Capítulo 7 Exercícios Resolvidos - ime.uerj.br

b) Encontrar p(t)paraf(p) = βp−k2p2,ondeβ ek são constantes positivas. Calcular novamente a população limite do sistema. dp dt = βp− kp2⇒...

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Capítulo 7 Exercícios Resolvidos por Augusto César de Castro Barbosa Neste capítulo, apresentamos uma coletânea de exercícios resolvidos relacionados a várias aplicações. Todo o conteúdo deste capítulo foi gentilmente cedido pelo professor Augusto César de Castro Barbosa do Departamento de Análise do IME/UERJ, a quem a autora agradece.

7.1 Aplicações à Biologia 1. Numa colméia, a razão de crescimento da população é uma função da população. Assim dp = f (p). dt a) Calcular p(t) para f (p) = βp, onde β é uma constante positiva, e determinar a população limite do sistema. Z Z dp 1 1 = βp ⇒ dp = βdt ⇒ dp = β dt ⇒ ln p = βt + c dt p p p = eβt+c ⇒ p(t) = keβt , onde k = ec p(0) = p0



p0 = keβ.0

p(t) = p0 eβt



k = p0

No cálculo da população limite (supondo p0 > 0) temos p(t) = p0 eβt



170

lim p(t) = +∞

t→∞

b) Encontrar p(t) para f (p) = βp − k 2 p2 , onde β e k são constantes positivas. Calcular novamente a população limite do sistema. 1 ⇒ dp = dt βp − kp2     β β β2 2 2 2 2 βp − kp = −(kp − βp) = −k p − p = −k p − p ± 2 k k 4k # " 2 2 β β − 2 = −k p− 2k 4k   Z Z 1 1 β 1 β dp Sejam u = p − dp = − ,a= !2 βp − kp2 k 2k 2k β β2 p− − 2 2k 4k Z Z u=a sec θ , 1 a sec θ tg θ 1 1 du=a sec θ tg θdθ du = − dθ = − 2 2 2 k u −a k a (sec2 θ − 1) Z Z 1 a sec θ tg θ sec θ 1 =− dθ = − dθ 2 2 k a tg θ ak tg θ Z Z 1 1 1 cossec θdθ dθ = − =− ak sen θ ak 1 = − ln(cossec θ − cotg θ) + c ak dp = βp − kp2 dt

u

t

θ

u a 2 2 u = a + t2 sec θ =

⇒ ⇒

a cos θ = √ u t = u2 − a2

a √

u2 − a2 u ⇒ cossec θ = √ u u2 − a2 √ u2 − a2 a sen θ = ⇒ cotg θ = √ tg θ = 2 cos θ a u − a2 sen θ =

171

1 − k

Z

# "   1 1 1 u−a u−a du = − ln √ = − ln p u2 − a2 ak ak u2 − a2 (u − a)(u + a) r 1 u−a = − ln ak u+a r Z 1 u−a 1 dp = − ln 2 βp − kp ak u+a

Temos então que r   1 u−a 1 u−a − ln = t + c1 = t + c1 ⇒ − ln ak u+a 2ak u+a   u−a = −2akt + c2 onde c2 = −2akc1 ⇒ ln u+a u−a = c3 e−2akt ⇒ u(1 − c3 e−2akt ) = a(1 + c3 e−2akt ) u+a β β 1 + c3 e−2akt a; u=p− e a= u= −2akt 1 − c3 e 2k 2k β −2akt = −2 kt = −βt 2k   β 1 + c3 e−βt β β 1 + c3 e−βt + 1 − c3 e−βt p− = ⇒ p= 2k 1 − c3 e−βt 2k 2k 1 − c3 e−βt   β β 2 1 p= = −βt 2k 1 − c3 e k 1 − c3 e−βt β kp0 − β β 1 ⇒ 1 − c3 = ⇒ c3 = p(0) = p0 = k 1 − c3 kp0 kp0 1 β kp0 = kp0 − β −βt k kp0 + (β − kp0 )e−βt e 1− kp0 p0 βeβt p0 β = = kp0 (1 − e−βt ) + βe−βt kp0 (eβt − 1) + β p0 eβt = kp0 βt (e − 1) 1+ β

p=

β k

172

Uma forma mais simples de obter p(t): dp = βp − kp2 , dt

f (p) = βp − kp2

1 dp = dt βp − kp2 Z Z 1 dp = dt βp − kp2

⇒ ⇒

A B 1 1 = + ⇒ A = e βp − kp2 p β − kp β Z Z Z 1 1 1 k dp + dp = dt β p β β − kp   1 k 1 − ln(β − kp) = t + c1 ln p + β β k 1 ln β



p β − kp

p = c3 eβt β − kp

p(0) = p0



= t + c1



ln



p β − kp

p = βc3 eβt − kc3 eβt p

⇒ ⇒

p0 =

βc3 1 + kc3





⇒ c3 =

βp0 eβt βp0 eβt β − p0 k p(t) = = = β − p0 k + kp0 eβt kp0 eβt 1+ 1− β − p0 k

B=

k β

= βt + c2

p(t) =

βc3 eβt 1 + kc3 eβt

p0 β − p0 k p0 eβt k p0 (eβt − 1) β

No cálculo da população limite temos p0 eβt p0 eβt p0 eβt p0 β β = lim = lim = lim = t→∞ t→∞ k kp0 βt kp0 βt t→∞ kp0 βt t→∞ kp0 (e − 1) e e 1+ 1+ β β β lim

2. A população de uma cidade é de 1.000.000 de habitantes. Houve uma epidemia e 10% da população contraiu um vírus. Em sete dias esta percentagem cresceu para 20%. O vírus se propaga por contato direto entre indivíduos enfermos e sãos (logo, é proporcional ao número de contatos). A partir destes dados e supondo que o modelo seja fechado, isto é, a população se mantém constante, sem nascimentos, mortes ou migração, e os indivíduos tendo toda a liberdade de interagir, calcule:

173

a) A proporção de indivíduos enfermos e sãos, como uma função do tempo. x=

ne , n

y=

ns , n

x + y = 1,

ne + ns = n

onde n = número total de habitantes ne = número de indivíduos enfermos ns = número de indivíduos sãos x = proporção de indivíduos enfermos y = proporção de indivíduos sãos dx ∝ xy, dt

dx = kxy dt

onde k é a constante de proporcionalidade dos contatos. y =1−x



dx = kx(1 − x) Zdt Z 1 dx = k dt x(1 − x)

1 dx = kdt ⇒ x(1 − x) 1 A B = + ⇒ x(1 − x) x 1−x ⇒ 1 = (B − A)x + A ⇒ 1 1 1 = + x(1 − x) x 1−x



ln x − ln(1 − x) = kt + c ⇒

Z

x = Aekt 1−x

174

1 = A(1 − x) + Bx A=1 1 dx + x



e B=A=1

Z

1 dx = k 1−x x = kt + c ln 1−x

onde A = ec

Z

dt

t=0 1 10 1−

t=7

1 10



x = 10% =

= Aek.0



A=



1 10 1 = 10 9 9

1 x = ekt 1−x 9

2 1 x = 20% = = 10 5



1 10

e7k =

9 4



1 5

1 = e7k 1 9 1− 5 1 9 k = ln 7 4 ⇒

Logo, x 1 = exp 1−x 9 Obs.:

x =z 1−x



x=



t 9 ln 7 4



z z+1

! t 9 exp ln 7 4 ! x= t 9 +9 ln exp 7 4

! t 9 exp ln 7 4 ! y =1−x=1− t 9 +9 ln exp 7 4 b) O tempo necessário para que a percentagem de indivíduos enfermos seja

175

de 50%. 1 2 1     1 1 t 9 t 9 x 2 = exp ⇒ = exp ln ln 1−x 9 7 4 7 4 1 9 1− 2   ln 9 t 9 t 9 ≈ 19 dias =9 ⇒ ln ln = ln 9 ⇒ t = 7 exp 7 4 7 4 9 ln 4 t? | x = 50% =

3. Em março de 1987, a população mundial atingiu 5.000.000.000, e estava crescendo à taxa de 380.000 pessoas por dia. Assumindo-se taxas de natalidade e mortalidade constantes, para quando se deve esperar uma população mundial de 10.000.000.000? dP (0) = 3, 8.105 d−1 dt Z Z 1 1 dP = kdt ⇒ dP = k dt P P ⇒ P (t) = cekt onde c = ec1

1987 → P (0) = 5.109, dP = kP ⇒ dt ln P = kt + c1 P (0) = 5.109



5.109 = cek.0

P (t) = 5.109 ekt



c = 5.109

dP (0) = 3, 8 × 105 × 365 = 1, 39.108a−1 dt dP (0) = 5.109 k dt 8 1, 39.10 = 2, 78.10−2 5.109 k = 1, 39.108 ⇒ k = 5.109 P (t) = 5.109 e0,028t t =? | P (t) = 10.109 1010 1 = 5.109 e0,028t ⇒ 0, 028t = ln ⇒ t = ln 2 ≈ 25 anos 5.109 0, 028 dP = kP = 5.109 kekt dt

1010

A população atingirá 1010 em 2012.

176



7.2 Aplicações à Física 1. A velocidade de desintegração do Rádio é diretamente proporcional à sua massa no instante considerado. a) Determine a lei de variação da massa de Rádio em função do tempo, sabendo que no instante t = 0 a massa era m0 . Z Z dm 1 1 = −km ⇒ dm = −kdt ⇒ dm = −k dt dt m m ln m = −kt + c ⇒ m = Ae−kt onde A = ec m(0) = m0



m0 = Ae−k.0



m(t) = m0 e−kt

A = m0

b) Qual o intervalo de tempo necessário para que metade da massa inicial de Rádio se desintegre? (k = 0, 000436a−1) m0 = m0 e−kt 2



1 = e−kt 2



ln

1 = −kt 2



t=

1 ln 2 ≈ 1590 anos k

2. Segundo a lei de Newton, a velocidade de resfriamento de um corpo no ar é proporcional à diferença da temperatura T do corpo e a temperatura Ta do ambiente. Se a temperatura do ambiente é de 20o C e a temperatura do corpo cai em 20 minutos de 100o C a 60oC, dentro de quanto tempo sua temperatura descerá para 30o C? Z Z dT 1 1 = k(Ta − T ) ⇒ dT = kdt ⇒ dT = k dt dt Ta − T Ta − T − ln(Ta − T ) = kt + c1 ⇒ ln(Ta − T ) = −kt + c2 ⇒ Ta − T = c3 e−kt ⇒

T (0) = 100o C



T = Ta + c3 e−kt

100 = 20 + c3 e−k.0

T (t) = 20 + 80e−kt

T (20) = 60oC ⇒



60 = 20 + 80e−20k





e−20k =

1 ⇒ k= ln 2 20   t T (t) = 20 + 80 exp − ln 2 20 −20k = − ln 2

177

c3 = 80 1 40 = 80 2

t? | T (t) = 30o C     t t 30 = 20 + 80 exp − ln 2 ⇒ 10 = 80 exp − ln 2 20 20   t 1 = exp − ln 2 ⇒ 8 20 20 ln 8 20.3. ln 2 t = = 60 min − ln 8 = − ln 2 ⇒ t = 20 ln 2 ln 2 Obs.:

ln 8 = ln 23 = 3 ln 2.

3. Uma bola de golfe de massa 0, 5kg recebe uma tacada que lhe imprime uma velocidade de 72km.h−1 . Supondo-se que a bola permanece em contato permanente com o chão e sabendo-se que a força de atrito sobre ela é de −5N, qual a distância percorrida pela bola até ela parar? m = 0, 5kg, v = 72km.h−1 = 20m.s−1 , fa = −5N dv fa dp = fa ⇒ m = fa ⇒ dv = dt dt Z m Z dt fa fa dv = dt ⇒ v = t + c1 m m fa v(0) = 20 ⇒ 20 = .0 + c1 ⇒ c1 = 20 m 5 fa t + 20 = −10t + 20 v(t) = t + 20 = − m 0, 5 Como

v=

ds , dt ds = −10t + 20 ⇒ ds = (−10t + 20)dt Z dt Z ds = (−10t + 20)dt ⇒ s = −5t2 + 20t + c2 s(0) = 0



0 = −5.0 + 20.0 + c2 s(t) = −5t2 + 20t



c2 = 0

O tempo necessário para a bola parar → t | v(t) = 0. v(t) = 0 ⇒ −10t + 20 = 0 ⇒ t = 2s s(2) = −5.22 + 20.2 = −20 + 40 = 20. A bola percorre uma distância de 20m até parar.

178

4. Considere y

~ N

0

x

θ

P~

θ

Dadas as condições iniciais ( v(0) = v0 , x(0) = x0

,

determine as expressões da velocidade e da posição em função do tempo. P~ ~ N



peso do corpo



e

reação normal da superfície do plano inclinado

Podemos decompor o movimento do corpo nas direções x e y. 1. Direção y. Py − N = 0



N = Py



N = mg cos θ

onde

P = mg

2. Direção x. Px = ma Obs.:



v ≡ vx

dv = g sen θdt Como

mg sen θ = ma



Z



dv = g sen θ

g sen θ =

Z

dv dt

onde a =

dt



v = g sen θt + c



v = v0 + g sen θt

v(0) = v0 , v0 = g sen θ.0 + c



c = v0

179

dv dt

Temos também que v=

dx dt



dx = (v0 + g sen θt)dt ⇒ Como



dx = v0 + g sen θt dt Z Z dx =

(v0 + g sen θt)dt

1 x = v0 t + g sen θt2 + k 2

x(0) = x0 , 1 x0 = v0 .0 + g sen θ02 + k ⇒ k = x0 2 1 x = x0 + v0 t + g sen θt2 2

5. Vamos considerar agora o plano inclinado com atrito e o corpo sujeito à resistência do ar. f~



~ → força de atrito cinético de contato e R ~ = −γ~v , ~ ux R f~ = −µ|N|b

resistência do ar

Direção x. Px + f + R = ma



mg sen θ − µN − γv = m

dv dt

1 1 dv = dt mg sen θ − µN − γv m

Z 1 1 dt dv = mg(sen θ − µ cos θ) − γv m 1 1 ⇒ − ln [mg(sen θ − µ cos θ) − γv] = t + c γ m γ ln [mg(sen θ − µ cos θ) − γv] = − t + c1 m − γt m onde c2 = ec1 e c1 = −γc mg(sen θ − µ cos θ) − γv = c2 e (N = mg cos θ) ⇒





Z

i γ 1h −m t mg(sen θ − µ cos θ) − c2 e v= γ 1 v(0) = v0 ⇒ v0 = [mg(sen θ − µ cos θ) − c2 ] γ γv0 = mg(sen θ − µ cos θ) − c2 ⇒ c2 = mg(sen θ − µ cos θ) − γv0

180

Temos então que v(t) =

o γ 1n mg(sen θ − µ cos θ) − [mg(sen θ − µ cos θ) − γv0 ] e− m t γ   γ γ 1 v(t) = mg(sen θ − µ cos θ) 1 − e− m t + v0 e− m t γ 1 lim v(t) = mg(sen θ − µ cos θ) = vL t→+∞ γ

6. Um assado pesando 2, 5kgf , inicialmente a 10o C, é posto em um forno a 280oC às cinco horas da tarde. Depois de 75min a temperatura T (t) do assado é de 90o C. Quando será a temperatura do assado igual a 150o C?

o

T (0) = 10 C,

17 : 00 → t = 0 T (75) = 90oC, Ta



ambiente

dT dT = k(Ta − T ) ⇒ = k(280 − T ) dt dt Z Z 1 dT = k dt ⇒ − ln(280 − T ) = kt + c 280 − T ⇒ 280 − T = Be−kt onde B = e−c T (0) = 10



280 − 10 = B.1

T (t) = 280 − 270e−kt



B = 270

1 T (75) = 90 ⇒ 280 − 270e = 90 ⇒ k = − ln 75 −0,0047t k ≈ 0, 0047 ⇒ T (t) = 280 − 270e −kt

t =? | T (t) = 150oC

1 150 = 280 − 270e ⇒ t=− ln 0, 0047 t ≈ 155min o T = 150 C por volta de 19 : 35h −0,0047t





130 270

190 270





7. Considerando um pára-quedista em queda livre, sem o acionamento do pára-quedas, determine a sua velocidade como uma função do tempo e sua velocidade limite. Considere v(0) = 0.

181

~ R

P~ = m~g ~ = −γ~v R

11 00 00 11 00 11 00 11

~ P y

dv dt Z Z 1 1 1 1 dt dv = dt ⇒ dv = mg − γv m mg − γv m 1 t γt − ln(mg − γv) = + c ⇒ ln(mg − γv) − + k1 , k1 = −γc γ m m γ k2 = ek1 mg − γv = k2 e− m t ,  γ γ 1 γv = mg − k2 e− m t ⇒ v = mg − k2 e− m t γ mg − γv = ma



mg − γv = m

1 (mg − k2 ) ⇒ k2 = mg γ  γ mg  t −m 1−e v(t) = γ mg mg (1 − 0) = vL = lim v(t) = t→∞ γ γ

v(0) = 0



0=

8. Refaça o exercício anterior considerando o pára-quedas aberto. Considere v(0) = v0 . m = m1 + m2 , m1 m2

→ →

~ = −λv 2 u R by

massa do pára-quedista massa do pára-quedas

dv mg − λv 2 = m dt Z Z 1 1 1 1 dt dv = dt ⇒ dv = 2 2 mg − λv m mg − λv m 1 1 A B √ √ = − = + √ √ mg − λv 2 λv 2 − mg v λ − mg v λ + mg P − R = ma



182

√ √ −1 = (A + B) λv + (A − B) mg √ (A + B) λ = 0 ⇒ A = −B 1 √ √ (A − B) mg = −1 ⇒ −2B mg = −1 ⇒ B = √ 2 mg " # 1 1 1 1 √ =− √ − √ mg − λv 2 2 mg v λ − √mg v λ + √mg Z

1 1 dv = − √ mg − λv 2 2 mg

) Z 1 1 √ √ √ dv − √ dv v λ − mg v λ + mg h i √ √ √ √ ln(v λ − mg) − ln(v λ + mg)

(Z

1 =− √ 2 mgλ Z t 1 dt = +c = m m

r √ √ ! v λ − mg gλ √ = −2 (t + c) ln √ m v λ + mg r ! r ! √ √ gλ gλ √ √ onde k = exp −2c v λ − mg = (v λ + mg)k exp −2t m m √

"

r

v λ 1 − k exp −2t

gλ m

!#

=



r

mg 1 + k exp −2t

! gλ 1 + k exp −2t r m mg r ! v(t) = λ gλ 1 − k exp −2t m r

mg 1 + k λ 1−k

r

r

gλ m

!!

mg v(0) = v0 ⇒ v0 = ⇒ v0 − v0 k = +k λ r mg r r  v0 − mg mg r λ k + v0 = v0 − ⇒ k= λ λ mg v0 + λ r mg vL = lim v(t) = t→∞ λ

183

r

mg λ

Movimento Harmônico Simples

m −xm

xm

0

F = ma,

onde

x

F = −kx

Logo, −kx = ma



m

d2 x = −kx dt2



d2 x kx + =0 dt2 m

ou d2 x + ω 2 x = 0 onde dt2 Determine a solução de

k ω= m

obs.:

T = 2π

r

m k

d2 x + ω2x = 0 dt2

Cálculo de xh Equação Homogênea: Equação Característica:

d2 x + ω2x = 0 dt2 r2 + ω 2 = 0



r1 = ωi

e

r2 = −ωi

x(t) = c1 eiωt + c2 e−iωt = c1 (cos ωt + i sen ωt) + c2 (cos ωt − i sen ωt) = (c1 + c2 ) cos ωt + i(c1 − c2 ) sen ωt Fazendo c1 + c2 = A cos φ e i(c1 − c2 ) = −A sen φ, x(t) = A cos ωt cos φ − A sen ωt sen φ ⇒ x(t) = A cos(ωt + φ)

184

Oscilador de Torção O pêndulo de torção consiste em um corpo suspenso por um fio (figura que segue) de modo que a linha OC passe pelo centro de massa do corpo.

0

1 0 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 111111111 000000000 01 1 01 1 01 1 01 1 01 1 01 1 01 1 01 1 01 1 01 1 01 1 01 1 01 1 01 1 0 1

C

I

θ

Quando o corpo sofre uma rotação de ângulo θ, a partir de sua posição de equilíbrio, o fio é torcido e passa a exercer um torque τ sobre o corpo, em torno de OC, que se opõe ao deslocamento θ com módulo proporcional a θ. Podemos então escrever que, para pequenas torções, τ = −kθ, onde k é o coeficiente de torção do fio. Chamando de I o momento de inércia do corpo em relação ao eixo OC, τ = Iα



−kθ = I

d2 θ dt2

d2 θ k + θ=0 dt2 I ou

d2 θ + ω2θ = 0 dt2 onde α é a aceleração angular e k ω = , I 2

T = 2π

r

I k

A partir da equação para o período, podemos determinar experimentalmente o momento de inércia de um corpo, deixando-o suspenso por um fio cujo coeficiente é conhecido e, em seguida, medindo o período T de oscilação.

185

Determine a solução de

d2 θ k + θ = 0. dt2 I

Solução: d2 θ + ω2θ = 0 dt2 Equação característica: r2 + ω 2 = 0 iωt

−iωt



r1 = ωi

r2 = −ωi

e

θ(t) = c1 e + c2 e = c1 (cos ωt + i sen ωt) + c2 (cos ωt − i sen ωt) = (c1 + c2 ) cos ωt + i(c1 − c2 ) sen ωt ( c1 + c2 = θ0 cos φ i(c1 − c2 ) = −θ0 sen φ θ(t) = θ0 cos ωt cos φ − θ0 sen ωt sen φ θ(t) = θ0 cos(ωt + φ)

ou r

θ(t) = θ0 cos

k t+φ I

!

Pêndulo Simples Um pêndulo simples consiste de uma partícula de massa m presa em um ponto O por um fio de comprimento l e massa desprezível. 0

11 0 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 0 01 1 01 1 01 1 01 1 01 1 01 1 01 1 01 1 01 1 01 1 01 1 01 1 01 1 01 1 0 1 111111111 000000000 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

θ T~ l

A

m C

~T F

θ

~N F

~ P

As forças que agem no pêndulo são a tração T~ no fio e o peso P~ , que está decomposto na figura em suas componentes tangencial e normal (radial).

186

Obs.: Componente tangencial → força restauradora Componente normal → força centrípeta |F~N | = |T~ | = mg cos θ,

|F~T | = mg sen θ

Da figura FT = −mg sen θ, onde o sinal negativo indica que a força tem sentido oposto ao deslocamento. Mas, FT = maT = m

d2 x d2 (lθ) d2 θ = m = ml dt2 dt2 dt2

onde x = lθ. Logo, ml

d2 θ = −mg sen θ dt2



d2 θ g + sen θ = 0. dt2 l

No limite em θ, θ é muito pequeno, sen θ ≈ θ e a equação se torna d2 θ g + θ = 0. dt2 l Vemos desta equação que, dentro da aproximação de ângulos pequenos, o movimento do pêndulo simples é harmônico simples, com s l g e T = 2π . w2 = l g Obs.: Em radianos θ = 5o ≈ 0, 087267 rad sen θ = 0, 087156 tg θ = 0, 087489 sen θ lim =1 θ→0 θ

187

Para um ângulo θ qualquer, pode ser demonstrado que s   l 1 9 2 θ0 4 θ0 T = 2π 1 + sen + sen + ... g 4 2 64 2 Determine a solução da equação diferencial: d2 θ g + θ = 0. dt2 l Equação característica: r r g g g i = ωi, r2 = − i = −ωi r + = 0 ⇒ r1 = l l l θ(t) = c1 eωit + c2 e−ωit = c1 (cos ωt + i sen ωt) + c2 (cos ωt − i sen ωt) = (c1 + c2 ) cos ωt + i(c1 − c2 ) sen ωt = θ0 cos ωt cos φ − θ0 sen ωt sen φ = θ0 cos(ωt + φ) 2

onde θ0 cos φ = c1 + c2

− θ0 sen φ = i(c1 − c2 )

e

Temos finalmente que s

θ(t) = θ0 cos

l t+φ g

!

Pêndulo Físico Denominamos pêndulo físico qualquer corpo rígido que pode oscilar livremente em torno de um eixo horizontal sob a ação da gravidade. 0 θ

z

d

C I

θ

m

P~

188

→ → →

C I m



d

centro de massa momento de inércia massa do corpo OC

Obs.: Todos pêndulo reais são pêndulos físicos. ~i ~k ~j ~τ = ~r × ~p = d sen θ −d cos θ 0 = −dmg sen θ~k 0 −mg 0 A componente z do torque que age sobre o corpo é τz = −mgd sen θ. Por outro lado, τz = Iα, onde α=

d2 θ dt2

é a aceleração angular. Daí I

d2 θ = −mgd sen θ dt2



d2 θ mgd + sen θ = 0. dt2 I

Supondo que as oscilações são pequenas (θ << 1), d2 θ mgd + θ = 0. dt2 I Neste caso, ω2 =

mgd I

e

T = 2π

Determine a solução da equação diferencial d2 θ mgd + θ = 0. dt2 I

189

s

I . mgd

Equação característica: r r mgd mgd mgd r + = 0 ⇒ r1 = i = ωi, r2 = − i = −ωi I I I θ(t) = c1 eωit + c2 e−ωit = c1 (cos ωt + i sen ωt) + c2 (cos ωt − i sen ωt) = (c1 + c2 ) cos ωt + i(c1 − c2 ) sen ωt ! r mgd t+φ = θ0 cos ωt cos φ − θ0 sen ωt sen φ = θ0 cos I 2

Movimento Harmônico Amortecido Quando estudamos o oscilador harmônico, supomos as forças conservativas. Na prática, sempre existe dissipação de energia. Vamos supor que, além da força restauradora F = −kx, age uma outra força de sentido oposto ao da velocidade F ′ = −λv, onde λ é uma constante. Pela segunda lei de Newton, d2 x dx = −kx − λ 2 dt dt 2 λ dx k d x + + x = 0. 2 dt m dt m

ma = −kx − λv



m

Podemos reescrever esta equação como d2 x dx + 2γ + ω02x = 0 2 dt dt onde 2γ =

λ m

e

ω02 =

k m

é a freqüência angular natural, sem amortecimento.

190

Equação característica: 2

r + 2γr +

ω02

r1 = −γ +

q

=0



r=

γ 2 − ω02 ,

−2γ ±

r2 = −γ −

p 4γ 2 − 4ω02 q2 γ 2 − ω02

Consideremos o caso em que o amortecimento é pequeno, isto é γ < ω0 . Assim, q q q r1 = −γ + γ 2 − ω02 = −γ + −(ω02 − γ 2 ) = −γ + ω02 − γ 2 i q r2 = −γ − ω02 − γ 2 i q r2 = −γ − wi ω = ω02 − γ 2 ⇒ r1 = −γ + wi, x(t) = c1 er1 t + c2 er2 t = c1 e(−γ+iω)t + c2 e(−γ−iω)t = e−γt [c1 (cos ωt + i sen ωt) + c2 (cos ωt − i sen ωt)] = e−γt [(c1 + c2 ) cos ωt + i(c1 − c2 ) sen ωt] = e−γt [A cos ωt cos φ − A sen ωt sen φ]

onde c1 + c2 = A cos φ e i(c1 − c2 ) = −A sen φ −γt x(t) = Ae cos (ωt + φ) Obs.: 1. Se o amortecimento é muito grande, γ pode se tornar maior do que ω0 . Neste caso, não há oscilações. x(t) = c1 er1 t + c2 er2 t onde q

γ 2 − ω02 q r2 = −γ − γ 2 − ω02 r1 = −γ +

∈R ∈R

2. A energia perdida pela partícula que executa oscilações amortecidas é absorvida pelo meio ambiente. 3. A freqüência é menor e o período é maior quando existe atrito.

191

9. Quando um corpo se move através de um fluido viscoso sob a ação de uma força F~ , a força resultante é F −Kηv, onde K depende da forma do corpo, v é a velocidade do corpo e η é o coeficiente de viscosidade. Obter a velocidade como função do tempo. Suponha que o movimento seja retilíneo, que a força aplicada seja constante e que v(0) = v0 . dv F = ma ⇒ F − Kηv = m dt   Z Z 1 F Kη Kη dv v− ⇒ dt =− dv = − dt m Kη m F v− Kη   Kη F Kη F ln v − =− t + c1 ⇒ v = + ce− m t Kη m Kη F F v(0) = v0 ⇒ + c = v0 ⇒ c = v0 − Kη Kη   Kη F F v(t) = e− m t + v0 − Kη Kη Oscilações Forçadas Consideremos uma força externa periódica agindo sobre um oscilador (amortecido). Podemos supor que, em geral, o período desta força não coincidirá com o período natural do oscilador. A força externa tem o papel de suprir continuamente o oscilador com energia, compensando a dissipação. Considere F = F0 cos ωf t, a força aplicada e ωf sua freqüência. Vamos supor que a partícula esteja sujeita também a uma força F = −kx e a uma força amortecedora A equação do movimento é

F ′ = −λv.

−kx − λv + F0 cos ωf t = m

d2 x dt2

ou dx F0 d2 x 2 + 2γ + ω x = cos ωf t 0 dt2 dt m

192

(7.1)

onde 2γ =

λ m

ω02 =

e

k m

A solução de (7.1) tem a forma x(t) = xh (t) + xp (t)

(7.2)

Cálculo de xh (t) Equação homogênea:

dx d2 x + 2γ + ω02 x = 0. 2 dt dt

Do Exercício 8, xh (t) = Ae−γt cos(ωt + φ)

(7.3)

xp (t) = B cos ωf t + C sen ωf t ′ xp (t) = −Bωf sen ωf t + Cωf cos ωf t x′′p (t) = −Bωf2 cos ωf t − Cωf2 sen ωf t

(7.4) (7.5)

Cálculo de xp (t) Temos que

Levando (7.4), (7.5) e (7.6) em (7.1), −Bωf2 cos ωf t − Cωf2 sen ωf t + 2γ [−Bωf sen ωf t + Cωf cos ωf t] F0 + ω02 [B cos ωf t + C sen ωf t] = cos ωf t m  F0  −Bωf2 + 2Cγωf + ω02B = m −Cω 2 + 2Bγω + ω 2C = 0 f

f

0

2γωf B ω02 − ωf2 F0 2γωf B + ω02 B = −Bωf2 + 2γωf 2 2 ω0 − ωf m " # 4γ 2 ωf2 + (ω02 − ωf2 )2 ω02 − ωf2 F0 F0 B ⇒ B = = ω02 − ωf2 m m 4γ 2 ωf2 + (ω02 − ωf2 )2 C(ω02 − ωf2 ) = 2Bγωf

C=



C=

2γωf F0 2 2 m 4γ ωf + (ω02 − ωf2 )2

193

(7.6)

x(t) = xh (t) + xp (t) ω02 − ωf2 F0 cos ωf t m 4γ 2 ωf2 + (ω02 − ωf2 )2 F0 2ωf γ + sen ωf t 2 m 4γ 2 ωf + (ω02 − ωf2 )2

= Ae−λt cos(ωt + φ) +

O primeiro termo do segundo membro, solução da equação homogênea, representa oscilações amortecidas. Este termo decresce quanto t cresce e, ao fim de certo tempo, os outros dois termos, que representam oscilações forçadas, são os que desempenham papel principal. Fazendo ω02 − ωf2 F0 A cos φ = m 4γ 2 ωf2 + (ω02 − ωf2 )2 ∗



e A∗ sen φ∗ = −

F0 2ωf γ 2 2 m 4γ ωf + (ω02 − ωf2 )2

obtemos x(t) = Ae−λt cos(ωt + φ) + A∗ cos φ∗ cos ωf t − A∗ sen φ∗ sen ωf t = Ae−λt cos(ωt + φ) + A∗ cos(ωf t + φ∗ )

Circuito RL

L E R

O comportamento dos elementos que constituem este circuito é regido por uma equação linear de primeira ordem que resulta da aplicação das seguintes leis: 1. Lei de Kirchoff A soma das quedas de potencial elétrico ao longo de uma malha do circuito é igual a zero.

194

2. Lei de Ohm A queda de tensão elétrica num condutor percorrido por uma corrente de intensidade I é proporcional a esta corrente. A lei se exprime pela equação E = RI. A constante de proporcionalidade é a resistência do condutor. 3.

A queda de tensão através de um indutor é proporcional à taxa de variação da corrente. E=L

dI , dt

onde L é a indutância do indutor. Temos então que E(t) − RI − L

dI =0 dt



L

dI + RI = E(t) dt

Determine a corrente como função do tempo para: 1. E = K (constante) dI dI K RI + RI = K ⇒ = − dt dt L L 1 1 1 dI = (K − RI) ⇒ dI = dt dt L Z K− L Z RI 1 1 dt dI = K − RI L 1 1 R − ln(K − RI) = t + c1 ⇒ ln(K − RI) = − t + c2 , R L  L   R R K − RI = exp − t + c2 ⇒ RI = K − c exp − t , L L   K R I(t) = + c exp − t . R L L

Obs.:

lim I(t) =

t→∞

K . R

195

c2 = −Rc1 c = ec2

2. E(t) = E0 sen ωt L

dI + RI = E0 sen ωt dt

dI R E0 + I= sen ωt dt L L dv du dI =u +v I = uv ⇒ dt dt dt dv du R E0 u +v + uv = sen ωt dt  L L dt dv R du E0 u + v +v = sen ωt dt L dt L ⇒

Cálculo de v 1 R dv R + v=0 ⇒ dv = − dt dt LZ v L  Z 1 R R dt ⇒ v = exp − t + c1 dv = − v L L R

v(t) = c2 e− L t ,

c2 = ec1

Cálculo de u R du du E0 E0 = sen ωt ⇒ c2 e− L t = sen ωt dt L dt ZL Z R 1 E0 R t du 1 E0 e L t sen ωtdt = e L sen ωt ⇒ du = dt c2 L c2 L Z Cálculo de eax sen bxdx

v

Z

wdz = wz − Z

Cálculo de Z

Z

Z

z = eax , dz = aeax dx 1 w = − cos bx, dw = sen bxdx b

zdw;

Z 1 1 ax cos bxaeax dx e sen bxdx = − cos bxe + b b Z 1 a eax cos bxdx = − cos bxeax + b b ax

eax cos bxdx

w ′ dz ′ = w ′z ′ −

Z

z ′ dw ′ ;

196

z ′ = eax , dz ′ = aeax dx 1 w ′ = sen bx, dw ′ = cos bxdx b

Z 1 1 ax sen bxaeax dx e cos bxdx = e sen bx − b b Z a 1 ax eax sen bxdx = e sen bx − b b   Z Z 1 ax a 1 ax a ax ax e sen bxdx = − e cos bx + e sen bxdx e sen bx − b b b b Z a ax a2 1 ax eax sen bxdx = − e cos bx + 2 e sen bx − 2 b b b Z

ax

Z  eax (a sen bx − b cos bx) a2 eax sen bxdx = 1+ 2 b b2 Z ax e (a sen bx − b cos bx) eax sen bxdx = a2 + b2 R b≡ω a≡ , L

Z

e e

R t L

R t L

sen ωtdt =

! R sen ωt − ω cos ωt L

+ c3 R2 + ω2 L2 R Le L t (R sen ωt − ωL cos ωt) + c3 = R2 + ω 2L2 R

1 E0 Le L t (R sen ωt − ωL cos ωt) u(t) = + c4 c2 L R2 + ω 2L2 R E0 e L t (R sen ωt − ωL cos ωt) + c4 = c2 (R2 + ω 2L2 ) Observação: A sen x − B cos x = C sen x cos δ − C cos x sen δ = C sen(x − δ) onde A = C cos δ

e

B = C sen δ

A C

e

sen δ =

Mas, cos δ =

197

B C

Daí, √ A2 B 2 A2 + B 2 + = 1 ⇒ C = cos δ + sen δ = 1 ⇒ C 2 √C 2 A sen x + B cos x = A2 + B 2 sen(x − δ) 2

2

com B B sen δ = C= = tg δ cos δ A A C



δ = arctg

B A

Temos então que R

√ E0 e L t u(t) = R2 + ω 2 L2 sen(ωt − δ) + c4 2 2 2 c2 (R + ω L ) onde δ = arctg

ωL R

R

E0 e L t u(t) = √ sen(ωt − δ) + c4 c2 R2 + ω 2 L2 Portanto, (

R

E eLt √ 0 sen(ωt − δ) + c4 I(t) = u(t)v(t) = c2 e c2 R2 + ω 2 L2 R E0 sen(ωt − δ) I(t) = ce− L t + √ 2 R + ω 2 L2 t −R L

)

Note que o termo exponencial se aproxima de zero à medida que t tende para o infinito. Isto significa que, após um tempo suficientemente longo, a corrente I(t) oscila de maneira praticamente harmônica. Obs.: Se L = 0, as oscilações de I(t) se encontram em fase com as de E(t).

198

Circuito RC C R

E

O comportamento dos elementos que constituem este circuito é regido por uma equação diferencial que resulta da aplicação das seguintes leis: 1. Lei de Kirchoff A tensão aplicada em um circuito fechado é igual à soma das quedas de tensão no resto do circuito. 2. Lei de Ohm A queda de tensão E através de um resistor é proporcional à corrente instantânea I, E = RI, onde R é a resistência do resistor. 3.

A queda de tensão através de um capacitor é proporcional ao valor da carga elétrica instantânea armazenada no condutor, E=

Q , C

onde C é a capacitância. Como

I(t) =

dQ , dt dQ = I(t)dt



Q=

Z

e 1 E(t) = C

Z

199

I(t)dt.

I(t)dt

Logo, 1 RI + C

Z

I(t)dt = E(t)

Derivando em relação ao tempo, R

1 dE dI + I= dt C dt

Obtenha uma expressão para I em função do tempo, a partir da última equação. Temos então que dI dv du =u +v dt dt dt dv du 1 1 dE u +v + uv = dt CR R dt dt dv u 1 dE du +u + = v dt CR dt R dt

I = uv



Cálculo de u du u 1 1 + ⇒ du = − dt dt CRZ u CR Z 1 1 1 dt ⇒ ln u = − du = − t + c1 u CR CR   1 u = c2 exp − t , c2 = ec1 CR Cálculo de v dv 1 dE dv 1 dE t = ⇒ = e CR dt R dt Z dt c2 R dt 1 t dE v= e CR dt + c3 c2 R dt I = uv   Z 1 t t dE − RC I(t) = c2 e e CR dt + c3 c2 R dt   Z t dE t 1 − RC e CR dt + k , k = c2 c3 =e R dt t

c2 e− CR

200

10. Na última equação, obtenha I(t) para: 1. E = A (constante)  dE e dt + k , I(t) = e dt dE =0 E=A ⇒ dt t t I(t) = e− RC {k1 + k} = k2 e− RC t − RC



1 R

Z

t CR

2. E(t) = E0 sen ωt

t

I(t) = e− RC t

= e− RC Cálculo de

Z

dE = ωE0 cos ωt dt Z  t 1 e CR ωE0 cos ωtdt + k R   Z ωE0 t e CR cos ωtdt + k R

eax cos bxdx

u = eax , du = aeax dx udv = uv − vdu; 1 v = sen bx, dv = cos bxdx b Z Z 1 1 eax cos bxdx = eax sen bx − sen bxaeax dx b b Z 1 ax a eax sen bxdx = e sen bx − b b Z Cálculo de eax sen bxdx Z

Z

Z

u′ = eax , du′ = aeax dx u dv = u v − v du ; 1 v ′ = − cos bx, dv ′ = sen bxdx bZ Z 1 1 eax sen bxdx = − eax cos bx + cos bxaeax dx b b Z 1 ax a eax cos bxdx. = − e cos bx + b b ′



′ ′

Z





201

Logo,   Z Z 1 ax 1 ax a a ax ax e cos bxdx = e sen bx − − e cos bx + e cos bxdx b b b b Z a ax a2 1 ax eax cos bxdx = e sen bx + 2 e cos bx − 2 b b b ax 2 2 Z e (b sen bx + a cos bx) a +b eax cos bxdx = 2 b b2 Z ax e (a cos bx + b sen bx) eax cos bxdx = a2 + b2 1 a≡− , b≡ω RC !   1   t     RC e cos ωt + ω sen ωt     RC t ωE 0 − RC I(t) = e +k   R 1   2   + ω     2 2 R C =

t R2 C 2 ωE0 (cos ωt + ωRC sen ωt) + ke− RC 2 2 2 R(1 + R C ω ) RC

Mas, cos ωt + ωRC sen ωt = −c′ sen δ cos ωt + c′ cos δ sen ωt onde −c′ sen δ = 1 e c′ cos δ = ωRC cos ωt + ωRC sen ωt = c′ (cos δ sen ωt − sen δ cos ωt) = c′ sen(ωt − δ) (−c′ sen δ)2 + (c′ cos δ)2 = 1 + (ωRC)2 ⇒ c′2 (sen2 δ + cos2 δ) = 1 + (ωRC)2 p ⇒ c′ = 1 + (ωRC)2 p cos ωt + ωRC sen ωt = 1 + (ωRC)2 sen(ωt − δ) t ωE0 C p 1 + (ωRC)2 sen (ωt − δ) + ke− RC I(t) = 2 2 2 1+R C ω t ωE0 C sen (ωt − δ) + ke− RC =p 1 + (ωRC)2 ( −c′ sen δ = 1 −c′ sen δ 1 ⇒ = ′ ′ c cos δ ωRC c cos δ = ωRC   1 1 ou δ = arctg − tg δ = − ωRC ωRC

202

Circuito RLC

C

L

R

E

A equação diferencial de segunda ordem que descreve o comportamento da corrente elétrica em função do tempo nesse circuito resulta da aplicação das seguintes leis: 1. Lei de Kirchoff A tensão aplicada em um circuito fechado é igual à soma das quedas de tensão no resto do circuito. 2. Lei de Ohm A diferença de potencial aplicada aos terminais de um resistor metálico mantido à temperatura constante, é diretamente proporcional à intensidade de corrente elétrica que o atravessa. Escrevemos E = RI. 3.

A queda de tensão através de um indutor é proporcional à taxa de variação da corrente. Isto é, E=L

4.

dI . dt

A queda de tensão através de um capacitor é proporcional ao valor da carga elétrica armazenada no condutor. Temos então que Q E= . C

Portanto L

dI 1 + RI + Q = E(t). dt C

203

Derivando em relação ao tempo, obtemos L Considerando

d2 I dI 1 dE +R + I = . 2 dt dt C dt

E = E0 sen ωl t, dE = ωl E0 cos ωl t dt

e ficamos com dI 1 d2 I L 2 + R + I = ωl E0 cos ωl t dt dt C d2 I R dI 1 ωl E0 + + I= cos ωl t 2 dt L dt LC L ou dI d2 I + 2b + ω02 I = F cos ωl t 2 dt dt onde R = 2b, L

1 = ω02 LC

ωl E0 = F. L

e

Resolva a equação diferencial acima. d2 I dI + 2b + ω02 I = F cos ωl t 2 dt dt



I(t) = Ih (t) + Ip (t)

Solução da equação homogênea dI d2 I + 2b + ω02 I = 0 2 dt dt r 2 + 2br + ω02 = 0 p q −2b ± 4b2 − 4ω02 r= = −b ± b2 − ω02 2

Equação Característica:

Consideremos o caso em que b2 < ω02. Neste caso, Ih (t) = c1 er1 t + c2 er2 t = c1 exp[(−b + iω)t] + c2 exp[(−b − iω)t]

204

onde

ω=

p

ω02 − b2

Ih (t) = e−bt [c1 (cos ωt + i sen ωt) + c2 (cos ωt − i sen ωt)] = e−bt [(c1 + c2 ) cos ωt + (c1 − c2 ) sen ωt] = e−bt [A cos φ cos ωt − A sen φ sen ωt] Ih (t) = e−bt A cos(ωt + φ)

onde c1 + c2 = A cos φ

c1 − c2 = −A sen φ

e

Solução particular Ip (t) = P cos ωl t + Q sen ωl t ⇒ dI d2 I = −P ωl sen ωl t + Qωl cos ωl t e = −P ωl2 cos ωl t − Qωl2 sen ωl t 2 dt dt Levando na equação d2 I dI + 2b + ω02I = F cos ωl t, 2 dt dt obtemos −P ωl2 cos ωl t − Qωl2 sen ωl t + 2b [−P ωl sen ωl t + Qωl cos ωl t] + ω02 [P cos ωl t + Q sen ωl t] = F cos ωl t     −P ωl2 + 2bQωl + ω02P cos ωl t + −Qωl2 − 2bP ωl + ω02Q sen ωl t = F cos ωl t ( −P ωl2 + 2Qbωl + ω02 P = F −Qωl2 − 2P bωl + ω02 Q = 0 2bωl Q= 2 P ω0 − ωl2  2 2  2bωl 4b ωl + (ω02 − ωl2 )2 2 2 −P ωl + 2bωl 2 P + ω0 P = F ⇒ P =F ω0 − ωl2 ω02 − ωl2 ω2 − ω2 2bωl P = 2 2 0 2 l 2 2F e Q= 2 2 F 4b ωl + (ω0 − ωl ) 4b ωl + (ω02 − ωl2 )2 2P bωl = Q(ω02 − ωl2)

205



ω02 − ωl2 cos ωl t 4b2 ωl2 + (ω02 − ωl2 )2 2bωl +F 2 2 sen ωl t 4b ωl + (ω02 − ωl2 )2

I(t) = Ae−bt cos(ωt + φ) + F

Observe que primeiro termo do segundo membro da última equação representa oscilações amortecidas. Quando t cresce, este termo decresce, de modo que ao final de um certo intervalo de tempo, os outros dois termos desempenharão o papel principal. Fazendo G cos δ = F

ω02 − ωl2 4b2 ωl2 + (ω02 − ωl2 )2

G sen δ = F

e

4b2 ωl2

2bωl , + (ω02 − ωl2 )2

obtemos I(t) = Ae−bt cos(ωt + φ) + G cos(ωl t + δ) onde 2bωl . − ωl2

tg δ =

ω02

11. Um tubo em U está cheio com um líquido homogêneo, que é levemente comprimido em um dos lados do pistão. O pistão é removido e o nível do líquido em cada ramo oscila. Determine a altura do nível do líquido em um dos ramos em função do tempo. +z

z=0 −z

l

Consideramos o fluido ideal. Características do fluido ideal: 1. Escoamento uniforme → a velocidade do fluido em qualquer ponto não muda com o tempo, em magnitude, em direção e em sentido.

206

2. Escoamento incompressível



a densidade do fluido é constante.

3. Escoamento não-viscoso → um objeto se movendo através do fluido não experimenta nenhuma força resistiva devido à viscosidade. 4. Escoamento irrotacional → um corpo imerso no fluido não gira em torno do eixo que passa pelo seu centro de massa. Quando o nível em um dos ramos do tubo em U desce de uma quantidade z, a diferença de pressão do líquido entre os dois ramos é ∆p = 2ρgz, onde ρ é a densidade do líquido e g é a aceleração da gravidade. Dessa forma, a força restauradora pode ser escrita como F = −A∆p = 2ρAgz, onde A é a área da seção transversal do tubo. Temos então que m

d2 z = −2ρAgz dt2



d2 z 2ρAg + z = 0. dt2 m

Mas, 2ρAg 2ρAg 2g 2ρAg = = = m ρV ρAl l Daí, d2 z 2g + z = 0, dt2 l onde l é o comprimento total da coluna líquida e m = ρV é a massa total de líquido. 2g Equação Característica: r 2 + =0 l r r 2g 2g i, r2 = − i r1 = l l z(t) = c1 eiωt + c2 e−iωt r 2g onde ω = l z(t) = c1 (cos ωt + i sen ωt) + c2 (cos ωt − i sen ωt) = (c1 + c2 ) cos ωt + (c1 − c2 ) sen ωt = A cos φ cos ωt − A sen φ sen ωt = A cos(ωt + φ)

207

onde c1 + c2 = A cos φ

e

z(t) = A cos

208

r

c1 − c2 = −A sen φ ! 2g t+φ l