA PROJETO (cm)
e1(cm)
e2(cm)
e3(cm)
e média(cm)
L1
12,00
L2
12,00
L3
12,00
12,4
12,5
12,0
12,3
L5
12,00
13,0
12,6
12,6
12,7
L6
15,00
14,9
15,3
15,1
L8
12,00
L9
16,00
L10
12,00
12,4
12,5
12,45
L11
12,00
12,2
12,0
L12
12,00
12,0
12,1
L13
12,00
L14
12,00
L15
12,00
L16
12,00
L17
12,00
L18
12,00
L19
14,00
L20
14,00
L21
12,00
L22
10,00
L23
10,00
L24
12,5
12,3
12,4
12,3
12,4
12,35
10,3
10,3
10,3
10,00
10,2
10,5
L25
10,00
10,3
10,4
L26
10,00
10,4
10,4 10,35
PLANILHA 07 – RESUMO ESPESSURA DE LAJES MÉDIA DAS ESPESSURA
ESPESSURAS
DE PROJETO
PÓS
(cm)
CONCRETAGEM
DESVIO
DIFERENÇA
DIFERENÇA
PADRÃO
EM CM
EM %
(cm) 10,00
10,34
0,04
0,34
3,39
12,00
12,39
0,20
0,39
3,21
14,00
14,30
0,19
0,30
2,12
15,00
15,00
0,00
0,10
0,67
16,00
16,42
0,00
0,42
2,60
PLANILHA 08 - CONTROLE DE RECEBIMENTO DE MATERIAL OBRA:
PAVIMENTO: SUPERIOR E COBERTURA
DESCRIÇÃO: CONCRETO 25MPa
OBSERVADOR: ANGELO BARRETO
DESTINO: LAJES E VIGAS
DATA: HORÁRIO DE
DESCRIÇÃO DO
NÚMERO DA
DATA DO
MATERIAL
NOTA FISCAL
RECEBIMENTO
305
19/8/2009
07:20
8,0
306
19/8/2009
07:40
8,0
307
19/8/2009
07:55
8,0
308
19/8/2009
08:20
8,0
310
19/8/2009
09:15
8,0
311
19/8/2009
10:00
8,0
312
19/8/2009
09:40
9,0
315
19/8/2009
11:40
8,0
317
19/8/2009
12:30
7,0
Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm
SAÍDA DA CONCRETEIRA
QUANTIDADE EM M³
Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa,
318
19/8/2009
12:45
1,0
391
26/8/2009
07:35
7,5
392
26/8/2009
08:20
7,5
394
26/8/2009
11:00
5,0
467
2/9/2009
08:55
8,0
469
2/9/2009
10:35
8,0
471
2/9/2009
11:20
8,0
472
2/9/2009
11:50
8,0
473
2/9/2009
12:30
8,0
474
2/9/2009
12:45
8,0
475
2/9/2009
13:40
8,0
477
2/9/2009
15:10
8,0
478
2/9/2009
16:10
8,0
479
2/9/2009
17:00
3,0
653
18/9/2009
11:15
8,0
slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm
654
18/9/2009
11:20
8,0
655
18/9/2009
11:40
8,0
656
18/9/2009
12:00
8,0
657
18/9/2009
12:15
8,0
658
18/9/2009
12:40
8,0
660
18/9/2009
14:30
2,0
767
28/9/2009
09:50
8,0
768
28/9/2009
10:15
8,0
769
28/9/2009
12:40
3,0
847
2/10/2009
08:50
8,0
848
2/10/2009
09:15
8,0
849
2/10/2009
09:40
8,0
850
2/10/2009
10:00
8,0
851
2/10/2009
10:15
8,0
Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm Concreto 25 MPa, slump 100+/- 10mm
852
2/10/2009
10:50
8,0
853
2/10/2009
11:15
8,0
854
2/10/2009
11:55
8,0
857
2/10/2009
14:00
8,0
858
2/10/2009
14:00
1,0
OBS: 1 - Dia 28/09/09 foram concretados quatro pilares de 35x50cm e 3,70m de altura 2 - Dia 02/10/09 foram concretados seis pelares de 22x22cm e 3,80m de altura 3 - Dia 02/09/09 foram concretados sete pilares de 22x22cm e 3,70m de altura 4 - Dia 19/08/09 foram concretados um pilar de 35x50cm e 3,80m de altura, um pilar de 30x30cm e 2,75m de altura, e as paredes do batistério. Isso totaliza um consumo de concreto = 9,31m³ Logo o total de concreto utilizado para vigas e lajes será decrescido desta quantidade
TOTAL PREVISTO
DE CONCRETO M³ PARA LAJES DA COBERTURA
73,79
TOTAL PREVISTO
DE CONCRETO M³
PARA LAJES PAV
SUPERIOR
93,42
55,76
PAV SUPERIOR
PARA VIGAS
CONCRETO M³
PREVISTO DE
TOTAL
51,02
COBERTURA
PARA LAJES DA
DE CONCRETO M³
TOTAL PREVISTO
300,69
CONCRETO M³
UTILIZADO DE
TOTAL
PLANILHA 09 – RESUMO CONCRETO USINADO
26,70
M³
DIFERENÇA EM
9,75
DIFERENÇA EM %
ANEXO D - DADOS E PLANILHAS REFERENTES À ANÁLISE DO CONTRAPISO DADOS RELATIVOS AOS SERVIÇOS: CONTRAPISO ARGAMASSA USINADA PLANILHA Nº 01 A. Identificação Observador: Humberto Soares
Data: B. Características gerais do serviço
Tipo de mão-de-obra contratada Forma de contratação dos serviços
xprópria
osubempreitada
xpor hora
opor tarefa Com decomposição de movimento Horizontal
Equipamento de transporte do revestimento cerâmico do estoque ao posto de trabalho
Vertical
ojerica
oelevador de obra
xcarrinho de mão
oguincho de coluna (velox)
ooutro_________________
xoutro
Roldana
1
Sem decomposição de movimentos
Equipamento de nivelamento
ogrua
oBomba
olaser
onível alemão
xnível de mangueira
Limpeza e preparo da base o vanga ou similar
xcolher de pedreiro 9”
o picão / ponteiro
o peneira com cabo
o marreta
x balde plástico
xvassoura Equipamentos e ferramentas de limpeza, preparo da base e execução do contrapiso propriamente dito
Execução do contrapiso
de
cerdas
duras
(tipo
ovassoura de cerdas duras
piaçava)
o brocha
o brocha
xpá ou enxada
x mangueira ou baldes
o metro articulado
o ________________________
o soquete com base aproximadamente de 30x30 cm e 10 kg de peso x réguas de alumínio o desempenadeiras de madeira o desempenadeira de aço o espuma o ________________________
Classificação quanto à aderência xaderido
o não aderido
oflutuante C. Projeto
ITENS DE VERIFICAÇÃO
Sim
1. Há projeto de contrapiso.
Não X
2. Caso afirmativo, anotar os itens que o compõe: oespecificação do nível de referência da laje, bem como os pontos cujos níveis devem ser verificados; oposicionamento das taliscas, perfeitamente identificadas; odeclividade das áreas molháveis; otipo de acabamento superficial; odesníveis entre ambientes; oespessura do contrapiso; olegenda contendo os tipos de revestimentos de piso; oprocedimentos de execução. oespecificação de argamassa D. Planejamento e organização da execução ITENS DE VERIFICAÇÃO Logística 1. Realiza-se o planejamento do transporte da argamassa do local de produção ao
X
local de aplicação, ou seja, existem caminhos previamente definidos para o transporte horizontal de argamassa do local de produção ao local de aplicação. 2. O sequenciamento de execução do contrapiso no pavimento é de tal forma que
X
evita o tráfego de pessoas e equipamentos nos ambientes executados. Organização do posto de trabalho 1. Há um sistema de solicitação de argamassa ao local de produção que evite as sobras no local de aplicação. 2. O taliscamento das lajes é realizado de acordo com o comprimento da régua de
X
sarrafeamento. Transporte dos materiais 1. As rampas existentes no trajeto (produção-aplicação) têm inclinação inferior a
X
10%. 2. As condições do trajeto são isentas de saliências ou depressões, ou seja, a base está regularizada.
X
Não se aplica
E. Procedimentos de execução e controle ITENS DE VERIFICAÇÃO 1. Dentro do projeto de contrapiso ou fora dele, há procedimentos documentados
X
de execução do contrapiso. 2. Dentro do projeto de contrapiso ou fora dele, há procedimentos documentados
X
de verificação e controle da execução do contrapiso. F. Processo de execução ITENS DE VERIFICAÇÃO Condições para o início do serviço 1. A elevação das alvenarias está concluída.
X
1. Caso a elevação da alvenaria seja feita posteriormente ao contrapiso, a
X
dosagem da argamassa empregada no contrapiso é coerente com um nível maios de solicitação. (trânsito de pessoas e equipamentos etc) 2. As instalações elétricas e hidráulicas do piso estão concluídas.
X
3. As instalações elétricas e hidráulicas do piso estão testadas.
X
Limpeza da base e verificação dos níveis 1. Toma-se os níveis em vários pontos do ambiente para a determinação da
X
espessura do contrapiso. 2. Antes da tomada dos níveis de referência e do taliscamento, os ambientes sã o
X
limpos, ou seja, são retirados restos de argamassas e removidos óleos, graxas etc. Assentamento de taliscas 1. É realizado o taliscamento prévio da laje para a execução do contrapiso
X
propriamente dito. 2. No caso de realizar o taliscamento, as taliscas são localizadas de acordo com
X
os pontos de verificação de nível especificados no projeto. 3. Os pontos de assentamento das taliscas são devidamente limpos e previamente
X
umedecidos. 4. Polvilha-se cimento após a limpeza e umedecimento dos pontos a fim de se
X
garantir a aderência da argamassa de assentamento das taliscas à base, evitandose que as taliscas sejam acidentalmente deslocadas de sua posição original. 5. Junto aos ralos de áreas molháveis, executa-se uma talisca em anel, de forma a
X
garantir o caimento mínimo em sua direção. 6. A argamassa de assentamento das taliscas tem características idênticas à que
X
será empregada no contrapiso. Execução de mestras 1. Executam-se mestras entre as taliscas.
X
2. Compactam-se as mestras.
X
Lançamento, sarrafeamento da argamassa e acabamento da superfície 1. Para ambientes cujas espessuras de contrapiso forem maiores que 50 mm ,
X
executa-se o contrapiso em duas camadas. 2. Molha-se a laje com água em abundância antes do lançamento da argamassa.
X
3. Remove-se o excesso de água lançada na laje.
X
4. Independentemente do número de camadas, a argamassa lançada é
X
compactada a fim de diminuir os vazios proporcionando maior resistência. 5. Após o sarrafeamento, o deslocamento das pessoas sobre a argamassa é feito
X
sobre pranchas. 6. Para os contrapisos aderidos, executa-se a camada de aderência polvilhando-
X
se a laje com cimento. (geralmente utiliza-se uma peneira e aplica-se uma 2
quantidade aproximada de 0,5 kg/m ). 7. Para contrapisos aderidos, o polvilhamento com cimento inicia-se pelos pontos da laje que receberão a argamassa primeiramente, evitando que a nata que se forma devido ao polvilhamento endureça antes do lançamento da argamassa (geralmente polvilha-se inicialmente a região onde serão executadas as mestras para em seguida polvilhar o restante do ambiente, após as mesmas estarem prontas). 8. Para o caso dos contrapisos não aderidos, não é realizado nenhum preparo especial da base, uma vez que não há necessidade de aderência do contrapiso à mesma. (lavagem, retirada de graxas e óleos etc.). 9. No caso de contrapiso flutuante, a compactação da camada de argamassa colocada sobre uma camada intermediária compressível é realizada com um vibrador de superfície, evitando que a camada intermediária se deforme diferencialmente. 10. Ainda para os contrapisos flutuantes, a execução da camada de contrapiso é feita em duas etapas, ou seja: a primeira camada é lançada com espessura de 25 mm, sendo compactada e nivelada apenas com régua e, decorrido o intervalo de 24 horas, é lançada a segunda camada, também adequadamente compactada. 11. Em se tratando ainda de contrapiso flutuante, entre as duas camadas é colocada uma malha metálica, a fim de se reduzir o risco de fissuração. 12. Contrapisos que receberão acabamentos finos colados (por exemplo vinílicos) são desempenados com desempenadeiras metálicas, proporcionando um acabamento mais liso. 13. O acabamento de contrapisos que receberão revestimentos fixados com dispositivos ou argamassa adesiva (revestimento cerâmico, por exemplo), é feito com desempenadeira de madeira (contrapiso desempenado). 14. Para o caso dos contrapisos reforçados, logo após o sarrafeamento da
X
superfície com régua metálica, polvilha-se cimento sobre a argamassa sarrafeada. 15. O contrapiso é umedecido durante seu período de cura. 16. O contrapiso é isolado do trânsito de pessoas e equipamentos durante um período mínimo de 3 dias.
PLANILHA 02 - QUANTIFICAÇÃO DE SERVIÇOS OBRA:
CROQUI: OBSERVADOR:
OBJETO: CONTRAPISO
SOARES
PAV.: TÉRREO
AMBIENTE
HUMBERTO
DATA:
ÁREA PISO (m²)
ESPESSURA
VOLUME DE
DE PROJETO
MASSA,
(cm)
PREVISTO (m³)
ESPESSURA MÉDIA DE EXECUÇÃO (cm)
SEGURANÇA
13,03
3,00
0,39
3,60
COPA
4,00
3,00
0,12
4,33
DESC.
4,15
3,00
0,12
4,20
BANH. 1
3,31
3,00
0,10
4,28
BANH. 2
3,37
3,00
0,10
3,40
COPA/A.SERV.
10,47
3,00
0,31
3,98
IBURD
21,10
3,00
0,63
3,80
STA CEIA
29,33
3,00
0,88
2,98
8,84
3,00
0,27
3,30
OBREIRAS
10,53
3,00
0,32
2,95
OBREIRO
10,35
3,00
0,31
2,78
CIRCULAÇÃO 04
DEPÓSITO
18,00
3,00
0,54
2,90
ATENDIMENTO
14,39
3,00
0,43
3,40
LAVABO
2,11
3,00
0,06
2,95
43,60
3,00
1,31
3,73
7,35
3,00
0,22
3,90
41,13
3,00
1,23
3,48
SANIT DEF.
3,92
3,00
0,12
2,78
SANIT. DEF.
3,92
3,00
0,12
2,98
SANT. MASC.
37,48
3,00
1,12
1,00
SANIT. FEM.
37,33
3,00
1,12
3,08
85,05
3,00
2,55
3,10
35,36
3,00
1,06
3,35
E.B.I. 04
24,34
3,00
0,73
3,48
SALA TIAS
9,92
3,00
0,30
3,15
BERÇARIO
30,23
3,00
0,91
2,88
E.B.I. 01
34,02
3,00
1,02
3,53
E.B.I. 02
32,18
3,00
0,97
2,90
E.B.I. 03
25,24
3,00
0,76
3,55
CIRCULAÇÃO 03 DEPÓSITO ESCADA CIRCULAÇÃO 02
CIRCULAÇÃO 01 RAMPA DE ACESSO
PLANILHA 03 - VERIFICAÇÃO DE SERVIÇOS OBRA:
CROQUI: OBSERVADOR:
OBJETO: CONTRAPISO
SOARES
PAVIMENTO: TÉRREO
DATA:
AMBIENTE
ESPESSURA DE PROJETO (cm)
HUMBERTO
e1(cm)
e2(cm)
e3(cm)
e4(cm)
e média(cm)
SEGURANÇA
3,00
4
3,4
3,6
3,4
3,6
COPA
3,00
4,7
3,6
4,6
4,4
4,325
DESC.
3,00
4,3
4,6
3,7
4,2
4,2
BANH. 1
3,00
5,2
4,8
3,2
3,9
4,275
BANH. 2
3,00
3
3,9
3,7
3
3,4
COPA/A.SERV.
3,00
3,3
4,7
4,3
3,6
3,975
IBURD
3,00
4
4,2
3,8
3,2
3,8
STA CEIA
3,00
3
3,2
3
2,7
2,975
3,00
3,6
3,4
3,1
3,1
3,3
OBREIRAS
3,00
3,3
2,7
2,9
2,9
2,95
OBREIRO
3,00
2,6
2,5
3
3
2,775
DEPÓSITO
3,00
3,2
3,1
2,6
2,7
2,9
ATENDIMENTO
3,00
3,6
3
3,4
3,6
3,4
LAVABO
3,00
3
3
2,8
3
2,95
3,00
3,4
3,7
3,8
4
3,725
CIRCULAÇÃO 04
CIRCULAÇÃO 03
DEPÓSITO
3,00
4
3,8
3,8
4
3,9
3,00
3,5
3,3
3,6
3,5
3,475
SANIT DEF.
3,00
2,8
2,8
2,8
2,7
2,775
SANIT. DEF.
3,00
3
3
2,9
3
2,975
SANT. MASC.
3,00
0,7
2
0,8
0,5
1
SANIT. FEM.
3,00
3
2,8
3,5
3
3,075
3,00
3,2
3,1
3
3,1
3,1
3,00
3,2
3,4
3,4
3,4
3,35
E.B.I. 04
3,00
3,3
3,5
3,5
3,6
3,475
SALA TIAS
3,00
3
3,2
3,2
3,2
3,15
BERÇARIO
3,00
3,3
2,6
2,8
2,8
2,875
E.B.I. 01
3,00
3,6
3,4
3,5
3,6
3,525
E.B.I. 02
3,00
3
2,9
2,8
2,9
2,9
E.B.I. 03
3,00
3,3
3,5
3,7
3,7
3,55
ESCADA CIRCULAÇÃO 02
CIRCULAÇÃO 01 RAMPA DE ACESSO
PLANILHA 04 – RESUMO ESPESSURA DE CONTRA-PISO MÉDIA DAS ESPESSURA
ESPESSURAS
DE PROJETO
PÓS
(cm)
CONCRETAGEM
DESVIO
VARIAÇÃO
VARIAÇÃO
PADRÃO
EM CM
EM %
0,63
0,30
9,97
(cm) 3,00
3,30
PLANILHA 05 - CONTROLE DE RECEBIMENTO DE MATERIAL OBRA:
PAVIMENTO: SUPERIOR E COBERTURA
DESCRIÇÃO: ARGAMASSA 1:4
OBSERVADOR: ANGELO BARRETO
DESTINO: LAJES E VIGAS
DATA: HORÁRIO DE
DESCRIÇÃO DO
NÚMERO DA
DATA DO
MATERIAL
NOTA FISCAL
RECEBIMENTO
997
14/10/2009
07:15
3,0
1286
30/10/2009
07:00
7,0
1355
4/11/2009
12:55
4,0
1375
5/10/2009
10:50
4,0
1464
9/11/2009
15:50
3,0
Argamassa para contrapiso, 1:4 Argamassa para contrapiso, 1:4 Argamassa para contrapiso, 1:4 Argamassa para contrapiso, 1:4 Argamassa para contrapiso, 1:4
SAÍDA DA CONCRETEIRA
QUANTIDADE EM M³
604,05
(M²)
TOTAL
ÁREA
3
PROJETO (cm)
ESPESSURA DE
3,30
CONCRETAGEM (cm)
ESPESSURAS PÓS
MÉDIA DAS
21,00
ULTILIZADA (M³)
(M³)
18,12
ARGAMASSA
ARGAMASSA PREVISTA
PLANILHA 06 – RESUMO CONTRA-PISO USINADO
2,88
M³
DIFERENÇA EM
15,88
EM %
DIFERENÇA
ANEXO E – CROQUIS 01 E 02, PLANTA BAIXA PAVIMENTO TÉRREO E SUPERIOR Croqui 01 – Planta baixa pavimento térreo
Croqui 02 – Planta baixa pavimento superior
ANEXO F - ENTREVISTA DE AVALIAÇÃO DO ESTUDO DE CASO
Empresa: Nome:
Cargo:
Data da entrevista:
Entrevista semi-estruturada
1. Já foi elaborado algum estudo, em alguma obra da empresa, sobre perda de materiais? 2. De onde são extraídos os índices de perdas de materiais utilizados no processo de orçamentação? 3. A preocupação dos gestores, tanto da empresa quanto da obra, quanto aos índices de perdas de materiais que possam haver na obra? 4. Você acha que a interferência no processo executivo visando a redução das perdas de materiais, pode ajudar para elevação da qualidade final do produto? 5. Você acha que a interferência no processo executivo visando a redução das perdas, pode ajudar na maximização do lucro? 6. Você conseguiu enxergar resultados positivos e/ou negativos no estudo realizado? Explique. 7. Qual sua avaliação final sobre o estudo? E a pesquisa agregou algo para a empresa? RESPOSTAS 1 – Não
2 – Do TCPO. Na maioria das vezes é considerado um índice de perda fictício, 10%, independente do tipo de serviço ou material. Sabe-se que em alguns serviços estes índices são menores e em outros maiores, o que deve acabar compensando um ao outro.
3 – O fato da empresa não ter desenvolvido até então nenhum tipo de estudo nesta área, não quer dizer que não houvesse preocupação com as perdas, pois sabe-se que isto pode elevar o custo da edificação.
4 – Com certeza, evitando retrabalhos. Cortes, quebras, emendas ficam as vezes visíveis e prejudicam a estética do produto. As vezes um serviço mal feito pode também comprometer o desempenho do produto, como por exemplo uma camada de massa única mais espessa pode não ter aderência suficiente para suportar seu próprio peso e desplacar.
5 – Com certeza. Este, sem sombra de dúvidas, é o principal objetivo de se mensurara e identificar as causas das perdas para tenta solucioná-las e se possível “eliminá-las”.
6 – De forma geral o estudo foi proveitoso para a empresa para que posteriormente, em outras obras, possa tentar aplicar as soluções aqui encontradas para minimizar as perdas. Não poderia dizer o mesmo para a obra, pois já não há mais tempo para executar mudanças. Não esperava que o índice de concreto fosse alcançar 10%, pois a única parte de material que é de fácil observação e te demonstra o desperdício, é a parcela que não é incorporada a edificação e sai da obra como entulho.
7 – Acho que o principal retorno que esta pesquisa pode ter dado foi:
Demonstrar os pontos falhos no processo executivo, como nivelamento de formas, plano de corte de cerâmica.
Pode ter sido um ponto de partida para que a empresa possa da prosseguimento, fazendo um estudo mais completo, e consequentemente montar seu próprio banco de dados para auxiliar no processo de orçamentação.
Até o momento o meu pensamento como gestor de obras, era trabalhar com premiação por produtividade, porem o funcionário na tentativa maximizar o seu lucro
não dava importância a um material que poderia ser reaproveitado, temos com exemplo a massa única da fachada que foi pago um certo valor por m² produzido, e toda argamassa que caia no “pé” da parede era perdida e no final do dia ainda tínhamos que colocar serventes para recolher a argamassa, gerando entulho.
Com este estudo percebi que algumas perdas são de fácil controle e estão ao alcance dos operários, sendo assim poderíamos criar, assim como para produção, uma política de premiação para racionalização de insumos.