UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

3 Nesse contexto, em que a idéia de revolução, entendida como transformação global da sociedade, exercia um fascínio sobre amplos segmentos...

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POESIA DE CORDEL E REVOLUÇÃO EM FERREIRA GULLAR Paulo Becker*

A vida do poeta maranhense bem poderia ser descrita como uma trajetória de resistência. Primeiro, na infância e adolescência, a resistência à “vida sufocante e pouca”, à “tragédia da vida-nada, da vida-ninguém”, segundo as palavras do próprio autor, ao relembrar seu passado na esplêndida autobiografia poética Uma luz do chão 1. Mais tarde, nos anos 60 e 70, a resistência às desigualdades e injustiças sociais professada através de sua poesia engajada, a resistência à ditadura militar, a resistência à solidão do exílio. Entretanto, mesmo conhecendo a biografia do poeta, o leitor que hoje se depara com a obra de Gullar, na forma como se apresenta em Toda poesia2, pode sofrer um choque diante da transição abrupta que se observa entre a poesia metafísica e dissonante dos primeiros livros do autor, que datam da década de 1950, e a rusticidade e o forte engajamento político dos Romances de cordel, escritos entre 1962 e 1967. Como já notou Alcides Villaça, dois momentos distintos, opostos mesmo, aparecem no volume em uma contigüidade artificial, e a passagem de um para outro resulta “quase escandalosa”3. O escândalo do leitor é menor, porém, se ele considerar que desde A luta corporal (1954), a obra de Gullar envereda por caminhos que parecem levar à inevitável dissolução da linguagem poética e ao silêncio. Esses dois perigos mostram-se especialmente ameaçadores nos Poemas concretos/Neoconcretos (1957-1958), que se resumem a uma dúzia de criações verbais em que palavras ou expressões isoladas aparecem dispostas sobre páginas em que o branco vigora quase absoluto. Nesse contexto, a opção pelos cordéis nordestinos não decorre, simplesmente, de uma nova posição política de Gullar, decorrente de sua aproximação com o marxismo (embora esse fato não seja insignificante), mas é igualmente uma maneira de fugir à solidão e ao silêncio que rondavam sua produção anterior. *

Ensaísta, poeta e professor de Literatura da Universidade de Passo Fundo. Uma luz do chão, p. 14. 2 Todas as obras poéticas de Gullar, citadas neste trabalho, constam desse volume. 3 Alcides Villaça, A poesia de Ferreira Gullar, p. 86. 1

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Foi a pedido do dramaturgo Oduvaldo Viana Filho, mais conhecido como Vianinha, que Gullar compôs seu primeiro poema de cordel, intitulado “João Boa-Morte”, embora o poeta ressalve que esse texto “não foi feito como um poema, mas como estrutura de uma peça”4. De fato, Vianinha preparava, à época, uma peça sobre a reforma agrária, e queria colocar nela um cantador de feira que fosse narrando, em verso, as ações representadas sobre o palco. A adesão à literatura marcadamente engajada resolvia, ainda, além de outros problemas, uma inquietação antiga de Gullar, relativa à inutilidade da poesia e da literatura em geral. Trata-se de uma inquietação que lhe surgiu ainda enquanto leitor, ao se deparar, em sua adolescência, com um livro de Hoffmann, comprado num sebo. Aqueles contos de Hoffmann, que foram um dia a voz viva de um homem, pareceram ao jovem Gullar completamente insignificantes para a sua própria existência, e o encardido do volume em que figuravam contrastava dolorosamente com o esplendor da tarde em que o leitor estava imerso. Gullar se pergunta, então: “Que sentido tem fazer literatura?” Após alguma reflexão, encontra a seguinte resposta: “O poema, ao ser feito, deve mudar alguma coisa, nem que seja apenas o próprio poeta. Se o poeta, depois de fazer o poema, resta o mesmo que antes, o poema não tem sentido”5.

Poesia, paixão, revolução À época em que compôs os Romances de cordel, na década de 1960, Gullar se integrara fortemente na atividade política, através do Centro Popular de Cultura da UNE – União Nacional de Estudantes – , do qual era presidente quando sobreveio o golpe militar de 1964. Os poemas de Gullar escritos nessa fase espelham o acirramento ideológico das discussões políticas desse período, no Brasil, quando as bandeiras da reforma agrária e da luta contra o latifúndio, por exemplo, eram empunhadas não só pelos líderes campesinos, mas também por militantes universitários, sindicalistas urbanos e políticos progressistas.

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Op. cit., p. 88. Uma luz do chão, pp. 40-41.

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Nesse contexto, em que a idéia de revolução, entendida como transformação global da sociedade, exercia um fascínio sobre amplos segmentos sociais, como nota Cláudio Coelho6, não causa pasmo que poetas já consagrados e aparentemente distantes das lutas sociais, como Vinícius de Moraes e Cassiano Ricardo, se reunissem a escritores mais jovens, como Affonso Romano de Sant’Anna e Ferreira Gullar, entre outros, em torno do movimento Violão de Rua, defendendo o compromisso da palavra lírica com a transformação social. Cabe lembrar que, no mesmo período, até o movimento do Concretismo, surgido na década anterior e inicialmente avesso a qualquer preocupação política ou social, tenha improvisado um meio retorno à palavra e ao verso em nome de um “salto participante”.7 Vistos em relação ao panorama político e cultural dos anos 60, os poemas de cordel compostos por Gullar não constituem, portanto, um caso singular. Muitos artistas e poetas procuraram, neste período, formas artísticas de caráter popular e comunicativo para transmitir mensagens políticas revolucionárias. E Gullar encontrou, no cordel, um veículo aparentemente privilegiado, uma vez que esta forma da literatura popular possuía ampla penetração entre as classes mais baixas, especialmente nos estados nordestinos, e também era relativamente conhecida em São Paulo e no Rio de Janeiro, como informa Bruno Zeni: “Na geopolítica do cordel, Ceará, Pernambuco, Bahia e Paraíba – os principais estados em que essa tradição popular se desenvolveu – representam a metrópole da composição de folhetos e cantorias, cabendo ao eixo Rio-São Paulo, onde residem poetas e cantadores nordestinos emigrados, uma condição periférica.”8 Provenientes da literatura oral, as histórias dos cantadores de feira nordestinos foram trazidas na bagagem pelos colonizadores europeus, e aqui receberam diversas adaptações, não só no sentido de inserir cor local às narrativas, mas também de adaptá-las às especificidades, aos códigos e aos valores dos brasileiros. Inicialmente predominavam as histórias heróicas e fantasiosas, mas já em fins do século XIX encontramos no Brasil cordéis que se referem ao cotidiano. Conforme Gilmar de Carvalho9, o surgimento desses 6

Cláudio Coelho, A tropicália: cultura e política nos anos 60, em Tempo social, p. 168. Affonso Romano de Sant’Anna, Música popular e moderna poesia brasileira, pp. 140-142. 8 “Cartografia do cordel”, Cult, jan. 2002, p. 50. 9 “Cordão, cordel, coração”, Cult, jan. 2002, p. 44. 7

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cordéis-crônica pressupunha um processo de urbanização do país, e seu primeiro praticante foi Leandro Gomes de Barros (1865-1918.)

É na confluência das narrativas heróicas com a crônica do presente que se inscrevem os Romances de cordel, de Gullar. O primeiro deles, “João Boa-Morte”, narra a história de um lavrador nordestino forçado a deixar sua casa com a família por ter desafiado o coronel que é o dono da terra onde mora. Em sua peregrinação atrás de terra e trabalho, João não encontra nem uma nem outro, e ainda perde um filho, por inanição. Cansado e derrotado, João decide matar a família e suicidar-se em seguida. Antes que a tragédia se consume, entretanto, há a intervenção de Chico Vaqueiro, integrante da Liga Camponesa, que convence João a unir-se à luta contra o latifúndio. A história de João Boa-Morte guarda semelhanças evidentes com a do retirante Severino, protagonista do poema “Morte e vida severina”, de João Cabral de Melo Neto10. Entretanto, no poema de João Cabral, a intenção estética predomina sobre a crítica social ou o propósito doutrinário, como se constata no desfecho da trajetória de Severino: quando este se encontra, também, prestes a se suicidar, é demovido da ação extrema pelo nascimento de uma criança, fato que vem reafirmar a esperança e o valor intrínseco da vida. Já o poema de Gullar é explicitamente doutrinário, e os versos finais não deixam dúvidas sobre isso: Já todos vão compreendendo, como compreendeu João, que o camponês vencerá pela força da união. Que é entrando para as Ligas que ele derrota o patrão, que o caminho da vitória está na revolução.

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“Morte e vida severina”, em Serial e antes, p. 143-180.

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O segundo cordel de Gullar, intitulado “Quem matou Aparecida”, tem como subtítulo e proposta narrar a “História de uma favelada que ateou fogo às vestes”. Passamos, com este poema, para o universo urbano, mas o intuito básico continua o mesmo: contar a vida de uma personagem cuja trajetória ponha a nu a injustiça social decorrente da divisão desigual da riqueza na sociedade brasileira. Nascida na favela da Praia do Pinto, Aparecida faz parte de um povo que “é tão pobre quanto bom”, nas palavras do poeta. Sendo seduzida pelo patrão, ela engravida, é injustamente incriminada pela patroa, é presa, posteriormente é levada a prostituir-se para sobreviver, mas acaba encontrando um homem que a quer de verdade. Quando tudo indica que sua sorte vai melhorar, seu marido é preso, por ter participado de uma greve, e seu filho morre. Diante de tanto sofrimento, Aparecida capitula e ateia fogo às próprias vestes. O final do poema, novamente, resume sua mensagem: O mundo assim dividido [entre ricos e pobres] Não pode permanecer. Foi esse mundo que mata tanta criança ao nascer, que negou à Aparecida o direito de viver. Quem ateou fogo às vestes dessa menina infeliz foi esse mundo sinistro que ela nem fez nem quis -

que deve ser destruído

pro povo viver feliz. Um herói bem mais malandro e, portanto, menos indefeso, encontramos em “Peleja de Zé Molesta com Tio Sam”. A “Peleja” de Gullar é inspirada na forma conhecida das pelejas de cantadores de cordel, que consistem em desafios em verso entre dois oponentes que buscam provar sua superioridade na arte de versejar. Partindo desse confronto entre dois discursos opostos, Gullar denuncia o imperialismo dos Estados Unidos, simbolizado pela figura do Tio Sam, e explora o sentimento de antiamericanismo presente em diversos segmentos da população brasileira, tanto naquela época como no presente. É a vez de

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mostrar a volta por cima do mais fraco: Zé Molesta leva, pelo menos na ficção, a melhor sobre o seu oponente. O quarto cordel de Gullar, “História de um valente”, narra a trajetória de um mito das esquerdas brasileiras: o militante comunista Gregório Bezerra. Apoiado em uma história real, o poeta pinta em fortes traços o caráter de um herói proletário, nos moldes herdados do realismo socialista da primeira metade do século XX. Gregório Bezerra aparece como um legítimo líder dos oprimidos, que retira sua força da esperança em um futuro melhor: E donde vem essa força que anula a crueldade? Vem da certeza que tem numa histórica verdade: o homem vem caminhando para a plena liberdade; tem que se livrar da fome para atingir a igualdade; o comunismo é o futuro risonho da humanidade. Quarenta anos depois, com a queda do muro de Berlim, o desmantelamento das nações comunistas do leste europeu e a virada capitalista da União Soviética, lemos essa profissão de fé no comunismo como algo anacrônico, tendendo ao piegas. Entretanto, a visão libertária, solidária e fraterna que emana dos Romances de cordel ultrapassa todo compromisso ideológico e partidário dos mesmos, que ameaça transformá-los em peças datadas, e ecoa ainda hoje como um repto contra o imperialismo, contra o neoliberalismo onipresente e contra a opressão sofrida pelas classes trabalhadoras.

Leitores escandalizados Os Romances de cordel de Ferreira Gullar já sofreram críticas negativas de vários estudiosos e pesquisadores da literatura brasileira, que se escandalizaram diante do caráter panfletário e do tosco acabamento formal desses poemas. Eu mesmo, em minha dissertação

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de mestrado11, escrita há mais de uma década, fiz uma exposição minuciosa dos “defeitos” dos cordéis de Gullar, avaliando-os do ponto de vista de um leitor de poesia culta moderna. Como se fosse possível exigir de Gullar, em sua fase nitidamente engajada, ou assumidamente panfletária, o mesmo rigor formal e a perspectiva desinteressada de um poeta parnasiano. Felizmente, ou infelizmente, essa avaliação não era só minha. Como diz o próprio Gullar, em carta endereçada a mim, datada de janeiro de 1992, avaliando o teor da minha dissertação: “...você reduz a pó meus poemas de cordel (...) esses quatro pobres poemas, cometendo o mesmo erro de Lafetá. Por que perder tempo em demonstrar que propaganda política não é poesia? (...) Quantas vezes terei que dizer que, ao fazer aqueles poemas, sabia que não fazia poesia, não queria fazer poesia, mas propaganda?” De fato, Lafetá reclama que faltava a Gullar, à época em que compôs os Romances de cordel, um “balanceio mais dialético”, sem o qual todo o “delicado movimento de equilíbrio da poesia lírica fica reduzido a um jogo de radicalismos”12. Igualmente preocupado com o caráter doutrinário dos cordéis de Gullar, Alcides Villaça pergunta: “que terá a arte para conhecer e revelar se a análise e a expressão do real têm seus fundamentos estabelecidos antes dela? Qual a contribuição da poesia (que não a de sua pura técnica) nessa tarefa de achar o achado?”13 Dificilmente encontramos algum juízo crítico favorável sobre os Romances de cordel. Uma voz dissonante, entretanto, é a de Alfredo Bosi, um dos mais consagrados críticos brasileiros da segunda metade do século XX, que se refere nos seguintes termos aos cordéis de Gullar: “Inflectindo para a opção participante, Gullar (...) passou a veicular a própria mensagem em códigos modernos, sim, mas organicamente presos à estrutura do verso que o concretismo iria esconjurar. Exemplos brilhantes desse momento são João BoaMorte, cabra marcado para morrer, Quem matou Aparecida (1962), que transpõem temas e ritmos da literatura de cordel.”14 Bosi toca numa questão crucial: as restrições e 11

A poesia de Ferreira Gullar: do monólogo ao diálogo, Porto Alegre, PUCRS, 1991. “Traduzir-se: ensaio sobre a poesia de Ferreira Gullar”, em Carlos Zílio e outros, O nacional e o popular na cultura brasileira, p. 97. 13 A poesia de Ferreira Gullar, p. 100. 14 História concisa da literatura brasileira, p. 473. 12

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imposições da estética do concretismo, que não só influenciaram boa parte da produção poética das últimas décadas como, também, fundamentaram, de forma explícita ou velada, boa parte das avaliações críticas sobre a produção lírica contemporânea. Talvez a avaliação positiva de Bosi se explique, em boa medida, pelo cuidado com que esse crítico e historiador da literatura aborda as obras literárias, buscando entendê-las no contexto artístico e cultural da qual emanam. Igualmente, é importante salientar a compreensão da proposta inerente aos cordéis de Gullar, de propaganda revolucionária, proposta que torna inadequada uma avaliação meramente formal, ainda mais se esta vier amparada em uma concepção vanguardista de arte, completamente avessa ao espírito dos Romances de cordel. Uma revisão do significado dos Romances de cordel, portanto, deveria estar igualmente atenta à produção poética da década de 60 e ao propósito do autor, de produzir textos didáticos, acessíveis a um público popular que se encontra distante das produções e discussões literárias das vanguardas. Tal revisão não poderia perder de vista, igualmente, a contribuição dos cordéis na trajetória literária de Gullar, ao sinalizarem uma guinada em relação ao caráter metafísico e experimental de sua poesia anterior. Afinal, do forte engajamento político presente nos cordéis viria germinar, posteriormente, uma poesia social de alta densidade estética, como a que se apresenta em Dentro da noite veloz (1975), Poema sujo (1976) e Na vertigem do dia (1980), livros nos quais Gullar realiza de forma exemplar, como já notou Villaça, “o retrato do indivíduo no conjunto de um retrato social”15, através da expressão de uma voz lírica em cujo fundo ecoam as vozes de todos os deserdados e desamparados pela iníqua estrutura social vigente no Brasil, nas últimas décadas do século XX, e cujos traços gerais persistem, infelizmente, ainda nos dias atuais.

Referências bibliográficas BECKER, Paulo R. A poesia de Ferreira Gullar: do monólogo ao diálogo. Dissertação de mestrado. Porto Alegre: PUCRS, 1991. BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1999. 15

A poesia de Ferreira Gullar, p. 146.

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CARVALHO, Gilmar de. “Cordão, cordel, coração.” Cult, São Paulo, p. 44-49, jan. 2002. COELHO, Cláudio N. P. A tropicália: cultura e política nos anos 60. Tempo social; Rev. De Sociologia da USP, São Paulo, 1(2): 159-176, 2. sem. 1989. GULLAR, Ferreira. Toda poesia (1950-1999). Rio de Janeiro: José Olympio, 2000. _____. Uma luz do chão. Rio de Janeiro: Avenir, 1978. LAFETÁ, João Luiz. “Traduzir-se: ensaio sobre a poesia de Ferreira Gullar.” In: ZILIO, Carlos et al. O nacional e o popular na cultura brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1983. MELO NETO, João Cabral de. “Morte e vida severina.” In: _____. Serial e antes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. SANT’ANNA, Affonso Romano de. Música popular e moderna poesia brasileira. Petrópolis: Vozes, 1980. VILLAÇA, Alcides C. O. A poesia de Ferreira Gullar. Tese de doutorado pela Universidade de São Paulo. São Paulo, 1984. ZENI, Bruno. “Cartografia do cordel”. Cult, São Paulo, p. 50-55, jan. 2002.